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MORFOLOGIA DO PROCESSO

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MORFOLOGIA DO PROCESSO
Distinção entre processo e procedimento.
Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente.
Processo é a operação mediante a qual se obtém a composição da lide ou em vista do seu escopo, conjunto de atos destinados à formação de comandos jurídicos, cujo caráter consiste na colaboração para tal fim de pessoas interessadas com uma ou mais pessoas desinteressadas. Sendo o processo o instrumento de aplicação da lei, é ele próprio regulado pela lei. Toda sua atividade se desenvolve jurisdicionalmente, já que o Estado-Juiz se serve do processo para dizer o direito ou a vontade da lei. Ele constitui uma relação jurídica que interliga os sujeitos processuais, impondo a todos uma atuação que, por fim, resultará na resolução do conflito pela atuação, positiva ou negativa, da vontade da lei, conforme haja ou não direito material a ser tutelado.
Procedimento é o “modus operandi” do processo. Ele é o aspecto exterior do processo. Na medida em que se adota determinado tipo de processo, de conhecimento, cautelar ou de execução, a ele corresponderá um tipo correlato de procedimento.
O Processo é, na sua substância, uma relação jurídica entre sujeitos processuais que se exterioriza consoante determinado procedimento, que é a sua veste exterior, e que o acompanha “como a sombra acompanha o corpo”.
Princípios fundamentais do processo são de duas categorias. Os primeiros são princípios ideológico, que influenciam todo e qualquer sistema processual sendo diretrizes residentes no mundo das ideias, esses principios são: a) Lógico, significa que o legislador deve usar formas processuais que propiciem uma melhor apuração da verdade. b) Juridico, deve-se dar as partes, no processo, iguais oportunidades. c) Político, deve haver na elaboração do processo o menor sacrifício possível da liberdade individual. d) Econômico, significa que o processo deve ser construído com o menor dispêndio de tempo e dinheiro; Os segundos são princípios sistemáticos. Informam um ao outro sistema processual. Existindo um pode não existir o outro. Esses principios são: a) Iniciativa das partes, principio da demanda, a jurisdição só se movimenta quando provocada. b) Impulso oficial, o processo depende dos impulsos dos órgãos judiciais, encarregados do exercício da jurisdição, impulsionando-o independente de pedido das partes. Esses dois principios atuam lado a lado ( principio de iniciativa das partes e impulso oficial) O CPC, consagra expressamente esse princípio. c) Principio contraditório ou da audiência bilateral, significa que o o juiz não pode decidir sobre uma pretensão, sem ouvir a outra parte, contra a qual é deduzida. d) Principio inquisitório ou inquisitivo, significa que, em certas causas, prevalece o interesse geral ou social, em que seja realmente a verdade dos fatos. Esse principio não exclui por completo a atividade das partes, mas apenas confere poderes mais amplos ao juiz na investigação da verdade. e) Principio dispositivo, onde o juiz julga segundo o alegado pelas partes com maior poderes de atuação no campo probatório. No CPC, deu ao juiz maior poder de iniciativa em matéria probatória. No CP, persegue a verdade e no âmbito trabalhista, o juiz pode julgar extra petita. f) Principio da Lealdade processual, as partes devem proceder com lealdade e boa-fé nas relações recíprocas e com o órgão jurisdicional. Esse princípio é extensivo aos advogados. g) O principio da publicidade domina todo processo, assegurando que os atos processuais sejam públicos, franqueados a quem os queira assistir. h) O principio de preclusão, garante o andamento do processo sem recuo a fases já superadas do procedimento impossibilitando o descumprimento de prazos, salvo por justo impedimento. i) O principio da eventualidade, é de grande importância na teoria dos prazos pois, exige que o réu formule na defesa todas as alegações que tiver, mesmo que contraditórias, pois do contrário não poderá alegar em outro momento.
Os princípios fundamentais do procedimento presidem a forma dos atos processuais,, conforme seja o sistema processual oral, escrito ou misto. Atualmente o que se adota é um procedimento misto, uma combinação do oral e escrito. Existe uma predominância quantitativa de atos escritos e qualitativas de atos praticados através da oralidade. No direito brasileiro, os principios informativos do procedimento oral são: a) da imediação, significa um contato direto do juiz com as partes e com as provas, tendo relevância nas provas testemunhais, não tendo significado quando se trata de prova documental. b) Principio da identidade física do juiz, o juiz deve ser o mesmo do inicio ao fim da causa. Na impossibilidade de se atender a esse principio, o juiz que conclui a audiência é que de sentenciar. Esse princípio não informa o procedimento trabalhista e nem o penal. c) O principio da concentração, significa praticar, sempre que possível, todos os atos processuais orais numa mesma audiência, para que o juiz colha a prova, ouça as alegações finais das partes e profira o julgamento da causa com as impressões ainda presentes na sua memória. d) Principio da irrecorribilidade das ( decisões) interlocutórias imprime andamento rápido ao processo. Essa característica do procedimento oral, exige uma relativa irrecorribilidade das interlocutórias. No âmbito penal, também a irrecorribilidade das interlocutórias é relativa, já nos processo trabalhistas são irrecorríveis.
A doutrina classifica o processo em dois prismas. I – quanto aos fins da prestação jurisdicional invocada, é a natureza da prestação jurisdicional que determina o tipo de processo, podendo ser: 1) De conhecimento, que tem por objetivo uma lide a ser resolvida pela sentença. Esse processo pode ser classificado em a) declaratório, cujo objetivo é obter a declaração da existência ou inexistência da relação juridica ou da veracidade ou falsidade de um documento. b) Processo de conhecimento constitutivo, necessário: quando a lide só pode ser satisfeita judicialmente. Não necessário, quando a lide podendo ser resolvida extrajudicialmente desagua na justiça. c) Processo de conhecimento condenatório, quando resulta do ajuizamento de uma ação condenatória. 2) Processo de Execução, tem por objetivo atividade jurisdicionais tendentes a tornar efetiva a condenação resultante de um titulo executivo judicial ou extrajudicial. Ele é distinto do processo de cognição do qual resultou o título judicial. Ele da origem a ação de execução. c) Processo cautelar, o objetivo da ação é evitar o perigo da demora. O juiz deve proferir sentença num curto prazo de tempo, o que nem sempre é possível. O CPC, consagra hipóteses de ações cautelar autônomas ou satisfatórias que não dependem de outro processo. Esse processo também pode ser preparatório, quando antecede outro processo principal. II- quanto a índole do interesse a que serve, é a natureza do interesse em juízo que determina o tipo do processo, podendo ser: a) Individual, é o interesse concreto de pessoas determinadas sendo Individual Singular, direito subjetivo, quando interesse pertence a uma pessoa, e Individual Plúrico, quando interesse pertence a diversas pessoas. b) Processo Coletivo – interesse legítimo de uma situação jurídica traduzida num interesse publico. c) Processo Social, esse processo versa sobre interesses sociais para defesa de valores que lhe pertencem. Como processo popular é resultante de ação popular e o processo penal é resultante de persecução penal ou seja, investigação penal. Alguns processos sociais abrigam tanto o interesse singular, como o coletivo. III – No tocante à função da jurisdição nele exercida ( matéria), o processo pode ser: a) Processo Penal, lide Penal, resultante do poder de punir do Estado. b) Processo Trabalhista, resulta do conflito sobre relações de trabalho. c) Processo Civil, versa sobre litígios não penais ou trabalhistas. IV – Principio que informam o processo, classifica-se o Processo Penalem Acusatório, partes atuam em condições de igualdade. Inquisitório, acusado é o verdadeiro objeto do processo e Misto, é em parte inquisitório e em parte acusatório, segundo as regras e princípios que informam um ou outro.

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