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Distribuição do Ônus da Prova

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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) 
 
 
 
Lorena de Oliveira Serpa R.A: 3870423 
 
Trabalho apresentado à Faculdades Metropolitanas 
Unidas para aquisição de média sob orientação do 
professor MARCELO BARBOSA DE MELO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2022 
 
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA- APS 
 
(PROCESSO DO TRABALHO) 
 
 
 
Conforme o caso em tela, pergunta-se: 
 
 1) Agiu corretamente o Magistrado na distribuição do ônus 
da prova no caso acima apresentado? Fundamente sua opção de forma 
completa, inclusive abordando de forma detalhada a questão da inversão do 
ônus da prova no processo do trabalho. 
 
 O Magistrado agiu corretamente no que se refere a 
distribuição do ônus da prova, haja vista ter seguido os critérios estabelecidos 
no Art. 818, inciso I, da CLT, em que preceitua: 
 
 Art 818: “ O ônus da prova incube: 
 
 I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito. 
 
 Isto posto, os fatos constitutivos são identificados nas 
ocorrências de jornada extra de trabalho, dessa maneira em relação a inversão 
do ônus da prova, se aplicará a critério do juiz, quando ficar demonstrada a 
verossimilhança da alegação ou a hipossuficiência de quem produzir a prova. 
 
 2) Qual a finalidade do protesto apresentado pelo advogado 
do autor, responda considerando o princípio processual cabível a espécie? 
 
 A finalidade do protesto apresentado pelo advogado 
do autor foi para manifestar a sua discordância com a decisão do Magistrado, 
bem como a discordância no que tange a oitiva da testemunha do Diretor 
Comercial da empresa, cabe ressaltar também que o protesto judicial é medida 
aplicável no processo do trabalho, por força do art. 769, da CLT e do art. 15 do 
CPC. 
 3) O juiz poderia dispensar o interrogatório das partes? 
 
 Sim, poderia dispensar o interrogatório das partes, desde 
que fundamente a presente decisão, conforme exigido no dispositivo da 
Constituição Federal, artigo 93, inciso IX e art. 11 do Código de Processo 
Civil. 
 Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal 
Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes 
princípios: 
 IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário 
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a 
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do 
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à 
informação. 
 
 4) Explique à luz da doutrina, legislação e jurisprudência os 
fundamentos que deveriam ser utilizados pelo advogado de Genivaldo ao 
formular a contradita. 
 
 Conforme o caso em tela, a testemunha da reclamada 
além de exercer a função de diretor comercial tinha a participação acionária 
de 40% do capital social da empresa, a vista disso, com fundamento no artigo 
457, §1º, do CPC é licito o advogado da parte contraditar a da testemunha 
arguindo-lhe a incapacidade, o impedimento ou a suspeição, ademais, de 
acordo com o artigo 829 da CLT é estabelecido as hipóteses em que se presume 
a parcialidade da testemunha. 
 
 De maneira análoga a isso, no tocante a luz da doutrina, 
segundo palavras de Carlos Nazareno Pereira de Oliveira, afirma em seu 
artigo que “no exato momento entre o término da qualificação e anteriormente 
ao início do compromisso assumido perante o julgador (artigo 457,§1º, 
do CPC) a parte interessada poderá arguir a suspeição da testemunha sob 
o pálio do artigo 829 da Norma Consolidada, oportunidade esta em que 
imediatamente (ou em audiência posterior especialmente designada para 
apuração de tal feito) deverá comprovar os motivos que impedem ou 
tornam suspeito o depoimento denunciado” 
 
 De acordo com a doutrina e jurisprudência, as testemunhas 
que não forem contraditas, se entendem que são dotadas de prestigio e 
credibilidade: 
 
 “Depoimentos das testemunhas que se mostraram 
harmônicos e coerentes entre si, merecendo credibilidade até porque não houve 
contradita ou oportuna alegação de suspeição ou parcialidade. […] (TJ/RS, 
Quinta Câmara Criminal, Apelação Crime Nº 70062224332, Rel. Cristina Pereira 
Gonzales, julgado em 25/02/2015)” 
 
 
 5) Explique o que são razões finais remissivas? Se 
hipoteticamente os advogados optassem por razões finais orais, quais as 
cautelas que deveriam ser observadas? 
 
 As razões finais remissivas é admissão do Magistrado 
ao advogado, o qual remete aos termos da inicial ou da defesa, reiterando 
tudo que já foi dito durante o processo. 
 
 Por conjectura se os advogados optassem por razões finais 
orais, devem os mesmos estar em conformidade ao Art. 850 da CLT, em que 
aduz: art 850.Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em 
prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou 
presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será 
proferida a decisão. 
 
 Outrossim, em relação ao advogado do reclamante cabe a 
ele reiterar os termos da inicial pedindo procedência da ação, enquanto 
o advogado da reclamada deve reiterar os termos da contestação e pedir a 
improcedência da ação. 
 
 6) Agiu corretamente o juiz ao arbitrar os honorários 
sucumbências no percentual de 20% a ser calculado considerando o valor da 
causa? 
 
 O Juiz não agiu corretamente, haja vista no que concerne a 
CLT em seu artigo 791-A, caput, serão devidos os honorários de 
sucumbência, mesmo se a parte for beneficiária da justiça gratuita, 
o percentual mínimo de 5% e o máximo de 15% sobre o valor que resultar da 
liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível 
mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa. 
 
 7) Qual a medida processual utilizada pelo autor para o 
exame dos pontos omissos da sentença? Qual o prazo? Se tivesse sido acolhida 
a medida quais os seus efeitos? 
 
 No tocante ao exame dos pontos omissos da sentença, a 
medida processual a ser utilizada pelo autor seria os Embargos de 
Declaração, tendo como prazo de 5 dias úteis, desta forma, hipoteticamente 
acolhida a medida, o efeito será modificativo, ou seja, sentença modificativa, 
com base no artigo 897-A da CLT, em que estabelece: 
 
 Art. 897-A Caberão embargos de declaração da sentença 
ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira 
audiência ou sessão subseqüente a sua apresentação, registrado na certidão, 
admitido efeito modificativo da decisão nos casos de omissão e contradição no 
julgado e manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do 
recurso. 
 
 8) Qual a medida processual apresentada pelo autor após o 
indeferimento da medida processual em relação à omissão? Qual o prazo e o 
marco inicial desse prazo? Quais os seus pressupostos genéricos? 
 
 A medida processual apresentada pelo autor após o 
indeferimento dos embargos de declaração, visando a reforma da decisão 
prolatada anteriormente é o Recurso Ordinário, com fundamento no artigo 895 
da CLT, sendo o prazo de até 8 dias úteis, tendo com o marco inicial 
a data a partir da decisão dos Embargos de Declaração. No que se 
refere em quais os pressupostos genéricos, são eles: cabimento, legitimidade 
para recorrer, interesse em recorrer, tempestividade, preparo e regularidadeformal. 
 
 9) Qual a medida judicial cabível da denegação da medida 
judicial referida no item 5? Quais as obrigações da parte que avia essa medida? 
Qual o juízo de interposição? Qual o juízo de conhecimento? Qual o objetivo 
dessa medida? 
 
 A medida judicial cabível da denegação do recurso ordinário, 
caberá o agravo de instrumento, que deverá ser ajuizado no prazo de 8 dias, 
conforme Art. 897 alínea b da CLT. No que corresponde a obrigação da parte, a 
mesma deverá recolher as custas e depósito recursal de 50% do recurso que 
pretende destrancar, todavia, por tratar-se de empregado, deverá ser recolhido 
somente as custas judiciais, ademais, o Juízo de interposição é o Órgão da 
Justiça do Trabalho, que denegou o seguimento do recurso ao juízo “a quo”, 
além disso, no que concerne o Juízo de conhecimento, será o Órgão que teve o 
seguimento denegado, ou seja, o TRT( Tribunal Regional do Trabalho), tendo 
tal medida o objetivo de destrancamento do recurso. 
 
 10) Considerando-se que o Tribunal deu provimento a 
medida judicial que combateu a decisão denegatória da medida principal, bem 
como provimento parcial a própria medida principal reconhecendo o direito às 
horas extras e o direito de Genivaldo receber valores relacionados ao 
empréstimo sem apresentar tese explícita o que resta do ponto de vista 
processual para que Genivaldo possa defender seus interesses com relação a 
justa causa e a litigância de má fé? Apresente a(s) medida(s), prazo(s), 
finalidade(s) e pressuposto(s) especifico(s) ao caso concreto. 
 
 Conforme acima mencionado, para que Genivaldo possa 
defender seus interesses com relação a justa causa e a litigância de má fé, a 
medida processual cabível será o Recurso de Revista, com fundamento 
no artigo 896 da CLT, no prazo de 8 dias úteis, que tem por 
finalidade uniformizar a jurisprudência no âmbito trabalhista, afim de sanar 
com as ilegalidades de decisões proferidas pelos tribunais trabalhistas, 
ou seja, restabelecer a norma nacional violada. Os pressupostos específicos 
mediante o caso tem tela, são eles: os pressupostos extrínsecos, 
tempestividade, regularidade formal e o preparo, deposito recursal e custas 
processuais 
 
 11) Como o Tribunal reformou a sentença com relação ao 
empréstimo, qual ou quais a medidas que a empresa pode adotar? Qual ou quais 
os seus prazos, pressupostos , efeitos, juízo de admissibilidade, julgamento e 
fundamento jurídico? 
 
 A medida adotada pela empresa deverá ser o Recurso 
Embargos de Declaração, haja vista o Tribunal não ter apresentado tese 
de forma explícita, no que se refere a sua decisão reformada, com fundamento 
do artigo 897-A da CLT, tendo como prazo de 5 dias úteis, com 
fundamento no artigo 897, §3º do mesmo dispositivo legal, por conseguinte, 
tem o efeito de interromper o prazo, bem como, o juízo de admissibilidade 
é o Juízo “a quo”, destaca-se que e o julgamento é do próprio juiz que 
prolatou a 1ª decisão, e tem como fundamento jurídico sanear algum 
pressuposto extrínseco, vício material ou processual.

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