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Neuropsicopedagogia Clínica, Institucional e Hospitalar Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Na atuação neuropsicopedagógica, além das atribuições do psicopedagogo de estudar características da aprendizagem humana, processos de ensinagem e aprendizagem e a origem das alterações no processo de aprendizagem, o neuropsicopedagogo faz a identificação, o diagnóstico, e reabilita como também faz a prevenção em relação às dificuldades e aos distúrbios de aprendizagem. Introdução User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação O neuropsicopedagogo é o profissional que vai integrar à sua formação psicopedagógica o conhecimento adequado do funcionamento do cérebro, para melhor entender a forma como esse cérebro recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e elabora todas as sensações captadas pelos diversos elementos sensores para, a partir desse entendimento, poder adaptar as metodologias e técnicas educacionais a todas as pessoas e, principalmente, àqueles com características cognitivas e emocionais diferenciadas. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação O neuropsicopedagogo, de posse de seus saberes na área das Neurociências, deve elaborar pareceres técnicos (laudos) de encaminhamento para neurologistas, pediatras e psiquiatras, auxiliando-os na identificação de um diagnóstico diante do quadro de sintomas e queixa principal. Vai atuar com os pais explicando a parte clínica do distúrbio e as condutas a serem desenvolvidas, com a intenção de realizar um processo sistêmico de tratamento e intervenção, dando à família papel principal no sucesso desta intervenção. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A avaliação neuropsicopedagógica com ênfase clínica deve, além do olhar e da escuta de todos os âmbitos psicopedagógicos, aprofundar nas questões neurológicas, na análise das funções cognitivas do indivíduo e de sua maturação, além de indivíduos com questões cognitivas, de memória e de atenção. Pode e deve trabalhar com crianças, adolescentes, adultos e idosos como o psicopedagogo. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Deve-se entender que, da mesma forma que é importante este profissional saber utilizar instrumentos de avaliação neuropsicopedagógica, é necessário saber intervir e mediar as funções cognitivas deficitárias, visando ao sucesso cognitivo do sujeito! As intervenções neuropsicopedagógica devem ser organizadas de acordo com cada caso, o que não difere muito da intervenção psicopedagógica, sempre priorizando o crescimento e amadurecimento cognitivos. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Diferença entre Neuropsicopedagogia e Neuropsicologia A Neuropsicologia é uma área da Psicologia e da Neurologia que estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano, praticamente dedicando-se a investigar como diferentes lesões causam défices em diversas áreas da cognição humana. Ainda pode-se comparar assim: a educação estuda a gênese e a estruturação dos processos cognitivos entre outros aspectos e a Neuropsicologia investiga esses mesmos processos a partir da implementação da atividades cerebrais. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação De acordo com Fonseca (2007, p. 69): “o cérebro não é só o órgão da cognição, mas o órgão da civilização. A cognição é uma fusão sistêmica de atividades cerebrais: atenção, codificação e planificação, com as quais aprendemos e nos adaptamos. A educação envolve aprender mais informações e resolver problemas.” Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Atualmente, com tantas áreas de estudos e pesquisas, nota-se que tudo que se refere à prática educativa não pode estar separado do papel importante da Neuropsicologia, pois ela vem para envolver a aprendizagem de informações novas e ajuda na resolução de problemas. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Segundo Luria (1984), a Neuropsicologia tem por objetivo específico investigar o papel dos sistemas cerebrais individuais nas formas complexas da atividade mental, e os objetivos de estudo dela são os distúrbios cognitivos e emocionais, os distúrbios de personalidade ocasionados por lesões do cérebro. Verifica a investigação de como diferentes lesões causam défices em diversas áreas de cognição humana e ainda estuda as funções mentais superiores. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Assim, esta ciência trouxe não apenas um conhecimento novo mas também uma nova forma avaliativa, pois busca correlações entre unidades funcionais e comportamento, o que se denomina como avaliação neuropsicológica, que é o melhor método de avaliação da função cerebral, mas não é um método apropriado para localização de lesões cerebrais. Ela avalia especificamente as funções cognitivas e emocionais visando esclarecer diagnóstico e correlacionar suas dificuldades com a vida escolar, a vida diária e os comportamentos. User Realce User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação E ainda identifica por meio da avaliação das funções mentais superiores, as operações comprometidas e preservadas, sendo essa última essencial como ponto de partida para a reabilitação e/ou intervenção; dá suporte á equipe multidisciplinar que atender tal cliente, podendo ser elaborados planos de trabalho conjuntos, buscando maximizar o funcionamento cognitivo que se encontra deficitário; contribui com a escola e com a família orientando com estratégias que venham possibilitar a melhora do cliente. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Deve-se ressaltar que este exame compreende a avaliação de diferentes áreas da cognição, bem como memória, atenção, linguagem, capacidade de planejamento, de cálculo, de raciocínio lógico, de julgamento percepção visual e coordenação visório- motora. Para o trabalho como psicopedagogos, a Neuropsicologia vem ampliar com suas lentes o olhar para aqueles casos que mais preocupam e, também, ajudar naqueles casos que habitualmente se ouve como queixas nas escolas. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Esta área amplia a importância de estudar as funções executivas que, em uma interessante metáfora, Goldberg (2002) refere-se ao mundo mental como uma orquestra com grandes músicos: os talentos, as aptidões e os conhecimentos, sendo que, no neocórtex, sem dúvida, estão os mais competentes atores da orquestra cerebral, os responsáveis pelas funções executivas. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Função executiva é um conceito neuropsicológico recentemente formulado. Usando a metáfora da orquestra, cada músico (toca ou executa suas habilidades por meio de seu instrumento), tendo responsabilidades em relação a ele e na articulação com os demais músicos da orquestras, para não desafinar. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Pode-se e deve-se levar os educadores e as famílias a estimular as crianças para o desenvolvimento das funções executivas. Elas expandam-se por meio de brincadeiras e de atividades pedagógicas que envolvam atenção seletiva, memória de trabalho, planejamento, inibição motora e cognitiva, flexibilização cognitiva, organização, manejo do tempo, autorregulação do afeto e persistência para que sejam alcançados os objetivos que foram previamente elegidos. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Na escola, é desejável promover o trabalho em grupo porque desenvolve relaçõesinterpessoais e práticas colaborativas, úteis por toda a vida. Pais, educadores, neurocientistas e psicopedagogos devem iniciar um diálogo sobre como entender mais e utilizar melhor as unidades funcionais do cérebro, bem como promover o desenvolvimento das funções executivas em cada criança. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A Neurociência “O homem deve saber que de nenhum outro lugar, mas do encéfalo, vêm a alegria, o prazer, o riso e a diversão, o pesar, o ressentimento, o desânimo e a lamentação. É por isto, de uma maneira especial, que adquirimos sabedoria e conhecimento, e enxergamos e ouvimos e sabemos o que é justo e injusto, o que é bom e o que é ruim, o que é doce e o que é amargo... E pelo mesmo órgão, tornamo-nos loucos e delirantes, e medos e terrores nos assombram... Todas estas coisas suportamos do encéfalo quando não está sadio... Neste sentido sou da opinião de que o encéfalo exerce o maior poder sobre o homem.” (Hipócrates – Acerca das Doenças Sagradas, Século IX a.C. citado por RELVAS, 2011, p. 22) Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Atualmente, com tantos estudos sendo feitos e tantas descobertas no ramo do funcionamento cerebral, a Neurociência é o foco destes estudos, e ela tem muitas respostas para as indagações dos casos clínicos e, muitas vezes, das queixas escolares dos professores. Em muitas vezes, durante a experiência como professor, sem tem centenas de questionamentos a cerca das dificuldades que os alunos apresentam. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Ao entender que cada área do cérebro é responsável por um aprendizado e que certas áreas produzem componentes essenciais para que o aprendizado aconteça ou não, o profissional irá entender melhor e saberá compreender ou tratar cada questão do aluno ou cliente. Muitas vezes, rotula-se e até exclui-se crianças com dificuldades ou limitações por falha do profissional: de não conhecer o funcionamento cerebral, por falta de estudar, de se informar, e se cercar de tudo que é preciso saber para a atuação. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Divisões da Neurociência Neurociência• Molecular: investiga a química que envolver a função neural. Estuda a troca necessária de íons para que cada célula nervosa conduza as informações de uma parte do cérebro para outra. Neurociência• Celular: estudas as diferenças entre os tipos de células no sistema nervoso e como cada um funciona. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Neurociência• de Sistemas: estuda grupos de neurônios que exercem funções comuns, por meio de conexões e circuitos. Neurociência• Comportamental: estuda a interação que existe entre os sistemas que influenciam o comportamento, o controle da postura, a influência de sensações visuais, vestibulares e de propriocepção (um dos sentidos que é desconhecido), no equilíbrio em diferentes condições. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação • Neurociência Cognitiva: estuda o pensamento, a aprendizagem, as diferentes memórias, o planejamento das ações e a linguagem. Ainda pode-se destacar que a Neurociência é o estudo do sistema nervoso: sua estrutura, seu desenvolvimento, funcionamento, evolução, relação com o comportamento e a mente, e também suas alterações. Já a Neurociência Cognitiva vincula o sistema nervoso ao processamento cognitivo. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Pesquisas no sentido de se avaliar a contribuição da neurociência na pedagogia, na psicopedagogia e na educação de modo geral estão sendo apresentadas sob as óticas diferenciadas do neurocientista, do psicólogo e do pedagogo. Esse é um aspecto interessante da situação atual, em que não se busca uma nova teoria da educação científica, mas a compreensão científica da educação. Neurociência na Educação Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A neurociência, definida como o conjunto de ciências envolvidas no estudo do sistema nervoso, especialmente do cérebro humano, tem por base a interdisciplinaridade. A educação, como arte em construção, é o eixo central da interdisciplinaridade desta pesquisa que pretende abordar os conhecimentos sobre o ser humano, em sua diversidade, na visão filosófica, antropológica, social, psicológica, biológica e neurológica. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Educadores- professores e pais- assim como psicólogos, neurologistas ou psiquiatras são, de certa maneira, aqueles que mais trabalham com o cérebro. Mais do que intervir quando ele não funciona bem, os educadores contribuem para a organização do sistema nervoso do aprendiz e, portanto, dos comportamentos que ele apresentará durante a vida. E essa é uma tarefa de grande responsabilidade! Portanto, é curioso não conhecerem o funcionamento cerebral. (Cosenza, 2011) Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A tecnologia de neuroimagem tem apresentado resultados interessantes para a interpretação não somente da anatomia, mas do funcionamento do cérebro humano em tempo real. São pesquisas iniciais que permitem vislumbrar o alcance de sua aplicação em educação, na compreensão de como o cérebro aprende, indicando um novo paradigma nas práticas educacionais. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Maximizar a aprendizagem, aprender melhor, aprender a aprender, compreender como o ser humano aprende são temas que remetem ao professor, à sua formação acadêmica inicial e continuada, capacitando-o para o papel essencial na educação. Muito se discute sobre como as pessoas aprendem, mas pouco sobre como elas são ensinadas. Não se tem a intenção de defender ou se posicionar a favor ou contra linhas de pesquisa, correntes filosóficas ou teorias educacionais, mas sim de encontrar bases científicas que possam contribuir para a compreensão dos processos educacionais em relação à aprendizagem e à formação do professor. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação O desenvolvimento da pesquisa integrada na neuroeducação, com padrões e metodologias próprias, envolve a pedagogia, a psicologia e a neurologia, além de outras áreas relativas às tecnologias educacionais. A neuroeducação pode ser o campo de mudança de paradigma no processo ensino-aprendizagem que se deseja para a educação ao longo da vida toda da pessoa. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Programas de pesquisas são desenvolvidos nas tradicionais instituições acadêmicas norte-americanas, como as Universidade de Harvard, John Hopkins e do Texas, além de outras instituições privadas, como a Fundação Dana estão envolvidas no tema neuroeducação, com crescente interesse de educadores, que buscam compreender como a neurociência pode afetar a sua profissão. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A dificuldade em idealizar e realizar estudos que envolvam crianças em idade escolar pode explicar a demora em transformar a realidade da sala de aula a partir dos laboratórios de pesquisa. São duas as vertentes das pesquisas em neuroeducação: • A primeira, voltada para o estudo de condições específicas de desenvolvimento que podem gerar problemas na aprendizagem, como dislexia e autismo. • A segunda, voltada para a compreensão de como o cérebro funciona e se desenvolve. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As duas são relacionadas e podem produzir conhecimentos que ajudem o aluno a aprender e também possam esclarecer situações específicas do processo ensino-aprendizagem. A neuroeducação, a ciência da educação, vem se consolidando nos últimos anos, principalmente nos Estados Unidos, como um campo multidisciplinar de conhecimento e de atuação profissional, nas áreas de docência e da pesquisa educacional. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadasa educação A neurociência se alia à educação em busca de uma resposta que este trabalho busca contribuir discutindo a ciência da aprendizagem que apresenta propostas para a aprendizagem ativa, repensando-se o que é ensinado, como se ensina e como se avalia a aprendizagem. A neuroeducação vem se constituindo num campo de pesquisa educacional, com metodologia própria, que se fortalece com as contribuições da neurociência, da psicologia e da pedagogia. Neurociência, Educação e Aprendizagem Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Os estudos atuais sobre a mente, o cérebro e os processos neurais envolvidos no pensamento e na aprendizagem têm possibilitado a emergência de explicações e uma melhor compreensão da ciência da educação. As investigações multidisciplinares e interdisciplinares com a contribuição científica estão abrindo o caminho que pode levar a pesquisa educacional básica à prática da sala de aula. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Trinta anos atrás, os educadores prestavam pouca atenção ao trabalho dos cientistas cognitivos, e os pesquisadores do nascente campo da ciência cognitiva trabalhavam bastante afastados das salas de aula. Atualmente, os pesquisadores cognitivos estão dedicando mais tempo ao trabalho com os professores, testando e refinando suas teorias em salas de aula reais, onde podem ver como os diversos ambientes e as interações nas salas de aula influenciam as aplicações das suas teorias. Hoje, o que talvez seja mais extraordinário são as diversas abordagens e técnicas de pesquisa que foram desenvolvidas, e a maneira pela qual começam a convergir as descobertas provenientes de ramos muito distintos da ciência. (Bransford, 2007) Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação São enumerados os avanços sobre a aprendizagem com excelentes expectativas. Como exemplo, as pesquisas em psicologia cognitiva que contribuíram para a compreensão dos princípios da organização do conhecimento que desenvolve a capacidade para solução de problemas em áreas específicas, como a matemática, os estudos sociais ou a história. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Currículos inovadores com relação a raciocínio avançado podem ser apresentados às crianças mais novas, com base em pesquisas que demonstram que elas têm uma boa compreensão de princípios básicos de biologia e física. Os princípios para a estruturação das experiências de aprendizagem que permitem às pessoas utilizarem o que aprenderam em novos cenários foram identificados em pesquisas sobre aprendizagem e transferência. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Os estudos de psicologia social, de psicologia cognitiva e de antropologia evidenciam que toda aprendizagem acontece em cenários que apresentam conjuntos específicos de normas e expectativas culturais e sociais. Compreendendo como tais processos evoluem e se inter-relacionam sistemicamente no cérebro, os profissionais ficam, certamente, mais próximos do que são efetivamente as funções cognitivas da aprendizagem, podendo, por esse meio, identificar os obstáculos que a bloqueiam ou prevenir disfunções ou dificuldades (ou descapacidades) que a impedem de florescer. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A neurociência tem meios para comprovar os diversos princípios da aprendizagem através de pesquisas de laboratório. Estudos demonstram como a aprendizagem modifica a estrutura cerebral, assim com seu funcionamento. As tecnologias emergentes podem gerar oportunidades de aprendizagem que não seriam sequer imaginadas há algum tempo. O desenvolvimento atual nos estudos relacionados com a aprendizagem mostra como a ciência ganha um novo valor para a prática. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Compreender como os seres humanos aprendem é importante para instigar as mudanças que se esperam do sistema educacional. “O ser humano, como ser aprendente, acaba por se transformar no produto das interações interiores e exteriores que realiza com os outros seres humanos, ou seja, com a sociedade no seu todo.” (FONSECA, 2009, p.65). Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Saber não mais se refere à capacidade de se lembrar de informações ou repetir informações recebidas, mas como a capacidade de encontrar e usar as informações corretas em contextos diversos. A educação não pode mais se propor a suprir todo o conhecimento humano, mas deve preocupar-se em proporcionar meios ao aluno para o desenvolvimento de recursos intelectuais e de estratégias de aprendizagem capazes de ajudá-lo na aquisição de conhecimento que lhe permita pensar ativamente sobre as ciências. Assim entendido, a pessoa torna-se um aprendiz vitalício e independente. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As pesquisas educacionais mostram que existem novas possibilidades e maneiras de se apresentar conteúdos. Abordagens mais recentes possibilitam o desenvolvimento de um entendimento mais aprofundado sobre um tema relevante para a maior parte das pessoas. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A psicologia cognitiva está elucidando os princípios da organização do conhecimento que possibilita resolver questões em diversas áreas. Existe base em pesquisas do desenvolvimento de que existam currículos que introduzam conceitos necessários para o desenvolvimento raciocínio avançados em idades mais precoces. Alguns princípios importantes e necessários para a estruturação de experiências de aprendizagem foram evidenciados em pesquisas sobre aprendizagem e transferência de conhecimento. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Os estudos de psicologia social e cognitiva, como também antropológicos demonstram que toda aprendizagem ocorre em cenários específicos e relacionados a expectativas socioculturais. A neurociência dispõe de recursos para estudar a aprendizagem a partir de pesquisa em laboratório demonstrando que a aprendizagem modifica a estrutura física do cérebro e sua organização funcional. Os pesquisadores têm descoberto como aprender a partir da sabedoria prática, assim como acontece a aprendizagem em outros cenários. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As tecnologias emergentes podem criar oportunidades que orientem e melhorem a aprendizagem. Os investimentos em pesquisa básica em educação estão retornando em aplicações práticas. Há expectativas de que ocorram mudanças quanto ao que se espera dos sistemas educacionais atuais. O conhecimento e as informações, atualmente, são produzidos num ritmo inusitado na história da humanidade. Nos tempos atuais não se espera que alguém se lembre ou repita informações, mas que seja capaz de encontrá-las e delas fazer uso. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As primeiras tentativas de se estudar a mente humana, de modo sistematizado, aconteceram no final do século XIX. Até então, este era um assunto da teologia e da filosofia. Em reação a estas posições subjetivas decorrentes da introspecção filosófica, a psicologia científica do inicio do século XX projetou a escola behaviorista clássica de John B. Watson. Nela a consciência não sendo um conceito definível não faz parte de seu objeto de estudo, que se restringe a comportamentos observáveis. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação O estudo dos processos mentais foi abandonado em detrimento do estudo do comportamento. O comportamento neste contexto é entendido como qualquer mudança observada em determinado organismo que fosse desencadeado por um estímulo ambiental com ênfase no sistema motor e glandular. Não seria a questão de negação da existência de processos mentais, mas a impossibilidade de se realizar estudos objetivos, propondo-se um adiamento deseus estudos. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Recorrendo à tradição empírica, os behavioristas conceituaram a aprendizagem como o processo de estabelecer conexões entre os estímulos e as reações. O que a neurociência atual enfatiza é que entre estes dois pontos existe uma estrutura inteligente, o cérebro humano. O behaviorismo inicial, focado nas condições de estímulos observáveis e os comportamentos a eles relacionados, dificultou o estudo das funções mentais essenciais para a educação. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A fome, a recompensa e a punição são as principais motivações para o aprendizado. A limitação do Behaviorismo inicial (“behaviorismo” com bê maiúsculo) decorrente da restrição do seu foco de estudo, deu lugar a uma forma moderada de behaviorismo (behaviorismo com bê minúsculo). Apesar desta moderação, foi mantido o mesmo rigor científico na abordagem do comportamento, admitindo a possibilidade de um estado mental para explicar alguns fenômenos. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Considera-se, na ciência da aprendizagem, a importância de que a pessoa assuma o controle da própria aprendizagem, aprendendo, também, a identificar quando entendem e quando necessitam de mais informações. Com estes princípios, a educação pode se beneficiar dos novos conhecimentos da neurociência para melhorar significativamente a capacidade das pessoas se tornarem aprendizes ativos, empenhados em entender e preparados para transferir o que aprenderam na solução de novas situações complexas ou novos problemas. Repensa-se, assim o que é ensinado, como se ensina e como se avalia a aprendizagem. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação O conhecimento de fatos sem conexão sem a oportunidade de aprender e compreender não desenvolve uma competência. Estudando comparativamente especialistas e iniciantes em suas diversas áreas apresenta Bransford conclusões interessantes e úteis para a educação: Aprendizes• de todas as idades devem expandir a compreensão existente e elaborá-la. A compreensão pré-existente pode permanecer mesmo depois de ser ensinado um novo modelo que contradiz a compreensão ingênua; Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação • O desempenho de especialistas, independentes do campo, utilizam uma base de informações amplamente estruturada; Uma• diferença evidente entre o especialista e o principiante é que o domínio dos conceitos pelo especialista molda seu entendimento a respeito da nova informação permitindo identificação de padrões, correlações, discrepâncias que não são evidentes para os principiantes ajudando a selecionar e lembrar informações relevantes; Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Especialistas• são mais capazes de acessar fluentemente o conhecimento em decorrência de sua maior compreensão do assunto. A tarefa da educação pode ser vista como a de mover os estudantes na direção de uma compreensão mais formal (ou maior competência). Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A metacognição é uma estratégia a ser desenvolvida para que a própria pessoa seja capaz de prever resultados, de dar explicações a si mesmas para que melhore a compreensão, de perceber falhas na aprendizagem e corrigir, planejar seu aprendizado. O ensino de atividades metacognitivas incorporadas ao assunto em estudo capacita o aluno a se estimular monitorando sua própria aprendizagem. As práticas metacognitivas demonstraram aumentar o grau em que os estudantes transferem o que aprenderam para novos cenários e eventos. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Analisando as consequências destes conhecimentos para a formação de professores e sua tarefa de ensinar percebe-se que os professores devem extrair a compreensão preexistente trazida pelos alunos e trabalhar com ela. A compreensão mais formal do assunto é construída sobre a base das concepções iniciais do aluno criando, na sala de aula, tarefas e condições em que o pensamento do aluno possa se revelar. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A finalidade da avaliação deve ser ampliada para um conceito formativo, contribuindo para que o pensamento do aluno torne-se visível para eles mesmos, para seus colegas e para o professor. É um feedback que orienta a modificação e o refinamento do raciocínio. Com o foco na aprendizagem com compreensão, a avaliação deve revelar o entendimento mais que demonstrar capacidade de repetir fatos ou desempenhar habilidades. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação O professor em formação deve ser apto para identificar ideias preconcebidas previsíveis do aluno que possam ser obstáculos ao domínio de um assunto específico. Deve descobrir ideias preconcebidas não previsíveis e trabalhar estas ideias para que o aluno as elabore, as reveja e, quando adequado, seja capaz de substituí-las. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A visão geral deve ser substituída por uma cobertura detalhada. Os professores devem ensinar algum assunto em profundidade, fornecendo muitos exemplos em que o conceito está em ação e proporcionando uma base sólida de conhecimento factual. O aluno deve compreender os conceitos que definem os domínios da disciplina. O próprio professor deve trazer, para o ensino, a sua experiência do estudo aprofundado de sua área de atuação. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Deste modo, ele poderá desenvolver recursos pedagógicos eficientes para ajudar o aluno entender a relação entre as informações e os conceitos que facilitem a organização do conhecimento. O professor deve se preocupar em como evolui e se desenvolve o raciocínio do aluno acerca desses conceitos. A avaliação com o fim de responsabilização pelos resultados deve testar a compreensão profunda e não o conhecimento superficial. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As ferramentas de avaliação, com frequência, são, no entanto, critérios de responsabilização do professor. As novas ferramentas de avaliação devem estar alinhadas com as novas abordagens de ensino e será necessário muito trabalho para evitar o desequilíbrio entre a avaliação profunda, que impõe desafios para a objetividade, e a avaliação objetiva, que facilita a classificação objetiva. As escolas e as salas de aula devem estar centradas no aprendiz. Para proporcionar um ambiente de sala de aula centrada no conhecimento, é preciso prestar atenção ao que é ensinado (informação, assuntos), porque é ensinado (compreensão) e como se revela a competência ou habilidade. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As avaliações formativas - avaliações contínuas, idealizadas para tornar visível o raciocínio dos alunos tanto para eles próprios, como para os professores - são essenciais. Permitem que o professor compreenda as ideias preconcebidas dos estudantes, perceba em que ponto os alunos estão no caminho que leva ao raciocínio informal para o formal e planeje a instrução de acordo com isso. No ambiente de sala de aula centrada na avaliação, as avaliações formativas ajudam tanto professores como alunos no monitoramento do progresso. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A aprendizagem é influenciada de maneira fundamental pelo contexto em que acontece. Uma abordagem centrada na comunidade requer o desenvolvimento de normas para a sala de aula e para a escola, assim como conexões com o mundo exterior que apoiem valores essenciais da aprendizagem. O aluno pode não reconhecer a importância da metacognição e esta deve ser explicitada pelo professor,o ensino de habilidades metacognitivas deve ser integrado no currículo de diversas áreas temáticas. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A integração da instrução metacognitiva com a aprendizagem baseada na disciplina pode acelerar o progresso do aluno de desenvolver, neles, a capacidade de aprender sozinho. Não existe nenhuma prática de ensino que seja universalmente melhor. Os livros e aulas expositivas podem ser eficientes na transmissão de novas informações para aprendizagem estimulando a imaginação e aguçando a crítica do aluno, mas não seriam eficientes para extrair o seu nível de compreensão. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Se o ponto de partida for um conjunto de princípios de aprendizagem, a seleção da estratégia de ensino poderá ser escolhida de acordo com critérios por assunto, nível escolar, resultado esperado. Com o enfoque em como as pessoas aprendem o professor não estará diante de escolhas excludentes do isto ou aquilo como, por exemplo, dar ênfase aos fundamentos, ou ensinar a pensar ou na solução de problemas. Todos estes enfoques são necessários. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Tentar ensinar habilidades de raciocínio sem uma base sólida de conhecimento não capacita o aluno para resolver problemas como também não sustenta a transferência de conhecimento para novas situações. O construtivismo, visto como um conjunto de teorias, sem se restringir a uma linha pedagógica, alicerça muitos princípios aplicados pelos professores na sala de aula. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Desenvolvimento e Aprendizagem Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Sem dúvida, já existem contribuições das neurociências que fundamentam a prática educacional. Embora não seja possível, a partir delas, prescrever receitas para a solução dos problemas da educação, conhecer a aprendizagem numa perspectiva neurobiológica pode auxiliar educadores, professores e pais, a compreender alguns aspectos das dificuldades para aprendizagem e inspirar práticas educacionais cotidianas. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Sabe-se que os cuidados com o pré-natal são fundamentais para o desenvolvimento adequado do sistema nervoso (SN). Neste período, estruturas cerebrais são formadas e conexões entre células nervosas – sinapses - determinadas geneticamente, são estabelecidas, garantindo a organização estrutural e funcional fundamental para comportamentos típicos da espécie, como andar, se comunicar, sugar, expressar emoções, entre outros. User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Deficiências nutricionais, ingestão de certas substâncias químicas, infecção por vírus e protozoários, exposição a radiações e até informações genéticas ou cromossômicas erradas (síndromes de Williams, Down, Asperger, autismo, dislexia, etc.) podem alterar a estrutura básica do SN. A criança que tem um SN diferente apresentará comportamentos, habilidades limitações e potencialidades cognitivas distintas das demais e poderá demandar estratégias de aprendizagem alternativas. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Após o nascimento, a interação do bebê com o meio em que vive e os cuidados na primeira infância são muito significativos. Este é um período receptivo, de intenso desenvolvimento do SN, no qual as redes neurais são mais sensíveis às mudanças, quando novos comportamentos podem ser progressivamente adquiridos, preparando o cérebro para novas e mais complexas aprendizagens. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A educação infantil e a exposição a estímulos sensoriais, motores, emocionais e sociais variados, frequentes e repetidos nessa fase contribuirá para a manutenção das sinapses já estabelecidas, com preservação de comportamentos com os quais nasce, e para a formação de novas sinapses, resultando em novos comportamentos. Falta de estimulação pode levar a perda de sinapses. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Crianças pouco estimuladas nos primeiros anos de vida podem apresentar dificuldade para a aprendizagem, porque o cérebro delas ainda não teve a oportunidade de utilizar todo o potencial de reorganização de suas redes neurais. Embora necessitem de mais estímulos e estratégias alternativas de aprendizagem, ainda terão chance de recuperar o tempo perdido e as habilidades não desenvolvidas até então. Um lar saudável, um ambiente familiar adequado, bons exemplos e uma boa escola podem fazer grande diferença no desenvolvimento escolar. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Neuroplasticidade é a propriedade de “fazer e desfazer” conexões entre neurônios. Ela possibilita a reorganização da estrutura do SN e do cérebro e constitui a base biológica da aprendizagem e do esquecimento. Preserva-se as sinapses e, portanto, redes neurais relacionadas aos comportamentos essenciais à sobrevivência. Aprende-se que o que é significativo e necessário para viver bem e se esquece aquilo que não tem mais relevância para o viver. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Atenção é importante função mental para a aprendizagem, pois permite selecionar, num determinado momento, o estímulo mais relevante e significativo, dentre vários. Ela é mobilizada pelo que é muito novo e pelos padrões (esquemas mentais) que já se tem nos arquivos cerebrais. Daí a importância da aprendizagem contextualizada. É difícil prestar atenção por muito tempo. Intervalos ou mudanças de atividades são importantes para recuperar a capacidade de focar atenção. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Dificilmente um aluno prestará atenção em informações que não tenham relação com o seu arquivo de experiências, com seu cotidiano ou que não sejam significativas para ele. O cérebro seleciona as informações mais relevantes para o bem estar e sobrevivência e foca atenção nelas. São memorizadas as experiências que passam pelo filtro de atenção. Memória é imprescindível para a aprendizagem. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As estratégias pedagógicas devem utilizar recursos que sejam multissensoriais, para ativação de múltiplas redes neurais que estabelecerão associação entre si. Se as informações/experiências forem repetidas, a atividade mais frequente dos neurônios relacionados a elas, resultará em neuroplasticidade e produzirá sinapses mais consolidadas. Esse conjunto de neurônios associados numa rede é o substrato biológico da memória. Os registros transitórios - memória operacional - serão transformados em registros mais definitivos - memória de longa duração. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Quando estuda apenas na véspera da prova, o aluno mantém as informações na memória operacional. Assim que as utiliza na prova, garantindo a nota, as esquece. A consolidação das memórias ocorre, pouco a pouco, a cada período de sono, quando as condições químicas cerebrais são propícias à neuroplasticidade. Durante o sono, o cérebro reorganiza suas sinapses, elimina aquelas em desuso e fortalece as importantes para comportamentos do cotidiano do indivíduo. Dormir pouco, dificulta a memorização. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Para aprender, é preciso estar despertos e atentos para absorver a experiência sensorial, perceptual e significativa, mas o sono é necessário para que essas experiências sejam memorizadas e, portanto,apreendidas. Memória não se forma de imediato, “da noite para o dia”. A formação de sinapses demanda reações químicas, produção de proteínas e tempo. Por isso, a aprendizagem requer reexposição aos conteúdos e diferentes experiências e complexidade crescente. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Assim, compreende-se a importância da espiral da aprendizagem. Além disso, preserva-se na memória o que é importante no cotidiano. Esquece-se o que não tem mais valor, significado ou aplicação para a vida. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação São as emoções que orientam a aprendizagem. Neurônios das áreas cerebrais que regulam as emoções, relacionadas ao medo, ansiedade, raiva, prazer, mantêm conexões com neurônios de áreas importantes para formação de memórias. Pode-se dizer que o desencadeamento de emoções favorece o estabelecimento de memórias. “Aprendemos aquilo que nos emociona”. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Aprender não depende só do cérebro, mas, também, da saúde em geral. Exercícios físicos aumentam a quantidade de fatores neurotróficos que contribuem para estabilização das sinapses e para manutenção e formação de memórias. Uma dieta balanceada, incluindo proteínas, carboidratos, gorduras, sais minerais e vitaminas, possibilita o funcionamento das células nervosas, a formação de sinapses e a formação da mielina, estrutura que participa da condução das informações entre redes neurais. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Problemas respiratórios que perturbam o sono, anemia que reduz a oxigenação dos neurônios, dificuldades auditivas e visuais não facilmente detectadas, entre outros fatores, podem dificultar a aprendizagem. É importante o aprendiz estar em boas condições de saúde para aprender bem. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Aprendizes são indivíduos em transformação. Seus cérebros, portanto, estão sempre mudando um pouco. O cérebro do adolescente ainda está em desenvolvimento, principalmente na chamada área pré-frontal, parte mais anterior do lobo frontal, envolvida com as funções executivas, ou seja, com a elaboração das estratégias de comportamento para solução de problemas e autorregulação do comportamento. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Cérebros adolescentes testam novos comportamentos com o objetivo de selecionar habilidades, atitudes e conhecimentos de fato proveitosos para a sobrevivência na vida adulta. Eles aprendem o que os motivam, o que os emocionam, o que desejam, aquilo que tem significado para seu cotidiano. Transformar o conteúdo programático de uma disciplina em algo relevante para o aprendiz é um grande desafio para o professor. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Outros fatores também influenciam a aprendizagem. Aprendizes privados de material escolar adequado, de ambiente para estudo em casa, de acesso a livros e jornais, de incentivo ou estímulo dos pais e/ou dos professores, e pouco expostos a experiências sensoriais, perceptuais, motoras, motivacionais e emocionais essenciais ao funcionamento e reorganização do SN, podem ter dificuldades para a aprendizagem, embora não sejam portadores de alterações cerebrais. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Transtornos psiquiátricos, como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e depressão, que demandam orientação médica e tratamento, podem dificultar a aprendizagem. Transtornos, como a dislexia e discalculia, caracterizados por dificuldades na aquisição de habilidades de escrita, leitura e do raciocínio lógico-matemático, resultantes de organização cerebral diferente, de provável origem genética, também comprometem a aprendizagem. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Nesses casos, as crianças conseguirão aprender, mas necessitarão de estratégias alternativas de aprendizagem, uma vez que seus cérebros utilizam caminhos ou circuitos neuronais diferentes para atingir o mesmo aprendizado. “E quando não aprendemos, o problema está sempre no cérebro?” Nem sempre. Aprendizagem não depende apenas do funcionamento cerebral. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A maioria dos casos tem relação com outros fatores, e não com um “problema cerebral”. Fatores relacionados à comunidade, família, escola, ao meio ambiente em que vive o aprendiz e à sua história de vida interferem significativamente na aprendizagem. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Além disso, ela é influenciada por aspectos culturais, sociais, econômicos e também pelas políticas públicas de educação, que tornam as neurociências apenas mais uma contribuição para a abordagem da aprendizagem. Devido à sua etiologia multifatorial, a abordagem de uma dificuldade para a aprendizagem é necessariamente multidisciplinar. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação O processos de aprendizagem exigem um certo nível de ativação e atenção, de vigilância e seleção das informações. A ativação, por meio da vigilância, conecta-se com a atenção no sentido da capacidade de focalização da atividade. São elementos fundamentais de toda atividade neuropsicológica, essenciais para manter as atividades cognitivas, inibindo o efeito de muitos neurônios que não interessam à situação. Sem uma organização cerebral integrada, intra e interneurossensorial, não é possível uma aprendizagem normal. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Os processos de codificação e decodificação são de extrema importância, quando se abordam problemas de aprendizagem. A linguagem, oral e escrita, receptiva ou expressiva, faz parte com toda sua especificidade, do sistema cognitivo. Distinguindo a dimensão de percepção e gnose, como sendo reconhecimento modal específico por meio de analisadores visuais, auditivos e somestésicos do processamento conceptual e ação, como pensamento e resposta (verbal ou não-verbal), a linguagem é um dos componentes fundamentais na organização cognitiva e nos processos complexos da aprendizagem. User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Os componentes cognitivos e as regiões cerebrais, que os processam, constituem um todo interconexo. A aprendizagem resulta da recepção e da troca de informações entre o meio ambiente e os diferentes centros nervosos. Desta forma, a aprendizagem inicia com um estímulo de natureza físico-química advindo do ambiente que é transformado em impulso nervoso pelos órgãos dos sentidos. User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Prestar atenção, compreender, aceitar, reter, transferir e agir são alguns dos componentes principais da aprendizagem. Assim, a informação captada é submetida a contínuo processamento e elaboração, que funciona em níveis cada vez mais complexos e profundos, desde a extração das características sensoriais, a interpretação do significado até, finalmente, a emissão da resposta. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As áreas de projeção estão relacionadas com a sensibilidade, a motricidade, e as áreas de associação e de sobreposição estão relacionadas com funções psíquicas complexas: gnosias, linguagem, esquema corpora, memória, emoções, etc. O aprender implica em certas integridades básicas, que devem estar presentes, quando oportunidades são oferecidas para a reavaliação da aprendizagem. Essas integridades são caracterizadas em três níveis: Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação • À medida que o organismo internaliza o observadoou o experienciado, começa a assimilar hierarquicamente, pelos processos psíquicos, devendo, portanto, existe controle e integridade psicoemocional para que ocorra a aprendizagem. Funções psicodinâmicas User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação • Responsáveis pelos receptores sensoriais, que são canais principais para aprendizagem simbólica. Uma subcarga sensorial implicaria em privação do cérebro de estimulação básica, para o crescimento e amadurecimento dos processo psicológicos. Funções do sistema nervoso periférico User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Responsável• pelo armazenamento, elaboração e processamento da informação, resultante da resposta apropriada do organismo. Funções do sistema nervoso central User Realce User Realce User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Considerando a aprendizagem humana como processamento de informações, nota-se que os processos “centrais” são modificações e combinação que ocorrem nas estruturas cognitivas. Na verdade, o aprendiz é concebido como um manipulador inteligente e flexível, que busca a informação e trata de organizá-la, integralizá-la, armazená-la e recuperá-la, quando necessário, de forma ativa e ajustada às estruturas cognitivas de que dispõem internamente. User Realce Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A Psicologia Clínica pode ser definida como o ramo da psicologia que tem por objeto o estudo, a avaliação e a intervenção nos problemas e nas perturbações psíquicas, bem como da componente psíquica das perturbações somáticas. O seu objeto é pois um organismo biológico, situado num contexto social com o qual interage, possuindo uma história e caracterizado pela sua reflexividade, ou seja, um organismo biopsicossocial. Psicopatologias detectadas nos alunos Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A adolescência é uma etapa do desenvolvimento que implica rápidas modificações físicas, psicológicas, cognitivas e socioculturais, tendo como finalidade a aquisição da autonomia e identidade. A pluralidade de contextos sociais e interpessoais constitui um conjunto de desafios e de fatores de risco para o adolescente que podem ter consequências na sua saúde e no seu ajustamento social e emocional. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A adolescência sendo um período de grande atividade física e psicológica, de escolhas e oportunidades, constitui por isso um período crítico e, por consequência, de desenvolvimento de comportamentos e atitudes de responsabilidade perante a saúde. Atualmente, a taxa de mortalidade e morbilidade apresentadas pelos adolescentes é o resultado dos estilos e formas de estar na vida, sendo que os fatores de risco de uma atitude de vida saudável relacionam-se com o uso e abuso de substâncias, Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação a violência e delinquência, a psicopatologia (depressão, distúrbios do comportamento alimentar), a gravidez e as doenças sexualmente transmissíveis. É importante que os adultos (profissionais da educação e saúde, pais e família, etc.) criem condições para que os jovens e crianças aprendam e desenvolvam as suas competências pessoais e sociais, a sua capacidade de resolução de problemas e tomada de decisões, de gestão de conflitos interpessoais e de comunicação, de forma a facilitar o desenvolvimento da capacidade de escolha de um estilo de vida saudável, assim, como a sua manutenção. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Considerando que a saúde é a capacidade de cada homem, mulher ou criança para criar e lutar pelo seu projeto de vida, pessoal e original, em direção ao bem estar, cabe sem dúvida aos sistemas educativos, perante o conhecimento rigoroso das características e dimensão dos problemas de saúde, condicionados pelos comportamentos, para eles construir respostas preventivas que são parte integrante da formação global do cidadão. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A psicopatologia fundamenta-se através da observação e sistematização de fenômenos do psiquismo humano e presta a sua indispensável colaboração aos profissionais que trabalham com saúde mental, em especial os psiquiatras, os psicólogos, os assistentes sociais, os professores, entre outros. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Perturbação da Hiperatividade e Déficit de Atenção Esta perturbação apresenta como principal característica “um padrão persistente de falta de atenção e/ou impulsividade – hiperatividade, com uma intensidade que é mais frequente e grave que o observado habitualmente nos sujeitos com um nível semelhante de desenvolvimento”. Salienta-se que estes comportamentos devem manifestar-se antes dos sete anos de idade, mas podem ser diagnosticados bastantes mais tarde, depois de terem sido considerados durante anos, crianças desatentas. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Estes problemas normalmente devem ser detectados em duas situações (por exemplo: casa - escola, etc.). As faltas de atenção podem manifestar-se em situações escolares, sociais etc. “Os sujeitos com esta perturbação podem não dar atenção suficiente aos pormenores ou podem cometer erros de descuido nas tarefas escolares ou noutras tarefas”. Os alunos revelam dificuldades de concentração nas tarefas propostas e os seus trabalhos são incompletos, desorganizados e por vezes incorretos, devido essencialmente à referida dificuldade. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Revelam uma atitude alheada das tarefas escolares, assim como dificuldade em finalizar as tarefas propostas. São alunos com facilidade para se distraírem com estímulos irrelevantes (ruídos, sinais, etc.) quando comparados com alunos de padrão normal, também apresentam diversas faltas de material por esquecimento. Apresentam, normalmente, insucesso escolar motivado pela falta de concentração e hábitos de estudo. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Em situações sociais esta perturbação pode manifestar-se por “frequentes mudanças na conversa, não prestar atenção aos outros, não manter um raciocínio na conversa e não seguir os pormenores ou as regras de jogos ou atividades.”. Quanto à hiperatividade manifesta-se pela dificuldade em se manter quieto, quando o deve fazer. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação “A hiperatividade pode manifestar-se por estar inquieto ou mover-se quando está sentado, não ficar sentado quando se espera que o faça, correr ou saltar excessivamente em situações em que é inadequado fazê-lo, ter dificuldades em brincar ou atuar tranquilamente em atividades de lazer, frequentemente andar ou atuar como se ou frequentemente falar em excesso.” Esta perturbação varia dependendo da idade e do nível de desenvolvimento do sujeito. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Por exemplo, em crianças em idade pré-escolar esta perturbação manifesta-se por serem muito ativas com dificuldades em participarem em atividades sedentárias. Nas crianças de idade escolar, além de demonstrarem os mesmos comportamentos, mas com menor frequência, têm dificuldade em se concentrarem nas tarefas escolares, pois não conseguem estar quietos, podendo ainda, conversar muito. Nos adolescentes esta perturbação dificulta a dedicação a atividades sedentárias e tranquilas, tornando-se pessoas instáveis e inquietas. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A impulsividade, característica típica das pessoas com esta perturbação, manifesta-se por “impaciência, dificuldade para adiar respostas, precipitação das respostas antes que as perguntas tenham acabado, dificuldade em esperar pela sua vez, interromper ou interferir frequentemente com os outros ao ponto de provocarem problemas em situações sociais, escolaresou laborais”. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Normalmente, são pessoas que emitem comentários inoportunos, desadequados ao contexto, interrompem conversas. Por vezes, envolvem-se em atividades perigosas, não medindo as consequências dos seus atos. Os alunos com perturbação da hiperatividade e défice da atenção normalmente apresentam um rendimento escolar mais baixo. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As características associadas variam dependendo da idade e estádio de desenvolvimento e podem incluir uma baixa tolerância à frustração, arrebatamentos emocionais, teimosia, insistência excessiva e frequente em que as suas exigências sejam satisfeitas, labilidade emocional, desmoralização, disforia, rejeição pelos companheiros e baixo autoestima. Com frequência, o rendimento escolar está afetado e desvalorizado, o que tipicamente conduz a conflitos com a família e autoridades escolares. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Esta perturbação pode ocorrer em qualquer cultura, com valores diferentes de prevalência nos diferentes países ocidentais, o que pode ser explicado “provavelmente devido a práticas de diagnóstico diferentes e não devido a diferenças na apresentação clínica do quadro. Esta perturbação é mais frequente em pessoas do sexo masculino. Os dados referentes à adolescência são ainda imprecisos. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Problemas comportamentais A característica principal da perturbação do comportamento é “um padrão de comportamento persistente e repetitivo em que são violados os direitos básicos dos outros ou importantes regras ou normas sociais próprias da idade do sujeito. Estes comportamentos agrupam-se em 4 tipos principais: Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Comportamento• agressivo que causa sofrimento às outras pessoas ou aos animais; Comportamento• não agressivo que causam prejuízos ou destruição de propriedade; Falsificação• e roubos; Violações• graves das normas. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Esta perturbação pode se manifestar na escola, em casa ou em sociedade. Pode ainda ser agrupada segundo a sua gravidade em três graus: ligeiro, moderado e grave, “Os sujeitos com Perturbação do Comportamento têm fraca empatia e pouca preocupação com os sentimentos, desejos e bem-estar dos outros.” Apresentam como características associadas a baixa tolerância à frustração, a irritabilidade, o temperamento explosivo e a imprudência. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As causas mais apontadas para predispor o sujeito a desenvolver uma perturbação comportamental são variadas, das quais se destacam: rejeição ou abandono pelos pais, negligência, temperamento infantil difícil, práticas educativas incoerentes com disciplina rígida, abusos sexuais ou físicos, falta de supervisão, vida institucional precoce, mudanças frequentes das pessoas que tomam conta das referidas crianças, Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação famílias numerosas, história de tabagismo materna durante a gravidez, associação a grupos de companheiros delinquentes, vida em bairros violentos e certos tipos de psicopatologia familiar. Estudos revelam, ainda, que a Perturbação do Comportamento é influenciada por fatores genéticos e ambientais. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Perturbação do Humor A Perturbação do Humor inclui as perturbações que têm como característica predominante uma perturbação do humor. Existem vários tipos de Transtornos de Humor, dos quais se salienta o Transtorno Depressivo Maior – que apresenta como característica principal, num período mínimo de duas semanas, um humor deprimido (ou até irritado), ou revela perda de interesse por quase todas as atividades. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Estes sintomas podem ser acompanhados ainda pelos seguintes: alterações no apetite ou peso (em ambas as direções), alteração no sono, diminuição da energia, cansaço e fadiga, sentimentos de culpa, dificuldades de concentração e tomada de decisões, pensamentos suicidas. Estas pessoas são, usualmente, caracterizadas como deprimidas, tristes, ansiosas, desesperançadas ou “para baixo”. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Parecem sempre com propensão para o choro, preocupam-se muito com a saúde física, queixam-se com frequência de dores, doenças e têm tendência para a irritabilidade. Um dos problemas mais sérios que pode estar associado a esta perturbação é a tentativa ou a concretização do suicídio. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Perturbação da Ansiedade Generalizada É caracterizada pela preocupação excessiva ou por uma ansiedade excessiva, ocorrendo estes transtornos em muitos dias por um período superior a seis meses, em relação a várias situações, acontecimentos ou atividades. A pessoa sente que não consegue controlar a preocupação ou a ansiedade e normalmente esta é acompanhada por outros sintomas, tais como: inquietação, nervosismo, fadiga, dificuldade de concentração, irritabilidade, tensão muscular e perturbação do sono. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A intensidade, duração ou frequência da ansiedade ou preocupação são claramente desproporcionais à real probabilidade ou impacto do evento temido. São, normalmente, pessoas com carácter inseguro, perfeccionista e conformadas. Muitas pessoas relatam que sempre foram ansiosas e nervosas, outras apontam o início da perturbação para a infância e adolescência, mas também pode ocorrer já na fase adulta acompanhada de uma situação de stress. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Stress Em 1936 o médico Hans Selye definiu stress como sendo uma resposta do organismo a acontecimentos que provocam o desequilíbrio no bem-estar, e sendo provocado por um acontecimento que obriga a alterar o comportamento. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Stress• Agudo Nesta perturbação desenvolve-se uma ansiedade característica e outros sintomas, que aparecem após um mês da exposição a uma situação de stress traumática. O indivíduo pode apresentar um dos seguintes sintomas: ausência de respostas emocionais, redução da consciência sobre o que o rodeia, entre outros. A prevalência deste transtorno depende da gravidade e persistência do trauma e do grau de exposição ao mesmo. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação • Stress Pós-Traumático A principal característica é o desenvolvimento de sintomas característicos após a exposição ao stress traumático, envolvendo a experiência pessoal direta com o acontecimento ameaçador, que pode envolver morte, ferimentos, ou outra ameaça à própria integridade física; ter testemunhado um acontecimento que envolva a morte violenta ou inesperada, ameaça à integridade física de outra pessoa ou ferimentos graves; Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação ou o conhecimento sobre a morte violenta ou inesperada, ameaça de morte ou ferimento grave de um familiar ou outra pessoa próxima. As reações a estes acontecimentos, normalmente, envolvem sentimentos como o medo, o horror e a impotência. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Perturbação de Sono Entende-se por Transtornos Primários do Sono, os decorrentes das anormalidades endógenas nos mecanismos de geração ou nos horários de sono/vigília. Estes transtornos são caracterizados por anormalidades na quantidade, qualidade ou tempo de sono ou caracterizados por acontecimentos comportamentais ou fisiológicos anormais ocorrendo em associação com o sono. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Insônia• Primária A característica principal desta perturbação baseia-se na dificuldade para adormecer e manter o sono; dificuldadejá com a duração de pelo menos um mês, causando sofrimento clínico, problemas sociais e escolares. No entanto desenvolve-se um ciclo vicioso, pois os indivíduos manifestam uma preocupação pela incapacidade de dormir e adormecer. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação As pessoas revelam sinais de cansaço, podem ainda se queixarem de cefaleias, tensão muscular, indisposições, entre outros. Esta perturbação, em crianças e jovens em idade escolar, faz baixar o rendimento e aproveitamento escolar. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Hipersônia• Primária Esta perturbação tem como característica principal uma sonolência excessiva por um período mínimo de um mês, evidenciando episódios prolongados de sono ou então por episódios de sono diurno quase diários. Salienta-se que a qualidade e quantidade de sono noturno são normais. O sono diurno surge em situações de baixa atividade (exemplo: ver televisão, ler, etc.) Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Esta perturbação acarreta problemas sociais, familiares, entre outros, pois por vezes é confundida com preguiça ou tédio. Quando se manifesta em crianças e jovens, em idade escolar, diminuir o aproveitamento e sucesso acadêmico. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação Postula-se que o avanço do conhecimento neste milênio só será possível a partir de uma perspectiva transdisciplinar. As diversas áreas do conhecimento deveriam utilizar seus pressupostos para avançar em direção a novos conhecimentos. A educação pode se beneficiar dos conhecimentos da neurobiologia para abordagem das dificuldades escolares e suas intervenções terapêuticas. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação A reflexão sobre as possibilidades e desafios do diálogo entre a neurociência e a educação pode trazer avanços para ambas as áreas. Com conhecimento científico, intercâmbio de experiências, julgamento crítico, paciência, vontade, disposição, energia, dedicação, mas sem euforia, será feito fazer bom uso das contribuições das neurociências. E assim, saber como o cérebro funciona, pode, de fato, ajudar a educar. Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação American• Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014. BRANSFORD,• J. D.; BROWN, A. L.; COCKING, R. R. Como as pessoas aprendem. Cérebro mente, experiência e escola. São Paulo, SP: Editora Senac, 2007. COSENZA,• R.M. Neurociência e Educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011. FONSECA,• Vitor da. Cognição, neuropsicologia e aprendizagem: abordagem neuropsicológica e psicopedagógica. Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2009. Referências Neuropsicopatologias e Neurociências aplicadas a educação FONSECA,• Vitor da. Terapia Psicomotora: estudo de casos. 6.ed. Lisboa, Portugal: Âncora Editora, 2007. GUERRA,• Leonor Bezerra. O diálogo entre a neurociência e a educação: da euforia aos desafios e possibilidades. Revista Interlocução, v. 4, n. 4, 2011. 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