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Roteiros de Exportação e Importação

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Roteiros da exportação e importação
Para que a exportação alcance o sucesso almejado, é necessário seguir alguns passos básicos que incluem desde o planejamento inicial até o despacho efetivo da mercadoria. Cada etapa requer o conhecimento e cumprimento de regras que se aplicam às operações de comércio exterior.
As importações brasileiras sujeitam-se aos controles administrativo, fiscal e cambial. O não cumprimento das regras de cada etapa pode comprometer a importação e acarretar multas, atrasos e até mesmo a perda da mercadoria.
Vamos falar agora sobre exportação. Ao se abrir ao mercado externo, exportando seus produtos e competindo no mercado internacional, a empresa passa a usufruir de muitas vantagens. Selecione os números a seguir para descobrir cinco dessas vantagens.
Etapa 1
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Aprimoramento da capacidade produtiva, com desenvolvimento de novas tecnologias e produção com qualidade. Quando a empresa começa a exportar, sua produção aumenta em quantidade e em qualidade, o que diminui o custo de fabricação das mercadorias, sendo este um fator de competitividade e aumento da margem de lucro.
Etapa 2
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Melhora dos processos de gestão e de recursos humanos para poder concorrer no mercado globalizado. Com a abertura ao exterior, a empresa aprimora seus métodos administrativos e organizacionais, inclusive com a preparação de pessoal qualificado.
Etapa 3
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Facilidade para obtenção de financiamentos voltados à exportação, com juros e condições mais favoráveis. Existem no mercado vários financiamentos a custo reduzido para o exportador, quer seja nas instituições financeiras, como o ACC (Adiantamento de Contrato de Câmbio), o ACE (Adiantamento sobre Cambiais Entregues), PROGER (Exportação), CCE (Cédula de Crédito à Exportação), NCE (Nota de Crédito à Exportação), quer seja pelos órgãos governamentais, como o Proex (Programa de Financiamento às Exportações), gerenciado pelo Banco do Brasil, e o programa BNDES-Exim.
Etapa 4
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Diminuição da carga tributária podendo usufruir de benefícios concedidos pelo governo aos exportadores, como isenção de impostos. As exportações brasileiras se beneficiam de isenção de impostos como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS, Cofins e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).
Etapa 5
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Não dependência do mercado interno, que pode estar em retração. Ao exportar, a empresa diversifica suas fontes de renda, não sendo afetada em caso de diminuição da demanda no mercado interno.
As exportações podem ser realizadas de forma direta e indireta, ou seja, a própria empresa pode ser a fabricante do produto e vender diretamente ao comprador estrangeiro, ou pode utilizar uma empresa intermediária para comercializar os seus produtos no exterior.
Em geral, pequenas e médias empresas, que não têm estrutura organizacional para atuar na exportação, iniciam seu processo de exportação por meio desses intermediários, que são as trading companies, empresas comerciais exportadoras ou mesmo os consórcios de exportação.
No caso de exportação indireta, a empresa que produz a mercadoria vende no mercado interno a esses intermediários que cuidarão da comercialização do produto no exterior, do transporte e da divulgação e distribuição no país estrangeiro.
Para ingressar no competitivo mercado externo, a empresa deve avaliar a sua capacidade, realizando uma análise de suas forças e fraquezas, de modo a verificar quais áreas ela deve aprimorar e quais áreas podem ser utilizadas como vantagem competitiva em relação, principalmente, aos seus concorrentes externos.
A empresa precisa, inicialmente, definir qual produto pretende colocar no mercado externo e quais as adaptações serão necessárias para que o artigo atenda às necessidades do público externo, já que existem diferenças de cultura que podem refletir no gosto, nas dimensões e forma do produto.
Para a divulgação do produto no exterior, a empresa pode participar de feiras internacionais que contam muitas vezes com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento – Apex Brasil.
País-alvo
A escolha do país-alvo também é um fator determinante para o sucesso da exportação. É preciso analisar o macroambiente do país estrangeiro, obtendo informações sobre o risco-país e o risco comercial do novo comprador.
O risco-país é um indicador do risco de se realizar negócios com um país e que identifica o grau de instabilidade econômica daquele território.
Outro aspecto analisado é o balanço de pagamentos do país e o nível de suas reservas internacionais.
A escolha do país-alvo pode se pautar:
1. Pela proximidade geográfica, considerando as facilidades logísticas.
2. Pela similaridade cultural.
3. Pelo nível de crescimento.
4. Pelo local onde a competição seja menor.
5. Pelo local onde o produto tenha grande aceitação.
A empresa também deverá realizar pesquisas e coleta de dados para embasar sua decisão quanto aos mercados. As pesquisas podem ser feitas nos endereços eletrônicos do Ministério das Relações Exteriores, da Secretaria de Comércio Exterior, da Apex Brasil, das Câmaras de Comércio, associações de classe, Banco Mundial, além de empresas especializadas para tal fim, que realizam pesquisas personalizadas.
Planejamento estratégico
Após a escolha do produto e do país, o passo seguinte é a elaboração do planejamento estratégico por meio de um plano de negócios que permitirá:
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Definir as metas a serem atingidas.
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Escolher a estratégia de venda mais adequada para o mercado-alvo.
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Conhecer os seus principais concorrentes.
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Analisar o perfil dos compradores.
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Avaliar os fornecedores nacionais.
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Definir os canais de distribuição.
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Analisar as barreiras ao comércio.
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Estipular o preço a ser praticado.
Na formação do preço de exportação, devem ser considerados, entre outros fatores, o Incoterm a ser negociado e a modalidade de pagamento acordada. Outro fator relevante é a correta classificação do produto na NCM, que definirá o seu enquadramento e a existência ou não de tributos e de necessidade de anuência prévia de órgão governamental.
Com relação aos incentivos fiscais, a exportação é isenta dos tributos como IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS/Pasep (Programa de Integração Social), Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias). Caso o produto a ser exportado tenha em seu componente algum item que tenha sido importado, a empresa poderá ainda se beneficiar do regime de Drawback.
Definidos todos estes fatores e, após contatos com o importador, o exportador procederá ao encaminhamento da fatura proforma, que equivale a um orçamento de sua venda.
Procedimentos
Procedimento de exportação
Após a concordância do importador e definida a venda, a empresa passará aos procedimentos de exportação no Brasil, que são:
Habilitação do exportador para operar no Siscomex
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Para ter acesso ao Siscomex, será necessário, inicialmente, realizar o registro no Sistema Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar) da Secretaria da Receita Federal.
Quando da habilitação, a empresa receberá uma senha que permitirá o acesso ao Siscomex e a possibilidade de credenciar os representantes legais. Ao ter o primeiro acesso ao Siscomex, a empresa automaticamente estará inscrita no Registro de Exportadores e Importadores (REI) da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
Para iniciar o processo de exportação de suas mercadorias, o exportador deve efetuar o registro no Portal Único do Siscomex, do documento eletrônico denominado Declaração Única de Exportação (DU-E), que define o enquadramento da exportação e que serve de base para o despacho aduaneiro. A DU-E contém informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária, fiscal e logística, que caracterizam a operação de exportação dos bens por ela amparados.
Algumas mercadorias, em função de suascaracterísticas ou de sua NCM, necessitam de licenciamento prévio de algum órgão anuente, é a LPCO (Licença, Permissão, Certificado ou Outro Documento). Este documento será mencionado na DU-E respectiva.
Despacho aduaneiro
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O despacho aduaneiro é de responsabilidade da Receita Federal. A mercadoria é encaminhada ao recinto alfandegado, onde o depositário acusa a presença de carga.
Os documentos da exportação, que instruem o despacho, são recepcionados por servidor da Receita Federal e a DU-E seguirá para a parametrização, podendo cair em um dos canais de conferência determinado pela aduana: verde, laranja ou vermelho.
Após a conferência documental, que corresponde à verificação entre outros itens, se o enquadramento da operação estiver correto, se o valor declarado na DU-E estiver compatível com as notas fiscais, a mercadoria será desembaraçada e autorizada para embarque ou transposição de fronteira.
Ocorrendo o embarque, o transportador registra os dados de embarque, com base nos documentos por ele emitidos (manifesto e conhecimento de embarque).
Averbação de embarque
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É o ato que finaliza o despacho de exportação e que corresponde à confirmação pela Receita Federal da saída da mercadoria do país.
Não basta que a mercadoria tenha sido desembaraçada, sendo necessária a confirmação de embarque ou transposição de fronteira.
O desfecho final da averbação é denominado Carga Completamente Exportada (CCE), que, em geral, ocorre automaticamente e corresponde:
· Por via marítima, à data da cláusula shipped on board ou equivalente, constante do Conhecimento de Carga.
· Por via aérea, à data do voo.
· Por via terrestre, fluvial ou lacustre, à data da transposição de fronteira.
Câmbio
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Pagamento antecipado. Neste caso, o câmbio é fechado antes do embarque da mercadoria. Lembrar que, caso a antecipação seja acima de 360 dias, é necessário o registro no RDE- ROF, do Banco Central.
Nos pagamentos à vista e a prazo, o câmbio é fechado após o embarque da mercadoria.
Veja alguns roteiros do processo de exportação:
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Roteiro básico da exportação
Roteiro com pagamento antecipado
Roteiro com pagamento à vista e a prazo
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Estudo de caso
O gerente geral da Barrett Farm Foods voltou entusiasmado de uma feira da indústria de alimentos em Colônia, Alemanha — a maior do mundo nesse setor.
A empresa, sediada na Austrália, comercializa barras de cereais e frutas secas e resolveu participar da exposição, após tomar conhecimento de um relatório do órgão governamental de promoção ao comércio, que destacou o potencial das exportações australianas de alimentos.
Na feira, houve um interesse da cadeia italiana de supermercados Standa, que pretendia oferecer aos seus clientes produtos de qualidade e diferenciados. Assim, o gerente criou uma força-tarefa com os profissionais mais experientes para lidar com complexidades de embarques internacionais, documentações de exportação e cobranças de clientes.
Algumas perguntas surgiram: como distribuir os produtos, como enfrentar os concorrentes, como lidar com custos de transporte, demanda de consumos e taxas de câmbio? Estas questões teriam que ser estudadas para o sucesso do negócio.
Procedimentos na Importação
Ao decidir por realizar uma importação, a empresa precisa inicialmente efetuar as diversas pesquisas para encontrar o fornecedor ideal para os seus propósitos. Isso inclui a análise do país do exportador e do próprio exportador quanto à sua capacidade de entregar os bens, sua idoneidade e reputação internacional.
A importação pode ser realizada de três maneiras: por conta própria, por conta e ordem de terceiros ou importação por encomenda.
Na importação por conta própria, é o importador quem realiza todos os procedimentos relativos à importação.
Já nas importações por conta e ordem de terceiros e importação por encomenda, ocorre uma terceirização dos procedimentos da importação, de modo que o contratante possa se dedicar ao seu negócio e delegar a um especialista a atividade-meio de importação. Vejamos:
Importação por conta e ordem
Uma empresa (importador) realiza o despacho aduaneiro da importação da mercadoria que foi comprada por outra empresa, chamada de adquirente, ou seja, a adquirente é o importador de fato, que irá pagar a importação, mas quem realiza o desembaraço por conta e ordem é a empresa contratada.
Importação por encomenda
Uma empresa (encomendante) contrata outra empresa para realizar todos os procedimentos da importação, inclusive o pagamento ao exportador com seus próprios recursos e depois revender ao próprio encomendante.
Procedimentos na importação
Após definidos os termos da negociação com o exportador, que incluem Incoterm e modalidade de pagamento, o importador dará início aos trâmites de importação no Brasil.
Assim como na exportação, para se concretizar a operação de importação, a empresa deverá acessar o Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior).
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Saiba mais
Para ter acesso ao sistema, será necessário inicialmente realizar o registro no Sistema Ambiente de Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar) da Secretaria da Receita Federal.
Quando da habilitação, a empresa receberá uma senha que permitirá o acesso ao Siscomex e a possibilidade de credenciar os representantes legais. Ao ter o primeiro, a empresa automaticamente estará inscrita no Registro de Exportadores e Importadores (REI), da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
A sistemática detalhada a seguir é a que está em vigor atualmente, entretanto, está prevista a implantação de um novo sistema para o registro e desembaraço das mercadorias, denominado DUIMP, que trataremos adiante.
Como regra geral, as importações estão dispensadas de Licenciamento de Importação, cabendo ao importador apenas providenciar o registro da DI (Declaração de Importação), no Siscomex, para dar início ao processo de despacho aduaneiro.
Entretanto, dependendo do NCM da mercadoria e outras condições específicas, a importação pode estar sujeita ao Licenciamento de Importação (LI), a ser concedido por algum órgão anuente do governo, previamente ao registro da DI.
As informações sobre a necessidade de LI constam no próprio Siscomex, ou nas páginas da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX).
Após ter obtida a anuência do órgão governamental, o importador irá registrar a Declaração de Importação, que é o documento que fornece as informações sobre a mercadoria e que inicia o processo de despacho aduaneiro.
A DI deve ser registrada após a chegada da carga, exceto em algumas situações específicas. Nas importações sujeitas à LI, os dados migrarão para a DI.
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Atenção!
Os licenciamentos podem ser automáticos ou não automáticos. Via de regra, eles devem ser providenciados antes do embarque da mercadoria no exterior, havendo previsão de multa por falta de licenciamento de importação.
Veja a seguir as definições dos itens que fazem parte do processo de importação:
Despacho aduaneiro
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É o procedimento fiscal necessário para a conferência aduaneira e desembaraço de toda mercadoria oriunda do exterior, importada a título definitivo ou não. Após o registro da DI, a mercadoria é submetida à seleção parametrizada de canais que podem ser canal verde, amarelo, vermelho ou cinza.
Exceto as mercadorias selecionadas para o canal verde, todas as demais são distribuídas para conferência pelo servidor da Receita Federal. A conferência aduaneira identifica o importador, constata a veracidade das informações e dos documentos e verifica o cumprimento das obrigações fiscais.
Desembaraço aduaneiro
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Após concluída a conferência aduaneira, a mercadoria é autorizada a ser entregue ao importador, que pode emitir o comprovante de importação em transação específica do Siscomex.
Impostos incidentes na importação
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Os principais impostos federais incidentes na importação são: Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programas de Integração Social eFormação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social ‒ Cofins) e o imposto estadual, aquele sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS). Nas importações por via marítima, existe ainda o Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).
Além destes impostos, podem incidir despesas adicionais como Tarifa de Capatazia, devida na movimentação e manuseio das mercadorias no terminal de carga aérea e o Ataero (Adicional de Tarifa Aeroportuária), que se destina a melhoramentos, reaparelhamento e expansão de instalações aeroportuárias.
Após o pagamento dos impostos, a mercadoria é considerada nacionalizada.
Pagamento das importações
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Pagamento antecipado — Importações pagas antes do embarque da mercadoria no exterior. Nesse caso, é sempre importante observar se a mercadoria é sujeita ao Licenciamento de Importação (LI).
Pagamento à vista — Efetuado após o embarque da mercadoria no exterior, porém antes do desembaraço aduaneiro.
Pagamento a prazo — Efetuado após o desembaraço e averbação da DI, lembrando que nos pagamentos acima de 360 dias, é necessário o registro do RDE/ROF no sistema do Banco Central.
DUIMP - Declaração única de importação
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Para o registro e liberação das importações será implementado um novo documento denominado DUIMP – Declaração Única de Importação, no portal da Siscomex.
A DUIMP será o novo registro eletrônico que reúne todas as informações de natureza aduaneira, administrativa, comercial, financeira, tributária e fiscal relativas ao controle das importações por parte dos órgãos governamentais. Esse registro substituirá a Declaração de Importação (DI) e Declaração Simplificada de Importação (DSI). A Licença de Importação será substituída pela LPCOP (Licença, Permissão, Certificado ou Outro Documento).
A DUIMP trará maior flexibilidade na concessão de licenças de importação, num ambiente único, que irá eliminar o preenchimento de documentos em papel ou acesso a outros sistemas. Além disso, irá harmonizar os procedimentos de vários órgãos da administração pública, que estarão integrados em um único local.
Veja a seguir os modelos de roteiros:
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Roteiro básico da importação
Roteiro básico para pagamento antecipado
Roteiro básico para pagamento à vista
Roteiro básico para pagamento a prazo
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Exemplo prático
A empresa ABCD negociou com o fornecedor estrangeiro a compra de alguns insumos farmacêuticos para a fabricação de medicamentos.
O fornecedor estrangeiro embarcou a mercadoria, entretanto, ao tentar liberar a mercadoria quando chegou ao Brasil, a empresa foi informada de que seria necessária a solicitação da LI junto à Anvisa.
A mercadoria ficou retida no porto por 10 dias, aguardando a liberação da LI, tendo o importador que pagar custos de armazenagem e multa. Somente após 10 dias, a empresa conseguiu registrar a DI e finalmente liberar a mercadoria.
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