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Aula 5 - Habilidade para pensar diferente

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AULA 5 
INOVAÇÃO ABERTA E 
REDES 
COLABORATIVAS 
PARA INOVAÇÃO 
CONVERSA INICIAL 
Olá! Seja bem-vindo(a) a nossa etapa! Nela, vamos abordar a 
temática da cultura da inovação. A tecnologia modificou a vida do 
ser humano, a forma de ele se relacionar e de trabalhar. Profissões 
que antes existiam não existem mais. Fica a pergunta: no que 
iremos trabalhar, futuramente? Não temos a resposta, mas 
sabemos que a criatividade ainda é uma das capacidades 
exclusivas do ser humano. 
Nesta etapa, você estudará os seguintes cinco tópicos: 
1. A tecnologia, o ser humano e a inovação; 
2. Cultura da colaboração e da inovação; 
3. Habilidades para pensar diferente; 
4. Aspectos limitantes da criatividade; e 
5. Desenvolvendo sua fábrica de ideias. 
TEMA 1 – A TECNOLOGIA, O SER HUMANO E A 
INOVAÇÃO 
Observamos que as mudanças sociais e comportamentais são 
influenciadas diretamente pela tecnologia. Vivemos a era da 
indústria 4.0, do marketing 5.0, da internet que já é 5G... Em suma, 
estamos assustados com o avanço acelerado da tecnologia. Se 
olharmos as transformações no modo de vida nos últimos séculos, 
identificamos que a Revolução Industrial foi o grande divisor de 
águas na história. Veja, a seguir, alguns pontos importantes que 
aportaram essas tantas mudanças nas nossas vidas. 
• A Primeira Revolução Industrial (1.0) aconteceu no final do 
século XVIII, na Inglaterra, com o surgimento das primeiras 
máquinas a vapor e locomotivas. A produção industrial começou a 
mudar a vida das pessoas, por meio da área têxtil, pelo tear, pois 
antes tudo era produzido manualmente. Essas mudanças 
causaram impacto na sociedade: a população, que em grande 
parte vivia na área rural, começou a se mudar para a cidade, 
buscando emprego nas indústrias. O homem se adaptou à 
máquina, perdendo o controle do seu tempo e não conhecendo 
mais o processo produtivo por inteiro, tendo conhecimento somente 
de uma parte dele, conforme apresentado no filme Tempos 
modernos (1936), de Charles 
2 
Chaplin, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=fCkFjlR7- 
JQ>. Acesso em: 3 nov. 2022 
• A Segunda Revolução Industrial (2.0) remonta ao final do 
século XIX e 
início do século XX, com o surgimento da eletricidade, nas 
linhas de produção. Os pensadores Frederick Taylor e Henri 
Fayol (considerados pais da administração) formularam então 
as características e as funções de uma administração 
eficiente. Henry Ford desenvolveu métodos para aumentar a 
produtividade com base na esteira utilizada numa linha de 
montagem. Nesse período, aumenta o uso de derivados de 
petróleo e, consequentemente, a oferta de bens de consumo. 
Dica: para aprofundar o seu conhecimento acerca dessa 
etapa da história, assista ao filme Ford: o homem e a máquina 
(1987), disponível em: <https://www.youtube.com/watch?
v=WQIz665YEHY&t=14s>. Acesso em: 3 nov. 2022 
• A Terceira Revolução Industrial (3.0) chega na década de 
1970, por intermédio da invenção do computador, da internet, 
da eletrônica, da informática, do satélite de transmissão e da 
robótica, que, gradualmente, iniciam mudanças profundas no 
mundo do trabalho. Algumas profissões começam a 
desaparecer. Como dica de aprendizado sobre esse 
momento, assista ao vídeo disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=QbuAC-bq8KY> (3a Revolução, 
2020. Acesso em: 3 nov. 2022). 
• A Quarta Revolução Industrial (4.0), também conhecida 
como indústria 4.0, perfaz a era da robotização, causando 
impacto no mercado de trabalho, tornando os espaços fabris 
autônomos, por meio de tecnologias como big data, internet 
das coisas (IoT), drones, inteligência artificial (IA), entre 
outras. Os robôs desempenham, a partir de então, funções 
que antes eram realizadas exclusivamente pelas mãos 
humanas. Para conhecer mais 
a respeito dessa fase, assista ao vídeo disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=c-JXF_CcpL4> (O que é, 2022. Acesso 
em: 3 nov. 2022). 
1.1 Curiosidades sobre o mundo novo 
Fascioni (2021, p. 11) apresenta algumas curiosidades sobre as 
mudanças na sociedade, no chamado Mundo Novo. Essas 
mudanças são consequências da 
3 
inovação, que interfere diretamente em nosso cotidiano. Dentre 
essas curiosidades, dentre as quais apresentamos algumas a 
seguir, o interessante é percebermos o quanto de inovação ainda 
pode ser gerado. 
• Há 52% da população da Nigéria com menos de 15 anos de 
idade, assim como 40% da população da África Subsaariana. 
• Na Índia e na China, mais da metade da população tem 
menos de 25 anos de idade. 
• O Japão e alguns países europeus envelhecem rapidamente 
(com aumento da expectativa de vida e redução da 
natalidade). 
• Cerca de 6 bilhões de horas de vídeo são assistidos todos os 
meses, no YouTube. 
• Em 2014, mais de 1 trilhão de fotos foram tiradas. 
• Pesquisas mostram que há mais smartphones do que escovas 
de dente, 
no planeta. 
Algumas dessas informações são, no mínimo, pitorescas. Em 
um primeiro momento, temos resistência a alguns dados. 
Entretanto, o objetivo de Fascioni (2021) é nos mostrar que as 
transformações não param. Ela relata ainda que, ao final de 
2020, quase 30% da população do Japão tinha mais de 65 
anos de idade e robôs eram desenvolvidos para cuidar desses 
idosos ou de pessoas com mobilidade reduzida, em atividades 
como organização de suas casas e controle do horário de 
tomar remédio (Fascioni, 2021, p. 11). Por meio da IA, já é 
possível programar robôs para conversar com idosos ou 
doentes, diminuindo inclusive a sua sensação de solidão. 
1.2 E o ser humano? E as profissões? 
Ao observarmos esse cenário, fica a dúvida sobre qual tipo de 
profissão o ser humano poderá realizar, visto que a 
robotização está se infiltrando nas mais diversas áreas. 
Profissões que antes eram consideradas promissoras, como 
ser caixa de banco, quase não existem mais – as pessoas se 
adaptaram e reconhecem a agilidade do uso do caixa 
automático. Ocupações como as de frentistas, ascensoristas, 
cobradores e motoristas de ônibus, caixas de supermercado 
tendem a desaparecer com os avanços da tecnologia e o uso 
dos algoritmos. Fica a dúvida: no que as pessoas irão 
trabalhar? 
4 
Segundo Daugherty e Wilson (2018, citados por Fascioni, 2021), há 
uma interseção entre as atividades humanas e as das máquinas, 
que os autores chamam de o meio perdido, conforme a Figura 1. 
Figura 1 – Interseção entre atividades dos humanos e das 
máquinas 
dos HUMANOS das MÁQUINAS 
ATIVIDADES 
Criar Liderar Julgar 
Empatizar 
Fonte: Elaborado com base em Fascioni, 2021. 
Iterar Predizer Adaptar 
Transacionar 
 
 
 
 
Assim, por esse esquema, aos humanos ficará a incumbência de 
fazer atividades que demandem cognições cerebrais. A 
criatividade, nisso, se destaca, sendo ela a capacidade de criar, de 
produzir, de imaginar algo novo e diferente. 
TEMA 2 – CULTURA DA COLABORAÇÃO E DA 
INOVAÇÃO 
Vivemos em constantes mudanças, num mundo de volatilidade, 
incerteza, complexidade e ambiguidade – mundo Vuca. Esse termo 
surgiu no período pós- Guerra Fria, na década de 1990, quando o 
exército americano começou a usar a expressão para se referir a 
possíveis cenários e contextos de guerra (Rabello, 2022). O 
sociólogo Zygmunt Bauman (2001), por sua vez, cunhou a 
expressão modernidade líquida para fazer referência a um mundo 
em que tudo pode mudar, pois o líquido (como a água) se adapta a 
sua embalagem e cabe a nós estarmos preparados para nos 
adaptarmos e sobrevivermos às constantes mudanças da 
atualidade. 
5 
MEIO PERDIDO = humanos e máquinas 
Figura 2 – Vuca 
Crédito: Dmitry Demidovich/Shutterstock. 
A resolução dos problemas, nessa nova realidade do mundo Vuca, 
demanda criatividade e espírito de colaboração. Um grupo 
colaborativo de sucesso é marcado por algumas características, 
tais como uma c,omunicação clara e assertiva, com foco no 
resultado desejado. O processo de resolução dos problemas deve 
ser eficiente, com o máximo de aproveitamento do tempo e 
manifestação das discordânciasde maneira objetiva e respeitosa. 
Há uma consciência coletiva de que o erro é uma possibilidade 
presente no processo de aprendizagem, evitando-se críticas não 
construtivas. A confiança no trabalho da equipe permite a entrega 
de um resultado de qualidade (Bezerra et al., 2010). 
As equipes colaborativas podem ser desenvolvidas e incentivadas 
por meio de rotinas e com uma boa liderança, conforme estas 
orientações (Colaboração, 2021). 
• É necessário fomentar a colaboração como valor essencial da 
equipe, reduzindo o espírito de competitividade e 
individualidade. 
• Estabelecer um plano de comunicação na equipe ajuda a 
reduzir ruídos e inseguranças. Estimular uma comunicação 
aberta e assertiva, mesmo que diante das diferenças, cria 
uma coesão na equipe. 
6 
• A cocriação é uma característica da equipe colaborativa, com 
troca de ideias, diálogos e espaço para a discordância. Erros 
e divergências devem ser respeitados. Quando o erro é 
punido, a criatividade é reprimida, o medo impera. 
• A liderança é o primeiro exemplo da colaboração. Um líder 
colaborativo desenvolve, por meio do seu exemplo, uma 
equipe colaborativa. 
• Fortalecer vínculos fora do trabalho estimula a colaboração e 
o desenvolvimento de um espírito de equipe. Conhecer um 
pouco mais a vida do colega permite uma comunicação mais 
fluida e assertiva. 
• Valorizar o trabalho já realizado pelas equipes de sucesso 
estimula outros membros a atuarem colaborativamente. 
• Deve-se ter flexibilidade e respeito com as diferenças e 
demandas de cada membro da equipe, fortalecendo que o 
importante é o resultado. 
Uma equipe colaborativa, de alto impacto, tem um potencial 
enorme para criar e desenvolver inovações que ofereçam 
valor agregado para a organização. Segundo Chiavenato 
(2014, p. 345), “Criatividade significa a aplicação da 
imaginação e da engenhosidade para proporcionar uma nova 
ideia, uma diferente abordagem ou uma solução para um 
problema”. 
TEMA 3 – HABILIDADE PARA PENSAR 
DIFERENTE 
Harry Gordon Selfridge é o visionário fundador da loja de 
departamento 
Selfridge, ambientada em Londres no início do século XX. Na 
Inglaterra, a loja representa o início de uma nova forma de 
fazer compras, na qual o cliente pode tocar e escolher os 
produtos (até aquela época, o vendedor ficava atrás do 
balcão, mostrando para os clientes os produtos que esses 
queriam ver). A Selfridge inova ainda com o conceito das 
grandes vitrines: a população aguardava com expectativa a 
troca dos seus layouts temáticos. A história dele e do 
surgimento da loja é contada no seriado Mr. Selfridge 
(2013-2016). Além disso, a frase O cliente sempre tem razão 
também é atribuída a Harry Gordon Selfridge. 
Mr. Selfridge foi um visionário para a sua época: teve 
habilidade de pensar diferente. Foi ousado, acreditou no seu 
sonho e levou outros a acreditarem no mesmo sonho. Além 
dele, a história nos mostra que houve outros visionários1 
1 No livro Os visionários: homens que mudaram o mundo através da 
tecnologia, o jornalista Orlando Barrozo (2011) traça um perfil detalhado 
dos personagens mais importantes da história do mundo tecnológico. 
 
7 
como Bill Gates, o visionário e milionário da Microsoft; Steve Jobs, 
fundador da Apple; Jeff Bezos, fundador da Amazon; Mark 
Zuckerberg, criador do Facebook; e Elon Musk, fundador da 
SpaceX. O que essas pessoas têm de diferentes? O que elas 
costumam fazer para pensarem fora da caixa? 
Segundo Fascioni (2021), a criatividade é uma prática diária. É fato 
que algumas pessoas têm mais predisposição para inovar que 
outras, mas todos somos criativos. Segundo a autora, o problema é 
que a maior parte das pessoas costuma pensar no modo 
automático, ou seja, pensando como os outros, fazendo 
diariamente da mesma maneira o que todo mundo já faz. Ao passo 
que especialistas como Fascioni (2021) afirmam que, para se ter 
uma grande ideia, é necessário ter muitas, mas muitas ideias antes 
dessa grande ideia: para se resolver um problema, em geral as 
primeiras 20 ideias são as mais óbvias, e as próximas 50 ideias 
serão sensacionais, das quais as últimas 20 serão extraordinárias. 
As pessoas não têm paciência e persistência para alcançar algo 
maior e se encantam pelas primeiras ideias, pois são as mais 
fáceis e práticas. Porém, somente depois que seu cérebro estiver 
exausto, com uma combinação de repertórios2, é que as ideias 
verdadeiramente inovadoras, contudo, aparecerão. 
Quantidade é importante para a qualidade 
Estudos confirmam o que já se sabia: quantidade é muito importante. Não é 
possível ser excelente sem produzir bastante. Para gerar algumas dezenas de 
obras-primas, Mozart compôs mais de 600 peças, antes de morrer aos 35 anos; 
Beethoven produziu 650 peças e Bach, mais de 1000. O acervo de Picasso inclui 
1800 pinturas, 1200 esculturas, 2800 cerâmicas e 12 mil desenhos, sem 
mencionar tapeçarias e outros experimentos. Einstein publicou 248 manuscritos, 
mas pouquíssimos tiveram realmente impacto. O psicólogo Dean Simonton 
descobriu que as obras primas surgem nos períodos de mais produtividade. 
Thomas Edison tem 1093 patentes registradas, mas menos de uma dezena foi 
realmente revolucionária. Ele diz que muitas pessoas não são originais porque 
geram poucas ideias e se contentam em refinar obsessivamente as primeiras. 
Estudos do psicólogo concluíram que são necessárias, no mínimo, 25 ideias 
para chegar a uma original. (Fascioni, 2021, p. 132) 
Ter conhecimento em áreas diversas, sobretudo outras práticas 
culturais, ajuda a desenvolver novas ideias. Grant (2017, citado por 
Fascioni, 2021), por meio de uma pesquisa, mostrou que os 
vencedores de Prêmio Nobel costumam 
2 Fascioni (2021) lembra que a nossa criatividade usa os ingredientes que já 
temos em nosso repertório – tudo aquilo que já aprendemos, vivenciamos ou 
sentimos. Se tivermos poucos elementos nesse repertório, a nossa capacidade 
de fazer uma análise combinatória para criar algo realmente inovador será fraca. 
“Não dá para fazer 20 pratos criativos usando apenas arros, feijão e bife.” 
(Fascioni, 2021, p. 122). 
 
8 
ter hábitos relacionados a desenho, pintura e escultura com uma 
frequência sete vezes maior que a maioria dos cientistas. 
3.1 Os desafios de um iconoclasta 
O primeiro desafio para ser criativo é entender o conceito da 
palavra iconoclasta, que significa destruidor de ícones. 
Iconoclastia é o nome do movimento político-religioso que iniciou no Império 
Bizantino no século VIII e que rejeitava a veneração de imagens religiosas por 
considerar o ato como idolatria. No ano de 730, após o édito publicado por Leão 
III que proibia a veneração de ícones e ordenava a destruição de imagens, os 
membros da iconoclastia destruíram milhares de ícones religiosos. As 
destruições cessaram em meados do século IX. (Significado, [20--]) 
Mas, qual a relação desse movimento com a inovação, na 
atualidade? O neurocientista Gregory Berns (2008, citado por 
Fascioni, 2021) foi quem trouxe esse conceito para a 
contemporaneidade. Segundo ele, um iconoclasta é uma pessoa 
incomum, que interpreta de modo distinto a realidade, fazendo e 
realizando o que o senso comum considera impossível. Por essa 
percepção, os iconoclastas são pessoas inovadoras, que mudam o 
mundo, diferentes da média. Segundo Berns (2008, citado por 
Fascioni, 2021), o cérebro de um iconoclasta preconiza três 
capacidades que o distinguem. 
1. Percepção: os iconoclastas adoram alimentar seus cérebros 
com informações novas, sem rotular as coisas, sem cair na 
tentação de se acomodarem e fazerem o que todos já fazem. 
2. Inteligência social: ser criativo e destemido não é o suficiente 
para o sucesso. Um iconoclasta precisa saber vender suas ideias, 
ter uma boa rede de contato, que o torne conhecido pelo seu 
trabalho e pela capacidade de impactar os outros, com as suas 
opiniões. 
3. Resposta ao medo: o medo é um sinal de inteligência do nosso 
cérebro, de proteção. Os iconoclastas também sentem medo, 
porém pensamde maneira diferente para encontrar uma solução 
para seus problemas, não se deixando dominar pelo medo. 
Conforme disse Henry Ford (citado por Fascioni, 2021, p. 124): 
“Quem teme o futuro, quem teme o fracasso, limita suas atividades. 
O fracasso é somente a oportunidade de começar de novo, com 
inteligência redobrada. Não há vergonha em um fracasso honesto; 
há em temer fracassar”. 
9 
TEMA 4 – ASPECTOS LIMITANTES DA 
CRIATIVIDADE 
É comum falarmos sobre as ações que estimulam a criatividade. 
Entretanto, é necessário falar como fomos preparados (ou não) 
para desenvolver a criatividade. As crianças criam, ousam e 
inovam com muita facilidade: para elas, um cabo de vassoura vira 
um cavalinho de pau! Quando crescemos, temos vergonha do 
ridículo ao tentar criar algo diferente. Tememos a risada dos outros. 
Buscamos certezas e afirmações, verdades únicas. E, nesse 
terreno, a criatividade não tem muito espaço para se desenvolver. 
Muitas vezes, bloqueamos nossa criatividade com frases negativas 
interiorizadas, como não posso, não consigo, isso não vai dar certo 
– expressões como essas são inimigas da criatividade! É fato 
também que nosso cérebro tem certa resistência ao novo, pois 
toda mudança exige sairmos das nossas zonas de conforto. Então, 
às vezes os grandes inimigos da inovação somos nós mesmos. Há 
outros fatores, como uma educação repressora, que não permite o 
erro e a dúvida, bloqueando toda a capacidade de inovação. A 
sociedade, a escola e as organizações criam um ambiente pouco 
favorável para a criatividade, gerando um bloqueio cultural. 
Além dos fatores citados, Monteiro Jr. (2011) elenca ainda algumas 
outras características que bloqueiam a criatividade. 
• Adaptação aos padrões impostos pela sociedade para se 
ser aceito. As pessoas têm medo de inovar para não passar 
pelo ridículo, de ser julgado e não ser aceito pelo grupo a que 
pertencem. 
• Ênfase aos aspectos práticos e econômicos – a sociedade 
tem urgência, tudo é para ontem! A pressão por respostas 
rápidas a uma demanda não permite tempo de criar e 
desenvolver algo novo. 
• Polidez excessiva, ou medo do cancelamento, é uma 
característica da sociedade atual que limita a curiosidade ou 
mesmo a elaboração e difusão de perguntas e reflexões 
intrigantes, que não são bem-vistas nas empresas e na 
sociedade. 
• Competição ou cooperação excessiva prejudicam a 
criatividade. Deve haver um equilíbrio entre o trabalhar em 
equipe e sozinho, para que haja espaço criativo. 
10 
• Razão e lógica: a burocracia e os processos são importantes 
no mundo capitalista e nas empresas; entretanto, elas não 
dão espaço para a criatividade, a aderência à fantasia e à 
inovação. 
• Procrastinação para colocar uma ideia em prática – muitas 
pessoas têm ideias criativas maravilhosas, mas não as 
executam pois aguardam alguma situação perfeita para fazê-
lo, tal como: ter tempo, ter dinheiro ou mesmo a economia 
melhorar... E isso pode nunca acontecer! Então, lembre-se: 
antes o feito do que o perfeito que nunca se concretiza! 
Domenico De Mais, professor de Sociologia do Trabalho, na Universidade 
de Roma, lançou em 1995 o livro O ócio criativo. Nele o autor defende a 
teoria que o excesso de trabalho mata a criatividade e que a situação ideal 
é a do ócio criativo, possível apenas quando trabalho, estudo e jogo 
coincidem. Segundo o autor o ser humano deveria dedicar mais tempo a 
atividades que levassem a satisfação de necessidades pessoais não 
influenciadas pela sociedade de consumo, tais como a contemplação 
serena, as atividades lúdicas e o convívio com outras pessoas. (Monteiro 
Jr., 2011, p. 44) 
Os bloqueios da criatividade são intrínsecos a cada indivíduo, 
fazendo acreditar que não somos capazes de agir para 
alcançar determinados objetivos, isso bloqueando nossas 
habilidades e emoções. Predebom (2013) também apresenta 
algumas características que podem bloquear a criatividade, 
tais como os que se seguem. 
• Acomodação: caracteriza-se por se manter a rotina 
confortável, evitando desafios e situações 
desconhecidas, causando imobilismo. 
• Miopia estratégica: também pode ser caracterizado pela 
falta de humildade. O contato com outras pessoas e a 
troca de experiências favorece a criação de ideias; 
porém, para isso, é necessário ter humildade e se estar 
disposto a ouvir a contribuição dos outros. 
• Imediatismo: o posicionamento simplista de se ir direto 
ao ponto limita a visão sobre detalhes que impedem uma 
visão mais criativa. 
• Insegurança: o medo é o grande inimigo da criatividade. 
É normal o medo do novo, o medo da rejeição; temos 
necessidade de aprovação, e esse sentimento 
normalmente é decorrente da insegurança e da baixa 
autoestima. 
• Pessimismo: caso da famosa frase não vai dar certo. A 
resistência à mudança e a falta de flexibilidade impedem 
o melhor desenrolar de um processo criativo. 
11 
• Desânimo: a falta de motivação, muitas vezes causada pelo 
cansaço e pela sobrecarga de atividades, também impede a 
criação. 
• Dispersão: a falta de um bom gerenciamento do tempo nos 
impede de atender aos projetos de fato importantes, visto que com 
isso passamos a resolver sempre as demandas urgentes, 
procrastinando projetos criativos e inovadores. 
Thomas Edison ficou marcado por ser o inventor da lâmpada incandescente, 
sendo o responsável também por uma série de outras invenções importantes, 
sendo a mais famosa a lâmpada incandescente em 1879. Certa vez alguém lhe 
perguntou: “Thomas Edison, como você se sente em ter errado centenas de 
vezes até chegar à fórmula da lâmpada incandescente?”, e ele respondeu: “Eu 
não errei centenas de vezes. Eu descobri centenas de fórmulas de como não se 
fazer uma lâmpada!”. (Silva, [S.d.]) 
TEMA 5 – DESENVOLVENDO SUA FÁBRICA DE 
IDEIAS 
Observamos que todos nascem criativos e que a sociedade nos 
molda em sentido contrário: ficamos com medo do ridículo, temos 
necessidade de ser aceitos, muitas vezes escondemos e 
guardamos nossa criatividade... Depois, descobrimos que a 
criatividade é muito importante para nossa vida profissional e que 
algumas ações estimulam a nossa criatividade. Nesta etapa, 
vamos abordar algumas técnicas que ajudam a liberar a nossa 
criatividade escondida. 
Vale lembrar que o cotidiano é realizado nas suas rotinas e 
processos, que o objetivo é sempre ganhar tempo, que o nosso 
cérebro se adapta rapidamente a tudo. Então, toda e qualquer 
coisa fora da rotina e dos processos preestabelecidos já é uma 
iniciativa de criatividade. Silva (2010) apresenta estes cinco passos 
para desbloquear a criatividade. 
1. Primeiramente, você deve se conscientizar de que é uma 
pessoa criativa, se convencer de que você tem criatividade. O 
autor recomenda que você escreva frases como eu sou uma 
pessoa de grande potencial criativo e as distribua e fixe em 
lugares visíveis, no seu cotidiano. 
2. Permita-se sonhar e vislumbrar a sua ideia já realizada e 
pense em quais são as etapas necessárias para essa 
realização. Acredite na sua ideia e não tenha medo de falhar. 
3. Como autoconhecimento é fundamental, saber seus pontos 
fortes e fracos permite identificar suas qualidades e 
incompetências. 
12 
4. Concentre suas energias nos pontos que são importantes – às 
vezes, se afastar do problema permite uma visualização mais 
ampla para resolver o problema. 
5. Abra a mente para as novas ideias sem criticá-las ou julgá-las; 
simplesmente aceite-as e registre-as, depois filtre-as. 
Fascioni (2021, p. 163) destaca que a criatividade é 
influenciada pelo 
storytelling, que “[...] é o nome fashion que hoje em dia se dá para 
a ancestral arte de contar histórias”. Segundo a autora, as pessoas 
precisam de conexão humana, de socialização, pois essa troca 
estimula nosso cérebro com ideias. A neurociência é um campo de 
conhecimento em ampla expansão, que busca descobrir os 
poderes inimagináveis do nosso cérebro, como a plasticidade, que 
é a capacidade de apreender e se adaptar a algo novo. Fascioni 
(2021) tambémpropõe alguns exercícios para se fazer em grupo, 
com o objetivo de recriar o cérebro criativo: 
• Exercício da sequência de fotos aleatórias: para fazer essa 
dinâmica, é importante ter fotos ou recortes de revistas 
agrupados de modo aleatório. Uma pessoa mostra uma das 
fotos a outra e começa a lhe contar uma história de acordo 
com o que está vendo. A pessoa seguinte continua a história 
de onde parou com base na nova imagem mostrada, e assim 
segue até a última imagem, com a última pessoa tendo que 
fazer uma conclusão para a história. 
• Brincadeira do papel dobrado: uma pessoa escreve uma 
frase numa folha de papel e faz nesta uma dobra, para 
esconder a frase, deixando visível somente a sua última 
palavra. A próxima pessoa deve continuar a história a partir 
daquela palavra e deve fazer o mesmo que a anterior 
(dobrando a folha deixando visível somente a última palavra 
da frase). O procedimento deve ser repetido até o papel 
acabar ou todos participarem da brincadeira. Ao final, alguém 
irá ler a história completa e esse será um momento de 
descontração criativa. 
• Senso de humor: o humor é fundamental para se exercitar o 
cérebro. O nosso cérebro é preguiçoso e tenta resgatar 
informações de um repertório 
13 
já existente, prevendo ou antecipando o que está por vir. Porém, o 
cérebro também adora ser surpreendido com novidades, algo 
diferente do que ele esperava. E o humor, a risada, destrói o que 
era previsível no cérebro, gerando novas alternativas, com outras 
perspectivas e regras (Herculano- Houzel, 2009, citado por 
Fascioni, 2021, p. 171). 
Além dos exercícios apresentados, alguns hábitos ajudam a 
desenvolver um estilo criativo. 
• Desligue e fique longe do celular, que é um destruidor da 
criatividade e consumidor demasiado de tempo. 
• Conviva e tenha ao seu redor pessoas criativas, que lhe 
estimulem a pensar fora da caixa. 
Agora é com você: coloque em prática o que aprendeu!
• Escreva três coisas que você precisa fazer para usar mais a 
criatividade, na sua vida profissional (Silva, 2010, p. 109).
• Não seja um workaholic: permita-se relaxar, tenha tempo para 
o lazer. 
• Desenvolva interesse em atividades ou áreas diferentes do 
seu trabalho, pois com isso você observará que existe um 
leque de oportunidades que a 
vida oferece. 
• Anote as ideias que surgem e, de tempos em tempos, analise 
a 
possibilidade de colocá-las em prática. 
• Ouça suas intuições – uma mente intuitiva é muito poderosa 
(Sadler-Smith, 
2011)! 
• Fique atento(a) às elucubrações mentais, pois uma ideia puxa 
a outra. 
• Invista em você, gerencie seu estresse, pratique atividades 
físicas, tenha 
amigos e vida social. 
• Experimente novas comidas, sabores diferentes. 
• Leia! Leia! Leia muito! 
• Considere ouvir e aceitar as ideias dos outros. 
• Permita-se! Viaje! Busque novas experiências! 
[...] a Pixar é uma empresa de sucesso notável no campo de animação. [...] 
[Eles] ganharam Oscars por quase tudo o que fizeram. Há todo tipo de 
razões para isso, mas uma delas é que eles possuem uma cultura muito 
interessante. 
Eles têm lá algo chamado de Universidade Pixar. E esse é um programa de 
oficinas, eventos, palestras, seminários, que ocorrem o dia todo no campus 
da Pixar. 
O que é muito interessante a respeito disso é que todos na folha de 
pagamento da Pixar têm o direito de passar quatro horas por semana na 
Universidade Pixar e podem fazer o [que] quiserem. 
Não tem que ser relacionado a seu trabalho e não são só as pessoas do 
estúdio de animação, são todos [que podem participar]. Bem, isso tem 
vários efeitos, um deles é: porque todo mundo pode fazer qualquer coisa, 
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e isso pode ser palestras sobre o Egito, ou aulas de arqueologia, ou o que seja, 
por todos poderem fazer qualquer coisa, há um fluxo constante de ideias novas 
correndo pela organização. As mentes das pessoas são mantidas vivas por isso, 
fora do trabalho e no trabalho. E a segunda coisa é por todos poderem fazer 
qualquer coisa, as pessoas estão constantemente se encontrando em partes 
diferentes da organização. Isso cria uma cultura de entrosamento na 
organização, um senso de uma cultura comum. É uma forma muito intencional 
de manter as mentes das pessoas ativas. É um tempo sem um propósito 
específico, tempo desocupado, tempo para conversa, tempo para contemplação. 
(Libertando, 2016) 
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REFERÊNCIAS 
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Disponível em: <https://experience.hsm.com.br/posts/libertando-o-
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