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PMT 3531 - PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II Humberto Gracher Riella humberto.riella@ufsc.br Elita Urano de Carvalho _ elitaucf@ipen.br mailto:elitaucf@ipen.br mailto:elitaucf@ipen.br RETIRAR E APROVEITAR O CALOR GERADO NA FISSÃO NUCLEAR 1 Vantagens: Alto poder enérgico e baixa emissão de CO2 Fissão de 1 kg de 235U libera 2,3.107 kWh 24h 1000 MW(t) E=30% 300 MW(e) • Equivale ao consumo médio diário de 1.325.804 Brasileiros • Enquanto isso, para gerar os mesmos 300 MW(e) ao longo de 24 h em uma usina termoelétrica, são consumidos: U235 10g OLEO 700Kg CARVÃO 1200Kg 2 Volume de resíduos infinitamente menor do que o gerado por combustíveis fósseis Tecnologia de repositórios disponível Gerações III e IV de reatores intrinsecamente seguros, com sistema passivo de segurança Desvantagens: Resíduo nuclear e “ acidentes” 3 COMBUSTÍVEIS NUCLEARES As FUNÇÕES BÁSICAS DO COMBUSTÍVEL no reator nuclear são: • gerar as fissões nucleares; • transferir a energia gerada na fissão nuclear para o refrigerante; • reter os produtos de fissão. 4 PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II Os materiais combustíveis são divididos em materiais físseis e férteis. • FÍSSEIS Urânio 233 Urânio 235 Plutônio 239 e Plutônio 241 • FÉRTEIS Urânio 238 Tório 232 Tabela 1- Composição isotópica do urânio natural Número massa Composição isotópica (%) Massa isotópica (u.m.a) Vida útil(anos) 233 235 238 0,0058 0,70 99,275 234.0409 235.0439 238.0508 2.60 x105 8,50 x108 4.51x109 COMBUSTÍVEL NUCLEAR 5 • Elemento de Combustível Tipo Placa para Reatores MTR • Elementos de Combustível para Varetas Cilíndricas para Reatores de Potência No núcleo de reatores nucleares, o combustível é onde ocorre os processos de fissão, envolvendo átomos pesados de urânio ou de plutônio. O combustível fornece a fonte de calor que, em última instância, permitirá geração de eletricidade, ou mesmo a produção de energia para outras aplicações 6 Condutividade térmica elevada Baixa expansão térmica Resistente aos danos da radiação Alto ponto de fusão Estabilidade Química Fabricação econômica Baixa seção absorção PROPRIEDADES DESEJÁVEIS COMBUSTÍVEIS NUCLEARES 7 → Existem 440 usinas nucleoelétricas funcionando em 30 países → Capacidade geradora total de 39O GW → Existem 55 reatores em construção (63GW) → Existem 109 reatores planejados (118GW) → 13 países utilizam usinas nucleoelétricas para gerar mais do que 1/3 da eletricidade que consomem → O maior uso de energia nuclear para gerar eletricidade é na França (75,2%) → A maior capacidade nucleoelétrica instalada é nos EUA (104 usinas, 20,2%) International_Atomic_Energy_Agency, APRIL 2020 → Existem cerca de 223 desses reatores em operação, em 53 países. → Potência de até 100MW → Potencia total dos 223 reatores de pesquisa do mundo é de pouco menos de 3000MW. → Existem 11 reatores em construção → Existem 16 reatores planejados → Existem 27 reatores temporariamente ou em paralização prolongada → Existem 58 reatores fechados → Existem 511 reatores em descomissionament International_Atomic_Energy_Agency, JUNE 2021 REATORES NUCLEARES DE PESQUISA NO MUNDO REATORES NUCLEARES DE POTÊNCIA NO MUNDO 8 Combustíveis Nucleares X Tipo de Reator Os reatores variam de acordo com os compostos e configuração geométrica do combustível e do revestimento utilizado: Varetas de combustível Placas de combustível Combustíveis na forma de partículas esféricas de U (ou Pu) Combustíveis líquidos (reat. homogêneos): sais fundidos/soluções Compostos cerâmicos Ligas metálicas Materiais utilizados no revestimento (aço inoxidável, ligas Zr, Al) 9 Materiais Utilizados no Revestimento Ligas de zircônio para LWR Aços inoxidáveis para reatores rápidos Alumínio para reatores de pesquisa e teste de materiais SiC para reatores refrigerados a gás Ligas refratárias para aplicações em alta temperatura (isto é, W, Ta, Nb, Mo, V) PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II 10 • Boa economia de nêutrons • Alta condutividade térmica • Boa conformidade dentro de certos limites de U • As ligas metálicas possui o inconveniente de uma baixa temperatura de fusão, por outro lado temos a formação de eutéticos* que trazem ainda a temperatura para baixo, o que implica que a sua utilização seja limitada para menos de 1.000°C • Apresenta Inchamento sob irradiação(>60% em combustíveis altamente irradiados; • Altamente reativo quimicamente e tem compatibilidade a alta temperatura somente com alguns materiais refrigerante(CO2 e He), É usado em reatores com Pu, a baixa temperatura e inicialmente usado nos reatores ingleses (refrigerados a gas) • Reatores MTR; • T=150graus C com revestimento de Al; • Em T altas existe interação do Al e U assim como aceleração da corrosão (perdeu mercado) • 40- 90% Perdeu mercado COMBUSTÍVEl NUCLEAR • Ligas Metálicas Urânio Metálico Ligas de U-Al Ligas U-Zr Ligas de UMo • Reator de potência, • Zr tem alto ponto de fusão, • baixa seção de choque de absorção, • boa resistência à corrosão e o urânio é pouco solúvel •Materiais Cerâmicos Cermets • Os óxidos, por outro lado são altamente estáveis, e altamente refratários, exibindo temperaturas de fusão superiores a 2500°C. Porém não proporcionam um material ideal devido a sua fraca condutividade térmica 11 Combustível de Nitreto- NU Combustíveis UB Por que não usamos apenas urânio puro (UO) no combustível nuclear em vez de óxido e compostos metálicos? 12 = 19,04 g/cm3 a 26 oC ( - ortorrômbico) Ponto de fusão: 1.132 oC, Ponto de ebulição: 3.800 a 3.900 oC Metal muito reativo, reagindo c/ vários metais e lentamente com o ar a Tamb, é pirofórico na forma de pó ou cavacos Tamb Sofre transformações de fase entre Tamb e 1.132oC Desvantagem da fase estável a baixa T ser ortorrômbica: há expansão desigual em diferentes direções c/ o aquecimento após alguns ciclos, distorções permanentes (alterações volume) Temperatura de Transição °C Fase Estrutura Cristalina 660 Sólido - α Ortorrômbica 760 Sólido - β Tetragonal 1132 Sólido γ - líquido Cúbica 3900 Líquido-vapor - FASES DO URÂNIO METÁLICO 13 FASES DO URÂNIO METÁLICO Urânio Alfa: Estrutura ortorrômbica, grupo espacial Cmcn, com 4 átomos por célula unitária, densidade de 19,12 g/cm3, sendo estável até 662°C. Esta estrutura cristalina do urânio α é única entre os materiais metálicos, contendo certo grau de ligações covalentes. Cristalograficamente, não é muito favorável à formação de soluções sólidas, mesmo quando o tamanho e a valência do átomo soluto são favoráveis Urânio Beta: Essa fase tem uma estrutura tetragonal complexa, com o grupo espacial P4/mnm contendo 30 átomos por célula unitária. A densidade dessa fase é 18,11 g/cm3 a 720 °C e tem dureza elevada, devido a certo volume de ligações não metálicas, como ocorre com o urânio alfa. Sua faixa de estabilidade é de 662°C a 769°C. O Vanádio e o Nióbio (pentavalentes), bem como, o Cromo e o Molibdênio (hexavalentes) conseguem reter a fase Beta após resfriamento até a temperatura ambiente Urânio Gama: Estrutura cúbica de corpo centrado, grupo espacial B2, com 2 átomos por célula, com densidade de 18,06 g/cm3 (22). Nesta fase, o urânio encontra-se no estado químico/cristalográfico mais próximo do comportamento de um material metálico típico e sua faixa de estabilidade ocorre de 769°C até o ponto de fusão, em 1132 °C. A fase gama do urânio apresenta, em geral, valência de 5, 6 ou 8, dependendo dos elementos de liga, que variam com base no tamanho atômico, estrutura cristalina e número de valência. 14 LIGAS DE URÂNIO As ligas de U com fase γ têm melhor desempenho que as de fase α; Elementos de liga estabilizadores da fase γ devem ter baixa secção de captura de nêutrons; Alguns elementos de liga utilizados: Zr, Nb, Ti, Mo (para altaT e baixos “burnups”; O emprego de estabilizadores da fase γ redução da densidade de U PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II 15 Ligas de U-Al Foram utilizadas em larga escala em reatores de pesquisa (MTR). As temperaturas envolvidas nestes reatores (150o C) permitem a utilização destas ligas associadas a revestimentos de alumínio. Em temperaturas mais altas há reações químicas entre o urânio e o alumínio, bem como há uma aceleração do processo de corrosão do revestimento. Normalmente são utilizados enriquecimentos de ordem de 40% a 93%de U-235 já que o teor de urânio na liga é limitado. Recentemente, com a limitação internacional de fornecimento de urânio enriquecido (limitado a 20% de enriquecimento) estas ligas tem sido menos usadas mas demonstraram um alto desempenho sob irradiação. PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II Ligas de U-Zr • Tem aplicação em reatores de potência. • O zircônio tem um alto ponto de fusão, baixa seção de choque de absorção, boa resistência à corrosão e o urânio é pouco solúvel nele. • Ligas contendo 14% de urânio foram utilizadas demonstrando um bom desempenho sob irradiação. 16 As vantagens de se usar materiais cerâmicos em combustíveis de reatores de potência são: maiores temperaturas permitidas para o combustível devido ao alto ponto de fusão; boa estabilidade a irradiação (dimensional e estrutural) devido a ausência de transformações de fase a baixas temperaturas; alta resistência a corrosão e compatibilidade com o revestimento (zircaloy, aço inox) e o refrigerante (água, vapor) no reator. Os principais materiais cerâmicos utilizados como combustível nuclear são: UO2, UO2-PUO2, ThO2, UC, UN MATERIAIS CERÂMICOS 17 DISPERSÃO Combustíveis na forma de dispersões consistem de partículas de combustíveis, com formato aproximadamente esférico, dispersas em um meio (matriz) metálico, cerâmico ou de grafita O princípio básico dos combustíveis à dispersão é isolar as partículas de combustível de maneira que um volume significativo da matriz não seja danificado pelos produtos de fissão Dessa forma, com as partículas combustíveis restritas, podem ser atingidos “burnup” mais elevados, os produtos de fissão são contidos e a transferência de calor para o revestimento é preservada MTR (1952) – partículas de UAlx (UAl2, UAl3 e UAl4 disp. Al); outros ex.: UO2 em SS, UO2 em BeO, U em Zr-H (TRIGA), PuO2-UO2 em SS, UO2 em Zr (propulsão naval), UO2-UC2 em grafita (HTGCR) São combinações de misturas metal-cerâmico ou combinações de metais com cerâmicas. As suas propriedades ficam entre as propriedades dos metais e as propriedades das cerâmicas que o constituem 18 • UO2 disperso em aço inox ou zircaloy; • (U, Th) C2 ou UO2 em matriz de grafite; • U3O8, U3Si2, U3Si disperso em matriz de alumínio. O UO2 disperso em aço inox ou zircaloy tem aplicação em reatores de potência refrigerados a água. As dispersões de carbonetos e óxidos de urânio e tório em grafite são utilizadas em reatores de alta temperatura refrigerados a gás. Como o alumínio possui baixa seção de choque de absorção mas possui restrições em relação à faixa de temperatura que pode ser utilizado (baixo ponto de fusão – 650 oC) ele é utilizado principalmente em combustíveis de reatores de pesquisa (MTR) onde podem ser obtidos altos fluxos de nêutrons a relativamente baixas temperaturas (< 150oC). A utilização de dispersões de materiais de alta densidade em urânio (U3O8, U3Si2, U3Si, U6Fe) em matriz de alumínio foi a solução encontrada para substituir os combustíveis de alto enriquecimento dos reatores MTR (ligas de U-Al). PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II OS PRINCIPAIS COMBUSTÍVEIS COM DISPERSÕES UTILIZADOS 19 • DISPERSÕES tem maior resistência mecânica e ductilidade que cerâmicos; • DISPERSÕES tem maior resistência a choque térmico que cerâmicos, embora sejam ainda relativamente frágeis; • DISPERSÕES tem as propriedades combinadas de metais e cerâmicos. Ambos tem uma alta resistência a irradiação e corrosão. Ambos são relativamente estáveis a altas temperaturas. Os combustíveis nucleares constituídos de DISPERSÕES podem oferecer vantagens sobre os combustíveis de LIGAS METÁLICAS tais como: aumento da vida útil de operação do combustível no reator, pois os danos dos produtos de fissão ficam localizados em uma zona imediatamente adjacente da fase dispersa (contendo elemento físsil) minimizando os danos da matriz metálica e minimizando o inchamento; a seleção dos materiais pode ser estendida de modo a permitir o uso de materiais combustíveis cerâmicos diluídos em materiais metálicos conseguindo-se propriedades físicas, térmicas e mecânicas que não seriam alcançadas com o material combustível básico. DISPERSÃO Combustível a dispersão Partícula combustível cerne combustível matriz de Al revestimento de liga de alumínio Combustível monolitico revestimento de liga de alumínio Folha fina 20 o tamanho das partículas dispersas (físsil) deve ser grande comparado ao percurso médio de um fragmento de fissão; a distribuição das partículas dispersas na matriz do metal deve ser o mais uniforme possível; a densidade do material da fase dispersa (físsil) deve ser alta; a fase contínua da matriz de metal deve ter o máximo de volume possível na dispersão PARA UM BOM DESEMPENHO DE UM COMBUSTÍVEL A DISPERSÃO Para se alcançar os objetivos desejados os seguintes itens devem ser observados: Matriz Revestimento Partículas combustível Combustível a dispersão Os principais combustíveis com dispersões utilizados são: • UO2 disperso em aço inox ou zircaloy; • (U, Th) C2 ou UO2 em matriz de grafite; • U3O8, U3Si2, U3Si disperso em matriz de alumínio. 21 REATOR DE POTÊNCIA 22 Fukushima Chernobyl Tipos de Reatores Nucleares U3Si2-Al 20% H2O H2O MTR Vários 23 Incorporação de isótopos físseis em ligas metálicas estáveis; Cerâmicas refratárias (óxidos, carbonetos, nitretos ou silicetos); Outros materiais, mais complexos, tomando a forma de cercer (combinações de cerâmico-cerâmico) ou cermet (cerâmico- metal); Compósito (material formado por junção de outros materiais com o objetivo de se obter um produto de maior qualidade) COMBUSTÍVEIS PWR - MATERIAIS 24 Nos PWR, o núcleo é constituído por conjuntos de varetas combustível de liga de zircônio, acondicionando as pastilhas de óxido de urânio (urânio enriquecido a 4% de U 235), pastilhas MOX (misturado óxidos de urânio e plutônio [(U, Pu)O2], com um teor de Pu 5-10%). O Porque da escolha (UO2): Grande compatibilidade química com o refrigerante, no caso de uma falha na primeira barreira de contenção. COMBUSTÍVEIS PWR - MATERIAIS 25 Produtos de fissão: Dois átomos substituem cada átomo de U (ou Pu) que fissiona Mais de 30 elementos químicos podem ser produzidos por fissão Composição química do combustível pode evoluir substancialmente durante a irradiação 25% dos produtos de fissão são átomos de gás (Kr, Xe) BURNUP E PRODUTOS DE FISSÃO Queima “burnup”: É uma medida da quantidade de U (ou Pu) fissionada Unidades: MW.dia/tU ou % atômica Combustível LWR atualmente limitado a 50.000 MWD/t Experimentos > 70000 MWD/t Combustível metálico e de óxido para reatores rápidos, queima limitada a 10 at.% Experiências até 20 at.% Combustíveis tipo dispersão (reatores de pesquisa HEU) limites 50 at.% 50-90% dos átomos úteis de U (Pu) não são queimados - motivação para reprocessamento 26 Angra 1 Angra 2 Tipo Criticalidade Potência elétrica Combustível Diâmetro pastilhas Carregamento combustível Revestimento Temperatura máxima do revestimento Temperatura máxima do combustível Elementos combustíveis Número de barras de controle por elemento Queima média da descarga Densidade média de potência Barras de Controle Temperatura da água refrigerante primário Pressão do primário Número de circuitos derefrigeração Vaso de Pressão Contenção externa Ciclo PWR 1982 626 Pastilhas de UO2 49,3tHM Inicial:2.1/2.6/3.1% Recargas:3.3% Zr 4 350oC 1800oC 121 235 33000MWt/l 107,9kWt/l Ag/In/Cd 287.5/326.3oC 154 bar 2 Cilíndrico AS 508 Cl 12 170mm espessura Concreto reforçado 12meses,35.1% do combustível trocado PWR 1999 1350 Pastilhas de UO2 103tHM Inicial: 1.8/2.5/3.2% Recargas:3.3% Zr 4 349oC 2092oC 193 2 35000MWt/l 93.2kWt/l Ag/In/Cd 293/332oC 156 bar 4 Cilindro 20MnMoNi55 250mm espessura Concreto reforçado 12meses PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II REATORES ANGRA 1 e 2 Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto 27 Combustível cerâmico: - UO2 (ou UO2-PuO2 no caso MOX). - Quimicamente estáveis e compatíveis com água, estes óxidos são altamente resistente a altas temperaturas e irradiação, - O oxigênio do óxido é um fraco absorvedor de nêutrons, após a fissão mantém sua estrutura cristalina (cúbica) PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II COMBUSTÍVEIS PWR - MATERIAIS 28 UF6 NUH Precipitação e filtração TCAU Redução do TCAU a UO2 com H2 Tratamento de efluentes Homogeneização dos pós de UO2 Compactação das pastilhas UO2 Sinterização das pastilhas UO2 Retificação das pastilhas UO2 Pastilhas acabadas UO2 Pastilhas com defeitos Efluentes Dissolução em HNO3 Elementos CombustíveisLama da retificação Calcinação ao ar FABRICAÇÃO DE COMBUSTÍVEL NUCLEAR - VISÃO GERAL DO PROCESSO 29 FORNOPRENSA TCAU FILTRO TCAU Reconversão 30 • É o material mais utilizado para reatores de potência (PWR, BWR, AGR, PHWR, LWGR) • Vantagens: • Boa estabilidade térmica (não transform. fase) • Elevado ponto de fusão 2.800°C • Massa específica 10,96 g/cm3 • Baixa reatividade química c/ H2O(l) e H2O(v) • Boa estabilidade a danos por irradiação • Baixa dilatação térmica até 1800 °C • Desvantagens: • Baixa condutividade térmica • Aquecido ao ar, oxida-se a U3O8 • Utilização: • Na forma de pastilhas cilíndricas sinterizadas • Massa de cada pastilha 7 a 8 g • 60 t para reator PWR 600 Mwe • 100 t para reator PWR 1200 Mwe • 1/3 dos EC são substituídos a cada ano MEDIÇÃO PASTILHAS PROCESSO DE FABRICAÇÃO DE COMBUSTÍVEIS PWR – UO2 31 BOCAL INFERIOR TUBO REVESTIMENTO BOCAL SUPERIOR PASTILHAS DE UO2 MOLA PRESSÃO PASTILHA FINAL DE ISOLAMENTO BOCAL SUPERIOR COMBUSTÍVEIS TIPO VARETA PWR – UO2 32 Vareta Comprimento 4 m Diâmetro 1 cm Revestimento: Zr/1.5% FeCr Sn/0.5% -zircaloy, Zr/Nb -Zirlo M5 Combustível (óxido): - UO2 - (U,Pu)O2-x (MOX) Gap entre combustível /revestimento - hélio a 10 atm PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II COMBUSTÍVEIS TIPO VARETA PWR – UO2 33 GRADE ESPAÇADORA TUBOS GUIA DAS BARRAS CONTROLE BOCAL SUPERIOR BOCAL INFERIOR ESQUELETO ELEMENTO COMBUSTÍVEL ELEMENTO COMBUSTÍVEL PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II COMPONENTES ESTRUTURAIS 34 COMBUSTÍVEIS TIPO VARETA 35 As varetas são colocadas em um conjunto para formar um “elemento combustível “ posicionados numa matriz de malha quadrada. Esta disposição geométrica permite a circulação de água entre as varetas, e assim a remoção de calor gerado dentro do núcleo do reator. Num reator de água pressurizada esta estrutura é aberta e a água pode circular transversalmente no elemento. PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II MONTAGEM DO COMBUSTÍVEL TIPO VARETA 36 PMT 3531 – PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II ELEMENTO COMBUSTÍVEL 37 PMT 3531 - PROCESSAMENTO DE COMBUSTÍVEIS NUCLEARES II Humberto Gracher Riella humberto.riella@ufsc.br Elita Urano de Carvalho _ elitaucf@ipen.br mailto:elitaucf@ipen.br mailto:elitaucf@ipen.br Chernobyl LWRS – REATORES DE ÁGUA LEVE PWRs BWRs Tipo de reator nuclear de potência mais utilizado atualmente em todo o mundo Desenvolvido inicialmente nos EUA para propulsão de submarinos (USS Nautilus, 1955) (compacto) Adaptado para uso civil com a finalidade de gerar energia elétrica (Shippingport, Pensilvânia, EUA, 75 MW elétricos, 1957) Acidente na usina nucleoelétrica de Three Mile Island, Pensilvânia, EUA, ocorrido em 28/03/1979, evidenciou falhas de segurança corrigidas em projetos subsequentes Após 35 anos de desenvolvimento, a tecnologia de reatores PWR atingiu um estágio em que as características de projeto dos reatores deste tipo tornaram-se bastante semelhantes Sucesso: • Foi o reator mais patrocinado pelos Estados Unidos, • tem segurança intrínseca, • não torna radioativa a turbina e é dos tipos mais seguros PWR - REATOR REFRIGERADO A ÁGUA PRESSURIZADA PWR - REATOR REFRIGERADO A ÁGUA PRESSURIZADA Combustível nuclear Tipo Dióxido de urânio (UO2) com grau e enriquecimento em 235U de 2,5 a 4 % Formato Pastilhas cilíndricas com 9 mm de diâmetro e 10 mm de comprimento, acondicionadas dentro de um revestimento metálico Revestimento metálico Tubo de Zircaloy-4 com 10 mm de diâmetro e 4 m de comprimento, pressurizado com gás He e lacrado por soldagem para constituir uma vareta combustível Disposição Arranjo quadrado com 20 cm de lado, contendo 16 x 16 varetas, mantidas fixas por meio de grades espaçadoras para constituir um elemento combustível Núcleo do reator Configuração Elementos combustíveis posicionados lado a lado dentro do vaso de pressão Dimensões 3,8 m de diâmetro e 3,7 m de altura (parte ativa) Potência gerada Térmica 3800 MW Elétrica 1300 MW Eficiência térmica geral 34 % BWR - Reator Refrigerado a Água Fervente Vapor gerado é utilizado diretamente na turbina VANTAGENS - diminuição das perdas termodinâmicas - não há necessidade de altas pressões Basicamente o EC é o mesmo do PWR com varetas e pastilhas de UO2 enriquecidos entre 2 e 4% w /o . Arranjos de 7x7 ou 8x8 varetas. dimensões do núcleo (média): ~ 4,7m / h ~ 3,7m temperatura 280ºC a 65 atm As barras de controle entram por baixo (cruciformes) GCR - Reator Refrigerado a Gás - MAGNOX Uo - natural / grafita / CO2 - Ficou conhecido como MAGNOX devido ao tipo de material do revestimento (liga de Mg) - 26 reatores entre 1956 - 1970 (produzir Pu-armas) Tco2 = 395ºC - T vapor = 370ºc e P = 49 bar AGR - Reator Avançado Refrigerado a Gás Para elevar a temperatura de operação - Substituição do MAGNOX por aço inox ou zircaloy - substituição do U-natural metálico por UO2 enriquecido - uso de aços especiais para os componentes do circuito de refrigeração 1º entrou em funcionamento - 1962 (Windscale, (105MWTh - 33 MWe) 20 anos Custos muito altos X PWR Ex.: Hunterton B. P = 1496 MWTh 624 MWe ( = 42%) UO2 2 - 2,6% enriquecido 122,5 Ton. Tmáx gás = 654ºC (CO2) Tvapor = 541ºC P = 167 atm Moderador = grafite HTGR - Reator Refrigerado a Gás com Temperatura Elevada É um aperfeiçoamento do GCR Combustível Th - 232 + U-235 (93%) (para conversão em U-233) Foram construídos apenas 5 reatores HTGR: esferas de ThC2 / UC2 revestidos carbono pirolítico para reter os PF ( 1mm de Ø ) esferas + grafite formando uma mistura homogênea que resiste a altas temperaturas. Há a opção de se fazer varetas combustíveis. Operam Taltas = 750ºC - 1000ºC Refrigerante He HTGR alemão A mistura homogênea é compactada em esferas de 28 mm e colocados num vaso de pressão com Refrigeração de He • FORT St. Vrain - USA • ThC2 / UC2 colocados em cavidades usinadas de grafite • Blocos de Grafite (Tc = 2300ºC, THe = 770ºC, η = 39,2%) PHWR - Reator Refrigerado a Água Pesada Pressurizada - CANDU 1- varetas combustíveis 2- vaso do núcleo 3- barras de controle 4- pressurizador 5- gerador de vapor 6- bomba do circuito secundário (H2O) 7- bomba do circuito primário (D2O) 8- carregador de combustível 9- água pesada (D2O) 10- tubos pressurizados 11- vapor 12- água do condensador 13- contenção PHWR - Reator Refrigerado a Água Pesada Pressurizada - CANDUO CANDU ( CANada Deuterium Uranium) foi inventado no Canada no final dos anos 50 pela Atomic Energy of Canada Ltd., Ontario Power Generationn e GE Canada. Todos os reatores Canadenses são CANDU. São usados na Índia, Paquistão, Argentina, Coréia do Sul, Romania and China. Maior usina do mundo em Kashiwazaki-Kariwa, no Japão, com oito reatores de cerca de 800 MW cada, totalizando 6.232 MW. (série CANDU-6 dos anos 80) Nova geração CANDU ACR-1000 – 1200 MW (urânio levemente enriquecido) 1- varetas combustíveis 2- vaso do núcleo 3- barras de controle 4- pressurizador 5- gerador de vapor 6- bomba do circuito secundário (H2O) 7- bomba do circuito primário (D2O) 8- carregador de combustível 9- água pesada (D2O) 10- tubos pressurizados 11- vapor 12- água do condensador 13- contenção SGHWR - Reator Gerador de Vapor Moderado a Água Pesada O Steam Generating Heavy Water Reactor (SGHWR) é um reator do tipo tubo pressurizado moderado a água pesada e refrigerado a água leve. É uma mistura do CANDU com o BWR. Usa tubos pressurizados separando o refrigerante do moderador. O Gentilly-1 é um reator protótipo CANDU-BWR. Foi projetado para 250MW(e) e foi construído perto de Bécancour, Quebec, baseado no projeto do SGHWR . O projeto do moderno CANDU ACR-1000 usa o conceito desse protótipo. Existiram poucos SGHWR, sendo o maior o Winfrith in Dorset, UK, com 100 MW. Cessou a operação em 1990. RBMK - Reator Refrigerado a Água Fervente e Moderado a Grafite Russian Reaktor Bolshoy Moshchnosti Kanalniy Bloco de grafite Utiliza UO2 enriquecido a 2% Varetas de tubos de zircaloy (1% Nb) com 1,36 cm de diâmetro e espessura de parede de 0,825 mm. Como o PWR as varetas são preenchidas com hélio e são hermeticamente seladas. Cada vareta contém 3,5 kg de pastilhas de UO2. O comprimento é de 3,64 m, com comprimento ativo de 3,4 m. As varetas operam a 600 °C. Esse é o reator Chenobyl. 11 ainda operam na Rússia FBR - Reator Regenerador Rápido Os nêutrons que induzem a fissão são rápidos, portanto não possuem moderador. Utilizam U-233 ou Pu-239 altamente enriquecidos (25 - 50% W/o). A carga é cara mas a queima é 3 vezes maior do que um PWR típico. Possui núcleo compacto, portanto as pastilhas têm menor diâmetro (6mm) O núcleo possui um “cobertor” de U empobrecido para produzir Pu – 239 Refrigerante : Na líquido (Na - K líquido - alternativo) (não pressurizado) - reações química do Na - reação de captura Combustível 238 UO2 - Pu O2 233 UO2 - ThO2 Grande desvantagem Tin = 430ºC Tout = 550ºC FBR - Reator Regenerador Rápido Vistas do EBR II (Experimental Breeder Reactor) EBR-II ANL, Idaho 62.5 MW(t), 20 MW(e) SUPERPHÉNIX Rio Rhône, em Creys-Malville. Fechado em 1997 //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/ba/EBRII_1.jpg //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/76/Superph%C3%A9nix.jpg