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PÁGINA 1 DE 5 DISTÚRBIOS DAS HEMÁCIAS HEMÁCIAS LAURA BARROSO VIANA 4º PERÍODO - MEDICINA A hemoglobina nas hemácias transporta o oxigênio para os tecidos. As hemácias funcionam como transportadores de dióxido de carbono e participam do equilíbrio ácido básico. As hemácias são de 500 a 1.000 vezes mais numerosas do que outras células do sangue, é o tipo mais comum de célula sanguínea. A hemácia madura é uma célula sem núcleo e bicôncava, esta forma contribui de duas maneiras para a função do transporte de oxigênio das hemácias. Forma bicôncava: proporciona uma área de superfície maior para a difusão de oxigênio Espessura da membrana capilar: Possibilita que o oxigênio se difunda rapidamente entre o exterior e as regiões mais internas da célula. Flexibilidade da membrana: pode se espremer através do lúmen de vasos capilares e chegar aos tecidos mais periféricos Uma das redes de proteínas fibrosas, chamada de espectrina, é responsável pela manutenção da forma bicôncava e da flexibilidade da membrana das hemácias. Ela forma uma ligação com outra proteína, chamada anquirina. A função das hemácias, facilitada pela molécula hemoglobina, é o transporte de oxigênio para os tecidos. Como o oxigênio é pouco solúvel no plasma, 95 a 98% dessas moléculas são transportadas em conjunto com a hemoglobina, que é composta por: Dois pares de cadeias de polipeptídeos estruturalmente diferentes: alfa e beta Cada uma das 4 cadeias de polipeptídeos é constituída por uma porção de globina e uma unidade Heme. Com isso, cada molécula de hemoglobina é capaz de transportar quatro moléculas de oxigênio. A hemoglobina é um pigmento natural. Devido ao seu alto teor de ferro, tem uma aparência avermelhada quando se liga ao oxigênio e um tom azulado quando não há oxigênio. PÁGINA 2 DE 5 TIPOS PRINCIPAIS DE HEMOGLOBINA: Hemoglobina adulta HbA: consiste em um par de cadeias alfa e um par de cadeias beta. Hemoglobina fetal HbF: hemoglobina predominante no feto a partir do terceiro mês de gestação até o nono mês. Possui um par de cadeias gama substituído por cadeias alfa. Possui maior afinidade com o oxigênio do que a HbA, facilitando a troca de oxigênio através da placenta da HbA do sangue materno para a HbF do sangue do feto. HbF são substituídas em um período de 6 meses após o nascimento por moléculas de HbA. SÍNTESE DE HEMOGLOBINA: A taxa de síntese de hemoglobina depende da disponibilidade de ferro para a síntese do heme. A falta de ferro acarreta quantidades relativamente pequenas de hemoglobina nas hemácias. A quantidade de ferro no organismo é de aproximadamente 2g nas mulheres e até 6g nos homens. A maior parte do ferro (aproximadamente 80%) é encontrada na forma de complexo no heme da molécula hemoglobina, e pequenas quantidades são encontradas na mioglobina dos músculos, nos citocromos (enzimas que contém ferro). Os outros 20% são armazenados na medula óssea, fígado, baço, etc. O ferro da hemoglobina é reciclado. Quando as hemácias envelhecem, são destruídas no baço, e o ferro da hemoglobina é liberado na circulação sanguínea e devolvido à medula óssea, para ser incorporado em novas hemácias, ou enviado para o fígado e outros tecidos para ser armazenado. Quando as reservas de ferro estão reduzidas, pode ocorrer a estimulação da eritropoese e a absorção aumenta. Quando há uma quantidade excessiva, a excreção de ferro é acelerada. Normalmente uma pare do ferro é sequestrada pelas células do epitélio intestinal é perdida nas fezes à medida que estas células se desprendem. O ferro absorvido entra na circulação, onde se combina imediatamente com uma b-globulina, a apotransferrina, formando a transferrina, que é transportada pelo plasma. Do plasma, o ferro pode ser depositado em tecidos como o fígado, no qual é armazenado em forma de ferritina, um complexo de ferro-proteína, que pode facilmente retornar à circulação. Níveis séricos de ferritina fornecem o índice das reservas de ferro A transferrina também pode fornecer ferro para o desenvolvimento de hemácias na medula óssea por ligação dos receptores de membrana. PÁGINA 3 DE 5 PRODUÇÃO DE HEMÁCIAS: Eritropoese se refere à produção de hemácias. Após o nascimento as hemácias são produzidas na medula óssea vermelha. Até 5 anos de idade, quase todos os ossos as produzem para atender ás necessidades de crescimento de uma criança. Depois dessa idade, a atividade da medula óssea cai gradualmente. Após 20 anos de idade, a produção de hemácias ocorre principalmente nos ossos membranosos das vértebras, esterno, costelas e pelve. Com essa redução, a medula óssea vermelha é substituída por medula óssea amarela As hemácias derivam de células percussoras chamadas eritroblastos, que são continuamente formados a partir das células estaminais pluripotentes da medula óssea. Os percussores das hemácias passam por uma série de divisões, cada uma produzindo uma célula de tamanho menor, à medida que continuam a desenvolver em hemácias maduras. A síntese de hemoglobina começa nos primeiros estágios de desenvolvimento dos eritroblastos e continua até a célula se transformar em hemácia madura. Durante a transformação de normoblasto para reticulócitos, as hemácias acumulam hemoglobina à medida que o núcleo se condensa até que seja finalmente perdido. A maturação de reticulócitos em hemácias demora em torno de 24 a 48 h. Durante esse processo, as hemácias perdem as mitocôndrias e os ribossomos, juntamente com a capacidade de produzir hemoglobina e se envolver no metabolismo oxidativo. Em grande parte, a eritropoese é regulada pelas necessidades de oxigênio do tecido. Qualquer condição que provoque uma diminuição na quantidade de oxigênio transportado pelo sangue dá origem a um aumento na PÁGINA 4 DE 5 produção de hemácias. Redução no teor de oxigênio é detectada pelas células peritubulares nos rins, que então produzem um hormônio chamado eritropoietina. Diversos fatores de crescimento estão envolvidos na fase inicial do processo: (G-CSF) (GM)-CSF (IGF-1) A eritropoietina atua principalmente nos estágios mais avançados da eritropoese para induzir as unidades formadoras de colônias de hemácias a proliferar e amadurecer, passando do estágio de normoblasto para reticulócitos e hemácias maduras. Quando NÃO HÁ eritropoietina, do mesmo modo que em caso de Insuficiência renal, a hipóxia tem POUCO ou nenhum efeito sobre a produção de hemácias. A eritropoietina pode ser produzida pela tecnologia do DNA. É empregada no tratamento de anemia em casos de insuficiência renal crônica e outras. Como as hemácias são liberadas para a corrente sanguínea na forma de reticulócitos, a porcentagem dessas células é maior quando existe um aumento acentuado na produção de hemácias. Em algumas situações, a produção de hemácias é tão acelerada que aparecem numerosos eritroblastos na corrente sanguínea. METABOLISMO DAS HEMÁCIAS E OXIDAÇÃO DA HEMOGLOBULINA: As hemácias, que não têm mitocôndrias, dependem da glicose e da vida glicolítica para suprir suas necessidades metabólicas. O metabolismo anaeróbico da glicose, é mediado por uma enzima, produz ATP necessário para o funcionamento normal da membrana celular e para o transporte de íons. A depleção da glicose ou a deficiência funcional de uma das enzimas glicolíticas leva à morte prematura das hemácias. Em condições de hipóxia, ocorre um aumento na concentração de 2,3-DPG, como em casos de doença pulmonar crônica, anemia e residência em altitudes elevadas. Determinados produtos químicos (p. Ex: nitratos e sulfatos) PÁGINA 5 DE 5 e substâncias que oxidam a hemoglobina em uma forma inativa interrompemsua oxidação. Grandes doses de nitrito podem originar altos níveis de meta-hemoglobina, causando pseudocianose e hipóxia tecidual. TESTES LABORATORIAIS: A contagem de hemácias calcula o número total de hemácias em um microlitro de sangue. A porcentagem de reticulócitos apresenta um índice da taxa de produção de hemácias. A hemoglobina mede o teor de hemoglobina. Os principais componentes do sangue são a massa de hemácias e o volume do plasma. O hematócrito mede a massa de hemácias em um volume de 100 mL de plasma. O valor do hematócrito pode ser enganoso, pois varia com a quantidade de líquido extracelular. Os índices eritrocitários são empregados para diferenciar os tipos de anemia por tamanho ou cor das hemácias. VCM reflete o volume ou tamanho das hemácias (é baixo em caso de anemia microcítica e se eleva na macrocítica) CHCM é a concentração de hemoglobina em cada uma das células HCM se refere à massa das hemácias e não são uteis para classificar os tipos de anemia As anemias são descritas como normocrômicas (cor ou CHCM normal) ou hipocrômicas (redução na cor ou CHCM).
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