Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Responsável Técnico: Lorena de Fátima Vidal (CRB: 410/11-AM) Biblioteca CEUNI-FAMETRO FAMETRO Av. Djalma Batista, Nossa Sra. das Gracas. Manaus, AM C287e Carmine, Luciana Oliveira do Valle. Empreendedorismo e inovação / Luciana Oliveira do Valle Carmine -- Manaus: CEUNI-FAMETRO, 2021. 152p. ISBN: 978-85-64293-03-8 1. Economia 2. Empreendedor 3. Plano de negócios I. Título. CDU.:65.016 Todos os direitos reservados © FAMETRO IME Instituto Metropolitano de Ensino Ltda Wellington Lins de Albuquerque | Presidente - IME Maria do Carmo Seffair Lins de Albuquerque | Reitora Cinara da Silva Cardoso | Vice-Reitora Iyad Amado Hajoj | Diretor de EaD e Expansão Leonardo Florêncio da Silva | Diretor Editorial e Gestor de EaD Adilsimar Saraiva Maciel | Coordenação Pedagógica EaD Luciana Braga | Projeto Gráfico e Direção de Arte Amenayde Cristine Corrêa | Assistente Editorial Ana Augusta de Oliveira Simas | Supervisora de Revisão e Revisora Anne Caroline do Nascimento Ribeiro | Revisora Karoline Alves Leite | Revisora Liene Costa | Revisora Imagens | depositphotos.com "Nos termos da Lei n.º 9.610/98, o autor desta obra é titular de todo o complexo de direitos autorais sobre a presente criação. Assim, é vedada a cópia, reprodução, edição ou distribuição desta obra sem autorização expressa do Autor ou da Editora e, ainda é vedado utilizar, citar, publicar esta obra integral ou parcialmente sem deixar de indicar ou anunciar o nome, pseudônimo ou sinal convencional do autor sob pena da aplicação das medidas previstas nos Art. 101 a 110 da Lei n.º 9.610/98." Ficha catalogada na Biblioteca CEUNI-Fametro Pa la vr a da R ei to ra “Sejam todos e todas bem-vindos ao EaD do Centro Universitário Fametro” O Centro Universitário Fametro acredita que o papel de uma instituição de ensino é formar não apenas profissionais, mas também formar profissionais no Ensino Superior, com valores éticos, humanísticos e com respeito ao meio ambiente capazes de contribuir para o desenvolvimento da nossa Amazônia. A Fametro, portanto, tem premissas claras a cumprir como instituição de ensino de qualidade. Praticar o ensino, pesquisa e extensão é a sua principal bandeira. A Fametro, ao longo das últimas duas décadas, vem se consolidando como a melhor instituição de ensino do Norte, um espaço democrático e docentes com variadas visões de mundo. Somos uma instituição de ensino plural que avança a cada ano em busca sempre de desenvolver a economia da Amazônia. Nossa estrutura é moderna, estamos em diversos municípios levando uma educação inclusiva e de qualidade. Conheça o Centro Universitário Fametro e viva a experiência em estudar numa instituição com o corpo docente com mestres e doutores e de qualidade de ensino comprovada pelo MEC. Maria do Carmo Seffair Reitora “É a educação que faz o futuro parecer um lugar de esperança e transformação”. (Marianna Moreno) UNIDADE I Empreendedorismo Empreendedorismo, o que é? A evolução do empreendedorismo Por que empreendedorismo? A experiência brasileira Empreendedorismo por oportunidade x empreendedorismo por necessidade Pesquisa – gem (monitoramento do empreendedorismo global) Taxa de sobrevivência de empresas de 2 anos, evolução no Brasil Su m ár io 13 15 18 19 21 22 23 26 Taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, evolução no Brasil É possível ensinar empreendedorismo? UNIDADE II Intraempreendedorismo Características do intraempreendedor Espírito empreendedor na empresa Intraempreendedorismo: comportamento de dono Características empreendedoras Mitos sobre o empreendedor O processo empreendedor UNIDADE III Identificando oportunidades A oportunidade Plano de negócio A quem se destina o plano? O que contém o plano de negócios de uma empresa? 27 29 33 34 38 40 41 44 48 55 56 62 66 66 UNIDADE IV Descrição da empresa Mercado Competidores Marketing e Vendas Referências Caderno de Exercícios 73 80 87 113 125 U ni da de 1 Videoaula 1 Videoaula 2 13 EMPREENDEDORISMO Vive-se num mundo de competição empresarial cada vez mais acirrado e, em muitos casos, as micro e pequenas empresas, que são as grandes empregadoras do país, não têm acesso a informações e técnicas que poderiam mantê-las mais robustas e aptas a enfrentar a concorrência. Quando olhamos para o passado, recordamos da Revolução Industrial, época em que predominavam trabalhos mecanizados, a geração de ideias era desestimulada por uma estrutura fabril que visava 14 Anotações: redução constante de tempo, trabalhadores eram sufocados e, muitas vezes, massacrados por longas jornadas de trabalho. Pensar em colaboradores que poderiam ser empreendedores seria algo pouco provável. No entanto, o decorrer dos anos nos trouxe uma série de mudanças significativas no ambiente empresarial. Três forças contribuíram para a moldura da realidade atual, segundo Mello (1997 apud MACEDO, 2003, p. 1): I. Com a grande concorrência, ocasionando uma maior possibilidade de escolha por parte dos clientes, além da enorme facilidade de informações, eles se tornam mais exigentes demandando produtos customizados; II. A concorrência assume aspectos globais e não se restringe a preços, mas a outros fatores como qualidade, confiabilidade, velocidade e capacidade de inovar; III. A mudança é algo natural na conjuntura atual, visualizada inclusive no curto ciclo de vida dos produtos e constantes adaptações das empresas. Todo esse processo é caracterizado por profundas mudanças que assolam, em especial, o mercado de trabalho, pois exige pessoas com características inovadoras aptas a atuarem nesse cenário. Grandes empresas empregadoras do passado, nessa nova roupagem exigida pelo mercado, tiveram que se adaptar e não geram mais a quantidade de empregos de outrora. Essas transformações estão fazendo com que haja uma 15 recondução da força de trabalho, de modo que muitos se inserem no mundo dos negócios e passam a ser gestores de seus próprios empreendimentos. A ideia de que o empreendedor é unicamente aquele inato não é verdade absoluta, visto que uma série de habilidades podem ser desenvolvidas. Os empreendedores inatos continuarão a existir, mas é possível capacitar pessoas para criarem empresas de sucesso. Para isso, as empresas precisam de pessoas cada vez mais com habilidades empreendedoras, aptas a criar, inovar e se adaptar às constantes mudanças que o mercado globalizado impõe. Mais ainda, devem conseguir tirar proveito de tais mudanças, abrindo o horizonte de possibilidades produtivas. Por isso, desenvolver tais habilidades nos gestores das empresas, hoje, é fator primordial que pode alavancar o crescimento econômico, gerando mais empregos e renda para a sociedade. Nesse ambiente, o planejamento é palavra essencial e o plano de negócio é o instrumento fundamental para aqueles que querem abrir um negócio próprio ou mesmo lançar um novo produto ou serviço no mercado. EMPREENDEDORISMO, O QUE É? Muitas pessoas consideram o empreendedo- rismo como sendo sinônimo do ato de abrir empre- sas. Porém, defi nições mais abrangentes mostram que vai além do ato de abrir novas empresas e que pode estar relacionado a vários tipos de organi- Planejamento Plano de Negócio QUEM É O EMPREENDEDOR? O empreendedor é aquele que faz acontecer, antecipa- se aos fatos e tem uma visão futura da organização (DORNELAS, 2016). O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente através da introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização, ou pela exploração de novos recursos e materiais (JOSEPH SCHUMPETER, 1949). 16 Anotações: zações, em vários estágios de desenvolvimento. De maneira mais detalhada, o ato de empreender está relacionado à identificação, análise e implemen- tação de oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e acriação de valor. Isto pode ocorrer através da criação de novas empresas, não somente em empresas já estabelecidas, organizações com enfoque social (Empreendedorismo Social), entidades de natureza governamental, etc. O Empreendedorismo Social está relacionado à criação de um negócio que gera grande impacto na sociedade. Imagine uma empresa que faça pequenas reformas voltadas para pessoas que moram em comunidades com parcelamento até 36 vezes. Muitas dessas pessoas não teriam como reformar suas casas pagando os custos da obra em poucas parcelas, mas, com um parcelamento maior, muitas famílias conseguem realizar o seu sonho. Segundo artigo da Harvard, o empreendedorismo social surgiu nas últimas décadas como uma forma de identificar e promover mudanças potencialmente transformadoras na sociedade. Um híbrido de intervenção governamental e puro empreendedorismo de negócios, o empreendimento social é capaz de tratar problemas cujo âmbito é estreito demais para instigar o ativismo legislativo ou para atrair capital privado. Sendo assim, podemos identificar alguns termos interessantes como: inovação, visão futura, oportunidade e destruição da ordem econômica existente. Então, esse empreendedor é aquele que possui uma visão futura, percebe algo que 17 hoje não é notado pelos outros e consegue alinhar essa visão a uma oportunidade identificada no ambiente, quebrando a ordem econômica atual com a introdução de novos produtos e serviços inovadores. Além disso, conforme pesquisa do GEM 2016, muitos brasileiros têm o sonho de abrir um negócio próprio. Percentual da população segundo o sonho - Brasil – 2016 Tabela 1: % da população. O PROCESSO EMPREENDEDOR Objetivo: compreender a evolução e importância do empreendedorismo, assim como os fatores importantes do processo empreendedor. Mentalidade 9% da população 9% de não empreendedores 9% de empreendedores Viajar pelo Brasil 48,8 47,5 Comprar a casa própria 47,1 45,8 Comprar um automóvel 38,4 32,9 Ter seu próprio negócio 34,5 31,7 Viajar para o exterior 28,6 29,2 Ter um diploma de ensino superior 28,8 24,1 Ter plano de saúde 31,2 22,6 Fazer carreira numa empresa 22,7 19,5 Casar ou constituir uma nova família 14,9 12,9 Comprar um computador/ tablet/ smartphone 8,1 4,8 Outro 9,9 10,6 Nenhum 3,2 3,3 Fonte: GEM BRASIL 2016. 1 Percentual da população de 18 a 64 anos que tem como sonho o ítem especificado.Cada indivíduo pode ter mais de um ítem selecionado. 18 Anotações: A EVOLUÇÃO DO EMPREENDEDORISMO Segundo Dornelas (2016), o mundo tem passado por transformações, principalmente no século XX, que revolucionaram o estilo de vida das pessoas tais como: • 1923 aparelho televisor; • 1943 computador; • 1945 bomba atômica; • 1967 transplante do coração; • 1970 microcomputador; • 1989 World Wide Web; • 1993 primeiro animal clonado – Ovelha Dolly. Listamos apenas algumas delas, pois seria impossível reunir em único documento comum todas as inovações ocorridas ao longo dos anos em todo o mundo. Sem dúvida, por trás das invenções existiam pessoas/equipes com características especiais que puderam olhar para além do que existia na própria realidade que os cercava. Por que o ensino e foco em empreendedorismo está se intensificando agora? A inovação é fundamental para que se tenham constantemente produtos inovadores. Esse processo é que possibilita que muitas famílias, hoje, tenham acesso a produtos e serviços, o que seria difícil sem essa evolução. Ao comparar nossa vida hoje, considerando os produtos e serviços que consumimos, percebe-se que o nosso padrão de consumo é maior que o de nossos avós. Mas, por que isso ocorre? Atualmente, a CONCORRÊNCIA é bem mais acirrada que a de tempos passados. Outro aspecto importante é que a VELOCIDADE DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA 19 Anotações:é bem maior que antigamente. Se olharmos para os produtos, vamos perceber que se a empresa de celular A lançar um determinado produto, a empresa B (concorrente de A) lançará em seguida um novo produto, também com inovações, pois, se assim não o fizer, em pouco tempo, ficará fora do mercado. Com o lançamento desses novos produtos, o que ocorre com o preço do antigo? Todos sabem que reduzem quase que imediatamente. É nesse momento que pessoas com mais baixa renda conseguem ter acesso a tais produtos. Logo, o lançamento de novos produtos/serviços e, consequentemente, esse processo de inovação ocasionam acesso ao consumo, o que não seria possível se os preços não tivessem baixado. Outro fator importante refere-se à geração de emprego e renda dos países, daí a necessidade de incentivar o espírito empreendedor nas escolas, para que cada vez mais esse processo de inovação ocorra, gerando emprego, renda e prosperidade para as famílias. O desejo de abrir negócio próprio há 20/25 anos era considerado loucura para um jovem recém-formado, por exemplo. Isto porque eles eram educados para trabalhar em grandes empresas ou prestar um concurso público. Essa realidade já mudou bastante, pois, agora, os jovens são preparados para também abrir um negócio próprio, criando empregos e renda. POR QUE EMPREENDEDORISMO? Os países já perceberam que o empreendedo- rismo é o grande impulsionador de suas economias, gerando emprego e renda. Os Estados Unidos, por 20 Anotações: exemplo, tem uma cultura empreendedora, buscan- do incentivar o empreendedorismo desde a infân- cia até a velhice, assim como outros países (DOR- NELAS, 2016). Em conformidade com o autor, em Israel há Programa de Incubadoras Tecnológicas (mais de 500 negócios já foram criados nas 26 incu- badoras do projeto). Houve, ainda, uma avalanche de investimento de capital de risco nas empresas israelenses, sendo que mais de 100 empresas cria- das encontram-se com suas ações na NASDAQ (Bol- sa de ações de empresas de tecnologia e Internet, nos EUA). Na França, há iniciativas para promover o ensino de empreendedorismo nas universidades, particularmente para engajar os estudantes. Incubadoras baseadas nas universidades estão sendo criadas; uma competição nacional para novas empresas de tecnologia foi lançada e uma fundação de ensino do empreendedorismo foi estabelecida. Conforme pesquisa da UCLA – Universidade da Califórnia, aos 5 anos, as crianças fazem 98 tarefas criativas por dia, aos 44 os adultos fazem apenas 2. Cada vez mais os países percebem que precisam incentivar uma cultura empreendedora para fazer com que as crianças sejam criativas aos 5 anos e tornem-se adultos também criativos. 21 A EXPERIÊNCIA BRASILEIRA O Conceito de Empreen-dedorismo, no Brasil, difundiu-se com mais intensidade a partir de 1990. Isso porque, nesse período, houve a abertura comercial durante o governo Collor. Deu-se com intuito de melhorar a competitividade da indústria nacional que possuía produtos caros e obsoletos. Quando os produtos estrangeiros começaram a entrar no merca-do brasileiro, com produtos tecnologicamente melhores e mais baratos, a indústria local sentiu a perda de mercado e muitas não suportaram a concorrência, vindo a fechar suas portas. Nesse momento, muitas pessoas que haviam perdido seus empregos começaram a usar o seu FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) para abrir um negócio. Porém, muitos não tinham a qualificação necessária. A consequência foi que, muitos desses negócios, também fecharam suas portas. Nesse momento, o governo percebe que precisa criar mecanismos para ajudar esses empreendedores. Nos anos 90, começam a surgir os primeiros programas ligados aos cursos de tecnologia, via ação induzida de entidades como SEBRAE, etc. Maior visibilidade acontece quando o foco na pequena empresa passa a ser prioridade governamental com vistas à geração de emprego e preocupação com a criação de empresas duradouras que diminuíssem as estatísticas de mortalidade. Disciplinas de empreendedorismo foram criadas em todo o país, ligadas aos mais variados cursos superiores,como Administração, Engenharia, Computação, Turismo, entre outras. VOCÊ SABE COMO SURGIRAM AS INCUBADORAS? O movimento de incubadoras surgiu na década de 50, na região que, atualmente, é conhecida como Vale do Silício, na Califórnia (EUA), a partir de iniciativas da Universidade de Stanford, cujo objetivo era desencadear a transferência de tecnologia desenvolvida na Universidade às empresas, além da criação de novas organizações na área de tecnologia. Com o decorrer dos anos, tais incubadoras passaram a ter o objetivo mais amplo de fomentar o desenvolvimento econômico, que é feito através de empreendedores que constituirão novas empresas que gerarão empregos, tributos, etc. Para DRUCKER (2003), “empreender é um evento “meta- econômico”, algo que influencia profundamente, e, deveras, molda a economia, sem fazer parte dela”. 22 Anotações: Tudo isso possibilitou uma mudança de rumos na economia brasileira, o que incentivou: • Criação de empresas voltadas para a internet; • Movimento de incubação de empresas: am- biente que visa incentivar o empreendedo- rismo oferecendo assessoria, treinamento, etc. para o negócio. A ideia da incubadora é similar a uma criança que nasce com algum problema e precisa ir para uma incubado- ra, onde receberá cuidados especiais para que, enfim, possa, depois de um certo tem- po, viver sua vida tranquilamente. Com a incubadora de empresas, a ideia é ajudar a empresa para que ela se torne mais robusta e possa “sobreviver” no mercado, gerando emprego e renda para a sociedade. EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE X EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE Outro conceito interessante é o de Empre- endedorismo por necessidade e oportunidade. Qual a diferença? No empreendedorismo por necessidade, tem- se uma situação de indivíduos que, normalmente, perderam seus empregos e não têm outra renda. Empreendedorismo Oportunidade Necessidade 23 Sendo assim, muitos destes vão empreender por necessidade, vendendo, por exemplo, cachorro quente na frente de suas casas ou vendendo pro- dutos por catálogo. Nesse tipo de empreendedoris- mo, não há um planejamento prévio para identificar uma demanda reprimida. Já no empreendedorismo por oportunidade, existe uma ideia inovadora para um dado mercado, ou seja, há planejamento prévio avaliando as oportunidades e riscos envolvidos. PESQUISA – GEM (MONITORAMENTO DO EMPREENDEDORISMO GLOBAL) Na figura 2, pode-se verificar que até 2002 o empreendedorismo por necessidade, no Brasil, era superior ao empreendedorismo por oportunidade. Porém, a partir de 2003, essa realidade mudou e o empreendedorismo por oportunidade passou a ser superior ao empreendedorismo por necessidade. Isso é bem favorável, pois indica que muitos brasileiros estão abrindo negócio próprio não porque perderam seus empregos, mas por terem identificado uma oportunidade de negócio. Figura 2: Taxas de empreendedorismo Pesquisa GEM iniciou em 1999: Surgiu da parceria entre a Babson College e London Business School e, atualmente, é a mais abrangente pesquisa anual sobre atividade empreendedora no mundo; Participam da pesquisa 65 países dos cinco continentes, que representam 70% da população e 83% do PIB mundial; Anualmente, é gerado um relatório com o resultado das pesquisas sobre empreendedorismo realizadas no mundo. 24 Anotações: O relatório GEM de 2016, seguindo a classificação do Fórum Econômico Mundial – WEF, classificou os países em: • Países impulsionados por fatores – são caracterizados pela predominância de atividades com forte dependência dos fatores trabalho e recursos naturais; • Países impulsionados pela eficiência – são caracterizados pelo avanço da industrialização e ganhos em escala, com predominância de organizações intensivas em capital; • Países impulsionados pela inovação – são caracterizados por empreendimentos intensivos em conhecimento e pela expansão e modernização do setor de serviços. O Brasil, conforme figura 3, integra o grupo de países impulsionados pela eficiência. Já países como Estados Unidos e Alemanha integram o grupo de países impulsionados pela inovação. 25 Figura 3: Taxas de oportunidade Figura 4: Taxas de oportunidade 26 Anotações: Outro aspecto importante a ser analisado é a taxa de sobrevivência de empresas no Brasil. Segundo o SEBRAE (2016), entre 2010 e 2014, a taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos passou de cerca de 54% para algo em torno de 77%. Acredita-se que um maior nível de informação, além de muitos cursos na área de empreendedorismo, tem ajudado o empreendedor a se qualificar e a planejar melhor o negócio. TAXA DE SOBREVIVÊNCIA DE EMPRESAS DE 2 ANOS, EVOLUÇÃO NO BRASIL Figura 5: Estudo SEBRAE – Sobrevivência das Empresas no Brasil - 2016 A taxa de mortalidade de empresas com até dois anos também vem diminuindo, passando cerca de 45% para empresas que abriram seus negócios em 2008, para 23% das que abriram em 2012. 2008 2009 2009 2011 2012 Ano de Construção da Empresa 54,2% 55,4% 76,2% 75,8% 76,6% 27 TAXA DE MORTALIDADE DE EMPRESAS DE 2 ANOS, EVOLUÇÃO NO BRASIL Figura 6: estudo SEBRAE – Sobrevivência das Empresas no Brasil - 2014 Quando se analisa a taxa média de mortalidade de empresas com até 2 anos, no Brasil, nota-se que a média nacional é cerca de 23%. Figura 7: Taxa de Mortalidade de Empresas de 2 Anos, para Empresas Constituídas em 2012, por UF 2008 2009 2010 2011 2012 Ano de Construção da Empresa 45,8% 44,6% 23,8% 24,2% 23,4% 28 Ao analisar as principais dificuldades encontradas por quem abre um negócio próprio no Brasil, segundo Sebrae/2016, encontram-se a falta de clientes, falta de capital, falta de conhecimento, carga tributária, etc., como mostra a figura 8, a qual expõe as principais dificuldades enfrentadas no primeiro ano de atividade das empresas. Figura 8: Taxa de fatores Fonte : Sebrae /2016 Falta de clientes Falta de capital Falta de conhecim... Mão de obra Imposto/tributos Inadiplência Concorrência Burocracia Marketing/propag... Crise Linha de crédito Outros Nenhuma/ não teve 0% 5% 10% 15% 20% 29 Anotações: É POSSÍVEL ENSINAR EMPREENDEDORISMO? Durante um certo tempo, acreditou-se que somente os empreendedores natos é que deveriam abrir um negócio próprio, porém, hoje é consenso que todas as pessoas podem desenvolver habili- dades e competências e, consequentemente, mon- tar negócios de sucesso. Empreendedores natos continuam a existir, mas todos que desejam podem desenvolver suas habilidades e concretizar o proje- to de abrir sua própria empresa. U ni da de 2 Videoaula 1 Videoaula 2 33 Tem-se ouvido falar constantemente do termo empreendedorismo nos diversos meios de comunicação e muitos poderiam pensar que essa palavra não é tão antiga, porém o termo entrepreneur (empreendedor) tem origem francesa de cerca de 800 anos e quer dizer: fazer algo novo ou empreender. Já, o termo intraempreendedorismo é bem recente, foi esculpido na década de 80, por Gifford Pinchot III (intrapreneur), e designa a pessoa que, dentro de uma grande organização, assume a responsabilidade direta de INTRAEMPREENDEDORISMO 34 Anotações: transformar uma ideia ou projeto em produto lucrativo, assumindo os riscos que isso vem a implicar. Muitos acreditam que empreendedor é somente aquele que abre um negócio próprio, contudo, empreender vai muito além. Existem pessoas nas organizações com características especiais, mas que não são as donas dos meios de produção, apenas trabalham para essa empresa, dedicam seu tempo e esforço para ajudar a organização a alcançar melhores resultados, atingir metas e se adaptar constantemente às mudanças impostas pelo mercado. CARACTERÍSTICAS DO INTRAEMPREENDEDOR • Jamais se contentam em executar apenas os projetos propostos ou definidos por seus superiores - são pessoas que buscam fazer sempre mais, não somente o que foi especificadopor sua chefia. • Oferecem sugestões sobre oportunidades que não foram consideradas por seus Empreendedorismo Empreendedor que abre um negócio próprio Intraempreendedor que está inserido nas organizações 35 Anotações:superiores – o chefe não pode estar em todo lugar ao mesmo tempo, logo não consegue visualizar todas as oportunidades do ambiente. O intraempreendedor busca conhecer a fundo a sua área de atuação e, assim, consegue fazer sugestões de melhoria, aprimoramento de processos, sugestões de novos produtos ou serviços, como atrair e fidelizar clientes, etc. • Gostam de desafios – muitas pessoas, quando estão trabalhando em uma organização, acabam preferindo fazer o que sempre fizeram, não gostam de mudanças, preferem ficar na sua própria zona de conforto. Os intraempreendedores, não. São movidos pelo desafio e se estiverem em um ambiente que não apresente esse requisito, muitas vezes, se sentem desestimulados. Daí a importância de as organizações criarem um ambiente propício para que o intraempreendedor possa desenvolver o seu potencial. • São criativos e comprometidos com a inovação - gostam de criar, inovar e, para isso, precisam que a empresa ofereça o ambiente que favoreça a inovação. Ao se falar em criatividade e inovação, não podemos deixar de mencionar o conceito de “destruição criativa” – conceito definido por um economista chamado Joseph Shumpeter. Em seu livro, lançado em 1942, ele definiu o termo destruição criativa, que traz os novos produtos e serviços como elementos fundamentais para a economia, quebrando paradigmas e, em algumas situações, criando novos mercados para as inovações. Temos como exemplo o caso do celular. Há 30 anos, será 36 que as pessoas imaginariam que ficariam tão “dependentes” desse produto? Sem falar no imenso mercado de celular no Brasil e no mundo. Segundo estudo divulgado em 2016, pela Fundação Getúlio Vargas – FGV de São Paulo, existem cerca de 168 milhões de smartphones no Brasil. Figura 9: Ondas de Schumpeter Desta forma, os intraempreendedores são aqueles que, desde cedo, apresentam-se para or- ganizar os bailes da escola – muitas características empreendedoras podem ser vistas em crianças que, por exemplo, tomam a liderança em uma ativ- idade na escola, organizam pequenas festas, estão sempre dispostas a ajudar. O desafio é fazer com que elas sejam tão criativas se tornem adultos tam- bém criativos. Outra característica intraempreendedora é alinhar os esforços para que estejam em compasso com os objetivos organizacionais, deve pautar-se pela busca da inovação, ainda que precise compatibilidade os interesses gerais AS ONDAS DE SCHUMPETER O processo de inovação é cada vez mais rápido em tempos de internet Para Schumpeter, os negócios vivem de ondas de inovação, que suger e desaparecem. No século 18, a primeira leva inovadora veio com a energia hidáulica, a indústria têxtil e o tratamento do aço. Os ciclos eram longos, duravam de 40 a 60 anos - agora encurtaram 1785 1845 1900 1950 1990 1999 2020 Energia hidráulica; Têxteis; Aço. Vapor; Aço; Estradas de ferro. Eletricidade; Químicos; Motor de combustão interna. Petroquímicos; Eletrônicos; Aviação. Redes digitais; Softwares; Novas mídias. 60 ANOS 55 ANOS 50 ANOS 40 ANOS 30 ANOS 37 Anotações:da corporação, como todas as organizações que possuem suas metas, mesmo que seja informal. Portanto, no ambiente interno, deve mobilizar pessoas, aproveitar inteligentemente os recursos materiais e financeiros, potencializar e adaptar mecanismos produtivos, modificar hábitos e, regularmente, prestar contas de suas iniciativas. Figura 10: Charge A sua empresa não é assim? Muitas vezes, o ambiente não favorece a inovação com atividades sem sentido e desmotivando cada vez mais os colaboradores. A empresa precisa se esforçar para mudar essa realidade, senão, a tendência é a perda de bons profissionais, ocasionando piora nos indicadores de desempenho da organização. Além disso, o intraempreendedor tem a capacidade de se relacionar, favorecendo parcerias que ajudem a organização a ter um desempenho superior. Deve-se conhecer a organização, processos, área de atuação, mercado, além de expandir o horizonte de conhecimento, pois, para a equipe que desenvolve produto, não basta entender muito bem de projeto, necessita-se estar alinhado com outras áreas para saber se realmente o produto projetado atende uma necessidade de mercado. Sinto que não estou atigindo minhas metas pessoais de auto- realização. Já coloquei todos os nossos arquivos ultrapassados em ordem alfabética, como pediu, mas mesmo assim me sinto insastifeito. Imagino encontrar algum desafio na fase dois desse projeto. Agora jogue esses arquivos no lixo. 38 Anotações: As empresas estão buscando atrair cada vez mais intraempreendedores para que possam ter o “gás” dos negócios recém-criados, pois já perceberam que somente assim conseguirão sobreviver à concorrência cada vez maior. Figura 11: A nova realidade Fonte: Hashimoto, Marcos. Espírito empreendedor nas organizações. ESPÍRITO EMPREENDEDOR NA EMPRESA Infelizmente, ainda hoje, existem muitas organizações presas a paradigmas do passado, que são lentos e repetitivos. Caso não se reinventarem, logo perderão espaço para a concorrência. Precisam cada vez mais induzir um comportamento empreendedor. Para isso, os líderes devem ser capazes de redirecionar e realinhar constantemente recursos e pessoas, Ambiguidade Incerteza Mudança Mobilidade Transitoriedade Instabilidade Imprecisão Indefinição 39 Anotações:reconhecer mínimas modificações nos cenários, corrigir rotas e reavaliar metas. O Líder não pode estar apenas no “topo”, deve também mostrar a rota a ser seguida por seus subordinados, sempre apto a fazer as mudanças, se o cenário assim exigir. Para difundir o espírito empreendedor, o líder deve permitir que seus colaboradores conheçam em maior profundidade os processos da organização para que, assim, possam tomar as melhores decisões. O bom líder é aquele que prepara sua equipe para que ela possa “tocar o serviço” mesmo na sua ausência. Desse modo, a comunicação clara e aberta é primordial. Deve- se ter cuidado com a comunicação via aplicativos como WHATSAPP, pois, às vezes, ruídos na comunicação podem ocorrer e gerar conflitos nas organizações. O comportamento empreendedor deve buscar constantemente o conhecimento e evitar jogos políticos nas empresas. Deve ter habilidades multifuncionais e estar sempre apto a aprender. Hoje, pessoas de talento e visão estão cada vez mais dedicadas a PROJETOS, indo além de suas atividades rotineiras. Times de qualidade ou a formação de equipes específicas para resolver um problema são cada vez mais comuns e possibilitam contato com colaboradores de outras áreas facilitando a troca de experiências. Espera-se que esse intraempreendedor vá além e tenha uma postura de dono do negócio, que se preocupe com o atingimento de metas e ajude a empresa a ampliar seus mercados e superar a concorrência. 40 Anotações: INTRAEMPREENDEDORISMO: COMPORTAMENTO DE DONO Figura 12: Comportamentos Fonte: Hashimoto, Marcos. Espírito empreendedor nas organizações. O intraempreendedor deve ser um questionador acima de tudo. Não no sentido “chato” da palavra, mas, sim, aquele que não se acomoda, que está sempre buscando novas maneiras de fazer as coisas. Não aceita uma situação ou uma forma de fazer algo se percebe que pode ser feito melhor. Figura 13: Charge Fonte: Calvin & Haroldo – Tirinha Mercado? Equipe? Concorrência? Preço? Produção? Distribuição? Lucratividade? Fo rn ec ed or ? Atendimento ao cliente? 41 CARACTERÍSTICAS EMPREENDEDORAS Em um mundo cada vez mais competitivo, as empresas, para sobreviverem, necessitam de pessoas não apenas com habilidades técnicas, mas, sim, profissionais que sejam capazes de criar, inovar e aperfeiçoar constantemente os processos das organizações.Salienta-se que comportamento não é algo isolado, é um conjunto de aspectos inter-relacionais, reconhecido pela sociedade da qual faz-se parte, o que inclui hábitos, atitudes e comportamento. Assim, surge a figura do empreendedor, que significa: ter capacidade de iniciativa, imaginação fértil para conceber as ideias, flexibilidade para adaptá-las, criatividade para transformá-las em uma oportunidade de negócio, motivação para pensar conceptualmente e capacidade para ver ou perceber as mudanças como uma oportunidade. O que se percebe é que o termo empreendedor tem sido bastante utilizado nos dias atuais, o que nos faz acreditar que isso é um movimento dos “tempos modernos“. No entanto, há conhecimento de definições elaboradas no início do século XIX pelo economista Jean-Baptiste Say como sendo um movimento que transfere recursos econômicos de um setor de menor produtividade para um outro de maior. No passado, houve vários homens empreendedores, tais como os apóstolos Pedro e Paulo, que tinham como missão pregar a palavra de Jesus pelo mundo, o que acabou originando a instituição da Igreja católica. Outro exemplo seria a exploração do Novo Mundo, por Cristóvão Colombo. Para Bernardi (2012), as características típicas do perfil empreendedor são: senso de oportunidade; dominância; agressividade e energia para realizar; autoconfiança; otimismo; dinamismo; independência; persistência; flexibilidade e resistência a frustrações; criatividade; propensão ao risco; liderança carismática; habilidade de equilibrar “sonho” e realização; habilidade de relacionamento. 42 Pode-se ir mais longe com a descoberta do fogo, invenção da roda, sistematização da escrita e várias outras descobertas inovadoras que foram praticadas por pessoas que enxergaram além da maioria. O que se percebe é que empreendedores são pessoas inquietas e que estão o tempo todo em busca de algo. No entanto, não podemos confundi- los com aventureiros empreendedores são pessoas que assumem riscos, mas riscos calculados. A maioria traz em suas biografias esses traços desde a infância. Como afirma Ângelo (2003), são aqueles que desde cedo se apresentavam para organizar bailes da escola ou vendiam pipas para os garotos do bairro. O mexicano Carlos Slim, o homem mais rico da América Latina do setor de telecomunicações e construção, é um exemplo típico: com dez anos de idade já vendia doces aos domingos para amigos e parentes em uma banca improvisada na escada de sua casa. Receitas e despesas eram anotadas com muita organização e disciplina em um caderno. As biografias de muitas pessoas empreendedoras apresentam características fundamentais que, segundo Ângelo (2003), são vontade e habilidade para criar algo absolutamente inédito e que possa melhorar as condições de vida da família, da empresa, da comunidade local ou da raça humana, além da capacidade de encontrar novas utilidades para velhas ideias. O objeto desta ação de reciclagem deve resultar em benefício coletivo e talento para melhorar a eficiência de um sistema, processo ou produto, tornando-o mais econômico, acessível e tecnicamente superior. Para Anita Roddick, há uma linha tênue entre a mente de um empreendedor e a de um louco. O sonho do empreendedor é quase uma loucura e, quase sempre, isolado. Quando você vê algo novo, sua visão, geralmente, não é compartilhada pelos outros. A diferença entre um louco e um empreendedor bem-sucedido é que este pode convencer os outros a compartilharem sua visão. Esta é a força fundamental para empreender. 43 Anotações:Vive-se em um mundo onde a única certeza é a mudança, no entanto, criações e inovações não ocorrem de uma hora para outra. Por trás de grandes descobertas, na maioria das vezes, têm-se muitas horas de trabalho intenso e a capacidade de não se deixar abater diante de dificuldades e aparentes fracassos. Thomas Alva Edison, o inventor da lâmpada incandescente, cuja célebre frase “o gênio é 1% inspiração e 99% transpiração”, é exemplo de muito trabalho e dedicação, pois chegava a trabalhar 20 horas diárias. Isso mostra que empreendedores são extremamente comprometidos com seus projetos e não se incomodam em “colocar a mão na massa”. Por outro lado, são também sensíveis em identificar algo que possa suprir uma necessidade imediata ou futura de uma sociedade e, por serem inquietos, trabalharão, o quão necessário for em seus projetos para que estes se tornem realidade. Se, no passado, o normal era o modelo T de Ford, na cor preta e sem maiores diferenças, atualmente, preconizam-se os modelos personalizados comprados pela internet, assim como celulares, que cada vez mais se assemelham a computadores. Em conformidade com Ângelo (2003), a boa ideia é resultado também de motivação, que pode ser originada de desejo ou necessidade. A criatividade é, portanto, resultado de uma combinação de motivação de querer ou precisar fazer e de preparação intelectual. Há um dito que não se “constrói” um empreendedor, no entanto, isso não é uma verdade suprema, visto que é possível desenvolver uma série de habilidades capazes de dar origem a um empreendedor. O fato é que, 44 Anotações: nos últimos anos, o ensino do empreendedorismo passou a fazer parte da grade curricular de vários cursos de graduação e pós-graduação de várias faculdades no Brasil e no resto do mundo. Na visão do economista Schumpeter, os empreendedores são os “motores da economia, agentes de inovação e mudanças, capazes de desencadear o crescimento econômico do país”2. Para ele, o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente por meio da introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos materiais. Sendo assim, ao estudar empreendedores de sucesso, percebeu- se que muitos tinham características similares. Esses estudos possibilitaram o conhecimento das características presentes em empreendedores que construíram grandes empreendimentos de sucesso. MITOS SOBRE O EMPREENDEDOR Mito 1: empreendedores são natos, nascem para o sucesso. Realidade: • Enquanto a maioria dos empreendedores nasce com um certo nível de inteligência, empreendedores de sucesso acumulam relevantes habilidades, experiências e contatos com o passar dos anos. 2 Apud UGGIONI, Natalino. Acompanhamento e avaliação de empresas residentes em incubadoras. 2002. 108f. Dissertação (Mestrado em de Engenharia de Produção) – Departamento de Engenharia de Pro- dução, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC. 45 Anotações:• A capacidade de ter visão e perseguir oportunidades aprimora-se com o tempo. Mito 2: empreendedores são “jogadores” que assumem riscos altíssimos. Realidade: • Assumem riscos calculados; • Evitam riscos desnecessários; • Compartilham o risco com outros; • Dividem o risco em “partes menores”. Mito 3: os empreendedores são “lobos solitários” e não conseguem trabalhar em equipe. Realidade: • São ótimos líderes; • Criam times; • Desenvolvem excelente relacionamento no trabalho com colegas, parceiros, clientes, fornecedores e muitos outros. Algumas características dos empreende- dores, segundo Dornelas (2016): São visionários; • Têm a visão de como será o futuro para o negócio e sua vida e, o mais importante, eles têm a habilidade de implementar seus sonhos. Sabem tomar decisões; • Não se sentem inseguros, sabem tomar as decisões corretas na hora certa, principalmente nos momentos de adversidade, sendo este um fator chave para o seu sucesso. E mais, além de tomar decisões, implementam suas ações rapidamente. 46 Anotações: São indivíduos que fazem a diferença; • Os empreendedores transformam algo de difícil definição, uma ideia abstrata, em algo concreto, que funciona, transforman- do o que é possível em realidade. Sabem agregar valor aos serviços e produtos que colocam no mercado. Sabem explorarao máximo as oportunidades; • Para a maioria das pessoas, as boas ideias são daqueles que as veem primeiro, por sorte ou acaso. • Para os visionários (os empreendedores), as boas ideias são geradas daquilo que todos conseguem ver, mas não identificaram algo prático para transformá-las em oportunidade, através de dados e informação. • O empreendedor é um exímio identificador de oportunidades, sendo um indivíduo curioso, criativo e atento a informações, pois sabe que suas chances melhoram quando seu conhecimento aumenta. São determinados e dinâmicos; • Eles implementam suas ações com total comprometimento. Atropelam as adver- sidades, ultrapassando os obstáculos, com uma vontade ímpar de “fazer aconte- cer”. Cultivam um inconformismo diante da rotina. São dedicados; • Eles se dedicam 24h por dia, 7 dias por semana, ao negócio. São trabalhadores 47 Anotações:exemplares, encontrando energia para continuar, mesmo quando encontram problemas pela frente. São otimistas e apaixonados pelo que fazem; • Eles adoram o seu trabalho, sendo esse amor o principal combustível que os mantêm cada vez mais animados e autodeterminados, tornando-os os melhores vendedores de seus produtos e serviços, pois sabem, como ninguém, fazê-lo. São independentes e constroem seu próprio destino; • Eles querem estar à frente das mudanças e ser donos do próprio destino. Querem criar algo novo e determinar seus próprios passos abrindo seus próprios caminhos. São líderes e formadores de equipes; • Têm um senso de liderança incomum. São respeitados e adorados por seus pares, pois sabem valorizá-los, estimulá-los e recompensá-los, formando um time em torno de si. São bem relacionados (networking). • Sabem construir uma rede de contatos que os auxiliam nos ambientes interno e externo da empresa, junto a clientes, fornecedores e entidades de classe. 48 São organizados; • Os empreendedores sabem obter e alocar os recursos materiais, humanos, tecnológi- cos e financeiros de forma racional, procu- rando o melhor desempenho para o negócio. Planejam, Planejam, Planejam; • Os empreendedores de sucesso planejam cada passo, desde o primeiro rascunho do plano de negócios até a apresentação do plano a investidores e superiores, sempre tendo como base a forte visão de negócio que possuem; Possuem conhecimento; • São sedentos pelo saber e aprendem continuamente, pois sabem que quanto maior o domínio sobre um ramo de negócio, maior é sua chance de êxito. Criam valor para a sociedade: ao gerar emprego, possibilitam que as pessoas tenham renda e possam consumir. Isso faz com que as empresas vendam ainda mais e, portanto, precisem expandir a produção, o que ocasionará a contratação de mais pessoas. Isso é o que gera prosperidade para os países, sem contar a própria arrecadação de impostos. O PROCESSO EMPREENDEDOR Ter uma boa ideia é o passo inicial quando se deseja abrir um negócio próprio, porém, somente a ideia não é suficiente para que se monte um negócio de sucesso. O empreendedor precisará transferir o que está apenas no seu pensamento em Ficar rico é o principal objetivo dos empreendedores? Ficar rico não é o principal objetivo do empreendedor, mas, sim, uma consequência de seu trabalho. O que move o empreendedor é a crença de ter uma boa ideia de um produto ou serviço que tem chance de atender um certo mercado consumidor. 49 Anotações:um planejamento mais estruturado. Hoje, muitos estudiosos defendem que é interessante “testar” sua ideia de negócio com potencial cliente antes de passar para as demais etapas. Isso pode ser feito com a criação de protótipos com o objetivo de que o potencial cliente possa avaliar, fazer sugestões e críticas. Assim, o empreendedor poderá melhorar a ideia de negócio. A internet criou novas oportunidades de se fazer testes com clientes potenciais, as redes sociais também podem ajudar. Tudo isso para saber se você tem MVP – Produto Minimamente Viável. É um conjunto de testes primários feitos para validar a viabilidade do negócio. São diversas experimentações práticas que serão desenvolvidas levando o produto a um seleto grupo de clientes. Mas não é o produto final. Estamos falando em um produto com o mínimo de recursos possíveis, desde que (em sua totalidade) estes mantenham sua função de solução ao problema para o qual foi criado (não vale ser apenas funcionalidades soltas: juntas, elas devem configurar um produto, ainda que em forma de protótipo). O empreendedor vai oferecer o mínimo de funcionalidades para conhecer, na prática, a reação do mercado, a compreensão do cliente sobre seu produto e se ele — de fato — soluciona o problema do consumidor. Depois de validada a ideia de negócio, o empreendedor deverá estruturar o Plano de Negócios. Aqui, serão definidos os elementos importantes que o empreendedor deve saber antes de abrir o negócio. Incluem: o conceito do negócio, diferenciais de produto ou serviço, marketing, operação, plano financeiro, etc. 50 Depois de feito o Plano de Negócios o empreendedor deverá buscar fontes para captar recursos, caso não os possua. Planos de negócios bem estruturados já são um diferencial e podem ajudar nessa etapa. Por fim, o gerenciamento do negócio é outro aspecto importante, pois de nada adiantará fazer um bom planejamento e conseguir recursos para abrir o negócio se não proceder a implementação de forma adequada. Figura 14: O processo empreendedor Fonte: José Dornelas – Adaptado de Hisrich,1998. Quanto à abertura de um negócio, deve- se considerar os fatores ambientais e pessoais que também podem influenciar essa escolha, por exemplo, a busca por realização pessoal, insatisfação com o emprego, oportunidade, com- petidores, etc. Identificar e avaliar a oportunidade _ criação e abragência da oportunidade _ valores percebidos e reais da oportunidade _ riscos e retornos da oportunidade _ oportunidade versus habilidades e metas pessoais _ situação dos competidores Desenvolver o Plano de Negócios 1. Sumário Executivo 2. O Conceito do Negócio 3. Equipe de Gestão 4. Mercado e Competidores 5. Marketing e Vendas 6. Estrutura e Operação 7. Análise Estratégica 8. Plano Finaceiro Anexos Determinar e captar os recursos necessários _ recursos pessoais _ recursos de amigos e parentes _ angels _ capitalista de risco _ bancos _ governo _ incubadoras Gerenciar o negócio _ estilo de gestão _ fatores críticos de sucesso _ identificar problemas atuais e potenciais _ implementar um sistema de controle _ profissionalizar a gestão _ entrar em novos mercados 51 Já o processo empreendedor segundo o modelo de Timmons, considera três elementos fundamentais: oportunidade, recursos e equipe. O empreendedor deve avaliar se tem uma oportunidade de negócio, ou seja, há uma demanda reprimida que não está sendo atendida hoje? Há a descoberta de um novo produto ou serviço que pode inovar a forma de consumir os produtos ou serviços? Além disso, ele precisa avaliar os recursos necessários para abrir o negócio, assim como definir a sua equipe de trabalho. Quanto mais multidisciplinar a equipe, maiores as chances de sucesso. Portanto, todas essas variáveis devem ser pensadas considerando o ambiente a que a nova empresa estará inserida, como concorrência, incerteza, mercado, etc. Figura 16: Processo empreendedor (Modelo de Timmons) Comunicação Liderança Criatividade Forças externas Ambiguidade Incerteza Mercadode capitais Oportunidade Recursos Equipe 52 Videoaula 1 Videoaula 2 U ni da de 3 54 55 Ideias surgem o tempo todo, o que importa é como o empreendedor as utiliza inédita ou não, de forma a transformá-la em um produto ou serviço que faça sua empresa crescer. Mas como ter novas ideias? Ideias surgem de: observações do cotidiano; • Atenção aos hobbies; • Pesquisas de opinião e testes de mercado; • Franquias; • Revistas de negócios; • Viagens; • Conversasinformais. IDENTIFICANDO OPORTUNIDADES 56 Anotações: As ideias podem surgir, inclusive, quando menos se espera. Henry Ford teve a ideia da linha de montagem ao ir a um frigorífico. O importante é que o empreendedor tenha a mente sempre aberta. Informação é base para novas ideias – estar constantemente se atualizando e buscando conhecimento na área de atuação é fundamental. As chances de sucesso aumentam quanto maior o conhecimento da área. Uma forma interessante de gerar novas ideias é o brainstorming. O termo consiste em uma tempestade de ideias. Um grupo de pessoas se reúne para gerar ideias para resolver um problema, por exemplo, ou para criar novos produtos e serviços. O grupo não deve ser muito grande e, no geral, são feitas várias rodadas de brainstorming até se encontrar uma boa ideia. A regra básica do brainstorming é que não se pode criticar a ideia de ninguém, pois não é desejável que um membro se sinta tímido ou desencorajado a dar novas ideias com medo de ser ridicularizado pelos colegas. A OPORTUNIDADE Muitas pessoas deixam de aproveitar oportunidades pelo simples fato de não perceberem quando estão diante de uma. É comum ter muitas ideias ao longo da vida, porém, as oportunidades, no geral, são únicas. Por isso, quando o empreendedor tiver uma boa ideia, é importante testar junto ao cliente potencial. É importante que a ideia esteja “antenada” com as tendências. Hoje, por exemplo, muitas pessoas 57 Anotações:gostam de comprar através da internet. Então, dependendo do produto, o empreendedor precisa considerar esse canal de venda. Outro ponto importante a ser considerado é a experiência no ramo. Quando o empreendedor já trabalha ou trabalhou na área em que quer abrir o negócio, essa experiência se torna um diferencial. Isso porque o empreendedor já vivenciou o dia a dia no ramo em que quer atuar, já conhece o modus operandi e isso pode fazer a diferença. Já para quem não tem experiência no ramo, é importante estudar o mercado e fazer um planejamento ainda mais aprofundado. O estudo do mercado é fundamental, pois, se não houver um mercado potencial consumidor, não há para quem vender. É importante, ainda, avaliar também a concorrência para saber quais os pontos fortes e fracos, afim de buscar tirar vantagem dessa informação aprimorando sua ideia, assim como quais as vantagens competitivas desta, ou seja, como ela proporciona uma vantagem competitiva para o cliente. A equipe gerencial é outro aspecto a ser considerado pelo empreendedor e quanto mais multidisciplinar for melhor será. Isso é um diferencial também para se buscar investidores, visto que, quem vai fazer o projeto virar realidade, são as pessoas e, por isso, é importante selecionar as melhores mentes para sua empresa. 58 Anotações: Não se pode deixar de considerar a análise econômica do projeto, o que envolve o investimento, receitas, custos, prazo para recuperar o capital investido, etc. É importante que a análise esteja em alinhamento com o ambiente econômico do país e que as projeções não sejam excessivamente otimistas. O empreendedor precisa, ainda, avaliar os critérios pessoais quanto à decisão de abrir um negócio, o que envolve, em muitos casos, o apoio da família. Deve-se considerar que, durante um certo tempo, não receberá um salário fi xo todo mês. A família precisa se planejar para essa fase. As contas da casa, como supermercado, escola, transporte, água, luz, etc. continuarão a existir. Daí a importância de se fazer um planejamento familiar para que o negócio não venha a quebrar por não considerar, por exemplo, que o empreendedor pode fi car alguns meses sem fazer nenhuma retirada de dinheiro da empresa. Mercado - Número de competidores - Tipos de produtos e serviços - Potencial de compradores - Concorrência Vantagens Competitivas - Estão ligadas a diferenciais que proporcioonam ganho para o consumidor Equipe Gerencial - Formação multidisciplinar da equipe é um diferencial 59 Anotações: Tendências Sabe-se que estamos na era da tecnologia e da informação. É sabido, ainda, que as redes sociais são fatores importantes que podem ajudar ou prejudicar um negócio, o que também não é novidade. Mas qual é a tendência para os próximos anos? Varejo híbrido Esse tipo de negócio começou na Europa São produtos de segmentos diferentes no mesmo espaço. Ex.: Urban Outfitters. Algumas empresas estão criando negócios baseadas em um perfil de consumidor; buscam colocar, no mesmo espaço físico, produtos de segmentos diferentes, como um espaço que seja uma cafeteria, mas também venda de roupas, sapatos, etc. Aqui, não estamos falando de lojas online, mas de lojas físicas. É claro que, para criar esse tipo de ambiente, precisa ser feito um estudo de mercado muito detalhado para segmentar o público alvo. Análise Econômica - Investimento Inicial - Qual o retorno do investimento? - Em quanto tempo se recupera o investimento? Critérios Pessoais - Você está disposto a largar o emprego para empreender? - Essa é a oportunidade da sua vida? - Sua família apoia essa inciativa? - Está disposto a investir bens pessoais? 60 Anotações: Especialização Consumidores buscam cada vez mais serviços especializados. Essa é uma tendência, pois as pessoas estão cada vez mais procurando serviços especializados. Ao invés, por exemplo, de ir ao salão de beleza fazer as unhas, muitas pessoas preferem ir a uma esmaltaria. Canais alinhados Consumidor altamente seletivo, que usa bem a tecnologia para tomar a decisão de compra, que pode ser realizada por inúmeros canais. Ex.: Nike – canal digital dentro da loja física. Sendo assim, cada vez mais as empresas precisam considerar o alinhamento entre as vendas na loja física e na internet. Hoje, o consumidor, muitas vezes, procura na internet antes de comprar. É possível ter um consumidor dentro de uma loja, pesquisando o preço no concorrente para saber se vale a pena comprar. Outros podem estar na loja física e pesquisarem se o site da loja não apresenta algum desconto. Como já exemplificado, a Nike é uma empresa que está buscando alinhar seus canais de venda. Já existem lojas físicas em que o consumidor pode comprar online no dispositivo fornecido pela própria empresa. A ideia é que, se o consumidor não encontrou na loja o modelo ou tamanho que queria, pode comprar pelo terminal na loja online da marca. Mudanças no ponto de venda O ponto de venda está mudando de função para ser um ponto de relacionamento, por exemplo, 61 Anotações:a consultoria Apple. A loja física passa a ser, cada vez mais, um ambiente de relacionamento entre o consumidor e a marca, de modo que esse con- sumidor pode conhecer novos produtos, funcio- nalidades, etc. A Apple é um grande exemplo dis- so. As empresas, então, precisam preparar-se, pois não basta terem vendedores, precisam de verdadeiros consultores de vendas, pessoas que conhecem a fundo o que vendem para que pos- sam transmitir essa confiança aos clientes. Vale lembrar que, hoje, o cliente busca pesquisar antes de comprar e não é incomum encontrar cliente que saiba mais de um produto que o próprio vendedor. Sustentabilidade Quem compra prefere opções ecológicas e socialmente sustentáveis. A sustentabilidade con- tinua sendo uma tendência, pois os consumidores cada vez mais querem saber se o que a empresa fala realmente condiz com a verdade. Não basta apenas falar que é sustentável, a empresa preci- sa, de fato, ser sustentável, buscar cada vez mais a ecoeficiência para que possa produzir mais, mas usando menos recursos da natureza. Negócios Sociais Empreendimentos que causem grande impacto social. Essa é outra tendência, criar negócios que geram lucro, mas que tenham um impacto positivo na sociedade. 62 Anotações: PLANO DE NEGÓCIO Empreendedores precisam saber planejar suas ações e delinear as estratégias da empresa a ser criada ou em crescimento. Por que planejar? Segundo estudodo Sebrae, as principais causas de dificuldades enfrentadas pelas empresas no primeiro ano de atividade são falta de clientes, de capital de giro, de conhecimento, entre outros. Chama a atenção o próprio empreendedor declarar que falta mais conhecimento sobre o negócio e mercado. Um bom planejamento é essencial para que o empreendedor minimize as chances de fracasso do negócio. Fazer um plano de negócio é fundamental, pois nele, estão inseridos os vários pontos importantes que o empreendedor precisa refletir e conhecer antes de abrir a empresa. É claro que existem questões difíceis de prever, por exemplo, uma crise econômica ou seu tempo de duração, mas um bom planejamento pode ajudar na decisão se esse é o momento certo para abrir o negócio. Tudo vai depender da ideia. Existem negócios que prosperam mesmo em momentos de crise. Lembram das dificuldades enfrentadas pelas empresas? Qual é a principal dificuldade enfrentada no primeiro ano de atividade da empresa? 63 Figura 17: Fatores enfrentados Fonte: Sebrae /2016 Ao analisar o gráfico do Sebrae/2016 abaixo, vemos que a taxa de mortalidade de empresas médias, no Brasil, para empresas com 2 anos de funcionamento, é de 23%, número preocupante que, mais uma vez, reforça a importância do planejamento para que essa realidade possa mudar. Figura 18: taxa de mortalidade de empresas de 2 anos, para empresas constituídas em 2012, por UF Fonte: estudo SEBRAE – Sobrevivência das Empresas no Brasil - 2016 Falta de clientes Falta de capital Falta de conhecim... Mão de obra Imposto/tributos Inadiplência Concorrência Burocracia Marketing/propag... Crise Linha de crédito Outros Nenhuma/ não teve 0% 5% 10% 15% 20% 19% 20% 20% 21% 21% 21% 22% 22% 22% 22% 23% 23% 23% 23% 24% 24% 24% 24% 24% 25% 25% 25% 26% 26% 27% 29% 32% 33% AL RJ ES PA MS PB PI RR RN DF MG MT SE BR AS IL SC SP BA GO PE RS CE PR TO AC RO MA AP AM 64 Anotações: Plano de Negócios é uma ferramenta de gestão para o planejamento e desenvolvimento de negócios. Isso porque, nele, estão inseridas as variáveis relevantes que devem ser consideradas antes da abertura do negócio, assim como as metas e objetivos a serem alcançados. A explosão da internet no Brasil, no final de 1999 e início de 2000, disseminou o conceito de “plano de negócios” - business plan. Inicialmente, era visto apenas como ferramenta para conseguir financiamento, pois, quando o empreendedor se dirigia a instituições em busca de capital, sempre ouvia o mesmo pedido por parte delas: plano de negócios. É um instrumento que deve servir também para ajudar a empresa a acompanhar a evolução de seu negócio, visto que são estabelecidas metas a serem atingidas, logo, o plano não deve ser esquecido após o início das atividades. Com um bom projeto, é mais fácil vender a ideia de negócio para potenciais investidores, por exemplo. Planejamento Plano de Negócio Desenvolvimento Ferramenta de Planejamento Ferramenta de Gerenciamento Ferramenta de apoio para Ferramenta para conseguir 65 Anotações:O Plano de negócio deve ser feito apenas para novas empresas? Não. Se a empresa já existe e quer, por exemplo, lançar um novo produto ou serviço no mercado, é importante fazer o plano de negócio também. Alguns cuidados devem ser tomados ao se elaborar o projeto: • Não deve conter números recheados de entusiasmo e fora da realidade – deve-se fazer um planejamento compatível com a realidade. Não adianta ser muito otimista se o cenário real foi de crise. • Deve explorar as potencialidades do negócio, bem como os riscos – importante que o empreendedor ressalte as potencialidades do negócio, mas que também mostre que conhece os riscos envolvidos. O primeiro passo para se resolver um problema é, antes de tudo, admitir que ele existe. • Deve mostrar a viabilidade do projeto – mostrando como o empreendedor vai alcançar tais resultados. • Deve ser revisado e atualizado constantemente – o cenário muda e, portanto, o planejamento do negócio deve se adequar à nova realidade. O plano não deve ser esquecido logo após a abertura do negócio. • Para empresas existentes, deve mostrar atuais indicadores de desempenho - se a empresa já está atuando no mercado, é importante mostrar o desempenho ao longo dos anos, o quanto vem crescendo e o que já conquistou. 66 Anotações: A QUEM SE DESTINA O PLANO? • O plano é um instrumento importante que ajuda o empreendedor tanto internamente, por exemplo, orientando os colaboradores com relação às metas a serem atingidas, quanto externamente, no que diz respeito à solicitação de um empréstimo ou mesmo para entrar em uma incubadora de empresas; • Incubadoras de empresas; • Parceiros; • Bancos; • Sócios; • A empresa internamente. O QUE CONTÉM O PLANO DE NEGÓCIOS DE UMA EMPRESA? Não existe uma estrutura fixa e que sirva para todo tipo de negócio. Na verdade, existem elementos importantes que devem ser considerados na hora do planejamento de qualquer negócio. Abaixo, segue uma sugestão de estrutura. 1 - Capa; 2 - Sumário; 3 - Sumário Executivo; 4 - Descrição da Empresa; 5 - Produtos e Serviços/Operacional; 6 – Mercado e Competidores; 7 – Marketing e Vendas; 8 -Análise Estratégica; 9 - Plano Financeiro; 10 - Anexos. 67 Anotações:Todos os itens mencionados serão detalhados a seguir: Capa A capa não deve conter informações desnecessárias ou estar visualmente poluída. Deve conter as informações básicas como: Nome da empresa; • Endereço; • E-mail; • Logotipo; • Nomes e cargos dos diretores; • Mês e ano de elaboração, etc. Não se pode esquecer que o logotipo deve ser pensado pelo empreendedor com cuidado e ter algum significado para a empresa. Os consumidores vão reconhecer sua empresa ao vê-lo, buscar a simplicidade para não errar nesse momento. Sumário Executivo Deve expressar uma síntese do que será apresentado na sequência, ou seja, um resumo do projeto. Os investidores recebem diariamente muitos projetos de negócios para avaliarem e, quem sabe, investir em algum deles. Por isso, é comum lerem apenas o Sumário Executivo, pois caso se interessem pela ideia, avaliarão todo o projeto com mais atenção. O grande desafio é justamente escrever um sumário executivo que consiga atrair a atenção do leitor em poucas laudas. Diante disso, como deve ser o resumo do projeto? Deve ser a última parte a ser escrita e deve considerar: 68 Anotações: • Qual o objetivo do plano? • Onde a empresa está localizada? Onde está o mercado potencial? • Como empregará o dinheiro solicitado? Qual o retorno do capital investido? • Qual o crescimento da empresa nos últimos anos? 69 Anotações: U ni da de 4 Videoaula 1 Videoaula 3 Videoaula 2 Videoaula 4 72 Anotações: 73 Você tem um problema a ser re- solvido? Muitas empresas nascem para resolver um certo problema observado no mundo real. Se esse for o caso, é importante certificar- se se realmente você tem um problema que impacta muitas pessoas a ponto de haver uma demanda reprimida. Lembre-se, não basta que apenas você tenha esse problema ou a empresa onde você trabalha. Descrição da Empresa 74 Figura 19: Plano de negócios Fonte : https://blog.luz.vc/como-fazer/plano-de-negocios/ Deve-se descrever a empresa, seu histórico e crescimento dos últimos anos. É importante mencionar por qual razão resolveu-se abrir esse negócio. Às vezes, a ideia pode já existir em outro lugar, mas, para a região na qual pretende abrir o negócio, pode ser uma inovação. Claro que, nesse caso, deve-se ter o cuidado de considerar as peculiaridades locais. Caso a empresa já exista, é importante mencionar seu histórico e quais as recentes conquistas. Processos mal definidos Insatisfação de clientes Membros ociosos Falta de qualificação Problemas de organização Resultados péssimos 75 Figura 20: Histórico Fonte : https://blog.luz.vc/como-fazer/plano-de-negocios/ Enfatizar as características únicas de seunegócio e como pode promover um benefício para o cliente. O seu produto ou serviço vai gerar valor para o seu cliente? Como? Quais são as características únicas do seu produto? Lembre-se de que, para ter sucesso, você deve fazer com que seu cliente perceba que seu produto ou serviço possui um valor superior quando comparado com a concorrência. Apresentar o organograma da empresa. É importante mostrar como você está pensando em estruturar a empresa, quais são as áreas a serem criadas. Figura 21: Organograma da empresa FUNDAÇÃO Primeira loja física na cidade de João dos Santos. CRESCIMENTO Abertura da primeira filial na cidade vizinha. AMPLIAÇÃO DO PORTFÓLIO Ampliação do portfólio de produtos e abertura de mais 3 filiais na região. HOJE Captação de investimentos para abertura de mais 3 filas em cidades grandes. Presidente Anna Paula Vice Presidente Anna Caroline Diretor Administrativo Daniel Amaral Diretor de Dsitribuição Ana Paula Diretor de Produção Ana Catarina Diretor Comercial Ana Carolina Auxiliar Administrativo Ajudante de carga e descarga Confeiteiros Operador de Caixa 76 Anotações: Quem é sua equipe? Nesse ponto, é interessante mostrar que a empresa tem uma equipe competente e multidisciplinar nos cargos de gestão, afinal, quem vai fazer com que o projeto tenha sucesso ou não são as pessoas. Fale da experiência de sua equipe de gestão, assim como os resultados que conseguiram em outras organizações. Outros pontos importantes a serem mencio- nados são: • Informe a localização do negócio e infraestrutura disponível (razão da escolha do local; • Informe quem são os terceirizados e qual a razão da escolha dos parceiros; • Área de atuação? (local, nacional?); • Existem parceiros estratégicos? Lembre-se de que seu projeto pode estar sendo avaliado por um investidor de outro estado ou país, daí a importância de mencionar a localidade e infraestrutura disponível. Informe por que o local foi escolhido, mencione quais serviços serão terceirizados e quem são seus parceiros estratégicos. O parceiro estratégico é aquele que pode, de alguma maneira, colaborar para o crescimento do seu negócio. Pode ser, por exemplo, um fornecedor, um cliente importante, etc. Pense qual a área de atuação do negócio: local? Regional? Nacional? Aqui pode se dizer não apenas a previsão inicial, mas também, a projeção, por exemplo, para os próximos 3 ou 5 anos. Imagine que a empresa iniciará sua atuação no mercado local, mas que em 5 anos pretende atuar em nível regional. 77 Anotações:Produtos e Serviços • Descreva quais são os produtos e serviços de sua empresa, como são fornecidos, em quais aspectos seu produto ou serviço difere dos da concorrência. • Exponha as características únicas de seu produto/serviço (exponha as características x benefícios). As características, no geral, estão ligadas a aspectos físicos como tamanho, peso, dimensão. Já os benefícios estão ligados à conveniência, se- gurança e felicidade. Figura 22: Características x benefícios Características: Tamanho; Formato; Peso; Dimensão; Cor; Feito de…; Usado para... Benefícios: Conveniência; Segurança; Garantia; Traz felicidade; Fácil de usar. 78 Anotações: Produtos e Serviços / Operacional Neste tópico é interessante mencionar como o produto ou serviço será produzido, assim como quais os recursos serão necessários. Logo, é importante definir os fornecedores. Essa questão pode ser mais relevante quando se trata de determinados tipos de negócios em que a matéria- prima não está disponível com facilidade, como no caso de lanchonetes que vendem o açaí Frozen, do qual a matéria-prima só existe em algumas regiões do Brasil, nos estados do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão, Rondônia, Acre e Tocantins. Sendo assim, um empreendedor do estado do Sul precisa se preocupar com o fornecedor. • Etapas do processo produtivo: Quando se fala na questão operacional do negócio, é interessante mencionar as etapas do processo produtivo, quais máquinas e equipamentos serão necessários. • Especifique o layout da empresa: Caso queira um maior nível de detalhamento, é interessante elaborar o layout da empresa, mostrando como está pensando estruturar a parte física do negócio. Um bom layout pode favorecer a empresa em certos aspectos como: • Melhoria da produtividade; • Menos desperdício e retrabalho; • Maior facilidade para que os clientes encontrem os produtos na loja; 79 Anotações:• Ajuda na comunicação entre as áreas e as pessoas. Tecnologia -> deve enfatizar se domina a tecnologia para a produção: Se a empresa trabalha com alta tecnologia e você tem o domínio dessa tecnologia, é interessante mencionar, pois isso é um diferencial. Caso não domine, deve ressaltar como pretende dominá-la. Impacto ambiental do negócio e meios de mitigá-lo: Todo negócio gera algum resíduo ou impacto no meio ambiente, certo? O empreendedor deve mencionar o que fará para minimizar esses impactos. Cada vez mais o consumidor está preocupado em consumir produtos ou serviços que não agridam tanto ao meio ambiente. Neste momento, entra o conceito de ecoeficiência. Esse conceito está ligado ao ato de produzir mais e melhor usando menos recursos. Com isso, todos ganham: a empresa que, em muitas situações, conseguirá reduzir custos (eliminando os desperdícios) e o consumidor que estará comprando um produto ecologicamente correto. Quando se fala em ecoeficiência, deve- se avaliar o ciclo de vida do produto, o que deve contemplar desde a extração da matéria-prima, produção, consumo até o descarte. 80 Anotações: Fonte: Planeta Sustentável. Disponível: http://goo.gl/ DuV1aS. MERCADO E COMPETIDORES A análise de mercado é uma das partes mais importantes do plano de negócios, pois, se não houver um mercado a ser atendido, não haverá negócio. É por isso, que se costuma dizer que a análise de mercado é o coração do projeto. Logo, é importante perguntar-se se há um mercado potencial a ser atendido. O empreendedor deve demonstrar que conhece muito bem o mercado consumidor do produto/serviço e, para isso, deve fazer pesquisas e avaliar o crescimento desse mercado nos últimos anos. Deve-se fazer uma análise macro da indústria, sua evolução nos últimos anos e quais as tendências. 5. DISPOSIÇÃO FINAL É o fim da vida útil do produto, quando ele é jogado no lixo e enviado para um aterro sanitário ou lixão. Alguns produtos passam por uma etapa anterior de reaproveitamento (Leia em reaproveite). 1. EXTRAÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA Necessária à fabricação do produto. 2. FABRICAÇÃO Inclui processos agrícolas e industriais, contando todas as transformações da matéria-prima até a manufaturada do produto final e a embalagem. 3. DISTRIBUIÇÃO PARA O MERCADO REVENDEDOR Além do gasto de combutível, há o impacto da fabricação do veículo e até da construção de estrada/ferrovia/aeroporto. Em geral, é nessa hora que se percorre a maior distência, mas o transporte se repete entre cada etapa. 4. USO No caso de uma roupa, a lavagem, secagem e passagem a ferro geram impactos ambientais, assim como o consumo de energia elétrica quando se trata de uma TV. 81 Anotações:Isso é importante para o empreendedor perceber se o seu produto ou serviço está sendo inserido em um mercado em crescimento ou se o mercado está em declínio. Um exemplo disso foram os empreendimen- tos em paletas mexicanas, uma vez que os primeiros a se lançarem no mercado conseguiram ter suces- so e ganhar dinheiro, porém, depois de certo tempo, havia muitos empreendedores vendendo o mesmo produto. Assim, os que investiram neste mesmo tipo de venda, quando o mercado já estava saturado, ti- veram maiores dificuldades para se manter e muitos fecharam suas portas. Daí a importância de avaliar o crescimento do segmento que se quer atuar. Figura 23: mapeamento de equipamentos médicos no Brasil Após a análise macro, deve-se partir para a análise particular dosegmento de mercado da sua empresa, mostrando o que está acontecendo no setor e quais as perspectivas para a empresa nesse setor. 82 Anotações: Análise da Indústria / Setor Muitas vezes, o empreendedor está tão apaixonado pela sua ideia que resiste em avaliar com maior cautela os dados de Mercado. Isso é um grande erro, portanto, o empreendedor deve se perguntar: por que o mercado se mostra promissor? Qual o tamanho do mercado em R$, número de clientes e competidores? Como será o mercado nos próximos anos? Quais são as oportunidades e riscos do mercado? Como o mercado está estruturado e segmentado? Após responder essas questões, o empreendedor estará melhor preparado para continuar o planejamento de seu negócio. Definição do segmento de Mercado É o processo de dividir um mercado em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamento de compras. É também chamado de mercado-alvo, ou seja, o público que se quer atingir. Sendo assim, deve avaliar: o perfil do comprador, o que ele está comprando atualmente, por que ele está comprando, os fatores que influenciam a compra, quando, como e com que periodicidade é feita a compra, onde ele se encontra e como chegar até ele. Tipos de segmento de Mercado • Demográfica: deve-se considerar carac- terísticas da população, tais como: sexo, idade, raça, nível de renda, ocupação, nível de instrução, tamanho da família, etc. • Geográfica: deve-se considerar aspectos como localização, clima, etc. 83 Anotações:• Psicográfica: aqui é levado em conta o estilo de vida (atividades, interesses e opiniões). Imagine pessoas que andem de bicicleta, pois têm uma preocupação com a sustentabilidade do planeta. Uma empresa pode ser criada, por exemplo, pensando exatamente nesse estilo de vida. • Benefícios: essa categoria é baseada em quais benefícios os clientes desejam ao comprarem os produtos ou serviços. Exemplo, o creme dental (preço, dentes brancos, hálito refrescante). • Comportamento de compra: busca-se avaliar a frequência de compra, lealdade à marca, etc. Quando analisamos as linhas de perfume do boticário Zaad e Men, vemos que são um exemplo de produtos pensados para homens diferentes. Enquanto o Zaad é voltado para homens mais maduros, profissionalmente estabilizados, com Seu Produto ou Serviço Quem está comprando? • Geografia • Perfil • Estilo de Vida • Personalidade Por que está comprando? • Benefícios • Características especiais O que está comprando? • Recursos • Embalagens • Serviços • Preço • Entrega 84 Anotações: uma certa sofisticação, o Men é voltado para o homem do dia a dia, constantemente na correria e que não quer dizer por aí que se preocupa com sua aparência ou mesmo com o uso de perfume. É claro que o preço dos dois produtos também reflete seu público-alvo. Outro ponto que não pode ser negligenciado é a análise da concorrência. É importante fazer um benchmarking, ou seja, uma comparação entre os atributos do seu negócio e os da concorrência. A ideia é avaliar o que a concorrência faz de melhor para que a empresa possa rever seus processos, buscando alcançar melhores resultados. • Concorrência não se limita aos concor- rentes diretos, mas deve-se considerar os indiretos. Muitos empreendedores acham que devem considerar apenas os concorrentes diretos, ou seja, aqueles que vendem um produto ou serviço similar ao seu, mas existem os concorrentes indiretos, que não vendem exatamente os mesmos produtos ou serviços, mas que atuam na indústria macro e podem, de alguma maneira, atrair os seus 85 Anotações:clientes para comprarem deles. Daí a importância de reconhecer esses concorrentes. • Identificar as tendências ambientais ao redor do negócio: econômico, tecnológico, etc. O negócio, ao ser montado, não estará isolado no mercado, na verdade, as chances de ter muita concorrência são enormes. Além da concorrência, deve-se avaliar os elementos ambientais ao seu redor, por exemplo, a economia, nível tecnológico, política, etc. Será que o momento atual favorece a abertura de um negócio próprio? Será que a economia está crescendo, gerando muitos empregos e renda? Essas são indagações importantes. Portanto, conhecer a estrutura de mercado no qual se irá atuar pode ajudar na definição de preço e tipo de concorrência que se enfrentará. Na figura 24, apresentam-se as características das estruturas de mercado. Benchmarking Análise dos principais competidores Descrição de seus produtos/ serviços Práticas de marketing utilizadas, market share etc Posicionamento de mercado, pontos fortes e fracos 86 Anotações: Figura 24: Estruturas de mercado O mercado de concorrência perfeito é um modelo mais hipotético e poderíamos pensar em uma feira com um número grande de compradores e vendedores. Imagine que existem várias barracas que vendem o mesmo produto, por exemplo, laranja. Os preços são praticamente os mesmos, assim como os produtos. Logo, a entrada de mais uma barraca para vender laranja ou a saída não causará impacto nos preços. Já o Monopólio se caracteriza por apenas um ofertante do produto, ou seja, não há concorrência. Os governos buscam evitar o surgimento de monopólios, visto que a falta de concorrência, no geral, acarreta preços maiores. No Oligopólio, há um número reduzido de competidores, no geral, grandes empresas, que podem ter produtos diferenciados ou homogêneos. Há uma certa interdependência no estabelecimento do preço. Um exemplo seriam as empresas que comercializam eletrodomésticos, como geladeiras. Características Concorrência Perfeita Monopólio Oligopólio Concorrência Monopolista 1. Quanto ao número de empresas Muito grande Só há uma empresa Pequeno Grande 2. Quanto ao produto Homogêneo. Não há diferenças Não há substitutos próximos Pode ser homogêneo ou diferenciado Diferenciado 3. Quanto ao controle das empresas sobre os preços Não há possibilidade de manobras pelas empresas As empresas têm grande poder para manter preços relativamente elevados Embora dificultado pela interdependência entre as empresas, estas tendem a formar cartéis Pouca margem de manobra, devido à existência de substitutos próximo. 87 Anotações:Por fim, a Concorrência Monopolista ou Concorrência Monopolística consiste em um mercado com elevado número de competidores que conseguem se diferenciar no mercado. Como exemplo, imagine um salão de beleza que possui um excelente profissional especializado em tintura de cabelo. Esse profissional acaba sendo um diferencial para esse salão, atraindo muitos clientes. Esse salão pode até ter um preço um pouco mais elevado, mas não é vista a existência de muitos competidores. Análise da Concorrência Uma maneira interessante de fazer a análise da concorrência é através de um quadro comparativo, em que se pode observar os seus diferenciais e os diferenciais da concorrência. A análise da concorrência deve buscar responder: quem são seus concorrentes? Como os concorrentes podem ameaçá-lo? De que maneira seu produto ou serviço pode ser comparado ao do concorrente? A concorrência é líder ou seguidor no mercado? Após essa análise, o empreendedor estará melhor preparado para enfrentar a concorrência. MARKETING E VENDAS O fato de ter uma ótima ideia e um bom planejamento não é o suficiente para se ter um negócio de sucesso. Como visto anteriormente, é necessário saber operacionalizar o planejamento. Um aspecto importante é pensar em como a empresa pretende vender seu produto ou serviço e 88 Anotações: conquistar seus clientes. Deste modo, entram em cena os famosos 4Ps de Marketing ou Composto de Marketing sobre os quais serão detalhados no tópico seguinte. Além disso, o Ciclo de vida do produto também vai influenciar os esforços de marketing. Figura 26: Ciclo de vida O ciclo de vida do produto mostra as vendas em
Compartilhar