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Relatório de Estagio Escolar - Finalizado

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
CURSO DE PSICOLOGIA
AMANDA BETTIOL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO - ESTÁGIO A
CRICIÚMA 
2023
AMANDA BETTIOL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO - ESTÁGIO A
Relatório de Estágio em Psicologia na Educação solicitado pelo professor orientador Zolnei Vargas E. de Córdova, do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC.
CRICIÚMA 
2023
· Abaixo apresento em imagem onde fica localizado o espaço no qual ocorre o Estágio Escolar - A
“Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.”
Paulo Freire
UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
COORDENAÇÃO DE ESTÁGIOS
ÁREA: PSICOLOGIA NA EDUCAÇÃO
LOCAL DO ESTÁGIO: EJA E.M.E.B. LILI COELHO
PERÍODO DO ESTÁGIO: 06/03/2023 À 30/06/2023 (PERÍODO NOTURNO)
_______________________________________________________________
AMANDA BETTIOL
ESTAGIÁRIA DE PSICOLOGIA
_______________________________________________________________
ZOLNEI VARGAS ERNESTA DE CÓRDOVA – CRP 12 / 09848
ORIENTADOR DE ESTÁGIO
_______________________________________________________________
JOÃO LUIZ BRUNÉL – CRP 12ª R / 00364
ASSESSOR DO ESTÁGIO A
CRICIÚMA
2023
Sumário
1. JUSTIFICATIVA	6
2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO	7
2.1. OBJETIVOS	7
2.1.1. Geral	7
2.1.2. Específicos	7
2.2. METODOLOGIA	8
2.2.1. Tipo de estudo	8
2.2.2. Clientela	9
2.2.3. Procedimentos	9
2.2.4. Cronograma de ação, com os temas para as atividades com a turma	9
2.2.5. Instrumentos utilizados	11
3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO	11
3.1. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO	11
3.2. MISSÃO E VALORES DA INSTITUIÇÃO	12
3.3. OBJETIVOS	12
3.4. ORGANOGRAMA	12
3.5. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS	13
3.5.1.	Recursos Humanos	13
3.5.2.	Recursos Materiais e Ambientais	13
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA	14
4.1. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL	14
4.2. EJA – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL	16
4.3. O PAPEL DO PSICÓLOGO NAS ESCOLAS	17
4.4. PSICOLOGIA E ESCOLA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA	19
4.5. AUTOESTIMA, RELAÇÕES FAMILIARES E DIVERSIDADE	20
4.6. PROJETO X HISTÓRIAS DE VIDA	22
4.7. PROFISSÕES X MERCADO DE TRABAHO	23
5. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES	25
6.	DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES REALIZADAS	25
6.1. APLICAÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES	26
7. ANÁLISE TEÓRICA E PRÁTICA DAS ATIVIDADES	30
8. CONCLUSÃO	33
9. REFERÊNCIAS	34
10. ANEXOS	38
1. JUSTIFICATIVA
O relatório em questão é uma exigência da disciplina de Estágio Supervisionado em Psicologia na Educação – Estágio A, presente na grade curricular do Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC). Os estágios são fundamentais para a formação acadêmica, pois proporcionam aos estudantes a oportunidade de aplicar na prática todo o conhecimento adquiro em sala de aula até o momento.
A Psicologia Escolar é uma área de extrema importância dentro da Psicologia. O profissional que atua nessa área deve agir com responsabilidade e ética, visto que trabalha com pessoas de diversas faixas etárias, níveis de desenvolvimento e contextos biopsicossociais. A atuação nesse campo é geralmente multidisciplinar, beneficiando alunos, professores, pais e a comunidade na qual a escola está inserida. Neste sentido destaca-se a importância de salientar que a partir do ano de 2019, ocorreu a aprovação da Lei nº 13.935, fazendo ser obrigatório na rede pública de educação básica, a atuação de psicólogos e assistentes sociais. Compreendendo a necessidade do trabalho feito em escolas, esses dois profissionais se fazem necessário para este universo escolar.
Dando sequência ao estágio supervisionado, este foi realizado na E.M.E.B. Lili Coelho, que oferece a modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA), localizada no bairro Promorar Vila Vitória, na cidade de Criciúma – SC. O estágio teve duração de março a junho de 2023, com a carga horária total de 150 horas/aula semestrais, sendo 135 horas cumpridas no local de estágio e as outras 15 horas destinadas às atividades de orientação com o professor responsável pela supervisão da estagiária, Zolnei Vargas E. de Córdova.
A escolha da E.M.E.B. Lili Coelho como local de estágio se deu ao fato de a escola oferecer a modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) no período noturno, o que possibilitou conciliar os horários de trabalho da estagiária no período diurno. No dia 02 de março, a estagiária teve seu primeiro contato com o local de estágio. Nessa ocasião, apresentou sua proposta de estágio à coordenadora do EJA que aceitou o convite para ser sua supervisora durante o período de estágio.
No primeiro encontro, a coordenadora apresentou à estagiária as possíveis demandas que foram abordadas no projeto, tais como a evasão escolar dos alunos participantes do EJA. Posterior a essa apresentação a estagiária se fez presente em sala, para que houvesse o período de observação. Com a observação a acadêmica conseguiu mensurar alguns pontos importantes. Havendo este período de grande aprendizado para a estagiária, a mesma pode compreender a necessidade de aplicação de um questionário com vários temas em questão, para que estes pudessem trazer suas demandas a serem trabalhadas durante seu percurso de estágio.
2. CARACTERIZAÇÃO DO ESTÁGIO
2.1. OBJETIVOS
2.1.1. Geral
Auxiliar os alunos do EJA com suas questões individuais e referentes ao seu aprendizado de modo geral, propondo estratégias e intervenções para reduzir a evasão e promover a permanência dos estudantes do EJA no processo educacional.
 2.1.2. Específicos
 Realizar observações no contexto escolar; 
 Identificar possíveis demandas através de diálogos com a supervisora de estágio, professores e alunos; 
 Auxiliar os alunos na reflexão sobre suas metas pessoais e profissionais, proporcionando orientação e recursos para a construção de um projeto de vida e uma trajetória profissional adequada e realizável; 
 Elaborar dinâmicas em grupo e rodas de conversa para abordar temas específicos, tais como Profissões x Mercado de Trabalho, Projeto de Vida x História de Vida e Autoestima, entre outros assuntos pertinentes conforme questionário aplicado; 
 Oferecer suporte adequado aos professores na elaboração de materiais relacionados à escola, quando necessário; 
 Proporcionar um ambiente acolhedor e de escuta individual para os alunos. 
2.2. METODOLOGIA
2.2.1. Tipo de estudo
O Projeto em questão consiste na aplicação prática da Psicologia Escolar e Educacional no contexto da E.M.E.B. Lili Coelho. Foram realizados observações e diálogos com alunos e funcionários para identificar as demandas e as necessidades do ambiente escolar, principalmente dos alunos. 
Durante o período de observação em salas, foi criado um questionário com o propósito de envolver os estudantes no desenvolvimento dos temas do projeto atual. O questionário em questão foi administrado de forma individual a 15 estudantes, entre os dias 29/03/2023, 03/04/2023 e 05/04/2023. A seguir estão as respostas mais destacadas obtidas durante o processo de aplicação:
Mercado de Trabalho x Profissões (14 votos), Autoestima (13 votos), Amizades (12 votos), Projeto x História de Vida (12 votos), Uso de Drogas/Vícios (10 votos) e Relações Familiares (7 votos).
Com base no levantamento dessas demandas, foi desenvolvido intervenções práticas embasadas em referências teóricas e estudos bibliográficos relacionados aos temas abordados. 
2.2.2. Clientela
Em 2018 a escola atendia 451 alunos, distribuídos entre 18 turmas, sendo: EFI 321 e EFII 206 alunos, ordenadamente, nos períodos matutino e vespertino.
Atualmente o EJA E.M.E.B. Lili Coelho é uma escola que atende estudantes que frequentam do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental I e 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental II no período noturno, das 18h30 às 20h e das 20h10 às 21h50. A turma observada foi inicialmente composta por 18 alunos, divididos em duas partes: do lado esquerdo da sala, estão os alunos do 1º ao 3º ano e do lado direito, os do 4º e 5º ano.A responsabilidade pelo ensino é da única professora presente na sala de aula.
2.2.3. Procedimentos
Foi realizada uma observação de todo o ambiente escolar, com o objetivo de compreender a dinâmica e o funcionamento da escola em questão. Durante o estágio, foram aplicados questionários aos alunos para melhor conhecê-los e identificar suas preocupações. Em seguida, foram realizadas dinâmicas de grupo e rodas de conversa, que abordaram temas específicos. Além disso, os alunos foram incentivados a sugerir outros temas que puderam despertar seu interesse, a fim de tornar as atividades mais envolventes e relevantes para eles. 
2.2.4. Cronograma de ação, com os temas para as atividades com a turma
Mediada pela professora regente da turma dos anos iniciais e pela estagiária de Psicologia, as atividades tiveram como objetivo proporcionar estrutura de diálogo aberto e compreensivo acerca dos temas selecionados. As atividades foram centradas em temas específicos, conforme mencionado anteriormente, que foram abordados visando o melhor desenvolvimento dos estudantes em grande parte das áreas de suas vidas. Nesse sentido, foram exemplificados e detalhados como cada tema foi abordado, destacando sua relevância nas relações cotidianas entre a escola e os estudantes. A seguir, segue a organização das ações propostas de forma destacada.
	Projeto de Vida x História de Vida: Descrição da atividade: O projeto de vida é a grande história que precisa ser estimulada em cada ser humano/adulto. É por um trabalhado bem aplicado que transmitimos mensagens fundamentais para as pessoas: Tais como: “Persigam seus sonhos” e os ajudam a realizá-los.
	Data dos encontros: 03/05, 10/05, 17/05 e 24/05
	Tema a ser trabalhado
	Desenvolvimento da ação (o que se propõe aplicar)
	Busca-se como Resultado Esperado
	
	
	
	
	
	Horários dos encontros:18h30 às 21h50
	
- Projeto de Vida x História de Vida;
- Amizades
- Uso de Drogas/Vícios.
	- Dinâmicas;
- Rodas de Conversa.
	Compreensão sobre projeto x história de vida e amizades.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Período do encontro: a combinar com as professoras da turma.
	
	
	
	
	Autoestima: Descrição da atividade: A autoestima é a percepção emocional e subjetiva que uma pessoa tem de sua própria imagem, incluindo como ela se vê, valoriza a si mesma e se aceita. Através de atividades individuais e grupais, será possível relacionarmos assuntos sobre diversidade e relações familiares.
	Data dos encontros: 29/05, 05/06, 12/06 e 19/06
	Tema a ser trabalhado
	Desenvolvimento da ação (o que se propõe aplicar)
	Busca-se como Resultado Esperado
	
	
	
	
	
	Horários dos encontros:
18h30 às 21h50
	- Autoestima;
- Relações Familiares;
- Diversidade.
	- Dinâmicas;
- Rodas de Conversa;
- Testes.
	Autoconhecimento, compreensão de si e das pessoas a sua volta.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Período do encontro: a combinar com as professoras da turma.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Profissões x Mercado de Trabalho: Descrição da atividade: Através de testes vocacionais e a apresentação de material relacionado a informações sobre cursos, a conceitualização sobre os temas acontecerá de forma mais dinâmica. 
	Data dos encontros: 21/06, 26/06, 28/06 e 03/07
	Tema a ser trabalhado
	Desenvolvimento da ação (o que se propõe aplicar)
	Busca-se como Resultado Esperado
	
	
	
	
	
	Horários dos encontros:
18h30 às 21h50
	
- Profissões x Mercado de Trabalho
	- Testes Vocacionais.
- Apresentação de Cartilhas de Cursos Técnicos /Graduação.
	Autoconhecimento, conhecimento de profissões e possibilidades de ingresso.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Período do encontro: a combinar com as professoras da turma.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
2.2.5. Instrumentos utilizados
Os instrumentos utilizados para a realização do projeto foram: materiais didáticos dos próprios alunos e/ou disponíveis na escola, questionário investigativo para uma maior aproximação do aluno e aparelhos tecnológicos.							
3. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO
3.1. HISTÓRICO DA INSTITUIÇÃO
A Escola Municipal de Ensino Básico (EMEB) Lili Coelho é uma instituição de ensino localizada no bairro Promorar Vila Vitória, na cidade de Criciúma, Santa Catarina, Brasil. Fundada em 1988, passou por diversas mudanças com o decorrer do tempo. 
Em 1996 a escola recebeu o nome em homenagem a Laurinda dos Santos Coelho (Lili Coelho), professora e ativista política que atuou em prol da educação e dos direitos das mulheres na região.
Em 2001, foi integrada ao Grupo Escolar, a EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – PROEJA, sendo duas turmas, alfabetização e conclusão das séries iniciais do Ensino Fundamental – 4ª série. Inicialmente, a escola funcionava como uma unidade de educação infantil, atendendo crianças de zero a seis anos de idade e com o passar dos anos, a escola ampliou sua atuação para o ensino fundamental, passando a oferecer a modalidade de Ensino de Jovens e Adultos (EJA) no período noturno.
Atualmente, a E.M.E.B. Lili Coelho conta com uma equipe de professores e funcionários comprometidos em proporcionar uma educação de qualidade para seus alunos, buscando sempre promover o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos estudantes. Além disso, a escola mantém parcerias com diversas instituições e organizações da região, visando fortalecer o vínculo entre a escola e a comunidade local. 
3.2. MISSÃO E VALORES DA INSTITUIÇÃO
A E.M.E.B. Lili Coelho tem como missão promover ao aluno uma educação de qualidade por meio do resgate de valores e da construção do conhecimento, para que o aluno se torne um cidadão consciente e responsável, contribuindo para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e fraterna.
Fortalecer com a comunidade escolar, valores e princípios, tais como: democracia/diálogo, solidariedade, responsabilidade, respeito às diferenças, direitos e deveres, socialização, ética, criatividade, criticidade e autonomia dentro da concepção histórico-cultural.
3.3. OBJETIVOS
A E.M.E.B. Lili Coelho tem como objetivo se tornar reconhecida pela comunidade interna e externa como uma escola de excelência na construção do saber, primando pela qualidade e criatividade no ensino, através do trabalho participativo e responsável, contribuindo para uma sociedade justa e humana.
3.4. ORGANOGRAMA
3.5. RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS
3.5.1. Recursos Humanos
Atualmente a escola é composta por um quadro administrativo por Equipe diretiva: 03 sendo – diretora, auxiliar de direção, secretaria e 01 orientadora, equipe pedagógica totalizando: 73 sendo 46 professores, 01 professora AEE, 05 funcionários entre serventes, 21 estagiários, e contando 45 alunos portadores de deficiência.
3.5.2. Recursos Materiais e Ambientais
	A EJA E.M.E.B. Lili Coelho, localizada na Rua Luís Euríco Tejera Lisboa, 126-180, no bairro Promorar Vila Vitória, Criciúma/SC, conta com:
· 01 Recepção
· 01 Secretaria Escolar
· 01 Sala da Orientação Educacional
· 01 Sala da Direção
· 01 Biblioteca
· 01 Sala de Informática
· 01 Sala dos professores
· 10 Salas de aula
· 01 Sala de Educação Física
· 01 Sala do AEE
· 01 Cozinha
· 04 Banheiros masculinos para os alunos
· 04 Banheiros femininos para as alunas
· 01 Banheiro masculino para professores
· 01 Banheiro feminino para professores
· 01 Quadra de esporte coberta
· 01 Despensa para Utensílios da Cozinha
· 01 Depósito de Alimentos
· 01 Sala Maker
· 01 Sala auxiliar de manutenção com depósito de materiais
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
4.1. HISTÓRIA DA PSICOLOGIA ESCOLAR NO BRASIL
No Brasil, a psicologia escolar desenvolveu-se como uma forma de solucionar questões educacionais, em especial a formação de professores (CRUCES, 2006).
Os primeiros registros da presença da Psicologia Escolar no Brasil datam da década de 1920, quando a psicologia ainda era uma ciência em formação. Nessa época, a atuação do psicólogo escolar concentrava-se na aplicação de testes de inteligência e na orientação vocacional de alunos (TEIXEIRA E KOLLER, 2002).
A psicologia escolar passou por uma grande expansão no Brasil a partir da década de 1960, quando se iniciouuma nova visão da prática psicológica na escola. Houve uma ampliação das funções do psicólogo escolar, que passou a ter um papel mais ativo na avaliação e intervenção nos problemas emocionais e de aprendizagem dos alunos, além da tradicional orientação vocacional e aplicação de testes de inteligência (TEIXEIRA E KOLLER, 2002).
A psicologia escolar tornou-se um campo de pesquisa a partir da década de 1970, com estudos voltados para o processo de aprendizagem, o desenvolvimento infantil e a relação entre a escola e a família, entre outras questões" (BOCK, CREMASCO E TAGLIAGAMBE, 2009).
A psicologia escolar começou a se concentrar na inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas regulares na década de 1990, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias de ensino e aprendizagem que considerassem as diferenças individuais dos alunos, respeitando suas especificidades (BOCK, CREMASCO E TAGLIAGAMBE, 2009).
Como forma de atuação nas escolas os psicólogos foram convocados, a fim de compreenderem as queixas e necessidades escolares existentes, assim como suas causas e possíveis métodos de tratamento, porém devido ao seu modelo psicométrico de abordagem, as intervenções prejudicaram o desenvolvimento dos alunos. (MALUF, 2001; CAMPOS E JUCÁ, 2006). 
O psicólogo escolar era considerado apenas um psicometrista, responsável pela avaliação de crianças indicando em que áreas essas apresentavam dificuldades. Sua atuação nesse período apresentava um caráter clínico-terapêutico que buscava “consertar” a criança e “adaptá-la” ao contexto escolar (BOCK, 2003; BARBOSA E MARINHO ARAÚJO, 2010).
A psicologia escolar, quanto área de atuação do psicólogo, enfrentou no decorrer dos anos diversas dificuldades e contradições. As práticas realizadas pelos psicólogos escolares tornaram-se alvo de críticas por serem consideradas inadequadas e insatisfatórias nas suas respostas às questões educacionais e escolares desenvolvidas no Brasil (GUZZO; MEZZALIRA; MOREIRA; TIZZEI E NETO, 2010).
As atribuições e deveres do psicólogo escolar estão em constante ampliação, abrangendo não só o ambiente escolar, mas também os contextos que o cercam. No entanto, apesar do avanço, o campo da psicologia escolar ainda está em processo de construção no Brasil e continuará evoluindo com o tempo.
4.2. EJA – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL
A Educação de Jovens e Adultos - EJA é uma modalidade de ensino criada pelo Governo Federal que perpassa todos os níveis da Educação Básica do país, destinada aos jovens, adultos e idosos que não tiveram acesso à educação na escola convencional na idade apropriada. Permite que o aluno retome os estudos e os conclua em menos tempo e, dessa forma, possibilitando sua qualificação para conseguir melhores oportunidades no mercado de trabalho. (OLIVEIRA, 2020).
A EJA é ofertada tanto no ensino presencial, como à distância, com o objetivo principal de democratizar o ensino da rede pública no Brasil. Anteriormente, a EJA era conhecida como supletivo. Hoje, é o programa é dividido em etapas, com abrangência do ensino fundamental ao médio. No ensino fundamental, destina-se para jovens a partir de 15 anos que não completaram o 1º e o 9° ano. Possui duração média de 2 anos para a conclusão. O ensino médio, destina-se a alunos maiores de 18 anos. Ao concluir essa etapa, o aluno está preparado para realizar provas de vestibular e Enem, para ingressar em universidades. O tempo médio de conclusão é de 18 meses. (OLIVEIRA, 2020).
As causas para não se alfabetizar na infância podem ser várias, como o fato de precisar trabalhar muito cedo, não ter acesso à escola no local onde mora e até mesmo a evasão escolar, por isso é comum ainda haver escolas que alfabetizam jovens e adultos. Alfabetizar tais pessoas é proporcionar grandes mudanças e a chance de ter uma vida melhor com mais oportunidades. (MOLL, 2004).
Cruz et al. (2019) expressa que na EJA depara-se, principalmente, com o sofrimento ético-político, advindo de diferenças sociais e culturais encontradas nos sujeitos ali inseridos. Sendo assim, a atuação do psicólogo deve ser específica em dimensões ético-políticas de ação transformadora e de superação da desigualdade, não patologizante ou medicalizante. Deve buscar ações a contribuir com o fortalecimento de emoções alegres, o conhecimento e potência do existir, sempre considerando a subjetividade de cada sujeito.
4.3. O PAPEL DO PSICÓLOGO NAS ESCOLAS
De acordo com a Resolução 013/07 do CFP, cabe ao psicólogo escolar ocupar-se de um amplo leque de possibilidades que se referem diretamente ao âmbito do ensino-aprendizagem, tanto em seu contexto formal (escola, instituições de ensino) quanto no informal (organizações não governamentais, empresas, etc.).
O psicólogo escolar e educacional está presente em diversos espaços educativos, como escolas, abrigos, programas de educação comunitária, penitenciárias, entre outros. Sua atuação no âmbito da educação se dá no compromisso com o sistema educativo, visando contribuir com a otimização dos processos, que ocorrem nesse meio. Além disso, é importante entender esses processos a fim de compreender os múltiplos fatores envolvidos, como o âmbito social do indivíduo. (MARTINEZ, 2009).
Partindo da necessidade do reconhecimento e valorização, alguns psicólogos e estudiosos da área fundaram em 1990 a ABRAPEE – ASSOCIACAO BRASILEIRA DE PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL. A ABRAPEE é uma sociedade civil, sem fins lucrativos, que tem por finalidade incentivar o crescimento da ciência e da profissão de Psicólogo Escolar e Educacional, como um meio de promover o bem-estar e o desenvolvimento humano, enfocando para isto o processo educacional no seu sentido mais amplo. 
A associação ainda diz que “(...) a prática profissional no campo da psicologia escolar são diversas, conforme as perspectivas da Psicologia enquanto área de conhecimento, visando compreender as dimensões subjetivas do ser humano. (...)”. (ABRAPEE, s/a).
O psicólogo escolar/educacional trabalha os processos educacionais que acontecem tanto com crianças e adolescentes como com pessoas adultas ou mais maduras. Exemplos disso são os programas de acompanhamento psicopedagógico e educacionais realizados no ensino de jovens e adultos (EJA), nas escolas técnicas, nas universidades e nos programas de universidades para a terceira idade. (DIAS; PATIAS; ABAID, 2021)
É essencial que este profissional saiba conduzir trabalhos coletivos, instrumentalizando a equipe através de estudos e capacitações, contribuindo na formação dos professores e colocando-os também como coparticipantes nesse trabalho (MARINHO-ARAÚJO; ALMEIDA, 2008). 
Del Prette (1999) e Gomes (1999) acrescentam ainda que o psicólogo escolar pode atuar na implementação e avaliação de projetos pedagógicos coerentes com os vários segmentos da escola, visando melhor aproveitamento das oportunidades educativas, desenvolvendo programas junto aos pais, com orientação sobre promoção de condições de aprendizagem, diagnóstico e encaminhamento de problemas relativos a queixas escolares, entre outras.
O Conselho Federal de Psicologia – CFP (1992), ainda traz como atribuições: colaborar com a adequação de educadores através dos conhecimentos da psicologia sobre seus papéis, desenvolver trabalhos com educadores e alunos, desenvolver atividades com a comunidade que integre a escola, com o objetivo de prevenir, identificar e resolver problemas psicossociais que possam causar problemas a comunidade escolar, conhecer a relação professor-aluno, em situações escolares específicas para implementar uma metodologia de ensino que favoreça a aprendizagem e o desenvolvimento, planejar, executar e/ou participar de pesquisas na área, participar do trabalho das equipes de planejamento pedagógico, currículo e políticas educacionais, desenvolver programas de orientação profissional e diagnosticar as dificuldades dos alunos dentro do sistema educacional e encaminhar aos serviços de atendimento da comunidade, se necessário. 
De acordo com o CRPRS, foi aprovada em dezembro, a Lei nº 13.935/2019,que determina que o Poder Público assegure o atendimento psicológico e socioassistencial aos alunos da rede pública de educação básica. A norma é fruto do PLC 60/2007 (PL 3.688/2000, na Câmara), aprovado pelo Congresso em setembro de 2019.
Em conjunto com a equipe multidisciplinar, o psicólogo virá a contribuir com o corpo docente, em projetos pedagógicos e demais demandas de que a escola necessite. O psicólogo escolar também atua de forma administrativa, auxiliando a escola a buscar a melhor maneira de realizar seus objetivos, por meio de análise e observação qualificada (CFP, 1992, p. 01). 
Também promove e participa de programas de orientação profissional, com vistas a auxiliar os estudantes na escolha profissional, bem como questões relacionadas a melhor adaptação no trabalho. Ademais, o Psicólogo analisa o indivíduo portador de necessidades especiais, para que possa intervir da melhor maneira a aplicar programas de ensino, inclusão e aprendizagem (CFP, 1992, p. 01).
O chamado olhar multireferencial é deveras importante no campo educacional/escolar, justamente por que os: “fenômenos educativos e seus desdobramentos psicológicos se dão em várias dimensões - a dos sujeitos, a dos grupos, a da organização, a da instituição e a da sociedade” (MARTINS, 2003. p. 42). 
Para dar conta dos fenômenos educativos, se faz necessário ao psicólogo escolar se manter atualizado e realizar o estudo complementar de outras áreas, como a sociologia, psicologia social, antropologia, entre outras. 
4.4. PSICOLOGIA E ESCOLA: EDUCAÇÃO INCLUSIVA
A escola tem o papel de estabelecer a educação ao educando, considera-se que a família como reprodutor desse papel, que tem também a finalidade de educação. E é partindo desse quesito, que se faz necessário a conexão desses âmbitos de repartição de aprendizagem, de modo que o trabalho em conjunto favorecerá não só o desenvolvimento pleno do educando, como também a capacidade de interação família e escola (CARVALHO, 2004).
Educar é um ato político, vai muito além de codificar e decodificar informações, permite que o sujeito reflita sobre onde está inserido, quebre paradigmas e rompa realidades. Para isso, é necessário que esteja ciente do que é o ser e o que lhe cerca, que diz respeito com a cultura de onde habita (FREIRE, 2002).
Os educadores que se comprometem com a Educação de Jovens e Adultos, tem que possuir consciência da necessidade de buscar mecanismos, métodos e teorias que estimulem o público alvo a não abandonar a sala de aula, ou seja, o professor é o estimulador, o mediador de seus alunos. Esses educadores devem ser comprometidos com a aprendizagem dessas pessoas, adequando métodos incessantemente cada vez mais relacionados à realidade do público que estão trabalhando, inserindo no currículo a realidade do aluno, como destaca esse pensador: “Não há razão para se envergonhar por desconhecer algo, testemunhar a abertura dos outros, a disponibilidade curiosa à vida, a seus desafios, são saberes necessários à prática educativa” (FREIRE, 1999).
Embora a educação não dê conta do processo de provocação de mudanças, é um fator essencial para tal. A escola é articuladora de processos de inovação, podendo contribuir positivamente na intervenção do sistema, por meio de projetos capazes de contribuir para as mudanças sociais (VENDRAMINI et al., 2017).
4.5. AUTOESTIMA, RELAÇÕES FAMILIARES E DIVERSIDADE
A escola não deve ser apenas um lugar de produção de educação e conhecimento, e sim local de promoção da saúde em todos os seus membros. A educação em saúde na escola busca contribuir na formação de um pensamento crítico do estudante, que leve a busca por práticas que visem promover, manter e recuperar a própria saúde (SILVA et al., 2019).
A autoestima se resume à forma com que as pessoas se aceitam e valorizam. Pode ser observada na forma com que o indivíduo reage a diferentes situações da vida. É entendida no quanto o sujeito está satisfeito em relação a reações às situações vividas e como as avalia positiva ou negativamente. Ao avaliá-las positivamente, o indivíduo sente-se confiante e com autoestima elevada (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013).
A autoestima também é considerada um importante indicador da saúde mental por interferir nas condições afetivas, sociais e psicológicas dos indivíduos (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013, p. 37).
Para Mruck (1998), foram relacionadas cinco razões para o estudo científico da autoestima: “1) é mais complexo do que se possa parecer, pois está associado com outros aspectos da personalidade; 2) está relacionada à saúde mental ou bem estar psicológico; 3) a sua carência se relaciona com certos fenômenos mentais negativos como depressão e suicídio (não é o nosso foco); 4) é conceito relevante às ciências sociais; 5) elevada relevância social obtida atualmente.”
No caso específico da EJA, a autoestima elevada faz com que o indivíduo se sinta mais seguro, menos vulnerável ao julgamento de terceiros e às críticas por estarem matriculados em uma série considerada inadequada à sua faixa etária (CALDEIRA et al., 2014, p. 16).
A autoestima também é considerada um importante indicador da saúde mental por interferir nas condições afetivas, sociais e psicológicas dos indivíduos (SCHULTHEISZ; APRILE, 2013, p. 37).
A EJA possui uma realidade diferente da encontrada na educação infantil, onde a escola oferece espaço e tempo para trabalhar com conteúdo internos das crianças. A proposta de ensino para jovens e adultos se organiza de forma mais rígida e acaba deixando de lado os contextos internos do indivíduo. Nesse contexto, podemos nos defrontar com sujeitos que não encontraram espaço ou tempo para fala e escuta renovadora em nenhum momento da vida (SILVA, 2009).
Mosquera (1975) destaca que o relacionamento com as outras pessoas estabelece o roteiro cinematográfico da nossa personalidade. O sentimento acerca do Eu se refere às vivências pessoais, estando intimamente conectado ao desenvolvimento cognitivo e a representação social do humano, em cada um de nós. 
Segundo o artigo 226 da Constituição da República de 1988, a família é compreendida como a base da sociedade e recebe uma proteção especial do Estado.
A família representa a união entre pessoas que possuem laços sanguíneos, de convivência e baseados no afeto. Levando isso em conta, MOUSNIER afirma que a família é o meio natural onde o projeto humano se desenvolve. O tema sugere que esta milenar instituição tenha mudado. E, de fato, a família mudou. Mudou do ponto de vista estrutural, comportamental, conceitual, tendo nos dias atuais uma face social diferenciada, e via de consequência.
Para Zimerman (2000), o homem por sua característica durante seu desenvolvimento, passa por diferentes grupos: família, amigos, escola e trabalho. Com este convívio social o indivíduo se identifica com o grupo que tenha o perfil mais parecido com o seu. A convivência do grupo só prevalece se houver a troca de segurança, apoio, etc., e tenha o mesmo objetivo fim.
A amizade é um relacionamento percebido como significativo e que envolve aspectos como companheirismo, ajuda (instrumental, emocional e social), confiança, autorrevelação, proximidade relacional, auto validação, respeito, lealdade e disponibilidade. Do amigo se espera e a ele se oferece perdão, compaixão, paciência, empatia, altruísmo, gratidão e honestidade (Souza & Hutz, 2007a)
A conceituação da diversidade tem sido descrita de duas formas: a) definições mais amplas que se referem às diferenças individuais, ou seja, uma pessoa é diferente da outra; e b) as definições mais restritas que geralmente se referem à cor da pele, gênero e etnia, e são normalmente associadas a grupos minoritários. Dessa forma, a diversidade não está relacionada apenas a grupos minoritários, mas se refere também à força de trabalho total existente nas organizações. (NKOMO; COX, 1999)
Hanashiro e Queiroz (2006) asseguram que as variáveis da diversidade – gênero, idade, tempo de empresa e formação escolar – influenciam na dinâmica existente entre os grupos e no seu desempenho tornando a diversidadeum importante fator para a integração social.
4.6. PROJETO X HISTÓRIAS DE VIDA
O projeto ou plano de vida representa o que o indivíduo quer ser e o que ele vai fazer em certos momentos de sua vida, bem como as possibilidades de alcançá-lo. 
Projeto de vida, num sentido amplo, é tornar conscientes e avaliar nossas trilhas de aprendizagem, nossos valores, competências e dificuldades e também os caminhos mais promissores para o desenvolvimento em todas as dimensões. É um exercício constante de tornar visível, na nossa linha do tempo, nossas descobertas, valores, escolhas, perdas e também desafios futuros, aumentando nossa percepção, aprendendo com os erros e projetando novos cenários de curto e médio prazo. É um roteiro aberto de autoaprendizagem, multidimensional, em contínua construção e revisão, que pode modificar-se, adaptar-se e transformar-se ao longo da nossa vida. (MORAN, 2023)
Bragança expõe que a história de vida se apresenta, em primeiro lugar, como prática social e aparece na transmissão/recriação da cultura, por meio das narrativas de pais para filhos, das histórias da família e da comunidade – são as práticas intergeracionais de comunicação do testamento construído pela comunidade. O grupo, sentado à roda para relato das histórias tecidas socialmente, é uma marca da forma propriamente humana de produção de conhecimentos e constitui o registro espontâneo das narrativas orais de vida. Além da prática oral, encontramos a produção e a preservação de objetos – como cartas, lembranças e baús de memória – afirmando-se como depositários da história individual/coletiva.
Embora a educação não dê conta do processo de provocação de mudanças, é um fator essencial para tal. A escola é articuladora de processos de inovação. podendo contribuir positivamente na intervenção do sistema, por meio de projetos capazes de contribuir para as mudanças sociais (VENDRAMINI et al., 2017).
4.7. PROFISSÕES X MERCADO DE TRABAHO 
A EJA deve promover o desenvolvimento indo além dos conhecimentos da Base Nacional Comum Curricular. Deve criar um espaço de penso, de reflexão, de escuta, de fala, de iniciativa e posicionamento, de trabalho em equipe, uso da tecnologia, de resolução de problema, de formulação de hipóteses, ou seja, deve fazer com que o estudante seja protagonista do seu processo de aprendizagem. Deve ser o laboratório para tudo o que de fato ocorre também na vida e no Mundo do Trabalho. (PINTO; RODRIGUES, 2023)
Correia, Baltazar e Holanda (2019) revelam que:
[…] a inserção do jovem no mercado de trabalho realiza-se de forma caracterizada, segundo a condição socioeconômica da sua família. Para as camadas com menor rendimento, o percentual de jovens que participam da População Economicamente Ativa (PEA), sejam eles ocupados e desempregados, é sempre inferior ao registrado para os jovens pertencentes às famílias com maior poder aquisitivo. Esta elevada proporção de inativos entre os jovens mais pobres está vinculada às crescentes dificuldades de entrada no mercado de trabalho, marcadas pelo crescimento do desemprego.
Apesar da maior taxa de desemprego ser a dos trabalhadores com Ensino Médio incompleto, os micros dados de transição revelam que a crise no mercado de trabalho, independente da escolaridade, gerou uma queda no percentual de desempregados que ocuparam as vagas dos que foram demitidos. Em contrapartida, do mesmo modo que os trabalhadores com Ensino Médio incompleto conseguem obter uma chance no mercado de trabalho, eles têm a maior probabilidade de serem dispensados pelo baixo nível de escolaridade ou pela ausência de qualificação profissional (LAMEIRAS, 2019).
Os estudantes da EJA, em grande parte, veem a continuidade dos estudos como algo distante. Até pensam em cursar faculdades, mas não fazem muitos planos devido a falta de expectativa de serem aprovados, principalmente em faculdades públicas, e também pela preocupação com os gastos envolvidos numa graduação (VENDRAMINI et al., 2017).
Muitos também nem contam com a aprovação na EJA, por isso não se programam para prosseguir com os estudos. Alguns acham que não possuem preparo para concorrerem a um vestibular e nem possuem a expectativa da faculdade em seus planos (VENDRAMINI et al., 2017).
Refletir sobre jovens, adultos e idosos que estudam na EJA significa considerá-los para além da dimensão cognitiva a partir da qual são pensados no processo histórico de escolarização. Também, implica em desconstruir uma percepção homogênea sobre quem são os estudantes, ultrapassando-se as categorias abstratas de jovens e adultos para as quais se convencionam características e lugares sociais. Sendo assim, os estudantes passam a ser compreendidos não pelo que lhes falta quando comparados às representações construídas em torno das categorias abstratas mencionadas anteriormente, mas a partir das situações vivenciadas ao longo da vida que produzem subjetividades, saberes e modos diversos de existência (Oliveira, 1999).
Analisando-se a produção teórica acerca dos sujeitos da EJA é possível, então, identificar a existência de aspectos que são comuns, que demarcariam uma característica dos estudantes dessa modalidade de ensino, e aqueles que apontariam para a diversidade existente entre esse mesmo grupo. Dentre os elementos que aproximam os sujeitos temos: a vivência de diversas formas de exclusão social; as trajetórias escolares entrecortadas e marcadas por processos de exclusão da e na escola; a condição de serem, em sua maioria, trabalhadores/as oriundos das classes populares; e, a existência de projetos e sonhos de estudar e partilhar dos saberes sistematizados pelos currículos escolares, considerados por eles como socialmente relevantes (Haddad, 2000; Gadotti, 2002; Laffin, 2008; Durand et. al., 2011).
5. CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES
	 Mês
Atividades
	Março
	Abril
	Maio
	Junho
	Julho
	Contato com a escola e início das observações
	X
	 
	 
	 
	 
	Elaboração do projeto
	X
	X
	 
	 
	 
	Entrega do projeto
	 
	 
	X
	 
	 
	Desenvolvimento das atividades
	X
	X
	X
	X
	 
	Construção do relatório
	 
	 
	 
	X
	 
	Encerramento das atividades
	 
	 
	 
	X
	 
	Entrega do relatório
	 
	 
	 
	 
	X
Fonte: Elaborado pela pesquisadora, 2023
6. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES REALIZADAS
Durante a execução das atividades, pude constatar a importância do estágio obrigatório na área escolar. De maneira geral, o contato com os professores e alunos da instituição foi extremamente enriquecedor, proporcionando vivências que contribuíram significativamente para o meu aprendizado. Foi uma oportunidade especial para colocar em prática o conhecimento teórico adquirido e assimilar o conteúdo de forma mais efetiva.
Posterior ao primeiro contato com a escola, passaram-se os dias de observação e assim surgiu a necessidade da aplicação de um questionário, contendo algumas perguntas fechadas e abertas, com a finalidade de conhecer mais a história de vida dos alunos, e assim conseguir definir quais assuntos e atividades desenvolver.
Antes de iniciar a aplicação das atividades pedagógicas, surgiu a necessidade de conversar com a turma a respeito de medidas de segurança escolar, devido ao “massacre de Blumenau”, onde em 5 de abril de 2023, na Creche Cantinho Bom Pastor, situada em Blumenau, Santa Catarina, onde ocorreu uma tragédia conhecida como o Massacre de Blumenau. Esse evento escolar resultou no assassinato de quatro crianças, além de deixar outras cinco feridas.
6.1. APLICAÇÃO E ANÁLISE DAS ATIVIDADES
O processo de intervenção teve início a partir da observação das demandas.
Semana 1
Atividade e Objetivo: No dia 15 de maio de 2023, no período das 20h às 21h, foi realizada a dinâmica denominada "A viagem", com a finalidade de fazer os estudantes refletirem sobre projeto e histórias de vida. Na primeira etapa, os alunos presentes foram solicitados a refletir e escrever sobre cinco sonhos. Esses sonhos poderiam abranger desejos relacionados ao passado, presente e futuro. Para facilitar o processo de escrita, foidesignado um tempo de 15 minutos. Em seguida, formamos uma roda com as carteiras e cadeiras, onde cada aluno teve a oportunidade de trabalhar individualmente na elaboração dos seus sonhos. Tanto eu, quanto a professora titular, oferecemos ajuda e apoio adicional aos alunos que demonstravam dificuldades na escrita.
	Durante a atividade, os alunos foram levados a refletir sobre suas vidas e prioridades. Eles tiveram a oportunidade de se autoavaliar, reavivar seus sonhos e recordar suas histórias e projetos de vida. Além disso, puderam organizar seus pensamentos, rever seus planos e refletir sobre o que os motiva diariamente, como criatividade, motivação e sociabilidade.
Observação da estagiária: Graças à boa sintonia com a turma, a atividade transcorreu de forma tranquila no geral. Apesar de sentir um pouco de nervosismo por ser o primeiro tópico abordado, o tema sobre História x Projeto de Vida gerou uma conversa produtiva e trocas de experiências significativas. Embora a turma tenha demonstrado aceitação em relação a mim, como estagiária, houve alguma hesitação em relação à dinâmica, especialmente devido à abordagem emocional envolvida e ao foco no mundo interno, estrutura familiar e histórias de vida dos participantes. 	
	Durante um momento específico da dinâmica, experimentei uma sensação de impaciência devido ao fato de duas alunas continuarem conversando incessantemente. Sentia certa dificuldade em me impor e solicitar aos alunos que prestassem atenção em mim e respeitassem seus colegas. Reconheço que essa foi uma dificuldade inicial que identifiquei como uma área na qual preciso melhorar. Assim como os estudantes aprendem comigo, também aprendo com eles ao longo do período de estágio.
Semana 2
Atividade e Objetivo: No dia 25 de maio de 2023, das 19h às 20h, ocorreu um encontro dedicado a conversa sobre amizades e suas complexidades. Durante essa ocasião, foram apresentados slides e conduzidas discussões esclarecedoras para rever o conceito de amizade e distinção entre conversas passivas e fofocas. Após essa troca de ideias, uma dinâmica intitulada "Receita do Monstro" foi realizada, evidenciando de maneira prática como as informações podem ser ambíguas e suscetíveis a diversas interpretações.
Observação da estagiária: Após alguns eventos na sala de aula envolvendo fofocas, senti a necessidade de reiterar aos alunos o conceito de amizade, o que significa ser um amigo e a distinção entre uma conversa passiva e fofoca. A atividade do monstro revelou-se crucial, apesar de sua simplicidade, pois permitiu que os alunos visualizassem como algo pode ser mal interpretado com base no contexto. Nesse momento, percebi que consegui lidar melhor com a liderança do grupo, impondo-me de forma mais eficaz e incentivando os alunos a esperarem sua vez de falar. Surgiram também pedidos de desculpas entre a professora e os alunos devido a mal-entendidos e interpretações equivocadas de conversas que não foram esclarecidas.
Semana 3
Atividade e Objetivo: No dia 31 de maio de 2023, das 21h às 21h50, foi realizado um encontro focado em discussões sobre vícios, drogas e medicamentos. Durante esse período, foram abordadas informações sobre os seguintes medicamentos: Zolpidem, Clonazepam (Rivotril) e Fluoxetina (Prozac). Quanto às drogas, foram discutidos os temas relacionados à K9, cocaína e maconha. A seleção dos medicamentos e drogas discutidos foi feita com base nas citações dos alunos em sala de aula, levando em consideração sua curiosidade em obter mais informações sobre o assunto. Essa escolha foi motivada pelo desejo de adquirir conhecimento próprio e também pelo fato de muitos alunos possuírem família, filhos, netos, tornando relevante o entendimento dessas substâncias para uma convivência saudável na sociedade.
	Inicialmente, foram utilizadas informações sobre a classificação dos medicamentos, o modo de venda (se exigem receitas médicas ou não), as diferentes formas de administração, as dosagens recomendadas, os efeitos esperados, as indicações de uso e as possíveis reações adversas.
	No que diz respeito às drogas, foram abordados temas como o modo como elas podem afetar o cérebro do usuário, sua composição química, diferentes vias de administração, possíveis efeitos colaterais, doses consideradas medicinais, uso terapêutico, dependência e riscos de overdose.
	Nesse encontro foram utilizados slides como suporte visual e realizadas discussões esclarecedoras, permitindo que os alunos ouvissem e expressassem suas opiniões sobre o uso dos fármacos mencionados.	
	Observação da estagiária: Com base nos questionários aplicados aos alunos e na percepção de que muitos deles fazem uso de medicamentos controlados e demonstram curiosidade em relação às drogas, tornou-se necessário abordar esses temas em nossa conversa. Considero que foi um momento valioso, pois havia alunos extremamente interessados em compartilhar suas experiências tanto comigo quanto com o restante da turma. Tratar desse tema foi de grande importância, uma vez que, nos anos finais do ensino fundamental, observa-se um uso considerável de drogas. Foi igualmente importante abordar o tema dos medicamentos, uma vez que muitas pessoas têm dificuldade em entender a classificação e a finalidade de cada um, especialmente em relação ao Zolpidem e ao Rivotril, que são frequentemente confundidos.
Semana 4
Atividade e Objetivo: Em 14 de junho de 2023, das 21h às 21h50, ocorreu um encontro dedicado a abordar tópicos relacionados à saúde mental e autoestima. Nesse período, discutimos os conceitos de saúde mental e autoestima, explorando o significado desses conceitos para cada participante. Abordamos a importância de cuidar da saúde mental, identificando hábitos que podem contribuir ou prejudicar nossa bem-estar psicológico. Além disso, buscamos soluções para aprimorar esses aspectos. No que diz respeito à autoestima, foram levantadas questões semelhantes às abordadas no tópico da saúde mental.
	O tema da autoestima foi determinado com base nos resultados do questionário aplicado individualmente aos alunos, enquanto a saúde mental foi sugerida pelo professor orientador do estágio. Esses dois tópicos estão intimamente relacionados, o que facilitou a condução da conversa, uma vez que as opiniões dos participantes também estavam correlacionadas.
	Após a conclusão da discussão, a estagiária propôs a cada aluno que mencionasse, no mínimo, três características positivas sobre o colega ao lado, com o objetivo de reforçar o tema da autoestima. Essa atividade incentivou os alunos a refletirem sobre si mesmos e a prestarem atenção em suas próprias qualidades, enquanto fortalecia a autoestima de cada um.	
	Durante esse período, foram utilizados slides como suporte visual e promovidas discussões esclarecedoras, proporcionando aos alunos a oportunidade de ouvir e expressar suas opiniões sobre os assuntos abordados.
	Observação da estagiária: Foi um momento emocionante. A atividade final tocou os participantes, revelando que muitos deles não se imaginavam sendo descritos pelas características mencionadas pelos colegas. 
	Abordar esses temas foi essencial, pois muitos dos alunos presentes não tinham noção do seu verdadeiro potencial, tanto na vida escolar quanto na vida pessoal. Foi crucial resgatar a autoimagem de cada um e também desmistificar suas percepções sobre saúde mental, já que alguns associavam erroneamente a saúde mental a doença. 	
	Ao término da atividade, a estagiária também se emocionou, pois, os alunos expressaram suas impressões sobre suas próprias características e também mencionaram a estagiária como uma fonte de motivação, incentivando-os a não desistirem de dar aulas. Esse gesto especial dos alunos destacou o impacto positivo que a estagiária teve em suas vidas, demonstrando a importância do seu papel como inspiração para a frequência escolar.
Semana 5
Atividade e Objetivo: A atividade da 5ª semana foi dividida em duas partes, a primeira parte foi realizada no dia 26 de junho, das 20h às 21h50, e a segunda parte, no dia 28 de junho, das 21h às 21h50. Asatividades foram destinadas ao tema “mercado de trabalho e profissões”.
Antes da aplicação das atividades, perguntei a cada aluno de forma individual, qual profissão eles tinham interesse em conhecer melhor. Após as respostas, programei a atividade em duas etapas, a primeira parte foi reservada para a aplicação de um teste vocacional e a segunda parte foi reservada para então conhecermos melhor as profissões desejadas. 
Observação da estagiária: O teste vocacional foi verificado e aprovado pelo professor orientador. A aplicação demorou mais que o esperado, pois como são alunos em fase de alfabetização, precisei ler cada frase e ir explicando conforme as dúvidas surgiam. Separei um teste para cada aluno, mas li de forma coletiva, a professora da turma auxiliou os alunos no processo. Ao final, os questionei sobre o resultado, se aprovaram, se se identificaram, e a resposta foi positiva.
Na segunda parte, contei com o auxílio do Datashow para acessar o site das instituições de ensino da região para mostrar o conteúdo sobre cursos, entre eles, cursos de extensão, cursos técnicos e curso superior. Também coletei folders de duas instituições (SATC e UNESC) para agregar mais informações. Houveram bastante perguntas e foi um momento em que os alunos presentes puderam refletir sobre mercado de trabalho, profissões e carreira.
7. ANÁLISE TEÓRICA E PRÁTICA DAS ATIVIDADES
A partir do questionário individual aplicado com cada aluno, obtive uma direção para desenvolver as atividades a serem trabalhadas com os alunos participantes da sala de aula. A integração da teoria ensinada durante a graduação com a prática no estágio escolar foi e é de extrema importância. Embora a maioria dos alunos possuísse a concepção de que a escola se destinasse apenas ao aprendizado do alfabeto e das funções matemáticas, a receptividade das atividades relacionadas à área da psicologia foi satisfatória, havendo uma participação constante.
No meu primeiro encontro com a escola, tive a oportunidade de conversar com a diretora Mônica, que me explicou a dinâmica do local e o perfil geral dos alunos. Ela indicou que seria mais adequado trabalhar com os anos iniciais devido à alta taxa de evasão escolar, que era uma das principais preocupações da instituição.
Após essa etapa inicial, busquei orientação junto à coordenadora da Educação de Jovens e Adultos (EJA), Terezinha, para entender como seria o meu estágio. Passei alguns dias observando os alunos e junto ao professor orientador, desenvolvi um questionário com 14 perguntas. Esse questionário me forneceu respostas valiosas sobre como planejar e conduzir minhas atividades com os alunos.
A primeira atividade abordou o tema "Projeto e História de Vida" através da dinâmica da "Viagem". Esse tema é de extrema importância, uma vez que alguns alunos haviam perdido a perspectiva de si mesmos como indivíduos com sonhos, o que ocorria por diferentes motivos. Ao final desse encontro, eles tiveram a oportunidade de se perceber e de perceber que seus colegas também possuíam projetos de vida, histórias e inúmeros sonhos. Essa troca de experiências foi extremamente enriquecedora.
O projeto de vida bem desenhado é do interesse de todos, porque nos ajuda a propor perguntas fundamentais, a buscar as respostas possíveis, a fazer escolhas difíceis e a avaliar continuamente nosso percurso. Isso dará sentido e prazer ao aprender em todos os espaços e tempos e de múltiplas formas, em cada etapa da nossa vida. (MORAN, 2023)
Com o passar do tempo, percebi a necessidade de abordar o tema “amizade”, uma escolha feita pelos próprios alunos e que coincidiu com situações que estavam ocorrendo. Foi essencial discutir esse tema, uma vez que a escola pode ser um ambiente propício para a construção de laços de amizade, onde eles têm a oportunidade de encontrar algo além de meros colegas de sala.
A afetividade no contexto social pode tornar as relações mais produtivas, pois se estiver aliada a sentimentos de respeito, gentilezas, compreensão, pode fazer com que o relacionamento se torne mais próximo e as interações permitam mais e melhores trocas (ZAITTER; LEMOS, 2012, p. 41).
Finalizamos a noite com a dinâmica da “receita do monstro”, para ilustrar o tema, para que eles entendessem sobre como a interpretação de falas, situações e relações pode ser diferente para cada um.
O encontro seguinte foi destinado a uma conversa sobre esclarecimentos a respeito de medicamentos, drogas e vícios. Foi um tema que despertou muito interesse, principalmente por dúvidas relacionadas a finalidade do uso de cada um.
Posteriormente, conversamos sobre saúde mental e auto estima. Foi um momento de reflexões e compartilhamento de experiências. Os alunos sentiram-se acolhidos uns pelos outros ao final da conversa, onde solicitei para que cada aluno dissesse a um colega, no mínimo três característica positiva.
O conceito de “Saúde Mental” (SM) é amplo, pelo que nem sempre é fácil a sua definição, e muito menos a identificação daquilo que a determina. No entanto, da mesma forma que o conceito de “saúde” se refere a “um estado de completo bem-estar físico, psíquico e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”, também a SM se refere a algo mais do que apenas a ausência de perturbação mental. Neste sentido, tem sido cada vez mais entendido como o produto de múltiplas e complexas interações, que incluem fatores biológicos, psicológicos e sociais (ALVES; RODRIGUES, 2010, p. 128).
E como último tema, abordamos as profissões e o mercado de trabalho. Essa atividade foi especialmente interessante, pois por meio do teste vocacional, os alunos puderam perceber que ainda têm tempo para seguir suas paixões e explorar mais sobre as diversas carreiras. Graças às discussões anteriores, conseguimos fortalecer suas crenças e objetivos, relembrando e descobrindo suas habilidades e potenciais em diferentes áreas. De acordo com caldeira et al (2014), a orientação profissional na EJA pode contribuir com a autoestima dos alunos, pois muitas vezes, eles não possuem perspectivas de futuro.
Ao elaborar cada tema, enfrentei a presença da insegurança, mas consegui superá-la, assim como outros obstáculos que surgiram ao longo do tempo. As atividades propostas foram realizadas, no entanto, infelizmente, alguns temas, como "diversidade", acabaram sendo deixados de lado. Isso ocorreu, em parte, devido à falta de professores em alguns dias, o que afetou o andamento do processo. Além disso, houve ocasiões em que os alunos tiveram avaliações sem uma programação prévia, o que também impactou o planejamento das atividades. A frequência dos alunos foi outro fator que contribuiu para um progresso um pouco mais lento nas atividades, uma vez que algumas delas exigiam a participação de um número maior de estudantes em sala de aula e muitos deles faltaram nessas ocasiões.
8. CONCLUSÃO
Durante a graduação, em sala de aula, vivenciamos uma variedade de situações e estudamos múltiplas teorias, o que nos faz acreditar que estamos preparados para enfrentar as demandas do dia a dia quando chegamos aos estágios. No entanto, a realidade nem sempre reflete essa expectativa. Embora em muitas situações possamos aplicar a teoria à prática, há adversidades na vida para as quais nenhum autor ou livro nos prepara, como se fossem um manual de instruções. 
No geral, as atividades propostas foram bem recebidas. Embora alguns alunos tenham demonstrado resistência em abordar temas mais pessoais, isso não interferiu na dinâmica dos encontros. A conexão que estabeleci com a turma desempenhou um papel crucial para que o período em que estive com eles transcorresse de forma positiva. Meu maior desafio era estabelecer autoridade, porém, ao longo do tempo, fui capaz de desenvolver essa questão. Os alunos compreenderam a importância da relação entre a escola e a psicologia, o que contribuiu para que as noites de encontros fossem agradáveis e aproveitadas ao máximo. 
A experiência com os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) proporcionou momentos extremamente enriquecedores, ampliandominha visão tanto em relação ao contexto escolar quanto ao contexto social. Por se tratar de uma escola situada em um bairro considerado de "área de risco", eu tinha alguns receios, especialmente em relação a não ser bem recebida e aceita. No entanto, aconteceu exatamente o contrário. Pude perceber e vivenciar o quão essencial é a presença da psicologia nesse contexto. Sendo assim, encerro o estágio escolar com um enorme sentimento de satisfação e gratidão. Gratidão a escola que me acolheu, a cada aluno que tornou minha caminhada mais tranquila, a cada professor que me orientou, especialmente ao prof. º Zolnei Vargas E. de Córdova. Satisfação, pois, sei que consegui alcançar meus objetivos como estagiária e despertar em cada aluno, um pouco de sentido e esperança em suas vidas.
9. REFERÊNCIAS
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ZIMERMAN, Guite I. Velhice: Aspectos Biopsicossociais. São Paulo: Artmed, 2000.
10. ANEXOS
ANEXO 01 – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE DEMANDAS DE SALA DE AULA
Qual é o seu nome completo?
Qual é a sua idade?
Qual é a sua profissão atual?
Que profissão você queria ter quando era criança?
Em relação aos seus estudos, existiu alguém, na sua infância ou adolescência, que marcou sua história?
Quando criança ou adolescente, existiu alguma pessoa que te desmotivou a estudar?
Como se sente em relação a voltar estudar?
( ) ansioso	( ) satisfeito		( ) motivado
( ) feliz	( ) desanimado	( ) preocupado
( ) inseguro	( ) confiante		( ) animado
Você já pensou em desistir?
( ) sim		( ) não
Você se considera motivado(a) em relação aos seus estudos?
( ) sim		( ) não		( ) mais ou menos
Quais são as principais dificuldades que você enfrenta para se sentir motivado para estudar?
2
( ) falta de tempo ( ) desmotivação ( ) dificuldades financeiras ( ) dificuldade em aprender ( ) distância da escola ( ) problemas pessoais ( ) problemas de saúde.
Seus amigos e familiares apoiam sua decisão de retornar aos estudos?
( ) sim	( ) não
Você tem alguma sugestão de como a escola pode ajudar a aumentar a motivação dos jovens e adultos que frequentam a eja?
Nesse período juntos, qual assunto você acharia importante conversarmos?
( ) amizades	( ) relações familiares	( ) a nossa história de vida
( ) mercado de trabalho/profissões	( ) Autoestima	( ) Drogas/outros vícios. 	Algum outro assunto que você queira conversar?
ANEXO 02 - RESPOSTAS DOS QUESTIONÁRIOS APLICADOS AOS ALUNOS
Sugestões para a Escola:
· Deixar a estagiária de psicologia;	
· Rever o horário das aulas;
· Rever a divisão da sala de aula;	
· Mais conteúdos relacionados a português e matemática;			
· Mais dinâmicas em sala de aula.
27
Outros assuntos a serem conversados:
· Superação (Voltar a estudar);
· Futuro;	
· Medicamentos;
· Dificuldades e ajudas;	
· Diversidade.
Por qual motivo voltou a estudar?
· Por causa do filho;
· Para ter uma profissão;
· Ser alguém na vida;
· Aprender a ler e a escrever;
· Fazer curso;
· Necessidade de alfabetização;
· Tirar a Carteira de Motorista;
· Ter a Carteira de Trabalho Assinada;
· Exigência da Empresa;
· Realização de sonhos;
· Decidiu que era hora;
· Sentia-se cega;
· Negócios de família.
ANEXO 03 – DINÂMICA SOBRE PROJETO DE VIDA X HISTÓRIA DE VIDA
A viagem (Definir as prioridades pessoais)
Material:
Papel e caneta para cada integrante. 
Como Fazer:
1. O coordenador pede para que cada pessoa escreva cinco sonhos pessoais de cada um. 
2. E começa a dizer: 
Lembrando que esses sonhos serão nossa bagagem de uma viagem muito especial, a viagem da nossa vida, iremos para outro país, numa longa jornada. 
Com nossos sonhos em mãos e saindo de casa, temos nossa primeira dificuldade, nem todos os nossos sonhos cabem no carro que vai nos levar, assim temos que abandonar um. 
1) Qual deles seria?
Seguindo viagem, nosso carro quebra e temos que seguir a pé, mas devido ao peso das nossas bagagens temos que deixar outra de lado, ficando somente com três. 
2)Qual sonho foi abandonado? 
Em nossa caminhada nos deparamos com um cachorro que começa a correr atrás de nós para nos atacar, e para podermos escapar de uma mordida temos que deixar outro sonho, ficando com dois sonhos. 
3) Qual sonho ficou para trás? 
Após um caminho tortuoso até a entrada no outro país, encontramos uma alfândega onde somos barrados e temos que seguir somente com uma mala, qual sonho deixamos? 
4) Qual o nosso maior sonho que nunca abandonamos? 
Refletir:
1. Qual hora foi mais difícil para abandonar um sonho? 
2. O que me motiva durante as dificuldades? 
3. Que retribuição devo esperar se seguir corretamente todos os meus passos nesta viagem? 
4. Qual a retribuição que Deus deu para mim? 
Competências observadas: auto estima, observação, negociação, organização, planejamento, agilidade, motivação, relacionamento interpessoal, comunicação, atenção concentrada, humor, criatividade, resistência a frustração, sociabilidade, raciocínio lógico, resistência a pressão, liderança, trabalho em equipe.
ANEXO 04 – MATERIAL SOBRE AMIZADE
ANEXO 05 - Dinâmica: A receita do monstro
Junte a equipe, distribua papel e caneta para todos. Diga que você dará alguns comandos e que eles devem seguir, sem olhar o trabalho do colega e, também, sem interferir. 
Peça para que desenhem seguindo os comandos abaixo. Dê um espaço de tempo entre um comando e outro, assim todos terminarão juntos.
1- Uma cabeça redonda e grande.
2- Um corpo pequeno e coberto de pelos.
3- Braços compridos com mãos pequenas e garras grandes.
4- Pernas curtas.
5- Pés grandes e arredondados.
6- Olho no meio da testa.
7- Orelhas pontiagudas.
8- Nariz com narinas quadradas.
9- Boca grande com dentes falhados.
Quando todos terminarem, é hora de mostrar os desenhos. Nessa hora você deve levantar os seguintes questionamentos: os monstros ficaram iguais? 
Por que não ficaram iguais se todos receberam as mesmas orientações?
Deixe que os colegas reflitam e debatam sobre o assunto. Caso necessário, guie-os para a conclusão de que, apesar de uma equipe, cada pessoa ali é única, com experiências diferentes e isso deve ser respeitado. 
Reforce a importância do trabalho em equipe e da importância da troca que essa vivência com o diferente possibilita.
ANEXO 06 - MATERIAL UTILIZADO NO ENCONTRO SOBRE MEDICAMENTOS X DROGAS
 	
 
ANEXO 07 – MATERIAL UTILIZADO SOBRE SAÚDE MENTAL E AUTOESTIMA
ANEXO 08 – TESTE VOCACIONAL
Prefeitura Municipal 
Secretaria de Educação
Coordenação pedagógica 
Direção Escolar
 Merendeiras 
Professores
Zeladores
Comunidade Local
Alunos
Respostas mais escolhidas na aplicação do questionário
Assuntos paraconversamos em sala de aula	
Amizades	Mercado de trabalho x profissões	Relações Familiares	Autoestima	Projeto x História de Vida	Uso de drogas/vícios	12	14	7	13	12	10	
Sexo dos alunos	
Homens	Mulheres	2	13	
Idade dos alunos	
16 à 40 anos	41 à 50 anos	51 a 75 anos	3	5	7	
Profissão atual dos alunos	
Não possui	Segurança	Pedreiro	Cabeleireiro	Metalúrgico	Do lar	Auxiliar de Cozinha	Costureira	Serviços Gerais	Cozinheira	Aposentada1	Motorista	1	1	1	1	4	1	1	1	1	1	
Profissão que queria ter quando criança	
Médico	Veterinário	Não pensava sobre	Professor	Motorista	Jogador de Futebol	Não lembra	2	1	3	5	1	1	2	
Alguém que marcou a infância	
Não existiu	Prima	Amiga	Não lembra	Professora	Mãe	6	1	2	1	4	1	
Já pensou em desistir?	
Sim	Não	8	7	
Como se sente em relação voltar a estudar	
Ansioso	Feliz	Inseguro	Satisfeito	Desanimado	Confiante	Motivado	Preocupado	Animado	Desconfortável	9	15	10	12	2	13	14	13	14	1	
Sente-se motivado?	
Sim	Mais ou menos	14	1	
Recebe apoio da família e amigos?	
Sim	Não	13	2	
Dificuldades	
Falta de tempo	Dificuldade financeira	Dificuldade em aprender	Distância da Escola	Problemas pessoais	Problemas de saúde	Horário	5	1	8	1	6	5	1	
Respostas mais escolhidas na aplicação do questionário
Assuntos para conversamos em sala de aula	
Amizades	Mercado de trabalho/profissões	Relações Familiares	Autoestima	História de Vida	Uso de drogas/vícios	12	14	7	13	12	10	
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