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DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ESTRUTURAIS- MODELAGEM E APLICAÇÕES BIM

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DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS 
ESTRUTURAIS: MODELAGEM E 
APLICAÇÕES BIM
2
Maurício Thomas
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2022
 DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS 
ESTRUTURAIS: MODELAGEM E APLICAÇÕES BIM
1ª edição
3
2022
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Camila Braga de Oliveira Higa
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Mariana Gerardi Mello
Revisor
Débora Bretas Silva
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Thomas, Mauricio
Desenvolvimento de projetos estruturais: modelagem 
e aplicações BIM / Mauricio Thomas. – São Paulo: Platos 
Soluções Educacionais S.A., 2022.
44 p.
ISBN 978-65-5356-222-6
1. Plataforma BIM. 2. Modelagem estrutural. 3. 
Engenharia estrutural. I. Título.
CDD 005
_____________________________________________________________________________ 
 Evelyn Moraes – CRB: 010289/O
T454d 
© 2022 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
https://www.platosedu.com.br/
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Conceituação: BIM Estrutural ________________________________ 06
Modelagem estrutural por meio de plugin ___________________ 18
Importação e Exportação estrutural por meio de IFC _________ 27
Projeto básico e documentação de projeto __________________ 37
DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ESTRUTURAIS: 
MODELAGEM E APLICAÇÕES BIM
5
Apresentação da disciplina
Iniciaremos, a partir de agora, a disciplina de Desenvolvimento de projetos 
estruturais: modelagem de aplicações BIM.
Durante a disciplina, veremos sobre a inserção da tecnologia BIM 
no mercado da construção civil brasileira. Abordaremos algumas 
ferramentas utilizadas na concepção do BIM, bem como em todos os 
processos de dimensionamento e projetos estruturais, assim como 
a questão da interoperabilidade entre os diversos softwares que se 
enquadram nessa metodologia.
Destacaremos as principais dificuldades e obstáculos na concepção do 
BIM, assim como os benefícios e funcionalidades apresentados pela 
metodologia. Destacaremos também os principais softwares para o 
desenvolvimento de uma edificação, além de conhecer os templates que 
são utilizados dentro do BIM.
Ainda, introduziremos o conceito de interoperabilidade, abordando os 
principais métodos de troca de informações entre os softwares BIM, 
destacando a importância do Industry Foundation Classes (IFC) dentro de 
um projeto BIM, conhecendo também a organização de toda a estrutura 
e banco de dados do IFC.
Por fim, analisaremos os principais ciclos de vida de todo o 
empreendimento, destacando também as responsabilidades de todos 
os profissionais envolvidos na equipe, além de tratar da importância 
da documentação dentro dos projetos das edificações. Além disso, 
abordaremos os tipos de projetos existentes, destacando a importância 
de um Projeto Básico dentro da tecnologia BIM.
Ótimos estudos!
6
Conceituação: BIM Estrutural
Autoria: Maurício Thomas
Leitura crítica: Débora Bretas Silva
Objetivos
• Introduzir os diversos conceitos do BIM, trazendo à 
tona o que pode e o que não pode ser considerado 
BIM.
• Destacar os principais obstáculos enfrentados na 
concepção do BIM.
• Conhecer os principais benefícios e funcionalidades 
do BIM.
7
1. Introdução
O Building Information Modeling (BIM), ou Modelagem da Informação 
na Construção, tem originado importantes modificações tecnológicas 
para a área da construção e da indústria. Essa metodologia possui 
potencialidade para modificar a cultura dos agentes de toda a cadeia 
produtiva do setor, pois seu emprego requer novos métodos de trabalho 
e novas posturas de relacionamento entre todos os agentes da equipe, 
sejam arquitetos, projetistas, consultores, contratantes e construtores.
O desafio é grande, pois, para a adoção dessa plataforma tecnológica, é 
necessário que se promovam condições de viabilidade para reunir um 
conjunto de informações multidisciplinares sobre o empreendimento, 
que vai desde sua concepção até as fases de uso e também de 
manutenção. Isso significa que a integração das informações gerará a 
possibilidade de diagnosticar com velocidade todas as necessidades de 
compatibilidade dentro do processo construtivo, de maneira a garantir 
a assertividade e melhorar as soluções para a obra, buscando sempre o 
aumento da produtividade.
Ainda, a inovação pelo BIM acaba otimizando todos os processos da 
indústria, abrangendo seus mais variados segmentos. Essa plataforma 
tecnológica se aplica a todo o ciclo de vida de um empreendimento e 
compreende todas as obras de infraestrutura e também da indústria, 
como, por exemplo, projetos de óleo e gás, mineração, industrialização 
de alimentos, entre outras.
2. O que é BIM?
Você pode já ter se deparado com inúmeras definições de BIM. Acontece 
que todas elas, convergirão para alguns conceitos importantes. De 
maneira geral, Building Information Modeling (BIM), seguindo definições 
8
de Eastman et al. (2014), é um conjunto de políticas, procedimentos 
e tecnologias que, quando combinados, criam uma metodologia 
que possui o intuito de gerenciar o processo de projeto de toda uma 
edificação, além de examinar a performance desta mesma edificação, 
gerenciando informações e dados de forma ágil e compacta, utilizando 
plataformas digitais, ao longo do seu ciclo de vida.
Podemos dizer também que o BIM é um processo progressivo que 
permite a modelagem, o armazenamento, a troca e a consolidação 
de informações sobre um determinado empreendimento. A grande 
vantagem é que há a concentração de todas as informações 
disponibilizadas em um único local, de modo que possam ser 
comparadas, realizando seu intercâmbio e interoperabilidade.
Isso significa que o BIM é uma inovação tecnológica aplicada à 
construção civil e sua materialização é dada a partir da concepção de 
novos softwares, fornecendo novos recursos de modelagem de dados 
do projeto, permitindo que os processos que antes eram baseados 
apenas em documentos, gerem modelos de alta eficácia.
Vale também destacar, que o BIM não deve ser considerada uma 
metodologia tão nova. O que de fato é novo, é o acesso da indústria 
da construção civil a essa ferramenta, que só acabou se tornando 
possível por conta da crescente facilidade de aquisição de computadores 
pessoais que possuem ampla capacidade de processamento.
Lembre-se de que o BIM é aplicável a todo o ciclo de vida de um 
empreendimento. Dessa forma, abrange desde a concepção e a 
conceituação de uma ideia, até a construção de uma edificação ou 
instalação, passando pelo desenvolvimento do projeto e abrangendo 
a construção, além do pós-obra, entregue e ocupada, no início da sua 
fase de utilização. No caso da utilização, os modelos BIM poderão ser 
aproveitados para a gestão da ocupação e para o gerenciamento da 
manutenção do empreendimento.
9
Logo, trata-se de um conceito muito abrangente, e este é um dos 
motivos que impedem uma apropriada compreensão do que é BIM, 
além das novas formas de realizar processos, utilizando esta nova 
plataforma de trabalho,que é fundamentada em modelos, e não apenas 
em documentos, desenvolvidos pela tecnologia antecessora de Computer 
Aided Design (CAD).
3. O que não é BIM?
Frente às mais diversas definições, vale destacar que à medida que 
o BIM começa a ganhar mais força e relevância no mercado, surgem 
alguns softwares que já circulam no mercado e que são taxados como 
soluções BIM, quando não são. Por conta disso, é de suma importância 
que se atente para alguns pontos que podem auxiliar no processo de 
percepção entre o que realmente é BIM e o que não é BIM.
Considerando o exposto acima, Eastman et al. (2014) pondera as 
seguintes informações:
• Nem tudo que é 3D é BIM, porém, se for BIM, será 
necessariamente 3D: significa que as soluções só permitem a 
modelagem e visualização gráfica 3D de um edifício. Se forem 
utilizados objetos que não incluem informações de sua própria 
geometria, não podem ser considerados como soluções BIM.
• Ainda, projetos que se utilizem de múltiplas referências 2D, 
emulam modelos tridimensionais: acontece que nesses tipos de 
softwares não há permissão para se realizar a extração automática 
de quantidades. Ainda, não realizam atualizações automáticas, 
nem possibilitam a realização de análises e/ou simulações.
• Soluções 3D que não se baseiam em objetos e parâmetros 
inteligentes: no mercado existem soluções capazes de desenvolver 
10
modelos tridimensionais de edifícios e instalações, porém, acabam 
não utilizando objetos inteligentes e paramétricos. Embora esses 
modelos sejam muito semelhantes aos gerados pelas soluções 
BIM, alterar e modificar esses modelos se torna extremamente 
trabalhoso, ou seja, quaisquer modificações ou posicionamento de 
objetos em um trabalho em andamento são difíceis, demorados e 
não automáticos.
• Correções que não realizam atualizações automáticas: toda 
vez que há alguma revisão ou alguma alteração realizada 
numa determinada vista, os softwares que não se encaixam 
na classificação de BIM não conseguem corrigir de maneira 
automática a atualização das demais vistas do mesmo projeto. 
Neste caso, há a necessidade por parte do usuário de executar 
comandos específicos, e, caso isso não aconteça, seu trabalho 
apresentará incoerências e erros.
• Softwares e soluções 3D que não possuem atuação de gestão de 
bancos de dados integrados também não podem ser considerados 
BIM: nesse tipo de solução BIM, o modelo 3D de um projeto 
que se visualiza e manuseia no computador é uma das formas 
possíveis de se enxergar todo um conjunto de informações e de 
dados que acabam constituindo o empreendimento com suas 
instalações. O BIM acaba oferecendo variadas formas de realizar 
a visualização desses mesmos dados, disponibilizando listas, 
planilhas, tabelas etc. Caso o usuário faça algum tipo de alteração 
em alguma planilha, por exemplo, a mesma alteração refletirá, 
de maneira automática, em todas as outras partes constituintes 
de projeto, alterando todas as formas de visualização. Caso seja 
realizada uma alteração da largura ou altura de uma determinada 
porta, repetida várias vezes dentro do projeto, essa alteração 
irá, automaticamente, ajustar as imagens tridimensionais de 
todas as portas, em todos os ambientes onde essa mesma 
peça estiver inserida. Isso significa que como há o trabalho de 
integração da gestão dos bancos de dados dentro dos softwares 
11
BIM, há a independência com relação ao formato que se visualiza 
uma modificação de determinado item. O sistema atualizará, 
de maneira automática, todas as todas as visualizações que 
compreendem aspectos da modificação realizada, independente 
de imagens 3D, relatórios, tabelas ou planilhas.
4. Principais obstáculos para a adoção do BIM
Nem tudo ocorre como se planeja dentro de uma organização, quando 
tratamos de mudanças significativas. Neste contexto, as causas que 
impedem a adoção BIM de uma forma mais ampla são diversas. Uma 
das principais traz à tona a própria questão da mudança que a migração 
BIM significa para as empresas e organizações.
Sendo assim, podemos elencar algumas situações que podem ocorrer, 
conforme Manzione (2013):
• O ser humano comumente rejeita o que é desconhecido ou muitas 
vezes tratado como incógnita, e o BIM ainda é pouco conhecido.
• A maioria das pessoas possui dificuldades com as mudanças, e 
algumas não possuem ambição de mudar.
Vale destacar que toda mudança ou transformação implica na alteração 
de um estado, modelo ou situação anterior para um estado, modelo ou 
situação futura. Tomar uma decisão de adotar o BIM constitui definir 
atingir uma mudança na maneira como as atividades e os processos são, 
atualmente, executados.
Para que uma mudança aconteça, de fato, em uma empresa ou 
organização, são necessários cinco componentes considerados críticos:
• Visão.
12
• Capacitação.
• Incentivos.
• Recursos.
• Desenvolvimento de um plano de ação.
A ausência de um desses elementos conduz à confusão, ansiedade, 
resistência, frustração ou até mesmo a falsos inícios.
Também se destaca que é fundamental para a não adoção do BIM a 
correta compreensão da tecnologia com seus reais benefícios. Este é 
um processo que não é fácil, tampouco intuitivo, pois compreender 
corretamente o que é BIM e o que a sua adoção pode significar para a 
indústria da construção civil por vezes é um processo intenso e árduo.
Além disso, é importante destacar que existe uma impressão 
equivocada, mas muito disseminada. Isso está relacionado ao BIM ser 
um substituto do CAD, quando é uma inovação tecnológica muito mais 
profunda, pois altera de forma radical todo o processo de projeto, desde 
a concepção até o gerenciamento do empreendimento.
5. Benefícios e Funcionalidades BIM
5.1 Visualização em 3D
Entre os mais variados benefícios da metodologia BIM, destaca-se que, 
em projetos desenvolvidos em Computer Aided Design (CAD), que é uma 
tecnologia fundamentada apenas em documentos, as representações 
em plantas, cortes e vistas não permitem a correta visualização e a 
perfeita abrangência do que está sendo projetado.
13
A pessoa leitora das informações documentadas em desenhos precisa 
usar sua imaginação para construir as imagens 3D de uma edificação 
ou instalação projetada, combinando, dessa form,a as informações 
documentadas e divididas em diferentes desenhos.
A modelagem 3D acaba possibilitando, de acordo com Andrade (2009), 
uma visualização mais concreta do que realmente se projeta, ou 
ainda, do que está sendo projetado, como ilustrado na Figura 1. Ainda, 
independente da complexidade da instalação ou do empreendimento, a 
modelagem 3D oferece inúmeras funcionalidades no que diz respeito à 
detecção automática de interferências entre os objetos.
Figura 1 – Imagem renderizada em 3D, gerada por software BIM
Fonte: Rutmer Visser/ iStock.com.
Como ressaltado anteriormente, nem sempre as soluções encontradas 
de modelagem 3D serão BIM, mas, quando consideradas BIM, 
certamente serão 3D. Dessa forma, toda vez que há um projeto em BIM, 
haverá soluções que são desenvolvidas dentro da gestão de banco de 
dados, fazendo com que a alteração ou revisão que tenha sido realizada 
em alguma parte do modelo, seja automaticamente modificada 
nas demais formas de visualização, sejam modificações em tabelas, 
relatórios ou quantitativos gerados pelos modelos.
https://www.istockphoto.com/br/portfolio/RutmerVisser?mediatype=photography
14
Somente havendo uma correta e inconfundível visualização do que se 
projeta, existe alguma garantia de eficácia e/ou entendimento dentro do 
processo de alinhamento de todas as partes envolvidas na concepção 
do projeto. Em outras expressões, mesmo as pessoas leigas no assunto, 
que não possuem conhecimento específico e adequado com relação a 
temas voltados para a construção civil, sejam investidores, proprietários, 
por exemplo, conseguirão compreender de maneira satisfatória o 
projeto apresentado. Isso gera menos desgaste, além de diminuir 
consideravelmente os problemas ocorrentes durante a fase de execução 
doempreendimento.
5.2 A preparação da obra no computador
Outro benefício da metodologia BIM está na preparação da obra. É 
comum se referir à construção civil como sendo uma indústria de 
protótipos. Todavia, quando se pensa que existe um conhecimento 
sobre tudo que abrange uma determinada obra, termina, ou seja, ainda 
que se repita aquele mesmo projeto, serão diferentes as condições 
de execução, de acesso ao novo endereço, a formação geológica do 
subsolo, as condições climáticas durante a execução, a mão de obra, e 
tudo mais que poderá empregar outros prestadores de serviços.
Infelizmente, ainda é comum que existam inúmeras mudanças no 
transcorrer da obra, em relação ao projeto e à idealização original. 
Entretanto, o BIM é capaz de tornar mínimo a incidência e o impacto que 
tais mudanças acarretam. Isso porque a modelagem de informações 
acaba possibilitando a geração automática de projetos e de relatórios, 
e ainda: permite que o grupo de projeto fique mais bem informado, 
com o intuito de que as tomadas de decisões sejam adequadas e que se 
concebam edificações cada vez melhores.
Assim, sempre que conseguimos tornar mínimo os conflitos e problemas 
específicos que enfrentamos na fase de construção, teremos menos 
riscos. Esses riscos, ainda que existirem, passarão por uma análise com 
15
a utilização do BIM, podendo ser contornados de maneira prévia. Isso 
refletirá também no cronograma da obra e também no orçamento, 
fazendo com que os prazos sejam devidamente cumpridos. Essa 
modelagem virtual, realizada antes mesmo de se dar por iniciada a 
execução dentro no canteiro de obras, torna-se algo realmente valioso 
no ramo da construção civil.
5.3 A extração automática dos quantitativos de projetos
Outro ponto fundamental e de extrema utilidade traz relação com 
a extração automática dos serviços quantitativos que compõem os 
modelos BIM. Essa funcionalidade é muito aproveitada pelos projetistas 
iniciantes, mais utilizadas por aqueles que ainda estão na fase de 
conhecimento da plataforma. Essa extração avalia consistência dos 
itens, bem como sua precisão e agilidade com relação ao acesso das 
informações das quantidades, que divididas e organizadas conforme 
as fases do planejamento e da programação de execução dos serviços 
nortearão o processo de desenvolvimento do empreendimento.
5.4	 Realização	de	simulações	virtuais	e	identificação	de	
interferências
Além dos benefícios e utilidades listados até o momento, precisamos 
destacar as simulações do comportamento e de desempenho dos 
empreendimentos e instalações, ou de suas partes e sistemas que o 
compõem. Essas funcionalidades são novas, e os modelos BIM tornaram 
possíveis de serem executadas.
Destaca-se que há um enorme investimento nessa área, por parte dos 
desenvolvedores de softwares. Citam-se, a seguir, algumas análises e 
simulações com a utilização de modelos BIM:
• Análises de estruturas.
16
• Simulações do consumo de energia, denominadas de análises 
energéticas.
• Estudos de temperatura e termodinâmicos.
• Análises de ventilação natural.
• Níveis de emissão de CO2.
• Estudos luminotécnicos.
• Análises de insolação e sombreamento.
De modo geral, os softwares BIM descobrem de maneira automática 
se há alguma interferência de objetos que compõem um modelo. Essa 
interferência ou incompatibilidade é chamada de clash detection.
Além disso, também há a classificação dessas interferências: leves, 
moderadas ou críticas. O que significam?
Por exemplo, quando há uma tubulação de pequeno diâmetro 
interferindo a passagem de outra tubulação de pequeno diâmetro, 
teríamos uma interferência considerada leve, pois sua solução, que, 
neste caso, seria apenas desviar as tubulações que se cruzam com a 
utilização de conexões padronizadas, é considerada simples.
Por outro lado, quando há uma interferência de uma tubulação de 
grande diâmetro com qualquer outro componente estrutural, por 
exemplo, uma viga ou pilar, a interferência seria considerada crítica, pois 
sua solução acarretaria mudanças mais bruscas no projeto.
Referências
ANDRADE, M. L. V. X. de; RUSCHEL, R. C. Interoperabilidade de aplicativos BIM 
usados em arquitetura por meio do formato IFC. Gestão e tecnologia de projetos, 
v. 4, 2009a.
17
EASTMAN, C.; TELCHOLZ, P.; SACKS, R. et al. Manual de Bim: um guia de 
modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, 
construtores e incorporadores. Porto Alegre: Bookman, 2014.
MANZIONE, L. Proposição de uma estrutura conceitual de gestão do processo 
de projeto colaborativo com o uso do BIM. São Paulo: Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo, 2013.
18
Modelagem estrutural por meio 
de plugin
Autoria: Maurício Thomas
Leitura crítica: Débora Bretas Silva
Objetivos
• Introduzir o conceito de Modelo BIM, exemplificando 
um modelo compartilhado de informações.
• Destacar os principais softwares para o 
desenvolvimento de uma edificação com os 
principais participantes do processo.
• Conhecer a importância dos templates dentro do 
processo de utilização do BIM.
19
1. Introdução
Iniciamos esta unidade destacando que um modelo de informações de 
construção, conhecido como modelo BIM, é uma representação digital, 
de múltiplas dimensões, e que possui características físicas e funcionais 
de um projeto ou edificação.
Dependendo da finalidade de uso, é possível construir diferentes 
modelos BIM, e estes diferentes modelos serão desenvolvidos em 
fases específicas do ciclo de vida de um projeto, tendo em conta a 
consolidação da informação, os resultados do desenvolvimento do 
projeto e o processo de identificação de soluções e especificações 
construtivas.
Nos casos mais comuns, conforme discutido por Manzione (2013), são 
desenvolvidos modelos BIM específicos para cada uma das disciplinas 
que compõem um edifício ou instalação. Assim, há um modelo para 
arquitetura, outro para estruturas, outro para sistemas elétricos e 
hidráulicos, e assim por diante.
Apesar de serem modelos diferentes, o desenvolvimento é realizado 
em uma sequência lógica e leva em conta as definições que foram 
feitas, ou seja, procura seguir a estratégia de trabalho em equipe, em 
que o esforço é fornecido por todos os membros do projeto e pode ser 
aproveitado por todos os membros.
Ainda sobre as mais diversas variações, também podem se diversificar 
na forma de compartilhar e trocar dados, dependendo da infraestrutura 
disponível e da configuração das diferentes equipes que desenvolvem 
o trabalho. Uma das boas práticas é estabelecer o que se chama de 
20
modelo compartilhado, como ilustra a Figura 1, com o intuito de facilitar 
a troca de informações.
Figura 1 – Processo tradicional versus modelo compartilhado de 
informações
Fonte: CBIC (2016, p. 58).
Referindo-se à Figura 1, a imagem à esquerda ilustra o modelo 
tradicional de troca de informações entre as disciplinas comumente 
envolvidas no desenvolvimento de projetos baseado em documentos 
(CAD). A imagem à direita ilustra o implemento de um modelo de 
compartilhamento, usado para trocar informações entre diferentes 
disciplinas envolvidas no projeto.
Inúmeras questões necessitam ser analisadas e resolvidas para que 
esse modelo de comunicação e compartilhamento de dados realmente 
funcione, como problemas de interoperabilidade entre softwares 
ou tecnologias diferentes. Dentro do mercado, inúmeras soluções 
oferecem formatos de arquivo proprietários, e outras são apresentadas 
como soluções openBIM, pois aplicam formatos de arquivos abertos, 
fornecendo novas possibilidades aos projetistas.
21
Entretanto, essa não é uma questão que possa ser resolvida 
facilmente. Por enquanto, o ponto mais importante a destacar é 
que, embora os problemas de interoperabilidade e compatibilidade 
entre diferentes softwares ainda não sejam muito simples ou fáceis 
de resolver, a Figura 1, exposta anteriormente, exemplifica que 
é possível a viabilização do processo da troca de informações e 
interações.
2. Softwares utilizados nainfraestrutura e 
tecnologia
Aqui, foram incluídas apenas descrições sucintas sobre os softwares 
necessários para a implementação dos processos BIM.
Descrito em Eastman et al. (2014), a especificação da infraestrutura 
e da tecnologia que será necessária para a realização dos processos 
BIM só poderá ser feita após a identificação dos casos de usos que 
serão desenvolvidos, com seus correspondentes entregáveis.
A equipe responsável, conforme indicado na Figura 2, precisa definir 
a plataforma tecnológica para implementar os casos de uso BIM 
selecionados para os projetos e até mesmo a versão do software 
a ser utilizada. Essa definição e a integração na plataforma de 
software devem ocorrer o quanto antes, para possibilitar todos os 
testes de interoperabilidade. Em situações específicas, pode haver a 
necessidade de se buscar alternativas para exportação ou importação 
de arquivos por meio de testes de aplicativos, que servem para esse 
tipo de trabalho com diferentes softwares.
22
Figura 2 – Desenvolvimento de uma edificação com os principais 
participantes do processo
Fonte: CBIC (2016, p. 55).
Pela ordem na ilustração, Eastman et al. (2014) abordam o seguinte:
 1. Desenvolvimento do modelo autoral BIM de arquitetura:
Considerando as necessidades do incorporador, o arquiteto faz o 
modelo arquitetônico por meio do uso de um software. Nessa fase, 
podemos exemplificar: o Autodesk Revit Architecture, o Graphisoft 
Archicad, o VectorWorks da Nemetschek e o AECOsim da Bentley.
 2. Disponibilização para análise e verificação do modelo 
arquitetônico.
Após o desenvolvimento do modelo arquitetônico BIM, o arquiteto pode 
disponibilizá-lo para que o seu cliente avalie o trabalho desenvolvido, 
solicitando sua aprovação.
 3. Visualização do modelo arquitetônico:
23
Considerando as ferramentas BIM, o arquiteto pode gerar análises, a 
fim de verificar se foram cumpridos todos os requisitos e premissas 
encomendados pelo cliente. Se estiver faltando algum requisito, o 
incorporador pode acessar o arquiteto para ajustes.
Atentando especificamente para a questão dos softwares, não é necessário 
que o incorporador adquira modelos autorais de arquitetura, mas apenas 
softwares verificadores de modelos, como, por exemplo, o Autodesk 
Navisworks ou o Solibri, entre outros. Alguns são, inclusive, gratuitos.
 4. Disponibilização do modelo arquitetônico para o engenheiro 
estrutural:
Considerando o modelo feito e aprovado, passamos à fase seguinte. No 
exemplo da Figura 2, a seta, identificada com o número 4, mostra um 
engenheiro estrutural, entrando, em cena para gerar um modelo autoral 
de estruturas a partir do modelo de arquitetura.
 5. Desenvolvimento do modelo autoral BIM de estruturas:
O engenheiro estrutural desenvolve um modelo autoral BIM de 
estruturas, usando um software BIM específico. Nessa fase, temos 
como exemplos: Revit Structures (Autodesk), Tekla Structures 
(Trimble), uma solução específica da Bentley, o SCIA da Nemetschek, 
ou o TQS. Deve-se considerar que existem softwares que funcionam 
melhor em determinadas necessidades, por exemplo: modelagem 
geral das estruturas, ou realização de análises, dimensionamentos e 
simulações, podem também ser mais indicados para o detalhamento e a 
documentação.
 6. Disponibilização do modelo estrutural para análise e 
coordenação:
Caminhando com o projeto do modelo estrutural, o engenheiro 
responsável disponibiliza para análise dos envolvidos. Assim, podem 
24
identificar interferências e conflitos, análises e soluções. Algumas 
soluções BIM fazem verificações automaticamente também.
 7. Visualização do modelo estrutural pelo incorporador:
O incorporador, nessa etapa, realiza verificações e a coordenação 
espacial 3D via softwares de BIM.
 8. Visualização do modelo estrutural pelo arquiteto:
Na análise e solução de interferências, a arquiteta deve fazer a 
coordenação dos projetos, o que pode ser realizado também por uma 
pessoa contratada especificamente para isso.
O modelo autoral é editado apenas pelo engenheiro estrutural, que 
deve adquirir e utilizar as soluções para o desenvolvimento de modelos 
autorais BIM. Os outros envolvidos devem listar os ajustes e enviar ao 
engenheiro responsável.
Além das informações mínimas, que serão passadas de um participante 
a outro (ou a outros), questões específicas relacionadas à exportação 
de arquivos gerados por um software específico, que precisarão ser 
importados em outros softwares, precisarão ser analisadas e resolvidas 
pela equipe de projeto. Isso é o que se chama de interoperabilidade.
3. Definições e importância dos templates
Template, em inglês, tem o significado de padrão, ou molde, ou modelo, 
ou algo como um exemplo positivo que, caso fosse seguido, conduziria a 
um resultado também positivo.
Andrade e Ruschel (2009), destacam que a maioria dos softwares 
oferece recursos para que sejam gerados templates (modelos básicos, 
25
ou padrões), que podem facilitar bastante alguns fluxos de trabalhos 
específicos.
Com a criação de um template”, é possível, por exemplo, realizar o pré-
ajuste das seguintes configurações:
• Unidades de medida (sistema de medida, quantidade de casas 
decimais etc.).
• Definição das famílias de objetos que serão disponibilizadas para 
uso no modelo específico.
• Tipos de hachuras e preenchimentos.
• Escolha dos estilos e espessuras das linhas.
• Criação de ‘carimbos que serão utilizados nas pranchas de 
documentação dos projetos.
• Configurações dos níveis de uma edificação.
• Tipos de paredes, portas, janelas, pisos, pilares, vigas, telhados, 
terrenos etc.
• Configurações de etiquetas (tags) para nomenclatura de 
ambientes, com nome, área e perímetro, por exemplo.
• Configuração de textos e cotas (tipo e tamanho de fonte, tamanho 
e formato de setas etc.).
• Configurações de materiais (para associação aos objetos BIM 
inseridos no modelo).
As tabelas de quantidades de materiais e serviços são extraídas 
automaticamente, após configurar exatamente como precisam 
apresentar seus layouts.
26
As empresas podem criar templates específicos para diferentes 
tipologias de edificações modeladas. Por exemplo, poderia desenvolver 
um template para modelos autorais de hospitais, outro para edifícios 
comerciais, outro para edifícios residenciais etc.
Outra questão importante, nos softwares BIM, é a verificação automática 
que permitem, por meio da combinação de templates e pré-definição de 
ajustes favoritos (model-checkers, como o Solibri, por exemplo). Isso pode 
funcionar para, por exemplo, definição de áreas mínimas, dimensões 
padronizadas de shafts ou outras áreas que costumam se repetir nos 
projetos, assim conferidas automaticamente por um verificador de 
modelos.
Por meio também da definição de regras, alguns softwares BIM poderão 
verificar, automaticamente, a consistência de rotas de fuga, as condições 
de acessibilidade e outras situações.
Referências
ANDRADE, M. L. V. X. de; RUSCHEL, R. Ci. Interoperabilidade de aplicativos BIM 
usados em arquitetura por meio do formato IFC. Gestão e tecnologia de projetos, 
v. 4, 2009a.
CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Câmara Brasileira da 
Indústria da Construção–Implementação BIM–Parte 2: Implementação do BIM 
para Construtoras e Incorporadoras/ Câmara Brasileira da Indústria da Construção- 
Brasília: CBIC, 2016.
EASTMAN, C.; TELCHOLZ, P.; SACKS, R. et al. Manual de BIM: um guia de 
modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, 
construtores e incorporadores. Porto Alegre: Bookman, 2014.
MANZIONE, L. Proposição de uma estrutura conceitual de gestão do processo 
de projeto colaborativo com o uso do BIM. São Paulo: Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo, 2013.
27
Importação e Exportação 
estrutural por meio de IFC
Autoria: Maurício Thomas
Leitura crítica: Débora Bretas Silva
Objetivos
• Introduzir o conceito de interoperabilidade e 
abordar métodos de troca de informações de 
softwares BIM.
• Destacar o que é oIFC e qual a sua importância 
dentro de um projeto BIM.
• Conhecer a organização da estrutura de dados do 
IFC.
28
1. Interoperabilidade de softwares
Iniciamos este tópico, destacando o problema de comunicação entre 
dois softwares diferentes, desenvolvidos por empresas diferentes, 
com formatos nativos diferentes e não necessariamente compatíveis 
entre si, embora resolvam problemas semelhantes e realizem um 
grande número de funções correspondentes. Dois softwares diferentes, 
como ilustrado na Figura 1, podem não ser capazes de entender seus 
diferentes formatos de arquivo nativos.
Figura 1 – Demonstração de dois softwares com diferentes 
formatos nativos
Fonte: CBIC (2016, p. 75).
Dentro deste contexto, precisamos abordar o termo interoperabilidade, 
que, de acordo com CBIC (2016), é a capacidade de dois ou mais 
sistemas ou componentes trocarem informações e usarem as 
informações trocadas para seu total desempenho. Pode ser entendida 
como a capacidade dos usuários finais de executar diversas aplicações, 
utilizando diferentes computadores e sistemas operacionais, aplicativos 
e softwares, todos interligados por diversos tipos de redes remotas e 
redes locais.
A interoperabilidade pode ser definida, de maneira global, como sendo 
a capacidade de interpretar informações que são trocadas de maneira 
automática, com o intuito de produzir resultados considerados úteis pelos 
29
usuários finais que fazem uso dos dois sistemas. Com relação ao BIM, 
a interoperabilidade é a capacidade de gerenciar e comunicar produtos 
eletrônicos e dados de projetos entre organizações colaboradoras 
(empresas) e indivíduos que juntos formam uma equipe para desenvolver 
projetos, contratar, construir, manter e gerenciar negócios.
A interoperabilidade refere-se, ainda, à troca de informações entre 
diferentes participantes de um projeto no ciclo de vida de uma empresa, 
por meio da comunicação direta entre aplicativos de software. Também 
pode ser expressa como sendo a capacidade de um sistema ou produto 
(software e aplicativos) trabalhar com outros sistemas ou produtos, 
sem exigir esforço especial por parte do usuário. A interoperabilidade 
torna-se uma qualidade cada vez mais importante para os produtos da 
tecnologia da informação à medida que o conceito de rede é computador 
se torna uma realidade. Por esse motivo, o termo é amplamente 
utilizado em descrições comerciais de produtos (softwares e aplicativos).
Pode-se dizer que a troca de dados, ou modelos entre diferentes 
plataformas de softwares, segue sendo um dos maiores desafios nesse 
setor, que possui como principal objetivo alcançar a colaboração mais 
abrangente e integrada entre as equipes de projeto. Há muito esforço 
no sentido de estabelecer padrões, protocolos e melhores práticas em 
todo o setor de construção.
Ainda assim, infelizmente, apesar de todos os esforços que têm sido 
realizados e dos evidentes progressos realizados, ainda estamos longe 
do ponto ideal onde a informação precisa ser inserida apenas uma 
vez no sistema para estar imediatamente disponível para todos os 
interessados por meio de uma rede de tecnologia da informação, ou, 
ainda, para que haja um cenário ideal de troca, gerenciamento e acesso 
de dados que seja fluido e contínuo.
Neste sentido, de acordo com Andrade e Ruschel (2009a), existem três 
categorias ou grupos de métodos e protocolos de troca de informações 
entre softwares BIM, divididos da seguinte maneira:
30
• Formato proprietário.
• Formato público para segmentos específicos, como CIS/2.;
• Formato aberto e público, como, neste caso, o Industry Foundation 
Classes (IFC).
A conexão proprietária é o processo de troca de dados especificamente 
criado para permitir a comunicação entre dois softwares diferentes. 
Os formatos de comunicação proprietários são usados única e 
exclusivamente para o qual foram desenvolvidos e, portanto, não 
funcionam para a interação com qualquer outro sistema.
A comunicação feita por meio de formatos proprietários, geralmente, 
é de alta qualidade, ou seja, não há perdas ou inconsistências, pois, 
geralmente, não há exigência de consideração de circunstâncias ou 
configurações externas e/ou desconhecidas.
Exemplos de formatos proprietários são: Data eXchange Format (DXF); 
3DStudio (3DS), definido pela Autodesk; SAT definido pela Spatial 
Technology; e STL, utilizado na estereolitografia.
Já os padrões CIS/2 são os formatos de arquivos criados separadamente 
para a troca de dados eletrônicos de informações do projeto estrutural 
de estruturas metálicas. É considerado um facilitador na troca de 
informações por meio de softwares que são independentes, como 
as soluções usadas na análise estrutural, soluções CAD e soluções 
específicas de detalhamentos, fazendo com que haja a comunicação 
entre esses diferentes softwares.
Após abordar brevemente os dois primeiros métodos de troca de 
informações, veremos, no tópico a seguir, de maneira aprofundada, o 
funcionamento e a utilização do IFC nos projetos BIM.
31
2. O que é o IFC?
Desenvolvido com um objetivo específico de viabilizar a 
interoperabilidade entre diversas soluções de empresas diferentes, o 
Industry Foundation Classes (IFC), como comentam Andrade e Ruschel 
(2009a), não pode ser considerado um formato nativo de algum 
software, como exemplifica a Figura 2. É um formato de arquivo de 
dados neutros, importante para descrever, trocar e compartilhar 
informações comumente utilizadas no setor da construção e também 
no setor de gerenciamento e manutenção de ativos. As especificações 
IFC são protegidas por direitos autorais, estão em constante 
desenvolvimento e sendo mantidas pela BuildingSMART International, 
que é uma organização conhecida como a International Alliance for 
Interoperability (IAI).
Figura 2 – Não há comunicação entre dois softwares que possuam 
formatos nativos diferentes, mas com a utilização do formato 
neutro, como o IFC, essa comunicação pode ser alcançada
Fonte: CBIC (2016, p. 77).
O IFC pode ser considerado como parte do esforço de padronização 
internacional ISO-STEP e foi desenvolvido usando uma linguagem de 
modelagem de dados chamada express, na qual máquinas fazem sua 
leitura, apresentando múltiplas implementações, incluindo formatos 
de arquivo de texto compacto, além de bancos de dados de objetos, e 
extensões SQL e XML.
32
Ainda, é um formato de arquivo 3D orientado a objetos, público e 
padronizado, que tem uma aspiração muito ampla e ambiciosa, com 
o intuito de cobrir todos os aspectos e fases de projeto, contrato, 
fabricação, construção, operação e manutenção em todo o setor 
da construção. O formato de arquivo IFC possui certificação da ISO 
16739/2013 e é usado para oferecer suporte à interoperabilidade e 
colaboração da plataforma BIM.
Portanto, o IFC é fornecido gratuitamente para todos os 
desenvolvedores de software que fizeram esforços para ajustar suas 
soluções, permitindo que se importe e exporte em formato IFC. 
Destaca-se que esse formato tem sido exigido em diversas agências e 
em governos de diferentes países mundo afora.
Isso se deve muito pelo fato do IFC fornecer representações 
geométricas 3D de todos os constituintes do projeto, armazenar 
dados, sejam padrões ou específicos acerca de cada elemento, tais 
como materiais de composições de determinados produtos, bem 
como as funções de cada elemento pertencente ao projeto.
Dessa maneira, todas as informações relevantes e específicas de 
todas as disciplinas, tais como arquitetura, estrutura, instalações 
hidráulicas e elétricas, podem ser filtradas de forma fácil e rápida e 
identificadas dentro da base de dados do IFC.
O IFC é definido por vários formatos de arquivos, utilizados a fim de 
suportar diferentes codificações do mesmo conjunto de dados. São 
eles:
• IFC-SPF: é um formato de arquivo de texto, definido pelo padrão 
ISO 1303/21 (STEP Files–Standard for the Exchange of Product 
33
model data), onde cada linha consiste em um registro único de 
objeto, que contém a extensão.ifc.
• IFX-XML: arquivo de formato XML (eXtensive Markup Language) 
definido pela norma ISO 1303/28 (arquivo STEP-XML), 
com a extensão de arquivo .ifcXML. Este formato é para a 
interoperabilidade dos programas que possuam ferramentas 
XML e para troca de partes de modelos BIM. No entanto, como 
os modelos BIM tendem a produzir arquivos grandes, esse 
formato acaba sendo menos usado na prática.
• IFC-ZIP: é um arquivo ZIP compactado no qual está embutido o 
arquivo IFC-SPF, com a extensão ifcZIP.
2.1 Arquitetura de dados IFC
O IFC é baseado em uma arquitetura que relaciona suas entidades 
e inclui cerca de centenas dessas entidades que possuem uma 
organização de maneira hierárquica de seus objetos.
A seguir, temos alguns exemplos de entidades:
• Uma parede, considerada um elemento de uma edificação: pode 
ser renomeada como IfcWall.
• Uma peça geométrica: pode ser renomeada como 
IfcExtrudedAreaSolid.
• Alguma peça de estrutura básica: pode ser renomeada como 
IfcCartsianPoint.
A organização de entidades do IFC, pode ser representada, de 
maneira ampla e detalhada, pela Figura 3.
34
Figura 3 – Organização conceitual da arquitetura de dados IFC
Fonte: CBIC (2016, p. 79).
Neste momento, é importante especificarmos cada bloco que compõem 
a organização de arquitetura IFC. Dessa forma, vamos à especificação de 
cada um deles:
No bloco inferior da Figura 3, estão as entidades básicas, ou entidades 
de base, ou ainda o que podemos chamar de recursos reutilizáveis, tais 
como geometrias, topologias, materiais, medidas, objetos participantes 
e demais propriedades. Essas entidades são combinadas e compostas 
com o objetivo de identificar objetos comuns usados na indústria da 
construção, tais como paredes, pisos, elementos estruturais em geral. 
Ainda, compõem as demais características gerais de um projeto.
Vale ressaltar que as definições de recursos, utilizando os esquemas 
de entidades de base não existem de maneira independente. Há a 
necessidade de serem referenciados pelas entidades acima, compostas 
pelo núcleo, elementos compartilhados e domínios específicos.
35
Como o IFC é um modelo de dados extensível e orientado 
especificamente a objetos, as unidades básicas podem ser especificadas, 
gerando subtipos e criando um número ilimitado de subentidades. Esses 
subtipos definirão novas classes de objetos construtores que herdam 
propriedades de seu pai (tipo), mas adicionando outras propriedades, 
acabam se distinguindo dos pais, mesmo sendo criados de maneira 
muito semelhante.
No bloco de dados centrais ou núcleo, encontramos a camada mais 
básica da arquitetura IFC. Qualquer entidade pertencente a esta 
camada pode ser referenciada e também especificada por todas as 
entidades que compõem a camada superior, composta pelos elementos 
compartilhados, assim como pela camada de domínios específicos. Assim, 
a referida camada central oferece uma estrutura básica, fundamentando 
conceitos comuns para as demais especificações dos modelos.
Logo acima, no bloco de elementos compartilhados, encontra-se aquilo 
que chamamos de especificações intermediárias de entidades, ou 
seja, as entidades definidas nessa fase podem ser referenciadas e 
especificadas pelas entidades da camada acima, composta por dados 
de domínios específicos. A camada de elementos compartilhados é 
responsável pelo fornecimento de objetos e relacionamentos de forma 
mais específica, podendo ser compartilhada por múltiplos domínios.
Por último, no nível mais acima da Figura 3, encontram-se os domínios 
específicos, responsáveis pelo agrupamento das extensões que 
representam a arquitetura de dados do IFC. Esse nível é responsável 
pela definição de entidades específicas necessárias para a consumação 
de diferentes usos, que podem abranger partes de elementos 
estruturais, instalações de ar condicionado, análises estruturais ou 
instalações elétricas ou hidráulicas.
De modo resumido, o IFC proporciona a identificação explícita de 
diversas versões de um projeto que esteja em pleno desenvolvimento, 
como apresenta a Figura 4. Ainda, acaba permitindo que os mais 
36
diversos atores e/ou projetistas trabalhem de maneira digital, 
interagindo ao longo do ciclo de projeto, concepção, e até mesmo 
manutenção do empreendimento.
Figura 4 – Funcionalidade de cores do IFC: elementos novos, 
apagados e modificados
Fonte: CBIC (2016, p. 83).
Referências
ANDRADE, M. L. V. X. de; RUSCHEL, R. Ci. Interoperabilidade de aplicativos BIM 
usados em arquitetura por meio do formato IFC. Gestão e tecnologia de projetos, 
v. 4, 2009a.
CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Câmara Brasileira da 
Indústria da Construção–Implementação BIM–Parte 2: Implementação do BIM 
para Construtoras e Incorporadoras/ Câmara Brasileira da Indústria da Construção- 
Brasília: CBIC, 2016.
EASTMAN, C.; TELCHOLZ, P.; SACKS, R. et al. Manual de BIM: um guia de 
modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, 
construtores e incorporadores. Porto Alegre: Bookman, 2014.
MANZIONE, L. Proposição de uma estrutura conceitual de gestão do processo 
de projeto colaborativo com o uso do BIM. São Paulo: Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo, 2013.
37
Projeto básico e documentação de 
projeto
Autoria: Maurício Thomas
Leitura crítica: Débora Bretas Silva
Objetivos
• Abordar os principais ciclos de vida de um 
empreendimento, destacando suas etapas e 
principais objetivos.
• Destacar as responsabilidades dos profissionais 
envolvidos na equipe, bem como a importância 
da documentação dentro das concepções dos 
empreendimentos.
• Abranger os tipos de projetos existentes e destacar a 
importância do Projeto Básico dentro da plataforma 
BIM.
38
1. Documentação BIM e Ciclos de Vida do 
Empreendimento
Como explanado até aqui, o BIM possui uma grande abrangência e 
talvez essa seja uma das principais questões dificultadoras para sua 
compreensão adequada. Por conta disso, recomenda-se, sempre que 
possível, a utilização de referências que sejam completas para guiar 
no entendimento de qualquer conteúdo que tenha relação com essa 
tecnologia.
Indo ao encontro de tudo que tratamos até o momento, chegamos 
a um ponto em que devemos concentrar nossos esforços para o 
entendimento daquilo que chamamos de resultados geradores de 
todo o processo, ou seja, tudo que deve ser entregue, documentado 
e registrado para abranger todas as fases do ciclo de vida do 
empreendimento.
A Figura 1, exposta abaixo, apresenta as principais fases do ciclo de 
vida do empreendimento como um todo. Será a base da explanação 
de nosso estudo, que trará a descrição de forma mais detalhada dos 
principais documentos BIM a serem entregues para a concepção de um 
empreendimento.
Figura 1 – Organização das principais fases do ciclo de vida de um 
empreendimento pré-obra, obra, pós-obra)
Fonte: CBIC (2016, p. 30).
39
1.1 Pré-obra
Nesta fase, acontece o pontapé inicial do empreendimento. A verificação 
de viabilidade, por exemplo, é a parte em que são desenvolvidos 
modelos que contenham informações de caráter específico, que 
trazem relação à endereço do empreendimento, análises de questões 
ambientais, reais condições do terreno, edificações ou instalações 
existentes no local.
Nesta fase, Eastman et al. (2014) destaca que há de se considerar as 
estimativas de custo da instalação, principalmente, àquelas das fases 
iniciais. Deve-se considerar alternativas de inclusões e/ou modificações 
para os sistemas construtivos planejados para a concepção do 
empreendimento.
Um exemplo de análise, a ser feita nesta fase, é o consumo de energia 
do empreendimento. Deve-se ter um olhar que esteja direcionado 
também às mais variadas alternativas de locação da instalação, como os 
diferentes tipos de fachadas, por exemplo.
Ainda, a utilização de aplicativos que se encaixem nos modelos BIM 
e simulem as mais variadas alternativas de layout de uma instalação, 
focando para uma eficiente utilização de espaço, ou seja, fazer com que 
aequipe analise todas as áreas que serão projetadas, se baseando em 
normas, leis e regras para uma melhor eficácia de sua concepção.
Partindo para o desenvolvimento do projeto, geralmente, o primeiro 
passo a ser dado é a geração de modelos 3D que seja devidamente 
conectado em um poderoso banco de dados de propriedades, que 
contenham métodos específicos de concepção, métodos construtivos, 
cronograma de obras e custos.
Neste contexto, inserem-se as simulações que contenham as melhores 
soluções estruturais, que possuam análises com precisão do consumo 
40
de energia, bem como informações mínimas para a realização de 
cálculos e dimensionamentos.
Esta é a etapa reservada para a elaboração de modelos dentro de 
um projeto que possa ser compartilhado com todos os envolvidos no 
desenvolvimento do empreendimento. O compartilhamento pode 
ter dados e critérios de linhas, layout, cores, textura, iluminação etc. 
Há a possibilidade do desenvolvimento de maquetes virtuais, com o 
intuito de se analisar técnicas construtivas, alternativas de resolução 
de problemas, detalhamento de fachadas, entre outras questões que 
compõe o projeto como um todo.
1.2 Obra
Para o início da etapa da obra, espera-se que todas as fases 
anteriores já tenham sido devidamente realizadas. Nesta fase, entram 
algumas informações que trazem relação à mão de obra, locação de 
equipamentos, tais como gruas, elevadores, além de um cronograma 
para a entrega e estocagem de materiais que serão utilizados no 
canteiro de obras.
É realizada a utilização das listas de quantitativos de materiais e 
serviços, além da utilização dos modelos em 3D formulados nas etapas 
anteriores, por exemplo, dos detalhamentos construtivos de formas 
para as estruturas de concreto que são moldadas in loco, ou para 
sistemas de cimbramento.
Em resumo, utilizam-se modelos BIM 3D para a produção de layouts de 
todas as montagens previstas na instalação e/ou edificação. Com isso, 
geram-se documentos em que se detalham elevações e especificações 
para uso dentro do canteiro de obras, durante toda a fase de 
construção, fazendo com que o planejamento e o controle de todas as 
atividades sejam devidamente programados.
41
1.3 Pós-obra 
Pressupõem-se que, ao se destacar as etapas de pós-obra, que 
abrangem as fases de uso, operação, manutenção e monitoramento, 
todas as etapas anteriores já tenham sido devidamente alcançadas.
Assim, esta fase aborda o emprego de modelos 3D BIM que gerem 
informações acerca dos processos de manutenção dos sistemas 
construtivos da edificação, tais como pisos, paredes, e todos os sistemas 
de instalação. Neste caso, havendo um programa de manutenção bem 
concebido, tem-se um desempenho satisfatório da edificação, pois há a 
redução da quantidade de reparos e também dos custos que advém da 
manutenção.
Todos esses modelos 3D BIM permitem que a equipe que 
seja responsável por toda a parte de gestão de operação do 
empreendimento, consiga gerenciar de maneira apropriada todas 
as eventuais mudanças que possam ocorrer, bem como a utilização 
das áreas, e eventuais futuras mudanças dentro do ciclo de vida da 
edificação.
De maneira geral, a relação existente entre engenheiros e empresas 
que atuam no setor de engenharia civil pode variar muito, dependendo 
na maioria dos casos, de experiências vivenciadas anteriormente. Isso 
porque empresas de engenharia, muitas vezes, relutam em fornecer 
informações como listas de quantitativos de serviços a uma empresa de 
construção. Isso ocorre porque, não conseguem cobrar adequadamente 
por essas informações e, se houver problemas, erros ou imprecisões, 
podem colocar a empresa de engenharia em risco e desgastar sua 
imagem e reputação corporativa.
Analisando na prática, muitas vezes, as construtoras geram seus 
próprios cálculos e extraem seus quantitativos, mesmo sabendo que 
os engenheiros também já realizaram esse trabalho e já possuem 
42
essa informação, ou seja, essas tarefas serão duplicadas, de maneira 
desnecessária.
Muito por conta desse tipo de situação, que os modelos 3D BIM 
surgem como opção de redução para duplicação de trabalhos, além 
de obter informações muito mais precisas, quando comparado aos 
processos anteriores. Sua utilização acaba agregando e tornando a obra 
mais eficiente, além de gerar informações que antes eram de difícil 
concepção.
2. Responsabilidades e Documentação BIM
Uma consideração necessária dentro do aspecto das responsabilidades, 
é que os engenheiros, arquitetos ou responsáveis pela obra, precisam 
considerar que o BIM não se trata apenas de mais um software, mas 
uma nova forma de trabalho, e pode ser vista como uma nova estratégia 
ou uma decisão de um importante negócio, ou seja, recomenda-se 
que se inicie com a implementação do BIM apenas para a produção de 
documentos de uma nova construção, que seja mais rápida e precisa, 
e, só após isso, dar os primeiros passos com relação à transição para 
a realização da coordenação das mais variadas disciplinas existentes 
em um projeto, detectando interferências ou incompatibilidades, por 
exemplo.
Quando se desenvolve um plano de implementação, Andrade e Ruschel 
(2009a) salientam que é importante que se avalie todas as habilidades 
e conhecimentos dos membros que compõem a equipe, para conseguir 
estabelecer metas claras e objetivas. Espera-se também encorajar 
os construtores a expandir os seus serviços, buscando fornecer 
detalhamentos de viabilidade, planejamento, custos, coordenação 
de modelos, e até ações de marketing que possam impulsionar o 
empreendimento que se planeja construir.
43
Dentro deste contexto, é importante frisar que é necessário que toda a 
parte de documentação, que orienta a equipe de trabalho no canteiro 
de obras, ainda precisará ser gerada e necessita caminhar junto com os 
modelos gerados a partir do BIM, tal como ilustra a Figura 2.
Figura 2 – À esquerda, projeto documentado em papel, e à direita, 
imagem renderizada de um modelo BIM
Fonte: CBIC (2016, p. 52).
Isso significa que toda a documentação da figura anterior, além das 
assinaturas e carimbos dos responsáveis por cada projeto, continua 
sendo imprescindível, até mesmo para empresas que já estejam 
consolidadas ou que já tenham alcançado um elevado nível na utilização 
de modelos 3D.
Dentro deste contexto, deve-se também buscar esclarecer as etapas que 
compõem um projeto básico de engenharia, definindo áreas de atuação, 
bem como definições e atribuições de todos os profissionais envolvidos 
na obra. Dessa forma, temos três tipo de projetos que precisam ser 
considerados na concepção das edificações: projeto, projeto básico e 
projeto executivo. Vamos esclarecer cada um deles a seguir:
44
• Projeto: é a síntese de todos os elementos conceituais, técnicos 
e operacionais dentro dos campos de atuação, atividades e 
responsabilidades dos engenheiros, conforme as leis específicas 
que regem a profissão e que está disposta na Constituição 
Federal de 1988. O termo geral projeto é definido como o conjunto 
constituído pelo projeto básico e pelo projeto executivo.
• Projeto básico: inclui elementos técnicos aplicáveis a obras e 
serviços sem limitar o desenvolvimento e impacto contínuo da 
ciência, tecnologia, inovação e desenvolvimento social e humano 
nas áreas de: topografia; sondagem; projeto arquitetônico; projeto 
de fundações; projeto estrutural, projeto de instalação hidráulica, 
projeto de instalação elétrica, entre outros.
• Projeto executivo: inclui o conjunto de elementos necessários 
e suficientes para a execução completa da obra ou serviço, de 
acordo com o disposto na Lei n. 8.666, de 1993, e as normas da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Ainda, com o intuito de se evitar algumas controvérsias com relação à 
exata extensão e abrangência do projeto básico, podemos considerar 
algumas situações, atribuídas pela Resolução n. 361, de 10 de dezembro 
de 1991, que dispõe sobre a conceituação de Projeto Básico em 
consultoria de engenharia, arquiteturae agronomia.:
• O Projeto Básico é o conjunto de elementos que define a obra, 
o serviço ou o complexo de obras e serviços que compõem o 
empreendimento, de tal modo que suas características básicas 
e seu desempenho almejado estejam perfeitamente definidos, 
possibilitando a estimativa de seu custo e seu prazo de 
execução.
Ainda, é considerado como uma fase de abrangência de estudos e 
projetos, em que se antecedem estudos preliminares, bem como 
anteprojeto e estudos de viabilidade técnica, questões de impacto 
45
ambiental, viabilidade econômica, entre outros, e sucedido pelo projeto 
executivo e de detalhamento.
Dessa forma, as principais características de um Projeto Básico podem 
ser definidas como:
• Criar alternativas viáveis, técnicas e econômicas, que leve em 
consideração aspectos ambientais e atenda critérios definidos pelo 
proprietário, respeitando a sociedade.
• Fornecimento de uma visão generalizada da obra, com o intuito de 
identificar suas partes constituintes de maneira precisa.
• Detalhar e especificar de maneira precisa o desempenho esperado 
na construção.
• Prever soluções de caráter técnico, que devem ser ancoradas 
por memoriais de cálculos que levem em considerações critérios 
de projeto, buscando minimizar sempre que possível eventuais 
ajustes ou reformulações na fase de execução da obra.
• Especificar materiais, serviços e equipamentos que serão utilizados 
no canteiro de obras.
• Fornecer informações precisas e que sejam suficientes na 
concepção do plano de gestão da obra.
• Incorporar métodos construtivos que estejam alinhados ao porte 
da obra e que gerem uma boa execução da mesma.
• Assegurar que a implantação da obra esteja dentro dos interesses 
regionais, por meio de detalhamento de programas ambientais, 
compatível com a dimensão e porte da obra.
• Especificar os custos dos serviços que serão gerados ao longo da 
concepção das instalações e/ou edificações.
46
Em resumo, por mais que a implementação do BIM possa parecer, 
por muitas vezes, complicada, especialmente quando se considera a 
implementação de vários casos de uso, começar com a modelagem 3D 
pode se tornar uma solução simples e barata, pois os benefícios serão 
percebidos instantaneamente e virão da simples visualização do edifício 
de uma forma mais ampla, completa e precisa daquilo que se deseja 
construir.
Dessa maneira, iniciar com um projeto-piloto e buscar estudá-lo 
detalhadamente é o primeiro passo para o início da implementação em 
BIM.
Adotar o BIM, segundo Manzione (2013), certamente não será uma 
cura para todos os males da engenharia civil, mas pode ser um atalho 
importante para a indústria da construção dar um passo importante 
em uma adequada concepção de projetos, adotando adequadas 
especificações, fazendo um bom planejamento, focando em pesquisas e 
simulações feitas por computador, antes mesmo de se iniciar qualquer 
atividade dentro do canteiro de obras.
Isso significa que fazer a adoção do BIM é inovar, produzir mais em 
menos tempo, ter uma maior precisão em todas as etapas da obra, 
conduzindo de maneira sustável toda a concepção do empreendimento.
Referências
ANDRADE, M. L. V. X. de; RUSCHEL, R. Ci. Interoperabilidade de aplicativos BIM 
usados em arquitetura por meio do formato IFC. Gestão e tecnologia de projetos, 
v. 4, 2009a.
CÂMARA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO. Câmara Brasileira da 
Indústria da Construção–Implementação BIM–Parte 2: Implementação do BIM 
para Construtoras e Incorporadoras/ Câmara Brasileira da Indústria da Construção- 
Brasília: CBIC, 2016.
47
CONSELHO REGIONAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA DO RIO GRANDE DO SUL. 
Resolução n. 361, de 10 de dezembro de 1991. Conceituação de Projeto Básico em 
Consultoria de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. Brasília, 1991. Disponível em: 
http://saturno.crea-rs.org.br/site/pop/camara/portal/ILA/Fiscalizacao/Res361.pdf. 
Acesso em: 5 jun.2022.
EASTMAN, C.; TELCHOLZ, P.; SACKS, R. et al. Manual de BIM: um guia de 
modelagem da informação da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, 
construtores e incorporadores. Porto Alegre: Bookman, 2014.
MANZIONE, L. Proposição de uma estrutura conceitual de gestão do processo 
de projeto colaborativo com o uso do BIM. São Paulo: Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo, 2013.
http://saturno.crea-rs.org.br/site/pop/camara/portal/ILA/Fiscalizacao/Res361.pdf
48
	Sumário
	Apresentação da disciplina
	Conceituação: BIM Estrutural
	Objetivos
	1. Introdução
	2. O que é BIM?
	3. O que não é BIM?
	4. Principais obstáculos para a adoção do BIM
	5. Benefícios e Funcionalidades BIM
	Referências
	Modelagem estrutural por meio de plugin
	Objetivos
	1. Introdução
	2. Softwares utilizados na infraestrutura e tecnologia
	3. Definições e importância dos templates
	Referências
	Importação e Exportação estrutural por meio de IFC
	Objetivos
	1. Interoperabilidade de softwares
	2. O que é o IFC?
	Referências
	Projeto básico e documentação de projeto
	Objetivos
	1. Documentação BIM e Ciclos de Vida do Empreendimento
	2. Responsabilidades e Documentação BIM
	Referências

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