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Endodontia - passo a passo completo

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ANATOMIA INTERNA E ABERTURA ENDODÔNTICA
○ Anatomia interna dos incisivos, caninos, pré-molares e molares
Por que conhecer a anatomia interna do elemento dental: abertura coronária, localização
dos canais radiculares, visão ampla para o preparo, segurança para o tratamento. (evita
iatrogenias).
Canal dentinário é o campo de ação do endodontista
- O problema geralmente está presente na coroa, se analisa toda a estrutura (esmalte,
dentina, campo pulpar, região de furca, lâmina dura e por último região apical).
- o final da dentina nós chamamos de CDC
Região apical e periapical: é constituída pelos tecidos de sustentação do dente que incluem
e contornam o ápice radicular, que são:
- limite CDC
- canal cementário
- coto pulpar - tecido conjuntivo maduro, rico em cementoblastos
- cemento - tecido conjuntivo mineralizado
- forame - abertura final do canal radicular
- membrana ou espaço periodontal - une o cemento a parede alveolar
- Parede (lâmina dura) e Osso alveolar
- se remove o coto pulpar, pois é um tecido conjuntivo e tem vascularização
- temos um canal de dentina, e sempre tem constrição apical que é um forame menor
e forame apical (forame maior)
- às vezes o ápice anatômico não coincide com a abertura do forame, é necessário
saber disso por pode ocorrer da lima sair do canal, e isso não pode acontecer.
- distância ápice-forame 0,2 a 3,8 mm.
● o cemento é irregular, as bactérias se alojam nas irregularidades
Canal radicular
( colocar aqui foto do lópes e siqueira)
- canal colateral paralelo ao principal, de menor diâmetro
- canal lateral ou adventício: localizado no terço médio ou apical, sai do canal principal
e vai até o periodonto lateral
- secundário: localizado no terço apical
- acessório: ramificação do canal secundário
- inter-conduto; UNE DOIS CANAIS ENTRE SI
- RECORRENTE: NÃO SE EXTERIORIZA
- DELTA APICAL: origina vários forames devido às múltiplas terminações
- Cavo inter radicular: no assoalho da câmara pulpar
Incisivo central superior:
- canal curto, amplo e redonto
- comprimento médio 22,6
- câmara pulpar alargada no sentido MD e estreita no sentido VL (sempre que eu tiver
um achatamento significa que eu tenho mais campo de atuação do MD, sabendo
isso se sabe que a broca deve evitar o sentido VL para evitar perfurações)
- nûmero de raízes: 1
- número de canais: 1
- câmara pulpar reproduz a forma externa da coroa dental
- canal radicular único, amplo e reto.
- precisa trabalhar obrigatóriamente com a lima do tamanho correto.
- na radiografia sempre aparece com canal único e reto, se vê o vértice radiográfico
que é um pouco difícil de identificar por conta do nariz
Incisivo lateral superior:
- reproduz em menor escala o ICS
- raíz única, delgada com leve achatamento MD
- apresenta curvatura no terço apical no sentido DP (disto-palatino)
- comprimento médio: 22,1 mm
- n° de raízes: 1
- n° de canais: 1 em 97% e 2 em 3%
Canino superior:
- é o dente mais longo da arcada
- câmara pulpar ampla, com maior diâmetro no sentido VL
- canal radicular amplo e reto, podendo apresentar desvios para a distal
- comprimento médio: 27,2 mm
- n° raízes: 1
- n° canais: 1
1° pré-molar superior
- câmara pulpar ovóide, achatada no sentido MD
- Na maioria dos casos apresenta dois canais radiculares
- Ocasionalmente pode apresentar 3 raízes e 3 canais radiculares
- comprimento médio: 21,4 mm
- n° raízes: 1 em 35%, 2 em 61%
- n° de canais: 1 em 8%, 2 em 84% 3 em 7%
2° pré-molar superior
- clinicamente semelhante ao 1° PMS, porém na maioria dos casos apresenta raízes
única
- canal único, achatado no sentido MD e amplo no sentido VL
- Pode ocorrer bifurcações desses canais radiculares
- comprimento médio: 21,8 mm
- n° de raízes: 1 em 95%
- 2 em 5%
- n° de canais: 1 em 54%
- 2 em 46%
1° molar superior:
- sempre tem 3 raízes
- comprimento: 21,5 mm
- n° de canais: 3 em 30%, 4 em 70%
- sempre a porção coronária vai dar indício
- sempre olhar os pontos de contatos, pois geralmente vem acompanhadas com cárie
- não ver a lâmina dura significa falta de saúde periapical, e precisa estar presente em
todos os dentes
- se não ver a lâmina dura, fazer o teste de vitalidade
- os molares superiores vão vir com curvaturas na porção MV
- a porção MV terá dois canais, MV1 e MV2
- pode ser um MP ou MV
- coroa tetra cuspidada
- assoalho da câmara pulpar convexo, em forma de triângulo ou trapézio, onde nos
ângulos se localizam as entradas dos canais
- cornos pulpares proeminentes, correspondendo às cúspides
- canal médio vestibular geralmente curvo e atrésico
- raiz médio vestibular é achatada no sentido Md, geralmente curva para a distal
- achatamento médio-distal pode determinar a existência do quarto canal (também
chamado de canal palatal da raízes MV ou mésio-palatino)
2° molar superior:
- assemelha-se ao 1° MS
- pode haver funcionamento das raízes vestibulares com a palatina
- a presença do quarto canal é menos frequente
- comprimento médio: 21 mm
- n° de raízes: 3
- n° de canais:: 3 em 50%, 4 em 50%
Incisivo central inferior:
- canal achatado no sentido MD
- os canais podem se diferenciar
- comprimento médio: 21 mm
- raízes: 1
- canais: 1 em 73% e 2 em 27%
Incisivo lateral inferior:
- comprimento médio: 22 mm
- raízes: 1
- canais: 1 em 55% e 2 em 45%
- quando se tem um canal a mais o tratamento é igual mas tem que tratar os dois
Canino inferior:
- canal acompanha a forma externa da raíz
- a câmara pulpar possui maior dimensão /volume no sentido VL e achatada no
sentido MD
- comprimento médio: 25 mm
- raízes: 1 em 94%, 2 em 6%
- canais: 1 em 88%, 2 em 12%
1° pré-molar inferior:
- raíz única, achatamento proximal, podendo apresentar curvatura distal
- câmara pulpar ampla, posicionada no centro do dente, com achatamento md, maior
volume VL
- comprimento médio: 21,6 mm
- raízes: 1 em 82%, 2 em 18%
- canais: 1 em 66%, 2 em 31%, 3 em 3%
2 de canais:: 3 em 50%, 4 em 50%
2° pré-molar inferior:
- comprimento médio: 22,1 mm
- raízes: 1 em 92%, 2 em 8%
- canais: 1 em 89%, 2 em 11%
- achatamento vai existir na maioria dos dentes na proximal
● precisa ter cuidado com a abertura
1° molar inferior:
- comprimento médio: 21 mm
- raízes: 2 em 97%, 3 em 3%
- canais: 2 em 8%, 3 em 56%, 4 em 36%
- volume da coroa
- raízes mesial achatada no sentido mésio-distal e amplas no sentido VL
- curvatura na raíz mesial
- raíz distal geralmente reta
- câmara pulpar em forma de cubo
- assoalho da câmara pulpar convexo
Abordagem da câmara pulpar
Abertura coronária: exposição da câmara pulpar
forma de contorno: remoção de todo o teto da câmara pulpar
forma de conveniência: efetuar o contorno final da abertura coronária
tem por objetivos:
- ampla visualização do assoalho da câmara pulpar[facilitar o acesso para exploração
do canal
- evitar que o instrumento entre curvado no canal (instrumento sempre entra reto, por
isso precisa de paredes lisas quie facilitem a entrada e saída, se tem uma boa
abertura todo o passo a passo fica mais fácil)
desgaste compensatório: remover interferências dentinárias que impedem o acesso direto
aos canais radiculares. ex: ombro lingual.
Sempre precisa fazer o exame clínico, radiografia inicial para fechar o diagnóstico, para
realizar um bom planejamento
precisa sempre ter documentado de como estava a situação do paciente,
radiograficamente:
- tamanho da câmara pulpar
- posição da câmara pulpar
- posição da região de furca
- número de canais
- inclinação dentária
clinicamente:
- exame das restaurações
- remoção de placa e tártaro para endodontia:
- limpeza da cavidade
- remover todo o tecido cariado
- forma de contorno
- IACO
- adequação do meio
- desgastes compensatórios
-
Ponto de eleição e penetração inicial:
- brocas para abertura coronária (broca de haste longa HL)
Incisivos e caninos:
- ponto de eleição localizada na face lingual ou palatina, na região do cíngulo
- forma de conveniência: do canino é mais oval, e do incisivo lembra um triângulo
- marcar o cíngulo, que será onde será acessado o esmalte e dentina, fazem a
abertura em 45 graus, tanto em caninocomo em incisivo
-
Pré-molares:
- ponto de eleição localizada na face oclusal, no terço médio do sulco principal
mésio-distal
- forma de conveniência (contorno da cavidade) oval
● Precisa sempre abrir o elemento com irrigação, sem exceções.
● não se deixa o teto da câmara pulpar pois senão o dente vai permanecer escuro
Molares superiores:
- ponto de eleição localizado na face oclusal, na fosseta central do sulco principal
(mas mais voltado para a mesial).
- forma de conveniência é de um trapézio
- a base do triângulo é sempre voltada para mesial
● comprar a sonda exploradora da melhor que tiver,
Molares inferiores:
- ponto de eleição localizado na face oclusal (bem no meio, voltada para a face
mesial)
- forma de conveniência trapézio ou triângulo com a base maior voltada para mesial
Câmara pulpar atrésica:
- para se defender, são formados dentinas reacionais, e assim a câmara pulpar se
torna menor (mais baixa)
- é usado dycal para proteger a polpa, estimular os odontoblastos da polpa a gerar
dentina reacional em 15 dias e assim evitando dor.
● direção da broca: sempre buscar pelo corno pulpar mesial, sempre pelo corpo pulpar
maior
Erros nas aberturas coronárias:
- degrau nas paredes da câmara pulpar
- não observar as inclinações do longo eixo dos dentes
- perfurações
- remoer em excesso a estrutura dental
- abertura pequena dificultando a ação dos instrumentos
- não remover todo o teto da câmara pulpar
- deformação do assoalho da câmara pulpar
- falta de desgaste compensatório (molares)
● a pinça serrilhada é melhor
Preparo de terço cervical:
Vantagens:
- amplia o terço cervical e médio do canal radicular
- facilita a instrumentação
- melhora a qualidade da irrigação
- melhora a percepção para o travamento do cone principal
- facilita a condensação lateral
- uma canula de irrigação nunca vai estar sendo usada sem uma cânula de aspiração
Por que a parede precisa ficar lisa?: para não ficar nada aderido, facilitar a visualização e
irrigação
Aula dia 07/03
Instrumentais e materiais de endodontia
importante: 14/03 aula teórica Bianca e 21/03 prática abertura endodôntica I e C.
- para a aula branca colocar o dente dentro da cera e fazer RX, com a vestibular para
cima com o cone do RX perpendicular.
Passos para endo: abertura; preparo químico mecânico (PQM) usando lima para raspar a
cavidade e fazer um preparo químico com hipoclorito de sódio 20%; obturação com cones
de gutapercha associado com cimento endodôntico; proteção; esvaziamento; modelagem.
- se eu não tiver um RX e for um atendimento de urgência eu devo abrir mesmo assim
o dente
- no isolamento absoluto na endo nós vamos isolar apenas depois da abertura
endodontia e isolamos apenas o dente a ser tratado
- os grampos 26 e W8A são ótimos para coroas de molares muito expulsivas
- as limas são constituídas por sérias: 15, 20, 25, 30, 35, 40. (1° série); 45, 50, 55, 60,
70, 80 (2° série); 90, 100, 110, 130, 140 (3° série)
- o intermediário sempre vai definir qual o tamanho, pois a parte ativa sempre vaiter
16mm, o que vai mudar é sempre o intermediário
- o tamanho da lima indica o seu diâmetro. Uma lima 50 vai
aula 11/04
Preparo do Canal Radicular Preparo químico-mecânico PQM
Trabalhamos com polpa viva, morta e retratamento endodôntico.
- As soluções irrigadoras fazem com que o canal seja limpo, os canais colaterais vão
conseguir descontaminar através da irrigação.
-
Preparo químico-mecânico do Canal Radicular – Técnica Escalonada com Preparo
Prévio do Terço Cervical.
● aquém: antes de chegar no vértice
● quando chega no vértice: vértice
● quando ultrapassa o vértice: além
● A modelagem é considerada uma das etapas mais importantes do tratamento
endodôntico.
● No preparo químico/mecânico, utilizando os instrumentos e produtos químicos
(hipoclorito de sódio e EDTA), será possível esvaziar, limpar, conformar e desinfetar
o canal radicular e, assim, dar condições para o canal ser obturado.
Temos os tratamentos radicais que é quando tira toras a polpa, e a conservadora é quando
mantém a polpa vital (capeamento direto, indireto com hidróxido de cálcio)
Quando é casos de polpa viva se coloca entre as sessões hidróxido de cálcio por 14 dias para
desinfectar, enquanto na viva não precisa.
Após o acesso coronário e com os instrumentos escolhidos, o preparo do canal radicular
(preparo químico mecânico – PQM) pode ser iniciado.
Terminologia:
● CAD: Comprimento aparente do dente
● Cex: Comprimento para exploração
● CRD: Comprimento real do dente
● CTM: Comprimento de trabalho para modelagem
Etapas do preparo químico-mecânico (PQM):
1. Exploração (Cex): explorar o canal radicular, se usa a lima para conhecer o canal
taticamente (saber se o canal é atrésico/fino ou não, ver se o canal tem alguma
obstrução ou curvatura)
2. Preparo do terço Cervical: com gates na cervical até o terço médio.
3. Odontometria (mensuração do dente - CRD): saber qual é o comprimento do dente
para poder fazer o PQM
4. Patência: limpar o forame pois ele não pode estar obstruido
5. Modelagem (CTM): esse é o PQM propriamente dito, é ali que vai modelar o
canal,
1. EXPLORAÇÃO DO CANAL (cateterismo):
Faz-se o reconhecimento do canal.
Verificando:
• A direção e calibre dos canais
• A presença de curvaturas
• A existência de obstruções
• A possibilidade de acesso ao terço apical
Escolha do instrumento:
• Utilização de instrumento fino
• Em canais amplos utilização de lima #15
• Em canais atresiados utilização de limas #08 ou #10.
• É necessário calcular o tamanho para o comprimento de exploração
Determinação do comprimento de trabalho para exploração (Cex)
1. Calcular o comprimento aparente do dente (CAD): medir na radiografia inicial a
distância do bordo incisal/oclusal até o vértice radicular.
cuidar que pode ter distorção, por isso usamos o CAD
Para realizar a exploração do (s) canal (is) subtrai-se 2 mm do valor do comprimento
aparente do dente (CAD). Assim,
Cex= CAD – 2mm (assim se descobre o tamanho da lima de exploração)
Calcular o comprimento aparente do dente CAD: medir a radiografia inicial a
distância do bordo incisal/oclusal até o vértice radicular.
Como no tratamento endodôntico não podemos ver o canal (com exceção do
microscópio operatório e tomografias computadorizadas cone bean), é através dos
instrumentos que poderemos senti-lo e obter as informações necessárias.
Para realizar a exploração, o instrumento escolhido deve ser pré-curvado (utilização
de uma gaze), para chegar em obstáculos de forma mais fácil, entrar com movimentos de
horário e antihorário, e sempre entrar com bastante hipoclorito para fazer desinfecção
imediata, principalmente em casos de necro, não devemos colocar a lima após a abertura pois
empurra as bactérias para o forame.
Com o instrumento escolhido e calibrado no valor do Cex e câmara pulpar cheia de
solução irrigadora (hipoclorito de sódio 2,5%), a exploração pode ser iniciada.
Utilização de movimentos oscilatórios nos sentidos horário e anti-horário
OBS: Em casos de Necropulpectomia (presença de contaminação do sistema de
canais radiculares – SCR) conforme vai penetrando o instrumento no canal por terços deve-se
ir renovando a solução irrigadora de hipoclorito de sódio 2,5% seguido da sua aspiração
(desinfecção imediata – neutralização do conteúdo do canal)
Quando o instrumento alcançar o bordo de referência ele estará penetrando no Cex –
Proceder a realização do PREPARO DO TERÇO CERVICAL.
2 PREPARO DO TERÇO CERVICAL:
Utilização dos alargadores Gates Glidden (quanto maior o número maior a
calibragem, temos de 1 a 6)
● vai cair na prova qual lima equivale a qual gates
1: 50; 2: 70; 3: 90; 4: 110;V5: 130; 6: 150.
O número de Gates para o preparo depende das características anatômicas do canal
(amplitude do canal).
- Iniciar com gates 2 sem pressão apical. Após fazer a utilização da gates 1
sem pressão apical.
- Dependendo da anatomia do canal iniciar utilizando a gates 3 e depois
seguir a sequência (gates 2, gates 1)
- OBS: Em canais curvos, o inícioda curva é o limite
Após a utilização de cada alargador deve-se realizar a Irrigação e Aspiração utilizando
solução de hipoclorito de sódio 2,5%.
OBS: em hipótese alguma trabalhar no canal seco.
Orientações:
✔ Os alargadores Gates devem entrar no canal no sentido horário (observar caneta de
baixa rotação) com suave pressão vertical e removidas ainda em movimento;
✔ Não realizar pressão lateral (risco de fratura);
✔ Em canais muito atrésicos deve-se ampliá-lo até uma lima #20 (mas tem casos que o
canal é tão fino que acaba não se usando, os professores irão irientar);
✔ Sempre utilizar os alargadores com o canal inundado de solução irrigadora
(hipoclorito de sódio 2,5%)
Vantagens:
✔ Elimina interferências sobre os instrumentos utilizado no PQM, facilitando sua ação
no terço apical;
✔ Cria áreas de escape para a solução irrigadora, permitindo uma maior circulação do
líquido (assim ela limpa por estar em circulação) e diminuindo as chances de
extravasamento da solução para os tecidos periapicais.
✔ Melhor percepção de ajuste do cone de guta percha no terço apical durante a
obturação;
✔ Cria espaço que possibilita o refluxo do cimento utilizado na obturação;
✔ Facilita o uso dos espaçadores digitais durante a obturação;
✔ Reduz o tempo para a instrumentação do canal radicular
Após o preparo do terço Cervical recolocar no canal a lima utilizada na exploração
(calibrada no Cex) e realizar um raio x Periapical – INICIAR A ODONTOMETRIA
3.ODONTOMETRIA RADIOGRÁFICA e ELETRÔNICA
Determina o comprimento real do dente (CRD)
1.1 Odontometria Radiográfica
Método de Ingle: técnica radiográfica de aproximação
(Ilson José Soares, 2011)
OBS: Quando a distância entre a ponta do instrumento e o vértice radicular for maior
que 3 mm, deve-se recalcular o Cex e fazer uma nova radiografia.
ATENÇÃO:
• Quando realizar a radiografia cuidar para não haver o deslocamento do instrumento;
• A radiografia deve ser bem feita, processada e montada na cartela e as medidas devem
ser determinadas com auxílio da régua milimetrada, à luz do negatoscópio;
1.2 Odontometria eletrônica: utilização de localizadores apicais
Em algumas situações a radiografia não é confiável, dentre elas:
1. O forame não coincide (pode não coincidir) com o vértice radicular;
2. Dilacerações apicais podem não ser visualizadas, principalmente no plano
V-L; (quando temos uma radiografia com curvatura VL não é possível
visualizar)
3. Superposição de imagens e estruturas anatômicas (molares superiores);
4. Subjetividade na interpretação radiográfica pelos profissionais.
Essas dificuldades podem ser superadas pelo uso de localizadores apicais;
Seu uso não exclui as radiografias, mas facilita a determinação do limite apical;
Os localizadores apicais determinam a localização/posição do forame apical.
Não pode ser limas muito finas, a lima precisa ficar mais justa no diâmetro inicial do
forame apical
- com a lima adequadamente posicionada e estabilizada, basta definir um ponto de
referência.
Concluída a odontometria, registrar o comprimento do dente, anotar bordo de referência e
iniciar a próxima etapa do preparo (modelagem)
4. PATÊNCIA
● Lima de patência: limpar (desobstruir) o forame apical) – lima #15 ou #20
calibrada no CRD (comprimento real do dente)
● Então se entra com uma lima fina, calibrar no CRD e entrar com irrigação para
fazer a limpeza do forame
● lima 15 (para mais volumosos até 20), se for atrésica 10
● movimentos horários e anti horários, após iniciar a modelagem
● Frequentes e profusas irrigações com hipoclorito de sódio 2,5% auxiliarão no
esvaziamento
Preparo químico-mecânico do Canal Radicular – Técnica Escalonada com Preparo
Prévio do Terço Cervical.
Continuação
Terminologias:
● CAD: Comprimento aparente do dente
● Cex: Comprimento para exploração
● CRD: Comprimento real do dente
● CTM: Comprimento de trabalho para modelagem
● LAI: lima anatômica inicial: ela fica grudada no terço apical, ela precisa ficar
justaposta para modelar
● LAF: lima anatômica final
4. PATÊNCIA
● Lima de patência: limpar (desobstruir) o forame apical – lima #15 ou #20
calibrada no CRD. Realizar a lima com movimento horário e anti-horários.
Após iniciar a modelagem
5. MODELAGEM (TÉCNICA ESCALONADA – ÁPICE/COROA)
Dar forma (ampliar o canal radicular)
Em casos de biopulpectomias: criação de condições morfológicas e dimensionais para o
canal possa ser bem obturado;
Em casos de necropulpectomias: DESINFETAR e dar forma para que o canal possa ser
obturado;
O comprimento de trabalho para modelagem (CTM) é:
CTM= CRD tanto para biopulpectomias como necropulpectomias
SELEÇÃO ADEQUADAS DOS INSTRUMENTOS:
● A escolha do tipo de instrumento e do número do primeiro deles a serem utilizados é
essencial para começar a modelagem e isso vai depender das características
morfológicas do canal;
● Canais retos pode-se utilizar limas K-file, porém canais curvos optar por limas
flexofile ou de NiTi;
● O primeiro instrumento será aquele que ficar justaposto as paredes do canal no terço
apical;
● Começar testando pelo instrumento # 15;
● O instrumento que ficar justaposto ao canal no terço apical será o primeiro
instrumento para começar a modelagem: LIMA ANATÔMICA INICIAL (LAI).
Também chamado de apenas lima anatômica.
● ATENÇÃO:
o Cursores devem ter diâmetros adequados;
o Cursores devem ficar perpendiculares a haste do instrumento;
o Usar tantos cursores quantos forem necessários;
PRIMEIRA ETAPA DO PREPARO DO CANAL RADICULAR
1. Lima anatômica inicial calibrada (LAI) no CTM (utilizar movimentos horário e
anti-horários que não devem exceder 60 graus. Pode-se optar por movimentos de
limagem, cuidando para atingir igualmente todas as paredes laterais)
1.1: no terço apical deve-se preconizar movimentos horário e anti-horário
(movimento alternado a direita), pois mantém a forma original do canal.
- canais curvos, o modo mais adequado é o do alargamento, pois mantém a forma
original, não provocando desvios.
1.2 Sempre utilizar movimentos de baixa frequência e baixa amplitude.
2. Utilização da lima anatômica inicial mais três instrumentos. A cada instrumento
utilizado a solução irrigadora (a ponta de irrigação deve estar calibrada 3 mm a
menos do valor do CTM) deve ser aspirada e renovada. NUNCA se deve trabalhar
no canal sem solução irrigadora.
3. Após o instrumento ter sido utilizado deve-se limpá-lo com uma gaze e avaliado
(observar possíveis deformações da lima).
4. Cada instrumento deve ser utilizado até sentir liberdade no interior do canal;
5. O último instrumento usado nesta primeira etapa chama-se lima anatômica final –
LAF (LAF= LAI + 3 instumentos). Também chamado de instrumento memória.
SEGUNDA ETAPA DO PREPARO DO CANAL RADICULAR (escalonamento)
atenção: cursores devem ter diâmetros adequados; cursores devem ficar perpendiculares a
haste do instrumento; usar tantos cursores quantos forem necessários.
1. Os instrumentos utilizados nesta fase deverão estar calibrados de modo que cada um
deles seja 1 mm mais curto que o seu sucessor;
2. Após cada instrumento da segunda etapa (fase) renovar a solução irrigadora
(aspiração e irrigação) e voltar a realizar a patência com lima #15 ou #20 calibradas
no CTM.
Obs: limpeza do canal pelo preparo está adequado?: raspa de dentina limpas; solução
irrigadora límpida; paredes dentinárias lisas
APÓS O PREPARO DO CANAL RADICULAR
• Utilização da Easy Clean (30/03) no movimento de rotação (micromotor com contra
ângulo) e calibrada no CTM – 1mm. Objetivo: agitar a solução irrigadora para
potencializá-la, assim ela chega aos canalíticos e por rotacionar ela esquenta e remove
de maneira mais eficiente a matéria orgânica.
• Canal repleto de solução irrigadora (hipoclorito de sódio 2,5%)
• Agitação de 20 segundos em 3 ciclos em cada canal.
• Aspiração do hipoclorito de sódio com cânula.
• Utilização de EDTA 17 % por 3 min (agitação com Easy Clean calibrada no CTM –
1mm)
• Nova irrigação com Hipoclorito de sódio 2,5%
• Aspiraçãoda solução
• Secagem do canal com cones de papel estéril no CTM de acordo com a LAF.
• Medicação intracanal (pasta de hidróxido de cálcio) quando necessário. Caso não seja,
realizar a obturação do canal (polpa viva).
• Bolinha de algodão estéril (para não colocar ionômero de vidro direto na câmara
pulpar (isso para acessar novamente em outro momento)
• Restauração Provisória
Atividade:
Modelagem técnica escalonada
- dente 45
- cad: 20 mm
- Distância da ponta do instrumento ao extremo radicular: 1,5 mm
- LAI: #35 FF
- Cúspide: Vestibular

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