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31622867_FARMACOLOGIA_DOS_CORTICOIDES

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CORTICÓIDES 
 
Nós produzimos corticóide 
Os produtos da secreção do ​córtex adrenal​ humano são hormônios esteróides chamados “corticoesteróides”, 
e incluem: 
● Cortisol (análogo estrutural da hidrocortisona): tem ação glicocorticóide 
● Androgênios 
● Aldosterona: aumenta a retenção de sódio. Estimulada por angiotensina 2. Interfere no mecanismo 
mineralocorticoide. 
 
O córtex da adrenal produz testosterona. 
Cortisol interfere fortemente no metabolismo do ponto de vista hormonal. 
 
Efeitos Fisiológicos dos Corticosteróides 
Tipo de Hormônio Tipo do Efeito Descrição do Efeito 
Cortisol 
(Hidrocortisona) Glicocorticóide 
Aumento nos níveis plasmáticos de glicose, proteínas e ácidos 
graxos 
Aldosterona 
Mineralocorticóid
e 
Retenção de sódio e líquidos e eliminação de potássio (organismo 
faz isso para compensar)* 
Androgênios Virilizante 
Desenvolvimento e manutenção das características sexuais 
masculinas 
Poupadores de potássio.* 
Leva a hiperglicemia – vai aumentar os níveis glicêmicos: ele cataboliza o conteúdo proteico. 
 
Além das funções fisiológicas, tem ação 
antiinflamatória, ação antialérgica e 
imunossupressora. Ou seja, nos utilizamos os 
glicocorticoides farmacologicamente por conta 
dessas 3 ações. 
 
Fisiologicamente uso o anti-inflamatório e 
antiinflamatóriopara minimizar os danos. 
Imunossupressora: para evitar doenças 
autoimunes. 
 
Hormônios esteroidais derivados do colesterol. 
Corticóide = ciclo circadiano = atividades. É 
bom. Mas é ruim pra diabético!!! → ele pode 
descompensar → porque mexe com o 
metabolista de carboidratos. 
 
 
 
 
 
 
*******COMO OCORRE A REGULAÇÃO 
Controle neuronal do cortisol: 
Hipotálamo​ (glândula superior) libera ​CRH​ (hormônio liberador 
de corticotrofina) → estimula a ​hipófise​ a liberar o ​ACTH 
(hormônio adrenocorticotrófico – tem tropismo pelo córtex 
adrenal). 
O ACTH estimula o ​córtex adrenal​ a produzir ​cortisol​. 
O cortisol aumentado vai fazer um ​feedback negativo​ tanto sobre 
a hipófise quanto no hipotálamo na liberação do CRH. 
Isso regula o nível de corticoide que nós temos fisiologicamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando faz uso do corticóide endovenoso ou via oral → eleva o cortisol e faz uma ​inibição na síntese 
endógena (para de produzir endogenamente) dos corticóides. Enquanto estiver tomando vai manter 
constante - o eixo esta inibido e vai exercer todas as ações fisiológicas e farmacológicas (mexe com 
carboidrato, proteína, lipídeos, ação antiinflamatória, ação antialérgica e ação imunossupressora) – tem 
efeitos desejados e muitos efeitos indesejados. Depois de um tempo para de tomar, começa a ser 
metabolizado e ​vai desinibir o córtex adrenal​. Quando desinibe começa a produzir muito. Por isso essa droga 
deve ser feita com ​***ESQUEMA DE RETIRADA / DESMAME​. ​Maior dose = maior o tempo de desmame. 
Não pode suprimir de uma vez, pois se fizer isso vai ter um aumento da produção endógena de cortisol e vai 
ter a manutenção dos efeitos indesejados. A atrofia do córtex é reversível. 
 
RITMO CIRCADIANO​ se secreção de cortisol ao longo do dia em indivíduos normais: 
Cortisol é um hormônio que fisiologicamente é produzido e ​o pico máximo de secreção esta por volta de 
oito horas da manha. Por quê? Somos mamíferos diurnos e depois das 18 horas tende a cair/diminuir e as 
ações sobre o metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas estaria relacionada com a ativação da 
atividade do mamífero diurno. 
*se for pedir cortisol em rato tem que ser depois das 18:00 
 
 
 
 
 
 
1 - MINERALOCORTICÓIDES: 
Praticamente não tem atividade glicocorticóide. 
A aldosterona não se mete com cortisol (não tem atividade dele – antiinflamatória, antialérgica, 
imunossupressora, tem apenas a retenção de sódio), mas o cortisol se mete no trabalho da aldosterona (tem 
a ação do mineralocorticóide). 
● O glicocorticoide tem atividade mineralocorticoide, enquanto o mineralocorticoide não tem atividade 
glicocorticoide. = retenção de líquido é um exemplo dessa ação. 
 
2 – GLICOCORTICÓIDES = CORTICOSTEROIDES 
 
Principal efeito indesejado do cortisol: EDEMA (retenção de líquido): ocorre pois ele retém liquido devido à 
atividade mineralocorticóide. 
Apresentam graus variados de atividade mineralocorticóde. 
Hidrocortisona 
Prednisolona (80%<) 
Betametasona (isenta de atividade de mineralocorticoide) 
 
FARMACOCINÉTICA 
● Bem absorvidos por via oral 
● Transportado por globulina fixadora do cortisol (CBG) ou transcortina → É fisiologicamente produzido 
então tem um próprio sistema transportador 
● Apenas 5% é transportado pela albumina. Por quê? Se ele é insolúvel, ele tem que se ligar a alguém 
● 6% do cortisol circulante apresenta-se sob a forma livre. Vantagem de ser ligado = não vai ser 
excretado tão rápido, mas o início da ação é maior. 
● Metabolizados nas células dos tecidos-alvo ou inflamados (destruídos), principalmente no fígado e em 
um curto período de tempo (dentro de 1 ou 2 horas) 
 
Para os derivados sintéticos: 
Variáveis Prednisona Betametasona 
Pico Plasmático 60 - 180 minutos 10 - 30 minutos (EV) 
½ Vida Eliminação 9 horas 5 horas 
Ligação Proteica 70% 64% 
 
MECANISMO DE AÇÃO FARMACOLÓGICO DOS CORTICÓIDES 
 
Dentro da célula/ do tecido alvo: 
Passa a membrana biológica (passa com facilidade, pois é 
derivado do colesterol e tem natureza ​lipofílica​) → 
transporte no citoplasma → se liga a receptores existentes 
dentro do núcleo da célula (são ​receptores 
intranucleares​) → ​transcreve genes​ levando a uma ​alteração na síntese proteica​. 
O mecanismo de ação é nuclear. 
Altera a Síntese protéica → no músculo diminui (atrofia muscular) e no fígado aumenta. ​Aumenta síntese de 
triglicérides = ganha adipócito. 
 
CORTICÓIDE E RESPOSTA INFLAMATÓRIA 
● Estabiliza a membrana do lisossomo (impede que o lisossomo se rompa liberando suas enzimas – 
bloqueia a autólise da célula inflamada) 
● Inibição da formação das cininas = citocinas = como a bradicinina. 
● Bloqueio da via do ácido aracdônico​. 
****** 2 AÇÕES: 
1 ​Age bloqueando a cox 2 genomicamente​ – bloqueia o gene que codifica a síntese da cox 2; 
2 ​aumenta a síntese da lipocortina 1​ – que inibe a fosfolipase a2 
● Inibem a proliferação de fibroblastos que diminuem a produção do colágeno. Se tomar corticóide a 
pele fica flácida – pergaminácea. Depende se é bom ou ruim = importante em artrite reumatóide. 
Interfere em processos de cicatrização = bom pra usar em quelóide. 
● Diminui interfeton gama, CSF (fator estimulador de colônias = substância leucogênica = estimula 
produção de granulócitos e mastócitos → leucócitos → células brancas) GM (que estimula a medula 
vermelha a produzir leucócitos), interleucina (IL1 IL2, IL3, IL6) e TNFalfa → tem ação 
imunossupressora. 
 
Ele interfere na cox 1? 
Não, porque não ocorre 100% do bloqueio de fosfolipase a2. 
A fosfolipase a2 que não está bloqueada produz um pouquinho de ácido aracdônico e ele sobra para a cox 1 
(se transformando em PgE1 e PgE2) pois a cox 2 está bloqueada. 
Como tem o duplo bloqueio do outro lado, vai para a Cox 1. 
O corticoide não age diretamente na síntese da PgE1 e PgE2, ou seja, não traz ação direta sobre o 
muco protetor gástrico e nem sobre o fluxo sanguíneo renal. (porém aumenta a secreção de gastrina 
que estimula a secreção do suco gástrico) = NÃO TIRA A PROTEÇÃO MAS AUMENTA A SECREÇÃO = 
NÃO PREJUDICA TANTO QUANTO TIRAR A PROTEÇÃO, ENTÃO é ok. PROVAAAA 
 
MECANISMO INFLAMATÓRIO E INFLAMATÓRIO ALÉRGICO: 
 
 
 
AÇÕESSOBRE OS SISTEMAS ORGÂNICOS 
 
1 – SISTEMA ENDÓCRIO-METABÓLICO: 
● Efeito hiperglicemiante, devido à redução da utilização da glicose pelas células, levando a intolerância 
à glicose (resistência periférica a insulina) e à estimulação da gliconeogênese (fígado). 
Impede a entrada da glicose na célula e ainda estimula a gliconeogenase (a síntese de glicose pelo fígado) 
● Redução do conteúdo proteico celular (exceto a nível hepático onde ocorre um aumento da síntese 
proteica) através de síntese diminuída e carboidrato aumentado. 
● Diminui massa magra – diminui produção de proteínas 
● Mobilização de ácidos graxos, aumentando sua concentração a nível plasmático → Aumento dos 
ácidos graxos livres na corrente sanguínea (não fica por muito tempo livre na corrente sanguínea, pois 
forma triglicérides, que fica circulando ou se deposita no abdome) 
● Aumento do apetite 
● Inibe a secreção do hormônio de crescimento (GH). Criança que usa muito corticoide por problema 
alérgico, reumático ou autoimune, tem déficit na secreção de GH, ou seja, déficit no crescimento. 
 
2 - SISTEMA CARDIOVASCULAR 
● Sensibiliza os vasos sanguíneos para a ação vasoconstritora das catecolaminas e da angiotensina → 
Ele potencializa a ação vasoconstritora → leva a um aumento da pressão. Corticóide aumenta 
sensibilidade dos receptores alfa à ação das catecolaminas. CONTRA-INDICADO PARA 
HIPERTENSOS. 
● Aumento nos níveis pressóricos de característica predominantemente volume-dependente por uma 
serie de efeitos. Como retém sódio e retém água (ação mineralocorticoide), ele aumenta volume = 
aumenta ainda mais a resistência. 
● Aumenta a pressão do paciente 
● Tem que tomar cuidando quando prescrever corticoide para pacientes diabéticos e hipertensos. 
 
3 - SISTEMA MUSCULAR ESQUELÉTICO: 
● Efeito catabólico muscular, devido à redução das reservas de proteínas = atrofia muscular. 
 
4 - SISTEMA ÓSSEO 
● Promoção de redução da massa óssea, por inibição da atividade osteoblástica, catabolismo da matriz 
proteica dos ossos e pela redução da reabsorção de cálcio. CONTRA INDICADO COM HISTÓRICO 
DE OSTEOPOROSE. REDUZ MUITO A MASSA ÓSSEA. 
Modelo experimental em ratos: tira os ovários de uma ratinha e administra corticoide com ela = dá 
osteoporose. 
 
5 - SISTEMA GASTROINTESTINAL: 
● Redução da absorção de cálcio pelo trato gastrintestinal. 
● Aumento da absorção de sódio pelo intestino (mineralocorticoide) 
● Estímulo de ácido clorídrico pelas células parietais. Não mexe com a proteção, mas aumenta a 
produção de ácido. Menos provável que tenha um problema gástrico. 
 
 
 
6 - SISTEMA HEMATOPOIETICO E LINFÁTICO: 
● Efeito trófico dos eritrócitos na medula óssea = aumento na produção de hemácias. 
● Aumento no número dos neutrófilos circulantes e uma redução na contagem de eosinófilos, monócitos 
e basófilos = estimula CSF. 
● Redução na contagem de linfócitos periféricos. 
 
7 – SISTEMA NERVOSO: 
● Aumento da excitabilidade do córtex cerebral = sensibiliza catecolaminas. Ruim para quem tem 
epilepsia. 
Isso pode aumentar o risco de convulsão 
● Ação sobre os mecanismos da dor e do vômito (de forma não totalmente esclarecida) = zona de 
disparo do vômito = receptores dopaminérgicos = anti emética. 
Ação sobre o mecanismo da dor (inibição da prostaglandina) e do vômito (dopaminérgico) 
 
INDICAÇÕES CLÍNICAS PRINCIPAIS E MAIS COMUNS DE USO DOS CORTICOSTERÓIDES 
 
• REUMATOLOGIA: artrite reumatóide, lupus eritematoso sistêmico, doença reumática, vasculites, 
polimiosite, esclerodermia 
• NEUROLOGIA: esclerose múltipla, edema cerebral, miastenia gravis, convulsão, tumor cerebral ou 
metastático, neurite 
• PNEUMOLOGIA: asma, bronquite, bronquiolite, aspergilose pulmonar, hemossiderose, sarcoidose 
• ALERGIA – IMUNOLOGIA: rinite, anafilaxia, urticária, dermatites, edema angioneurótico, reações 
medicamentosas, picada de insetos 
• 
ENDOCRINOLOGIA: insuficiência adrenal = produz pouco cortisol daí suplementa, hiperplasia adrenal 
congênita = daí bloqueia, crise tireotóxica, tireoidite subaguda, hipoglicemias, hipercalcemias = porque 
diminui reabsorção de cálcio. Nas hipercalemias = aumenta excreção de potássio. 
• ONCOLOGIA: linfomas, leucemias 
• HEMATOLOGIA: púrpura trombocitopênica idiopática, anemia hemolítica auto-imune, anemia 
aplástica, trombocitopenia, reações transfusionais 
• GASTROENTEROLOGIA: doença de Crohn, retocolite ulcerativa, hepatite crônica, necrose hepática 
subaguda, hepatite alcoólica 
• INFECTOLOGIA: meningite bacteriana, tuberculose. 
• NEFROLOGIA: síndrome nefrótica, nefrite 
• CARDIOVASCULAR: cardite reumática, miocardite, pericardite, choque hemodinâmico, choque 
endotóxico, arterite temporal 
• DERMATOLOGIA: eczema, dermatite, neurodermite, pênfigo. 
• OFTALMOLOGIA: conjuntivite = não pode ser bacteriana = porque pode facilitar uma infecção 
secundária, uveíte, discinesia ocular, endoftalmite, ceratite, úlcera marginal, coroidite, oftalmia, retinite. 
• OTORRINOLARINGOLOGIA: rinite, otite, sinusite, epiglotite, laringite, estenose traqueal, polipose 
• ORTOPEDIA: bursite, sinovite, tendinite, osteoartrite, osteoartrose. 
 
 
● TRANSPLANTE: ação imunossupressora. (os outros imunossupressores usados têm mais efeitos 
indesejados que o corticoide) 
● GINECOLOGIA-OBSTETRÍCIA: Prevenção da síndrome da angustia respiratório ​→ mulher com risco 
de prematuridade, se tratar com corticoide diminui o problema respiratória no bebê – estimula via 
transplacentária a maturação da respiração no feto. O último sistema a ser maturado no feto é a 
respiração, pois não tem função dentro do útero. 
 
 
****TABELA DE EQUIVALÊNCIA DOS GLICOCORTICÓIDES 
 
Duração da Ação 
Terapêutica 
Fármaco 
Potência 
Anti-inflamat
ória 
Relativa(*) 
Dose 
Equivalente 
(mg) 
Retenção 
Relativa de 
Sódio(+) 
Meia-vida 
Plasmátic
a 
(minutos) 
Meia-vida 
Biológica 
(horas) 
CURTA 
Hidrocortisona 
(cortisol) 
1 20 1 90 8 -12 
CURTA Cortisona 0,8 25 0,8 30 8 -12 
INTERMEDIÁRI
A 
Prednisona 4 5 0,8 60 12 - 36 
INTERMEDIÁRI
A 
Prednisolona 4 5 0,8 200 12 - 36 
INTERMEDIÁRI
A 
Metilprednisolon
a 
5 4 0,5 180 12 - 36 
INTERMEDIÁRI
A 
Triamcinolona 5 4 0 300 12 - 36 
PROLONGADA Betametasona 20 - 30 0,75 0 100 - 300 24 - 72 
PROLONGADA Dexametasona 20 - 30 0,75 0 100 - 300 24 - 72 
 
******ESQUEMA DE RETIRADA: 
 
DOSE 
CURTO 
Até 2 semanas 
INTERMEDIÁRIO 
Entre 2 semanas e 2 meses 
LONGO (CRÔNICO) 
Mais de 2 meses 
ALTA 
40-100 mg 
• Reduzir 1/2 da dose a 
cada 3-4 dias 
• Reduzir 1/3 da dose 
cada semana 
• Usar apenas uma 
dose matinal 
• Tentar dias 
alternados após 1 
mês 
• Reduzir 1/5 da dose 
cada 2 semanas 
• Usar apenas uma 
dose matinal 
• Tentar dias 
alternados após 2 
meses 
MÉDIA 
15-40 mg 
• Não há necessidade 
de redução gradual: 
pode ser abrupta 
• Reduzir 1/3 da dose 
cada semana 
• Usar apenas uma 
dose matinal o 
• Tentar dias 
alternados após 1 
mês 
• Reduzir 1/4 da dose 
cada 2 semanas 
• Usar apenas uma 
dose matinal 
BAIXA 
5-15 mg 
• Não há necessidade 
de redução gradual: 
pode ser abrupta 
• Reduzir 1/3 da dose 
cada 3-4 dias 
• Usar apenas uma 
dose matinal 
• Reduzir 1/3 da dose 
cada semana 
• Usar apenas uma 
dose matinal 
• Tentar dias 
alternados após 1 
mês 
DOSE BAIXA: 
Se a dose é baixa por um curto período de tempo (até 2 semanas) → não ha necessidade da redução 
gradual. 
Se for entre 2 semanas a 2 meses → usa a matinal para mimetizar a ação fisiológica 
 
Quanto maior a dose e maior o tempo mais lentamente vai fazer o esquema de retirada. 
 
****QUALA FINALIDADE DO ESQUEMA DE RETIRADA? 
Impedir uma hipersecreção endógena (para evitar um quadro de Síndrome de Cushing) 
 
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
Apesar de não ser transportado pela albumina, as interações são de maioria farmacodinâmicas. 
 
● Fenitoína, carbamazepina (anticonvulsivantes) e rifampicina (antibiótico utilizado em TB) – aumento do 
metabolismo hepático, pois tem efeito indutivo positivo e diminui o efeito farmacológico; 
● Antiácidos – diminui a biodisponibilidade → altera absorção 
● Insulina - corticoide aumenta muito a taxa de glicose 
● Digitálicos​ - Aumenta a retenção de sódio e o organismo elimina potássio para compensar →como 
elimina o potássio aumenta o efeito 
● AINEs ​– O AINE inibe a proteção e o corticoide aumenta a secreção gástrica 
● Diuréticos depletadores de potássio (furozemida, tiazidicos, de alça) 
E o ​poupador de potássio​? O problema é que a potência diurética dele é baixa. Se você já tem que usar um 
tiazídicos ou furozemida já está muito avançado e o poupador serve para associar. 
 
Fármaco Interação Consequência 
Fenitoína, 
carbamazepina, rifampicina 
↑ metabolismo hepático dos 
glicocorticóides 
↓ o efeito farmacológico glicocorticóide 
Antiácidos 
↓ biodisponibilidade dos 
glicocorticóides 
Efeito farmacológico reduzido 
Insulina, hipoglicemiantes orais, 
anti-hipertensivos, medicações 
para glaucoma, hipnóticos, 
antidepressivos 
Têm suas necessidades 
aumentadas pelos 
glicocorticóides 
Alterações relacionadas com o nível 
glicêmico, pressão arterial, pressão 
intraocular, entre outros 
Digitálicos (na hipocalemia) 
Glicocorticóides podem facilitar a 
toxicidade associada à 
hipocalemia 
Pode haver acentuação da toxicidade 
digital devido à alteração eletrolítica 
Estrogênios e contraceptivos 
Aumentam a meia-vida dos 
corticosteróides 
Efeito farmacológico realçado 
Antiinflamatórios não 
esteróides(AINEs) 
Aumento da incidência de 
alterações gastrintestinais 
Aumento da incidência de úlcera 
gastrintestinal 
Diuréticos depletadores de 
potássio 
Acentuação da hipocalemia 
Repercussão clínica devido à 
hipocalemia 
 
 
PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS DA CORTICOTERAPIA: 
 
● Supressão da resposta à infecção ou lesão → O individuo que faz uso de corticoide fica mais 
susceptível à infecções 
● Supressão da capacidade do paciente de sintetizar corticoesteróides → inibe o eixo hipotálamo- 
hipófise- adrenal 
● Efeitos metabólicos: síndrome de cushing iatronênica) 
Diferente da doença de Cushing 
 
o Fácies pletórica e em “lua-cheia” 
o Obesidade predominantemente central ou troncular 
o Presença de giba dorsal (“corcunda de búfalo”) - deposito de gordura na “corcunda” 
o Deposição de gordura na fossa supra-clavicular 
o Estrias cutâneas purpúreas ou vinhosas acometendo regiões de maior tensão (como porção 
inferior do abdome, mamas, nádegas, raiz das coxas e dos braços) 
o Fragilidade vascular resultando em hematomas e equimoses 
o Pele fina e frágil (dita “pergaminácea”) 
o Miopatia principalmente proximal (cinturas pélvica e escapular) 
o Atrofia muscular com fraqueza e cansaço 
o Redução da tolerância à glicose e diabetes mellitus manifesto 
o Hipertensão arterial 
o Osteoporose e fraturas ósseas 
o Interrupção do crescimento em crianças 
o Maior suscetibilidade a infecções 
o Diminuição da libido e impotência 
o Irregularidade menstrual 
o Alterações psiquiátricas, etc.

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