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Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 11 Aula 01 DEFININDO A AUDITORIA AUDITORIA Depois de estudar os conceitos desta aula você conseguirá definir o que é auditoria, seus objetivos e sua evolução histórica dentro e fora do Brasil. DEFININDO AUDITORIA Segundo Silvio Aparecido Crepaldi (2000), Hilário Franco e Ernesto Marra (1992), a auditoria é definida como uma especialização contábil, voltada a testar a eficiência e a Aula resumida dos livros “Auditoria Contábil”, de Silvio Aparecido Crepaudi, “Auditoria” de William Attie, “Auditoria Governamental”, de Flávio da Cruz, “Auditoria Contábil”, de Hilário Franco e Ernesto Marra e “Curso de Auditoria”, de Antonio Lopes de Sá. 12 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN eficácia do controle patrimonial. A auditoria compreende o exame de documentos, livros, registros e obtenção de informações e confirmações de caráter interno e externo, relacionados com o patrimônio, com o objetivo de refletir e exatidão desses registros. O Patrimônio, que pode pertencer a uma empresa ou Entidade, define-se como o conjunto de bens, direitos e obrigações, ou ainda: a auditoria contábil é um conjunto de atividades técnicas e de procedimentos, exercidas de forma sistematizada numa entidade, compreendendo a avaliação e exame dos procedimentos e das operações praticadas, com vistas a apurar a exatidão dos registros contábeis e a realidade das operações, e sobre estes emitir uma opinião. De forma bastante simples, pode-se definir auditoria como levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade. A auditoria procura examinar se as demonstrações e os respectivos registros contábeis são verdadeiros, se representam realmente as situações patrimoniais de uma empresa. Verifica a autenticidade dos fatos contábeis por meio da análise detalhada dos documentos comprobatórios. Pode, assim, expressar uma real, fundamentada e verídica opinião da situação patrimonial de tal empresa. Através desses procedimentos podem-se controlar as áreas arteriais1 da empresa, evitando assim possíveis irregularidades. Para William Attie (1998), a Auditoria é uma especialização contábil, com a finalidade de testar a eficiência e a eficácia das demonstrações, implantada com o objetivo de expressar uma opinião sobre um determinado dado. O exame da auditoria engloba a verificação documental, os livros e registros com características controladoras, a obtenção de evidências de informações de caráter interno ou externo que se relacionam com o controle de patrimônio e a exatidão dos registros e as demonstrações deles decorrentes. O exame de auditoria deve ser efetuado de acordo com as normas usuais de auditoria, inclusive quanto às provas nos registros contábeis e aos procedimentos de auditoria julgados necessários. O TERMO AUDITOR O termo “auditor” possui várias configurações, e a que mais se aproxima da realidade contábil, é a citada por Attie (1998): A origem do termo auditor em português, muito embora perfeitamente representado pela origem latina (aquele que ouve o ouvinte), na realidade provém de palavra de origem inglesa to audit (examinar, ajustar, corrigir, certificar). Segundo se tem notícias, a atividade de auditoria é originária da Inglaterra que, como dominadora dos mares e do 1 De suma importância na empresa, o centro de controle das informações. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 13 comércio em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de investimentos em diversos locais e países e, por conseqüência, o exame dos investimentos mantidos naqueles locais. (1998: 27) O termo auditor não é exclusivo do ramo contábil, existindo a mesma nomenclatura em outras diferentes atividades, porém exercidas com objetivo similares. O TRABALHO DA AUDITORIA O trabalho do auditor pode ser importante arma na luta contra a corrupção nas organizações. (Aderbal Nicolas Muller) Inúmeras vezes, o trabalho do auditor é percebido como mera avaliação das atividades do Departamento de Contabilidade de uma organização. Com a chegada do auditor, os funcionários, normalmente, se sentem vigiados e ficam intranqüilos. O trabalho de auditoria, ainda que em algumas situações especiais necessite fazer fiscalizações rigorosas, não tem como objetivo policiar profissionais ou suas atividades. Para Crepaudi (2000), a auditoria deve ser compreendida como um conjunto de ações de assessoramento e consultoria. A verificação de procedimentos e a validação dos controles internos, utilizados pela organização, permitem ao profissional auditor emitir uma opinião de aconselhamento à direção, garantindo precisão e segurança na tomada de decisão. Muitas vezes o trabalho é executado com a finalidade de atender a interesses de acionistas, investidores, financiadores e do próprio Estado, ou para cumprir normas legais que regulam o mercado acionário. É comum, ao término de uma auditoria, a emissão de um documento formal, conhecido como Parecer da Auditoria, que serve para publicação junto às Demonstrações Financeiras ou Contábeis, no encerramento de um período ou do exercício social, por força de exigência da legislação. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é a entidade regulamentadora da profissão e do exercício profissional, sendo a responsável pela fiscalização do segmento. Para saber mais sobre a Comissão de Valores Mobiliários (C.V.M), visite o site: http:/ /www.cvm.gov.br. OBJETIVO O principal objetivo da Auditoria Contábil consiste em verificar se as demonstrações contábeis refletem adequadamente a situação patrimonial, financeira e econômica das empresas. 14 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN Para alcançar o objetivo acima, o auditor necessita planejar adequadamente seu trabalho, avaliar o sistema de controle interno relacionado com a parte contábil e proceder à revisão analítica das contas do ativo, passivo, despesas e receita, a fim de estabelecer natureza, datas e extensão dos procedimentos de auditoria, e colher as evidências comprobatórias das informações contábeis espelhadas nas demonstrações para, a partir da avaliação das mesmas, emitir parecer. Para Crepaudi (2000), o objetivo do exame das demonstrações financeiras é, justamente, expressar uma opinião sobre a propriedade das mesmas e assegurar que elas representem adequadamente a posição patrimonial e financeira, o resultado de suas operações e as origens e aplicações de recursos correspondentes aos períodos em exame, de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, aplicados com uniformidade durante os períodos. Dessa forma, o objetivo principal da auditoria pode ser descrito, em linhas gerais, como o processo pelo qual o auditor se certifica da veracidade das demonstrações financeiras preparadas pela companhia auditada. Em seu exame, o auditor, por um lado, utiliza os critérios e procedimentos que lhe traduzem provas que assegurem a efetividade dos valores apostos nas demonstrações financeiras e, por outro lado, cerca-se dos procedimentos que lhe permitem assegurar a inexistência de valores ou fatos não constantes das demonstrações financeiras que sejam necessários para o seu bom entendimento. EVOLUÇÃO HISTÓRICA Conforme Attie (1998), o surgimento da auditoria está embasado na necessidade de confirmação, por parte dos investidores e proprietários, quanto à realidade econômico– financeira espalhada no patrimônio das empresas investidas e, principalmente, em virtude do aparecimento de grandes empresas de todas as partes do mundo distribuídas, e simultaneamente ao desenvolvimento econômico que propiciou participação acionária na formação do capital de muitas empresas. A contabilidade foi a primeira disciplina a se desenvolver, para auxiliar e informar o administrador, sendo ela a formadora de uma especialização denominada auditoria, destinada a ser usada como uma ferramenta de confirmação da própria contabilidade. Segundo Attie (1998): Em essência, a causa daevolução da auditoria, que é decorrente da evolução da contabilidade, foi a do desenvolvimento econômico dos países, síntese de crescimento das empresas e da expansão das atividades produtoras, gerando crescente complexidade na administração dos negócios e de práticas financeiras como uma força motriz para o desenvolvimento da economia do mercado. (1998: 27). Segundo Sá (1998), a auditoria é uma prática antiga, utilizada pela humanidade há Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 15 mais de 4.500 anos antes de Cristo. Ressalta ainda que o império Romano, pela sua extensão e complexidade, utilizava-se das práticas de auditoria, existindo relatos da utilização dessa técnica nas províncias romanas. Embora, cronologicamente, haja indícios da existência da profissão desde os tempos mais remotos, a auditoria é uma função nova que vem se expandindo rapidamente em diferentes níveis de especialização. Como a auditoria é proveniente da própria contabilidade, é justo que se indique o conjunto de dados históricos que permita comparabilidade entre as duas atividades. 16 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN A evolução da Contabilidade, no sentido de se tornar um elemento informativo, dinâmico e de apoio aos administradores em geral, assumiu características modernas com usos de equipamentos que permitem, inclusive, a contabilização de transações real – time, com os benefícios ainda de servir de alerta à obediência e controle de transações e de segmento às determinações fiscais e legais. EVOLUÇÃO DA AUDITORIA NO BRASIL Para Crepaudi (2000) e Attie (1998), a evolução da auditoria no Brasil está primeiramente relacionada com a instalação de diversas empresas internacionais no país e também de empresas de auditoria, uma vez que investimentos também internacionais foram aqui implantados, e compulsoriamente haveriam de ter suas demonstrações financeiras auditadas. As principais influências que possibilitaram o desenvolvimento da auditoria no Brasil, segundo Attie (1998), foram: a) Filiais e subsidiárias de instituições financeiras; b) Financiamento de empresas brasileiras através de entidades internacionais; c) Crescimento das empresas brasileiras e necessidade de descentralização e diversificação de suas atividades econômicas; d) Evolução do mercado de capitais; e) Criação das normas de auditoria promulgadas pelo Banco Central do Brasil em 1972; e, f) Criação da Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades Anônimas em 1976. A Lei nº. 6.385, de sete de dezembro de 1976, criou a Comissão de Valores Mobiliários que estabeleceu a disciplina e fiscalização para a atividade de auditoria das companhias no País, dando a referida Comissão, a atribuição de examinar, de acordo com seu critério, os registros contábeis, livros ou documentos dos auditores. Segundo Attie (1998) na referida lei, somente as empresas de auditoria contábil ou os auditores contábeis, registrados na Comissão de Valores Mobiliários, poderão auditar as demonstrações financeiras das companhias, instituições, sociedade ou empresas que integram o sistema de distribuição de intermediação de valores mobiliários. Algumas empresas são auditadas, geralmente, a pedido de seus acionistas, proprietários ou por acordos firmados com terceiros como financiadores, fornecedores etc. O exercício da auditoria, nesse curto espaço de tempo, ainda não é aplicável à totalidade das empresas, e há, ainda, todo um mercado a ser desenvolvido. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 17 O QUE PODEMOS DIZER A auditoria faz parte das atividades normais da Administração, sendo o ápice da pirâmide do sistema de controle, subordina-se ao titular do órgão ou da entidade, tendo como função acompanhar a execução dos atos, indicando, em caráter opinativo, preventivo ou corretivo, as ações a serem desempenhadas com vistas a atender o controle da execução orçamentária, financeira, contábil e patrimonial, bem como os controles administrativos de um modo geral. A auditoria, uma vez que a mesma supervisiona, normatiza, fiscaliza e avalia o grau de confiabilidade dos controles internos, buscando garantir a eficiência e eficácia dos mesmos, sem com eles se confundir. É uma parte especializada da auditoria que se dedica à fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e das entidades de administração, quanto à legalidade, à legitimidade, à economicidade, bem como à fiscalização dos recursos disponibilizados. Tomamos conhecimento que hoje a auditoria se faz uma atividade de suma necessidade nos órgãos públicos e privados, tornando visível e confiável as demonstrações financeiras, e passando a realidade em que está vivendo a entidade assim auditada. ATIVIDADE As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual - Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor. 18 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 19 Aula 02 A AUDITORIA Depois de estudar os conceitos desta aula você conseguirá definir quais as atitudes e os fundamentos da auditoria. AUDITORIA Segundo Attie (1998), a auditoria das demonstrações financeiras tem o objetivo de fazer verdadeiras as informações contidas nessas afirmações. Assim, é evidente que todos os itens, formas e métodos que as influenciam também serão examinados. O exame de auditoria engloba a verificação documental; os livros e registros com características controladoras; a Aula resumida dos livros “Auditoria Contábil”, de Silvio Aparecido Crepaudi, “Auditoria”, de William Attie e “Auditoria Contábil”, de Hilário Franco e Ernesto Marra. 20 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN obtenção de evidências de informações de caráter interno ou externo que se relacionam com o controle do patrimônio; a exatidão dos registros e as demonstrações deles decorrentes. Para saber mais sobre as Normas de Auditoria, visite o site: http://www.cfc.org.br. Um quadro sinóptico da visão da auditoria pode ser assim resumido: Atitude Mental A atividade da auditoria é fundamentalmente crítica, voltada às regras em vigor por força das normas implantadas para o controle patrimonial, testando todas as suas atividades, deixando-as invulneráveis às possibilidades de riscos e erros. Segundo Attie (1998), a ação da auditoria não pode, apenas, limitar-se àquilo que está registrado nos livros oficiais, deve, também ater-se àquilo que pode ser omitido nos registros principais. Dependendo das circunstâncias vividas pelas empresas, determinados dados podem ter sido omitidos propositalmente dos registros principais que, se considerados, podem acabar transformando, por completo, a situação patrimonial e financeira da empresa em questão. A auditoria deve procurar todos os meios existentes para provar a propriedade e a veracidade dos registros contábeis, mesmo que recorra a provas externas, fora do setor ou da empresa em exame, até que se sinta satisfeita em suas convicções. Não pode e não deve Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 21 existir, em nenhuma circunstância, falta de comprovação dos documentos na conclusão do trabalho de auditoria. No caso de dificuldade ou inviabilização de elementos de prova, o auditor será impedido de relatar sua opinião, pois, caso não haja provas suficientes, as Normas de Auditoria não permitem tal opinião. Atitude profissional A atitude de auditoria, com relação ao objeto em exame, no caso o patrimônio da empresa, reflete a combinação de uma vasta educação profissional adquirida com o conhecimento técnico pelo estudo permanente de novas ferramentas de trabalho, regulamentações, aprimoramento pessoal e pela experiência adquirida através de trabalhos diferentes com o uso do raciocínio e julgamentos, complementados pela maturaçãopessoal, dando ao auditor, capacitação mental e intelectual para avaliar, concluir e julgar os dados em exame. Atitude preventiva Para Attie (1998), a auditoria deve primar pela construção de uma reputação sem arestas, alicerçada em padrões morais inatacáveis. A aposição da assinatura do auditor no parecer da auditoria que acompanha as demonstrações financeiras implica no exercício de uma atitude preventiva, de alguém com força moral suficiente para poder dar credibilidade a elas e poder dizer, de forma clara e objetiva, o que precisa ser dito, em qualquer circunstância. Tal julgamento será a base para que as outras pessoas exerçam seus próprios julgamentos em relação às informações contidas nas demonstrações financeiras e daí seu comprometimento por ser um juiz de um dado comprovável, atuando de forma capacitada e lícita na emissão de opiniões. FUNDAMENTOS DA AUDITORIA A administração de uma sociedade tem o dever de apresentar demonstrações contábeis e divulgações adequadas e esclarecedoras à opinião pública. A opinião do auditor relatada em um parecer sobre tais demonstrativos, é elemento fundamental na extensão que se traduz em sinônimo de confiabilidade às informações prestadas. De acordo com Crepaudi (2000), todos nós gostaríamos de saber, em alguma circunstância, se as informações sobre os recursos gerados e aplicados, o resultado operacional e a variação patrimonial obedeceram a padrões usuais de medição. Se uma empresa representa um conjunto de transações complexas que envolvem aspectos operacionais, sociais e societários de várias grandezas, como saber sobre os controles, as técnicas contábeis, os procedimentos tributários e a obediência às normas regulamentadoras? Nesse espaço, a auditoria mostra-se de suma importância. Valendo-se de normas e padrões de natureza técnica e ética, claramente determinados, a auditoria torna-se 22 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN elemento fundamental no sistema de informações, medição de desempenho e prestação de contas da administração. Um exemplo característico de confiabilidade das informações está relacionado com os dados de desempenho das empresas, extraídos de demonstrações contábeis, (nem sempre ou quase nunca) submetidas à auditoria. Não quer dizer que estejam errados, mas não há absoluta certeza, de que o sistema contábil e de controle interno está direcionado para assegurar, com relativa segurança que as transações foram corretamente contabilizadas, permitindo informações financeiras práticas, confiáveis e úteis. Filosofia da Auditoria Para Crepaudi (2000), a auditoria é uma atividade relativamente nova no Brasil; podemos até dizer que, nesse momento, ela encontra-se no seu estágio inicial, em termos de técnicas, haja vista que as legislações específicas brasileiras vêm abordando, superficialmente o assunto, sem definir de forma clara e precisa os procedimentos que os profissionais da área deveriam adotar por ocasião de determinadas auditorias. Por ser relativamente nova no Brasil, como afirma Crepaudi (2000), a atividade de auditoria vem se mostrando bastante dinâmica, o que permite estar em permanente mutação, e requer maior atenção dos órgãos específicos ligados a essa área, no sentido de padronizar, estabelecer e fortalecer os procedimentos de auditoria, e como conseqüência, viabilizar maior segurança para os investidores. A filosofia da auditoria consiste de uma forma geral, avaliar a política de sistema de informações da empresa, em termos de adequação, aceitação, aplicação e controle, se é necessária na situação, se contribui para atingir os objetivos da empresa, se permite assegurar a correta utilização dos recursos da empresa, tanto de natureza financeira, econômica quanto humana. Para Crepaudi (2000): A base fundamental da Auditoria está ligada, diretamente, à contabilidade que, embora exerça o principal papel da empresa, no sentido de registrar e informar os reflexos das transações nos aspectos econômicos – financeiros, muitas vezes é manipulada, por interesse estranho ao objetivo maior da empresa, visando a vantagens ilícitas ou malversação de recursos como empréstimos, aprovação cadastral, financiamentos. Papel da Auditoria O papel primeiro da auditoria não é detectar fraudes, mas se no decurso de seu trabalho ele as descobre, comunica por meio de seu relatório, os efeitos correspondentes. Nesse momento, conforme Crepaudi (2000), os empresários necessitam do maior número possível de informações claras e objetivas a respeito do desempenho do seu empreendimento. É justamente nesse ponto que a auditoria assume importante papel, auxiliando o empresário a escolher a melhor forma de rever seus conceitos como empresa. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 23 Utilizando-se deste expediente, a empresa poderá revestir-se da solidez necessária para o início das novas readequações e, conseqüentemente, os investidores terão a segurança necessária para aplicar o seu recurso. Nesse caso, o auditor passa a ser útil tanto à empresa quanto aos investidores, que, por meio da análise das demonstrações financeiras, devidamente acompanhadas do parecer do auditor, podem eleger seguramente as empresas nas quais efetuaram aplicações de sua poupança pessoal em ações. Os auditores assistem, a partir de então, a um reconhecimento maior de sua função. Até algum tempo atrás, muitas empresas consideravam a contratação de auditoria como um custo, nunca como um benefício e/ou investimento. Cercados pela existência legal da contratação dos auditores, os empresários, pressionados pela crise econômica, viam-se obrigados a empregar capital numa atividade que aparentemente não lhes traria nenhum beneficio ou retorno, “a auditoria”. Natureza da Auditoria Para Crepaudi (2000), a auditoria procura determinar se as demonstrações e respectivos registros contábeis de uma empresa ou entidade merecem ou não confiança, isto é, a auditoria é um espaço para verificar se as demonstrações contábeis realmente refletem, ou não, a situação patrimonial, assim como os resultados das operações da empresa ou entidade que está sendo examinada. Reconhecem-se como demonstrações contábeis, uma série de afirmações contabilizadas e relatadas de diversas formas, apresentadas como verdadeiras pela administração da empresa que as emite. O auditor revisa tais afirmações, de forma crítica e, quando completa essa revisão, emite relatório em separado, no qual dá seu próprio parecer quanto à fidelidade das demonstrações feitas pela administração. Conforme Crepaudi (2000): Como auditor, ele não é responsável pelas demonstrações contábeis em si. Pode dar à administração sugestões relacionadas com as demonstrações contábeis, no que tange a sua forma, conteúdo etc., Contudo, cabe à administração aceitar ou não sugestões. Em última análise, o auditor é responsável apenas por seu próprio parecer sobre as demonstrações contábeis elaboradas, refletindo, adequadamente, os fenômenos patrimoniais que nelas objetivam refletir. ASPECTOS ADMINISTRATIVOS E DE CONTROLE DA AUDITORIA Conforme Attie (1998) e Crepaudi (2000), a auditoria atualmente é um meio indispensável de confirmação da eficiência e eficácia dos controles e dos procedimentos executados na empresa, é fator de maior tranqüilidade para a administração e de maior garantia para investidores, bem como para o próprio fisco. 24 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN Para Crepaudi (2000), a principal vantagem da auditoria externa, conforme veremos na próxima aula, é sua independência, pois não se envolve com o ambiente de trabalho, evitando embaraços e possíveis constrangimentos. Vantagens para a administração da empresa • Fiscaliza a eficiência dos controles internos; • Assegura maior correção dos registros contábeis; • Opina sobre a adequação das demonstrações contábeis; • Dificulta desvios de bens patrimoniais e pagamentos indevidos de despesas; • Possibilita apuração de omissões no registro das receitas, na realização oportuna de créditos ou na liquidação oportunade débitos; • Contribui para a obtenção de melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira das empresas; • Aponta falha na organização administrativa da empresa e nos controles internos. Vantagens para os investidores (titulares do capital) • Contribuem para maior exatidão das demonstrações contábeis; • Possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira das empresas; • Assegura maior exatidão dos resultados apurados. Vantagens para o Fisco • Permite maior exatidão das demonstrações contábeis; • Assegura maior exatidão dos resultados apurados; • Contribui para maior observância das leis fiscais. DEFINIÇÃO Conforme Crepaudi (2000): A partir do exposto pode-se definir a auditoria como a técnica contábil que, por meio de procedimentos específicos que lhe são peculiares, aplicados no exame de registros e documentos, inspeções e na obtenção de informações e confirmações relacionadas com o controle do patrimônio de uma entidade, pretende obter elementos de convicção que permitam julgar se os registros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações contábeis deles decorrentes refletem adequadamente à situação econômico–financeira do patrimônio, Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 25 os resultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas. ATIVIDADE As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual - Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor. 26 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 27 Aula 03 TIPOS DE AUDITORIA Depois de estudar os conceitos desta aula você conseguirá definir quais os tipos de auditoria. TIPOS DE AUDITORIA A auditoria basicamente se classifica em auditor externo ou ainda auditor independente, cujas atribuições são a de verificar demonstrações, procedimentos e atividades em um determinado período, em uma determinada empresa. Esse tipo de classificação de auditoria independente permite ao auditor não ter nenhum tipo de vínculo empregatício com Aula resumida dos livros “Auditoria Contábil” de Silvio Aparecido Crepaudi, “Sistemas de Informações Contábeis” de Clóvis Luís Padoveze, “Auditoria Interna” de William Attie e “Auditoria” de Marcelo Cavalcanti Almeida. 28 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN a empresa auditada, e tal trabalho seja efetuado através de um contrato formal de prestação de serviços de auditoria. Com o crescimento e evolução dos negócios ao longo do tempo, a administração da empresa sentiu a necessidade de dar uma ênfase maior nos controles e procedimentos internos; surge então, a nova classificação de Auditoria, a “interna”. Na maior parte do tempo, a direção dessa empresa não podia supervisionar pessoalmente essas atividades de controle. Entretanto, de nada eram válidos esses controles, se não houvesse ninguém que pudesse acompanhá-los. O auditor interno, especializado em avaliar procedimentos e atividades, e emitir parecer ou opiniões a respeito das demonstrações contábeis, procedimentos e atividades da empresa, passa agora, a emitir também o chamado “relatório de comentários”, no qual apresenta sugestões para solucionar os problemas encontrados em sua verificação. AUDITORIA EXTERNA A auditoria externa ou auditoria independente, conforme cita Almeida (1996), surgiu como parte da evolução do sistema capitalista. No início, as empresas eram formadas por grupos familiares, que, com a expansão do mercado econômico, foram obrigadas a crescer e acompanhar o desenvolvimento mercantil da época, tornando-se dessa forma, mais competitivas. Entretanto, para processar essas mudanças seria necessário um volume de recursos impossível de se obter apenas por meio dos lucros da empresa. Dessa forma, a empresa teve que captar recursos junto a terceiros. No entanto, para que se gerasse uma maior tranqüilidade, esses futuros investidores necessitavam conhecer a posição patrimonial e financeira da empresa, bem como sua capacidade de gerar lucros futuros. A melhor forma desses investidores conhecer a vida da empresa era por meio de demonstrações contábeis, ou seja, balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício, demonstração das mutações do patrimônio líquido e demonstrações das origens e aplicações de recursos e a notas explicativas. Como medida de segurança contra a possibilidade de manipulação de informações, conforme descreve Almeida (1996), os futuros investidores passaram a exigir que essas demonstrações fossem examinadas por um profissional independente da empresa e de reconhecida capacidade técnica, o contador. Esse profissional que examina as demonstrações contábeis da empresa e emite sua opinião sobre estas, é o auditor externo ou auditor independente. Portanto, para Crepaudi (2000): A auditoria externa é o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de um parecer da situação patrimonial e financeira da empresa. Analisa o resultado Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 29 das operações, as mudanças do patrimônio líquido, a comprovação das aplicações de capital e se todas as atividades da empresa estão em conformidade com as Normas Brasileiras de Contabilidade. A atividade da auditoria externa é executada por profissional independente, sem ligação com o quadro de empregados da empresa, cuja intervenção é feita através de contrato de prestação de serviços de auditoria. O auditor externo ou independente executa seus trabalhos, geralmente em duas fases, que são chamadas de fase preliminar e fase final. A fase preliminar representa as visitas que o auditor externo faz à empresa, com o intuito de conhecer melhor as suas operações. A fase final se dá quando a empresa encerra seu exercício, e o auditor externo completa, seu exame das demonstrações contábeis e financeiras, emitindo assim, sua opinião ou parecer. Deve-se ressaltar que, o auditor externo tem acesso ilimitado a informações confidenciais da empresa e, como qualquer outro profissional, o auditor externo deve manter sigilo absoluto dessas informações, mesmo dentro da empresa. AUDITORIA INTERNA Segundo Crepaudi (2000), a auditoria interna é o conjunto de procedimentos e ações que tem a finalidade de examinar a eficiência e a eficácia dos controles internos e das informações contábeis, financeiras e operacionais da entidade. A auditoria interna é uma atividade independente dentro da empresa, e se destina a revisar suas operações e atividades, como um serviço gerencial prestado à administração. Constitui um controle maior de outros controles executados dentro da empresa, e é executado por um profissional contratado dessa própria empresa, ou seja, o profissional de auditoria interna é um empregado da empresa onde trabalha. A auditoria interna, para Crepaudi (2000), funciona como a melhor possibilidade de eliminar erros de processos e inconvenientes de gestão, fornecendo à administração, análises, apreciações, recomendações e comentários pertinentes às atividades executadas na empresa. O auditor interno é o profissional que se interessa por qualquer fase das atividades do negócio da empresa, em que possa ser útil à administração. Isso permite que o auditor interno vá além das operações contábeis e financeiras da empresa, tendo como finalidade principal, a visão mais completa possível das operações submetidas a exame de auditoria. O auditor interno, por ser um empregado da empresa, permanece o tempo inteiro nela, podendo dessa forma, se aprofundar em suas verificações e também examinar outras áreas não tão relacionadas com a contabilidade e finanças, como por exemplo, o sistema de controle de qualidade, administração de pessoal, entre outros. ConformeCrepaudi (2000): No desempenho de suas funções, um auditor interno não tem responsabilidade direta 30 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN nem autoridade sobre as atividades que examina. Portanto, as revisões e avaliações feitas por um auditor interno nunca eximem outras pessoas da empresa das responsabilidades que lhes cabem. Para Attie (1992), cabe à auditoria interna, desde o primeiro instante, convencer a administração e seus executivos, que pode auxiliá-los na melhoria de seus negócios, identificando áreas problemáticas e sugerindo correções, para obter desses executivos, o apoio necessário ao desenvolvimento geral de toda empresa. GESTÃO DA INFORMAÇÃO Dentro da atividade chamada auditoria, a informação passa a ser uma das principais ferramentas do auditor, uma vez que ele depende dessas informações oriundas de várias atividades internas, para verificação, análise e elaboração de outras novas informações a fim de que o corpo diretivo da empresa possa tomar suas decisões. Baseado nessas “informações”, citaremos a seguir um conteúdo sobre Informação, Dado e Comunicação. PADOVEZE, Clóvis Luís. Sistemas de Informações Contábeis: fundamentos e análise. 3. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002. p. 45 e 46. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 31 Informação, Dado e Comunicação Informação é o dado que foi processado e armazenado de forma compreensível pelo seu receptor, e que apresenta valor real ou percebido para suas decisões correntes ou futuras. Dado é o registro puro, ainda não interpretado, analisado e processado. Comunicação é o processo de transmissão de informação e de compreensão que somente se efetiva mediante uso de símbolos comuns. Resumindo, informação é o dado processado de forma a ser entendido pelo receptor. A transferência de informação é a comunicação. Valor da informação O conceito de valor da informação está relacionado com: • A redução da incerteza no processo de tomada de decisão; • A relação do benefício gerado pela informação versus o custo de produzi-la; • O aumento da qualidade da decisão. O valor da informação reside no fato de que ela deve reduzir a incerteza na tomada de decisão, ao mesmo tempo, que procura aumentar a qualidade na decisão. Ou seja, uma informação passa a ser válida quando sua utilização aumenta sua qualidade decisória, diminuindo a incerteza do gestor no ato da decisão. Sabemos também que, quanto mais informações estão ao nosso dispor, maiores as chances de reduzirmos a incerteza na tomada de decisão. Porém, sabemos, também, que qualquer informação tem um custo. Assim, é possível dizer que o volume ideal de informações para determinada tomada de decisão, exija um custo muito alto para obtenção dessas informações. Dessa forma, é necessário encontrarmos uma relação adequada: o mínimo de informação necessária para reduzir a incerteza e aumentar a qualidade da decisão, ao menor custo possível. Em outras palavras, o custo de obter as informações deve ser sempre menor do que o benefício gerado pela decisão baseado nessas informações obtidas. Esse é o verdadeiro valor da informação. Silva, Sergio Luis da, Informação e competitividade: a contextualização da gestão do conhecimento nos processos organizacionais. Material resumido do Artigo disponível em http://www.scielo.br/scielo.php? pid=S010019652002000200015 &script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em 01/07/2008, as 22:30 hs. 32 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN Pensando estrategicamente e buscando o conhecimento para o incremento da competitividade empresarial Na sociedade atual e futura, o conhecimento cada vez mais assume um papel central. Os recursos econômicos básicos passam a contar, além do capital, dos recursos naturais e da mão-de-obra, com o aporte dos conhecimentos necessários aos processos produtivos e de negócios. Segundo Drucker, o valor é criado pela produtividade e pela capacidade de inovar, aplicando o conhecimento ao trabalho, criando os “trabalhadores do conhecimento”, fazendo com que novos desafios se façam presentes: a produtividade do trabalho com o conhecimento e a formação deste novo trabalhador. Para Stair, conhecimento significa aplicar um conjunto de regras, procedimentos e relações a um conjunto de dados para que este atinja valor informacional. Uma informação idêntica, da mesma forma que um recurso físico, terá diferente valor para pessoas, locais e tempos diferentes, variando então seu valor econômico conforme o contexto existente. O compartilhamento de informação significa então repassar às pessoas, ou obter delas algum conjunto de dados com valor econômico variável. Compartilhar conhecimento, na opinião de Gibson, é algo fundamentalmente diferente e ocorre quando as pessoas estão genuinamente interessadas em ajudar umas às outras a desenvolver novas capacitações para a ação e em criar processos de aprendizagem. O desenvolvimento do trabalho com o conhecimento em uma organização está diretamente relacionado ao desenvolvimento estratégico de suas competências / capacidades essenciais (core competence / core capabilities), como propõe Leonard. Essa autora enfatiza a importância da realização de quatro atividades inter-relacionadas (tendo como uma forte preocupação a inovação de produtos e processos na empresa) que são chave para a construção do conhecimento organizacional. Referências 1. DRUCKER, P. Sociedade pós-capitalista. São Paulo: Pioneira, 1993. 2. STAIR, R. M. Princípios de sistemas de informação: uma abordagem gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 1998. 3. GIBSON, R. Repensando o futuro. São Paulo: Makron, 1998. 4. LEONARD, D. Wellspring of knowledge. Boston: Harvard Business School, 1995. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 33 ATIVIDADE As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual - Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor. 34 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 35 Aula 04 FUNDAMENTOS DE AUDITORIA Depois de estudar os conceitos desta aula você conseguirá definir os objetivos da auditoria e conhecerá as Normas de Auditoria geralmente aceitas. OBJETIVOS DA AUDITORIA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Segundo Attie (1998), o objetivo do exame de auditoria é expressar uma opinião sobre a propriedade das demonstrações e assegurar que elas representem exatamente a Aula resumida dos livros “Auditoria Contábil”, de Hilário Franco e Ernesto Marra, “Introdução à Auditoria”, de Paulo Adolpho Santi, “Auditoria Contábil”, de Silvio Aparecido Crepaudi, “Auditoria” de William Attie, “Normas Brasileiras de Contabilidade” do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo e “Auditoria”, de Marcelo Cavalcanti Almeida. 36 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN posição patrimonial e financeira da empresa. Esse objetivo é essencial para que o auditor se certifique da veracidade das demonstrações preparadas pela empresa auditada. O auditor utiliza de critérios e procedimentos que se transformam em provas que assegurem a efetividade dos valores apontados nas demonstrações contábeis e, ainda, cerca- se de procedimentos que lhe permitem assegurar a inexistência de valores ou fatos não constantes das demonstrações contábeis. Essas demonstrações necessitam ser preparadas de forma que apresentem com clareza a real situação da empresa, com relação a seus bens, direitos e resultados das operações realizadas no período em exame. A verificação, seleção e extensão dos procedimentos de auditoria exigem do profissional de auditoria um julgamento bastante pessoal e técnico, pois deverá considerar todos os fatos relevantes quando tomar decisões, que variam de acordo com a complexidade dos problemas e pontos que mereçam atenção por parte do auditor. ÉTICA PROFISSIONAL ConformeAttie (1998), a função da auditoria deve e tem que ser exercida de maneira clara e objetiva, e que o trabalho executado tenha e mereça toda a credibilidade possível, não sendo permitido sequer existir sombra de dúvida quanto à honestidade e aos padrões morais do auditor. A pessoa do auditor deve ser a de alguém com profundo equilíbrio e probidade, uma vez que sua opinião influenciará outras pessoas, principalmente em relação a interesses financeiros e comerciais que eventuais acionistas, proprietários, clientes e fornecedores, possam ter. A profissão exige obediência aos princípios éticos profissionais fundamentais nos seguintes itens: • Independência; • Integridade; • Eficiência; • Confidencialidade. Independência Attie (1998) e Santi (1988) afirmam que a independência é condição primordial e pilar do trabalho de auditoria, tendo em vista a obtenção dos elementos de prova e exercício de seu julgamento, o auditor não deve possuir apenas aptidões técnicas, mas também manter os mais elevados padrões de honestidade e objetividade em seu juízo e consideração. Para o exercício de sua função, o condicionamento de seus atos constitui-se elemento restritivo e, portanto, impeditivo de executar o que de fato é necessário. Para Attie (1998): Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 37 O auditor deve ser absolutamente independente e imparcial na interpretação de tudo que lhe for apresentado, atestando a cada dado um pronunciamento conclusivo. A independência necessita orientar o trabalho do auditor no sentido da verdade. As normas de auditoria estabelecem algumas situações de caráter impeditivo para a execução dos trabalhos de auditoria independente: a) Vínculos conjugais, de parentesco consangüíneo em linha reta, sem limites de grau, em linha colateral até o terceiro grau, e por afinidade, até segundo grau, com administradores, acionistas, sócios ou com empregados que tenham ingerência em sua administração; b) Vínculo empregatício, administrador ou colaborador que tenha relação com salário, ainda que esta relação seja indireta, nos últimos dois anos; c) Participação direta ou indireta como acionista ou sócio; d) Uma relação de prestação de serviços em que ele fixou honorários condicionais ou incompatíveis com a natureza do trabalho contratado; e) Qualquer outra situação de conflito de interesses nos exercícios da auditoria independente. Integridade De acordo com Attie (1998), o auditor independente deve ser uma pessoa íntegra em todos os seus compromissos que envolva a empresa auditada quanto as suas opiniões e exposições, pois, as pessoas interessadas na opinião do auditor necessitam da certificação de veracidade dessas informações contidas em sua opinião. O auditor será culpado em ato de descrédito quando, no desempenho de suas funções, deixar de expressar um fato de suma importância que conheça, ou ainda, deixar de informar algum fato errôneo que conheça e que seja importante. Será culpado ainda se for negligente, ou não reunir provas suficientes para justificar a emissão de sua opinião. Eficiência O trabalho do auditor independente precisa ser executado de forma bastante técnica, estimando-se, dentro do possível, perspectivas de sua concretização quanto a prazos, extensão e momento de obtenção das provas. No entanto, o auditor só deve emitir sua opinião ou dar algum tipo de informação quando o exame assim o permitir e houver condições para fazê-lo, declara Attie (1998). Seu parecer precisa ser redigido com objetividade e clareza, em qualquer circunstância, seja em condições favoráveis ou não, e apresentar as razões que motivaram o auditor a tal conclusão. Confidencialidade O trabalho de auditoria garante à pessoa do auditor e os assistentes, livre e irrestrito 38 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN acesso a informações estratégicas importantes da empresa auditada, como características de produção, distribuição, compras, estoque, faturamento, resultados e etc. Essa confidencialidade torna-se elementar na atividade de auditoria e as informações obtidas somente podem ser usadas na extensão do serviço para o qual o auditor foi contratado, não devendo ele, em hipótese alguma, divulgar fatos que conheça e ou utilizar-se dessas informações em seu próprio benefício ou de terceiros. Assim, informações sobre o trabalho do auditor somente poderão ser fornecidas a terceiros se houver determinação legal, como autorização judicial ou formalmente expressa pela empresa auditada. RESPONSABILIDADE LEGAL EM AUDITORIA Para Attie (1998), o objetivo de um exame de auditoria sobre as demonstrações contábeis é expressar uma opinião acerca da sua veracidade. Portanto, não é destinado especificamente a desvendar fraudes e outras irregularidades. Ao efetuar seu exame, o auditor deve estar alerta à responsabilidade da existência de fraudes e irregularidades, e, quando identificadas, o auditor deve estudar a sua relevância e possíveis efeitos em relação às demonstrações contábeis em exame. A responsável pela confecção das informações que chegam às mãos do auditor é a empresa. Portanto, o auditor deve apenas verificar se as informações recebidas da empresa refletem com clareza sua situação patrimonial e financeira, e comunicar qualquer circunstância de desacordo com as disposições legais e regulamentares, e ainda, qualquer ato que tenha ou possa ter impactos nas operações da empresa auditada. NORMAS DE AUDITORIA GERALMENTE ACEITAS Normas de auditoria são as regras ditadas pelos órgãos reguladores da profissão contábil e têm por objetivo a regulação da profissão e suas atividades, bem como estabelecer diretrizes a serem seguidas pelos profissionais no decorrer de seus trabalhos. As normas atualmente em vigor no Brasil são emitidas em conjunto pelo CFC, IBRACON, Banco Central do Brasil, a CVM e a Superintendência de Seguros Privados. Para saber mais sobre esses órgãos, entre no site: • www.cfc.org.br • www.ibracon.com.br • www.bcb.gov.br • www.cvm.gov.br Dentre as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 39 Contabilidade, trataremos de forma específica, ao longo deste trabalho, das relativas à área de auditoria. Vejamos a seguir, a lição do Professor Silvio Aparecido Crepaldi (2000), quanto às normas nos trabalhos de auditoria: “ Embora, na maioria das vezes, as normas de auditoria sejam meros guias de orientação geral, e não um manual analítico de procedimentos a serem seguidos pelo auditor, elas fixam limites nítidos de responsabilidade, bem como dão orientação útil quanto ao comportamento do auditor em relação à capacitação profissional e aos aspectos técnicos requeridos para a execução de seu trabalho”. As normas de auditoria são se suma importância, pois, como ensina Crepaldi (2000), “estabelecem a ordem e a disciplina na realização dos trabalhos”, e “a observância dessas normas leva à realização de auditorias mais completas e objetivas, com resultados e recomendações palpáveis, fundamentos passíveis de serem justificados”. As normas de auditoria geralmente aceitas, reconhecidas e aprovadas pelo Instituto dos Auditores Independentes (IBRACON), são: • Normas relativas à pessoa do auditor; • Normas relativas à execução dos trabalhos; • Normas relativas ao parecer de auditoria. Segundo Almeida (1996), as normas relativas à pessoa do auditor dizem que a auditoria deve ser executada por pessoas legalmente habilitadas perante o órgão competente; o auditor deve ser independente em todos os aspectos relacionados ao seu trabalho; e o auditor deve ter o máximo de cuidado e zelo na realização de suas verificações e na exposição de suas conclusões. As normas relativas à execução dos trabalhos dizem que o trabalho de auditoria deve ser planejado, e quando executado por assistentes, estes devem ser supervisionados pelo auditor responsável; o auditor deve estudar e avaliar o sistema contábil e o sistema de controle interno a título de saber se pode ou não confiar nas informaçõesoriundas desses sistemas; os procedimentos devem ser substanciais, pois o auditor necessitará de elementos comprobatórios para a confecção de seu parecer. As normas relativas ao parecer dizem que deve estar incluso neste parecer se o exame foi efetuado de acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas, se as demonstrações contábeis foram preparadas de acordo com os princípios e convenções contábeis, se os referidos princípios e convenções foram aplicados no decorrer de todo o exercício verificado em questão. Para Almeida (1996), o parecer do auditor deve expressar na íntegra a opinião do auditor. E quando este não puder expressar sua opinião “sem ressalvas”, sobre todos os 40 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN elementos contidos na sua verificação, o auditor deve declarar as razões pelas quais esse parecer não pode ser emitido. ATIVIDADE As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual - Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 41 Aula 05 ÁREAS COLIGADAS Depois de estudar os conceitos desta aula você conhecerá algumas entidades ligadas à Auditoria. Aula retirada, resumida e adaptada do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, disponível em http://ww.ibracon.com.br, acesso em 03/07/2008, 15h11’, Instituto dos Auditores Internos do Brasil, disponível em http://ww.audibra.org.br, acesso em 03/07/2008, 18h30’, Comissão de Valores Imobiliários, disponível em http://www.cvm.gov.br, acesso em 03/07/2008, 22h11’, e dos livros “Auditoria Contábil” de Hilário Franco e Ernesto Marra, e “Auditoria” de Marcelo Cavalcanti Almeida. 42 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN IBRACON Na década de 50, na Era Vargas e, posteriormente, no governo JK, o Brasil teve um grande desenvolvimento, principalmente, por conta da atração dos investimentos estrangeiros. Essa nova dinâmica da economia exigiu que as normas contábeis brasileiras estivessem alinhadas às internacionais, além da obrigatoriedade da realização de auditoria que comprovasse a transparência da negociação. Isso motivou a criação do Instituto dos Contadores Públicos de SP, em março de 1957, que depois passou a ser o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil – ICPB. Esse Instituto somou-se mais tarde ao Instituto Brasileiro dos Auditores Independentes – IBAI, fundado em janeiro de 1968. Três anos depois, em 1971, esses dois institutos fundem-se, originando o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IAIB. Onze anos depois, em 1982, o IBRACON mantém o nome e muda a denominação para Instituto Brasileiro de Contadores. Em 2001, transforma-se em Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, mantendo o nome IBRACON e é assim que funciona até hoje. O IBRACON foi fundado em 13 de dezembro de 1971, sob a denominação de INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL – IAIB, por meio da fusão de dois Institutos então existentes, o INSTITUTO DOS CONTADORES PÚBLICOS DO BRASIL – ICPB, fundado em 26 de março de 1957 e do INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORES INDEPENDENTES – IBAI, fundado em 2 de janeiro de 1968. Em 1° de julho de 1982, assumiu a denominação atual, após alteração estatutária, que permitiu maior abrangência de atuação e de interesses. A partir de 8 de junho de 2001, o IBRACON passou a denominar-se, novamente, “INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENTES DO BRASIL”, aprovado pela Assembléia Geral Extraordinária, naquela data. O IBRACON tem sede nacional em São Paulo e sete seções regionais, que cobrem todo o território nacional. Trabalha em parceria com outras entidades nacionais e internacionais para garantir a excelência e a integridade da profissão. Material disponível em http://www.ibracon.com.br/conheca/. Acesso em 03/07/2008, 15h 11’. O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) tem a função de discutir, desenvolver e aprimorar as questões éticas e técnicas da profissão de auditor e de contador e, ao mesmo tempo, atuar como porta-voz dessas categorias diante de organismos públicos, privados e da sociedade em geral. Auxiliar na difusão e na correta interpretação das normas que regem a profissão, possibilitando aos profissionais conhecê-la e aplicá-la, de forma apropriada, também é parte de nossa missão. Dessa forma, contribuímos para a criação e a manutenção de um mercado sadio, regido pela ética profissional. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 43 Também é função do IBRACON atuar no conjunto das entidades de ensino, colaborando para o aprimoramento da formação profissional, por meio da divulgação das atribuições, do campo de atuação e da importância do trabalho do auditor independente em nossa sociedade. Para isso, o IBRACON promove, periodicamente, seminários, palestras, fóruns de discussão e treinamentos conduzidos por profissionais altamente qualificados, visando à capacitação e à atualização permanente de seus associados. Dispõe de biblioteca com títulos técnicos e outros assuntos de interesse, e edita mensalmente um boletim com artigos sobre temas do momento, enviado eletronicamente a todos os associados. O IBRACON também tem responsabilidades de representação em nível internacional, estando afiliado à Federação Internacional de Contadores (International Federation of Accountants – IFAC) e à Comissão de Normas Internacionais de Contabilidade. Essas duas entidades internacionais contam com o apoio de entidades representativas da profissão contábil em 76 países que emitem pronunciamentos normativos voltados para o desenvolvimento e harmonização de procedimentos na área contábil. Hoje o IBRACON tem como uma de suas responsabilidades principais elaborar normas que regem a profissão do auditor, além de representar a classe perante a sociedade e o governo e capacitar esses profissionais através da educação continuada. O IBRACON congrega profissionais de diferentes atividades, com interesse no estudo técnico da contabilidade, na edição de normas técnicas de contabilidade e auditoria e no aprimoramento da profissão no Brasil. O IBRACON é uma pessoa jurídica, sem fins lucrativos. Tem como objetivo fixar princípios de contabilidade e elaborar normas e procedimentos relacionados com auditoria (externa e interna) e perícias contábeis. O AUDIBRA Material disponível em http://www.audibra.org.br /quem_somos.htm. Acesso em 03/ 07/2008, 18h30’. O INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL - AUDIBRA, fundado em 20 de novembro 1960, é uma entidade civil, sem fins lucrativos, de pessoas físicas atuando em atividades de Auditoria Interna em qualquer modalidade. A Auditoria Interna pela sua abrangência de atuação, é uma Atividade Multidisciplinar que compreende várias formações profissionais. Desde 1998 é filiado ao The Institute of Internal Auditors - IIA, Instituto Internacional, e desde o ano de 2000, vem estreitando e ampliando esse relacionamento 44 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN extremamente necessário à comunidade de Auditoria Interna e Controle no Brasil. Como resultado, desde 2000 são aplicados no Brasil os exames para as Certificações CIA - Certifield Internal Auditor e CCSA - Certification in Control Self-Assessment. O AUDIBRA promove desde 1976 o Congresso Brasileiro de Auditoria Interna - CONBRAI que em 2006 estará em sua 28ª edição. Desde 1991, em convênio com Universidades, promove também cursos de Pós-graduação em Auditoria Interna e Atividades relacionadas. O AUDIBRA é a Entidade representativa da comunidade nacional de auditores internos e dos profissionais de controle interno e externo, e que tem como bandeira o fortalecimento desses profissionais, sua formação, capacitação e permanente atualização, tendo como lema: “Compromisso com a Excelência Profissional”. C V M - COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS Conforme Franco e Marra (1992,p.43): Lei n° 6.385, de 07/12/1976. Cria a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e estabelece que cabe à mesma registrar e fiscalizar os AUDITORES INDEPENDENTES, habilitando- os a AUDITAR as companhias abertas e as sociedades integradas do sistemas de distribuição e intermediação de valores mobiliários. Estabelece, também, a responsabilidade civil dos AUDITORES INDEPENDENTES. Para Almeida (1996), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), criada pela Lei n° 6.385/76, é uma entidade autárquica e vinculada ao Ministério da Fazenda. O auditor externo ou independente, para exercer atividades no mercado de valores mobiliários (companhias abertas e instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários), está sujeito a, prévio registro na CVM. Segundo a Instrução n° 04/78 da CVM, o auditor externo ou independente, para obter o registro nesta, deve comprovar cumulativamente: • estar registrado no Conselho Regional de Contabilidade (CRC); • haver exercido atividade de auditoria por um período não inferior a cinco anos, contado a partir da data de registro no CRC; • estar exercendo atividade de auditoria, mantendo um escritório profissional legalizado, em nome próprio, com instalações compatíveis com o exercício da atividade de auditoria independente. Com o passar do tempo, essas e outras Instruções ficaram ultrapassadas, dando lugar a novas Instruções e Normas das respectivas entidades fiscalizadoras da função do auditor. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 45 Material disponível em http://www.cvm.gov.br. Acesso em 03/07/2008, 22h11’. OBJETIVOS: De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções a fim de: • assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balcão; • proteger os titulares de valores mobiliários contra emissões irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobiliários; • evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, oferta ou preço de valores mobiliários negociados no mercado; • assegurar o acesso do público a informações sobre valores mobiliários negociados e as companhias que os tenham emitido; • assegurar a observância de práticas comerciais eqüitativas no mercado de valores mobiliários; • estimular a formação de poupança e sua aplicação em valores mobiliários; • promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social das companhias abertas. ATRIBUIÇÕES: A Lei que criou a CVM (6385/76) e a Lei das Sociedades por Ações (6404/76) disciplinaram o funcionamento do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas, assim classificados, as companhias abertas, os intermediários financeiros e os investidores, além de outros, cuja atividade gira em torno desse universo principal. Cabe à CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias: registro de companhias abertas; registro de distribuições de valores mobiliários; credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar recesso de bolsa de valores. 46 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN A Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado. Diante de qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual, recolhe informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da acusação, amplo direito de defesa. A atividade de fiscalização da CVM realiza-se pelo acompanhamento da veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participam e aos valores mobiliários negociados. Dessa forma, podem ser efetuadas inspeções destinadas à apuração de fatos específicos sobre o desempenho das empresas e dos negócios com valores mobiliários. Portal Brasil, CVM – Comissão de Valores Mobiliários. Material resumido do artigo, disponível em http://www.portalbrasil.net/cvm.htm. Acesso em 03/07/2008, 23h 45’. A CVM é órgão regulador e controlador máximo do mercado de valores mobiliários. Ela tem amplos poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. O que são valores mobiliários? Valor mobiliário é título de investimento que a sociedade anônima emite para a obtenção de recursos. É investimento social oferecido ao público, pela companhia. É importante frisar que a CVM tem a obrigação de comunicar ao Ministério Público quaisquer indícios de ilícito penal verificados nos processos sobre irregularidades no mercado. Da mesma forma, tratando-se de ilegalidade fiscal, deve encaminhar o processo à Secretaria da Receita Federal. Para conhecimento: Em matéria criminal, a Lei nº 10.303/2001 acrescentou à lei nº 6.385/76 três delitos dolosos contra o mercado de valores mobiliários: • manipulação de mercado; • uso indevido de informação privilegiada; • exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou função. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 47 ATIVIDADE As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual - Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor. 48 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 49 Aula 06 PLANEJAMENTO DE AUDITORIA Depois de estudar os conceitos desta aula você será capaz de identificar a importância do planejamento de auditoria, bem como suas etapas de execução. Aula resumida dos livros “Auditoria Contábil” de Hilário Franco e Ernesto Marra, “Auditoria” de Marcelo Cavalcanti Almeida, “Auditoria” de William Attie e “Curso de Auditoria” de Antonio Lopes de Sá. 50 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN PLANEJAMENTO DA AUDITORIA Conforme Franco e Marra (1992), o planejamento da auditoria deverá elaborar programas específicos para cada área a ser auditada, com o objetivo de propiciar maiores facilidades na execução do trabalho e permitir que vários auditores possam trabalhar concomitantemente. Para Sá (1993), plano de auditoria, programa de auditoria, previsão de auditoria, roteiro de verificações e expressões equivalentes significam: Tarefa preliminar traçada pelo auditor, que se caracteriza pela previsão de trabalhos que devem ser executados em cada serviço, a fim de que se cumpra integralmente as suas finalidades dentro das normas científicas da contabilidade e da técnica de auditoria. O plano de auditoria é a linha de conduta a seguir, e deve ser especialmente escolhido para cada caso, apoiando-se, assim, em normas de natureza subjetiva, a critério do responsável técnico, baseado, quase sempre, nas experiências anteriores, nas experiências de terceiros e nas normas especiais necessárias para cada caso. O fato de não existir uma norma-padrão não exclui a possibilidade de existirem normas gerais que podem ser seguidas e que se apliquem a todos os casos, constituindo, assim, alicerces da técnica da auditoria em determinado setor. É curioso observar também, que alguns profissionais não adotam o planejamento de auditoria como base de seus trabalhos, preferindo guiar-se por um procedimento quase que intuitivo que, de alguma forma, julga-se ser condenável em face àresponsabilidade de um auditor, além de não ser ético. Os trabalhos feitos sem planejamento são onerosos, improdutivos, em alguns casos duas ou mais pessoas fazem o mesmo trabalho, além de serem sem método, sem técnica e com sua forma de condução empírica. O planejamento de auditoria ou plano de auditoria precisa ditar: “o que” se vai examinar, “o quanto” de cada coisa se examinará, “quando” será feito o exame, “por quem” será examinado e finalmente “para que” será examinado. O planejamento de auditoria ou um plano de auditoria é, portanto, uma previsão abrangente e ampla dos trabalhos que deverão ser executados, para que a finalidade primeira da auditoria seja atingida com maior margem possível de segurança. ROTEIRO SINTÉTICO NA REALIZAÇÃO DA AUDITORIA Segundo Attie (1998), o objetivo principal da auditoria é o exame das demonstrações contábeis, as quais não existem por si só, ou seja, essas demonstrações contábeis dependem de uma série de fatores internos, externos e de um conteúdo significativo de informações contábeis que as canalizem por meio de sistemas de controle interno, para dentro dessas demonstrações. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 51 Os auditores iniciam suas verificações pelo conhecimento dos procedimentos e sistemas de controle interno utilizados pelas empresas, para poderem avaliar o grau de confiança que inspiram. O grau de confiança no controle interno depende exclusivamente da maior ou menor possibilidade de erros nos procedimentos operacionais, ou seja, que as operações da empresa sejam executadas e as mesmas não sejam escrituradas nos registros contábeis. Estabelecido um grau de confiança nos controle interno, segundo Attie (1998), a aplicação da auditoria se faz por meio de testes, provas seletivas, amostragem, as quais são registradas em papéis de trabalho e objetivam a obtenção de provas e evidências necessárias para a formação da opinião do auditor acerca das demonstrações contábeis. Mas, para que aconteça a auditoria nas empresas, existem algumas etapas a serem vencidas pela auditoria, que podem ser resumidas da seguinte maneira: Etapa inicial da auditoria Tendo em vista manter a sua independência, condição primordial para o trabalho de auditoria, o profissional auditor não deve abordar nem induzir a contração de trabalhos de auditoria junto a clientes. Dessa forma, a solicitação dos trabalhos de auditoria deve partir da empresa interessada. Uma vez feita a solicitação de auditoria pela empresa, faz-se o dimensionamento dos trabalhos de auditoria, que por sua vez, consiste na identificação do volume de trabalho a ser realizado em razão dos procedimentos de auditoria a serem aplicados, para que dessa forma determine-se os honorários a serem propostos. O dimensionamento é normalmente realizado com base nos dados e informações fornecidos pela empresa, que, por ocasião da visita dos auditores, podem ser: tipo e dimensão da empresa, ramo de atividade e linha de produtos, quantidade de funcionários, locais existentes e armazenamento de inventários, estatuto social e organogramas, volume de lançamentos contábeis e principais operações, sistema contábil existente e por último, porém não menos importante, principais aspectos de controle mantidos. Uma vez identificado o dimensionamento dos trabalhos a serem executados, o auditor encaminha uma carta-proposta, especificando em horas e valor, a prestação de serviços. Uma vez aceitas as condições da carta-proposta, é configurado o contrato de serviços determinando direitos e obrigações das partes. Etapa da execução da auditoria Como vimos anteriormente, o planejamento dos trabalhos de auditoria é parte preponderante para que se determine o momento da realização de cada uma das tarefas de auditoria. Constitui a previsão dos trabalhos a serem executados e o momento da aplicação dessas provas, para atingir objetivos, sendo, na medida do possível, indicados os principais procedimentos de auditoria. Conforme Attie (1998) é necessário prever a época da execução dos trabalhos, 52 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN pois empresas que possuem um adequado sistema de controle interno permitem a realização dos trabalhos de auditoria em múltiplas datas. Na fase de execução da auditoria, dois procedimentos são indispensáveis para a iniciação dos trabalhos. O primeiro procedimento é o exame preliminar, que acontece na época que antecede o encerramento do exercício social e as demonstrações contábeis, pode-se, nesse momento, efetuar determinados procedimentos de auditoria que, entre outros, podem ser: • Conhecimento do controle interno instituído - Analogicamente, pode-se considerar que o sistema de controle interno constitui o “sistema nervoso” de uma organização e o sistema de informações contábeis constitui a “memória” da empresa. O sistema nervoso permite o desenvolvimento das atividades da empresa com fluidez e nos tempos devidos. Na memória, ficam registrados os dados das operações realizadas cumulativamente. Esse sistema de controle interno leva o auditor a constatar a sistemática pela qual as informações passam pelos diversos compartimentos, a regularidade das operações e a adequação dos registros contábeis e de controles. • Realização de testes de procedimento – Testes de procedimentos são executados para determinar que as informações obtidas pelo estudo estão vigentes, são reais e permitem que todas as transações de igual natureza tenham idênticos processos e registros. • Inspeção e contagem física de estoques e dos bens do imobilizado. • Seleção e exame de contas patrimoniais e de resultado a serem confirmadas. O segundo procedimento citado é o exame final, que acontece na época subseqüente ao encerramento do exercício social e por conseqüência, quando as demonstrações contábeis estão praticamente finalizadas para: • Complementação de exames iniciados na fase preliminar. • Exame de variações de saldos e pesquisa de transações. • Acompanhamento de contagens físicas realizadas. • Evidenciação dos exames efetuados - As evidências obtidas são aquelas oriundas dos procedimentos de auditoria que irão permitir a formação e a fundamentação da opinião do auditor. Tais trabalhos necessitam ser claramente expostos e registrados e irão se constituir em elementos de prova de sua conclusão. • Conclusão dos trabalhos. Etapa de conclusão da auditoria Para Attie (1998), a avaliação das evidências das informações obtidas e documentadas por intermédio dos seus papéis de trabalho, o auditor, com a aplicação e o exercício de seu julgamento profissional, realiza a avaliação das provas e da validade dos dados submetidos a julgamento. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 53 Considerada a avaliação final, o auditor determina o tipo de parecer de auditoria a ser emitido em relação ao conjunto das demonstrações contábeis examinadas e as notas explicativas que as complementam. Além disso, a redação do parecer de auditoria obedece a um padrão instituído pelas normas de auditoria e, normalmente, pode conter três parágrafos: § O 1º parágrafo indica as demonstrações contábeis examinadas e a responsabilidade assumida pelo auditor. § O 2º parágrafo indica como os trabalhos de auditoria foram conduzidos. § O 3º parágrafo indica a opinião do auditor em relação ao objeto do exame. Podem existir relatórios de auditoria complementar, indicando exames realizados por área de trabalho, revisões e detalhamento de informações úteis à administração e de melhorias de controle interno. LANÇAMENTOS DE AJUSTE E RECLASSIFICAÇÃO O objetivo da auditoria é verificar a veracidade das demonstrações contábeis, bem como sua preparação, e se estão em consonância com os princípios fundamentais da contabilidade e regras vigentes. Contudo, segundo Attie (1998), é preciso aceitar que as informações contábeis podem conter erros, por diversas razões, e daí gerar uma série de situações inadequadas. Quando da descoberta de tais eventos, o auditor precisa indicar, em seus papéis de trabalho, sua origeme seu valor, mesmo que calculável de forma estimada, para levar essas informações ao conhecimento da administração. Geralmente, ao final do trabalho, são identificados o significado e a representatividade dessas descobertas. Há que se levar em consideração que as demonstrações contábeis, bem como os apontamentos auferidos pelo auditor, são de propriedade da empresa, podendo esta realizar ou não, os ajustes solicitados. Nesse sentido, caso a administração não pretenda ajustar as demonstrações contábeis, que são de sua responsabilidade, o efeito decorrente de tais lançamentos de ajuste e reclassificação apurados, o auditor deve fazer constar de seu parecer, indicando os impactos e efeitos em relação às referidas demonstrações. Entende-se por lançamentos de ajuste aqueles elementos não refletidos nas demonstrações contábeis e que afetam a situação patrimonial e financeira da empresa, bem como o resultado de suas operações. Por lançamentos de reclassificação, entendem-se aqueles elementos que estão refletidos nas demonstrações contábeis, porém de forma inadequada. PONTOS DE RECOMENDAÇÃO Embora não seja o objetivo principal da auditoria, os pontos de recomendação podem ser de grande valia, como instrumento administrativo. Para Attie (1998), o sistema de controle 54 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN interno é o item pelo qual o auditor inicia o seu trabalho e com base nele determina a quantidade de exame a realizar. Na execução de seu trabalho, ou mesmo na revisão de controle interno, o auditor pode determinar a existência de fraquezas ou mesmo de aprimoramentos de controles, que por sua experiência sejam de grande valia para o fortalecimento do controle interno. No momento da descoberta dessas fraquezas, o auditor prepara um papel de trabalho específico, em que constam as deficiências existentes e quais seriam, em sua opinião, as possíveis sugestões de melhorias para os pontos encontrados. Esses itens são denominados pontos de recomendação e servirão de base para a formulação de um relatório formal da empresa auditada. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Para Almeida (1996), os procedimentos de auditoria representam um conjunto de técnicas que o auditor utiliza para colher as evidências sobre as informações das demonstrações contábeis. Abaixo, alguns dos principais procedimentos utilizados: • Contagem física - utilizado para as contas do ativo, consiste em identificar fisicamente o bem declarado nas demonstrações contábeis, dentre os principais: o dinheiro em caixa, os estoques, os títulos, os bens do ativo imobilizado. • Confirmação com terceiros - utilizado pelo auditor para confirmar, por meio de carta, bens de propriedade da empresa em poder de terceiros, direitos a receber e obrigações, dentre os principais: dinheiro depositado em conta corrente bancária, conta a receber de clientes, estoques em poder de terceiros, títulos em poder de terceiros, contas a pagar de fornecedores, empréstimos a pagar. • Conferência de cálculos - como o contador efetua diversos cálculos, evidentemente, aumenta a possibilidade de ocorrerem erros que podem ocasionar informações errôneas nessas demonstrações. Portanto, o auditor deve conferir, na base de teste, esses cálculos. Exemplos: valorização de estoques, amortização de despesas antecipadas e diferidas, depreciações dos bens do ativo imobilizado, correção monetária sobre o ativo permanente e patrimônio líquido e juros provisionados. Inspeções de documentos Para Almeida (1996), existem dois tipos de documentos: os internos e os externos. Os documentos internos são produzidos pela própria empresa, já os externos são fornecidos por terceiros à empresa, normalmente comprovando algum tipo de transação. Esses documentos representam os comprovantes hábeis que suportam os lançamentos contábeis nas contas de ativo, passivo, receita e despesa. O auditor examina esses documentos com o objetivo de constatar a veracidade dos valores registrados. São exemplos de documentos internos: Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 55 • relatório de despesas; • boletim de caixa; • requisição de compras; • registro de empregados; • folha de pagamento. São exemplos de documentos externos: • notas fiscais, faturas e duplicatas de fornecedores; • apólice de seguro; • contratos; • escrituras de imóveis. ATIVIDADE As atividades referentes a esta aula estão disponibilizadas na ferramenta “Sala Virtual - Atividades”. Após respondê-las, enviem-nas por meio do Portfólio- ferramenta do ambiente de aprendizagem UNIGRAN Virtual. Em caso de dúvidas, utilize as ferramentas apropriadas para se comunicar com o professor. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 57 Aula 07 PAPÉIS DE TRABALHO Depois de estudar os conceitos desta aula você conseguirá definir o que são e qual a importância dos papéis de trabalho. Aula resumida dos livros “Auditoria Contábil” de Hilário Franco e Ernesto Marra, “Auditoria Contábil” de Sílvio Aparecido Crepaudi, “Auditoria” de William Attie e “Auditoria” de Marcelo Cavalcanti Almeida. 58 Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN CONCEITO Franco e Marra (1992) citam a resolução do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) n° 700/91, que define os papéis de trabalho, dizendo: “11.1.3 – Papéis de trabalho 11.1.3.1 – Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos com informações e provas coligidas pelo auditor, que constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. 11.1.3.2 – Os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor, responsável por sua guarda e sigilo.” Segundo Almeida (1996), uma das normas de auditoria geralmente aceitas, estabelece que o auditor deve, de acordo com seus critérios, colher elementos comprobatórios suficientes para apoiar sua opinião e parecer de auditoria. Os papéis de trabalhos são documentos elaborados pelo auditor a partir de documentos originais e que serviram de referência e prova dos trabalhos de auditoria por ele realizados. Os papéis de trabalhos confeccionados pelo auditor incluem balancetes contábeis, lançamentos de retificação, análise de contas, conciliação de contas, resumo de informações, comentários, explicações, memória de cálculos, rascunho de demonstrações contábeis e muitos outros que o auditor possa julgar necessário ao cumprimento da tarefa. Para a realização eficiente e eficaz da auditoria o auditor deverá contar, além dos seus conhecimentos, com papéis de trabalho minuciosamente preparados e capazes de avalizar todas as opiniões emitidas em seu parecer. A elaboração dos papéis de trabalho relata, de forma bastante detalhada, o exame praticado pelo auditor, propiciando um registro escrito de forma permanente, quanto às informações obtidas e o julgamento profissional, por ele adotado, na execução e identificação de seus objetivos. Desse modo, os papéis de trabalho é o espelho da pessoa do auditor que os preparou, colocando, de forma escrita, seus sentimentos e pontos de vista acerca do material examinado. Representam o estilo de vida e o modus vivendi da pessoa do auditor. A seguir, será demonstrada a grande importância dos papéis de trabalho para a auditoria, pois são eles que darão sustentação para a emissão do parecer por parte do auditor. Finalidade dos papéis de trabalho Para Attie (1998), os papéis de trabalho formam o conjunto de formulários e documentos que contêm as informações e os apontamentos obtidos pelo auditor durante seu exame, bem como as provas e as descrições dessas realizações, que constituem a evidência do trabalho executado e o fundamento de sua opinião. Auditoria - Gustavo Anderson Gimenes Deboleto - UNIGRAN 59 Como o auditor utiliza documentos originais de propriedade da empresa, e é grande o volume de transações e documentos, a comprovação da realização do trabalho através de cópias da documentação, seria um tanto quanto volumosa e onerosa, daí o fato de se usar papéis de trabalho que possam confirmar, de forma resumida, essas documentações e transações.
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