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Aula 21

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Aula 21 - Profa. Júlia
Branco
CNU (Bloco 7 - Gestão Governamental e
Administração Pública) Conhecimentos -
Eixo Temático 5 - Comunicação, Gestão
Documental, Transparência e Proteção
de Dados - 2024 (Pós-Edital)Autor:
Antonio Daud, Júlia Branco,
Ricardo Campanario
28 de Janeiro de 2024
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Antonio Daud, Júlia Branco, Ricardo Campanario
Aula 21 - Profa. Júlia Branco
Índice
..............................................................................................................................................................................................1) Apuração Jornalística 3
..............................................................................................................................................................................................2) Fontes no Jornalismo 6
..............................................................................................................................................................................................3) Entrevistas no Jornalismo 12
..............................................................................................................................................................................................4) Redação Jornalística 18
..............................................................................................................................................................................................5) Edição Jornalística 40
..............................................................................................................................................................................................6) Questões comentadas - Conceitos do Jornalismo (Parte 2) - CESGRANRIO 43
..............................................................................................................................................................................................7) Questões Comentadas - Fontes no Jornalismo - Multibancas 53
..............................................................................................................................................................................................8) Questões Comentadas - Entrevistas no Jornalismo - Multibancas 61
..............................................................................................................................................................................................9) Questões Comentadas - Redação Jornalística - Multibancas 72
..............................................................................................................................................................................................10) Questões Comentadas - Edição Jornalística - Multibancas 114
..............................................................................................................................................................................................11) Resumo - Apuração Jornalística 118
..............................................................................................................................................................................................12) Resumo.- Redação Jornalística 119
..............................................................................................................................................................................................13) Resumo - Edição Jornalística 121
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APURAÇÃO JORNALÍSTICA 
 Você lembra como nós terminamos a nossa última aula? 
 Nós conversamos a respeito do planejamento de pauta: ele é a primeira etapa da produção no 
jornalismo. Vamos rever quais são as fases desse processo? 
 
 Assim, nosso objetivo neste capítulo será estudar a fase da apuração jornalística. Nos capítulos 
subsequentes, entenderemos também como funcionam a redação e a edição e como essas etapas podem 
ser cobradas na sua prova de concurso. Vamos lá? 
 
Processo de apuração 
 A apuração jornalística é a fase na qual o jornalista pesquisará sobre o tema definido na pauta para 
obter as informações necessárias para produzir a sua matéria. Essa investigação pode ocorrer de inúmeras 
formas: o profissional pode ir para a rua ao local do acontecimento, procurar por autoridades relacionadas 
ao fato, entrevistar profissionais técnicos, requerer dados de órgãos públicos, contatar assessorias de 
imprensa de organizações, ouvir testemunhas, etc. É essencial destacar que não há um caminho pré-definido 
para a apuração a ser seguido em todos os casos: o jornalista deverá decidir qual é a melhor estratégia para 
ter conhecimento a respeito do assunto em pauta para comunica-lo para a audiência de forma completa e 
com informações verídicas. 
 O jornalista não é apenas um espectador das notícias ou uma testemunha: ele tem um papel ativo ao 
apurar os acontecimentos e torna-los públicos. Assim, é necessário ouvir todos os pontos de vista possíveis 
e também buscar as evidências e fatos desconexos ainda não explicados para construir uma notícia ou uma 
reportagem de alto impacto. Veja a importância desse olhar curioso do jornalista no processo de apuração: 
 O que distinguirá o jornalista serão os passos que der para atingir o “disponível” que 
chamamos de real, seus critérios para não se deixar levar por falhas de percepção, pela 
rotina produtiva, pelo engano das fontes. Ë sua disciplina de verificação. A notícia é 
construída no cuidado com a verificação, sobre o alicerce do levantamento de informações. 
(JUNIOR, 2006)1 
 Um dos principais desafios no processo de apuração das informações é o tempo disponível para a 
realização desse trabalho. O prazo de produção da matéria será definido conforme o acontecimento e o 
 
1 JUNIOR, L. C. P; A apuração da notícia: Métodos de investigação na imprensa . 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2006. 
Planejamento 
de pauta
Apuração Redação Edição
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formato jornalístico utilizado na cobertura: notícias precisarão ser apuradas e produzidas com extrema 
urgência enquanto reportagens podem dispor de um tempo maior para serem desenvolvidas. No entanto, 
mesmo quando o tempo de apuração é muito curto, o jornalista não deve dispensar os princípios 
estabelecidos no Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, tais como a checagem adequada dos dados e o 
uso de meios legais para obtenção das informações. 
 É preciso ter um senso muito apurado de responsabilidade ao transmitir uma notícia, sobretudo nos 
casos nos quais não foi possível investigar o fato com precisão: o jornalista não deve comunicar informações 
sem ter a certeza da sua veracidade dos dados. Uma vez divulgados, os furos jornalísticos serão conhecidos 
pela população de uma maneira extremamente rápida e não será possível desfazer um eventual erro. O 
jornalista não tem controle direto a respeito de quais pessoas tiveram acesso àquela informação e, assim, 
deve ter consciência do impacto de uma informação incorreta na sociedade. 
A divulgação de informações de maneira irresponsável é muito comum, por exemplo, nos casos nos 
quais celebridades precisam ir para UTIs de hospitais: alguns veículos divulgam de forma precipitada a morte 
de pessoas conhecidas pelo público sem que isso realmente tenha acontecido. No casos nos quais o 
falecimento ocorre, outro erro frequente é divulgar a informação sem que a família tenha conhecimento 
prévio do fato e, como consequência, ela será comunicadapela imprensa em uma situação pessoal delicada 
para todos os envolvidos. Por isso, é essencial que o jornalista encontre um equilíbrio entre a necessidade 
de divulgação de um furo jornalístico e a correta apuração dos fatos da notícia. 
Não há uma forma 100% eficiente para reparar o erro de apuração em uma notícia. No entanto, 
existem dois recursos a serem utilizados nesses casos: o direito de resposta e a errata. O direito de resposta 
é garantido constitucionalmente e é uma ferramenta para equilibrar as liberdades individuais e o direito de 
expressão da imprensa. Assim, nos casos nos quais há uma ofensa ou uma publicação incorreta de 
informações a respeito de uma personalidade ou de uma entidade pública ou privada, é possível solicitar o 
uso do direito de resposta na programação do veículo de comunicação envolvido nessa situação. Por isso, 
muitas redações têm como política ouvir previamente partidos políticos, ONGs, órgãos públicos, escritórios 
de advocacia e demais organizações ao mencionar seus nomes em matérias. A errata, por sua vez, é uma 
nota publicada no produto jornalístico para corrigir uma informação incorreta divulgada na edição anterior 
e é mais comum nos meios impressos. 
Precisamos destacar também a discussão recorrente no jornalismo a respeito da validade da internet 
como uma fonte adequada para a apuração de notícias. Veja o que o Manual de Jornalismo da Empresa 
Brasileira de Comunicação (EBC) diz sobre o assunto: 
A internet pode ser usada como fonte de consulta e de indicação de pautas. A constatação 
diária de fraudes e invasões de sítios, alguns considerados seguros, impõe cuidados 
permanentes para seu uso. Informação encontrada na internet exige checagem, mesmo se 
obtida em sites oficiais ou outros tidos como confiáveis, especialmente quando têm 
potencial de impacto significativo. (EMPRESA BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO, 2013)2 
A internet é um ambiente digital no qual qualquer pessoa pode publicar dados e produzir conteúdo. 
Há uma dualidade nesse processo: se por um lado há uma democratização no acesso à informação, há 
 
2 EMPRESA BRASILEIRA DE COMUNICAÇÃO. Manual de Jornalismo da EBC. 2013. Disponível em: 
http://www.ebc.com.br/institucional/sites/_institucional/files/manual_de_jornalismo_ebc.pdf. Acesso em: 1 dez. 2019. 
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também uma maior dificuldade na verificação da credibilidade e da fonte original dos textos. Dessa maneira, 
o jornalista deverá ter um olhar crítico ao utilizar a internet como recurso principal para a apuração de uma 
pauta: ele deve priorizar sites de órgãos oficiais do governo, institutos de pesquisa e organizações renomadas 
nos seus segmentos de atuação. Assim, a publicação de dados com base em pesquisas digitais não exclui a 
responsabilidade do jornalista caso eles estejam incorretos porque a internet não substitui um trabalho de 
apuração de alta qualidade. 
Outro aspecto essencial da apuração a ser destacado na nossa aula é que ela pode ser considerada 
um trabalho em grupo. Apesar da matéria final ser assinada por um ou mais jornalistas, muitas vezes 
inúmeros profissionais são envolvidos de forma direta ou indireta na produção de um conteúdo. Os 
produtores, editores e demais pessoas da redação devem atuar de forma colaborativa ao auxiliar seus 
colegas na obtenção de informações e no acesso às fontes que podem agregar valor à investigação 
jornalística em curso. No entanto, destaca-se aqui que a imprensa não substitui o trabalho do Ministério 
Público e das autoridades judiciais, por exemplo. É evidente que muitos escândalos de corrupção, por 
exemplo, são descobertos com base no olhar atento de um jornalista: nesses casos, o material obtido deverá 
ser encaminhado para que também haja a apuração por meio das vias policiais e judiciais da estrutura estatal. 
 
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Fontes no Jornalismo 
Nilson Lage é um dos principais estudiosos do jornalismo brasileiro contemporâneo e suas obras têm 
sido utilizadas com frequência pelas bancas examinadoras como base para a elaboração de questões, 
sobretudo em relação ao tema da apuração. No seu livro "Teoria e técnica de reportagem, entrevista e 
pesquisa jornalística", o autor explica os conceitos, classificações e melhores práticas para o uso de fontes 
na produção de conteúdo para os veículos de comunicação. 
Ao explicar a definição de fonte, Lage entende que elas são a origem das notícias: é a partir da fonte 
que o jornalista muitas vezes terá o primeiro contato com o fato sobre o qual será desenvolvida a notícia 
para veiculação no final do dia. Essas informações podem chegar às redações de diferentes maneiras: a partir 
de entrevistas, clippings, press releases de assessorias de imprensa, agências de notícias, etc. Assim, 
ressaltamos também que a notícia pode ocorrer em qualquer lugar a todo momento e, por isso, é importante 
que o jornalista tenha atenção ao que acontece ao seu redor para conseguir identificar um bom furo com 
rapidez. 
Informações, em suma, são matéria prima abundante e a dificuldade consiste e em 
selecioná-las, isto é, definir quais reúnem as condições de interesse público necessárias 
para sua transformação em notícia. (LAGE, 2006) 
 Logo, podemos considerar que as fontes permitem que dados e informações sejam transmitidos por 
pessoas físicas ou jurídicas para a imprensa. Dessa maneira, o jornalista terá como missão selecionar os 
aspectos mais relevantes recebidos das fontes para aprofundarem sua apuração no processo de produção 
de uma matéria. As fontes podem ser pessoas comuns, como testemunhas de tragédias ou profissionais 
especializados em determinada área de atuação, por exemplo. Elas também podem ser empresas privadas, 
órgãos governamentais e organizações sem fins lucrativos que gerenciam as suas relações com a imprensa a 
partir de uma assessoria. 
 
Classificação das fontes jornalísticas 
Nessa seção, vamos ver duas formas de classificação das fontes: o modelo dos círculos informacionais 
de Jacques Mouriquand e a classificação de Nilson Lage. 
Jacques Mouriquand é um pesquisador francês e autor de obras na área do jornalismo investigativo. 
Ele foi o responsável pela criação do modelo dos círculos informacionais, que apresenta uma maneira de 
classificar as fontes de acordo com o seu nível de importância para a notícia. Essa teoria também é conhecida 
como método caracol e já foi cobrada em provas para a área de comunicação social 
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Exemplificação do modelo dos círculos informacionais 
 
 Ao analisar a imagem que exemplifica o modelo dos círculos informacionais, podemos ver que ele é 
composto por três níveis de acordo com a importância das informações fornecidas por cada fonte. No nível 
mais externo, temos as fontes menos importantes que muitas vezes já são conhecidas pelos repórteres e 
apresentarão dados que serão usados como pistas para a continuação da apuração. Em seguida, temos as 
informações de média importância, apuradas com base nos dados iniciais. No centro, temos as informações 
principais, ou seja, aquelas que são resultadodo extenso processo de investigação e que serão o centro da 
matéria jornalística final. Dessa maneira, compreende-se o modelo proposto por Jacques Mouriquand como 
uma espécie de tiro ao alvo, segundo o qual o jornalista chega cada vez mais perto dos dados principais 
conforme desenvolve cada etapa da apuração.1 
Como mencionamos, existe também a classificação de fontes de acordo com Nilson Lage: ele realiza 
uma categorização em grupos conforme as naturezas de cada fonte2. Vamos ver como isso funciona? 
 
Fontes oficiais, oficiosas e independentes 
Fontes oficiais: são aquelas que pertencem ao Estado, executam atividades próprias do poder público 
ou são empresas e organizações do poder privado. Assim, podemos citar como exemplos os ministérios, 
secretarias, assembleias legislativas, empresas privadas, cartórios, juntas comerciais, fundações, etc. 
De acordo com Nilson Lage, as fontes oficiais são consideradas as mais confiáveis e muitos veículos 
de mídia sequer citam a origem dos dados quando eles foram obtidos de fontes dessa natureza. No entanto, 
o autor faz uma ressalva em relação ao fato de que elas podem manipular ou influenciar os dados divulgados 
 
1 JUNIOR, L. C. P; A apuração da notícia: Métodos de investigação na imprensa . 1. ed. Petrópolis: 
Vozes, 2006. 
2 LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2005 
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para que eles atendam aos seus próprios interesses. Ou seja, ao colaborar com a imprensa, as fontes oficiais 
têm uma tendência maior a tentarem proteger a si mesmas a partir da publicação ou não de informações. É 
muito comum que dados sejam omitidos, aspectos de pesquisas sejam intencionalmente destacados ou 
desvalorizados ou barreiras sejam criadas para reduzir o acesso às informações sensíveis. 
Fontes oficiosas: são fontes próximas ao indivíduo ou a uma organização principal, mas que não 
podem falar em nome deles de forma direta. Assim, as informações divulgadas por essas fontes poderão ser 
desmentidas. As fontes oficiosas representam interesses distintos dentro de uma organização e podem ser 
um funcionário que relata à imprensa dados a respeito de uma manobra comercial de uma empresa privada, 
por exemplo. Assim, as fontes oficiosas costumam auxiliar os jornalistas a descobrir dados que não seriam 
divulgados de forma espontânea pelas fontes oficiais e, em geral, o conteúdo recebido é divulgado de forma 
off-the-record (sem citar o nome da fonte). 
Fontes independentes: são aquelas que, em regra, não atendem a um interesse público ou privado 
específico. Elas costumam ser organizações não-governamentais ou associações que funcionam sem fins 
lucrativos. Contudo, seus representantes costumam defender ideologias ou causas (como a preservação do 
meio ambiente) e vão divulgar informações que sejam coerentes com aquilo que acreditam. 
 
Fontes primárias e secundárias 
Fontes primárias são as principais fontes de informação para a apuração e composição do texto de 
uma matéria jornalística. Assim, são os dados nos quais o profissional de comunicação irá basear toda a sua 
pesquisa subsequente ao conhecimento daquelas informações iniciais. 
Já as fontes secundárias são aquelas que tem um nível menor de importância em comparação com 
as primárias, mas que exercem sim um papel considerável na complementação de dados de uma notícia. 
Vamos ver um exemplo do uso de fontes primárias e secundárias? 
Imagine que você é um jornalista de um telejornal local exibido às 19h. Ao chegar na redação, seu 
editor-chefe lhe informa que a sua pauta do dia será investigar o aumento da violência em um dos bairros 
da sua cidade. Assim, a fonte primária da notícia é um levantamento de dados divulgados naquele mesmo 
dia pela Polícia Militar que informou que o índice de roubos de veículos aumentou consideravelmente nos 
últimos seis meses na zona sul do município. Portanto, a fonte primária para a matéria será os dados 
divulgados pela PM. Já as fontes secundárias serão entrevistas com moradores da região afetada e conversas 
com líderes de associações locais, por exemplo. 
 
Testemunhas e experts 
As testemunhas são pessoas que efetivamente participaram ou estiveram no local de tragédias, 
eventos ou acontecimentos marcantes a serem noticiados pela imprensa. Os relatos dessas pessoas são 
marcados pela emoção, pelo imediatismo e pelas sensações de quem vivenciou o fato. Elas são importantes 
para que o leitor, ouvinte ou telespectador da matéria jornalística consiga compreender como foi estar 
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naquela situação descrita pelo veículo de comunicação. No entanto, é preciso entender que esses relatos 
são subjetivos e podem ser apresentados com um viés narrativo, prejudicando o entendimento com exatidão 
do que ocorreu. 
Já os experts são pessoas que não participaram diretamente do fato em questão, mas possuem 
conhecimento técnico suficiente para analisa-los e explicar suas causas e consequências. Assim, costumam 
ser considerados fontes secundárias pela imprensa, mas vão apoiar a equipe de comunicação para que seja 
possível explicar com maior facilidade os aspectos pertinentes sobre o acontecimento relatado. É importante 
ressaltar que cada especialista tem suas próprias crenças e linhas de raciocínio, o que influenciará nas suas 
opiniões a respeito do tema consultado. 
Perceba que nenhuma fonte é completamente isenta de fatores externos e nem sempre será possível 
obter relatos imparciais para a produção de uma matéria. Por isso, há uma prática jornalística conhecida 
como a teoria das três fontes. Segundo essa metodologia, o profissional deverá buscar sempre ouvir três 
fontes diferentes e que não se conheçam para obter uma análise mais consistente a respeito do fato em 
investigação. O fundamento dessa prática é comparar as informações fornecidas pelas fontes para, então, 
encontrar a versão do fato que mais se aproxime com a realidade. Isso permite obter comentários e 
percepções com um grau maior de consistência do que ouvir apenas uma fonte isolada. 
 
A relação ética do jornalista com as fontes 
A principal função das fontes no jornalismo é garantir a existência de um fluxo constante de 
informações para que a imprensa possa transformá-las em conteúdo jornalístico e consiga informar o leitor 
sobre temas de interesse da sociedade. Assim, manter uma boa relação com as fontes das notícias é essencial 
para o trabalho jornalístico de qualidade, porque elas poderão agregar valor à apuração realizada pelo 
profissional de comunicação social. 
A relação entre o jornalista e as fontes precisa ser estabelecida de forma respeitosa, com base nos 
princípios éticos e morais que nós estudamos na aula 00 e que orientam o trabalho da imprensa. Dessa 
forma, destaca-se que o jornalista deverá evitar ter uma relação pessoal muito próxima com as suas fontes 
para que não haja um favorecimento indevido ao produzir reportagens de interesse de terceiros. Além disso, 
o profissional não deve aceitar presentes, valores financeiros ou qualquer vantagem adicional que configure 
um benefício indevido para que determinados aspectos sejam valorizados ou ignorados no processo de 
construção da notícia. 
Para mediar essa relação entre a fonte e os jornalistas, o Manual de Redação da Folha de São Paulo 
estabeleceu alguns procedimentos-padrão sobre otema. Confira: 
São direitos da fonte: 
- Ser tratada com respeito e cortesia; 
- Gravar a conversa com o jornalista; 
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- Ser ouvida por outro profissional caso exista obstáculo intransponível na relação com 
determinado jornalista; 
- Permanecer anônima quando prestar informação off-the-record; 
- Dispor de prazo razoável para responder a questionamentos da reportagem, salvo se a 
publicação exigir urgência; 
- Ter sua versão dos fatos publicada junto da acusação (outro lado) ou, em caráter 
excepcional, tão logo seja possível; 
- Conversar com superiores hierárquicos do repórter; 
- Solicitar publicação de erratas; 
- Recorrer ao ombudsman. (FOLHA DE S. PAULO, 2018)3 
 Perceba que as orientações do manual são bem coerentes com os princípios dos Códigos de Ética da 
área de comunicação social: os objetivos são evitar a produção de matérias parciais e também respeitar os 
direitos individuais da fonte. 
 Ao ler o conteúdo destacado do Manual de Redação da Folha de São Paulo, você talvez não tenha 
compreendido (ou não lembra) do significado das expressões off-the-record e ombudsman. Veja o que elas 
significam: 
Off-the-record: uma informação off-the-record é aquela publicada sem a identificação da 
fonte. Isso acontece em casos nos quais o jornalista tem acesso a dados confidenciais de 
extrema relevância para a sociedade e não pode revelar a fonte por razões de segurança, 
por exemplo. Assim, são informações que podem ser publicadas pelo jornalista, mas seu 
caráter de acesso privilegiado e exclusivo recomenda que a fonte não seja identificada.4 
Ombudsman: trata-se de uma expressão de origem sueca que, em tradução livre, significa 
“representante do cidadão”. No jornalismo, é um profissional selecionado exclusivamente 
para ouvir as demandas da população e ter uma relação mais próxima com o leitor. Ele 
recebe as críticas, opiniões e elogios da audiência e, a partir disso, realiza o seu trabalho 
 
3FOLHA DE S. PAULO. Manual da Redação da Folha chega à 5ª e mais ampla versão. 2018. Disponível em: 
https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/02/manual-da-redacao-da-folha-chega-a-5a-e-mais-ampla-versao.shtml. 
Acesso em: 1 dez. 2019. 
 
4 COMUNICAÇÃO E CRISE. Para que serve o “off the record”. Disponível em: 
http://www.comunicacaoecrise.com/site/index.php/article-category-list/199-para-que-serve-o-off-the-record. Acesso em: 
29 nov. 2019. 
 
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como jornalista, sempre priorizando o olhar crítico para as notícias e para a atuação da 
imprensa.5 
 Além das orientações acima destacadas, é importante destacar os conselhos que Barbeiro e Lima 
(2013) apresentam aos jornalistas ao conduzirem entrevistas com as suas fontes. Vamos ver quais são eles? 
 - Caso o jornalista prometa anonimato à fonte, ele deve cumprir a sua palavra. Contudo, deve fazer 
essa promessa apenas se efetivamente for coerente e necessário o pedido de sigilo feito pela fonte. 
 - O jornalista tem responsabilidade com as suas fontes, por isso, o ideal é fazer referência a elas de 
forma específica (mesmo que não cite o nome de forma direta). 
 - Jornalistas não devem ser amigos de fontes e devem manter a distância necessária para resguardar 
a imparcialidade e a isenção jornalísticas. O compromisso do jornalista é sempre com o público, em primeiro 
lugar, apesar de depender das fontes para o seu trabalho. 
 - É preciso evitar o “fontismo”, ou seja, a prática de recorrer sempre às mesmas fontes para a 
produção das matérias. Diversidade de fontes é importante para demonstrar múltiplos pontos de vista e 
pluralidade no jornalismo. 
 - Fontes não são estáticas e seus interesses mudam ao longo do tempo: o jornalista deve ter 
perspicácia para identificar esses comportamentos. Ademais, as fontes podem ser a origem de bons furos 
jornalísticos, contudo, o jornalista deve sempre fazer uma checagem das informações. 
 - Usar o recurso do sigilo da fonte para dar uma opinião pessoal é uma infração ética extremamente 
grave no exercício da profissão e o jornalista deve sempre prezar pela transparência ao trazer informações 
para a sua audiência. 
Assim, compreende-se a importância de tratar as fontes com respeito e desenvolver um 
relacionamento ético e compatível com a responsabilidade em relação à independência e à imparcialidade 
do trabalho jornalístico. 
 
5 FOLHA DE S. PAULO. O que é o cargo de ombudsman?. Disponível em: 
https://www1.folha.uol.com.br/ombudsman/2014/09/o-que-e-o-cargo-de-ombudsman.shtml. Acesso em: 2 dez. 2019. 
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Entrevistas no Jornalismo 
 Na nossa aula anterior, nós vimos que as entrevistas podem ser consideradas um gênero no 
jornalismo brasileiro. Assim, nessa seção, vamos analisar as entrevistas com o objetivo de identificar como 
elas podem colaborar com o processo de apuração. Nós vamos compreendê-las sob o aspecto mais prático 
conforma a visão do jornalista (entrevistador). 
 As entrevistas são uma ferramenta essencial para que o jornalista obtenha as informações 
necessárias para produzir uma matéria completa, coerente e com dados verídicos para a audiência. Logo, a 
entrevista será usada para que o jornalista tenha contato com as fontes escolhidas para a realização de uma 
determinada pauta. 
 É importante ressaltar que o jornalista não deve ir despreparado para uma entrevista: além das 
técnicas estudadas na sua formação acadêmica e/ou desenvolvidas no dia a dia do seu trabalho, o 
profissional de comunicação deve estudar previamente quem é a pessoa com a qual ele vai conversar (se 
possível). Nos casos nos quais não é possível identificar o entrevistado com antecedência, como no caso de 
entrevistas com torcedores de uma partida de futebol, por exemplo, é essencial que o jornalista tenha uma 
noção mínima a respeito do contexto no qual as perguntas serão realizadas. Essa sensibilidade é 
indispensável para que os questionamentos a serem realizados sejam consistentes e possam obter 
informações úteis para a realização da matéria final. 
É preciso trabalhar duro antes da entrevista, pesquisando tudo sobre os temas a serem 
tratados e sobre o entrevistado. Depois de bem preparado (de preferência um dia antes), 
o entrevistador deve fazer um roteiro com começo, meio e fim. O objetivo não é bitolar e 
restringir o desempenho do entrevistador, mas ser uma base referencial para evitar 
"brancos" e atropelos. (OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA)1 
 Dessa maneira, podemos perceber que existem formas distintas para conduzir uma entrevista: as 
perguntas poderão ser mais específicas ou mais abertas e a conversa poderá ter um roteiro fechado ou não, 
por exemplo. Essa escolha dependerá do perfil da pauta jornalística a ser produzida, da proximidade do 
jornalista com a fonte, das regras estabelecidas pelas assessorias de imprensa, do tempo disponível para a 
conversa, dentre outros fatores. 
Para organizar os tipos de entrevistas existentes no fazer jornalístico, Nilson Lage desenvolveu uma 
classificação que é utilizada pelas bancas examinadoras como base para a elaboração de questão. Ele divide 
a categorizaçãoem dois grupos: de acordo com os objetivos e conforme as circunstâncias de realização das 
entrevistas. 
 
1 OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA. Técnicas de entrevista. Disponível em: http://observatoriodaimprensa.com.br/primeiras-
edicoes/tcnicas-de-entrevista/. Acesso em: 2 dez. 2019. 
 
 
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Classificação de acordo com o objetivo da entrevista 
1) Rituais: são as entrevistas rotineiras que têm como principal objetivo apenas expor a imagem e a 
voz do entrevistado. O conteúdo em si, na maioria das vezes, não trará nenhuma informação 
extremamente relevante e/ou que não seja conhecida pela audiência. Um exemplo desse tipo de 
entrevista são as falas dos jogadores de um time de vôlei depois de uma competição, por exemplo. 
A entrevista ritual apenas complementa uma matéria como informação adicional e tem um valor 
simbólico para a construção da narrativa jornalística. 
2) Temáticas: são entrevistas construídas com base em um tema principal que será desenvolvido e 
explicado pelo entrevistado. Entende-se, nesse caso, que o especialista com o qual o jornalista 
conversará tem os conhecimentos técnicos para expor sua análise a respeito do assunto em 
questão. Em geral, é um tipo de entrevista utilizado para obter uma análise sobre o fato ou 
acontecimento principal da matéria a ser produzida. 
3) Testemunhais: são as entrevistas realizadas com as pessoas que viram ou participaram 
ativamente do fato abordado pela matéria. Essas conversas expõem as percepções subjetivas dos 
entrevistados e o ponto de vista de quem foi afetado, de alguma maneira, pelo acontecimento. 
Assim, um exemplo são as entrevistas feitas com os sobreviventes de um deslizamento de terra 
em área urbana. 
4) Em profundidade: são entrevistas extensas realizadas com uma pessoa em específico que será 
ela mesma o foco principal da conversa. O objetivo é compreender com profundidade seu ponto 
de vista, sua história de vida e suas contribuições para a sociedade, por exemplo. Há uma 
exposição da personalidade do entrevistado para a audiência. 
 
 
Classificação de acordo com a circunstância de realização da entrevista 
1) Ocasionais: são entrevistas realizadas sem agendamento e sem uma programação específica. Por 
isso, costumam ser mais abertas em relação aos outros tipos de entrevistas e o entrevistado tende 
Classificação 
de entrevistas 
(Lage)
Objetivos
Rituais Temáticas Testemunhais
Em 
profundidade
Circunstâncias 
de realização
Ocasionais Confronto Coletivas Dialogais
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a fornecer respostas mais sinceras. No entanto, Lage destaca que, nesse caso, existem 
entrevistados que têm uma formação específica para lidar com situações deste tipo e, portanto, 
poderão manipular as respostas com maior facilidade para atingirem seus objetivos caso o 
conteúdo seja publicado na imprensa (o que reduz o caráter de espontaneidade das declarações). 
2) Confrontos: são entrevistas nas quais o jornalista está em uma posição oposta à do entrevistado, 
como se um dos dois precisasse “ganhar” o embate em relação à opinião pública. Assim, o 
entrevistador fará perguntas inquisitórias para o entrevistado, que poderá, no final, ser 
“absolvido” pela percepção da audiência ou considerado culpado (de forma subjetiva). 
Normalmente esse tipo de entrevista é feito com base em dossiês ou informações acusatórias já 
conhecidas pela sociedade em geral. 
3) Coletivas: são realizadas com um ou mais entrevistados e têm como princípio permitir que 
repórteres de diversos veículos tenham chances iguais de realizarem seus questionamentos. Uma 
das suas características é limitar o diálogo, ou seja, cada entrevistador consegue fazer apenas 
cerca de uma ou duas perguntas. Esse é um tipo de entrevista que agrada bastante as assessorias 
de imprensa, pelo seu formato no qual o entrevistado tem um controle maior sobre o fluxo das 
perguntas e também pelo fato de que elas têm uma repercussão em diversos veículos da mídia. 
As entrevistas coletivas são muito comuns após a realização de eventos de interesse público ou 
como uma metodologia rotineira para acompanhamento das ações de órgãos públicos, por 
exemplo. 
4) Dialogais: são consideradas o melhor formato de entrevistas e aquelas que obtém resultados de 
qualidade, tanto para o entrevistador quanto para o entrevistado. Elas são agendadas com 
antecedência e ocorrem em um espaço físico no qual o convidado fica no mesmo nível do 
jornalista. O objetivo principal é desenvolver uma conversa que seja agradável, exponha as 
opiniões do entrevistado e permita o aprofundamento das questões abordadas. 
 
ATENÇÃO: Ao falarmos sobre coletiva de imprensa, precisamos conhecer a expressão pool 
de imprensa. Ela é utilizada para designar situações nas quais há um acordo entre os 
veículos que farão uma cobertura de uma coletiva específica, mas não há espaço para todos 
os jornalistas na sala. Dessa forma, alguns profissionais coletarão os dados e 
compartilharão com os demais para contribuírem com as apurações. 
 
 
Além da classificação de entrevistas apresentada acima, temos também a classificação feita pelo 
autor Mário Erbolato. Ela não é uma das mais comuns em prova (como a que vimos anteriormente), mas 
você precisa entender como ela funciona. As entrevistas são divididas nos seguintes grupos: 
Como geradoras de matéria jornalística - de rotina e caracterizadas. As primeiras são destinadas à 
apuração de informações que vão fazer parte das matérias do dia a dia do jornalista, como forma de 
verificação de dados. Contudo, se a entrevista passa a integrar a matéria, com falas do entrevistado, trata-
se de uma entrevista caracterizada. 
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Quanto aos entrevistados - individual ou em grupos. Como os próprios termos já expressam, o 
jornalista pode fazer uma entrevista individual com um entrevistado específico ou participar de situações 
com várias pessoas que conversam com um jornalista ou com um grupo de profissionais da imprensa. 
Quanto aos entrevistadores - pessoal (exclusiva) ou coletiva. A entrevista exclusiva é aquela que tem 
informações dadas apenas a um jornalista ou veículo específico. A coletiva, por sua vez, traz informações 
para mais de um jornalista. 
Quanto ao conteúdo – informativas, opinativas, de personalidade ou biográficas. As informativas são 
aquelas que trazem informações sobre um determinado fato, enquanto as opinativas apresentam o ponto 
de vista do entrevistado sobre o assunto em pauta. A entrevista de personalidade foca nos hábitos e nos 
projetos do entrevistado, enquanto a biográfica utiliza informações de arquivos e registros para seu 
desenvolvimento. 
 
Vimos até aqui os principais aspectos da apuração jornalística para a sua prova. Vamos exercitar o 
conteúdo com a realização de algumas questões? 
 
 
(UFG – 2015 – UFG) 
A apuração e a investigação jornalística requerem um processo de abordagem das fontes de informação. Um 
dos métodos que indica o passo a passo da apuração pela ordem de importância foi proposto por Jacques 
Mouriquand, conhecido como método caracolou círculos informacionais (PEREIRA JUNIOR, 2006, p. 85). Nesse 
método, as fontes devem ser consultadas na seguinte ordem de abordagem: 
A) oficiais, oficiosas, independentes. 
B) primeiro círculo de informadores, contatos de média importância, personagens fulcrais. 
C) primárias, secundárias, testemunhas. 
D) desfavoráveis, técnicas, favoráveis. 
 
Comentário: 
O método caracol de apuração das informações define uma ordem de abordagem para auxiliar o trabalho 
dos jornalistas com as fontes: devem ser abordadas primeiramente as fontes menos importantes para, 
então, entrar em contato com aquelas que são consideradas essenciais para a investigação jornalística. 
Gabarito: letra B. 
 
(FCC – 2012 – TRT/6ª Região/PE) 
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Leia o trecho abaixo. 
 
(...) O jornalista alertou que a falta de repórteres atrapalha todas as esferas do jornalismo. ‘Se não houver 
repórter, os outros gêneros do jornalismo serão prejudicados. O repórter é um historiador do tempo presente’. 
Na ocasião, Caco apontou onde nasce uma pauta. De acordo com o jornalista, as melhores pautas estão na rua 
e as pessoas têm se esquecido disso. Para ele, a internet virou um lugar de reprodução e acaba tirando a 
verdadeira essência de uma boa reportagem. 
(Extraído de: Fonseca, Priscila: O repórter é um historiador do tempo presente, diz Caco Barcellos. In: . 
Acesso em 4 de abril de 2012) 
 
A partir da crítica do jornalista Caco Barcelos, é correto afirmar que, se a internet for usada na apuração 
jornalística, ela deve 
a) ser a própria fonte. 
b) dar credibilidade às fontes. 
c) facilitar o acesso às fontes. 
d) manter a atualidade das fontes. 
e) divulgar as fontes. 
 
Comentário: 
O autor faz uma crítica clara em relação ao uso da internet para pesquisar possíveis fatos geradores de 
notícias e fontes para a apuração. Assim, a internet não deve ser a própria fonte ou servir como fator de 
credibilidade para o jornalista: ele deverá ir para a rua, que é o local no qual, segundo Caco Barcelos, as 
melhores reportagens são desenvolvidas. Portanto, a internet também não tem como papel manter a 
atualidade das fontes ou divulga-las: a web apenas facilita o acesso a essas fontes ao permitir novas formas 
de comunicação instantânea, por exemplo, mas não substitui o trabalho realizado nas ruas pelo jornalista. 
Gabarito: letra C. 
 
(FGV – 2015 – Câmara Municipal de Caruaru/PE) 
Usadas para a apuração de informações, as entrevistas são classificadas, quanto ao seu objetivo, em 
a) exclusivas e coletivas. 
b) temáticas e rituais. 
c) ocasionais e programadas. 
d) dialogais e de confronto. 
e) gravadas e ao vivo. 
 
Comentário: 
A questão cobra a classificação de entrevistas de acordo com as obras de Nilson Lage. Assim, as entrevistas, 
em relação aos seus objetivos, podem ser classificadas como ritual, temática, testemunhal e em 
profundidade. Portanto, a alternativa correta é a letra B. 
Gabarito: letra B. 
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Orientações para a realização de entrevistas 
 Fazer entrevistas com fontes é uma das atividades mais corriqueiras e comuns no jornalismo diário. 
Portanto, o jornalista deve dominar técnicas e ter uma postura adequada para que as entrevistas sejam feitas 
de forma correta e ética. Vamos ver as orientações de Barbeiro e Lima (2013) sobre o assunto: 
 - Perguntas não devem ser nem muito longas e nem muito curtas. O telespectador (no caso de 
entrevistas para TV) precisa entender o assunto, mas a pergunta não pode ser prolixa. 
 - O jornalista deve perguntar aquilo que é relevante na visão do público e lembrar que o entrevistado 
vai dar a entrevista para que o ESPECTADOR (e não o jornalista) entenda o assunto tratado. 
 - Entrevistas têm início, desenvolvimento e conclusão: isso significa que o jornalista deve estar ciente 
sobre o tema da entrevista, até para apresenta-la para a audiência. Ademais, deve fazer uma preparação 
prévia e estruturar as perguntas de forma clara para que a entrevista possa ser proveitosa. 
 - Barbeiro e Lima (2013) recomendam que os entrevistados sejam tratados com respeito, mas sem 
formalismos. “Doutor” deve ser usado apenas para médicos ou para quem tem doutorado. Termos como 
“Vossa Excelência” devem ser evitados. É de bom tom perguntar ao entrevistado, antes da gravação, como 
ele quer ser chamado (sobretudo no caso de entrevistados com nomes pouco comuns). 
 - É importante evitar interromper o entrevistado no meio de uma resposta. Contudo, é necessário 
estar atento e não deixar o entrevistado “fugir” da pergunta. Usar questionamentos como “por que” ajudam 
a evitar respostas monossilábicas como sim ou não. 
 - É preciso ter cuidado com entrevistados que fazem media training e sabem como aumentar as 
respostas para ficarem mais tempo no ar ou “invertem” os papéis e fazem perguntas aos jornalistas. 
 - É necessário evitar bate-boca e discussões com o entrevistado, visto que não se trata de um debate. 
Além disso, o jornalista deve manter o foco na temática principal da entrevista. 
 - Existem excelentes entrevistas que são realizadas por profissionais que não são do jornalismo, como 
apresentadores e artistas. 
 - É comum as emissoras editarem trechos curtos da entrevista para apresentarem durante a 
programação, como chamadas para os programas. Nem sempre esses destaques vão priorizar os trechos 
preferidos do entrevistado e isso pode ser um fator de desgaste. Logo, o jornalista deve priorizar o interesse 
público. 
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REDAÇÃO JORNALÍSTICA 
A redação jornalística é a etapa na qual as informações apuradas pelo jornalista serão transformadas 
em um conteúdo adequado para o formato e o público do veículo de comunicação. Portanto, um dos desafios 
do profissional nessa fase é selecionar os dados que serão mais relevantes para a matéria e organizá-los em 
um texto que seja compatível com o espaço disponível para a publicação, com o grau de familiarização do 
leitor com o tema e também com as políticas editoriais e orientações de redação do veículo. 
Pirâmide Invertida 
 Nós já vimos que a notícia é um formato jornalístico que informa o receptor sobre um tema factual 
de forma objetiva, clara e concisa, sem apresentar desdobramentos ou análises sobre o acontecimento. 
Assim, a notícia deve responder no seu parágrafo inicial a seis perguntas principais: elas compõem o lide 
clássico da notícia. 
• O que? 
• Quem? 
• Como? 
• Quando? 
• Onde? 
• Por que? 
 Fique atento: algumas bancas, como a FGV, cobram a fórmula padrão para a construção de um lide 
clássico. Essa fórmula é: 3Q + O + P + C, de acordo com as perguntas acima apresentadas, para uma notícia 
padrão (notícia analítica). Esse não é um conteúdo tão frequente em provas (vi ser cobrado dessa forma 
pouquíssimas vezes), contudo, você precisa conhecê-lo para o seu estudo. Uma notícia mais enxuta, com 
uma estrutura menor (notícia sintética), utilizará apenas o 3Q para expressar as informações sobre o fato 
apresentado. 
Nesta aula, você conhecerá também outros tipos de lide e também elementos adicionais que podemcompor a notícia. No entanto, precisamos primeiro entender bem o conceito de pirâmide invertida, pois ela 
é a base da construção da notícia. 
 O processo de planejamento de pauta define os pontos principais já conhecidos a respeito de um 
fato: eles serão apurados pelo jornalista a partir do contato com fontes, realização de entrevistas, ida ao 
local do acontecimento, etc. Ao voltar para a redação para preparar o seu texto, é esperado que o 
profissional de comunicação precise organizar todas as informações apuradas e selecione aquelas que serão 
mais importantes para o interesse público, de acordo com os critérios de noticiabilidade. 
 Contudo, como o jornalista deve dispor as informações apuradas no seu texto noticioso? 
 A pirâmide invertida é uma ferramenta criada para responder à essa pergunta: trata-se de uma 
estrutura segundo a qual as informações indispensáveis para a compreensão da notícia serão apresentadas 
de forma decrescente no texto, de acordo com o nível de importância. Dessa maneira, o jornalista deverá 
seguir a seguinte ordem ao escrever o conteúdo: lide, corpo da matéria e detalhes adicionais. 
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 Perceba que um texto noticioso apresentará um fluxo de conteúdo bem diferente de uma história 
narrativa, por exemplo: na notícia, não há um clímax pelo qual o leitor aguardará ansiosamente ao longo de 
diversos parágrafos. Os dados essenciais a respeito do assunto abordado serão apresentados da forma mais 
clara e objetiva possível pelo jornalista no lide e, em seguida, ele destrinchará as informações do primeiro 
parágrafo nas linha subsequentes para publicar a notícia de maneira completa e coerente. Assim, uma das 
vantagens da pirâmide invertida é facilitar o trabalho da edição porque o jornalista poderá cortar, com maior 
facilidade, trechos do texto que não caibam no espaço disponível para a publicação (no caso dos meios 
impressos).1 
A pirâmide invertida representa a estrutura macro de um texto jornalístico no formato clássico da 
notícia. No entanto, perceba que o uso da pirâmide invertida não impede que outros elementos também 
apareçam na notícia, tais como o sublide e o sutiã. 
Vamos analisar uma notícia escrita conforme a estrutura da pirâmide invertida? 
Homem que se passava por policial é preso em Ceilândia 
Homem trabalhava como motorista de aplicativo e se dizia policial aposentado, mas 
documentação era falsa 
Correio Braziliense – 28/11/2019 – 8h30 
Uma equipe da Polícia Militar abordou um veículo na madrugada desta quinta-feira 
(28/11) em Ceilândia e se deparou com uma situação inusitada. O motorista se apresentou 
como um policial militar aposentado, e afirmou que estava armado. Mas a checagem dos 
militares mostrou que a identificação e arma eram falsas. 
Ele foi preso por volta da 1h30. No carro, havia outras três pessoas, que solicitaram uma 
corrida por meio de um aplicativo de transporte. Elas foram liberadas após a ação policial. 
 
1 OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA. Para que serve a pirâmide invertida?. Disponível em: 
http://observatoriodaimprensa.com.br/e-noticias/para-que-serve-a-piramide-invertida/. Acesso em: 2 dez. 2019. 
Lide
Corpo da matéria
Detalhes adicionais e 
informações menos 
relavantes
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Segundo a PMDF, a suspeita sobre a identidade do condutor ficou mais forte devido a 
informações fornecidas pelo suspeito durante a abordagem. O motorista "passou 
informações que não condizem com a corporação", diz trecho da nota encaminhada pela 
assessoria. 
O motorista, que não teve o nome divulgado, tem passagens pelo mesmo crime de falsa 
identidade, além de outras por porte de arma de fogo e uso de uniforme policial. Ele foi 
levado para a 15ª Delegacia de Polícia, em Ceilândia Centro.2 
 No texto apresentado, podemos identificar a pirâmide invertida a partir da organização das 
informações realizada pelo autor da notícia. O primeiro parágrafo, destacado em vermelho, apresenta 
claramente o fato principal: um homem (quem) se apresentou para a polícia como policial militar aposentado 
(o que) usando documentos falsos (como) em uma abordagem realizada na cidade de Ceilândia (onde) na 
quinta-feira, dia 28/11/19 (quando). 
 Ao continuar a leitura do texto, vemos que o segundo e o terceiro parágrafos (em verde) explicam os 
dados informados no lide: a polícia suspeitou do carro porque as informações apresentadas pelo motorista 
sobre a PMDF foram inconsistentes e os passageiros que estavam no veículo foram liberados. Já o último 
parágrafo do texto, em laranja, traz mais alguns detalhes sobre o caso, como passagens anteriores do 
motorista pela polícia e também as providências adotadas pelas autoridades para resolver o caso. Perceba 
que essas informações não explicam diretamente o lide, mas apenas complementam o texto para facilitar a 
compreensão do leitor a respeito da notícia. 
 
Princípios de um Bom Texto Jornalístico 
 A pirâmide invertida facilitará o trabalho do jornalista ao escrever seu texto, contudo, precisamos 
saber que ela, por si só, não garantirá a qualidade do conteúdo publicado. Existem outros aspectos a serem 
considerados pelo profissional de comunicação além da estrutura básica, tais como a correção gramatical do 
texto, a escolha adequada de palavras e o uso de recursos linguísticos para priorizar a clareza e a objetividade 
do texto. 
 Há uma discussão ampla na Academia sobre quais seriam as melhores práticas para escrever um texto 
jornalístico de alta qualidade: alguns teóricos defendem que determinados princípios devem ser valorizados 
em detrimento de outros. Contudo, para fins de prova, vamos analisar esse tema de forma didática e com 
base nas orientações dos Manuais de Redação dos maiores jornais impressos e grupos editoriais do país. 
 Um manual de redação é um documento editado por empresas do ramo jornalístico com o objetivo 
de estabelecer as diretrizes para a produção e a escrita dos conteúdos pelos seus profissionais. Ele seleciona 
e orienta as melhores práticas de redação jornalística, além de apresentar também os princípios e os critérios 
utilizados pela organização para definir o que é um texto de alta qualidade. Os manuais também auxiliam o 
 
2 CORREIO BRAZILIENSE. Homem que se passava por policial é preso em Ceilândia. Disponível em: 
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2019/11/28/interna_cidadesdf,809840/homem-que-se-
passava-por-policial-e-preso-em-ceilandia.shtml. Acesso em: 1 dez. 2019. 
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leitor a conhecer os valores nos quais a empresa acredita: eles serão refletidos na linha editorial aplicada no 
produto final do veículo de comunicação. 
[...] é importante refletir sobre a qualidade do jornalismo, pois, cada vez mais, a tendência 
mundial é a simplificação da notícia, a pouca criatividade, a falta de investigação na 
apuração e a inexpressiva presença de interpretação. Qualidade não é sinônimo de 
prolixidade ou redundância, mas de investigação, apuração das informações e 
comprometimento social. (BORELLI, 2005)3 
 Apesar dos manuais terem comofunção principal facilitar e orientar o processo de escrita, há 
acadêmicos da área de comunicação social que acreditam que esses documentos limitam as possibilidades 
criativas e a liberdade do profissional da imprensa. Além disso, a maioria dos manuais de redação trata o 
processo de produção de notícia como uma atividade linear, a ser executada segundo um roteiro padrão. 
Isso não condiz com a realidade de uma redação, pois as notícias acontecem a todo momento e precisam ser 
sempre atualizadas em tempo real. Por outro lado, os manuais permitem que exista um controle maior a 
respeito da qualidade e da unidade dos textos a serem publicados no veículo de comunicação. 
 Algumas empresas deixam claro nos seus manuais de redação que o objetivo desses documentos não 
é cercear o trabalho jornalístico, mas sim servir como um guia de boas práticas para os jornalistas. Veja o 
que o Manual de Redação do jornal Estadão diz sobre o assunto: 
De qualquer forma, o objetivo deste trabalho continua o mesmo: expor, de modo ordenado 
e sistemático, as normas editoriais e de estilo adotadas pelo Estado. O Manual não 
pretende, com isso, tolher a criatividade de editores, repórteres e redatores, nem impor 
camisas-de-força aos jornalistas da empresa. Seu objetivo é claro: definir princípios que 
tornem uniforme a edição do jornal. (ESTADÃO, 2019)4 
 Com base nos conceitos apresentados, estudaremos os princípios e as recomendações para a redação 
jornalística. 
1) Usar uma linguagem simples e direta 
O jornalismo exige que o profissional de comunicação interaja com pessoas especialistas em outras 
áreas do conhecimento, tais como engenharia, tecnologia e medicina, por exemplo. Ouvir fontes experientes 
e renomadas nos seus segmentos de atuação pode ser o diferencial entre uma reportagem de qualidade 
mediana e um texto jornalístico completo e de alto nível em relação às informações apresentadas. Assim, é 
preciso relembrar que o objetivo principal do jornalismo sempre será entregar as notícias e os dados mais 
importantes para a sociedade a partir de uma apuração criteriosa. 
Diante desse contexto, as entrevistas com as fontes especializadas são uma excelente ferramenta 
para apresentar diferentes pontos de vista qualificados nas matérias jornalísticas. Contudo, o redator precisa 
 
3BORELLI, Viviane. Jornalismo como atividade produtora de sentidos: subtítulo do artigo. Biblioteca on-line de ciências da 
comunicação. 2005. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/borelli-viviane-jornalismo-actividade-sentidos.pdf. Acesso 
em: 1 dez. 2019. 
4 ESTADÃO. Manual de Redação. 2019. Disponível em: https://www.estadao.com.br/manualredacao/prefacio. Acesso em: 
1 dez. 2019. 
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ter um cuidado muito especial ao realizar a apresentação das informações: o texto deve ser escrito com uma 
linguagem simples e acessível para que o leitor leigo compreenda o seu conteúdo. Dessa maneira, 
recomenda-se que o jornalista evite termos técnicos desconhecidos pela audiência e, caso seja indispensável 
a sua utilização, explique seu significado de forma clara e objetiva no texto. 
OBSERVAÇÃO: É importante ressaltar também que o uso de uma linguagem simplificada 
não significa desrespeito à norma culta. Os padrões de escrita na língua portuguesa devem 
ser seguidos pelo jornalista e, assim, os manuais de redação poderão ser uma boa 
ferramenta para orientar as equipes a respeito de casos específicos como o uso adequado 
de jargões e de gírias, por exemplo. 
 
2) Desenvolver períodos curtos e usar a estruturação visual do texto 
O jornalista escreve seu texto para uma audiência diversa: apesar de ter uma noção sobre os dados 
demográficos e econômicos do seu público, o profissional não tem como conhecer em detalhes o contexto 
de cada pessoa que lerá a sua matéria. É preciso compreender que os jornais atravessam muitas barreiras 
geográficas e sociais no nosso país, sobretudo nas suas edições online. Assim, o conteúdo deve ser criado 
sempre com o objetivo de facilitar o entendimento do leitor independentemente da complexidade da 
informação ou do nível de estudo acadêmico da audiência, por exemplo. 
Para tornar a leitura do texto mais agradável, o jornalista deve priorizar períodos mais curtos com 
sentenças escritas na ordem direta. Ademais, é importante que os parágrafos tenham entre 5 e 8 linhas, 
além de respeitarem a estrutura da pirâmide invertida no caso das notícias. Assim, os redatores também 
podem usar recursos como o intertítulo, que permite a divisão dos conteúdos as matérias em blocos 
temáticos. Nós veremos as funções do intertítulo com mais detalhes na próxima seção, mas é essencial 
compreender que ele é um elemento visual indispensável para a organização das notícias, reportagens e 
textos em geral mais extensos no jornalismo. 
 
3) Ter respeito ao apresentar os regionalismos 
 O Brasil é um país plural: cada região desenvolveu sua própria cultura local com base na história e 
nos costumes das populações que ali habitam. Essa diversidade é facilitada pela grande extensão 
demográfica da nossa nação e também pelas diferentes influências do nosso processo de colonização, a 
partir da mistura entre a cultura indígena e os hábitos dos povos portugueses, italianos e japoneses, por 
exemplo. Os fatores econômicos relacionados ao desenvolvimento do nosso país como a extração do ouro 
em Minas Gerais e as plantações de café no litoral também favoreceram para a consolidação de diferentes 
manifestações artísticas e culturais, enriquecendo a nossa nação com os regionalismos. 
 Por esses motivos, é preciso que o jornalista tenha muito cuidado ao refletir os regionalismos nas 
suas matérias: sua visão deve ser sempre respeitosa em relação aos hábitos e à cultura de cada parte do 
Brasil. Portanto, é indispensável esclarecermos que não há região melhor do que a outra ou um nível 
“superior” de manifestação cultura. Há sim a diferenciação entre a cultura considerada popular e a erudita, 
mas uma não deve ser hipervalorizada em detrimento da outra. 
Antonio Daud, Júlia Branco, Ricardo Campanario
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 A atenção quanto à maneira de apresentar os regionalismos também deve estar presente ao 
escrever, no texto, expressões linguísticas comuns em determinadas partes do nosso país. Elas podem sim 
ser utilizadas nas matérias, mas o jornalista deverá priorizar escolhas de palavras conhecidas pela maior 
parte da população brasileira. Portanto, é preciso trabalhar com uma avaliação criteriosa a respeito de em 
quais casos cabe aplicar os regionalismos ou não no processo de escrita jornalístico. 
 
4) Evitar jargões e expressões dramatizadas 
Outra recomendação importante dos manuais de redação é a respeito do uso dos jargões e de expressões 
dramatizadas. Veja o que diz o Manual de Redação do Estado de S. Paulo sobre o tema: 
O rádio e a televisão podem ter necessidade de palavras de som forte ou vibrante; o jornal, 
não. Assim, goleiro é goleiro e não goleirão. Da mesma forma, rejeite invenções como 
zagueirão, becão, jogão, pelotaço, galera (como torcida) e similares. (ESTADÃO, 2019)5 
 Assim, palavras com significados muito fortes devem ser evitadas pelo jornalista. Ele deve ter em 
mente que deve escrever um texto entre a linguagem falada e a erudita, encontrando um equilíbrio entre 
termos muito rebuscados e coloquialismos desnecessários. O uso de jargões, gírias e termos exagerados, no 
contexto da comunicaçãosocial, podem refletir a opinião pessoal do jornalista em textos que, via de regra, 
deveriam apenas apresentar as informações de forma imparcial. Logo, a escolha de termos tem uma 
influência direta na percepção dos leitores a respeito do viés editorial de uma publicação e, portanto, deve 
priorizar palavras simples, claras e objetivas. 
 
5) Evitar repetições desnecessárias 
A TV e o rádio têm uma diferença fundamental em relação à comunicação realizada por um jornal 
impresso: as pessoas podem entrar em contato com seus conteúdos a qualquer momento e não podem 
“voltar” as reportagens para assisti-las do começo (na maioria dos casos). Isso precisa ser considerado pelos 
profissionais de comunicação ao redigir um texto para esses meios tão distintos. Portanto, na TV e no rádio 
é recomendado repetir palavras e informações ao longo da transmissão dos programas jornalísticos para que 
a audiência possa compreender com facilidade os assuntos abordados, independentemente do horário no 
qual ligaram os dispositivos. 
No caso de um texto jornalístico para jornais impressos ou digitais, a repetição de palavras é 
desnecessária devido às características do conteúdos nesses meios. Assim, recomenda-se que o jornalista 
evite repetir expressões e também não comece os parágrafos sempre com os mesmos termos. Essas ações 
diminuem a fluidez do texto e prejudicam a compreensão das informações, além de tornarem a leitura mais 
cansativa e desinteressante para a audiência. 
 
5 ESTADÃO. Manual de Redação. 2019. Disponível em: https://www.estadao.com.br/manualredacao/prefacio. Acesso em: 
1 dez. 2019. 
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6) Priorizar a linguagem referencial 
Uma das marcas do jornalismo é a linguagem referencial, ou seja, o foco na mensagem a ser 
transmitida para o receptor. Essa é uma das diferenças entre o texto jornalístico e o texto publicitário: o 
primeiro priorizará a comunicação direta de informações enquanto o segundo tem mais liberdade para 
utilizar recursos criativos e literários na composição textual. 
 Dessa maneira, torna-se essencial evitar clichês ao redigir o texto jornalístico. Eles prejudicam a 
compreensão da notícia ao transformar seu conteúdo em um lugar-comum já conhecido por todos6. Além 
disso, o uso dos clichês reduz a qualidade da matéria ao torna-la desinteressante para a audiência: pode sim 
ser uma forma mais rápida de produzir um texto, mas prejudicará consideravelmente a percepção de 
credibilidade e de veracidade do leitor em relação aos dados apresentados. Na sua apuração, o jornalista 
deve sempre investigar os fatos a fim de apresentar todos os lados possíveis de um acontecimento, 
surpreendendo o público com um trabalho bem realizado e adequado aos padrões de qualidade do veículo 
de comunicação. 
 
7) Evitar a encampação 
Os jornais utilizam gêneros e formatos específicos quando desejam publicar conteúdos opinativos, 
como o editorial, o artigo e a coluna, por exemplo. Dessa forma, nós sabemos que as notícias e as 
reportagens, pertencentes ao gênero informativo, devem apresentar as informações de maneira impessoal 
para que o leitor possa formular as suas próprias percepções a respeito do assunto abordado. 
No entanto, há uma forma bem comum de apresentar uma opinião de forma indireta em um texto 
jornalístico, a partir do uso da encampação. Vamos ver o significado desse termo? 
Encampação: expressão de opinião de forma velada nas notícias, com a apropriação de 
afirmações por parte do jornal e sem indicação clara da fonte das informações. É mais 
comum nos títulos das matérias, mas também pode ocorrer no corpo do texto. 
 Veja o seguinte título para uma matéria fictícia da editoria de economia de um jornal impresso de 
circulação nacional: “Economia brasileira entrará em recessão nos próximos anos”. Nesse caso, podemos 
dizer que há a encampação de uma opinião no título: a frase, no texto da matéria, teria sido dita pelo ministro 
da Fazenda, por exemplo. No entanto, quem lê o título e não lê o conteúdo da notícia pode entender que se 
trata de uma afirmação de autoria do jornal a respeito da economia brasileira. O correto, nesse caso, seria 
redigir o título da seguinte maneira: “Economia brasileira entrará em recessão nos próximos anos, diz 
ministro da Fazenda”. 
 
6 UNIVERSIDADE DO FUTEBOL. Clichê: um dos males do jornalismo esportivo. Disponível em: 
https://universidadedofutebol.com.br/cliche-um-dos-males-do-jornalismo-esportivo/. Acesso em: 30 nov. 2019. 
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 Existem algumas recomendações básicas para evitar a encampação de informações nas matérias 
jornalísticas7. Confira: 
• Sempre apresentar a fonte das informações ao usar uma declaração de autoridade ou personagem 
da matéria como título; 
• Não admitir como verídica uma declaração no caso de uma pessoa acusada de um crime ou usar 
palavras que possam considera-la culpada sem o término do devido processo legal; 
• Não considerar encerrada a discussão de temas ainda em votação em órgãos públicos como o 
Congresso Nacional e os tribunais, por exemplo. 
 
8) Escrever títulos de alta qualidade 
 Outro ponto importante a respeito da redação jornalística apurada e precisa é a escolha das palavras 
para compor o título da reportagem. Além dos cuidados mencionados para evitar a encampação de ideias, 
o jornalista também deve seguir algumas boas práticas para produzir um título de fácil entendimento por 
parte do leitor8. Confira quais são elas: 
• O título deve priorizar a informação principal da matéria para chamar a atenção do leitor para o seu 
conteúdo; 
• No caso das notícias, o título sempre será extraído a partir dos dados apresentados no lide; 
• Sempre usar verbos nos títulos, preferencialmente no presente do indicativo. O passado e o futuro 
só devem ser utilizados quando os fatos a serem narrados exigirem o seu uso; 
• Priorizar a ordem direta para apresentação das informações; 
• Não usar pontos de interrogação, parênteses, chaves, pontos finais e pontos de exclamação, pois eles 
interrompem e prejudicam a leitura do título; 
• Não repetir de forma literal as primeiras frases do texto da matéria. 
 
Elementos de um Texto Jornalístico 
Lide 
Vamos relembrar a importância do lide no texto jornalístico? Veja o que Lage (2012) diz sobre o assunto: 
O lead é o primeiro parágrafo da notícia em jornalismo impresso; por extensão, a abertura 
do texto nos noticiários radiofônicos. Trata-se do relato sumário e particularmente 
 
7 ESTADÃO. Manual de Redação. 2019. Disponível em: https://www.estadao.com.br/manualredacao/prefacio. Acesso em: 
1 dez. 2019. 
8 FOLHA DE S. PAULO. Círculo Folha. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/circulo/manual_edicao_t.htm. 
Acesso em: 1 dez. 2019. 
 
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ordenado do fato mais interessante de uma série e não do resumo da notícia toda, como 
aparece em algumas descrições. (LAGE, 2012)9 
 Nós já estudamos o lide clássico: aquele no qual o jornalista responderá seis perguntas a respeito do 
acontecimento-chave da notícia. Sobre esse tema, é importante ressaltarmos que,apesar da maioria das 
notícias apresentar as respostas para as seis perguntas, isso não é obrigatório. Ou seja, é possível existir um 
lide clássico que responde apenas quatro questões, por exemplo. Essa decisão dependerá do jornalista e 
também as informações disponíveis após a apuração dos fatos. 
 Existem também outros tipos de lide além da versão clássica já estudada. Existem diferentes 
classificações e, assim, vou apresentar as que são mais comuns em termos de prova. 
 Classificação de acordo com a pergunta principal – De acordo com Jorge (2008), trata-se de uma 
classificação que considera a pergunta que mais se destaca em termos de informações relevantes naquele 
lead. Se eu escrevo uma matéria sobre um furto a um banco, com destaque para o fato de que o criminoso 
foi preso em uma mega operação criada pela Polícia Militar, é bem provável que a pergunta principal do 
meu lide seja “quem” (ou seja, foco na identidade e demais dados sobre o assaltante). 
 Classificação quanto à informação – Existe também uma classificação que considera o tipo de 
informação que será abordada naquele lead. Logo, as categorias são as seguintes: 
 Lide simples – É um lide considerado mais rotineiro e usual no jornalismo. De acordo com a literatura 
especializada, é usado para economizar tempo no dia a dia do jornalista e atender aos três princípios 
necessários para a produção diária no jornalismo: Pirâmide, Pressa e Pressão. 
Exemplo de lide simples: As agências do trabalhador do Distrito Federal estão com 363 vagas 
abertas nesta quarta-feira (16/6). Das oportunidades oferecidas, 76 são para pessoas 
sem experiência profissional de nível fundamental, médio ou superior de escolaridade. Os 
salários podem chegar a R$ 2,2 mil, mais benefícios. (CORREIO BRAZILIENSE, 2021) 10 
 Lide integral – Vai além do lide simples e traz informações que contextualizam o tema para o leitor. 
É muito usado em casos de notícias que tratam de assuntos que já foram abordados em matérias anteriores 
(como a atualização sobre um determinado tema). 
Exemplo de lide integral: A ausência de um banquete de Estado e de uma entrevista 
coletiva dão o tom nervoso da cúpula entre os presidentes Joe Biden (EUA) e Vladimir Putin 
(Rússia). Os dois líderes debaterão temas espinhosos na Villa La Grange, uma edificação do 
século XVIII situada às margens do Lago Genebra, na capital da Suíça. Nos últimos dias, as 
relações entre Washington e Moscou se tensionaram, e Biden prometeu “avisar” a Putin 
quais são as “linhas vermelhas” que ele não poderá cruzar. Entre os assuntos mais 
sensíveis, estão a perseguição ao opositor russo Alexey Navalny, a ofensiva russa na 
 
9 LAGE, Nilson. Ideologia e técnica da notícia. 4ª ed. rev. e ampl. Florianópolis: Insular, 2012. Série Jornalismo a Rigor, Vol. 
5. 
10 https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2021/06/4931578-agencias-do-trabalhador-oferecem-363-vagas-de-
emprego-nesta-quarta.html 
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Ucrânia, o apoio do Kremlin ao regime da Bielorrússia e os ataques cibernéticos que 
ameaçaram as eleições de 2016 nos Estados Unidos. (CORREIO BRAZILIENSE, 2021) 11 
 Lide resumo – É bem similar ao lide integral, com a diferença de que as informações são ordenadas 
e apresentadas de forma lógica (em uma sequência de fatos) para que o leitor possa entender o assunto com 
maior facilidade. É muito usado no caso de entrevistas para resumir o conteúdo que foi obtido com a fonte 
e que será apresentado ao leitor nos parágrafos seguintes. 
Exemplo de lide resumo: A Rocinha vai investir no marketing para atrair os estrangeiros 
interessados em turismo social. Cerca de 10 mil folhetos de propaganda sobre o bairro, que 
por sua localização oferece visão privilegiada da cidade, serão distribuídos em novembro 
nos principais hotéis cariocas. O Guia Rocinha será feito pelo Fórum de Desenvolvimento 
da Rocinha – entidade formada por órgãos da Prefeitura do Rio de Janeiro, Caixa Econômica 
Federal e organizações não-governamentais – e faz parte de uma grande estratégia para 
estimular o comércio do bairro. (JORGE, 2008) 
 Lide citação - é outro formato que poderá ser cobrado na sua prova: ele apresenta uma frase dita 
pelo entrevistado e/ou personagem da matéria em destaque. É importante ressaltar que esse tipo de lide 
usará, obrigatoriamente, o discurso direto: ou seja, a frase será reproduzida de forma integral no texto, da 
mesma forma como foi dita pelo seu autor e com o uso de aspas. 
Exemplo de lide citação: “Os cuidados com a prevenção contra o mosquito da dengue 
devem continuar mesmo durante o inverno”, alerta o secretário da saúde de Mossoró, no 
Rio Grande do Norte. A prefeitura identificou que muitas casas apresentam possíveis focos 
de reprodução do aedes aegypti, como caixas d’água destampadas e pneus com água 
parada no quintal.12 
 Lide pessoal – Traz uma abordagem mais próxima do leitor e, em muitos casos, trata o leitor com o 
uso da expressão “você”. É comum no caso de revistas de variedades. 
Exemplo de lide pessoal: Pergunte a qualquer profissional em nível de gerência qual a 
parte mais espinhosa de seu trabalho e uma das respostas mais freqüentes será: “Ter que 
demitir alguém”. (JORGE, 2008) 
 Lide pergunta – Como o próprio nome já diz, traz uma pergunta no lide como forma de chamar a 
atenção das pessoas para aquele conteúdo. 
Exemplo de lide pergunta: Ir para o trabalho de metrô ou de carro? Esse é o grande dilema 
de quem mora na capital paulista e precisa calcular qual forma de transporte é mais 
eficiente para reduzir o tempo de deslocamento diário. (exemplo autoral). 
 
11 https://www.correiobraziliense.com.br/mundo/2021/06/4931483-biden-e-putin-se-reunem-nesta-
quarta-em-busca-de-reaproximacao-estrategica.html 
12 Exemplo fictício escrito pela professora para a aula. 
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 Lide chavão – Apresenta um clichê e/ou frase comum na sociedade para gerar identificação com o 
leitor. Deve ser usado com cuidado para que não se torne cansativo e/ou demonstre falta de criatividade do 
jornalista. 
Exemplo de lide chavão: “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”: essa é uma 
expressão popular que pode ser usada para definir a insistência dos parlamentares em 
aprovarem o novo plano econômico no Congresso Nacional. (exemplo autoral). 
Lide suspense – É um lide que usa o recurso da incerteza e do mistério para envolver o leitor. Tem 
uma aproximação com a literatura e, portanto, não é um formato muito utilizado pelos jornalistas no dia a 
dia. 
Exemplo de lide suspense: Perplexidade. Medo. Em Araçoiaba da Serra (SP), nove porcos 
foram encontrados mortos com perfurações no corpo. Os corpos dos animais não tinham 
marcas de sangue. O predador não deixou rastros, nem sinais de sua entrada no curral, 
trancado com cadeado. Outros dois porcos e um cachorro também foram feridos. Mas 
ninguém viu nem ouviu nada" (JORGE, 2008) 
Lide estorinha – Como o nome já diz, ele conta uma história e usa recursos mais narrativos para 
apresentar uma informação. É muito usado para apresentar um personagem que é o foco da matéria, por 
exemplo. 
Exemplo de lide estorinha - Juliana Amorim, 25 anos, é aquarelista. Na infância, se 
interessou pelas cores e nunca mais deixou de misturar água e tinta para expressar a sua 
visão de mundo. Na universidade, se interessou pelo universo do design e decidiu unir essas 
duas paixões para construir

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