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26/04/2024, 20:37Caso Clínico4: Revisão da tentativa Página 1 de 5https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/mod/quiz/review.php?attempt=152985&cmid=978 Painel / Meus cursos / CH000 - Turma DOENÇA DE CHAGAS 2023-1 (2023/1) / Tópico 1 / Caso Clínico4 Questão 1 Completo Não avaliada Questão 2 Completo Não avaliada Iniciado em Friday, 26 Apr 2024, 20:08 Estado Finalizada Concluída em Friday, 26 Apr 2024, 20:37 Tempo empregado 28 minutos 53 segundos Crie uma definição de caso suspeito para o referido estudo de caso. Não esqueça as informações das pessoas, provável fonte de infecção, temporalidade e localidade de infecção. Paciente do sexo masculino, 26 anos, residente em Altamira-PA, há 23 dias iniciou quadro de febre vespertina, diária, associada a calafrios, sudorese noturna, cefaléia e dispnéia constante. Há seis dias com exacerbação do quadro de dispnéia, cefaléia, febre, associado à dor abdominal e tosse seca. HPP: retirada cirúrgica de cisto cutâneo. Hábitos: ingesta diária de açaí. Nega etilismo e tabagismo. EXAME FÍSICO: Regular estado geral, consciente, orientado, afebril, discreta cianose, anictérico, hipocorado 2+/4+, eupireico, taquidispneico, extremidades frias, má perfusão periférica e ausência de adenomegalias. ACV: Batimentos cardíacos normofonéticos, desdobramento fixo da segunda bulha, rítmico, em dois tempos, sem sopros. FC: 83 bpm. Pressão arterial: 98x75 mmHg. AR: murmúrio vesicular diminuído bilateralmente, presença de estertores bolhosos em base direita. FR: 29 irpm. ABD: Plano, tenso, doloroso difusamente à palpação, ausência de visceromegalias ou massas palpaveis, ruídos hidroaéreos presentes. MMII: sem edemas. RX DE TÓRAX AP: evidenciando área cardíaca aumentada devido à miocardite e pericardite grave Residente em Doce Mel, Água Boa ou Bela Vista, que, entre 18 de setembro a 01 de outubro de 2016, época da moagem da cana-de-açúcar na região, apresentou febre e pelo menos um dos seguintes sinais e sintomas: prostração, diarreia, vômitos, inapetência, cefaleia, mialgia, linfoadenomegalia, exantema, prurido, edema de face, de membros inferiores ou generalizados, tosse, dispneia, palpitações, hepatomegalia e esplenomegalia. Qual é a definição de caso confirmado e descartado? No contexto médico e epidemiológico apresentado, as definições de caso confirmado e caso descartado são as seguintes: Caso Confirmado: Um caso é considerado confirmado quando os critérios estabelecidos, sejam eles clínicos, laboratoriais ou epidemiológicos, indicam que a pessoa realmente possui a doença em questão. No caso apresentado, um caso de Doença de Chagas aguda (DCA) é considerado confirmado se atender aos critérios estabelecidos, seja por meio de resultados laboratoriais https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/my/ https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/course/view.php?id=9 https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/course/view.php?id=9§ion=1 https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/mod/quiz/view.php?id=978 26/04/2024, 20:37Caso Clínico4: Revisão da tentativa Página 2 de 5https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/mod/quiz/review.php?attempt=152985&cmid=978 Questão 3 Completo Não avaliada considerado confirmado se atender aos critérios estabelecidos, seja por meio de resultados laboratoriais específicos (por exemplo, exames de sangue que detectem a presença do parasita causador da doença), ou por critérios clínicos e epidemiológicos, como sintomas característicos e exposição a fatores de risco relacionados à doença Caso Descartado: Um caso é considerado descartado quando, após uma avaliação médica e/ou investigação epidemiológica, os critérios estabelecidos para a doeaça não são atendidos. Isso significa que a pessoa não apresenta os sintomas, não possui resultados laboratoriais positivos ou não tem exposição a fatores de risco que indiquem a presença da doença em questão. No contexto do caso apresentado, casos suspeitos que não se enquadram nos critérios de confirmação para DCA são considerados descartados. Portanto, a definição de caso confirmado envolve o atendimento aos critérios estabelecidos para a presença da doença, enquanto um caso descartado é aquele que não atende a esses critérios e, portanto, é excluído como sendo da doença em questão. Caso confirmado: Critério laboratorial: caso suspeito que apresente exame parasitológico direto positivo; OU sorologia reagente com anticorpos da classe IgM anti-T. cruzi por IFI e clínica compatível com DCA; OU sorologia reagente com anticorpos da classe IgG anti-T. cruzi por IFI e clínica compatível com DCA; OU soroconversão por qualquer um dos métodos (ELISA, HAI ou IFI) e clínica compatível com DCA. Critério clínico epidemiológico: caso suspeito com vínculo epidemiológico, com um ou mais casos confirmados de DCA por critério laboratorial e ter clínica compatível, principalmente febre. Caso descartado: caso suspeito com resultado negativo em exame parasitológico direto ou não reagente para sorologias (ELISA, HAI ou IFI) ou confirmado para outra enfermidade. Além dos exames realizados, quais outros podemos propor para auxiliar no diagnóstico? Analise as afirmativas a seguir e defina quais são falsas e quais são verdadeiras. Realização de testes específicos para doença de Chagas aguda. Verdadeira Não há necessidade de solicitar outros exames para auxiliar no diagnóstico. Verdadeira Realização de testes específicos para leishmaniose e malária. Falsa Solicitar avaliação neurológica em todos os pacientes. Falsa Realização de biópsia hepática nos casos de hepatomegalia. Falsa Sua resposta está parcialmente correta. Justificativas: Realização de testes específicos para leishmaniose e malária. Verdadeira. Por ser uma área com transmissão de leishmaniose visceral e malária, espera-se que testes específicos para tais agravos sejam realizados. Realização de testes específicos para doença de Chagas aguda. Verdadeira. Como os achados dos exames de imagem sugeriram diagnóstico de DCA, exames laboratoriais para doença de Chagas aguda devem ser realizados, sendo recomendados os exames parasitológicos diretos para doença de Chagas e exames sorológicos que identifiquem anticorpos da classe IgM anti-T. cruzi (IFI); sorológicos que busquem anticorpos da classe IgG anti-T. cruzi (IFI), com alteração na concentração de IgG de pelo menos duas diluições, em um intervalo mínimo de 15 dias, em amostras preferencialmente pareadas, ou soroconversão por qualquer um dos métodos (ELISA, HAI ou IFI). Não há necessidade de solicitar outros exames para auxiliar no diagnóstico. 26/04/2024, 20:37Caso Clínico4: Revisão da tentativa Página 3 de 5https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/mod/quiz/review.php?attempt=152985&cmid=978 Questão 4 Completo Não avaliada Não há necessidade de solicitar outros exames para auxiliar no diagnóstico. Falsa. É importante realizar exames para as doenças prevalentes na região (leismaniose e malária) e exames específicos para doença de Chagas aguda. Realização de biópsia hepática nos casos de hepatomegalia. Falsa. Não há nenhuma indicação para realização de biópsia hepática, um exame invasivo, para confirmação diagnóstica de doença de Chagas aguda. É importante realizar exames para as doenças prevalentes na região (leishmaniose e malária) e exames específicos para doença de Chagas aguda, como teste parasitológico direto e exames sorológicos que identifiquem anticorpos contra T. cruzi. Solicitar avaliação neurológica em todos os pacientes. Falsa. Não há indicação para realização de exame neurológico em todos os pacientes. É importante realizar exames para as doenças prevalentes na região (leishmaniose e malária) e exames específicos para doença de Chagas aguda, como teste parasitológico direto e exames sorológicos que identifiquem anticorpos contra T. cruzi. Quais ações devem ser realizadas na investigação epidemiológica, entomológica/ambiental, sanitária e educacional?A prevenção da DC está diretamente relacionada à forma de transmissão. Para transmissão vetorial, deve-se estabelecer práticas de manejo sustentável do ambiente, higiene e medidas corretivas em locais com infestação e melhoria nas condições de moradia. Em relação à transmissão oral, é preciso adotar boas práticas de higiene e manipulação dos alimentos, além de intensificar ações de vigilância sanitária e inspeção em toda cadeia de produção de alimentos susceptíveis à contaminação. Resfriamento ou congelamento de alimentos não previne a transmissão oral por T. cruzi, apenas cozimento acima de 45°C, a pasteurização e a liofilização. Na transmissão vertical, em casos de gestante infectada, instituir o tratamento ao recém- nascido/criança logo após a confirmação do diagnóstico, para aumentar a chance de cura. De acordo com o II Consenso Brasileiro em Doença de Chagas (2016), recomenda-se realizar triagem sorológica para infecção por T. cruzi em todas as gestantes que vivem em áreas endêmicas ou são delas procedentes, preferencialmente na primeira consulta de pré-natal. O diagnóstico oportuno da infecção durante a gravidez possibilita atenção mais qualificada à gestante infectada, que deve ser acompanhada durante toda a gestação. O tratamento dos casos congênitos tem eficácia superior a 95%, sendo oferecido pelo SUS. Epidemiológica: As equipes de vigilância epidemiológica, juntamente com a(s) equipe(s) da Estratégia Saúde da Família, devem organizar uma investigação de modo a identificar e caracterizar todos os casos suspeitos, por meio das notificações conhecidas, prontuários médicos e outros registros de atendimento dos pacientes suspeitos nas diversas unidades de saúde da região, entrevistas com questionários semiestruturados, laudos de exames de imagem, resultados laboratoriais e busca ativa por vínculo epidemiológico. Entomológica/ambiental: Realizar busca entomológica por profissionais treinados nos ambientes intradomiciliares, peridomiciliares e silvestres. Devem-se examinar cuidadosamente todos os locais que poderiam abrigar triatomíneos, tais como: estrados de camas, colchões, telhas, tijolos, madeiras, pedras, cascas de árvores, ninhos de aves, galinheiros, curral, chiqueiro, local de moagem, acondicionamento da cana-de-açúcar, entornos, etc. Os insetos devem ser encaminhados a laboratórios capazes de identificá-los quanto às espécies, ao estádio de desenvolvimento e realizar exame parasitológico de fezes em busca de tripanosomatídeos. E, se possível, realizar determinação de fonte alimentar e linhagem de T. cruzi. É importante caracterizar a pesquisa realizada quanto a: data da pesquisa; município; área (rural ou urbana); localidade(s); identificação e características de cada unidade domiciliar (UD) que foi trabalhada (número de cômodos, anexos [galinheiro/paiol/galpão/curral]); encontro de barbeiro, espécie(s) e local(is) do encontro. Sanitária: Realizar levantamento das reais condições de higiene adotadas na cadeia de produção dos derivados da cana-de açúcar na localidade em questão. Educacionais: Realizar ações de educação em saúde às populações afetadas, principalmente no que diz respeito ao medo e a incertezas geradas pelo adoecimento e morte associados às práticas culturais, como a moagem da cana-de-açúcar. 26/04/2024, 20:37Caso Clínico4: Revisão da tentativa Página 4 de 5https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/mod/quiz/review.php?attempt=152985&cmid=978 Questão 5 Completo Não avaliada como a moagem da cana-de-açúcar. Quais recomendações específicas da Vigilância para controle e prevenção de novos casos de DCA podem ser dadas às Secretarias de Saúde dos municípios e do estado? Analise as afirmativas apresentadas e sinalize qual delas está INCORRETA. Escolha uma opção: a. Orientar as Secretarias Municipais de Saúde quanto à necessidade de realização de tratamentos completos dos casos confirmados e sinalizar para que a Secretaria de Saúde Estadual realize treinamentos sobre suspeição, manejo clínico e diagnóstico de DCA. b. Comunicar às Secretarias Municipais de Saúde que, em casos de reações adversas e de impossibilidade de continuar o tratamento com benznidazol, deve-se interromper o tratamento, não sendo necessário buscar tratamento com o fármaco alternativo. c. Promover proteção, higienização e limpeza do local de produção de rapadura e seus derivados (caldo de cana), de forma que se evite acesso de vetores na área de produção. d. Intensificar a vigilância entomológica de triatomíneos no município com a participação popular e implantação do PITs (definindo o local de entrega dos triatomíneos). A intensificação da vigilância entomológica pode prevenir novos casos. e. Orientar a população sobre o acondicionamento correto e local de entrega dos triatomíneos eventualmente encontrados e dar retorno à população a respeito do resultado dos insetos encontrados por ela. Sua resposta está correta. Reposta correta: Comunicar às Secretarias Municipais de Saúde que, em casos de reações adversas e de impossibilidade de continuar o tratamento com benznidazol, deve-se interromper o tratamento, não sendo necessário buscar tratamento com o fármaco alternativo. Justificativas: Alternativa Verdadeira: Orientar as Secretarias Municipais de Saúde quanto à necessidade de realização de tratamentos completos dos casos confirmados e sinalizar para que a Secretaria de Saúde Estadual realize treinamentos sobre suspeição, manejo clínico e diagnóstico de DCA. É de grande importância que os pacientes com diagnóstico de doença de Chagas aguda realizem o tratamento específico (etiológico) completo e isso será feito com maior pertinência se a secretaria estadual promover treinamentos da equipe de saúde para manejo clínico dos pacientes. Alternativa Falsa: Comunicar às Secretarias Municipais de Saúde que, em casos de reações adversas e de impossibilidade de continuar o tratamento com benznidazol, deve-se interromper o tratamento, não sendo necessário buscar tratamento com o fármaco alternativo. Caso haja reações adversas ao benznidazol, o tratamento com este fármaco deve, de fato, ser interrompido, mas deve-se buscar novo tratamento com o fármaco alternativo, o nifurtimox. Alternativa Verdadeira: Intensificar a vigilância entomológica de triatomíneos no município com a participação popular e implantação do PITs (definindo o local de entrega dos triatomíneos). A intensificação da vigilância entomológica pode prevenir novos casos. A intensificação das ações de vigilância entomológica para o triatomíneo é importante para ajudar a detectar e prevenir novos casos, e a participação da população é peça-chave nesse processo. Alternativa Verdadeira: Orientar a população sobre o acondicionamento correto e local de entrega dos triatomíneos eventualmente encontrados e dar retorno à população a respeito do resultado dos insetos encontrados por ela. A população deve ser bem orientada quanto aos cuidados e direcionamento correto dos triatomíneos que vierem a ser encontrados e sua adesão está intimamente ligada ao feedback dado pelas equipes de saúde em relação à definição de os barbeiros se encontrarem infectados ou não. Alternativa Verdadeira: Promover proteção, higienização e limpeza do local de produção de rapadura e seus derivados (caldo de cana), de forma que se evite acesso de vetores na área de produção. 26/04/2024, 20:37Caso Clínico4: Revisão da tentativa Página 5 de 5https://moodle.nescon.medicina.ufmg.br/doenca-de-chagas/mod/quiz/review.php?attempt=152985&cmid=978 seus derivados (caldo de cana), de forma que se evite acesso de vetores na área de produção. Essa ação é necessária para evitar novos acessos de vetores na área de produção.