Buscar

Aula 6 Sistemas Integrados

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sistemas de Avalição da Qualidade 
Aula 6 
Conversa Inicial 
Nesta aula, iremos aplicar os conceitos de sistemas integrados e 
normalização com foco na mudança organizacional. 
Contextualizando 
A busca pela diferenciação passa por um mercado que está cada 
vez mais exigente. Antigamente ter uma certificação de ISO 9001 
era um grande diferencial, hoje os clientes querem produtos que 
venham de empresas sustentáveis, com responsabilidade social e 
preocupadas com o meio ambiente, seja na organização ou no 
reflorestamento consciente. 
No primeiro tema estudaremos o Sistema de Gestão Integrada, 
unindo as principais normas da série Isso ─ utilizar recursos de 
maneira inteligente, otimizando-os, é uma maneira de buscar a 
excelência operacional. 
Fornecedores são nossos parceiros diretos e precisamos trabalhar 
para que esta parceria seja duradoura, gerando frutos para a 
organização e os fornecedores. A empresa atual deve sair do seu 
papel antigo de cliente para um fomentador de capacidades de 
seus fornecedores. 
A responsabilidade social deve ser um dos temas base para as 
empresas e um dos grandes focos da Qualidade, pois precisamos 
buscar o tripé de sustentabilidade econômica, ambiental e social. A 
responsabilidade social pode ser integrada às principais normas da 
série ISO como forma de agregar valor. 
O Sistema de Gestão Ambiental é a base para termos uma 
empresa ambientalmente correta, na qual aprenderemos que 
temos dois grandes focos de trabalho, por um lado a organização, 
gerando um sistema perene, e por outro os trabalhos sobre 
produtos e processos. 
Os diferenciais atuais passam pela rotulação e selos ambientais 
que agregam mais do que valor comercial à marca, eles 
demonstram que a empresa está integrada em um propósito maior. 
Como exemplo de selos também podemos citar o FSC, que 
trabalha com o tripé Social, Econômico e Ambiental. 
Tema 1: Estratégia de Implementação de Sistemas 
Integrados 
Um sistema integrado de gestão não consiste em juntar sistemas 
separados, mas integrados, com ligações para que processos 
semelhantes sejam perfeitamente geridos e executados sem 
duplicação. 
Muitas vezes, é mais eficiente combinar os três sistemas 
partilhando as cláusulas e os procedimentos comuns. Os 
componentes do SGI, comuns a todos os sistemas, incluem os 
recursos (pessoas, instalações, equipamento etc.) e certos 
processos documentados e aplicados em toda a organização. O 
SGI interliga sistemas de gestão da qualidade (SGQ) — ISO 9001, 
sistemas de gestão ambiental (SGA) — ISO 14001, e sistemas de 
gestão da segurança e saúde no trabalho (SGSST) — OHSAS 
18001. 
A integração desses sistemas visa simplificar a implementação 
dessas normas nas organizações. Não é tão simples assim, mas, 
atualmente, fortalece-se cada vez mais a proposta de um modelo 
de gestão integrada ou sistema integrado de gestão (SIG). 
Muitos são os pontos comuns entre os sistemas da qualidade, do 
meio ambiente e da saúde e segurança. Como exemplo temos a 
política que trata de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança; 
a organização da documentação envolvendo um único manual 
geral de gestão; os procedimentos; as instruções e os registros; a 
capacitação do pessoal e até a definição de responsabilidades. A 
realização de ação corretiva, ação preventiva, melhorias, auditorias 
internas e análise crítica também podem ser unificadas. O Quadro 
1 compara pontos específicos e comuns aos sistemas de 
qualidade, ambiental e de saúde e segurança do trabalho. 
Mesmo que os documentos normativos de referência sejam 
diferentes, eles são complementares e baseiam-se na atuação da 
empresa. 
O elo entre os três temas está na organização dos processos da 
empresa. É nos processos que os colaboradores executam as 
atividades da empresa, representando o meio, fazendo uso de 
recursos, como materiais, máquinas, métodos e medições, gerando 
o produto final, subprodutos e também os rejeitos. 
Benefícios da gestão integrada 
A gestão integrada apresenta os seguintes benefícios: 
 
• Otimização e redução do tempo com atividades de 
conscientização e treinamento (treinamentos integrados); 
• Economia de tempo e custos; 
• Melhoria na gestão de processos; 
• Maior controle dos riscos de acidentes; 
• Análises críticas, pela direção, mais eficazes; 
• Maior comprometimento da direção; 
• Redução e controle de custos ambientais; 
• Redução de documentos; 
• Utilização mais eficaz de recursos internos e infraestrutura; 
• Melhor comunicação com as partes interessadas; 
• Redução de custos de manutenção do sistema; 
Quadro 1: Integração de sistemas. 
Fonte: Gozzi, 2015.
• Simplificação das normas e das exigências dos sistemas de 
gestão; 
• Menor tempo total de paralisação das atividades durante a 
realização das auditorias; 
• Possibilidade da realização de uma implementação progressiva e 
modular dos sistemas; 
• Alinhamento dos objetivos, processos e recursos para diferentes 
áreas funcionais (segurança e qualidade ambiental); 
• Redução da burocracia; 
• Redução do nível de complexidade dos sistemas; 
• Eliminação de esforços duplicados e de redundâncias; 
• Sinergia gerada pelos diferentes sistemas implementados de 
maneira conjunta; 
• Aumento da eficácia e melhoria da eficiência do sistema; 
• Redução de custos de desenvolvimento e implementação 
(menor 
número de elementos a serem implementados); 
• Redução dos custos com auditorias internas e de certificação; 
• Satisfação de clientes, funcionários e acionistas; 
• Satisfação dos critérios dos investidores e melhoria do 
acesso ao capital; 
• Aumento de competitividade; 
• Controle preventivo do processo. 
Sem dúvida, a organização e a implementação do sistema 
integrado de gestão representam um investimento direto na 
modernização da gestão da empresa, pois propiciam a 
redução de custos, aumentam a satisfação dos colaboradores 
e a confiança dos clientes, o que gera resultados para a 
empresa e para a sociedade. 
A gestão integrada conduz a empresa à excelência 
empresarial. 
Tema 2: Avaliação da Qualidade na Logística e 
Fornecedores 
Uma das exigências da ISO 9001 é que as empresas avaliem seus 
fornecedores e prestadores de serviços. As empresas certificadas 
pela ISO 9001 passaram a fazer exigências a seus fornecedores, 
geralmente empresas de pequeno e médio porte. 
O requisito 7.4 (Aquisição) para a versão 2008, e na versão 2015 
da norma, passa a ser o requisito 8.4 (Controle de processos, 
produtos e serviços providos externamente). Este é aplicado a 
materiais e prestadores de serviços críticos, que afetam 
diretamente a qualidade do produto, do serviço fornecido ou a 
capacidade de a empresa cumprir a legislação. 
A solicitação para compra de material crítico deve ser feita 
utilizando formulário específico, anexando-se a especificação do 
material. 
A especificação deve descrever de modo suficiente o material a ser 
adquirido. Quando aplicável, a especificação deve definir critérios 
de aprovação do material e exigências relativas à implantação de 
sistema de qualidade pelo fornecedor. A área de compras consulta 
a lista de fornecedores aprovados para aquele material e 
providencia cotações, disponibilizando cópia da especificação. 
A organização deve definir o número mínimo de cotações, em 
função do tipo de material a ser adquirido. Será escolhida a 
cotação que apresentar a melhor relação custo/prazo. Para o 
fornecedor selecionado é emitida uma autorização de fornecimento 
ou ordem de compra, fazendo referência à especificação do 
material. O setor responsável pelo recebimento faz a inspeção do 
material. 
No caso de materiais especiais, será solicitado ao usuário do 
material que faça a inspeção. Caso o material recebido seja 
rejeitado pelo usuário ou esteja em desacordo com o pedido, o 
órgão de inspeção preenche o relatório de não conformidade, toma 
providências até a solução definitiva do problema e comunica à 
área financeira que suste o pagamento até quea pendência seja 
resolvida. 
A extensão e o tipo de avaliação que deve ser feita de um 
fornecedor é uma decisão da organização compradora. Porém, ela 
deve ser necessariamente documentada. 
A avaliação dos fornecedores pode levar em consideração o 
seguinte: 
� Inspeção de recebimento — é o tipo mais frequente de 
avaliação. É uma exigência da norma. Se registros evidenciam que 
o fornecedor tem disponibilizado à empresa, consistentemente, 
produtos dentro das especificações contratadas, e se esses 
produtos não são críticos para a qualidade do produto final da sua 
organização, então, essa evidência pode ser considerada uma 
forma de avaliação de fornecedor. 
� Auditoria — é uma forma de avaliação mais cara. Normalmente 
só é utilizada para fornecedores críticos. O comprador faz uma 
auditoria no sistema da qualidade do fornecedor. 
� Certificação por terceira parte — certificação por terceira parte 
significa que um organismo, independente das duas partes 
contratantes (cliente e fornecedor ou fornecedor e fornecedor), vai 
atestar a capacidade do sistema da qualidade em atingir os 
requisitos da NBR ISO 9001. Essa certificação, quando obtida, é o 
método mais adequado de avaliação de fornecedor. 
Como a avaliação de todos os fornecedores é praticamente 
irrealizável, a recomendação é concentrar-se naqueles 
fornecedores cujos produtos são críticos para a qualidade dos 
resultados finais da organização. Assim, as avaliações de 
fornecedores devem atingir aqueles que produzem matérias-
primas, alguns insumos, equipamentos e instrumentos que são 
realmente críticos para a qualidade do que é produzido. 
Incluir também a avaliação de prestadores de serviços críticos, 
como calibração de instrumentos, por exemplo. 
A qualificação técnica do fornecedor pode ser feita levando em 
conta os seguintes pontos: 
• Preenchimento de questionário de autodiagnóstico do sistema da 
qualidade. 
• Atestados de fornecimento de materiais para outras organizações 
do ramo. 
• Atestado de fornecimento de materiais para certificadas pela ISO 
9001. 
• Certificação de sistema da qualidade pela ISO 9001. 
• Atestado de cadastramento em organizações da organização. 
empresas 
do ramo 
Quando já for fornecedor, avaliação dos fornecimentos realizados 
no último ano, quando serão avaliados estes aspectos: 
• �  Qualidade intrínseca do produto; 
• �  Prazo de atendimento; 
• �  Fornecimento de certificados; 
• �  Assistência técnica pós-venda. 
• 
Na indústria, é comum que se expliquem, nas especificações de 
matérias-primas e insumos, por exemplo, somente requisitos de 
características de produtos, negligenciando-se outras 
informações relevantes, como tipo de embalagem, condições de 
fornecimento, informações de manuseio, condições de 
estocagem, condições de amostragem, rastreabilidade e, 
finalmente, métodos de análise, controle estatístico de processo, 
etc. 
Envolver os principais fornecedores desde o início do processo 
de desenvolvimento requer políticas estáveis de relacionamento 
em longo prazo, em que haja confiança e cooperação mútuas. A 
qualidade assegurada pelo processo começa nas instalações dos 
fornecedores. 
 
Tema 3: ISO 26001 - Responsabilidade Social 
 
A ISO desenvolveu uma norma internacional que fornece 
orientações sobre a responsabilidade social (RS). A orientação-
padrão, a designada como ISO 26000, atualmente na sua versão 
2010, será voluntária, uma vez que os conceitos que envolvem a 
responsabilidade social não são uniformes no mundo e dependem 
das condições dos países. 
Assim, a norma não inclui exigências e não vai ser destinada à 
certificação. A ISO escolheu o Sueco Standards Institute (SIS) e a 
ABNT para liderar o grupo de trabalho sobre responsabilidade 
social (WG SR), ao qual foi atribuída a tarefa de elaborar uma 
norma internacional de responsabilidade social. 
No Brasil, a ABNT tem como requisitos para um sistema de gestão 
de responsabilidade social a ABNT NBR 16001:2012. 
Estruturada de forma diferente das normas ISO, a ABNT NBR 
16001:2012 tem como objetivo "prover às organizações os 
elementos de um sistema de gestão da responsabilidade social 
eficaz, passível de integração com outros requisitos de gestão", de 
forma a atingir os objetivos. Os requisitos constituem a essência da 
norma e foram estruturados para permitir a melhoria contínua nas 
organizações. A norma enfatiza que, para o sucesso do sistema, é 
essencial o comprometimento de todos os níveis e funções da 
organização, especialmente a alta administração. Ela se baseia na 
concepção de desenvolvimento sustentável, traduzida por três 
preceitos para se configurar a responsabilidade social: 
• �  Sustentabilidade econômica; 
• �  Sustentabilidade ambiental; 
• �  Sustentabilidade social. 
No seu item 6 ─ Orientações sobre temas centrais da 
responsabilidade social ─ está escrito que, para definir o escopo de 
sua responsabilidade social, identificar questões relevantes e 
estabelecer suas prioridades, convém que a organização aborde os 
seguintes temas centrais: governança organizacional; direitos 
humanos; práticas de trabalho; meio ambiente; práticas leais de 
operação; questões relativas ao consumidor; envolvimento e 
desenvolvimento da comunidade. 
Os aspectos econômicos, bem como aspectos referentes à saúde 
e segurança e cadeia de valor, são abordados ao longo dos sete 
temas centrais, quando apropriado. As diferentes maneiras como 
os homens e mulheres podem ser afetados por cada um dos sete 
temas centrais também são levadas em conta. 
Cada tema central inclui uma série de questões de 
responsabilidade social, que são descritas nesta seção com suas 
ações e expectativas relacionadas. Uma vez que a 
responsabilidade social é dinâmica, refletindo a evolução dos 
interesses socioambientais e econômicos, outras questões podem 
aparecer no futuro. Convém que as ações sobre esses temas e 
questões centrais se baseiem em princípios e práticas de 
responsabilidade social (ver Seções 4 e 5). Para cada tema central, 
convém que uma organização identifique e aborde todas as 
questões que sejam significativas ou relevantes para suas decisões 
e atividades (ver Seção 5). Ao avaliar a relevância de uma questão, 
convém levar em consideração objetivos de curto e longo prazos.
Figura 1: Responsabilidade Social, Sustentabilidade e Ética. 
Disponível em: <http://www.banasqualidade.com.br/2012/portal/conteudo.asp?
codigo=16450&secao=Revista>. 
Entretanto, não há uma ordem pré-determinada em que convém 
que uma organização aborde os temas e questões centrais; isso 
dependerá da organização e de sua situação ou contexto 
particulares. Embora os temas centrais sejam inter-relacionados e 
complementares, a natureza da governança organizacional é 
diferente de outros temas centrais (ver 6.2.1.2). Uma governança 
organizacional eficaz permite que uma organização aja sobre 
outros temas e questões centrais e implemente os princípios 
descritos na Seção 4. 
Em aplicação à norma SA 8000, existe outra norma, delineada pela 
Social Accountability International (SAI), a qual define como 
requisitos de responsabilidade social os seguintes temas: trabalho 
infantil; trabalho forçado; saúde e segurança; liberdade de 
associação e direito à negociação coletiva; discriminação; práticas 
disciplinares; horário de trabalho; remuneração; sistemas de 
gestão. 
Além disso, essa norma considera também critérios de gestão para 
sistemas de gestão de responsabilidade social que incluem uma 
estrutura de gestão similar à da ISO 9001. 
Dentro dos critérios de qualidade para as organizações, a 
responsabilidade social é vista pelos clientes, pelos consumidores 
e pelas organizações como itens que denotam o nível de qualidade 
atingido pela instituição em seus procedimentos e, 
consequentemente, na elaboração de bens e serviços. Essa 
questão agrava-se ainda mais no Brasil, com as recorrentes 
notícias de trabalho escravo, trabalho realizado por crianças (que 
deveriam estar na escola) eoutras práticas que, apesar de 
abomináveis, estão presentes nas sociedades. 
A ISO 26000 visa reduzir custos e agregar valor aos demais 
sistemas de gestão existentes na empresa (ISO 9001, ISO 14001, 
ISO 27001, OHSAS 18001, etc.). 
Fica claro e evidente que o conceito de qualidade abordado pela 
responsabilidade social transcende, mas não isenta as 
organizações de contribuírem para a sua melhoria. 
Tema 4: Gestão e Certificação Ambiental para 14.001 
A implantação da série das normas ISO 14000, mesmo tendo sua 
atual revisão para a versão 2015, continua com o mesmo 
macrodirecionamento na gestão ambiental das organizações. Essa 
se dá mediante dois enfoques: organização e produto/processo 
(Figura 2). As normas dessa série têm caráter voluntário e não 
preveem a imposição de limites próprios para medidas de poluição, 
padronização de produtos, níveis de desempenho etc. 
Figura 2: Estrutura ISO 14000. 
Fonte: Moraes, 2014. 
São concebidas como um sistema orientado para melhorar o 
desempenho ambiental da organização, por meio do 
aperfeiçoamento contínuo de seu sistema de gestão. 
Os setores envolvidos com o meio ambiente variam conforme o 
tamanho e a estrutura da empresa. Hoje, a responsabilidade pela 
implantação do SGA e pela certificação da ISO 14001 geralmente é 
centralizada no setor de qualidade e/ou saúde e segurança. Em 
vista de tal situação, verifica-se que grande parte das empresas 
está criando setores específicos voltados para a área ambiental, os 
quais interagem como os outros setores e, consequentemente, 
realizam a maioria dos projetos com mais agilidade e eficácia. 
Todavia, é um equívoco afirmar que a questão ambiental deve ser 
incumbência apenas do setor responsável por tal aspecto. Afinal, 
considerando-se toda a trajetória do produto, várias são as áreas 
envolvidas, as quais devem ter como elo, direta ou indiretamente, 
as questões ambientais da empresa (Figura 2). 
 
Figura 2: Áreas da organização e ligação com sistema ambiental. 
Fonte: Moraes, 2014. 
� Compras: Especificações e aquisição de matérias-primas que 
produzam menor quantidade de resíduos e poluentes; qualificação 
de 
fornecedores que possuam bom desempenho ambiental, em 
especial no que se refere ao armazenamento e ao manuseio de 
matéria-prima. 
� Planejamento: Programação de atividades e investimentos 
decididos pela direção da empresa. 
� Engenharia: Incorporação da variável ambiental no projeto dos 
produtos e serviços. 
� Pesquisa e desenvolvimento: Estudo das tendências do 
mercado em relação às exigências ambientais de novos produtos a 
serem lançados pela empresa. Concepção de lançamento de 
produtos com bom desempenho ambiental — marketing ecológico. 
� Produção: Melhoria dos processos produtivos e da 
confiabilidade destes, com vistas a reduzir acidentes: 
caracterização de resíduos, atividades de reaproveitamento, 
reciclagem e recuperação de materiais, transportes, etc. 
� Qualidade: Aprovação de documentos, verificação de 
processos, controle de qualidade, metrologia, elaboração de 
estatísticas de emissões, etc. 
� Segurança do trabalho: Preparação de procedimentos e 
documentos necessários que possam auxiliar nas emergências 
ambientais, entre outros. 
Alguns dos benefícios da implantação da ISO 14001 na melhoria 
do desempenho ambiental abrangem benefícios para o processo, 
para o produto e para a organização, os quais serão pontuados a 
seguir: 
Benefícios para o processo: economia de material; aumento no 
rendimento do processo; redução de paralisações (falhas no 
processo); melhor utilização dos subprodutos; conversão dos 
desperdícios em valor; economia de energia; redução de custos de 
armazenagem e manuseio de materiais; ambiente de trabalho mais 
seguro; eliminação ou redução do custo das atividades (resíduos). 
Benefícios para o produto: produtos com melhor qualidade e 
mais uniformidade; redução do custo do produto; redução dos 
custos de embalagem; produtos com uso mais eficiente dos 
recursos; aumento da segurança dos produtos; redução dos custos 
líquidos do descarte do produto pelo cliente; maior valor de 
revenda e de sucata do produto. 
Benefícios gerais para a organização: aumento da satisfação do 
cliente; melhoria da imagem da empresa; conquista de novos 
mercados; redução dos riscos com penalidades legais e acidentes; 
melhoria da administração da empresa (maior controle dos 
processos organizacionais); permanência do produto no mercado; 
mais facilidade na obtenção de financiamentos; demonstração (a 
clientes, vizinhos e acionistas) da existência de um sistema 
ambiental bem estruturado, capaz de proporcionar vantagens às 
empresas. 
Tema 5: Rotulagem Ambiental e Auditoria Florestal 
O primeiro programa de rotulagem ambiental (Blue Angel), criado 
em 1977, foi uma iniciativa do governo alemão em conjunto com 
outros setores da sociedade, especialmente as associações e as 
igrejas. 
Uma das motivações do governo alemão para o programa oficial de 
rotulagem ambiental foi a percepção de que a diferenciação dos 
produtos encontrava receptividade no mercado consumidor e, 
consequentemente, poderia constituir um novo instrumento para 
induzir as empresas a melhorar seu desempenho ambiental. 
A partir da criação do Blue Angel, vários países, em diferentes 
partes do mundo, passaram a adotar programas de rotulagem 
ambiental: Nordic Swan (Noruega), Environmental Choice/Choix 
Environmental (Canadá), EcoMark (Japão), Green Seal (Estados 
Unidos), Nordic Swan (Países Nórdicos) e Ecolabel (Comunidade 
Europeia) (Figura 3). 
A primeira iniciativa brasileira para criação de um selo verde 
ocorreu na década de 1990. Logo após a Eco-92, a Financiadora 
de Estudos e Projetos (Finep) selecionou o projeto conjunto da 
ABNT e do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam). Tal 
ação objetivava estabelecer uma proposta voluntária de 
certificação por meio de um projeto-piloto destinado a uma 
categoria de produtos pré-selecionados — papel, couro e calçados, 
eletrodomésticos e artigos de higiene, aerossóis livres de 
clorofluorocarbonetos (CFC), baterias de automóveis, detergentes 
biodegradáveis, lâmpadas, móveis de madeira e produtos para 
embalagem. 
Os rótulos ambientais são selos de comunicação que visam 
informar ao consumidor algum aspecto ambiental do produto e 
evidenciam que este atende aos padrões ambientais requeridos 
para o seu uso. 
Os produtos são classificados por categorias e o selo é concedido 
para produtos que causem menor impacto ambiental quando 
comparados a seus similares no mercado. Isso significa que os 
produtos com selos ou rótulos ambientais amenizam os danos ao 
meio ambiente, porém não garantem a ausência de impactos 
neste.
Figura 3: Selos de identificação de rotulagem ambiental 
Fonte: Moraes, 2014. 
Certificação FSC 
O sistema de certificação de manejo florestal do FSC, criado em 
1994, baseia-se em princípios, critérios e indicadores que medem a 
performance de campo do manejo florestal aplicado à produção de 
produtos derivados da floresta. Ele se apoia no tripé ambiental, 
social e econômico, por serem forças que sustentam em longo 
prazo a manutenção e a viabilidade de uma floresta manejada com 
fins produtivos ou de serviços. A Figura 4 ilustra o ciclo norteador 
do FSC. 
Figura 4: Tripé da certificação de FSC. 
Fonte: Moraes, 2014.
Os princípios são os objetivos maiores do sistema e cada critério 
serve de base para a posterior formulação dos indicadores de 
verificação local, os quais devem demandar, no mínimo, o que é 
requisitado pelos critérios. Seguem princípios norteadores: 
• �  Cumprimento das leis; 
• �  Direito dos trabalhadores e condições de emprego; 
• �  Direito dos povos indígenas; 
• �  Relações com a comunidade; 
• �  Benefícios da floresta; 
• �  Valores e impactos ambientais; 
• �  Planejamento do manejo; 
• �  Monitoramento e avaliação; 
• �  Altos valores de conservação; 
• �  Implementação de atividades de manejo. 
Tipos de auditoria 
A certificaçãopossui três tipos de auditoria: 
� Auditoria de pré-avaliação: Um passo obrigatório somente para 
grandes unidades de manejo. 
� Auditoria de avaliação: Momento de análise do desempenho da 
empresa quanto aos requisitos de certificação, podendo ou não ela 
ser recomendada à organização. 
� Auditoria de monitoramento: Ocorrerá anualmente ao longo do 
ciclo de certificação (cinco anos). 
Síntese 
Aprendemos nesta aula diversos conceitos que mostram que os 
sistemas atuais devem corroborar não somente com a 
organização, mas também com sua cadeia de fornecimento, 
sociedade e ambiente. A responsabilidade de cada empresa na 
atualidade transcende suas fronteiras e os clientes que, com os 
avanços do mercado cibernético, podem estar do outro lado do 
mundo, querendo comprar de empresas com propósitos bem 
definidos. 
Referências 
GOZZI, M. P. Gestão da Qualidade em bens e serviços. Editora 
Pearson, 2015. 
MORAES, C. S. B.; PUGLIESE, E. (Orgs.). Auditoria e 
certificação ambiental. Editora InterSaberes, 2014. 
SELEME, R.; STADLER, H. Controle da qualidade: as 
ferramentas essenciais. Curitiba: Editora InterSaberes, 
2009. 
REVISTA BANAS QUALIDADE. Responsabilidade social, 
sustentabilidade e ética: ligados para uma atuação empresarial 
mais responsável. Disponível em: <http://
www.banasqualidade.com.br/2012/portal/conteudo.asp?
codigo=16450& secao=Revista>.

Continue navegando