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4 - Série ISO 14 000

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DESCRIÇÃO
Apresentação da série ISO 14.000 e a gestão ambiental segundo essa norma, incluindo
normas internacionais e análise de desempenho ambiental.
PROPÓSITO
Compreender a importância da família ISO 14.000 é essencial para um engenheiro, pois com o
cumprimento dessa legislação, a entidade empresarial garante a redução de impactos
ambientais, o que reduz a incidência de multas e indenizações, reduz o custo com seguro, e
melhora o sistema de gerenciamento da empresa.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer as normas internacionais da série ISO 14.000
MÓDULO 2
Reconhecer a gestão ambiental segundo a ISO 14.000
MÓDULO 3
Descrever a análise de desempenho ambiental
INTRODUÇÃO
A SÉRIE DE NORMAS ISO 14.000, A
GESTÃO AMBIENTAL SEGUNDO A ISO
14.000 E ANÁLISE DE DESEMPENHO
AMBIENTAL
MÓDULO 1
 Reconhecer as normas internacionais da série ISO 14.000
A SÉRIE DE NORMAS ISO 14.000
A Organização Internacional para a Normalização (ISO) publicou mais de 20.000 normas
relacionadas a diversos tópicos relacionados a diversos assuntos como: cimento, aço,
plásticos, métodos para amostragem, medição da qualidade do ar, radiação, transporte de
produtos perigosos etc.
NORMAS INTERNACIONAIS DA SÉRIE ISO
14.000
As normas internacionais da série ISO 14.000 são desenvolvidas pela Organização
Internacional para a Normalização (ISO), que é composta por comitês técnicos (TC),
subcomitês (SC) e grupos de trabalho para desenvolvimento de normas internacionais.
Nossa abordagem será no comitê técnico ISO/TC 207, composto por subcomitês (SC) que
tratam de assuntos diversos relacionados com a gestão ambiental e desenvolvem várias
normas.
O COMITÊ TÉCNICO ISO/TC 207, OS
SUBCOMITÊS E AS NORMAS PUBLICADAS
Vamos conhecer os subcomitês ISO/TC 207, os assuntos relacionados a cada subcomitê e as
normas publicadas.
SC 1 – Sistemas de Gestão Ambiental: ISO 14.001, 14.004 etc.
SC 2 – Auditoria Ambiental: ISO 14.015 e ISO 19.011;
SC 3 – Rotulagem Ambiental: ISO 14.020, 14.021 etc.
SC 4 – Avaliação de Desempenho Ambiental: ISO 14.031 etc.
SC 5 – Avaliação de Ciclo de Vida: ISO 14.040, 14.044 etc.
SC 6 – Termos e Definições: ISO 14.050;
SC 7 – Mudanças Climáticas: ISO 14.064, 14.065 etc.
RELAÇÃO DAS NORMAS DESENVOLVIDAS E
PUBLICADAS DENTRO DE CADA SUBCOMITÊ
SC 1 – SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
ISO 14.001:2015 – SGA – Especificação e Diretrizes para Uso; É a única norma passível
de certificação
ISO 14.004:2016 – SGA – Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio
ISO 14.005:2010 – Implementação do Sistema de Gestão Ambiental em etapas
ISO 14.006:2011 – Diretrizes para Ecodesign
ISO 14.008 – Valoração monetária de impactos ambientais
SC 2 – AUDITORIA AMBIENTAL
ISO 14.015 – Avaliações Ambientais de Localidades e Organizações
ISO 19.011 – Guias sobre Auditorias da Qualidade e do Meio Ambiente
SC 3 – ROTULAGEM AMBIENTAL
ISO 14.020 – Rótulos e Declarações Ambientais – Princípios Básicos
ISO14.021 – Autodeclarações Ambientais – Tipo II
ISO14.024 – Rótulo Ambiental Tipo I – Terceira parte
ISO14.025 – Rótulo Ambiental Tipo III (com ACV)
SC 4 – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL
ISO 14.031 – Avaliação de Desempenho Ambiental – Diretrizes
ISO 14.034 – Verificação de Tecnologias Ambientais
ISO TR 14.032 – Exemplos de Avaliação do Desempenho Ambiental
ISO TS 14.033 – Diretrizes e exemplos para compilação e comunicação de informação
ambiental quantitativa
SC 5 – AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA
ISO 14.040 – Princípios e definições da ACV
ISO 14.044 – Contém todas as exigências e requisitos
ISO 14.045 – Princípios e requisitos para avaliação de ecoeficiência
ISO14.046 – Pegada Hídrica
ISO 14.048 – Formato da Apresentação de Dados
SC 6 – TERMOS E DEFINIÇÕES
ISO 14.050 – Gestão Ambiental – Termos e Definições
SC 7 – MUDANÇAS CLIMÁTICAS
ISO14.064 Parte1 – Gases Estufa: Especificação para a quantificação, monitoramento e
comunicação de emissões e absorção por entidades
ISO14.064 Parte2 – Especificação para a quantificação, monitoramento e comunicação
de emissões e absorção de projetos
ISO14.064 Parte3 – Especificação e diretrizes para validação, verificação e certificação
ISO14.065 – Gases Estufa – Requisitos para validação e verificação de organismos para
uso em acreditação ou outras formas de reconhecimento
ISO14.066 – Requisitos de competência para verificadores e validadores de gases estufa
ISOTS14.067 – Pegada de Carbono: quantificação e comunicação de GEs associados a
produtos
ISOTR14.069 – Diretrizes para o cálculo por organizações da Pegada de Carbono de
seus produtos, serviços e cadeia de suprimentos
WG 8
ISO 14.051 – Diretrizes para a Contabilidade do Fluxo de Materiais – Material Flow Cost
Accounting – MFCA
ISO 14.052 – Diretrizes para a Contabilidade do Fluxo de Materiais na Cadeia de
Suprimentos
WG 9 (DEGRADAÇÃO DOS SOLOS E
DESERTIFICAÇÃO)
ISO 14.055 – Diretrizes sobre Degradação dos Solos e Desertificação
Como vimos, a ISO 14.000 atende às diferentes dimensões do SGA.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (ABNT)
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 1940, é responsável pela
normalização técnica para desenvolvimento tecnológico brasileiro.
 SAIBA MAIS
Trata-se de entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de
Normalização pela Resolução nº 07 do CONMETRO, de 24 de agosto de 1992.
Dentro dos vários comitês dentro da ABNT existe o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental:
ABNT/CB-38.
O Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental: ABNT/CB-38 foi criado para a discussão e o
desenvolvimento das normas ISO 14.000 na esfera internacional, para tradução e publicação
das normas brasileiras correspondentes. O ABNT/CB-38 foi criado com estrutura semelhante
ao ISO/TC207 e seus subcomitês como apresentado no quadro a seguir.
ABNT/CB-38
SC-1 Sistemas de Gestão Ambiental
SC-2 Auditoria Ambiental
SC-3 Rotulagem Ambiental
SC-4 Avaliação de Desempenho Ambiental
SC-5 Avaliação de Ciclo de Vida
SC-6 Termos e Definições
SC-7 Mudanças Climáticas
Quadro: ABNT/CB-38.
Extraído de ABNT/CB-38, adaptado por Ney Joppert Junior.
 ATENÇÃO
As normas da série ISO 14000 mantêm a numeração no Brasil, precedida do designativo NBR
da ABNT.
Seguindo as normas da série, a empresa implementará um programa sustentável de produção,
e, dentro de algum tempo, os processos gerarão economias, resultados e interesse pelo
mercado consumidor.
OBJETIVOS DA SÉRIE DE NORMAS ISO 14.000
A série de normas ISO 14.000, lançada em 1996, tem como objetivo a padronização dos
sistemas de gestão ambiental. Em função do certificado ISO, as organizações certificadas,
seus produtos e serviços diferenciam-se das organizações que somente atendem à legislação
ambiental.
As normas da série ISO 14.000 também estabelecem as diretrizes para:
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL
ROTULAGEM AMBIENTAL
ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS
AUDITORIA AMBIENTAL
IMPLANTAR SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
CERTIFICAÇÃO ISO 14.001
Aqui temos a interligação entre o Sistema de Gestão Ambiental e a certificação ISO. Para
alcançar a certificação ambiental, uma organização deve cumprir três exigências básicas
expressas na norma ISO 14.001:
IMPLANTAR UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

CUMPRIR A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL AO
LOCAL DA INSTALAÇÃO

ASSUMIR UM COMPROMISSO COM A MELHORIA
CONTÍNUA DO DESEMPENHO AMBIENTAL
Para obter a certificação, deve-se observar os seguintes requisitos:
PRIMEIRO
SEGUNDO
TERCEIRO
PRIMEIRO
Compartilhar os princípios definidos na política ambiental da organização. A partir do
estabelecimento da política serão definidos objetivos, metas e procedimentos a serem seguidos
por todos os colaboradores. Deverão ser criados os controles operacionais e iniciar o
treinamento do pessoal.
SEGUNDO
Diagnóstico ou pré-auditoria que permite identificar os pontos vulneráveis existentes nos
procedimentos ambientais da organização, possibilitando sua correção.
TERCEIRO
Certificação que deverá ser contratada comuma entidade credenciada, chamada de terceira
parte, para emitir o correspondente certificado de conformidade com a norma ISO 14.001.
Nessa fase, a organização se submeterá a uma auditoria ambiental que deverá comprovar sua
conformidade com os padrões exigidos.
ASPECTOS FINAIS SOBRE SISTEMA DE
GESTÃO AMBIENTAL E NORMAS ISO 14.000
O que acabamos de estudar sobre as normas ISO 14.000 nos mostra que elas se referem a um
processo pelo qual organizações deverão passar desde o estabelecimento de políticas e
objetivos que cumpram as leis e regulamentações ambientais e que evitem a poluição.
Por ser um sistema de normalização abrangente, protege aquelas organizações que respeitam
as leis e os princípios da conservação ambiental, além de universalizar conceitos e
procedimentos.
É IMPORTANTE INFORMAR QUE AS NORMAS NÃO
DITAM COMO A ORGANIZAÇÃO DEVE ALCANÇAR
SUAS METAS, NÃO DESCREVEM O TIPO DE
DESEMPENHO EXIGIDO, NEM DETERMINAM QUAIS OS
RESULTADOS A SEREM ATINGIDOS NOS PROCESSOS,
FOCANDO SOMENTE OS PROCESSOS NECESSÁRIOS
PARA ALCANÇAR OS RESULTADOS.
As organizações que implementam a ISO 14.000 terão mais condições para atender à
legislação e terão uma visão mais precisa sobre as áreas que geram mais impacto ambiental.
Redução de custos no gerenciamento de resíduos
Economia no consumo de energia, matéria-prima e insumos
Melhoria na imagem corporativa em relação aos órgãos reguladores, aos clientes e à
sociedade em geral
Melhoria contínua de seu desempenho ambiental
A organização estabelecerá quanto deve melhorar o seu desempenho ambiental a cada
ano e como fazer para alcançar este objetivo
A obtenção do certificado não representa o fim do processo, ao contrário, é o início de um
compromisso que se estenderá por muitos anos. Portanto, uma organização que tenha o seu
SGA certificado pela ISO 14.000 terá controle sobre os seus processos produtivos, resíduos
gerados, efluentes líquidos e as emissões atmosféricas, dando-lhes o destino e o tratamento
adequado atendendo à legislação local.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
 Reconhecer a gestão ambiental segundo a ISO 14.000
SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL: A ISO
14.001, ANÁLISE DO CICLO DE VIDA,
ROTULAGEM E AUDITORIA AMBIENTAL
FAMÍLIA ISO 14.000
Para quem atua ou pretende atuar na área ambiental, é importante conhecer as normas da
família ISO 14.000 para a aplicação adequada dos conceitos ambientais. A seguir, listamos
algumas delas:
ISO 14.001 – SGA – Especificação e Diretrizes para Uso (2015)
ISO 14.004 – SGA – Diretrizes Gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio
(2016)
ISO 14.005:2010 – Implementação do Sistema de Gestão Ambiental em etapas
ISO 14.006:2011 – Diretrizes para Ecodesign
ISO 14.008 – Valoração monetária de impactos ambientais
ISO 14.015 – Avaliações Ambientais de Localidades e Organizações
ISO 19.011 – Guias sobre Auditorias da Qualidade e do Meio Ambiente
ISO 14.020 – Rótulos e Declarações Ambientais – Princípios Básicos
ISO 14.021– Autodeclarações Ambientais – Tipo II
ISO 14.024 – Rótulo Ambiental Tipo I – Terceira parte
ISO14.025 – Rótulo Ambiental Tipo III (com ACV)
ISO 14.031 – Avaliação de Desempenho Ambiental –Diretrizes
ISO 14.034 – Verificação de Tecnologias Ambientais
ISO TR 14.032 – Exemplos de Avaliação do Desempenho Ambiental
ISO TS 14.033 – Diretrizes e comunicação de informação ambiental quantitativa
ISO 14.040 – Princípios e definições da ACV
ISO 14.044 – Contém todas as exigências e requisitos
ISO 14.045 – Princípios e requisitos para avaliação de ecoeficiência
ISO 14.046 – Pegada Hídrica
ISO 14.048 – Formato da Apresentação de Dados
Veremos, neste módulo, as normas sobre o sistema de gestão ambiental, a ISO 14.001, a
avaliação do ciclo de vida, a rotulagem ambiental e a auditoria ambiental.
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA)
A gestão ambiental permite que a organização evite gerar impactos para o meio ambiente, ou
seja, que os efeitos ambientais não ultrapassem a capacidade de carga do meio em que se
encontra a organização.
O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL É UM CONJUNTO
DE PROCEDIMENTOS QUE PERMITE A ORGANIZAÇÃO
COMPREENDER, CONTROLAR E AGIR PARA
MINIMIZAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS DE SUAS
ATIVIDADES. ESTÁ BASEADO NO ATENDIMENTO DA
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E NA MELHORIA CONTÍNUA
DO DESEMPENHO AMBIENTAL DA ORGANIZAÇÃO.
Um SGA é a sistematização da gestão ambiental de uma organização e a maneira utilizada
para permitir que a organização atenda às normas estabelecidas e possa alcançar os objetivos
definidos em sua política ambiental.
A gestão ambiental é o principal instrumento para se conseguir um desenvolvimento industrial
sustentável. O processo de gestão ambiental nas empresas está vinculado a normas sobre o
meio ambiente. As normas legais são referências obrigatórias para as empresas que
pretendem implantar um sistema de gestão ambiental (SGA).
Tudo começa com a elaboração da política ambiental tendo como base o conhecimento dos
aspectos e impactos característicos da organização e os possíveis efeitos ambientais. Uma
atitude preventiva por meio do redesenho dos produtos e processos produtivos é essencial
para evitar os impactos ambientais. A política ambiental está ligada à aplicação de métodos
preventivos que propõem a eliminação dos impactos na origem, via diagnóstico e eliminação
das causas básicas
A primeira etapa na construção do sistema de gestão ambiental é fazer o diagnóstico. Com
base no diagnóstico ambiental será possível preparar o planejamento das ações,
posteriormente implementar as ações, e finalmente executar o monitoramento do
processo. O diagnóstico permite que a organização identifique suas vulnerabilidades e adote
medidas preventivas e corretivas.
 DICA
É necessário que as medidas corretivas sejam substituídas por políticas preventivas que atuem
na origem dos problemas. Há inúmeras vantagens e benefícios que as empresas poderão obter
ao optarem por adotar políticas preventivas em relação à gestão ambiental.
O SGA permite que as organizações gerenciem melhor seus aspectos e impactos ambientais,
desenvolva e implante os controles operacionais, implemente a estrutura necessária para
apoiar o sistema de gestão ambiental e institua a melhoria contínua em seus processos e
serviços. A melhoria contínua permite aperfeiçoar o sistema de gestão ambiental alinhada às
políticas organizacionais.
PARA UM SGA ROBUSTO, É NECESSÁRIO ALINHAR A
POLÍTICA AMBIENTAL AO ESTABELECIMENTO DE
OBJETIVOS E METAS DESAFIANTES, EXECUTAR AS
AÇÕES NECESSÁRIAS PARA ALCANÇAR OS
OBJETIVOS, MONITORAR RESULTADOS PARA
VERIFICAR A EFICÁCIA, CORRIGIR PROBLEMAS
ENCONTRADOS E EFETUAR A ANÁLISE CRÍTICA, POR
MEIO DA REVISÃO PROFUNDA E ABRANGENTE DO
SISTEMA PARA APERFEIÇOÁ-LO, E MELHORAR O
DESEMPENHO AMBIENTAL.
Para ser implementado com sucesso, um SGA necessita do comprometimento de todos os
funcionários a começar pelos níveis gerenciais mais elevados, em que se estabelece a política
ambiental e são tomadas as decisões sobre a implementação do sistema.
A gestão ambiental é aplicável em empresas de qualquer tamanho e setor. Qualquer empresa
pode reduzir o consumo de energia, água, ou incentivar o uso de produtos recicláveis.
Os benefícios que as empresas podem obter com a implantação de um SGA são os
seguintes:
Assegurar aos clientes que a organização possui um sistema confiável.
Fortalecer a imagem perante os clientes.
Atender aos requisitos dos acionistas.
Alinhar a organização para atender à política, aos objetivos e às metas.
Aumentar as medidas preventivas em relação às ações corretivas.
Cumprir as exigências normativas com a melhoria no desempenho ambiental.
Atender aos requisitos legais.
Estimular o desenvolvimento de ações concretas visando à melhoria contínua.
Obter redução de custos.
Desenvolver produtos de acordo com as exigências ambientais.
Minimizar os incidentes que impliquem responsabilidade civil.
Reduzir o consumo de matérias-primas e energia.
Facilitar a obtenção de licenças ambientais.
Antes de começar a operarum SGA, a empresa necessita de um amplo diagnóstico ambiental
para avaliar a situação real. Deve-se, portanto, verificar:
Aspectos ambientais.
Impactos ambientais significativos
Requisitos legais aplicáveis.
Controles operacionais existentes.
Procedimentos relativos à gestão ambiental.
Resultados de investigações relacionadas a possíveis acidentes anteriores.
 DICA
O SGA pode ser utilizado como mecanismo de vantagem competitiva comercial, uma vez que
as normas não ditam como a organização deve alcançar suas metas, não descrevem o tipo de
desempenho exigido, nem determinam quais são os resultados a serem atingidos nos
processos, focando somente os processos necessários para alcançar os resultados.
A NORMA ISO 14.001
A ISO 14.001 atende às diferentes dimensões do SGA. Permite um desempenho ambiental
correto, por meio do controle dos impactos ambientais significativos nas suas atividades,
produtos e serviços, além de um alinhamento dos objetivos ambientais com a política ambiental
em relação à legislação em vigor, conforme a estrutura a seguir.
Estrutura da norma ISO14.001.
A norma ISO 14.001 é a única que permite a certificação de empreendimentos e é um guia que
descreve os requisitos necessários para implantação de um sistema de gestão ambiental
certificável, estruturado e integrado à atividade da gestão.
A certificação leva em média de um a dois anos para ser implementada, dependendo da
complexidade da empresa, dos recursos humanos e financeiros disponíveis e do grau de
envolvimento da direção.
 ATENÇÃO
Só porque uma organização é certificada, não quer dizer que ela tenha atingido um ótimo
desempenho, nem esteja utilizando as melhores tecnologias disponíveis. A ISO 14.001 é,
muitas vezes, confundida como sinônimo de excelência ambiental ou de desenvolvimento
sustentável.
A norma ISO 14.004 é destinada ao uso interno, servindo como um guia para o
estabelecimento e implementação do sistema de gestão ambiental (SGA) e não é passível de
certificação.
A norma ISO 14.001 determina os elementos para um sistema de gestão ambiental eficaz, ou
seja, quais os procedimentos necessários para atender aos objetivos e à política ambiental. As
normas são aplicáveis a todos os tipos e tamanhos de organizações.
Entre suas vantagens estão a de:
Transmitir o compromisso assumido pela organização por meio da política ambiental que fica
disponível para o público.
Viabilizar benefícios econômicos via otimização do consumo de energia, matérias-primas e
água.
Melhorar o desempenho dos processos produtivos.
Reduzir os riscos legais de contaminação do meio ambiente.
Para implantar a norma ISO 14.001, uma organização deve:
1. Identificar as características do negócio.
2. Identificar os aspectos ambientais característicos da organização.
3. Identificar os impactos ambientais significativos.
4. Criar controles operacionais para todos os impactos considerados significativos.
5. Identificar a legislação vigente e relevante para o negócio, e atender a todas as exigências
legais.
6. Implantar o sistema de melhoria contínua.
7. Desenvolver as atividades de apoio necessárias ao funcionamento do SGA.
8. Colocar o sistema SGA funcionando.
9. Monitorar os resultados.
10. Integrar projetos de melhoria do desempenho ambiental na estratégia organizacional.
A seguir, apresentamos as partes essenciais para implantar a ISO 14.001.
Partes essenciais para implantar a ISO 14.001.
Uma organização que tenha o seu SGA certificado pela ISO 14001 terá controle sobre os seus
resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas, dando-lhes o destino e o
tratamento adequados atendendo à legislação vigente. Mas não significa que esta organização
não esteja causando impactos ao meio ambiente.
Ciclo de vida do produto
ANÁLISE DE CICLO DE VIDA (ACV)
A organização deve levar em consideração também o ciclo de vida do produto, desde as fontes
energéticas que vão consumir, passando pelos materiais a serem utilizados no processo
produtivo, sua distribuição e a destinação final pós-uso. O ciclo de vida do produto é coberto
pela ISO 14.040.
Análise do ciclo de vida (ACV) é um método utilizado para avaliar o impacto ambiental de bens
e serviços. A ACV do produto é a história do produto, desde a fase de extração das matérias-
primas, passando pela fase de produção, distribuição, consumo, uso e pós-uso, conforme a
imagem a seguir.
Ciclo de vida do produto.
A ACV de um produto, processo ou uma atividade é uma avaliação sistemática que quantifica
os fluxos de energia e de materiais no ciclo de vida do produto.
UMA CONTRIBUIÇÃO IMPORTANTE DA ACV É
IDENTIFICAR OS IMPACTOS MAIS RELEVANTES NO
CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO, PERMITINDO A
BUSCA POR NOVAS MANEIRAS DE REALIZAR A
OPERAÇÃO PRODUTIVA E IDENTIFICAR NOVAS
ALTERNATIVAS EM TERMOS DE MATÉRIAS-PRIMAS.
MUITAS VEZES, O IMPACTO NÃO É PERCEBIDO
CLARAMENTE PELO CONSUMIDOR NEM PELA
SOCIEDADE, COMO, POR EXEMPLO, UM GRANDE
CONSUMO DE ÁGUA NO PROCESSO PRODUTIVO.
NORMAS SOBRE ANÁLISE DE CICLO DE VIDA
As normas sobre análise de ciclo de vida tratam dos princípios gerais, da estrutura e
metodologia requerida para analisar o ciclo de vida de um produto, determinando o escopo do
estudo, os impactos causados ao ambiente natural e identificando as melhorias que devem ser
introduzidas para reduzi-los. São elas:
ABNT NBR ISO 14.040:2009 Gestão ambiental – Avaliação do ciclo devida – Princípios e
estrutura.
ABNT NBR ISO 14.044:2009 Gestão ambiental – Avaliação do ciclo devida – Requisitos e
orientações.
FASES DA CADEIA PRODUTIVA ENGLOBADAS
PELA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA
Vamos compreender quais fases de uma cadeia produtiva são englobadas pela avaliação do
ciclo de vida, também chamada do berço ao túmulo:

Aquisição ou extração da matéria-prima, podendo incluir extração de petróleo dependendo do
produto.
Manufatura dos produtos, quando a matéria-prima é processada e transformada para a
fabricação dos produtos desejáveis, como plásticos, papéis, ferramentas, peças metálicas.


Embalagem, acondicionamento, transporte e distribuição do produto.
Uso do produto ou serviço pelo consumidor, podendo estar atrelada a esta fase a manutenção
e a reutilização, quando possível.


Descarte ou reciclagem do produto, incluindo no ciclo a disposição final dos resíduos.
Etapas
Para auxiliar no processo, as normas ISO 14.040 (ABNT, 2009) e 14.044 (ABNT, 2014) dividem
essas etapas em quatro diferentes fases.
1. Definição de objetivo e escopo
Na fase inicial, são definidos os objetivos da avaliação, o alvo da ACV, os limites do sistema, os
métodos utilizados e as categorias de impacto.
2. Realização do inventário
A análise do inventário do ciclo de vida (ICV) envolve a descrição detalhada de entradas e
saídas de energia e materiais relacionados ao sistema em estudo, como água, matérias-
primas, emissões no ar, resíduos sólidos e efluentes líquidos, conforme as figuras a seguir.
Inventário do Ciclo de Vida – Qualitativo / Quantitativo.
3. Avaliação do impacto ambiental
Nesta fase, os possíveis impactos ao meio ambiente são avaliados, ou seja, aqueles
relacionados com as entradas e saídas de energia e materiais. A avaliação dos impactos
envolvidos é baseada nos impactos das emissões identificadas e no consumo de recursos
naturais. É nesta fase que ocorre a comparação entre os produtos ou processos, conforme a
tabela abaixo.
Tabela: Inventário do Ciclo de Vida Fluxo – Materiais e Custo.
Elaborada por: Ney Joppert Junior.
4. Interpretação
Busca-se identificar, quantificar e avaliar a informação contida na análise do inventário e na
avaliação de impacto.
É nesta fase que se conclui quais recomendações deverão ser implantadas pela organização.
A aplicação das normas de análise de ciclo de vida permite as organizações:
Fazer o redesign dos produtos com a seleção adequada de matérias-primas.

Fazer a reengenharia dos processos produtivos considerando os impactos ambientais.

Definir parceiros de negócio, pormeio da escolha de fornecedores alinhados com as políticas
da empresa.
Exemplos
O aço produzido de sucata tem eficiência energética 70% superior ao aço obtido a partir da
extração do minério. O papel produzido a partir de aparas tem eficiência energética 40%
superior ao obtido por meio da polpa de madeira.
Um exemplo prático como a ACV pode ser aplicado em uma empresa é a comparação entre
tipos diferentes de embalagens para o produto, relacionado ao impacto gerado no meio
ambiente. Um estudo desenvolvido pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta
Reciclabilidade (ABRALATAS) detectou que a lata de alumínio possui menor impacto ambiental
em relação à embalagem PET.
O estudo verificou que (ABRALATAS, 2007):
A embalagem PET tem maior consumo de energia durante o ciclo de vida, consumindo
3,5 vezes mais que uma lata de alumínio e 4,5 vezes mais que uma garrafa de vidro.
A produção da garrafa PET necessita de 4,5 vezes mais recursos naturais do que a
fabricação de uma lata de alumínio e 3,7 vezes mais se comparada com a garrafa de
vidro.
Quando ao consumo hídrico, a PET utiliza 6,3 vezes mais água que uma lata de alumínio
e 1,8 vezes mais que uma garrafa de vidro.
ROTULAGEM AMBIENTAL
A rotulagem ambiental é uma metodologia voluntária que indica o desempenho ambiental de
produtos ou serviços. É dirigida aos consumidores, auxiliando-os na escolha de produtos com
menos impacto no meio ambiente.
A DIFERENÇA ENTRE A NORMA ISO 14.001 E A
ROTULAGEM É QUE A PRIMEIRA PERMITE A
CERTIFICAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL
(SGA), OU SEJA, OS PROCESSOS DE UMA EMPRESA,
E A SEGUNDA CERTIFICA O PRODUTO, UTILIZANDO
OU NÃO A AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA.
Os rótulos ambientais informam ao comprador as características do produto, como utilização de
matérias-primas renováveis ou as etapas de produção sustentável, como a utilização de
energias limpa. Os rótulos devem salientar as características ambientais dos produtos por meio
de expressões corretas e comprováveis para o usuário.
TIPOS DE ROTULAGEM
Os tipos de rotulagem pelas normas são:
ROTULAGEM TIPO I
NBR ISO 14.024 – Procedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem
ambiental, como avaliar e demonstrar sua conformidade, além dos procedimentos de
certificação para a concessão do rótulo.
São rótulos multicriteriosos e certificados por uma segunda parte, entidades como a ABNT, ou
associações comerciais, não diretamente ligadas à fabricação ou à venda do produto, que
possuem um programa de rotulagem ambiental. Os produtos podem ser comparados com
outros de mesma categoria, sendo rotulados os que são ambientalmente adequados.
Exemplos: Selo Qualidade Ambiental – ABNT, Selo PROCEL de eficiência.
ROTULAGEM TIPO II
NBR ISO 14.021 – Requisitos para autodeclarações ambientais, incluindo textos, símbolos e
gráficos, no que se refere aos produtos.
Trata de autodeclaração das organizações, que podem descrever apenas um aspecto
ambiental do seu produto. São realizados pela primeira parte, ou seja, o próprio fabricante
declara que o produto atende a determinados critérios ou possui determinadas qualidades. É o
menos informativo dos três tipos, sem as avaliações de terceiros e sem a utilização de critérios
preestabelecidos. Apresentam informações ambientais qualitativas de um produto como textos,
imagens e símbolos. Exemplos: alumínio reciclável, embalagem longa vida 100% reciclável.
ROTULAGEM TIPO III
ISO 14.025 – Tem alto grau de complexidade devido à inclusão da ferramenta avaliação do
ciclo de vida.
São os rótulos que quantificam dados ambientais de um produto ou serviço baseados na ACV.
Esses tipos de selos são os mais completos entre os três tipos, dando uma informação clara e
objetiva a respeito dos impactos que causam. As informações são verificadas por uma terceira
parte independente, baseadas em critérios ambientais ou normas, que concedem a utilização
de rótulos aos produtos, fornecendo a dimensão exata dos impactos que provoca. Devido à sua
complexidade, é utilizado por empresas visando facilitar a exportação dos produtos. A avaliação
do ciclo de vida de um produto inclui, por exemplo, extração, processamento, produção,
distribuição, uso, pós-uso e disposição final.
AUDITORIA AMBIENTAL
A auditoria ambiental é um processo sistemático documentado de verificação, efetuado para
avaliar, de forma objetiva, se as atividades, o sistema de gestão e as condições ambientais
especificadas estão em conformidade com os critérios de auditoria.
AS NORMAS SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL
FORNECEM OS PRINCÍPIOS COMUNS E
PROCEDIMENTOS PARA A CONDUÇÃO DE
AUDITORIAS AMBIENTAIS, INCLUINDO CRITÉRIOS
PARA QUALIFICAÇÃO DE AUDITORES AMBIENTAIS.
SÃO ELAS: ISO 19.011 QUE TRATA DAS DIRETRIZES
PARA AUDITORIA DA QUALIDADE E DO MEIO
AMBIENTE E ISO 14.015 QUE TRATA DA AVALIAÇÃO
AMBIENTAL DE LOCAIS E ORGANIZAÇÕES.
As auditorias ambientais podem ser definidas como procedimentos através do qual a
organização irá avaliar sua adequação a critérios ambientais preestabelecidos que podem ser:
Normas técnicas como a norma ISO 14001
Requisitos legais
Requisitos definidos por clientes ou pela própria empresa
VANTAGENS DA AUDITORIA AMBIENTAL
A auditoria ambiental permite identificar passivos ambientais existentes ou potenciais;
minimizar conflitos com órgãos ambientais; uniformizar práticas e procedimentos nas diversas
unidades operacionais da empresa; priorizar investimentos para eliminação das não
conformidades mais graves; avaliar passivos ambientais da empresa; reduzir os custos pelo
controle de perdas de matéria-prima, minimização de resíduos e conservação de energia; e
melhorar o posicionamento e a imagem da empresa junto aos clientes.
A NORMA ISO 14.001 ABRANGE TODOS OS ITENS
ORGANIZACIONAIS QUE PODEM CAUSAR IMPACTO
AMBIENTAL, OU SEJA, ATIVIDADES, PRODUTOS E
SERVIÇOS EXISTENTES OU PROPOSTOS; SITUAÇÕES
NORMAIS E ANORMAIS DE OPERAÇÃO, INCIDENTES
AMBIENTAIS, ACIDENTES AMBIENTAIS E SITUAÇÕES
POTENCIAIS DE EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS.
TIPOS DE PROGRAMAS DE AUDITORIAS
AMBIENTAIS
AUDITORIA INTERNA OU DE PRIMEIRA PARTE
AUDITORIA EXTERNA OU DE SEGUNDA PARTE
AUDITORIA DE TERCEIRA PARTE
AUDITORIA INTERNA OU DE PRIMEIRA PARTE
A avaliação do SGA é executada pela própria empresa – autoavaliação.
AUDITORIA EXTERNA OU DE SEGUNDA PARTE
É executada, geralmente, por um cliente.
AUDITORIA DE TERCEIRA PARTE
É executada por determinação legal ou para a obtenção de certificação por uma empresa
terceirizada.
As auditorias de fiscalização obedecem a normas específicas que podem variar de acordo
com a legislação estadual ou do órgão fiscalizador. Elas têm como objetivo a fiscalização das
atividades da organização com relação ao atendimento da legislação ambiental aplicável,
concessão de licenças e verificação do processo de licenciamento ambiental.
A empresa interessada em obter a certificação ambiental segunda a ISO 14.001 deve contratar
auditorias ambientais, que são realizadas por empresas terceirizadas e devidamente
credenciadas para realizar este trabalho.
Classificação das auditorias em relação aos critérios:
AUDITORIA DE CONFORMIDADE LEGAL AMBIENTAL
AUDITORIA DE DESEMPENHO AMBIENTAL
AUDITORIA DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
AUDITORIA DE CONFORMIDADE LEGAL AMBIENTAL
Os critérios da auditoria são os requisitos da legislação vigente, nas esferas federal, estadual e
municipal, incluindo as exigências técnicas de licenças e autorizações eventualmente
existentes.
AUDITORIA DE DESEMPENHO AMBIENTAL
São verificados indicadores de desempenho a serem comparados com padrões ou com metas
definidas para avaliação de desempenho; inclui-se nessa classificação a auditoria de passivo
ambiental.
AUDITORIA DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
Avalia o cumprimento das normas, critérios e procedimentos de gestão ambiental estabelecidos
pela própria organização auditada. As auditorias de sistemas podem ser:
Adequação – Para verificar se o sistema implantado atende ao que é exigido pela norma.
Conformidade – Para verificarse o sistema implantado está sendo utilizado.
Eficácia – Verifica se os objetivos e metas propostos pelo sistema estão sendo
alcançados.
Classificação da auditoria ambiental de acordo com os objetivos
Existem diversos tipos de auditorias ambientais e eles são classificados de acordo com a sua
natureza, ou de acordo com seus critérios e objetivos. Os conceitos da classificação da
auditoria ambiental são derivados dos conceitos bases das auditorias de sistemas de
qualidade.
AS ATUAIS CLASSIFICAÇÕES SÃO: AUDITORIA
AMBIENTAL DE CERTIFICAÇÃO, AUDITORIA
AMBIENTAL DE ACOMPANHAMENTO, AUDITORIA
AMBIENTAL DE VERIFICAÇÃO DE CORREÇÕES OU DE
FOLLOW-UP, AUDITORIA AMBIENTAL DE
RESPONSABILIDADE, AUDITORIA AMBIENTAL DE
LOCAL E AUDITORIA COMPULSÓRIA.
PRINCÍPIOS GERAIS DE AUDITORIA AMBIENTAL
Os temas e recomendações em auditoria ambiental podem ser visualizados no quadro abaixo.
Tema Recomendação
Definição dos
objetivos e escopo
da auditoria
Os objetivos da auditoria devem ser definidos pelo cliente e o
escopo da auditoria pelo auditor-líder para atender aos
objetivos do cliente. Os objetivos e escopo da auditoria
devem ser comunicados ao auditado antes da realização da
auditoria.
Objetividade,
independência e
competência
Os membros da equipe de auditoria devem estar livres de
conflitos de interesse; independentes das atividades por eles
auditadas; e devem ter conhecimento, habilidade e
experiência para realizar a auditoria.
Profissionalismo
As relações auditor/cliente devem ser caracterizadas por
confidencialidade e discrição. É recomendado que
informações, documentos e relatório final da auditoria não
sejam divulgados sem autorização do cliente e, conforme o
caso, sem autorização do auditado.
Procedimentos
sistemáticos
A realização da auditoria deve seguir diretrizes desenvolvidas
para o tipo apropriado de auditoria ambiental.
Critérios, evidências
e constatações
Os critérios de auditoria devem ser definidos entre auditor e
cliente, com posterior comunicação ao auditado; evidências
devem ser obtidas a partir da coleta, análise, interpretação e
documentação de informações; e as evidências obtidas
devem permitir que auditores ambientais, trabalhando
independentemente entre si, cheguem a constatações
similares.
Confiabilidade das
constatações e
conclusões de
auditoria
As constatações e conclusões da auditoria devem possuir
nível desejável de confiabilidade e especificar claramente as
limitações/incertezas de evidências coletadas.
Relatório de auditoria
O relatório de auditoria deve conter itens como:
identificações; objetivos e escopo da auditoria; critérios da
auditoria; período e datas; equipe de auditoria; identificação
dos entrevistados na auditoria; resumo do processo de
auditoria, incluindo obstáculos encontrados; conclusões;
declaração de confidencialidade; e identificação das pessoas
que recebem o relatório.
É recomendado que o auditor-líder, em acordo com o cliente,
determine quais itens que constarão do relatório.
É responsabilidade do cliente ou do auditado a determinação
de ações corretivas; entretanto, se previamente acordado
com o cliente, o auditor pode apresentar recomendações no
relatório.
 Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
Quadro: Temas e recomendações em auditoria ambiental.
Elaborado por: Ney Joppert Junior.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
 Descrever a análise de desempenho ambiental
ANÁLISE DE DESEMPENHO AMBIENTAL
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL
(ADA)
As empresas, para permanecerem competitivas em um mercado cada vez mais exigente,
devem buscar processos produtivos mais eficientes e eficazes. Uma maneira de avaliar se os
objetivos de desempenho ambiental estão sendo atingidos é utilizar a avaliação de
desempenho ambiental (ADA), que trabalharemos neste módulo. Existem várias maneiras de
medir o desempenho ambiental das organizações e uma delas é por meio de indicadores
ambientais relacionados aos processos produtivos.
O desempenho de uma organização pode ser medido em relação aos seus aspectos
ambientais, como, por exemplo: o consumo de água e energia. Os resultados também podem
ser medidos por meio da comparação com objetivos e metas ambientais da organização,
definidos na política ambiental e outros requisitos de desempenho ambientais, definidos pelos
acionistas e partes interessadas.
A NORMA NBR ISO 14.031 PODE SER UTILIZADA PARA
MEDIÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL, POIS
CONTEMPLA EXEMPLOS DE INDICADORES DE
DESEMPENHO QUE PODEM SER USADOS PARA
AVALIAR AS ORGANIZAÇÕES.
As empresas que implantaram sistemas de gerenciamento ambiental e utilizam práticas
sustentáveis como produção mais limpa (P+L) e SGA ISO 14.001, certamente desenvolveram
indicadores que são monitorados e provavelmente apresentam evolução positiva ao longo do
tempo.
A avaliação de desempenho ambiental é uma decisão gerencial que tem como objetivo verificar
se o desempenho ambiental está de acordo com os critérios estabelecidos pela própria
organização.
Como já mencionado, a avaliação de desempenho ambiental é baseada no monitoramento dos
indicadores relacionados com seus aspectos ambientais, que são, em última análise, os
elementos das atividades da organização que podem gerar impacto negativo no meio
ambiente.
 ATENÇÃO
A norma ISO 14.031 pode orientar os procedimentos para realizar uma ADA, mas não
padroniza ou estabelece regras para sua realização.
A ADA permite que as organizações:
Identifiquem os aspectos ambientais como emissão de resíduos, ruídos, poeiras etc.
Determinem os aspectos e impactos que serão tratados como significativos.
Estabeleçam critérios para medir o desempenho ambiental.
Monitorem e avaliem o desempenho ambiental.
As auditorias ambientais, assim como a ADA, permitem verificar os resultados do desempenho
ambiental de uma indústria, identificando quais áreas necessitam de melhorias.
Diferentemente da auditoria ambiental que é pontual, o processo de coleta de informação e
avaliação da ADA é contínuo. A empresa pode verificar diariamente se os objetivos propostos
estão sendo atingidos. A norma ISO 14.031 não contempla a certificação do desempenho
ambiental alcançado.
 SAIBA MAIS
A avaliação do desempenho ambiental tem um carácter comparativo ao longo do tempo. O
objetivo é verificar a tendência do desempenho ambiental e facilitar a tomada de decisão no
ponto que precisa de mais esforço para melhoria. A ADA pode ser aplicada em qualquer
organização, independentemente de tamanho, estrutura organizacional e atividade econômica.
Alguns exemplos de aplicação de ADA são:
Quantidade de emissões eliminadas.
Quantidade de recursos reutilizados.
Quantidade de matéria reutilizada e reciclada.
Nível de oxigênio dissolvido na água próximo a empresa.
Níveis de ruído próximo à empresa.
ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO
PLANEJAR
Na fase inicial de planejamento da ADA, são identificados e escolhidos os indicadores
ambientais para verificar o desempenho da organização. Esses indicadores devem estar
relacionados com aspectos ambientais significativos. A política ambiental e os requisitos legais,
assim como os custos de matérias-primas, água e energia permitem escolher adequadamente
os indicadores.
FAZER
Esta fase possui quatro etapas:
1- Coletar dados.
2- Analisar dados.
3- Avaliar a informação.
4- Apresentar e comunicar os resultados aos interessados.
CHECAR
Nesta etapa, é feita a análise dos dados obtidos e identificados os processos que precisam de
melhorias. A verificação serve para observar se os objetivos foram cumpridos.
AGIR E COMUNICAR
Na fase da ação, ocorre a tomada de decisão a partir dos resultados obtidos, ou seja, são
propostas novas metas para buscar a melhoria contínua. Os resultados das ADA devem ser
comunicados para alinhar os funcionários da organização.
INDICADORES UTILIZADOS NA ADA
O significado dos indicadores escolhidos para ADA e os impactos na organização e no meio
ambiente devem ser informados de formaclara, didática e objetiva para todos os funcionários.
Os indicadores utilizados na ADA têm duas categorias:
1. INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL (IDA):
Os IDA são os indicadores de desempenho ambiental, que mostram a eficácia da empresa nos
indicadores de gerenciamento (IDG) e nos indicadores operacionais (IDO).
IDG – Indicadores de desempenho gerencial
Números de treinamentos realizados para os funcionários para capacitação ambiental
Número de ações para modernização de equipamentos
Número de iniciativas de prevenção à poluição
Como você pôde notar, os IDG, de acordo com a norma ISO 14.031, fornecem informações
sobre treinamento, requisitos legais, utilização dos recursos, gestão de custos ambientais,
compras, desenvolvimento de produtos, documentação e ação corretiva, ou seja, todos
relacionados com a responsabilidade e decisão gerencial. As organizações devem avaliar a
necessidade de buscar novas oportunidades e tecnologias, como produção mais limpa;
tratamento na fonte; calibração de equipamentos; e substituição dos equipamentos ineficientes,
com a finalidade de prevenir poluição, reduzir a quantidade de recursos utilizados e minimizar
resíduos gerados.
Por meio dos IDG, a empresa pode criar esforços visando aumentar eficiência e implementar
programas sustentáveis estabelecendo metas corporativas desafiantes.
IDO – Indicadores de desempenho operacional
Os indicadores de desempenho operacional (IDO) estão relacionados ao funcionamento
operacional da organização, tais como: matérias-primas, consumo de água e energia, produtos
e subprodutos do processo produtivo.
Quantidade de matéria-prima utilizada por produto
Quantidade de energia e água consumidas no processo produtivo
Quantidade de produtos com defeito
Estão relacionados também aos resultados dos processos produtivos, como emissões,
efluentes, ruídos, vibrações, calor e radiação.
2. INDICADORES DE CONDIÇÃO AMBIENTAL (ICA).
Concentração de poluentes na água
Concentração de poluentes no ar
Concentração de contaminantes no solo
Os ICA fornecem informações sobre as condições ambientais e sobre a relação entre meio
ambiente e atividades, produtos e serviços da organização, como a concentração de poluentes
nos arredores da empresa.
A norma ISO 14.031 serve como guia para a avaliação do desempenho ambiental, auxiliando a
empresa na análise das metas propostas. A avaliação de desempenho ambiental deve ser feita
com base em indicadores, que devem ser relevantes para os objetivos e metas definidos pela
organização.
 SAIBA MAIS
Os indicadores de desempenho gerencial (IDG) estão relacionados com o objetivo de tornar o
processo produtivo mais eficiente e eficaz, por meio da modernização de equipamento,
introdução da produção mais limpa (PML) e de iniciativas de prevenção à poluição (PP).
Quando existe comprometimento dos gerentes, isso é espelhado nos IDG e nos resultados
práticos, permitindo redução dos riscos ao meio ambiente com ICA positivos.
Como ferramenta para a implementação da ADA, a norma ISO 14.031 pode auxiliar nas
auditorias, servindo como guia na avaliação de desempenho ambiental, auxiliando a empresa a
analisar se as metas propostas foram atingidas, e fornecendo subsídios às melhorias nos IDG,
que irão consequentemente incrementar os resultados positivos nos IDO, favorecendo, assim,
o meio ambiente.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que acabamos de estudar sobre as normas ISO 14.000 nos mostra que elas se referem a um
processo pelo qual organizações deverão passar, com o estabelecimento de políticas e
objetivos que cumpram as leis e regulamentações ambientais, permitindo reduzir os impactos
ambientais negativos.
Por ser um sistema de normalização abrangente, protege as organizações que respeitam as
leis e os princípios da conservação ambiental. É importante frisar que as normas não ditam
como a organização deve alcançar suas metas, não descrevem o tipo de desempenho exigido,
nem determinam quais os resultados a serem atingidos nos processos, focando somente os
processos necessários para alcançar os resultados.
As organizações que implementam a ISO 14.000 terão mais condições para atender à
legislação e uma visão mais precisa sobre as áreas que geram maior impacto ambiental.
 PODCAST
Agora, o especialista Ney Joppert Junior encerra o tema falando sobre os principais tópicos
abordados.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 22.000:2019 –
Sistemas de Gestão de Segurança de Alimentos - Requisitos para qualquer organização na
cadeia produtiva de alimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 50001:2018 –
Sistemas de gestão da energia – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT,
2018a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 45001:2018 – Sistema
de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional. Requisitos com orientação para uso. Rio de
Janeiro: ABNT, 2018b.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 37001:2016 – Sistema
de Gestão Antissuborno. Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 9001:2015 – Sistema
de Gestão da Qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 9000:2015 – Sistemas
de Gestão da Qualidade – Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2015b.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001: 2015 –
Sistema de Gestão Ambiental – Requisitos com Orientação para Uso. Rio de Janeiro: ABNT,
2015c.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 27001:2013 –
Tecnologia da informação — Técnicas de segurança — Sistemas de gestão da segurança da
informação — Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2013.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16001:2012 – Sistema de
Gestão da Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: ABNT, 2012a.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 26.000:2010 –
Diretrizes sobre Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 31.000:2009 – Gestão
de Riscos. Princípios e Diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO/IEC 31.010:2012 –
Gestão de Riscos. Técnicas para processo de avaliação de riscos. Rio de Janeiro: ABNT,
2012b.
CERQUEIRA, J. P. Sistemas de Gestão Integrados. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010.
DIAS, R. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 3. ed. Rio de
Janeiro: GEN, 2017.
DONAIRE; D. Gestão Ambiental na Empresa: Fundamento e aplicação. 3. ed. Rio de Janeiro:
GEN, 2018.
FERREIRA, J. J. A. Modelos normalizados de sistemas de gestão. In: CARVALHO, M. M.;
PALADINI. E. P. (Org.). Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Campus, 2005. p.
153-186.
MIHELCIC; J. R.; ZIMMERMAN, J. B. Engenharia Ambiental: Fundamentos, Sustentabilidade
e Projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: GEN, 2018.
SEBRAE. Sobrevivência das Empresas no Brasil. DataSebrae, 2016. Consultado na internet
em: 19 jul. 2021.
EXPLORE+
Pesquise sobre a gestão ambiental e a importância da série ISO 14.000, lendo o artigo
científico Maturidade em gestão ambiental: revisitando as melhores práticas, de Bento Alves
Costa Filho e Fernando de Rosa.
CONTEUDISTA
Ney Joppert Junior

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