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DESCRIÇÃO Apresentação da série ISO 14.000 e a gestão ambiental segundo essa norma, incluindo normas internacionais e análise de desempenho ambiental. PROPÓSITO Compreender a importância da família ISO 14.000 é essencial para um engenheiro, pois com o cumprimento dessa legislação, a entidade empresarial garante a redução de impactos ambientais, o que reduz a incidência de multas e indenizações, reduz o custo com seguro, e melhora o sistema de gerenciamento da empresa. OBJETIVOS MÓDULO 1 Reconhecer as normas internacionais da série ISO 14.000 MÓDULO 2 Reconhecer a gestão ambiental segundo a ISO 14.000 MÓDULO 3 Descrever a análise de desempenho ambiental INTRODUÇÃO A SÉRIE DE NORMAS ISO 14.000, A GESTÃO AMBIENTAL SEGUNDO A ISO 14.000 E ANÁLISE DE DESEMPENHO AMBIENTAL MÓDULO 1 Reconhecer as normas internacionais da série ISO 14.000 A SÉRIE DE NORMAS ISO 14.000 A Organização Internacional para a Normalização (ISO) publicou mais de 20.000 normas relacionadas a diversos tópicos relacionados a diversos assuntos como: cimento, aço, plásticos, métodos para amostragem, medição da qualidade do ar, radiação, transporte de produtos perigosos etc. NORMAS INTERNACIONAIS DA SÉRIE ISO 14.000 As normas internacionais da série ISO 14.000 são desenvolvidas pela Organização Internacional para a Normalização (ISO), que é composta por comitês técnicos (TC), subcomitês (SC) e grupos de trabalho para desenvolvimento de normas internacionais. Nossa abordagem será no comitê técnico ISO/TC 207, composto por subcomitês (SC) que tratam de assuntos diversos relacionados com a gestão ambiental e desenvolvem várias normas. O COMITÊ TÉCNICO ISO/TC 207, OS SUBCOMITÊS E AS NORMAS PUBLICADAS Vamos conhecer os subcomitês ISO/TC 207, os assuntos relacionados a cada subcomitê e as normas publicadas. SC 1 – Sistemas de Gestão Ambiental: ISO 14.001, 14.004 etc. SC 2 – Auditoria Ambiental: ISO 14.015 e ISO 19.011; SC 3 – Rotulagem Ambiental: ISO 14.020, 14.021 etc. SC 4 – Avaliação de Desempenho Ambiental: ISO 14.031 etc. SC 5 – Avaliação de Ciclo de Vida: ISO 14.040, 14.044 etc. SC 6 – Termos e Definições: ISO 14.050; SC 7 – Mudanças Climáticas: ISO 14.064, 14.065 etc. RELAÇÃO DAS NORMAS DESENVOLVIDAS E PUBLICADAS DENTRO DE CADA SUBCOMITÊ SC 1 – SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ISO 14.001:2015 – SGA – Especificação e Diretrizes para Uso; É a única norma passível de certificação ISO 14.004:2016 – SGA – Diretrizes gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio ISO 14.005:2010 – Implementação do Sistema de Gestão Ambiental em etapas ISO 14.006:2011 – Diretrizes para Ecodesign ISO 14.008 – Valoração monetária de impactos ambientais SC 2 – AUDITORIA AMBIENTAL ISO 14.015 – Avaliações Ambientais de Localidades e Organizações ISO 19.011 – Guias sobre Auditorias da Qualidade e do Meio Ambiente SC 3 – ROTULAGEM AMBIENTAL ISO 14.020 – Rótulos e Declarações Ambientais – Princípios Básicos ISO14.021 – Autodeclarações Ambientais – Tipo II ISO14.024 – Rótulo Ambiental Tipo I – Terceira parte ISO14.025 – Rótulo Ambiental Tipo III (com ACV) SC 4 – AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL ISO 14.031 – Avaliação de Desempenho Ambiental – Diretrizes ISO 14.034 – Verificação de Tecnologias Ambientais ISO TR 14.032 – Exemplos de Avaliação do Desempenho Ambiental ISO TS 14.033 – Diretrizes e exemplos para compilação e comunicação de informação ambiental quantitativa SC 5 – AVALIAÇÃO DE CICLO DE VIDA ISO 14.040 – Princípios e definições da ACV ISO 14.044 – Contém todas as exigências e requisitos ISO 14.045 – Princípios e requisitos para avaliação de ecoeficiência ISO14.046 – Pegada Hídrica ISO 14.048 – Formato da Apresentação de Dados SC 6 – TERMOS E DEFINIÇÕES ISO 14.050 – Gestão Ambiental – Termos e Definições SC 7 – MUDANÇAS CLIMÁTICAS ISO14.064 Parte1 – Gases Estufa: Especificação para a quantificação, monitoramento e comunicação de emissões e absorção por entidades ISO14.064 Parte2 – Especificação para a quantificação, monitoramento e comunicação de emissões e absorção de projetos ISO14.064 Parte3 – Especificação e diretrizes para validação, verificação e certificação ISO14.065 – Gases Estufa – Requisitos para validação e verificação de organismos para uso em acreditação ou outras formas de reconhecimento ISO14.066 – Requisitos de competência para verificadores e validadores de gases estufa ISOTS14.067 – Pegada de Carbono: quantificação e comunicação de GEs associados a produtos ISOTR14.069 – Diretrizes para o cálculo por organizações da Pegada de Carbono de seus produtos, serviços e cadeia de suprimentos WG 8 ISO 14.051 – Diretrizes para a Contabilidade do Fluxo de Materiais – Material Flow Cost Accounting – MFCA ISO 14.052 – Diretrizes para a Contabilidade do Fluxo de Materiais na Cadeia de Suprimentos WG 9 (DEGRADAÇÃO DOS SOLOS E DESERTIFICAÇÃO) ISO 14.055 – Diretrizes sobre Degradação dos Solos e Desertificação Como vimos, a ISO 14.000 atende às diferentes dimensões do SGA. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fundada em 1940, é responsável pela normalização técnica para desenvolvimento tecnológico brasileiro. SAIBA MAIS Trata-se de entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como único Foro Nacional de Normalização pela Resolução nº 07 do CONMETRO, de 24 de agosto de 1992. Dentro dos vários comitês dentro da ABNT existe o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental: ABNT/CB-38. O Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental: ABNT/CB-38 foi criado para a discussão e o desenvolvimento das normas ISO 14.000 na esfera internacional, para tradução e publicação das normas brasileiras correspondentes. O ABNT/CB-38 foi criado com estrutura semelhante ao ISO/TC207 e seus subcomitês como apresentado no quadro a seguir. ABNT/CB-38 SC-1 Sistemas de Gestão Ambiental SC-2 Auditoria Ambiental SC-3 Rotulagem Ambiental SC-4 Avaliação de Desempenho Ambiental SC-5 Avaliação de Ciclo de Vida SC-6 Termos e Definições SC-7 Mudanças Climáticas Quadro: ABNT/CB-38. Extraído de ABNT/CB-38, adaptado por Ney Joppert Junior. ATENÇÃO As normas da série ISO 14000 mantêm a numeração no Brasil, precedida do designativo NBR da ABNT. Seguindo as normas da série, a empresa implementará um programa sustentável de produção, e, dentro de algum tempo, os processos gerarão economias, resultados e interesse pelo mercado consumidor. OBJETIVOS DA SÉRIE DE NORMAS ISO 14.000 A série de normas ISO 14.000, lançada em 1996, tem como objetivo a padronização dos sistemas de gestão ambiental. Em função do certificado ISO, as organizações certificadas, seus produtos e serviços diferenciam-se das organizações que somente atendem à legislação ambiental. As normas da série ISO 14.000 também estabelecem as diretrizes para: AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL ROTULAGEM AMBIENTAL ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DOS PRODUTOS AUDITORIA AMBIENTAL IMPLANTAR SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL CERTIFICAÇÃO ISO 14.001 Aqui temos a interligação entre o Sistema de Gestão Ambiental e a certificação ISO. Para alcançar a certificação ambiental, uma organização deve cumprir três exigências básicas expressas na norma ISO 14.001: IMPLANTAR UM SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL CUMPRIR A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICÁVEL AO LOCAL DA INSTALAÇÃO ASSUMIR UM COMPROMISSO COM A MELHORIA CONTÍNUA DO DESEMPENHO AMBIENTAL Para obter a certificação, deve-se observar os seguintes requisitos: PRIMEIRO SEGUNDO TERCEIRO PRIMEIRO Compartilhar os princípios definidos na política ambiental da organização. A partir do estabelecimento da política serão definidos objetivos, metas e procedimentos a serem seguidos por todos os colaboradores. Deverão ser criados os controles operacionais e iniciar o treinamento do pessoal. SEGUNDO Diagnóstico ou pré-auditoria que permite identificar os pontos vulneráveis existentes nos procedimentos ambientais da organização, possibilitando sua correção. TERCEIRO Certificação que deverá ser contratada comuma entidade credenciada, chamada de terceira parte, para emitir o correspondente certificado de conformidade com a norma ISO 14.001. Nessa fase, a organização se submeterá a uma auditoria ambiental que deverá comprovar sua conformidade com os padrões exigidos. ASPECTOS FINAIS SOBRE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL E NORMAS ISO 14.000 O que acabamos de estudar sobre as normas ISO 14.000 nos mostra que elas se referem a um processo pelo qual organizações deverão passar desde o estabelecimento de políticas e objetivos que cumpram as leis e regulamentações ambientais e que evitem a poluição. Por ser um sistema de normalização abrangente, protege aquelas organizações que respeitam as leis e os princípios da conservação ambiental, além de universalizar conceitos e procedimentos. É IMPORTANTE INFORMAR QUE AS NORMAS NÃO DITAM COMO A ORGANIZAÇÃO DEVE ALCANÇAR SUAS METAS, NÃO DESCREVEM O TIPO DE DESEMPENHO EXIGIDO, NEM DETERMINAM QUAIS OS RESULTADOS A SEREM ATINGIDOS NOS PROCESSOS, FOCANDO SOMENTE OS PROCESSOS NECESSÁRIOS PARA ALCANÇAR OS RESULTADOS. As organizações que implementam a ISO 14.000 terão mais condições para atender à legislação e terão uma visão mais precisa sobre as áreas que geram mais impacto ambiental. Redução de custos no gerenciamento de resíduos Economia no consumo de energia, matéria-prima e insumos Melhoria na imagem corporativa em relação aos órgãos reguladores, aos clientes e à sociedade em geral Melhoria contínua de seu desempenho ambiental A organização estabelecerá quanto deve melhorar o seu desempenho ambiental a cada ano e como fazer para alcançar este objetivo A obtenção do certificado não representa o fim do processo, ao contrário, é o início de um compromisso que se estenderá por muitos anos. Portanto, uma organização que tenha o seu SGA certificado pela ISO 14.000 terá controle sobre os seus processos produtivos, resíduos gerados, efluentes líquidos e as emissões atmosféricas, dando-lhes o destino e o tratamento adequado atendendo à legislação local. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Reconhecer a gestão ambiental segundo a ISO 14.000 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL: A ISO 14.001, ANÁLISE DO CICLO DE VIDA, ROTULAGEM E AUDITORIA AMBIENTAL FAMÍLIA ISO 14.000 Para quem atua ou pretende atuar na área ambiental, é importante conhecer as normas da família ISO 14.000 para a aplicação adequada dos conceitos ambientais. A seguir, listamos algumas delas: ISO 14.001 – SGA – Especificação e Diretrizes para Uso (2015) ISO 14.004 – SGA – Diretrizes Gerais sobre princípios, sistemas e técnicas de apoio (2016) ISO 14.005:2010 – Implementação do Sistema de Gestão Ambiental em etapas ISO 14.006:2011 – Diretrizes para Ecodesign ISO 14.008 – Valoração monetária de impactos ambientais ISO 14.015 – Avaliações Ambientais de Localidades e Organizações ISO 19.011 – Guias sobre Auditorias da Qualidade e do Meio Ambiente ISO 14.020 – Rótulos e Declarações Ambientais – Princípios Básicos ISO 14.021– Autodeclarações Ambientais – Tipo II ISO 14.024 – Rótulo Ambiental Tipo I – Terceira parte ISO14.025 – Rótulo Ambiental Tipo III (com ACV) ISO 14.031 – Avaliação de Desempenho Ambiental –Diretrizes ISO 14.034 – Verificação de Tecnologias Ambientais ISO TR 14.032 – Exemplos de Avaliação do Desempenho Ambiental ISO TS 14.033 – Diretrizes e comunicação de informação ambiental quantitativa ISO 14.040 – Princípios e definições da ACV ISO 14.044 – Contém todas as exigências e requisitos ISO 14.045 – Princípios e requisitos para avaliação de ecoeficiência ISO 14.046 – Pegada Hídrica ISO 14.048 – Formato da Apresentação de Dados Veremos, neste módulo, as normas sobre o sistema de gestão ambiental, a ISO 14.001, a avaliação do ciclo de vida, a rotulagem ambiental e a auditoria ambiental. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA) A gestão ambiental permite que a organização evite gerar impactos para o meio ambiente, ou seja, que os efeitos ambientais não ultrapassem a capacidade de carga do meio em que se encontra a organização. O SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL É UM CONJUNTO DE PROCEDIMENTOS QUE PERMITE A ORGANIZAÇÃO COMPREENDER, CONTROLAR E AGIR PARA MINIMIZAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS DE SUAS ATIVIDADES. ESTÁ BASEADO NO ATENDIMENTO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL E NA MELHORIA CONTÍNUA DO DESEMPENHO AMBIENTAL DA ORGANIZAÇÃO. Um SGA é a sistematização da gestão ambiental de uma organização e a maneira utilizada para permitir que a organização atenda às normas estabelecidas e possa alcançar os objetivos definidos em sua política ambiental. A gestão ambiental é o principal instrumento para se conseguir um desenvolvimento industrial sustentável. O processo de gestão ambiental nas empresas está vinculado a normas sobre o meio ambiente. As normas legais são referências obrigatórias para as empresas que pretendem implantar um sistema de gestão ambiental (SGA). Tudo começa com a elaboração da política ambiental tendo como base o conhecimento dos aspectos e impactos característicos da organização e os possíveis efeitos ambientais. Uma atitude preventiva por meio do redesenho dos produtos e processos produtivos é essencial para evitar os impactos ambientais. A política ambiental está ligada à aplicação de métodos preventivos que propõem a eliminação dos impactos na origem, via diagnóstico e eliminação das causas básicas A primeira etapa na construção do sistema de gestão ambiental é fazer o diagnóstico. Com base no diagnóstico ambiental será possível preparar o planejamento das ações, posteriormente implementar as ações, e finalmente executar o monitoramento do processo. O diagnóstico permite que a organização identifique suas vulnerabilidades e adote medidas preventivas e corretivas. DICA É necessário que as medidas corretivas sejam substituídas por políticas preventivas que atuem na origem dos problemas. Há inúmeras vantagens e benefícios que as empresas poderão obter ao optarem por adotar políticas preventivas em relação à gestão ambiental. O SGA permite que as organizações gerenciem melhor seus aspectos e impactos ambientais, desenvolva e implante os controles operacionais, implemente a estrutura necessária para apoiar o sistema de gestão ambiental e institua a melhoria contínua em seus processos e serviços. A melhoria contínua permite aperfeiçoar o sistema de gestão ambiental alinhada às políticas organizacionais. PARA UM SGA ROBUSTO, É NECESSÁRIO ALINHAR A POLÍTICA AMBIENTAL AO ESTABELECIMENTO DE OBJETIVOS E METAS DESAFIANTES, EXECUTAR AS AÇÕES NECESSÁRIAS PARA ALCANÇAR OS OBJETIVOS, MONITORAR RESULTADOS PARA VERIFICAR A EFICÁCIA, CORRIGIR PROBLEMAS ENCONTRADOS E EFETUAR A ANÁLISE CRÍTICA, POR MEIO DA REVISÃO PROFUNDA E ABRANGENTE DO SISTEMA PARA APERFEIÇOÁ-LO, E MELHORAR O DESEMPENHO AMBIENTAL. Para ser implementado com sucesso, um SGA necessita do comprometimento de todos os funcionários a começar pelos níveis gerenciais mais elevados, em que se estabelece a política ambiental e são tomadas as decisões sobre a implementação do sistema. A gestão ambiental é aplicável em empresas de qualquer tamanho e setor. Qualquer empresa pode reduzir o consumo de energia, água, ou incentivar o uso de produtos recicláveis. Os benefícios que as empresas podem obter com a implantação de um SGA são os seguintes: Assegurar aos clientes que a organização possui um sistema confiável. Fortalecer a imagem perante os clientes. Atender aos requisitos dos acionistas. Alinhar a organização para atender à política, aos objetivos e às metas. Aumentar as medidas preventivas em relação às ações corretivas. Cumprir as exigências normativas com a melhoria no desempenho ambiental. Atender aos requisitos legais. Estimular o desenvolvimento de ações concretas visando à melhoria contínua. Obter redução de custos. Desenvolver produtos de acordo com as exigências ambientais. Minimizar os incidentes que impliquem responsabilidade civil. Reduzir o consumo de matérias-primas e energia. Facilitar a obtenção de licenças ambientais. Antes de começar a operarum SGA, a empresa necessita de um amplo diagnóstico ambiental para avaliar a situação real. Deve-se, portanto, verificar: Aspectos ambientais. Impactos ambientais significativos Requisitos legais aplicáveis. Controles operacionais existentes. Procedimentos relativos à gestão ambiental. Resultados de investigações relacionadas a possíveis acidentes anteriores. DICA O SGA pode ser utilizado como mecanismo de vantagem competitiva comercial, uma vez que as normas não ditam como a organização deve alcançar suas metas, não descrevem o tipo de desempenho exigido, nem determinam quais são os resultados a serem atingidos nos processos, focando somente os processos necessários para alcançar os resultados. A NORMA ISO 14.001 A ISO 14.001 atende às diferentes dimensões do SGA. Permite um desempenho ambiental correto, por meio do controle dos impactos ambientais significativos nas suas atividades, produtos e serviços, além de um alinhamento dos objetivos ambientais com a política ambiental em relação à legislação em vigor, conforme a estrutura a seguir. Estrutura da norma ISO14.001. A norma ISO 14.001 é a única que permite a certificação de empreendimentos e é um guia que descreve os requisitos necessários para implantação de um sistema de gestão ambiental certificável, estruturado e integrado à atividade da gestão. A certificação leva em média de um a dois anos para ser implementada, dependendo da complexidade da empresa, dos recursos humanos e financeiros disponíveis e do grau de envolvimento da direção. ATENÇÃO Só porque uma organização é certificada, não quer dizer que ela tenha atingido um ótimo desempenho, nem esteja utilizando as melhores tecnologias disponíveis. A ISO 14.001 é, muitas vezes, confundida como sinônimo de excelência ambiental ou de desenvolvimento sustentável. A norma ISO 14.004 é destinada ao uso interno, servindo como um guia para o estabelecimento e implementação do sistema de gestão ambiental (SGA) e não é passível de certificação. A norma ISO 14.001 determina os elementos para um sistema de gestão ambiental eficaz, ou seja, quais os procedimentos necessários para atender aos objetivos e à política ambiental. As normas são aplicáveis a todos os tipos e tamanhos de organizações. Entre suas vantagens estão a de: Transmitir o compromisso assumido pela organização por meio da política ambiental que fica disponível para o público. Viabilizar benefícios econômicos via otimização do consumo de energia, matérias-primas e água. Melhorar o desempenho dos processos produtivos. Reduzir os riscos legais de contaminação do meio ambiente. Para implantar a norma ISO 14.001, uma organização deve: 1. Identificar as características do negócio. 2. Identificar os aspectos ambientais característicos da organização. 3. Identificar os impactos ambientais significativos. 4. Criar controles operacionais para todos os impactos considerados significativos. 5. Identificar a legislação vigente e relevante para o negócio, e atender a todas as exigências legais. 6. Implantar o sistema de melhoria contínua. 7. Desenvolver as atividades de apoio necessárias ao funcionamento do SGA. 8. Colocar o sistema SGA funcionando. 9. Monitorar os resultados. 10. Integrar projetos de melhoria do desempenho ambiental na estratégia organizacional. A seguir, apresentamos as partes essenciais para implantar a ISO 14.001. Partes essenciais para implantar a ISO 14.001. Uma organização que tenha o seu SGA certificado pela ISO 14001 terá controle sobre os seus resíduos sólidos, efluentes líquidos e emissões atmosféricas, dando-lhes o destino e o tratamento adequados atendendo à legislação vigente. Mas não significa que esta organização não esteja causando impactos ao meio ambiente. Ciclo de vida do produto ANÁLISE DE CICLO DE VIDA (ACV) A organização deve levar em consideração também o ciclo de vida do produto, desde as fontes energéticas que vão consumir, passando pelos materiais a serem utilizados no processo produtivo, sua distribuição e a destinação final pós-uso. O ciclo de vida do produto é coberto pela ISO 14.040. Análise do ciclo de vida (ACV) é um método utilizado para avaliar o impacto ambiental de bens e serviços. A ACV do produto é a história do produto, desde a fase de extração das matérias- primas, passando pela fase de produção, distribuição, consumo, uso e pós-uso, conforme a imagem a seguir. Ciclo de vida do produto. A ACV de um produto, processo ou uma atividade é uma avaliação sistemática que quantifica os fluxos de energia e de materiais no ciclo de vida do produto. UMA CONTRIBUIÇÃO IMPORTANTE DA ACV É IDENTIFICAR OS IMPACTOS MAIS RELEVANTES NO CICLO DE VIDA DE UM PRODUTO, PERMITINDO A BUSCA POR NOVAS MANEIRAS DE REALIZAR A OPERAÇÃO PRODUTIVA E IDENTIFICAR NOVAS ALTERNATIVAS EM TERMOS DE MATÉRIAS-PRIMAS. MUITAS VEZES, O IMPACTO NÃO É PERCEBIDO CLARAMENTE PELO CONSUMIDOR NEM PELA SOCIEDADE, COMO, POR EXEMPLO, UM GRANDE CONSUMO DE ÁGUA NO PROCESSO PRODUTIVO. NORMAS SOBRE ANÁLISE DE CICLO DE VIDA As normas sobre análise de ciclo de vida tratam dos princípios gerais, da estrutura e metodologia requerida para analisar o ciclo de vida de um produto, determinando o escopo do estudo, os impactos causados ao ambiente natural e identificando as melhorias que devem ser introduzidas para reduzi-los. São elas: ABNT NBR ISO 14.040:2009 Gestão ambiental – Avaliação do ciclo devida – Princípios e estrutura. ABNT NBR ISO 14.044:2009 Gestão ambiental – Avaliação do ciclo devida – Requisitos e orientações. FASES DA CADEIA PRODUTIVA ENGLOBADAS PELA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA Vamos compreender quais fases de uma cadeia produtiva são englobadas pela avaliação do ciclo de vida, também chamada do berço ao túmulo: Aquisição ou extração da matéria-prima, podendo incluir extração de petróleo dependendo do produto. Manufatura dos produtos, quando a matéria-prima é processada e transformada para a fabricação dos produtos desejáveis, como plásticos, papéis, ferramentas, peças metálicas. Embalagem, acondicionamento, transporte e distribuição do produto. Uso do produto ou serviço pelo consumidor, podendo estar atrelada a esta fase a manutenção e a reutilização, quando possível. Descarte ou reciclagem do produto, incluindo no ciclo a disposição final dos resíduos. Etapas Para auxiliar no processo, as normas ISO 14.040 (ABNT, 2009) e 14.044 (ABNT, 2014) dividem essas etapas em quatro diferentes fases. 1. Definição de objetivo e escopo Na fase inicial, são definidos os objetivos da avaliação, o alvo da ACV, os limites do sistema, os métodos utilizados e as categorias de impacto. 2. Realização do inventário A análise do inventário do ciclo de vida (ICV) envolve a descrição detalhada de entradas e saídas de energia e materiais relacionados ao sistema em estudo, como água, matérias- primas, emissões no ar, resíduos sólidos e efluentes líquidos, conforme as figuras a seguir. Inventário do Ciclo de Vida – Qualitativo / Quantitativo. 3. Avaliação do impacto ambiental Nesta fase, os possíveis impactos ao meio ambiente são avaliados, ou seja, aqueles relacionados com as entradas e saídas de energia e materiais. A avaliação dos impactos envolvidos é baseada nos impactos das emissões identificadas e no consumo de recursos naturais. É nesta fase que ocorre a comparação entre os produtos ou processos, conforme a tabela abaixo. Tabela: Inventário do Ciclo de Vida Fluxo – Materiais e Custo. Elaborada por: Ney Joppert Junior. 4. Interpretação Busca-se identificar, quantificar e avaliar a informação contida na análise do inventário e na avaliação de impacto. É nesta fase que se conclui quais recomendações deverão ser implantadas pela organização. A aplicação das normas de análise de ciclo de vida permite as organizações: Fazer o redesign dos produtos com a seleção adequada de matérias-primas. Fazer a reengenharia dos processos produtivos considerando os impactos ambientais. Definir parceiros de negócio, pormeio da escolha de fornecedores alinhados com as políticas da empresa. Exemplos O aço produzido de sucata tem eficiência energética 70% superior ao aço obtido a partir da extração do minério. O papel produzido a partir de aparas tem eficiência energética 40% superior ao obtido por meio da polpa de madeira. Um exemplo prático como a ACV pode ser aplicado em uma empresa é a comparação entre tipos diferentes de embalagens para o produto, relacionado ao impacto gerado no meio ambiente. Um estudo desenvolvido pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (ABRALATAS) detectou que a lata de alumínio possui menor impacto ambiental em relação à embalagem PET. O estudo verificou que (ABRALATAS, 2007): A embalagem PET tem maior consumo de energia durante o ciclo de vida, consumindo 3,5 vezes mais que uma lata de alumínio e 4,5 vezes mais que uma garrafa de vidro. A produção da garrafa PET necessita de 4,5 vezes mais recursos naturais do que a fabricação de uma lata de alumínio e 3,7 vezes mais se comparada com a garrafa de vidro. Quando ao consumo hídrico, a PET utiliza 6,3 vezes mais água que uma lata de alumínio e 1,8 vezes mais que uma garrafa de vidro. ROTULAGEM AMBIENTAL A rotulagem ambiental é uma metodologia voluntária que indica o desempenho ambiental de produtos ou serviços. É dirigida aos consumidores, auxiliando-os na escolha de produtos com menos impacto no meio ambiente. A DIFERENÇA ENTRE A NORMA ISO 14.001 E A ROTULAGEM É QUE A PRIMEIRA PERMITE A CERTIFICAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL (SGA), OU SEJA, OS PROCESSOS DE UMA EMPRESA, E A SEGUNDA CERTIFICA O PRODUTO, UTILIZANDO OU NÃO A AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA. Os rótulos ambientais informam ao comprador as características do produto, como utilização de matérias-primas renováveis ou as etapas de produção sustentável, como a utilização de energias limpa. Os rótulos devem salientar as características ambientais dos produtos por meio de expressões corretas e comprováveis para o usuário. TIPOS DE ROTULAGEM Os tipos de rotulagem pelas normas são: ROTULAGEM TIPO I NBR ISO 14.024 – Procedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental, como avaliar e demonstrar sua conformidade, além dos procedimentos de certificação para a concessão do rótulo. São rótulos multicriteriosos e certificados por uma segunda parte, entidades como a ABNT, ou associações comerciais, não diretamente ligadas à fabricação ou à venda do produto, que possuem um programa de rotulagem ambiental. Os produtos podem ser comparados com outros de mesma categoria, sendo rotulados os que são ambientalmente adequados. Exemplos: Selo Qualidade Ambiental – ABNT, Selo PROCEL de eficiência. ROTULAGEM TIPO II NBR ISO 14.021 – Requisitos para autodeclarações ambientais, incluindo textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos. Trata de autodeclaração das organizações, que podem descrever apenas um aspecto ambiental do seu produto. São realizados pela primeira parte, ou seja, o próprio fabricante declara que o produto atende a determinados critérios ou possui determinadas qualidades. É o menos informativo dos três tipos, sem as avaliações de terceiros e sem a utilização de critérios preestabelecidos. Apresentam informações ambientais qualitativas de um produto como textos, imagens e símbolos. Exemplos: alumínio reciclável, embalagem longa vida 100% reciclável. ROTULAGEM TIPO III ISO 14.025 – Tem alto grau de complexidade devido à inclusão da ferramenta avaliação do ciclo de vida. São os rótulos que quantificam dados ambientais de um produto ou serviço baseados na ACV. Esses tipos de selos são os mais completos entre os três tipos, dando uma informação clara e objetiva a respeito dos impactos que causam. As informações são verificadas por uma terceira parte independente, baseadas em critérios ambientais ou normas, que concedem a utilização de rótulos aos produtos, fornecendo a dimensão exata dos impactos que provoca. Devido à sua complexidade, é utilizado por empresas visando facilitar a exportação dos produtos. A avaliação do ciclo de vida de um produto inclui, por exemplo, extração, processamento, produção, distribuição, uso, pós-uso e disposição final. AUDITORIA AMBIENTAL A auditoria ambiental é um processo sistemático documentado de verificação, efetuado para avaliar, de forma objetiva, se as atividades, o sistema de gestão e as condições ambientais especificadas estão em conformidade com os critérios de auditoria. AS NORMAS SOBRE AUDITORIA AMBIENTAL FORNECEM OS PRINCÍPIOS COMUNS E PROCEDIMENTOS PARA A CONDUÇÃO DE AUDITORIAS AMBIENTAIS, INCLUINDO CRITÉRIOS PARA QUALIFICAÇÃO DE AUDITORES AMBIENTAIS. SÃO ELAS: ISO 19.011 QUE TRATA DAS DIRETRIZES PARA AUDITORIA DA QUALIDADE E DO MEIO AMBIENTE E ISO 14.015 QUE TRATA DA AVALIAÇÃO AMBIENTAL DE LOCAIS E ORGANIZAÇÕES. As auditorias ambientais podem ser definidas como procedimentos através do qual a organização irá avaliar sua adequação a critérios ambientais preestabelecidos que podem ser: Normas técnicas como a norma ISO 14001 Requisitos legais Requisitos definidos por clientes ou pela própria empresa VANTAGENS DA AUDITORIA AMBIENTAL A auditoria ambiental permite identificar passivos ambientais existentes ou potenciais; minimizar conflitos com órgãos ambientais; uniformizar práticas e procedimentos nas diversas unidades operacionais da empresa; priorizar investimentos para eliminação das não conformidades mais graves; avaliar passivos ambientais da empresa; reduzir os custos pelo controle de perdas de matéria-prima, minimização de resíduos e conservação de energia; e melhorar o posicionamento e a imagem da empresa junto aos clientes. A NORMA ISO 14.001 ABRANGE TODOS OS ITENS ORGANIZACIONAIS QUE PODEM CAUSAR IMPACTO AMBIENTAL, OU SEJA, ATIVIDADES, PRODUTOS E SERVIÇOS EXISTENTES OU PROPOSTOS; SITUAÇÕES NORMAIS E ANORMAIS DE OPERAÇÃO, INCIDENTES AMBIENTAIS, ACIDENTES AMBIENTAIS E SITUAÇÕES POTENCIAIS DE EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS. TIPOS DE PROGRAMAS DE AUDITORIAS AMBIENTAIS AUDITORIA INTERNA OU DE PRIMEIRA PARTE AUDITORIA EXTERNA OU DE SEGUNDA PARTE AUDITORIA DE TERCEIRA PARTE AUDITORIA INTERNA OU DE PRIMEIRA PARTE A avaliação do SGA é executada pela própria empresa – autoavaliação. AUDITORIA EXTERNA OU DE SEGUNDA PARTE É executada, geralmente, por um cliente. AUDITORIA DE TERCEIRA PARTE É executada por determinação legal ou para a obtenção de certificação por uma empresa terceirizada. As auditorias de fiscalização obedecem a normas específicas que podem variar de acordo com a legislação estadual ou do órgão fiscalizador. Elas têm como objetivo a fiscalização das atividades da organização com relação ao atendimento da legislação ambiental aplicável, concessão de licenças e verificação do processo de licenciamento ambiental. A empresa interessada em obter a certificação ambiental segunda a ISO 14.001 deve contratar auditorias ambientais, que são realizadas por empresas terceirizadas e devidamente credenciadas para realizar este trabalho. Classificação das auditorias em relação aos critérios: AUDITORIA DE CONFORMIDADE LEGAL AMBIENTAL AUDITORIA DE DESEMPENHO AMBIENTAL AUDITORIA DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL AUDITORIA DE CONFORMIDADE LEGAL AMBIENTAL Os critérios da auditoria são os requisitos da legislação vigente, nas esferas federal, estadual e municipal, incluindo as exigências técnicas de licenças e autorizações eventualmente existentes. AUDITORIA DE DESEMPENHO AMBIENTAL São verificados indicadores de desempenho a serem comparados com padrões ou com metas definidas para avaliação de desempenho; inclui-se nessa classificação a auditoria de passivo ambiental. AUDITORIA DE SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL Avalia o cumprimento das normas, critérios e procedimentos de gestão ambiental estabelecidos pela própria organização auditada. As auditorias de sistemas podem ser: Adequação – Para verificar se o sistema implantado atende ao que é exigido pela norma. Conformidade – Para verificarse o sistema implantado está sendo utilizado. Eficácia – Verifica se os objetivos e metas propostos pelo sistema estão sendo alcançados. Classificação da auditoria ambiental de acordo com os objetivos Existem diversos tipos de auditorias ambientais e eles são classificados de acordo com a sua natureza, ou de acordo com seus critérios e objetivos. Os conceitos da classificação da auditoria ambiental são derivados dos conceitos bases das auditorias de sistemas de qualidade. AS ATUAIS CLASSIFICAÇÕES SÃO: AUDITORIA AMBIENTAL DE CERTIFICAÇÃO, AUDITORIA AMBIENTAL DE ACOMPANHAMENTO, AUDITORIA AMBIENTAL DE VERIFICAÇÃO DE CORREÇÕES OU DE FOLLOW-UP, AUDITORIA AMBIENTAL DE RESPONSABILIDADE, AUDITORIA AMBIENTAL DE LOCAL E AUDITORIA COMPULSÓRIA. PRINCÍPIOS GERAIS DE AUDITORIA AMBIENTAL Os temas e recomendações em auditoria ambiental podem ser visualizados no quadro abaixo. Tema Recomendação Definição dos objetivos e escopo da auditoria Os objetivos da auditoria devem ser definidos pelo cliente e o escopo da auditoria pelo auditor-líder para atender aos objetivos do cliente. Os objetivos e escopo da auditoria devem ser comunicados ao auditado antes da realização da auditoria. Objetividade, independência e competência Os membros da equipe de auditoria devem estar livres de conflitos de interesse; independentes das atividades por eles auditadas; e devem ter conhecimento, habilidade e experiência para realizar a auditoria. Profissionalismo As relações auditor/cliente devem ser caracterizadas por confidencialidade e discrição. É recomendado que informações, documentos e relatório final da auditoria não sejam divulgados sem autorização do cliente e, conforme o caso, sem autorização do auditado. Procedimentos sistemáticos A realização da auditoria deve seguir diretrizes desenvolvidas para o tipo apropriado de auditoria ambiental. Critérios, evidências e constatações Os critérios de auditoria devem ser definidos entre auditor e cliente, com posterior comunicação ao auditado; evidências devem ser obtidas a partir da coleta, análise, interpretação e documentação de informações; e as evidências obtidas devem permitir que auditores ambientais, trabalhando independentemente entre si, cheguem a constatações similares. Confiabilidade das constatações e conclusões de auditoria As constatações e conclusões da auditoria devem possuir nível desejável de confiabilidade e especificar claramente as limitações/incertezas de evidências coletadas. Relatório de auditoria O relatório de auditoria deve conter itens como: identificações; objetivos e escopo da auditoria; critérios da auditoria; período e datas; equipe de auditoria; identificação dos entrevistados na auditoria; resumo do processo de auditoria, incluindo obstáculos encontrados; conclusões; declaração de confidencialidade; e identificação das pessoas que recebem o relatório. É recomendado que o auditor-líder, em acordo com o cliente, determine quais itens que constarão do relatório. É responsabilidade do cliente ou do auditado a determinação de ações corretivas; entretanto, se previamente acordado com o cliente, o auditor pode apresentar recomendações no relatório. Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal Quadro: Temas e recomendações em auditoria ambiental. Elaborado por: Ney Joppert Junior. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Descrever a análise de desempenho ambiental ANÁLISE DE DESEMPENHO AMBIENTAL AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO AMBIENTAL (ADA) As empresas, para permanecerem competitivas em um mercado cada vez mais exigente, devem buscar processos produtivos mais eficientes e eficazes. Uma maneira de avaliar se os objetivos de desempenho ambiental estão sendo atingidos é utilizar a avaliação de desempenho ambiental (ADA), que trabalharemos neste módulo. Existem várias maneiras de medir o desempenho ambiental das organizações e uma delas é por meio de indicadores ambientais relacionados aos processos produtivos. O desempenho de uma organização pode ser medido em relação aos seus aspectos ambientais, como, por exemplo: o consumo de água e energia. Os resultados também podem ser medidos por meio da comparação com objetivos e metas ambientais da organização, definidos na política ambiental e outros requisitos de desempenho ambientais, definidos pelos acionistas e partes interessadas. A NORMA NBR ISO 14.031 PODE SER UTILIZADA PARA MEDIÇÃO DO DESEMPENHO AMBIENTAL, POIS CONTEMPLA EXEMPLOS DE INDICADORES DE DESEMPENHO QUE PODEM SER USADOS PARA AVALIAR AS ORGANIZAÇÕES. As empresas que implantaram sistemas de gerenciamento ambiental e utilizam práticas sustentáveis como produção mais limpa (P+L) e SGA ISO 14.001, certamente desenvolveram indicadores que são monitorados e provavelmente apresentam evolução positiva ao longo do tempo. A avaliação de desempenho ambiental é uma decisão gerencial que tem como objetivo verificar se o desempenho ambiental está de acordo com os critérios estabelecidos pela própria organização. Como já mencionado, a avaliação de desempenho ambiental é baseada no monitoramento dos indicadores relacionados com seus aspectos ambientais, que são, em última análise, os elementos das atividades da organização que podem gerar impacto negativo no meio ambiente. ATENÇÃO A norma ISO 14.031 pode orientar os procedimentos para realizar uma ADA, mas não padroniza ou estabelece regras para sua realização. A ADA permite que as organizações: Identifiquem os aspectos ambientais como emissão de resíduos, ruídos, poeiras etc. Determinem os aspectos e impactos que serão tratados como significativos. Estabeleçam critérios para medir o desempenho ambiental. Monitorem e avaliem o desempenho ambiental. As auditorias ambientais, assim como a ADA, permitem verificar os resultados do desempenho ambiental de uma indústria, identificando quais áreas necessitam de melhorias. Diferentemente da auditoria ambiental que é pontual, o processo de coleta de informação e avaliação da ADA é contínuo. A empresa pode verificar diariamente se os objetivos propostos estão sendo atingidos. A norma ISO 14.031 não contempla a certificação do desempenho ambiental alcançado. SAIBA MAIS A avaliação do desempenho ambiental tem um carácter comparativo ao longo do tempo. O objetivo é verificar a tendência do desempenho ambiental e facilitar a tomada de decisão no ponto que precisa de mais esforço para melhoria. A ADA pode ser aplicada em qualquer organização, independentemente de tamanho, estrutura organizacional e atividade econômica. Alguns exemplos de aplicação de ADA são: Quantidade de emissões eliminadas. Quantidade de recursos reutilizados. Quantidade de matéria reutilizada e reciclada. Nível de oxigênio dissolvido na água próximo a empresa. Níveis de ruído próximo à empresa. ETAPAS DE IMPLEMENTAÇÃO PLANEJAR Na fase inicial de planejamento da ADA, são identificados e escolhidos os indicadores ambientais para verificar o desempenho da organização. Esses indicadores devem estar relacionados com aspectos ambientais significativos. A política ambiental e os requisitos legais, assim como os custos de matérias-primas, água e energia permitem escolher adequadamente os indicadores. FAZER Esta fase possui quatro etapas: 1- Coletar dados. 2- Analisar dados. 3- Avaliar a informação. 4- Apresentar e comunicar os resultados aos interessados. CHECAR Nesta etapa, é feita a análise dos dados obtidos e identificados os processos que precisam de melhorias. A verificação serve para observar se os objetivos foram cumpridos. AGIR E COMUNICAR Na fase da ação, ocorre a tomada de decisão a partir dos resultados obtidos, ou seja, são propostas novas metas para buscar a melhoria contínua. Os resultados das ADA devem ser comunicados para alinhar os funcionários da organização. INDICADORES UTILIZADOS NA ADA O significado dos indicadores escolhidos para ADA e os impactos na organização e no meio ambiente devem ser informados de formaclara, didática e objetiva para todos os funcionários. Os indicadores utilizados na ADA têm duas categorias: 1. INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL (IDA): Os IDA são os indicadores de desempenho ambiental, que mostram a eficácia da empresa nos indicadores de gerenciamento (IDG) e nos indicadores operacionais (IDO). IDG – Indicadores de desempenho gerencial Números de treinamentos realizados para os funcionários para capacitação ambiental Número de ações para modernização de equipamentos Número de iniciativas de prevenção à poluição Como você pôde notar, os IDG, de acordo com a norma ISO 14.031, fornecem informações sobre treinamento, requisitos legais, utilização dos recursos, gestão de custos ambientais, compras, desenvolvimento de produtos, documentação e ação corretiva, ou seja, todos relacionados com a responsabilidade e decisão gerencial. As organizações devem avaliar a necessidade de buscar novas oportunidades e tecnologias, como produção mais limpa; tratamento na fonte; calibração de equipamentos; e substituição dos equipamentos ineficientes, com a finalidade de prevenir poluição, reduzir a quantidade de recursos utilizados e minimizar resíduos gerados. Por meio dos IDG, a empresa pode criar esforços visando aumentar eficiência e implementar programas sustentáveis estabelecendo metas corporativas desafiantes. IDO – Indicadores de desempenho operacional Os indicadores de desempenho operacional (IDO) estão relacionados ao funcionamento operacional da organização, tais como: matérias-primas, consumo de água e energia, produtos e subprodutos do processo produtivo. Quantidade de matéria-prima utilizada por produto Quantidade de energia e água consumidas no processo produtivo Quantidade de produtos com defeito Estão relacionados também aos resultados dos processos produtivos, como emissões, efluentes, ruídos, vibrações, calor e radiação. 2. INDICADORES DE CONDIÇÃO AMBIENTAL (ICA). Concentração de poluentes na água Concentração de poluentes no ar Concentração de contaminantes no solo Os ICA fornecem informações sobre as condições ambientais e sobre a relação entre meio ambiente e atividades, produtos e serviços da organização, como a concentração de poluentes nos arredores da empresa. A norma ISO 14.031 serve como guia para a avaliação do desempenho ambiental, auxiliando a empresa na análise das metas propostas. A avaliação de desempenho ambiental deve ser feita com base em indicadores, que devem ser relevantes para os objetivos e metas definidos pela organização. SAIBA MAIS Os indicadores de desempenho gerencial (IDG) estão relacionados com o objetivo de tornar o processo produtivo mais eficiente e eficaz, por meio da modernização de equipamento, introdução da produção mais limpa (PML) e de iniciativas de prevenção à poluição (PP). Quando existe comprometimento dos gerentes, isso é espelhado nos IDG e nos resultados práticos, permitindo redução dos riscos ao meio ambiente com ICA positivos. Como ferramenta para a implementação da ADA, a norma ISO 14.031 pode auxiliar nas auditorias, servindo como guia na avaliação de desempenho ambiental, auxiliando a empresa a analisar se as metas propostas foram atingidas, e fornecendo subsídios às melhorias nos IDG, que irão consequentemente incrementar os resultados positivos nos IDO, favorecendo, assim, o meio ambiente. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS O que acabamos de estudar sobre as normas ISO 14.000 nos mostra que elas se referem a um processo pelo qual organizações deverão passar, com o estabelecimento de políticas e objetivos que cumpram as leis e regulamentações ambientais, permitindo reduzir os impactos ambientais negativos. Por ser um sistema de normalização abrangente, protege as organizações que respeitam as leis e os princípios da conservação ambiental. É importante frisar que as normas não ditam como a organização deve alcançar suas metas, não descrevem o tipo de desempenho exigido, nem determinam quais os resultados a serem atingidos nos processos, focando somente os processos necessários para alcançar os resultados. As organizações que implementam a ISO 14.000 terão mais condições para atender à legislação e uma visão mais precisa sobre as áreas que geram maior impacto ambiental. PODCAST Agora, o especialista Ney Joppert Junior encerra o tema falando sobre os principais tópicos abordados. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 22.000:2019 – Sistemas de Gestão de Segurança de Alimentos - Requisitos para qualquer organização na cadeia produtiva de alimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 50001:2018 – Sistemas de gestão da energia – Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2018a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 45001:2018 – Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional. Requisitos com orientação para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2018b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 37001:2016 – Sistema de Gestão Antissuborno. Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2016. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 9001:2015 – Sistema de Gestão da Qualidade – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 9000:2015 – Sistemas de Gestão da Qualidade – Fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2015b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001: 2015 – Sistema de Gestão Ambiental – Requisitos com Orientação para Uso. Rio de Janeiro: ABNT, 2015c. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 27001:2013 – Tecnologia da informação — Técnicas de segurança — Sistemas de gestão da segurança da informação — Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 16001:2012 – Sistema de Gestão da Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: ABNT, 2012a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 26.000:2010 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social. Rio de Janeiro: ABNT, 2010. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 31.000:2009 – Gestão de Riscos. Princípios e Diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO/IEC 31.010:2012 – Gestão de Riscos. Técnicas para processo de avaliação de riscos. Rio de Janeiro: ABNT, 2012b. CERQUEIRA, J. P. Sistemas de Gestão Integrados. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2010. DIAS, R. Gestão Ambiental: Responsabilidade Social e Sustentabilidade. 3. ed. Rio de Janeiro: GEN, 2017. DONAIRE; D. Gestão Ambiental na Empresa: Fundamento e aplicação. 3. ed. Rio de Janeiro: GEN, 2018. FERREIRA, J. J. A. Modelos normalizados de sistemas de gestão. In: CARVALHO, M. M.; PALADINI. E. P. (Org.). Gestão da qualidade: teoria e casos. Rio de Janeiro: Campus, 2005. p. 153-186. MIHELCIC; J. R.; ZIMMERMAN, J. B. Engenharia Ambiental: Fundamentos, Sustentabilidade e Projetos. 2. ed. Rio de Janeiro: GEN, 2018. SEBRAE. Sobrevivência das Empresas no Brasil. DataSebrae, 2016. Consultado na internet em: 19 jul. 2021. EXPLORE+ Pesquise sobre a gestão ambiental e a importância da série ISO 14.000, lendo o artigo científico Maturidade em gestão ambiental: revisitando as melhores práticas, de Bento Alves Costa Filho e Fernando de Rosa. CONTEUDISTA Ney Joppert Junior
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