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Versão Condensada
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Introdução ao direito 
processual penal
   2
A L F A C O N
Sumário
Introdução ao direito processual penal �������������������������������������������������������������������������3
1� Conceitos iniciais ���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
1.1 Fontes do direito processual penal ................................................................................................................................... 3
2� Sistemas processuais ��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 4
2.1 Sistema inquisitivo .............................................................................................................................................................. 4
2.2 Sistema acusatório .............................................................................................................................................................5
2.3 Sistema misto ......................................................................................................................................................................6
2.4 Sistema adotado pelo brasil ..............................................................................................................................................6
Introdução ao direito processual penal  3
A L F A C O N
Introdução ao direito processual penal
1. Conceitos iniciais
Na vivência contemporânea em sociedade é estabelecido pelo estado uma série de regras que contribuem com a PAZ 
SOCIAL. Deste modo, a partir da quebra de uma regra socialmente estabelecida, nasce para o estado o direito de punir 
(Ius Puniendi) seus administrados, visto que o ordenamento jurídico não permite ao prejudicado fazer justiça com as 
próprias mãos. No entanto, para punir o indivíduo infrator, devem ser asseguradas as prerrogativas constitucionais, 
tais como contraditório e a ampla defesa. Como o Direito Penal não é autoaplicável, cabe ao Direito Processual Penal 
estabelecer princípios e normas procedimentais para que sejam assegurados os Direitos Fundamentais do acusado, de 
forma a aplicar uma punição legítima ao agente.
• OBJETIVO: o objetivo do Direito Processual Penal é tornar acessível os preceitos elencados pelo Código Penal, 
no sentido de instrumentalizar a aplicação da lei penal.
• FINALIDADE: no que tange à finalidade, essa concepção pode se dar de maneira mediata ou imediata. A finali-
dade imediata visa estabelecer uma relação jurídica de culpabilidade ou não, confrontando o direito de liberdade 
do infrator com a aplicação da lei penal, concretizando o previsto no Código Penal. Consequente a isso, surge a 
pacificação social como finalidade mediata, com solução do conflito.
1.1 Fontes do direito processual penal
As fontes dessa vertente do Direito trazem à tona a origem do fato gerador do Direito, diga-se, envolve o local que 
emana as normas processuais penais.
Deste modo, a FONTE MATERIAL, ou seja, quem pode legislar sobre o tema de Direito Processual Penal é a União (art. 
22, inciso I da CF/88), e subsidiariamente os estados e o DF. O processo inaugurador da norma é dado pela aprovação 
do projeto de lei pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, bem como pela respectiva sanção pelo Presidente 
da República.
As FONTES FORMAIS das normas processuais penais decorrem de dispositivos jurídicos, tais como o Código de Pro-
cesso Penal. Ainda nisso, as fontes formais imediatas ou primárias são aquelas que emanam diretamente princípios a 
serem seguidos em processo penal. São eles:
Introdução ao direito processual penal  4
A L F A C O N
Já as fontes formais mediatas ou secundárias são aquelas que não geram diretamente efeitos jurídicos, como os cos-
tumes, princípios gerais de direito, analogia etc.
2. Sistemas processuais
2.1 Sistema inquisitivo
A origem da nomenclatura desse sistema deriva da Santa Inquisição, ou Tribunal Eclesiástico, que tinha como finalidade 
a investigação e punição dos “hereges”, tudo isso feito pelos membros do clero.
No sistema inquisitivo existe concentração de poder nas mãos de uma pessoa. É o juiz quem detém as prerrogativas 
de acusar e julgar o investigado, o qual é tratado como mero objeto. A ideia central desse sistema é que quem produz, 
gerencia e aprecia a prova é o próprio julgador.
O juiz (também gestor da prova) busca a evidência para confirmar o que pensa (subjetivismo) sobre o fato, tratando-se, na 
verdade, de uma ideia pré-concebida, fato em que as provas colhidas são utilizadas apenas para comprovar seu pensa-
mento. Ele irá fabricar as provas para que confirme sua convicção sobre o crime e o réu. Para tanto, utiliza-se principalmente 
da confissão do réu, obtida muitas vezes mediante tortura ou outro meio cruel, para obter as respostas que lhe convir. 
Em outras palavras, o julgador é citado como representante de Deus na Terra, pois produz provas para confirmar o fato, 
utilizando-se de todos os meios – lícitos ou não – para obter a condenação do objeto da relação processual.
É também neste sistema que as provas são avaliadas e a elas são atribuídos certos níveis de importância (prova tarifada). 
O testemunho de um clero ou nobre possuíam valores muito maiores, por exemplo, que o de uma mulher. A confissão 
é absoluta e irretratável (daí a expressão rainha das provas).
ATENÇÃO! A crítica feita a este sistema processual é a de que não seria possível uma única pessoa, detentora 
de tantos poderes, poder conduzir imparcialmente e com objetividade o ato criminoso.
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Pensando nisso, é possível sintetizar como características do sistema inquisitivo:
Sistema inquisito
Reunião das funções: o juiz julga e acusa.
Não existem partes – o réu é mero objeto do processo penal e não sujeito de direitos.
O processo é sigiloso, isto é, é praticado longe “aos olhos do povo”.
Inexiste garantias constitucionais, pois se o investigado é objeto, não há que se falar em contraditório, ampla 
defesa, devido processo legal etc.
A confissão é a rainha das provas (prova legal e tarifação das provas).
O réu é considerado culpado até que se prove o contrário.
2.2 Sistema acusatório
Diferente do sistema inquisitório, o sistema processual acusatório possui como princípio unificador o fato de o gestor da 
prova ser pessoa diversa do juiz. Há, portanto, nítida separação entre as funções de acusar e julgar, o que não ocorria 
no sistema inquisitivo. Destarte, o juiz é imparcial e somente julga, não produz provas (em regra) e nem defende o réu.
Ainda no sistema acusatório, não existe aqui hierarquia entre as provas, as quais apresentam valor relativo e devem ser 
confrontadas entre si. O acusado, além de pleno detentor de direitos, será considerado inocente até que sobrevenha 
uma sentença transitada em julgado, diga-se, irrecorrível.
Para facilitar a compreensão desse sistema, eis suas principais características:
Sistema acusatório
As partes são as gestoras das provas.
Há separação das funções de acusar, julgar e defender.
O processo é público, salvo exceções determinadas por lei.
O réu é sujeito de direitos e não mais objeto da investigação.
Consequentemente, ao acusado é garantido o contraditório, a ampla defesa, o devido processo legal, e demais 
princípios limitadores do poder punitivo.
Presume-se a não culpabilidade (ou a inocência do réu).
As provas não são taxativas e não possuem valores pré-estabelecidos.
Introdução ao direito processual penal  6
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2.3 Sistema misto
Por fim, o sistema processual misto contém as características de ambos os sistemas supracitados. Possui duas fases: a 
primeira, inquisitória e a segunda, acusatória. A primeira fase é a da investigação preliminar. Tem nítido caráter inquisi-
tório em que o procedimento é presidido pelo delegado (nãose confundindo com o processo penal, o qual é presidido 
por autoridade judicial), colhendo provas, indícios e demais informações para que possa, posteriormente, embasar sua 
convicção ao responsável pela inicial acusatória. Obedece também às características do sistema inquisitivo, em que o 
juiz é, portanto, o gestor das provas.
A segunda fase é a judicial ou processual propriamente dita. Aqui existe a figura do acusador (MP ou querelante) diverso 
do julgador (somente o juiz), em que são assegurados todos os direitos do acusado e a independência entre acusação, 
defesa e juiz. Atualmente é adotado por vários países europeus, sendo inaugurado pelo Código de Processo Penal Francês.
2.4 Sistema adotado pelo brasil
Há uma corrente doutrinária que diz que o sistema processual brasileiro é misto (nessa vertente, Helio Tornaghi), adu-
zindo sua dupla fase:
Fase investigatória, de características inquisitórias, visto que é pré-processual;
Fase judicial, com características acusatórias, iniciada após o recebimento da denúncia ou queixa. A crítica a esta cor-
rente cinge-se ao caráter administrativo (extraprocessual) da investigação preliminar (inquérito policial, por exemplo).
No entanto, o entendimento majoritário e jurisprudencial, assim como o previsto no art. 3º-A do CPP, é o de que o Brasil 
adota o SISTEMA ACUSATÓRIO, pois há clara separação da função acusatória (realizada pelo Ministério Público nas 
ações penais públicas) e a julgadora (Juiz), sendo o Inquérito um procedimento dispensável.
É preciso, entretanto, ter a noção que não se trata do sistema acusatório puro, uma vez que, apesar de a regra do ônus 
da prova ser da alegação (ou partes), admitem-se exceções em que o próprio juiz pode determinar, de ofício, sua pro-
dução de forma suplementar, como afirma o artigo 156 do CPP:
Art� 156� A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício:
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e rele-
vantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida;
II – determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida 
sobre ponto relevante.
Além disso, o Art. 385 do CPP permite ao juiz condenar o réu, nos crimes de ação pública, ainda que o Ministério Público 
tenha se manifestado pela absolvição.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Introdução ao direito 
processual penal
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Sumário
Introdução ao direito processual penal �������������������������������������������������������������������������3
1� Lei processual penal no espaço ������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ 3
1.1 Exceções decorrentes de leis especiais .......................................................................................................................... 4
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Introdução ao direito processual penal
1. Lei processual penal no espaço
O Código de Processo Penal, no Artigo 1º, estabelece o Princípio da Territorialidade da Lei Processual Penal (Locus 
Regit Actum ou Lex Fori) de forma que se aplica em todo o território brasileiro as normas de cunho processual penal a 
todas as infrações penais relacionadas com o estado brasileiro. No entanto, nem sempre foi assim. Antes de 1941, cada 
estado tinha as suas próprias normas processuais penais. Com o sancionamento em 1º de janeiro de 1942 do nosso 
atual Código de Processo Penal, implementou-se o princípio da UNIDADE, em que, agora, aplica-se o CPP em TODO o 
território brasileiro, abolindo-se os Códigos estaduais.
Apesar de existir hipótese de extraterritorialidade de lei penal, não há que se falar em extraterritorialidade de lei pro-
cessual penal. Perceba: ainda que um crime seja cometido fora do Brasil, o trâmite processual necessariamente de dará 
em território brasileiro, de forma a não existir hipóteses de extraterritorialidade de lei processual penal (princípio da 
ABSOLUTORIEDADE da lei processual penal).
ATENÇÃO! A doutrina atual entende que não existe hipótese de incidência de lei processual penal fora do Brasil. 
Por isso a aplicação a lei processual penal tem como característica a absoluta territorialidade.
E o que vem a ser território brasileiro? O Artigo 5º do Código Penal facilita o entendimento do que é território brasileiro.
Art� 5º, CP - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao 
crime cometido no território nacional.
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves bra-
sileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves 
e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço 
aéreo correspondente ou em alto-mar.
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras 
de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em vôo no espaço aéreo corres-
pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.
Portanto, é possível, de maneira didática, entender o que é território brasileiro da seguinte forma:
O Artigo 1º do CPP estabelece 5 exceções em relação à aplicação do Código de Processo Penal:
Art� 1º O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
Os tratados, regras de convenções de direito internacional em que o Brasil faça parte e manifeste adesão por meio 
decreto legislativo e promulgação por decreto presidencial afastam a jurisdição do Brasil, mesmo que o fato tenha 
ocorrido em território nacional, de forma que o infrator será punido no país de origem. É o caso da Convenção de Viena 
sobre Relações Diplomáticas (aprovada pelo decreto nº 103/64 e promulgada pelo Decreto nº 56.435/65). De acordo 
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com o artigo 31 dessa convenção, os agentes diplomáticos usufruem de imunidade da jurisdição penal no país acreditado 
(local em que exerce as suas atividades), funcionando como uma extensão do país acreditante (país que representa).
O Brasil também aderiu, por intermédio do decreto nº 4.388/2002, a competência processual e julgamento do Tribunal 
Penal Internacional (com sede em Haia) quando se tratar de crimes contra a humanidade, genocídio, crimes de guerra 
e de agressão, isentando-se do processo e punição nessas circunstâncias.
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com 
os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Arts. 
86, 89, § 2º e 100 da CF/88);
Tal dispositivo versa sobre as infrações de natureza político-administrativa, os famosos crimes de responsabilidade 
previstos no Art. 85 da CF de 88. O processo e julgamento dessas infrações não é realizada na esfera Judiciária, mas 
sim pelo Legislativo. A condenação por crime de responsabilidade gera perda do cargo e inabilitação para qualquer 
função pública pelo prazo de 8 anos.
ATENÇÃO! Nucci salienta que o CPP também não é utilizado de imediato nos processos de caráter eleitoral, o 
qual deve ter como base o Código Eleitoral.
III - os processos da competência da Justiça Militar;
Os processos de competência da Justiça Militar, isto é, os crimes de natureza militar seguem os ditames do Código de 
Processo Penal Militar (Decreto-lei n. 1.002/69), e não da legislação processual penal comum. Há quem contrarie esse 
entendimento, mas o entendimento majoritário e das bancas é que o CPP tem caráter subsidiário aqui.
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122);
A constituição veda expressamenteno artigo 5º, inciso XXXVII, o tribunal de exceção no Brasil, por isso o inciso IV 
permanece sem efeito concreto.
V - os processos por crimes de imprensa.
Nos processos por crimes de imprensa, a ADPF nº130 (Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental) estabelece 
que “Por maioria, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou que a Lei de Imprensa (Lei nº 5250/67) é incompatível 
com a atual ordem constitucional (Constituição Federal de 1988)”. Por isso, não houve recepção desse dispositivo pela 
Constituição de 88.
1.1 Exceções decorrentes de leis especiais
Ao longo do tempo muitas regras do CPP tornaram-se obsoletas, de forma que o legislador optou por aprovar algumas 
leis especiais que excepcionam a aplicação de referido Código em relação à apuração a determinados crimes, por 
exemplo, aqueles ligados a drogas, cujo rito é integralmente regulado pela Lei n. 11.343/2006, as infrações de menor 
potencial ofensivo, tratadas em sua totalidade na Lei 9.099/95 etc.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Introdução ao direito 
processual penal
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Sumário
Introdução ao direito processual penal �������������������������������������������������������������������������3
1� Lei processual penal no tempo �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
1.1 Normas híbridas ou mistas ................................................................................................................................................. 4
1.2 Imunidade diplomática ....................................................................................................................................................... 4
Introdução ao direito processual penal  3
A L F A C O N
Introdução ao direito processual penal
1. Lei processual penal no tempo
Para se compreender o que vêm a ser os efeitos da lei processual penal no tempo, é preciso compreender a evolução 
dos sistemas de incidência da Novatio Legis processual. A doutrina capitaneada por Renato Brasileiro aponta a existência 
de, pelo menos, três sistemas de aplicação da lei processual penal, a saber:
• Sistema da Unidade Processual: segundo esse sistema, o processo é uno e indivisível, vale dizer, a lei em vigor 
no início do processo deverá regê-lo, ainda que sobrevenha nova lei processual;
• Sistema das Fases Processuais: como se deduz, esse sistema leva em conta um processo fragmentado em fases, 
como é o caso da fase preliminar, fase de instrução e fase de julgamento. Neste caso, havendo nova lei processual 
penal, ela será aplicada a partir na nova fase, devendo ser aplicada a norma anterior quando do andamento do 
processo;
• Sistema do Isolamento dos Atos Processuais: neste sistema, adota-se um caráter incisivo da nova lei processual, 
devendo ela ser aplicada desde logo, de maneira peremptória, ainda que haja andamento de uma das fases do 
processo. Também chamado de imediatidade de lei processual penal, ESSE É O SISTEMA ADOTADO PELO BRASIL.
O art. 2º do Código de Processo Penal adotou o princípio da imediata aplicação da lei processual penal ou PRINCÍPIO 
DA IMEDIATIDADE:
Art� 2º� A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo, da validade dos atos realizados sob a vigência 
da lei anterior.
De acordo com esse princípio, os novos dispositivos processuais incidem imediatamente no processo. O que se leva 
em conta, portanto, é a data da realização do ato processual (Tempus Regit Actum) e não a da infração penal. É o 
caso do ocorrido na Lei nº 11.689/2008, a qual revogou o recurso do “Protesto por novo Juri” em relação às pessoas 
condenadas a 20 anos ou mais em crimes dolosos contra a vida, não permitindo o requerimento de novo julgamento 
da pessoa condenada.
Na aplicação do princípio da imediatidade, não importa se a nova lei é favorável ou prejudicial ao acusado. Com efeito, 
o art. 5º, XL, da Constituição Federal estabelece exclusivamente que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
acusado, dispositivo que NÃO se estende às normas processuais penais.
Já a lei processual leva em consideração a data da realização do novo ato e não a do fato delituoso. Por isso, se uma 
nova lei passa a prever que o prazo para recorrer de certa decisão é de 10 dias, quando antes era de 20, o primeiro 
será o prazo que ambas as partes terão para a sua interposição (caso a decisão judicial seja realizada já na vigência do 
novo dispositivo). No entanto, é instintivo que, se a lei entra em vigor quando o prazo para o recurso já havia se iniciado, 
deverá ser admitido o maior deles. É o que prediz o Art. 3º da Lei de Introdução ao CPP:
Art� 3º� O prazo já iniciado, inclusive o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, 
se esta não prescrever prazo menor do que o fixado no Código de Processo Penal.
Introdução ao direito processual penal  4
A L F A C O N
Outro dispositivo previsto na Lei de Introdução ao CPP é a aplicabilidade de norma mais benéfica sempre que forem 
envolvidos prisão preventiva e fiança. Por expressa previsão legal, a observação desse instituto é obrigatória, tratando-se 
de outra exceção relacionada à aplicabilidade imediata da norma processual penal.
Art� 2º� À prisão preventiva e à fiança aplicar-se-ão os dispositivos que forem mais favoráveis.
1.1 Normas híbridas ou mistas
Normas híbridas ou mistas são normas que apresentam conteúdo concomitantemente penal (aquela que cria, extingue, 
aumenta ou reduz a pretensão punitiva do estado) e processual (aquela que gera efeitos no andamento do processo 
sem alterar a pretensão punitiva), gerando, assim, consequências em ambos os ramos do Direito. Nesses casos, em 
atenção à regra do art. 5º, XL, da Constituição Federal, a lei nova deve retroagir sempre que for benéfica ao acusado, não 
podendo ser aplicada, ao reverso, quando puder prejudicar o autor do delito cometido antes de sua entrada em vigor.
Os institutos da decadência (perda do direito de ação pelo decurso do tempo em que ele devia ser exercido) e da 
perempção (relaxamento do querelante – art. 60 CPP), por exemplo, são regulamentados no Código de Processo e no 
Código Penal. Eles têm natureza processual, porque impedem a propositura ou o prosseguimento da ação e, ao mesmo 
tempo, penal, porque geram a extinção da punibilidade. Por isso, se uma nova lei AUMENTAR o prazo decadencial, não 
poderá ser aplicada a fatos praticados antes de sua entrada em vigor.
O instituto da suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei nº 9.099/1995), igualmente, tem natureza híbrida. Sua 
natureza processual é evidenciada porque gera a suspensão da ação em andamento, enquanto a consequência penal é 
a extinção da punibilidade, decorrente do cumprimento de todas as condições durante o período de prova. Desse modo, 
se a nova lei tornar maiores os requisitos para a obtenção do benefício, não poderá ser aplicada de imediato àqueles 
que tenham cometido o delito antes de sua entrada em vigor.
1.2 Imunidade diplomática
A Imunidade diplomática nasce com o Congresso de Viena em 1961. Ela confere aos chefes de Estado, diplomatas e 
membros das Forças Armadas essa imunidade de caráter absoluta. A imunidade diplomática se estende tanto aos atos 
oficiais, quando aos atos informais no agente no Estado estrangeiro, sendo conferida a mesma prerrogativa aos membros 
da missão e aos familiares do agente.
ATENÇÃO! A embaixada estrangeira no Brasil NÃO é considerada território estrangeiro! Assim, se ocorrer 
um homicídio dentro dessa repartição, quem investigará ou julgará o caso será o Brasil, salvo em se tratando 
de autoridade com imunidade!
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
Introdução ao direito 
processual penal
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Sumário
Introdução ao direito processual penal �������������������������������������������������������������������������3
1� Interpretação e analogia ������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
2� Juiz das garantias ��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
2.1 Introdução ........................................................................................................................................................................... 3
2.2 Audiência de custódia por videoconferência ..................................................................................................................5
2.3 Prorrogação do prazo do inquérito policial com o investigado preso ..........................................................................5
Introdução ao direito processual penal  3
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Introdução ao direito processual penal
1. Interpretação e analogia
Existem vários tipos de interpretação de lei no DPP, mas nem todas são alvos propriamente ditos em concursos. Por isso, 
nosso estudo se restringirá aos principais meios de interpretação. Para Nestor Távora, a interpretação de lei processual 
penal é a aplicação do conteúdo da lei em determinado momento. Vale dizer, quando o intérprete extrai o sentido da 
lei, aplicando-o no mundo concreto, diz-se que houve uma interpretação. Neste caso, há que se diferenciar dois tipos 
de interpretação:
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA
O conteúdo está previsto em uma lei, mas se apre-
senta com expressões abertas e genéricas.
O conteúdo está previsto em uma lei, mas necessi-
ta-se ampliar o seu alcance, pois o legislador disse 
menos do que queria dizer.
Ex.: motivo torpe, penas cruéis, videoconferência por 
outro recurso tecnológico etc.
Ex.: arma, casa, ardil etc.
ATENÇÃO! Não há que confundir interpretação com analogia! A analogia é forma de integração do direito, não 
havendo dispositivo legal prevendo tal situação, tal qual deve ser imigrada de outro normativo� Ex�: isenção de pena 
do art� 181, I do CP, aplicada por analogia ao companheiro em união estável�
Por fim vale ressaltar que o Direito Processual Penal admite a analogia in bonam ou in malam partem, diferente do Direito 
Penal. Já em relação à interpretação analógica e extensiva, admite-se tanto para prejudicar quanto para beneficiar o réu 
em ambas as áreas do Direito. Quanto aos princípios gerais do direito, são sempre aplicados em se falando de Direito 
Penal e Processo Penal.
Art� 3º A lei processual penal ADMITIRÁ interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento 
dos princípios gerais de direito.
2. Juiz das garantias
2.1 Introdução
Com o advento do projeto de lei anticrime (lei 13.964/19), foi inserido um novo capítulo que diz respeito ao chamado “Juiz 
das Garantias”, figura responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda dos direitos 
fundamentais do acusado. Atualmente, um mesmo juiz participa da fase de inquérito e profere a sentença, porque foi o 
primeiro a tomar conhecimento do fato (art. 73, parágrafo único do CPP). Com as mudanças, caberá ao juiz das garantias 
atuar na fase da investigação e ao juiz do processo julgar o caso – este tendo ampla liberdade em relação ao material 
colhido na fase de investigação.
CONCEITO: trata-se do juiz que atuará na fase investigativa (diverso daquele que atuará no processo), na expectativa 
de assegurar direitos aos investigados e presos.
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, VEDADAS a iniciativa do juiz na fase de investigação e a 
substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
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Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela salvaguarda 
dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe 
especialmente:
I - receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput do art. 5º da Constituição Federal;
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 
deste Código;
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença, a 
qualquer tempo;
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;
V - decidir sobre o requerimento de PRISÃO PROVISÓRIA OU OUTRA MEDIDA CAUTELAR, observado o disposto 
no § 1º deste artigo;
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no 
primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto neste Código ou em 
legislação especial pertinente;
VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis, asse-
gurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas 
pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo;
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instauração 
ou prosseguimento;
X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da investigação;
XI - decidir sobre os requerimentos de:
a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas 
de comunicação;
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;
c) busca e apreensão domiciliar;
d) acesso a informações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado;
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia;
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental;
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código;
XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao seu defensor de 
acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que 
concerne, estritamente, às diligências em andamento;
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia;
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando 
formalizados durante a investigação;
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo.
Introdução ao direito processual penal  5
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2.2 Audiência de custódia por videoconferência
A quebra dos vetos do pacote anticrime inviabilizou que fosse realizada a audiência de custódia por videoconferência. 
No entanto, considerando a pandemia (Covid-19), o CNJ aprovou a Resolução 357/2020, permitindo a audiência de 
custódia por videoconferência quando não for possível a realização, em 24 horas, de forma presencial. Além disso, 
também prevê a possibilidade de o Ministério Público propor acordo de não persecução penal (ANPP) nas hipóteses 
previstas no artigo 28-A do art. 28-A do CPP. No mesmo sentido milita o STF (HC 186.421).
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do juiz de 
garantias no PRAZO DE 24 (VINTE E QUATRO) HORAS, momento em que se realizará audiência com a presença do 
Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, VEDADO o emprego de videoconferência.
2.3 Prorrogação do prazo do inquérito policial com o investigado preso
§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante REPRESENTAÇÃO DA AUTORIDADE 
POLICIAL E OUVIDO O MINISTÉRIO PÚBLICO, prorrogar, UMA ÚNICA VEZ, a duração do inquérito por ATÉ 15 
(QUINZE) DIAS, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
ATUAÇÃO: a atuação do juiz das garantias se dará somente na fase preliminar em crimes que não sejam de menor 
potencialofensivo, cessando a partir do recebimento da denúncia ou da queixa. As decisões tomadas pelo juiz das 
garantias não vinculam o juiz do processo, que deverá rever as decisões de pronto no prazo de 10 dias. A atuação do 
juiz na fase preliminar também impede que o juiz atue no processo.
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, EXCETO as de menor potencial 
ofensivo, e cessa com o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA na forma do art. 399 deste Código.
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento.
§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias NÃO VINCULAM o juiz da instrução e julgamento, que, após o 
recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em curso, NO PRAZO 
MÁXIMO DE 10 (DEZ) DIAS.
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na secretaria 
desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do processo enviados 
ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção 
de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em apartado.
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo das garantias.
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º e 5º 
deste Código ficará impedido de funcionar no processo.
Parágrafo único� Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de 
magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo.’
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado conforme as normas de organização judiciária da União, dos Estados 
e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal.
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo 
o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida 
à prisão, sob pena de responsabilidade civil, administrativa e penal.
Parágrafo único� Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) dias, o modo 
pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo padronizado e res-
peitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa, assegurados a efetividade 
da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão.
Versão Condensada
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Inquérito policial
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Sumário
Inquérito policial ������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
1� Conceito de polícia �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
2� Investigação criminal ���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 4
2.1 Conceito .............................................................................................................................................................................. 4
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Inquérito policial
A etapa preliminar de apuração da autoria e da materialidade de crimes passa, normalmente, por instituições oficiais do 
estado. Sendo assim, o inquérito, também chamado de investigação policial, será feito em regra pelas polícias, todas 
elencadas no art. 144 da CF/1988.
1. Conceito de polícia
Na Constituição Federal de 1988, a polícia foi disciplinada no artigo 144. Doutrinariamente, as polícias podem ser divi-
didas em:
• POLÍCIA ADMINISTRATIVA OU OSTENSIVA: é aquela que deve ser vista e temida, é aquela que inibe o compor-
tamento criminoso ainda na cabeça das pessoas. Por isso, as viaturas tendem a ser chamativas, com a pretensão 
de serem vistas por todas as pessoas. Dentro da Polícia Ostensiva inserem-se a Polícia Militar, os Corpos de Bom-
beiros Militares, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Ferroviária Federal.
• POLÍCIA JUDICIÁRIA, CIVIL OU REPRESSIVA: por mais exitosa que seja a Polícia Ostensiva, é fatídica a existência 
de crimes em sociedade. Neste ponto, entra em ação a Polícia Judiciária, a qual atua após o cometimento do crime, 
em procedimentos investigatórios. As Polícias Judiciárias podem existir no âmbito estadual sendo representada 
pela Polícia Civil, e, na esfera federal, pela Polícia Federal. Com a emenda constitucional 104 de 2019, ainda existem 
as polícias penais, responsáveis pela segurança de estabelecimentos prisionais.
É instintivo o pensamento de que a Polícia responsável pelos procedimentos investigatórios é a Polícia Judiciária. Logo, 
é ela quem tutela o Inquérito Policial. Após a CF/1988, a Polícia Judiciária ganhou um crédito de tecnicidade importan-
tíssimo. Essa Polícia deve ser gerida por Delegados de Polícia, necessariamente bacharéis em Direito e concursados, 
com tratamento protocolar similar ao dispensado aos Juízes, Promotores, Defensores Públicos e Advogados (art. 3º da 
Lei nº 12.830/13).
ATENÇÃO! A Polícia Judiciária NÃO faz parte do Poder Judiciário, mas do Executivo. Ela simplesmente funciona 
como auxiliar do Poder Judiciário, cabendo a essa Polícia elaborar a Investigação Criminal.
Inquérito policial  4
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Quando é cometido um delito, deve o Estado, por intermédio da polícia, buscar elementos de convicção iniciais acerca 
da autoria e da materialidade, para apresentá-las ao titular da ação penal (Ministério Público ou Querelante), a fim de 
que este, apreciando-as, decida se oferece a denúncia ou queixa-crime, respectivamente.
Uma vez oferecida a denúncia (na ação penal pública) ou queixa-crime (na ação privada), o inquérito policial as acom-
panhará, para que o juiz possa avaliar se há indícios suficientes de autoria e materialidade para recebê-las. Caso sejam 
recebidas, o inquérito policial acompanhará o processo penal, ficando anexado aos autos.
O inquérito policial é instaurado para apurar infrações penais que tenham pena superior a 2 anos, já que, no caso das 
infrações de menor potencial ofensivo, determina o art. 69 da Lei nº 9.099/1995 a mera lavratura de termo circunstan-
ciado de ocorrência (TCO). As infrações de menor potencial ofensivo são os crimes com pena máxima não superior a 2 
anos e todas as contravenções penais (art. 61 da Lei nº 9.099/1995).
ATENÇÃO! Sempre que uma infração de menor potencial ofensivo se revestir de alguma complexidade, inviabi-
lizando o TCO, excepcionalmente será instaurado o inquérito policial que, posteriormente, será encaminhado ao 
Juizado Especial Criminal. Além disso, nos termos do art. 41 da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), todas 
as infrações que envolvam violência doméstica ou familiar contra a mulher se apuram mediante inquérito policial, 
ainda que a pena máxima não seja superior a 2 anos.
O Processo penal oferece ao estado as premissas que garantem a aplicação da lei penal de acordo com a CF/1988, visto 
que tal não é autoaplicável. Desta forma, essa disciplina esclarece dois momentos na Persecutio Criminis, uma etapa 
pré-processual (Investigação Criminal) e outra etapa Processual Penal (Processo Penal).
2. Investigação criminal
2.1 Conceito
O Inquérito Policial é um dos tipos de investigação criminal, porquanto se trata de um PROCEDIMENTO administrativo 
ou extrajudicial preliminar, de caráter INFORMATIVO, que objetiva apurar indícios de AUTORIA, MATERIALIDADE e as 
CIRCUNSTÂNCIAS do crime, sendo presidido por autoridade policial de carreira (diga-se: delegados de Polícia).
Essa é a definição de Aury Lopes Junior, o qual contextualiza a situação de que o Inquérito Policial (IP) é um procedimentomeramente administrativo, ou seja, é uma formalidade, não se confundindo com o processo. O caráter informativo se 
materializa no sentido de o MP prescindir do IP para prestar a denúncia, ou seja, o IP não é necessário para o ofereci-
mento da denúncia. Além disso, o próprio conceito estabelece o objetivo do IP, que é o de apurar indícios de autoria e 
materialidade do crime.
NATUREZA JURÍDICA: tendo o exposto em vista, a natureza jurídica do IP é a de PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO 
preliminar de caráter informativo, sem rito, sendo cada diligência determinada pela autoridade policial.
FINALIDADE: é comum a doutrina apontar uma finalidade explícita do IP, que é a de contribuir com a Opinio Delicti do 
titular da ação, na tentativa de convencê-lo a prestar a denúncia. Em segunda análise, parte da doutrina afirma uma 
segunda finalidade do IP, tal qual seja fundamentar a implementação de medidas cautelares, como a prisão temporária 
ou medidas assecuratórias (sequestro ou arresto).
DESTINATÁRIO: como o principal fim do IP é subsidiar a opinio delicti, o destinatário imediato é o titular da ação penal, 
vale dizer, o MP (nos crimes de ação penal pública), ou o querelante (nos casos de ação penal privada). Como de praxe, 
o procedimento de envio do relatório produzido como resultado da investigação criminal passa pelas mãos da autoridade 
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judiciária, para que, em alguns casos, possa atender alguma medida cautelar. No entanto, não é o juiz quem determina 
se haverá ou não oferecimento da denúncia, por isso tal autoridade funciona como destinatário mediato do IP.
É muito comum a confusão feita entre estudantes da área acerca do trâmite do envio do relatório. Em primeiro lugar, o 
relatório é enviado (via sistema de informação) à autoridade judicial, que deverá encaminhar os autos ao MP (art. 10, § 
1º do CPP). Com esse documento em mãos, cabe ao MP, se convencido dos fatos, oferecer a denúncia. Do contrário, 
poderá solicitar novas provas ou arquivar o IP. É por isso que é feita uma verdadeira bagunça na cabeça de quem estuda. 
O fato é que, em tese, sempre os autos passarão pelas mãos do juiz. Acontece que atualmente os sistemas informati-
zados federais já tramitam os documentos diretamente entre o MP e o Delegado, abrindo vistas ao juiz, se necessário.
Art� 10� O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver 
preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou 
no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1º - A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
Art� 23� Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de 
Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados 
relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.
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Sumário
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1� Características do IP ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
1.1 Inquisitivo ............................................................................................................................................................................. 3
1.2 Escrito .................................................................................................................................................................................. 4
1.3 Discricionário ...................................................................................................................................................................... 4
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Inquérito policial
1. Características do IP
1.1 Inquisitivo
Por se tratar meramente de um procedimento administrativo, não há formalmente uma acusação. Se não há nenhum 
acusado, não há que se falar em exercício de contraditório, nem de ampla defesa. Logo, não há partes no IP, por isso o 
requerimento de diligências é direcionado à autoridade policial, que poderá ou não acatar o pedido. Perceba que este 
procedimento concentra poder na figura do delegado, dispensando-lhe plena autonomia na condução do IP.
Como consectário lógico, é possível inferir que cada crime acontece de modo peculiar, não havendo que se falar em 
crimes idênticos. Por mais que se tente provocar condutas criminosas de modo similar, cada crime é um crime. Por isso, 
é conferido ao delegado de polícia discricionariedade no que tange às diligências, não existindo nenhum tipo de rito 
procedimental específico a ser seguido pelo delegado.
ATENÇÃO! Quando a lei previr, expressamente, que o procedimento investigativo deverá admitir o contraditório 
e a ampla defesa, tais direitos deverão ser oportunizados a parte, como acontece no inquérito de estrangeiro 
(Lei nº 13.445/2017).
Vale destacar que a Lei nº 13.245 de 2016 inovou diversos dispositivos do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil, 
dentre eles:
Art� 7º� São direitos do advogado:
[...]
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do res-
pectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios 
dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração:
a) apresentar razões e quesitos;
[...]
O interrogatório realizado na fase de inquérito não se confunde com o interrogatório na fase processual. No IP, o advogado 
tem direito de acompanhar seus clientes durante a oitiva, perante a autoridade investigante. O obstáculo à presença 
do advogado gera nulidade do ato e dos demais que dele decorram (princípio da consequencialidade). No entanto, não 
havendo a presença do advogado, ainda assim é possível a licitude da oitiva do suspeito, o que não acontece no processo.
Essa inovação fomenta a ideia trazida pela doutrina de Freddie Didier Junior, o qual ressalta haver um movimento que 
assegure o contraditório e a ampla defesa ainda na fase de Inquérito. Ainda assim, trata-se de corrente minoritária.
A Lei nº 13.964/2019 tratou dos servidores integrantes do quadro de segurança pública no Brasil, quando investigados 
criminalmente. O art. 14-A atribui a defesa técnica, ainda que em sede de delegacia.
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Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Federal 
figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais procedimentos extrajudi-
ciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de 
forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro 
de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defensor.
§ 1º - Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do procedimento 
investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da 
citação.
§ 2º - Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo investigado, a 
autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava vinculado o investigado à época 
da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a represen-
tação do investigado.
§ 3º - Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferen-
cialmente à defensoria pública, e, nos locais em que ela não estiverinstalada, a União ou a Unidade da Federação 
correspondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional 
para acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado.
§ 4º - A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que 
não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipó-
tese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração.
§ 5º - Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses dos investigados 
nos procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que este esteja 
vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados.
§ 6º - As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados às instituições dispostas 
no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos investigados digam respeito a missões para a garantia da 
lei e da ordem.
1.2 Escrito
Em regra, todos os atos do inquérito devem ser reduzidos a termo para que haja segurança em relação ao seu con-
teúdo. É o que diz a regra do art. 9º do CPP, de modo que não se admite, por ora, que o delegado se limite a filmar os 
depoimentos e encaminhar cópia das gravações ao Ministério Público. Nada impede, entretanto, que as filmagens e 
gravações sejam enviadas em caráter complementar às oitivas. Segundo o art. 9º do CPP, “todas as peças do inquérito 
policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade”.
ATENÇÃO! De acordo com o Art. 405 do CPP, existem diligências que não são realizadas por escrito, portanto, 
no caso de um interrogatório, pode-se utilizar meio audiovisual e ser encaminhado junto com o Relatório ao MP, 
no entanto, ainda assim, deve-se reduzir tudo a termo.
1.3 Discricionário
Nas palavras de Di Pietro, trata-se da margem de conveniência e oportunidade, ou seja, liberdade dentro da lei. O dele-
gado não tem o dever de seguir uma sequência de atos, ele deve, estrategicamente, determinar diligências de acordo 
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com o que os fatos indicam. O Artigo 6º do CPP determina um rol exemplificativo de diligências a serem seguidas, mas 
ordinariamente não há um rito específico para ser seguido pelo delegado.
Aqui se aponta que o início do IP, em regra, é avaliado pelo delegado, visto que o requerimento das partes para a pro-
positura de abertura do IP pode ser indeferido pelo delegado, caso entenda que esse requerimento é impertinente. No 
entanto, nos crimes vestigiais ou não transeuntes, a implementação do IP é OBRIGATÓRIA e o delegado não pode se 
negar a realizar (art. 158 do CPP).
Art� 14� O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será reali-
zada, ou não, a juízo da autoridade.
ATENÇÃO! Da negativa do delegado em instaurar o IP, o requerente poderá interpor recurso ao CHEFE DE POLÍ-
CIA (Art. 5º, §2º do CPP). Para Tourinho Filho, caberá também recurso ao chefe de polícia, por analogia, quando 
houver indeferimento de diligências.
No caso do Juiz ou Promotor, requisitar a realização de uma diligência ao delegado de polícia, não pode o delegado negar, 
visto que requisição é sinônimo de ordem (art. 13, II do CPP), sob pena de cometimento do crime de PREVARICAÇÃO, 
sem prejuízo da infração administrativa cabível. Mas cuidado, não há hierarquia entre juiz ou promotor e delegado, o que 
acontece é que a norma legal determina isso. Vale ressaltar que o Cespe trouxe à tona o posicionamento de uma hipó-
tese em que o delegado pode se negar a realizar o IP, quando da requisição do MP ou do Juiz for manifestamente ilegal.
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Sumário
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1� Características do IP ����������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
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Inquérito policial
1. Características do IP
4. SIGILOSO: o princípio da publicidade não atinge o inquérito policial por se tratar de procedimento administrativo. De 
acordo com o art. 20 do CPP, “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido 
pelo interesse da sociedade”. Resta claro pela leitura do dispositivo que sua finalidade é a de evitar que a publicidade em 
relação às provas colhidas ou àquelas que a autoridade pretende obter prejudique a apuração do ilícito. Além disso, o sigilo 
tem como função garantir a eficiência da diligência e preservar a intimidade, privacidade e segurança do investigado�
Esse sigilo pode ser dividido em sigilo externo, o qual abrange os terceiros desinteressados, diga-se, a imprensa. Esse 
tipo de sigilo ocorre em decorrência do preconceito existente naturalmente na sociedade brasileira. Já o sigilo interno 
abrange os protagonistas da investigação, ou seja, os agentes, escrivães, peritos, entre outros. Visto isso, é percebido 
uma fragilidade do sigilo interno, pois não atinge o acesso aos autos pelo Juiz e o Promotor, os quais têm amplo acesso 
aos autos, ainda que não reduzidos a termo. No entanto, o advogado também tem direito à análise dos autos, mas 
apenas aos autos já documentados (Art. 7º, XIV, EOAB).
Da negativa de acesso aos autos por parte do delegado, caberá Mandado de Segurança, visto estar em risco direito 
líquido e certo atribuído por lei federal (EOAB) ao advogado. Como também há risco de restrição de liberdade do acusado, 
caberá Habeas Corpus preventivo. Além disso, o Brasil é o único país do mundo em que o STF precisa sumular algo já 
previsto em lei. Veja bem: ainda que haja previsão de acesso do advogado aos autos já documentados, muitos delegados 
ainda não permitiam esse acesso. Pensando nisso, outra ferramenta a ser utilizada é a Reclamação ao Supremo, visto 
que o STF, nessa situação, obrigou-se a lançar mão da súmula vinculante 14:
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados 
em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício 
do direito de defesa”.
Além de ter acesso aos autos, o defensor também poderá estar presente no interrogatório do indiciado e na produção 
de provas testemunhais. Não poderá, contudo, fazer reperguntas, dado ao caráter inquisitivo do inquérito. A presença 
do advogado em tais oitivas confere maior valor aos depoimentos, pois é comum que os réus, após confessarem o crime 
perante o delegado, aleguem em juízo que o documento foi forjado ou que foram forçados a confessar.
ATENÇÃO! O impedimento de acesso a autos já documentados pelo advogado configura o art� 32 da lei de abuso 
de autoridade!
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O delegado, quando haver interesse público e não prejudicar a investigação, poderá divulgar informações à imprensa, ou 
seja, poderá quebrar o sigilo das investigações. No entanto, quando o juiz decretar o segredo de justiça, absolutamente 
ninguém poderá prestar declaração à imprensa, tudo isso para proteger a intimidade, família e vida privada da vítima.
ATENÇÃO! Não viola a S�V� 14 quando se nega que o investigado tenha acesso a peças que digam respeito a dados 
sigilosos de terceiros e que não estejam relacionados com o seu direito de defesa (Informativo 964, STF).
5. INDISPONÍVEL: a autoridade policial, ao perceber nas diligências que se trata de uma causa de exclusão de ilicitude, 
não pode simplesmente desistir do Inquérito, tendo em vista que tal ato é revestido de interesse público. Sendo assim, 
toda investigação iniciada deverá serfinalizada e enviada à autoridade competente (Art. 17 do CPP). Da mesma forma, em 
nenhuma hipótese, poderá a autoridade policial arquivar ou solicitar o arquivamento do Inquérito, fato cabível apenas ao MP.
6. DISPENSÁVEL: a existência do inquérito policial não é obrigatória e nem necessária para o desencadeamento da ação 
penal. Há diversos dispositivos no CPP permitindo que a denúncia ou queixa sejam apresentadas com base nas chamadas 
PEÇAS DE INFORMAÇÃO que, em verdade, podem ser quaisquer documentos que demonstrem a existência de indícios 
suficientes de autoria e de materialidade da infração penal. Ex.: sindicâncias instauradas no âmbito da Administração Pública 
para apurar infrações administrativas, onde acabam também sendo apurados ilícitos penais, de modo que os documentos 
são encaminhados diretamente ao Ministério Público. Ora, como a finalidade do inquérito é justamente colher indícios, 
torna-se desnecessária sua instauração quando o titular da ação já possui peças que permitam sua imediata propositura.
O art. 28 do Código de Processo Penal expressamente menciona que o Ministério Público, se entender que não há 
elementos para oferecer a denúncia, deverá comunicar a vítima, o delegado e o investigado, e ainda encaminhará os 
autos para a instância revisional do MP (após a mudança do pacote anticrime – lei 13.964/19). Entretanto, se o Minis-
tério Público considerar que as provas contidas nas peças de informação são insuficientes, mas que novos elementos 
de convicção podem ser obtidos pela autoridade policial em diligências, poderá requisitar a instauração de inquérito 
policial, remetendo à autoridade as peças que estão em seu poder.
ATENÇÃO! O art. 39, § 4º do CPP prevê que o órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, nos crimes de 
ação pública condicionada, se com a representação forem apresentados documentos que habilitem o imediato 
desencadeamento da ação�
Por fim, o art. 40 do CPP prevê que os juízes e os tribunais encaminharão cópias e documentos ao Ministério Público 
quando, nos autos ou papéis que conhecerem no desempenho da jurisdição, verificarem a ocorrência de crime de ação 
pública. O Ministério Público, ao receber tais peças, poderá, de imediato, oferecer denúncia, ou, se entender que são 
necessárias diligências complementares e imprescindíveis, requisitá-las diretamente ou requisitar a instauração de inqué-
rito policial, remetendo à autoridade as peças que se encontram em seu poder. Em última análise, não se convencendo 
dos fatos, pode o MP arquivar o IP ou até mesmo realizar o acordo de não persecução (visto adiante).
ATENÇÃO! Algumas doutrinas (nessa vertente, Nestor Távora e Guilherme Nucci) ainda citam mais duas caracterís-
ticas do IP: a OFICIALIDADE E A OFICIOSIDADE. O primeiro relaciona o entendimento de que a realização do Inquérito 
Policial é atribuição de órgão oficial do estado (Polícia Judiciária). Já a oficiosidade afirma que a polícia, ao tomar 
conhecimento de uma infração penal de ação penal pública incondicionada, agirá de ofício, ou seja, sem provocação.
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1� Inquéritos não policiais ou extrapoliciais���������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
1.1 Valor probatório do inquérito policial ................................................................................................................................ 3
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Inquérito policial
1. Inquéritos não policiais ou extrapoliciais
É a investigação de crimes desenvolvida por autoridades distintas da Polícia Judiciária.
Inquéritos Parlamentares: são presididos por parlamentares (CPI), sendo as diligências realizadas pela polícia. Con-
clusos, os autos serão encaminhados a autoridade do MP para a opinião delitiva.
Inquéritos Judiciais: o artigo 33, parágrafo único da Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) estabelece que 
“Quando, no curso de investigação, houver indício da prática de crime por parte do magistrado, a autoridade policial, 
civil ou militar, remeterá os respectivos autos ao Tribunal ou órgão especial competente para o julgamento, a fim de que 
prossiga na investigação”. Nesse sentido, as autoridades judiciárias não poderão ser investigadas sob a presidência de 
um delegado de Polícia, mas pelo presidente do Tribunal ao qual está o juiz vinculado. O mesmo vale para membros do 
MP (LONMP, Art. 41, parágrafo único), os quais deverão ser investigados sob a presidência dos respectivos procuradores.
Inquéritos Militares: são presididos por Oficiais Militares de Carreira.
Inquéritos Ministeriais: são investigações criminais presididas pelo promotor. Não se pode confundir Inquérito Ministerial 
com Inquérito Policial, sendo este último presidido apenas por autoridade policial. Neste caso, a investigação a cargo 
do Promotor CONVIVERÁ HARMONICAMENTE com o Inquérito Policial. Assim, segundo o STF1, o MP pode conduzir 
investigação criminal, adotando-se a teoria dos poderes implícitos.
Esclarecido o acima, resta a seguinte pergunta: o membro do MP que investigou os fatos está impedido de oferecer a 
denúncia? A súmula 234 do STJ versa sobre o NÃO impedimento do Promotor na propositura da ação:
“A Participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal NÃO acarreta o seu impedimento ou 
suspeição para o oferecimento da denúncia.”
1.1 Valor probatório do inquérito policial
Tendo em vista a autoritariedade dada ao delegado de polícia no Inquérito Policial, nas palavras do Profº Tourinho Filho, 
esse procedimento tem CARÁTER RELATIVO, pois não tem força para embasar sozinho uma condenação criminal. Ora, 
sabe-se que o Inquérito NÃO produz provas, mas elementos de informação. No processo, esses elementos devem passar 
pelo filtro do contraditório e da ampla defesa para que seja validado como prova.
Ainda nesse sentido, o Art. 155 do CPP salienta que o Juiz não pode condenar baseado exclusivamente nos elementos 
colhidos no Inquérito, e ainda excepciona 3 casos:
Art� 155� O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, RESSALVADAS as 
provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Pois é, perceba que esse artigo diz que existem três elementos colhidos na Investigação Criminal que podem embasar 
condenação, desde que transpassados pelos contraditório e ampla defesa posteriormente no processo (contraditório 
diferido ou postergado). São eles:
1  Informativo 785, STF.
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• Provas Cautelares: são aqueles objetos colhidos para que futuramente seja apresentado em juízo. Um exemplo 
aqui seria a Interceptação Telefônica.
• Provas Irrepetíveis: são diligências realizadas no inquérito policial que, por sua natureza, não serão repetidas no 
Processo (como as Perícias).
• Provas Antecipadas: são aquelas colhidas sempre que houver risco de não poderem ser realizadas certas diligên-
cias futuramente. É o caso da oitiva de testemunhas com idade avançada ou doente. O procedimento se instaura 
com a convocação do Juiz e com a presença das futuras partes, com respeito ao contraditório e à ampla defesa 
(contraditório antecipado).
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Inquérito policial
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Sumário
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1� Prazos ���������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
1.1 Incomunicabilidade .............................................................................................................................................................4
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Inquérito policial
1. Prazos
Uma vez iniciado o inquérito a autoridade tem prazos para concluí-lo, mas estes prazos dependem de estar o indiciado 
solto ou preso. Vale lembrar que recentemente a lei 13.964/19 alterou o CPP no sentido permitir a prorrogação do prazo 
de inquérito que envolva investigado preso em sede de delegacia estadual. Repare:
Art. 3º-B, § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade 
policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por ATÉ 15 (QUINZE) DIAS, 
após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
Logo, os prazos de importância são:
AUTORIDADES INDICIADO PRESO INDICIADO SOLTO
Delegacia Estadual (REGRA – 
art. 10 do CPP + art. 3-B, § 2º)
10 dias prorrogáveis por mais 15 
dias
30 dias prorrogáveis (juiz decide)
Delegacia Federal (Lei 5.010/66)
15 dias prorrogáveis por mais 15 
dias
30 dias prorrogáveis (juiz decide)
Lei de Drogas (Lei 11.343/06)
30 dias prorrogáveis por mais 30 
dias
90 dias prorrogáveis por mais 90 
dias
Crimes contra a Economia Popular 
(Lei nº 1.521/51)
10 dias improrrogáveis 10 dias improrrogáveis
Crimes Militares (Art. 20 do CPPM) 20 dias improrrogáveis
40 dias prorrogáveis por mais 20 
dias
Quanto ao prazo do inquérito de indiciado preso, a doutrina majoritária entende que se trata de prazo de NATUREZA 
MATERIAL, vale dizer, computa-se o dia do começo e exclui o último dia. Assim, se alguém, por exemplo, for preso em 
flagrante no dia 10, tem a polícia judiciária até o dia 19, no final do expediente, para remeter o inquérito a juízo. Já se o 
investigado estiver solto, não há dúvidas: o inquérito seguirá a norma processual penal, vale dizer, prazo de NATUREZA 
FORMAL, o qual exclui o dia do começo e adiciona-se o último dia, que pode ser prorrogado para o dia útil subsequente 
se cair em feriado ou finais de semana.
ATENÇÃO! No caso do réu preso em flagrante ou preventivamente, o prazo começa a contar a partir do dia da 
execução da prisão!
Por fim, as prorrogações de prazo das delegacias estaduais e federais exigem fundamentação pelo juiz, e sempre se 
dará mediante requerimento do delegado, visto que não pode o juiz prorrogar de ofício o inquérito.
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1.1 Incomunicabilidade
O art. 21, parágrafo único do CPP, prevê a possibilidade de o juiz decretar a incomunicabilidade do indiciado por prazo 
não superior a 3 dias, visando com isso evitar que ele prejudique o andamento das investigações. Tal dispositivo, entre-
tanto, apesar de não ter sido revogado expressamente, tornou-se inaplicável em razão do disposto no art. 136, § 3º, 
IV, da CF/88, que veda a incomunicabilidade, até mesmo quando decretado o estado de defesa. No entanto, ainda nos 
dias atuais as bancas cobram algumas características da incomunicabilidade. São elas:
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Sumário
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1� Procedimentos �������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
1.1 Notitia criminis ..................................................................................................................................................................... 3
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Inquérito policial
1. Procedimentos
Os procedimentos relacionados à realização do Inquérito policial se dividem em três grandes passos: Notícia do crime, 
Diligências e Desfecho.
1.1 Notitia criminis
A notitia criminis consiste na forma pela qual a autoridade policial tomou conhecimento acerca da infração penal. Pode ser:
• Direta (espontânea ou de cognição imediata): é o conhecimento do crime por meio das próprias atividades policiais 
ou por meio de imprensa. Aqui se enquadra a chamada denúncia anônima (também chamada de delação apócrifa 
ou delatio criminis inqualificada), a qual, por si só, NÃO PERMITE a abertura do IP. Segundo a doutrina, deve-se 
realizar uma verificação preliminar de informação (VPI), com o intuito de averiguar a idoneidade da denúncia;
ATENÇÃO! Informativo 652 do STJ: é possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística.
• Indireta (provocada ou de cognição mediata): é o noticiamento realizado por terceiros identificados.
• Obrigatória ou coercitiva: sempre que houver a prisão em flagrante.
Por outro lado, a notitia criminis indireta pode ser dividida nas seguintes modalidades:
Tipos de Notitia Criminis Indireta Características
Requerimento Prestado pela vítima ou representante legal
Representação Ocorre em ação penal pública condicionada
Delatio Criminis (Delação) Ocorre em ação penal pública incondicionada
Requisição
Tem natureza de ordem por imposição legal realizada 
pelo Juiz ou membro do MP
ATENÇÃO! Delatio Criminis Postulatória é a comunicação da ocorrência da infração penal ou de seu autor, feita 
pela vítima à autoridade competente, solicitando providências, como a instauração do inquérito. Pode ser, ainda, 
a comunicação da vítima, nos mesmos termos, fornecendo a representação para que o Ministério Público possa 
agir nos crimes de ação pública condicionada.
CUIDADO! A requisição do Ministro da Justiça não tem natureza de ordem, mas de condição específica de 
procedibilidade!
ABERTURA: Auto de Prisão em Flagrante, Portaria, Representação, Requisição etc.
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Sumário
Inquérito policial ������������������������������������������������������������������������������������������������������������3
1� Diligências ��������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������� 3
1.1 Reprodução simulada dos fatos ........................................................................................................................................ 3
1.2 Atos do delegado ............................................................................................................................................................... 4
1.3 Diligências para obtenção de informações de vítimas e suspeitos ............................................................................. 4
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Inquérito policial
1. Diligências
Naturalmente, as diligências consistem em procedimentos a serem realizados pela autoridade policial e seus agentes 
no curso da investigação. O artigo 6º do CPP, em conjunto com os artigos 7º e 13 exprimem o que deve ser feito em se 
tratando de diligências gerais:
Art� 6º Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, ATÉ A CHEGADA 
DOS PERITOS CRIMINAIS;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, APÓS LIBERADOS pelos peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, 
devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que lhe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ORDENAR a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua 
folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, 
sua atitudee estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem 
para a apreciação do seu temperamento e caráter.
X - colher informações sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o 
nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa.
1.1 Reprodução simulada dos fatos
O art. 7º salienta a reprodução simulada dos fatos, o qual possui natureza jurídica de MEIO DE PROVA. Ela não deve 
contrariar a ordem ou moralidade pública, o suspeito NÃO é obrigado a participar, mas para Capez, sua PRESENÇA 
É OBRIGATÓRIA. O STF milita em sentido contrário ao doutrinador, mas como faz mais de 30 anos a decisão (1987), 
permanece o sentido dado por Capez.
Art� 7º Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial 
poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
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1.2 Atos do delegado
Primeiramente, o art. 13 apresenta algumas diligências que a autoridade policial deverá realizar enquanto estiver em 
andamento o Inquérito Policial.
Art� 13� Incumbirá ainda à autoridade policial:
I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
II - realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;
IV - representar acerca da prisão preventiva.
1.3 Diligências para obtenção de informações de vítimas e suspeitos
A lei 13.344/2016, a qual dispõe sobre prevenção e repressão ao tráfico interno e internacional de pessoas e sobre 
medidas de atenção às vítimas, alterou o artigo 13 do CPP, tornando-o um ótimo alvo de questões de prova. Essa lei 
trouxe fundamento principiológico estabelecendo uma obrigação do poder público no que tange à prevenção, repressão 
e assistência à vítima, evitando assim a vitimização decorrente da inércia do poder público.
A inovação vem nos arts. 13-A e 13-B, os quais fornecem um rol de crimes em que a autoridade policial ou o Ministério 
Público poderão requisitar diretamente de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, 
dados e informações cadastrais da vítima ou de suspeitos, sem a necessidade de tramitar pelo poder judiciário. Isso em 
decorrência da autonomia dada a essas autoridades (cláusula de jurisdição relativa), tendo em visto o melhor desem-
penho funcional.
Art� 148� Sequestro e cárcere privado.
Art� 149� Redução a condição análoga à de escravo.
Art. 149-A. Agenciar, aliciar, recrutar, transportar, transferir, comprar, alojar ou acolher pessoa, mediante grave 
ameaça, violência, coação, fraude ou abuso, com a finalidade de remover-lhe órgãos, tecidos ou partes do corpo; 
submetê-la a trabalho em condições análogas à de escravo; submetê-la a qualquer tipo de servidão; adoção ilegal 
ou exploração sexual;
Art� 158, §3º Extorsão mediante restrição da liberdade da vítima (sequestro relâmpago).
Art� 159� Extorsão mediante sequestro;
Art� 239, ECA - Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior 
com inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro.
Nesses crimes, a autoridade policial e o MP podem requisitar diretamente e de imediato dados e informações cadastrais 
de vítimas e suspeitos.
Quando o art. 13-A refere-se aos dados cadastrais, a doutrina entende que se trata de dados pessoais como RG, CPF, 
endereço, o que não se confunde com dados sigilosos, de acordo com o STF. Vale lembrar que esses dados poderão 
ser tanto da vítima quanto de suspeitos.
O prazo para o cumprimento dessa requisição é de 24 horas e deverá explicitar quem é a autoridade solicitante, o número 
de registro do Inquérito Policial e delegacia responsável pelo Inquérito.
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Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art. 159 do Decreto-Lei no 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da 
Criança e do Adolescente), o membro do MINISTÉRIO PÚBLICO OU O DELEGADO DE POLÍCIA poderá REQUISITAR, 
de quaisquer órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações cadastrais da 
vítima ou de suspeitos.
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, conterá:
I - o nome da autoridade requisitante;
II - o número do inquérito policial; e
III - a identificação da unidade de polícia judiciária responsável pela investigação.
Quando envolver dados sigilosos necessários à prevenção ou repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, 
tais como serviços de telecomunicação e dados telemáticos, será necessário que o delegado ou o Ministério Público 
solicite autorização judicial para requisitar esses dados. Caso o juiz se omita em um prazo de 12 horas, ainda assim a 
polícia ou o Ministério Público poderão requisitar esses dados à empresa prestadora de serviços de telecomunicação, 
com comunicação imediata à autoridade judiciária.
A lei define que sinais de telecomunicação ou telemáticos são sinais que identificam posicionamento, setorização e 
intensidade de radiofrequência emitida pelo equipamento eletrônico, tudo isso para auxiliar no descobrimento da posição 
em que se encontra o suspeito ou a vítima. Por exemplo, cada antena de celular possui um dispositivo chamado ERB 
(estação rádio-base), o qual no Brasil já é utilizado para triangular e determinar a distância de certo ponto em relação 
a uma referência.
O parágrafo 2º, inciso I salienta que o acesso é somente ao sinal, não abrangendo o conteúdo da mensagem. Caso haja 
recusa do fornecimento desses dados, a empresa responderá pelo art. 21 da Lei 12.850 de 2013 (lei de organizações 
criminosas).
O prazo máximo de emissão do sinal é de 30 dias, renovável uma única vez por igual período. Caso o prazo necessário 
seja maior, será necessária autorização judicial. Já o Inquérito Policial deverá ser instaurado no prazo máximo de 72 
horas quando envolver a diligência de identificação de sinal, contado a partir da ocorrência policial.
Art. 13-B. Se necessário à prevenção e à repressão dos crimes relacionados ao tráfico de pessoas, o membro 
do MINISTÉRIO PÚBLICO OU O DELEGADO DE POLÍCIA poderão REQUISITAR, mediante autorização judicial, às 
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem imediatamente os meios 
técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a localização da vítima ou dos suspeitos 
do delito em curso.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, sinal significa posicionamento da estação de cobertura, setorização e intensidade 
de radiofrequência.
§ 2º Na hipótese de que trata o caput, o sinal:
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I - NÃO permitirá acesso ao CONTEÚDO da comunicação de qualquer natureza, que dependerá de AUTORIZAÇÃO 
JUDICIAL, conforme disposto em lei;
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período NÃO SUPERIOR A 30 (TRINTA) DIAS, 
renovável por uma ÚNICA VEZ, POR IGUAL PERÍODO;
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a apresentação de ordem judicial.
§ 3º Na hipótese prevista neste artigo, o inquérito policial deverá ser instaurado no PRAZO MÁXIMO DE 72 (SETENTA 
E DUAS) HORAS, contado do registro da respectiva ocorrência policial.
§ 4º Não havendo manifestação judicial no PRAZO DE 12 (DOZE) HORAS, a autoridade competente requisitará às 
empresas prestadoras de serviço de telecomunicações e/ou telemática que disponibilizem IMEDIATAMENTE os 
meios técnicos adequados – como sinais, informações e outros – que permitam a LOCALIZAÇÃO DA VÍTIMA OU 
DOS SUSPEITOS do delito em curso, com imediata comunicação ao juiz.
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DIREITO PROCESSUAL