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Rinossinusite Processo inflamatório da mucosa de revestimento das cavidades nasais e seios paranasais. Dificilmente a inflamação sinusal ocorre sem a inflamação concomitante da mucosa nasal que é contínua. Classificação • Aguda: menos que 12 semanas • Subaguda*: 4 a 12 semanas • Crônica: mais que 12 semanas • Aguda recorrente: 4/+ episódios por ano OBS.: nem todas as diretrizes consideram a classificação de RN subaguda Intensidade dos sintomas Classificadas através da Escala Visual Analógica (EVA), na qual o próprio paciente classifica seus sintomas, de 0 a 10. 0 – 3 cm: leve 3 – 7 cm: moderada 7 – 10 cm: acentuada OBS.: a partir de 5 cm considera que tem impacto na qualidade de vida Fatores de risco • Tabagismo e uso de outras drogas • Ar frio e seco • Fibrose cística • Discinesias ciliares • Uso de descongestionantes tópicos Fisiopatologia Obstrução ostiomeatal por edema (secundário a IVAS, rinites, traumas), desvio de septo, alterações anatômicas, tumor ou pólipo nasal. Nos casos de edema secundário a IVAS, rinites ou traumas, a ação do vírus na mucosa nasossinusal causa destruição epitelial, edema, aumento da produção de muco e liberação de mediadores inflamatórios, gerando os sintomas de obstrução, dor local e rinorreia. O transporte mucociliar normal é um mecanismo de defesa significativo na prevenção da rinossinusite. A rinossinusite viral resulta em perda de cílios e células ciliadas, atingindo o máximo cerca de uma semana após a infecção. Três semanas depois desse início, o número de cílios e células ciliadas aumenta até quase o normal. A diminuição da função mucociliar gera uma sensibilidade maior a infecção bacteriana. Além disso, o edema e a obstrução causam diminuição no aporte de oxigênio das células, que gera a disfunção ciliar, vasodilatação e disfunção das glândulas mucosas, com estase de secreções. A estase de secreção, além da formação de mais muco, favorece o crescimento bacteriano e processo inflamatório da região. Rinossinusite Aguda Processo inflamatório da mucosa que ocorre de forma súbita, mas evolui com remissão completa dos sinais e sintomas em até 12 semanas. Acomete tanto adultos quanto crianças. Viral: forma mais comum de rinossinusite, sintomas que duram ate 10 dias, ocorrendo cerca de 2 a 5 vezes no ano no adulto, e 5 a 8 vezes na criança. Principais agentes: rinovírus e influenzae Pós-viral: piora dos sintomas após 5 dias, ou persistência dos sintomas após 10 dias Bacteriana: pode ser uma complicação da etiologia viral, e acontece menos (apenas 0,5 a 2% evoluem para bacteriana). Principais agentes: streptococos pneumoniae, haemophilus influenza e moxarella catarrhalis Diagnóstico Diagnostico clínico, com base nos sintomas. Na RSA viral precisa ter a identificação de 2 dos sinais, sendo necessário pelo menos 1 dos dois primeiros: * Obstrução/congestão nasal * Rinorreia anterior e/ou posterior * Dor ou pressão facial * Hiposmia (redução ou perda do olfato) * Tosse (em crianças) Para o diagnóstico de RSA bacteriana, é preciso ter os 3 dos sintomas: * Duração dos sintomas maior ou igual a 10 dias * Início dos sintomas graves com rinorreia purulenta, febre alta ou dor facial por pelo menos 3-4 dias consecutivos * Reagudização ou dupla piora após fase inicial com sintomas leves (febre, cefaleia ou aumento da secreção nasal) Associados a pelo menos 3 dos sintomas: * Dor intensa local (predominantemente unilateral) * Febre > 38° * VHS/PCR elevados * Secreção com predominância unilateral ou francamente purulenta no cavum Complicações de RSA aguda: edema periorbital, oftalmoplegia, diplopia, redução da acuidade visual, cefaleia unilateral ou bilateral severa, sinais neurológicos ou sinais de meningite A endoscopia nasal não é amplamente difundida na atenção primária, mas permite que o especialista analise casos refratários ao tratamento, e pacientes com sintomas graves, além de realizar coleta de materiais para a microbiologia. Os principais achados endoscópios são pólipos nasais, presença de secreção purulenta, obstrução e edema do meato médio. A radiografia simples dos seios paranasais não é indicada por não ser útil no diagnóstico. A TC de seios nasais é útil apenas nos casos de doença grave, imunocomprometidos ou suspeita de complicações. Não diz se é viral ou bacteriano, mas mostra alterações na mucosa do complexo ostiomeatal e/ou seios paranasais. Tratamento Lavagem nasal com solução salina, com melhora na função ciliar, limpeza da cavidade e redução do edema de mucosa e dos mediadores inflamatórios Nos primeiros 5 dias de doença as diretrizes recomendam apenas o tratamento sintomático, com analgésicos e lavagem nasal. Essa é a janela de tempo que as RSA virais costumam se solucionar. RS pós-viral ou bacteriana não complicada (sem febre ou dor facial não intensa) podem se beneficiar com uso de corticoides tópicos nasais. Budesonida, furoato de mometasona e propionato de fluticasona, por no mínimo 14 dias. RSA bacteriana com intensa dor facial pode se beneficiar com uso de corticoides orais por 3 a 5 dias. Se não houver melhora após o tratamento sintomático ou se os sintomas piorarem, entra com o ATB. Pode ser a amoxicilina, ou macrolídeos caso o paciente tenha alergia. O tratamento com ATB varia de 7 a 14 dias. Se não houver melhora após 48h do tratamento com ATB, internar o paciente, colher cultura, realizar ATB venoso associado com corticoide oral.
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