Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Imprimir TEORIA GERAL DO CRIME 352 minutos Aula 1 - Introdução à Teoria Geral do Crime Aula 2 - Iter Criminis Aula 3 - Institutos correlatos à tentativa Aula 4 - Ilicitude ou Antijuridicidade Referências 0 V e r a n o ta çõ e s INTRODUÇÃO - CRIME O que é o Crime? O conceito de crime está diretamente ligado com criminologia, ela, por sua vez, está ligada ao estudo do delito, da vítima, do delinquente e do controle social do delito. O estudo do delito é tão importante para as ciências criminais, que ele possui uma ciência jurídica autônoma. ]É importante ressaltar que a criminologia não está ligada ao Direito Penal, apesar desta tratar sobre crimes, sendo os autores principais dos artigos do código penal. A criminologia trata diretamente com o delito, do fenômeno delitivo, enquanto o Direito Penal se limita ao que acontece na realidade penal de uma sociedade. O foco da criminologia é o crime, porém em uma visão mais atual são incluídos a vítima, o criminoso, o controle social do delito, e até as formas de prevenção de delitos. E qual importância desse tema para o Direito Penal? Para que você consiga completar os seus estudos, sobre o crime é necessária a leitura da doutrina. Relembrando o que foi falado mais acima, a Criminologia não está ligada ao Direito Penal. O estudo da Criminologia é bastante extenso, e muitas instituições de ensino de Direito concedem um espaço pequeno para o estudo desta matéria, porém os concursos da área policial cobram a criminologia. Por isso, se você se interessa pela área criminal e pretende seguir a carreira policial, é de suma importância o estudo da Criminologia. Onde estudar o “Crime”? Para te ajudar em seus estudos sobre esse tema, sugerimos que você leia a seguinte obra: GOMES, C. L. G. Manual de criminologia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2020 FILHO, N. S. P. Manual esquemático de criminologia. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2020 Vamos começar? Agora que já entendemos o tema em linhas gerais, que tal começarmos nossos estudos e compreendê-lo em mais detalhes? Bons estudos! Aula 1 INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DO CRIME Nessa Unidade de Aprendizagem, vamos estudar o tema "Crime". 73 minutos 0 V e r a n o ta çõ e s MAPA MENTAL – INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DO CRIME Olá! A seguir, apresentamos um mapa mental animado que resume o conceito de "Crime - Introdução à teoria geral do crime" e será essencial nos seus estudos. Agora que você já viu a versão animada do mapa mental, que tal fazer download da versão estática do mapa? Essa versão resume para você, em uma imagem construída em formato de organograma, os principais conceitos do tema e como eles estão relacionados. Basta clicar aqui para fazer download do arquivo. VÍDEO ENTREVISTA – INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DO CRIME Olá! A seguir, apresentamos a vídeo entrevista que trata sobre o tema "Introdução à teoria geral do crime". Bons estudos! CONCEITOS DE CRIME Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. Constatar os conceitos de crime. 2. Constatar a abordagem criminológica de crime. 3. Julgar os conceitos de crime. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre conceitos de crime? Para dar início ao estudo, você precisa saber que no Brasil a doutrina apresenta diversas possibilidades de conceituar o crime. Então, vamos conhecer os três conceitos de crime mais relevantes: formal, material e analítico. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/194tslHsEgZuHAmHvrs0FHYhR4SzgLmas/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1WtAJUbx6JQWzSIOsGhAx1izYbyBPUIMC/view?usp=sharing VOCÊ SABE QUAIS SÃO OS CONCEITOS DE CRIME? Vamos conhecer os conceitos de crimes? O atual Código Penal Brasileiro não apresenta um conceito expresso de crime, porém isso não cria obstáculos à compreensão ao se utilizar de conceitos doutrinários. A doutrina aponta como três os conceitos mais relevantes de crime. Vejamos: Conceito Formal: crime é toda conduta que colide frontalmente com a lei penal editada pelo Estado. Assim, podemos dizer que, para este conceito, é a lei penal que de�ne o que é crime. Conceito Material: crime é toda conduta que viole os bens jurídicos mais importantes. Logo, pode-se a�rmar que, para este conceito, precisamos nos atentar para qual bem jurídico o crime objetiva dar proteção. Conceito Analítico: para que um fato seja considerado crime, é preciso que estejam presentes os seguintes elementos: ação típica (tipicidade), ilícita ou antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). Trata-se, portanto, do conceito tripartido de crime. Vamos conhecer o conceito tripartido de crime? É muito importante nos atentarmos ao fato de que, apesar de não haver um conceito explícito, entende-se que o Direito Penal Brasileiro adota o conceito analítico de crime, segundo o qual o delito constitui-se pelos seus próprios elementos: fato típico, ilícito e culpável. O que é o fato típico? O primeiro elemento do conceito analítico de crime é o fato típico. Esse se constitui por meio de um somatório de itens a serem veri�cados. São eles: Conduta humana voluntária que pode ser dolosa ou culposa, comissiva (ação) ou omissiva (omissão); Resultado, isto é, uma alteração que ocorre no bem jurídico protegido; Nexo de causalidade entre a conduta e o resultado; Tipicidade penal que é a junção da tipicidade formal e da tipicidade conglobante. Para identi�car a tipicidade, você precisa veri�car se a conduta humana – que podemos chamar de fato concreto –, seja ela comissiva seja omissiva, foi capaz de produzir uma conduta descrita na lei penal – fato abstrato – e, por isso, relevante ao Direito Penal. Isso porque os elementos essenciais que compõem a tipicidade – conduta, resultado, nexo de causalidade e tipicidade – são um caminho a ser percorrido. Caso algum dos elementos essenciais não sejam contemplados no fato concreto apresentado, não estará caracterizado o fato típico. O que é o fato ilícito? Por sua vez, o fato ilícito, também denominado na doutrina como antijurídico, trata-se de toda conduta que contrarie, expressamente, o ordenamento jurídico. Assim, podemos a�rmar que fato ilícito é aquele contrário ao Direito, ou seja, contra o ordenamento penal em vigor. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm É importante estar a atento ao que Victor Eduardo Rios Gonçalves (2019) chamou de indiciaridade da ilicitude. Esse conceito trata de uma presunção relativa de que todo fato, a princípio veri�cado como típico, tende também a ser ilícito. O que é o fato culpável? Após a veri�cação de que o fato seja típico e ilícito, passe-se à análise capaz de veri�car se o fato é, também, culpável. Dessa forma, o fato poderá ser considerado crime, conforme o conceito analítico, pois estarão presentes os três elementos: ação típica (tipicidade), ilícita ou antijurídica (ilicitude) e culpável (culpabilidade). O fato culpável desenvolve-se por meio do juízo de reprovação pessoal que se faz sobre a conduta ilícita do agente. Existem três elementos integrantes da culpabilidade: imputabilidade do agente, potencial consciência sobre a ilicitude do fato e exigibilidade de conduta diversa. Percorrido esse verdadeiro caminho pelos elementos que caracterizam o crime, chega-se ao conceito tripartido segundo o conceito analítico. O que é crime no ordenamento jurídico? Em nosso ordenamento jurídico pátrio, não há um conceito expresso de crime. A única suposta de�nição legal de crime trazida pelo ordenamento encontra-se prevista no artigo 1º do Decreto-Lei 3.914, o qual dispõe que “considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa”. Todavia, nãose trata de uma de�nição propriamente dita, mas de mera caracterização de qual infração penal seria, pois, crime, diferenciando-o da contravenção penal, conforme estudado em tópico anterior. Por isso, para um bom entendimento do conceito de crime é necessário o estudo dos conceitos doutrinários já estudados. Saiba mais Quer saber mais sobre conceitos de crime? Então assista ao vídeo “Você sabe o que é CRIME?” do canal “Saraiva Jur”. Acesso em: out., 2020. Você sabe o que é o conceito ético-social de crime? O conceito ético-social de crime se origina no liame entre a norma penal e os valores estabelecidos em uma determinada sociedade. Nesse sentido, a criação do tipo penal objetiva um caráter moral, ou seja, os valores éticos-sociais que devem sinalizar como indivíduos daquela sociedade devem se portar. Assim, pode-se entender que o crime é visto como um fenômeno social e a pena aplicada ao indivíduo que optou pelo descumprimento do ordenamento jurídico penal pátrio (GONZAGA, 2018) desempenha um papel educador. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3914.htm https://youtu.be/HR9RuXfViJM https://www.youtube.com/channel/UCjXhHGWYWZYB6O1l9oBQADQ Christiano Gonzaga (2018) atenta para uma crítica de que “é um retrocesso pensar que a pena tem sua função única de reprimir aquele que causou um mal social”. Isso porque a pena também comporta seu caráter ressocializador. Criminoso Fonte: Pxhere. Disponível em: <https://pxhere.com/pt/photo/1447965>. Acesso em: out. 2020. CONCLUSÃO Os conceitos de crime no Brasil mais relevantes são: formal, material e analítico. Mesmo que não seja um conceito expresso na lei penal pátria, não é impeditivo à compreensão do que seja o crime, uma vez que buscamos auxílio em conceitos doutrinários. Ademais, o conceito analítico de crime merece destaque por ser o que o Direito Penal Brasileiro adotou, ou seja, o delito constitui-se pelos seus próprios elementos - fato típico, ilícito e culpável. NA PRÁTICA Jurisprudência Possibilidade de exasperação da pena 0 V e r a n o ta çõ e s https://pxhere.com/pt/photo/1447965 A Segunda Turma do Supremo Tribunal de Federal (no Recurso Ordinário em Habeas Corpus 140539) reconheceu ser adequada e su�ciente a fundamentação que exasperou a pena-base devido a intensa ação do paciente do Habeas Corpus em todas as fases do crime. O fundamento para essa exasperação se encontra no artigo 59 do Decreto-Lei 2.848, o qual não precisa, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, ser avaliado em sua integralidade. VIDEOAULA – CONCEITOS DE CRIME Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Conceitos de crime". Bons estudos! CRIME E CONTRAVENÇÃO Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. De�nir crime e contravenção. 2. Diferenciar o regime jurídico do crime e da contravenção. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre Crime e Contravenção? A teoria tripartida divide as infrações penais em crime, delito e contravenção penal. Já a teoria bipartida considera o crime e o delito como sinônimos, estabelecendo o crime e a contravenção penal como espécies de infração penal. O Brasil adota a teoria bipartida, conforme artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Penal. VOCÊ SABE O QUE É CRIME E CONTRAVENÇÃO? Vamos conhecer o que é crime Os crimes (ou delitos), que são espécies de infrações penais, recebem as penas mais graves, considerando que possuem o objetivo de proteger, em tese, os bens jurídicos mais importantes e necessários, podendo o agente sofrer a penalidade de reclusão, detenção ou de multa. Estão previstos no Código Penal ou nas Legislações Penais Extravagantes, sendo que as regras gerais do Código Penal se aplicam, em regra, às contravenções. Desse modo, as causas excludentes de ilicitude (artigo Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://jurisprudencia.stf.jus.br/pages/search/sjur373747/false http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm https://drive.google.com/file/d/1gqzzGHz3UuqVzvqx0nNOjCaOes1rF5Ea/view?usp=sharing 23 do Código Penal), que são o estado de necessidade, a legítima defesa, o estrito cumprimento de dever legal e o exercício regular de direito, apesar de estarem previstas no Código Penal, irão se aplicar também às contravenções. Saiba mais Quer saber mais sobre Crime? Então assista ao vídeo “Diferença entre CRIME e CONTRAVENÇÃO PENAL” do canal “Rota do Criminalista”. Acesso em: out. 2020. Vamos conhecer o que é contravenção As contravenções penais, que são espécies de infrações penais, possuem penas mais brandas porque se destinam a inibir condutas de menor potencial lesivo para a sociedade, estando previstas no Decreto-Lei n. 3.688/41 e submete o agente às penalidades de prisão simples ou de multa. É importante destacarmos que, apesar de crime e contravenção penal serem espécies do gênero “infração penal”, não existe, a rigor, uma diferença substancial entre os dois. Essa distinção é feita de acordo com a pena cominada, ou seja, a pena imposta. É o que expõe a Lei De Contravenção Penal (Decreto-Lei n. 3.688/41), em seu artigo primeiro: Um ponto de destaque é o da competência para processamento e julgamento das contravenções penais, que �ca por conta exclusiva dos Juizados Especiais Criminais. Além disso, para os crimes apenados, com pena máxima inferior ou igual a dois anos, a competência também será dos Juizados Especiais Criminais, conforme determinam os artigos 60 e 61, da Lei 9.099/95. Art. 1º. Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e continência. Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa. 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.youtube.com/watch?v=mI9CYHSFlio https://www.youtube.com/watch?v=mI9CYHSFlio https://www.youtube.com/channel/UCsUvt0zeRjQC_51uQR0Amyw Principais diferenças: crime e contravenção Existem algumas diferenças marcantes entre crime e contravenções. As contravenções serão sempre de ação penal pública incondicionada, ao passo que os crimes poderão ser de ação penal privada, pública incondicionada ou pública condicionada à representação. Ainda, a pena máxima das contravenções não poderá ultrapassar a cinco anos, ao passo que, nos crimes, esse prazo é de quarenta anos (GONÇALVES e ESTEFAM, 2020). Além disso, não é punível a tentativa nas contravenções, sendo que haverá a punibilidade no caso dos crimes. Por �m, as contravenções somente serão contadas se cometidas no território nacional, ao passo que os crimes serão considerados se cometidos no território nacional ou internacional (ESTEFAM, 2020). CONCLUSÃO O ordenamento jurídico brasileiro adotou a teoria bipartida para diferenciar os crimes das contravenções, que são espécies de infrações penais. Assim, considera-se que os crimes ou delitos são aqueles tipi�cados no Código Penal e na Legislação Especial, oportunidade em que o agente irá se submeter às penas de reclusão, de detenção ou de multa. As contravenções, por outro lado, são aquelas previstas na Lei de Contravenções Penais, oportunidade em que o agente poderá sofrer a penalidade de prisão simples ou de multa. NA PRÁTICA Jurisprudência Possibilidade de enquadramentodo porte arma branca como contravenção penal O STJ, em meados de 2020, �rmou o entendimento de que é possível que o porte de arma branca seja enquadrado como contravenção penal, nos termos do artigo 19 da Lei de Contravenções Penais (Decreto Lei nº 3.688). Disponível em: http://www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/STJ-rea�rma-possibilidade- de-enquadramento-do-porte-de-arma-branca-como-contravencao-.aspx. Acesso em: out. 2020. VIDEOAULA – CRIME E CONTRAVENÇÃO Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Crime e contravenção". Bons estudos! Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s http://ttp//www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/STJ-reafirma-possibilidade-de-enquadramento-do-porte-de-arma-branca-como-contravencao-.aspx http://ttp//www.stj.jus.br/sites/portalp/Paginas/Comunicacao/Noticias/STJ-reafirma-possibilidade-de-enquadramento-do-porte-de-arma-branca-como-contravencao-.aspx OBJETOS DO CRIME Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. De�nir o que é objeto do crime 2. Diferenciar os objetos jurídicos dos objetos materiais 3. Exempli�car os objetos dos crimes previstos no ordenamento jurídico. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre o Objeto do crime? Para dar início ao estudo, é necessário que o aluno conheça o conceito de objeto do crime. Assim, este seria tudo aquilo contra o que se dirige a conduta criminosa, sendo dividido em objeto material e objeto jurídico. VOCÊ SABE O QUE SÃO OS OBJETOS MATERIAIS E OBJETOS JURÍDICOS DO CRIME? Vamos conhecer o objeto jurídico dos delitos O objeto jurídico pode ser conceituado como um bem-interesse protegido pela lei penal. O bem se relaciona com a busca pela satisfação de alguma necessidade humana, podendo esta ser de cunho moral, material, espiritual, etc. Já o interesse diz respeito ao liame psicológico em torno do bem, ou seja, ao valor que este possui para o seu titular. Percebe-se, portanto, que o objeto jurídico se consubstancia em um bem jurídico ou em um determinado valor que o direito busca proteger, sendo que aquele poderá ser violado com a prática de algum delito. Assim, percebe-se que o agente não gera o objeto jurídico, ele o viola. Como exemplo de objetos jurídicos, podemos citar a vida (protegida nas tipi�cações de homicídio, infanticídio, etc.), a integridade física (lesões corporais), a honra (calúnia, difamação e injúria), o patrimônio (furto, roubo, estelionato), a paz pública, etc. A disposição dos títulos e capítulos da Parte Especial do Código Penal obedece a um critério que leva em consideração o objeto jurídico do crime, colocando-se em primeiro lugar os bens jurídicos mais importantes: vida, integridade corporal, honra, patrimônio, etc. Saiba mais Quer saber mais sobre Objeto jurídico? Então assista ao vídeo “Objeto jurídico X objeto material” do canal “Fernando Bolque”. Acesso em: out. 2020. Vamos conhecer o objeto jurídico dos delitos 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/1V64qIJtHwkhWoWktkKBgCUugxGSNB7xa/view?usp=sharing https://www.youtube.com/watch?v=yosUm-b4ovQ https://www.youtube.com/channel/UC8SkK8UHPzAGP_5eCLPcVKQ Já o objeto material é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta criminosa, ou seja, aquilo que a ação delituosa atinge, podendo estar direta ou indiretamente indicado na �gura penal. Corresponde, portanto, ao resultado físico ou mensurável de um crime, fugindo da abstração dos valores do objeto jurídico. Como exemplo de objetos materiais, podemos citar a pessoa que foi assassinada, no caso de crime de homicídio, bem como a “coisa alheia móvel”, nos delitos de furto (art. 155) e de roubo (art. 157) e o “documento”, no caso do crime de falsi�cação de documento particular, todos previstos no artigos 121, 155, 157 e 298 do Código Penal, respectivamente. É importante destacar que, em alguns casos, há uma sobreposição entre o sujeito passivo e o objeto do crime. Assim, nas lesões corporais, a pessoa que sofre a ofensa à integridade corporal é, ao mesmo tempo, sujeito passivo e objeto material do crime previsto no art. 129 do CP (a ação é exercida sobre seu corpo). Por outro lado, existem crimes que não possuem objeto material, como ocorre no delito de ato obsceno (art. 233) e no de falso testemunho (art. 342). Saiba mais Quer saber mais sobre Objeto material? Então assista ao vídeo “# 17 – objetos do crime: jurídico e material” do canal “Davi André”. Acesso em: out. 2020. Ilustração de um crime, que possui como objeto material a pessoa sobre a qual recai a conduta criminosa 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm https://www.youtube.com/watch?v=LdJrgYo5gE0 https://www.youtube.com/watch?v=LdJrgYo5gE0 https://www.youtube.com/channel/UCASd76LoeZkxw8jzp8CUEyg Fonte: “Rijks Museum”. Disponível em: https://www.rijksmuseum.nl/en/search/objects?q=crime&p=2&ps=12&st=Objects&ii=3#/RP-P- OB-83.133-126,15. Acesso em: out. 2020. CONCLUSÃO Diante do exposto, percebe-se, portanto, que todo crime possui um objeto jurídico, mas alguns não possuem objeto material, devendo o aluno estar atento para essa diferença. O primeiro se relaciona com o bem jurídico consubstanciado pelo interesse protegido pelo Direito Penal (GONÇALVES e ESTEFAM, 2020). Por outro lado, o segundo seria a pessoa ou a coisa sobre a qual irá recair a conduta criminosa (ESTEFAM, 2020). NA PRÁTICA Jurisprudência 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.rijksmuseum.nl/en/search/objects?q=crime&p=2&ps=12&st=Objects&ii=3#/RP-P-OB-83.133-126,15 https://www.rijksmuseum.nl/en/search/objects?q=crime&p=2&ps=12&st=Objects&ii=3#/RP-P-OB-83.133-126,15 Aplicação do princípio da insigni�cância em razão de o objeto material ser ín�mo O Superior Tribunal de Justiça entendeu que é possível aplicar o princípio da insigni�cância para o furto de mercadorias avaliadas em R$ 29,15, mesmo que a subtração tenha ocorrido durante o período de repouso noturno e mesmo que o agente seja reincidente (HC 181389 AgR, Relator(a): GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em 14/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-128 DIVULG 22-05-2020 PUBLIC 25-05-2020). O crime de furto possui como objeto jurídico o patrimônio público e, no caso em análise, o objeto material seria composto pelas mercadorias subtraídas. Entretanto, apesar de ter havido uma violação destas, o Superior Tribunal de Justiça optou por absolver o acusado em virtude de a ofensa ao objeto material ter sido ín�ma. Assim, houve a aplicação do princípio da insigni�cância por atipicidade material, de modo que o agente não irá responder pelo delito previsto no artigo 155 do Código Penal. VIDEOAULA – OBJETO DO CRIME Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Objeto do crime". Bons estudos! SUJEITOS DO CRIME Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. Diferenciar o sujeito ativo do sujeito passivo do crime Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre Sujeitos do Crime? Os sujeitos dos crimes são pessoas ou entidades, como, por exemplo, uma pessoa jurídica, que se relaciona com a prática de uma infração penal. A doutrina opta por dividi-los em sujeitos ativos e passivos, conforme será estudado nos tópicos seguintes. VOCÊ SABE O QUEM SÃO OS SUJEITOS DOS CRIMES? Vamos conhecer o sujeito ativo O sujeito ativo trata-se da pessoa que pratica o fato descrito como crime na norma penal incriminadora. Para tanto, é indispensável que o indivíduo tenha praticado, total ou parcialmente, a �gura descrita no tipo penal, podendo ser considerado como autor, coautor ou partícipe. O sujeito ativo do crime é chamado, de Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=441333 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm https://drive.google.com/file/d/1_MViwuaWPG96k_Ppyo3fcNiQOb-9gchC/view?usp=sharing acordo com a situação processual em que se encontra, pelas seguintes expressões: indiciado, agente, acusado, denunciado, réu, sentenciado ou apenado. Cumpre salientar que, para que determinado indivíduo possa ser processado e julgado como sujeito ativo de um crime, este deverá ser, obrigatoriamente, imputável (maior de 18 anos, mentalmente são e desenvolvido, capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento) ou semi-imputável (maior de 18 anos, que não tem plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme esse entendimento), sendo que, a este último, a pena cominada deverá ser reduzida de um a dois terços. Ainda, é importante salientar que alguns tipos penais requerem determinada qualidade do sujeito ativo, razão pela qual são denominados como “crimes especiais ou próprios”, enquanto que aqueles que não exigem essa condição especial são denominados como “crimes comuns”. Como exemplo de crime próprio, cita-se o infanticídio, previsto no art. 123 do Código Penal, já que somente pode ser praticado pela mãe, em estado puerperal. Além disso, a pessoa jurídica, em regra, não pode ser sujeito ativo de crime, diante da falta de capacidade “natural” de ação, da carência de capacidade de culpabilidade, bem como da observância ao princípio da responsabilidade penal individual consagrado pelo art. 5º, inciso XLV, da Constituição da República. Entretanto, tal regra encontra-se excepcionada no artigo 3º da Lei n º 9.605/98, que se relaciona aos crimes ambientais e prevê que: Saiba mais Quer saber mais sobre Sujeito Ativo do Crime? Então assista ao vídeo “Sujeito ativo comum x sujeito passivo próprio”, do canal “Rogério Sanches Cunha”. Acesso em: out. 2020. Ilustração de um crime, que possui como sujeito um indivíduo que praticou uma infração penal Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo fato. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm https://www.youtube.com/watch?v=asOVoyvREeA https://www.youtube.com/watch?v=asOVoyvREeA https://www.youtube.com/channel/UCDJ5VqiDHS4ucWjwlCCgquQ Fonte: “Rijks Museum”. Disponível em: https://www.rijksmuseum.nl/en/search/objects?q=crime&f=1&p=3&ps=12&st=Objects&ii=7#/RP- P-OB-40.860,31. Acesso em: out. 2020. Vamos conhecer o sujeito passivo Por outro lado, o sujeito passivo é o titular do bem jurídico atingido pela conduta criminosa, podendo ser o próprio ser humano (crimes contra a pessoa), o Estado (crimes contra a Administração Pública), a coletividade (crimes contra a saúde pública) e, até mesmo, a pessoa jurídica (crimes contra o patrimônio). Sob o aspecto formal, o Estado será sempre sujeito passivo do crime (sujeito mediato), enquanto que, sob o aspecto material, o sujeito passivo direto será o titular do bem jurídico ou do interesse lesado. Nesses casos, o Estado poderá ser, também, o sujeito passivo direto, como nas hipóteses de crimes contra a Administração Pública. Saiba mais Quer saber mais sobre Sujeito Passivo do Crime? Então assista ao vídeo “Sujeito ativo e sujeito passivo do crime”, do canal “Oráculo do Direito”. Acesso em: out. 2020. 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.rijksmuseum.nl/en/search/objects?q=crime&f=1&p=3&ps=12&st=Objects&ii=7#/RP-P-OB-40.860,31 https://www.rijksmuseum.nl/en/search/objects?q=crime&f=1&p=3&ps=12&st=Objects&ii=7#/RP-P-OB-40.860,31 https://www.youtube.com/watch?v=yRncw0BxM8c https://www.youtube.com/watch?v=yRncw0BxM8c https://www.youtube.com/channel/UC-hbOleYTqQut4QS9rdWNow CONCLUSÃO Diante do exposto, percebe-se que a doutrina divide os sujeitos do crime em dois. O primeiro deles seria o sujeito ativo, que, segundo Gonçalves e Estefam (2020), seria o indivíduo que pratica a infração penal, podendo ser autor, partícipe ou coautor. Por outro lado, o sujeito passivo seria o titular do interesse que foi violado (ESTEFAM, 2020). NA PRÁTICA Jurisprudência Sujeitos ativos e passivos do crime de violência doméstica contra a mulher na visão do STJ O Superior Tribunal de Justiça possui o entendimento consolidado de que o sujeito ativo do delito de violência doméstica poderá ser um homem ou uma mulher, desde que, no caso, haja uma relação familiar, doméstica ou de afetividade. Além disso, é necessário que haja convivência, seja com ou sem coabitação. Por outro lado, o sujeito passivo seria a própria mulher que foi vítima da violência física, psicológica ou moral. VIDEOAULA – SUJEITOS DO CRIME Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Sujeitos do crime". Bons estudos! Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO - CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO O que é o Crime Consumado e o Crime Tentado? Aula 2 ITER CRIMINIS Nessa Unidade de Aprendizagem, vamos estudar o tema "Crime Consumado e Crime Tentado". 87 minutos 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.stj.jus.br/internet_docs/jurisprudencia/jurisprudenciaemteses/Jurisprud%C3%AAncia%20em%20teses%2041%20-%20Lei%20Maria%20da%20Penha.pdf O crime consumado e o crime tentado para o professor Cezar Bitencourt (2020) representam, primeiramente, o ato de determinar o momento de consumação do crime. Para o jurista, a consumação do crime acontece quando o fato concreto se subsume no tipo abstrato da lei penal, ou seja, quando são preenchidos todos os elementos do tipo objetivo, pelo fato natural. Dessa forma, podemos dizer que o crime foi consumado quando são preenchidos os elementos do tipo objetivo. É importante que você não confunda a consumação com o crime exaurido, pois, no caso do primeiro, outros resultados lesivos ocorrem após a consumação. Pode acontecer de o crime estar consumado e dele ainda não haver resultado todo o dano que o agente visava e que a própria tipi�cação proíbe. Exemplo: extorsão mediante sequestro, o crime somente estaria exaurido quando os sequestradores recebessem a quantia pedida, porém o crime já foi consumado com a privação da liberdade da vítima em troca da quantia em dinheiro. A tentativa ocorre quando da realização incompleta do tipo penal, do modelo descrito na lei, ou seja,quando o movimento do criminoso para em uma das fases da execução, impedindo-o de continuar com a execução, por circunstâncias acidentais ou alheias à sua vontade. Onde encontrar o "Crime Consumado e o Crime Tentado” no Código Penal? Decreto-Lei nº 2.848/1940 Mas onde podemos encontrar o "Crime Consumado e o Crime Tentado” no Código Penal? Con�ra a tabela a seguir! Dec-Lei n° 2.848/1940 (CÓDIGO PENAL) PARTE LIVRO TÍTULO CAPÍTULO ARTIGO Parte geral Título II - Do crime Artigo 14 a 16 E qual importância desse tema para o Direito Penal? Para que você consiga completar os seus estudos, sobre o Crime Consumado e o Crime Tentado é imprescindível a leitura da doutrina recente e do Código Penal do artigo 14 ao 16. A sua importância está em ser um assunto importante para o estudo do Direito Penal, tendo em vista que é um tema fundamental para o entendimento de outros assuntos da área. Onde estudar o “Crime Consumado e o Crime Tentado”? Para te ajudar em seus estudos sobre esse tema, sugerimos que você leia a seguinte obra: BITENCOURT, C. R. Tratado dedireito penal - parte geral. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. ESTEFAM, André. Direito penal 1 - parte geral - artigos 1 ao 120. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. 0 V e r a n o ta çõ e s http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEL%202.848-1940?OpenDocument Vamos começar? Agora que já entendemos o tema em linhas gerais, que tal começarmos nossos estudos e compreendê-lo em mais detalhes? Bons estudos! MAPA MENTAL – CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO Olá! A seguir, apresentamos um mapa mental animado que resume o conceito de "Crime consumado e crime tentado" e será essencial nos seus estudos. Agora que você já viu a versão animada do mapa mental, que tal fazer download da versão estática do mapa? Essa versão resume para você, em uma imagem construída em formato de organograma, os principais conceitos do tema e como eles estão relacionados. Basta clicar aqui para fazer download do arquivo. VÍDEO ENTREVISTA – CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO Olá! A seguir, apresentamos a vídeo entrevista que trata sobre o tema "Crime consumado e crime tentado". Bons estudos! ITER CRIMINIS Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. Explicar o iter criminis. 2. Diferenciar as fases do crime. 3. Veri�car as consequências e normas aplicáveis a cada fase do crime. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre o iter criminis? Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/1uuQ7r9bgO0UhCdlUurky-qvPwqQDXQLL/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1_ZDk4V8oEAWRajqSLT3ge9zb8Cp0bZlZ/view?usp=sharing Iter criminis é o caminho do crime, isto é, são fases que antecedem e sucedem a consumação de um delito. Por ser um caminho, ele é composto de fases: cogitação, preparação e execução. Analisaremos, a seguir, cada uma das fases do iter criminis e suas consequências. O ITER CRIMINIS Como se desenvolve o crime e quais as consequências de suas fases? Cogitação É a representação mental do delito pelo seu autor. Trata-se de fase interna da ação; é quando o agente pensa em cometer o crime. Importante! A cogitação não é punível, já que não causa dano a nenhum bem jurídico. Preparação Realiza-se quando o agente começa a exteriorizar condutas dirigidas à realização da prática criminosa. Em regra, os atos preparatórios não são puníveis em razão da ausência de lesão a bem jurídico. Todavia, existem condutas preparatórias que constituem crimes autônomos e, por isso, merecem punição. É o caso, por exemplo, do delito de associação criminosa prevista no Artigo 288 do Código Penal. Nesse tipo penal, a mera associação dos agentes para o cometimento de delitos implica crime, sendo desnecessário, para sua con�guração, que as infrações para as quais os agentes se reuniram para praticar tenham, de fato, ocorrido. Execução A conduta, em regra, é punível a partir dessa fase. Não é tarefa fácil determinar o início dos atos executórios; assim, várias teorias buscam solucionar tal questão: • Teoria subjetiva: não distingue atos preparatórios e executórios, considerando apenas a vontade criminosa do agente; • Teoria objetivo-formal: disciplina que a execução começa quando o agente dá início à prática do núcleo do tipo penal; • Teoria objetivo-material: prevê que atos executórios são os que dão início à prática do núcleo do tipo penal, bem como os imediatamente anteriores a esses, com base na visão de terceira pessoa; • Teoria objetivo-individual: considera atos executórios aqueles que dão início à prática do núcleo do tipo penal, bem como os imediatamente anteriores, com base no plano concreto do agente; • Teoria da hostilidade ao bem jurídico: prevê que a execução se inicia com o ataque ao bem jurídico tutelado pela norma. Certo é que nenhum dos critérios apontados pelas mencionadas teorias é perfeito; contudo, a corrente que vem sendo adotada pela doutrina moderna é a da teoria objetivo-individual. Consumação 0 V e r a n o ta çõ e s https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/562283320/o-que-sao-atos-preparatorios http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm Conforme estudado anteriormente, a consumação do crime ocorre com a completa subsunção da conduta do agente ao tipo penal, ou, conforme previsto no Artigo 14, I do Código Penal, com a reunião de todos os elementos de sua de�nição legal. Importante! Conceitua-se exaurimento como o acontecimento posterior ao iter criminis, mas ainda relacionado à prática delitiva. O exaurimento abarca os efeitos decorrentes do crime consumado, como a obtenção da indevida vantagem econômica com a prática da extorsão prevista no Artigo 158 do Código Penal. Ressalta-se que o exaurimento pode con�gurar crime autônomo, agravante, causa de aumento de pena ou circunstância desfavorável com base nas consequências do delito. CONCLUSÃO A análise do iter criminis, é, portanto, importante para analisar as consequências que a ação delitiva terá para o agente a depender do momento em que cessa. Ainda, sua análise também O caminho do crime Fonte: Elaborado pelo autor. NA PRÁTICA Julgado analisando a distinção entre atos preparatórios e executórios No julgado em destaque, a 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro se manifestou pela adoção da teoria objetivo-individual na �xação do momento de início dos atos executórios. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm http://www1.tjrj.jus.br/gedcacheweb/default.aspx?UZIP=1&GEDID=0004957E1C72193F43334464D91D49B1147EC50555434114&USER= Saiba mais Para saber mais sobre o iter criminis, você pode assistir ao vídeo seguinte sobre as fases do iter criminis. Quer saber mais sobre o iter criminis? Então, assista ao vídeo “Resumo Iter Criminis - Direito Penal | Direito Total” do canal “Direito Total”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EPXo8ngkiTE. Acesso em: nov. 2020. VIDEOAULA – FASES DO ITER CRIMINIS Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Fases do iter criminis". Bons estudos! CRIME CONSUMADO Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. Explicar o crime consumado. 2. Comparar crime consumado e tentativa. 3. Apontar as normas aplicáveis ao crime consumado. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre o crime consumado? O cometimento de um crime passa por um processo: atos preparatórios, atos executórios, consumação e exaurimento. É o chamado iter criminis. Hoje, estudaremos mais a fundo a consumação do crime. O Código Penal, em seu Artigo 14, inciso I, diz que o crime é consumado quando: “nele se reúnem todos os elementos de sua de�nição legal”. O crime consumado é, portanto, aquele que passou por todas as suas etapas, diferentemente do crime tentado. Saiba mais Quer saber mais sobre o crime consumado? Então, assista ao vídeo “Crime consumado x Crime tentado - Art. 14 do CP” do canal “Canal do Penal - Prof. Rodrigo Vilela Veiga”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=t_o3_g5uRsA. Acesso em: nov. 2020. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.youtube.com/watch?v=EPXo8ngkiTE https://drive.google.com/file/d/18BRZL1nyxCaruaPQtKmEZiLhPUJOVyfk/view?usp=sharing http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm https://www.youtube.com/watch?v=t_o3_g5uRsA MOMENTO DE CONSUMAÇÃO DOS DELITOS Quando se consumam os crimes? O momento consumativo dos crimes varia de acordo com cada espécie. Vejamos: Crime material(de resultado): a consumação se dá com a produção do resultado naturalístico, ou seja, com a modi�cação no mundo exterior provocada pela conduta do agente. Exemplo: a consumação do homicídio – Artigo. 121 do Código Penal – dá-se com o óbito da vítima. Crime formal (de resultado cortado ou de consumação antecipada): a consumação se dá no momento da prática da conduta prevista, não exigindo a produção de resultado naturalístico também previsto no tipo penal. Exemplo: a consumação da extorsão – Artigo 158 do Código Penal – dá-se com a enunciação da grave ameaça pelo agente, não exigindo a obtenção da vantagem por ele pretendida. Crime de mera conduta: a consumação também se dá com a ação ou a omissão prevista no tipo incriminador que, nesse caso, não faz menção ao resultado. Exemplo: crime de desobediência – Artigo 330 do Código Penal – consuma-se com a simples desobediência à ordem legal. Crimes permanentes: a consumação se prolonga no tempo até que cesse a conduta do agente. Exemplo: sequestro e cárcere privado – Artigo 148 do Código Penal – a consumação se estende enquanto durar a privação de liberdade da vítima. Crimes omissivos próprios: a consumação se dá no momento em que o agente deixa de praticar a conduta prevista no tipo mandamental. Exemplo: omissão de socorro – Artigo 135 do Código Penal – consuma-se quando o agente deixa de prestar assistência ou de pedir socorro à autoridade pública. Crimes omissivos impróprios (comissivos por omissão): como se trata de crimes materiais, a consumação ocorrerá com a produção do resultado naturalístico. Exemplo: caso o agente esteja na posição de garante – Artigo 13 §2 do Código Penal – e deixe de socorrer pessoa sob sua responsabilidade que, em decorrência disso, vem a falecer, responderá por homicídio – consumado no momento do óbito da vítima –, e não por omissão de socorro. Crimes quali�cados pelo resultado: a consumação ocorre com a produção do resultado agravador da pena. Exemplo: lesão corporal seguida de morte – Artigo 129 §3 do Código Penal – a consumação se dá com a morte da vítima da lesão corporal. Crimes habituais: sua consumação exige a prática reiterada da conduta pelo agente, sendo que a prática isolada de um ato é atípica Exemplo: curandeirismo - Artigo 284 do Código Penal. Importante! Existem quatro teorias acerca da consumação do crime de roubo. - Contrectatio: a consumação se caracteriza pelo contato entre o agente e o objeto. - Amotio: a consumação se dá quando a coisa passa para a esfera de posse do agente. Esse é o entendimento adotado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). - Ablatio: a consumação ocorre quando a coisa é, paci�camente, transportada de um lugar para o 0 V e r a n o ta çõ e s outro. - Illatio: a consumação ocorre quando o agente leva a coisa para outro local para armazená-la de forma segura. CONCLUSÃO Portanto, um crime poderá ser considerado consumado quando a conduta de um agente se subsumir por completo a um tipo penal. E, para avaliar a subsunção, devemos levar em consideração a classi�cação de cada crime. Saiba mais Quer saber mais sobre o crime consumado? Então, assista ao vídeo “Direito Penal em Tópicos |Crime Consumado | Art. 14” do canal “Bruno Eleitoral”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=Cmv3QCwEzVM. Acesso em: nov. 2020. NA PRÁTICA Julgado sobre o momento de consumação do crime de roubo Outro ponto importante diz respeito à consumação do crime de roubo. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o crime de roubo, previsto no Artigo 157 do Código Penal, consuma-se com a simples posse de coisa alheia, mesmo que breve e mesmo que haja perseguição do agente. É a chamada teoria da amotio: o objeto não precisa deixar a esfera de vigilância da vítima. Saiba mais Se quiser saber mais sobre o tema, recomendamos a leitura deste artigo, diferenciando as nuances entre os entendimentos do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal sobre a consumação do crime de roubo. VIDEOAULA – CONSUMAÇÃO Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Consumação". Bons estudos! Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.youtube.com/watch?v=Cmv3QCwEzVM https://www.youtube.com/watch?v=Cmv3QCwEzVM https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27AGARESP%27.clas.+e+@num=%27325156%27)+ou+(%27AGRG%20NO%20ARESP%27+adj+%27325156%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?i=1&b=ACOR&livre=((%27AGARESP%27.clas.+e+@num=%27325156%27)+ou+(%27AGRG%20NO%20ARESP%27+adj+%27325156%27.suce.))&thesaurus=JURIDICO https://jus.com.br/artigos/62526/a-consumacao-do-crime-de-roubo-um-comparativo-entre-a-jurisprudencia-do-stf-e-do-stj ELEMENTOS DA TENTATIVA Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. Apontar os elementos da tentativa. 2. De�nir a tentativa. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre os elementos da tentativa? A tentativa, também chamada de “crime falho” ou “crime imperfeito”, está prevista no Artigo 14, inciso II do Código Penal. Trata-se de uma norma que permite a punição do agente por atos praticados antes da consumação de um crime. O dispositivo citado prevê que o crime se diz: “tentado, quando iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente”. Logo, depreende-se que a tentativa possui três elementos: início da execução, não consumação e circunstâncias impeditivas alheias à vontade do agente. Entendendo os três elementos da tentativa A tentativa tem alguns requisitos. Para que se possa falar em crime tentado, o agente deve iniciar a execução do crime, que será interrompida antes da consumação, em razão de uma ou mais circunstâncias alheias à vontade do agente. Vejamos cada um desses elementos a seguir. Início da execução: o agente deve começar a praticar os atos executórios do crime. Não consumação: a execução deve se interromper antes que haja a reunião de todos os elementos do tipo penal. Circunstâncias alheias à vontade do agente: a interrupção mencionada deve ocorrer por uma circunstância distante da vontade do agente. Se for da vontade do agente, não estaremos diante de uma hipótese de tentativa, mas, sim, de desistência voluntária ou de arrependimento e�caz. Exemplo: Uma pessoa decide assaltar um supermercado à noite. Quando chega o horário desejado, o agente se dirige ao local do crime e inicia o arrombamento da porta para adentrar o estabelecimento. No entanto, enquanto está forçando sua entrada, percebe a presença de um segurança noturno que não havia visto antes. Assim que o segurança vê o agente em ação delituosa, começa a gritar e à correr em sua direção. O agente, vendo-se em situação de perigo, abandona a execução do crime e corre. Portanto, estamos diante de uma tentativa. CONCLUSÃO Para que haja, então, crime tentado, deve haver o início da execução e esta deve ser interrompida por uma circunstância externa à vontade do agente. No vídeo a seguir, você pode ver uma tentativa de roubo real. 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/1nJxRQ2IVtOJP0yOtEmybAt2GpcjcA4GR/view?usp=sharing http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm Saiba mais Quer saber mais sobre a tentativa? Então, assista ao vídeo “Policial surpreende criminosos durante tentativa de roubo no RJ | SBT Notícias (05/12/17)” do canal “SBT Jornalismo”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8_RtcUVkr9Y. Acesso em: nov. 2020. Falaremos da punição da tentativa em outra oportunidade. NA PRÁTICA Artigo O crime tentado Para saber mais sobre o crime tentado, recomendamos a leitura deste artigo, detalhando a ocorrência da tentativa como delineada pelo ordenamento jurídico pátrio. Saiba mais Os elementos da tentativa e as consequências do crime tentado. Quer saber mais sobre a tentativa?Então, assista ao vídeo “Crime Tentado” do canal “Maravilhoso Mundo do Direito Penal”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QxMDa-FzaVM. Acesso em: nov. 2020. VIDEOAULA – ELEMENTOS DA TENTATIVA Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Elementos da tentativa". Bons estudos! ESPÉCIES DE TENTATIVA Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. Listar as espécies de tentativa. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.youtube.com/watch?v=8_RtcUVkr9Y https://jus.com.br/artigos/25075/anotacoes-sobre-o-crime-tentado https://www.youtube.com/watch?v=QxMDa-FzaVM 2. Diferenciar as espécies de tentativa. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre as espécies de tentativa? A doutrina aponta a existência de algumas espécies de tentativa com base em alguns critérios: esgotamento dos meios de execução e atingimento da vítima/objeto pretendido. Bitencourt (2020, n. p.) leciona que “iniciada a fase executória, o movimento criminoso pode a) interromper- se no curso da execução; b) parar na execução completa, faltando somente a consumação; c) chegar à consumação”. Nesses termos, dependendo da etapa da execução em que a conduta criminosa cessar, poderemos distinguir distintas espécies de tentativa. No mesmo sentido, dispõe Estefam (2020, n. p.) ao dispor que: [o] crime considera-se tentado quando, apesar de iniciada a sua execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (CP, art. 14, II). A tentativa (ou conatus), portanto, pressupõe a) o início da execução; b) não consumação; c) por circunstâncias alheias à vontade do agente. O art. 14, II, ao de�nir a tentativa, traduz uma norma de adequação típica por subordinação mediata ou indireta, uma verdadeira extensão temporal da �gura típica, que propicia alcançar condutas temporalmente anteriores ao momento consumativo. A depender, portanto, da etapa em que se interrompe a execução do crime, poderemos classi�car a tentativa nas seguintes espécies: Tentativa perfeita ou acabada: o agente executa todos os atos de execução, mas o resultado não se realiza por alguma circunstância alheia à sua vontade. Tentativa imperfeita ou inacabada: a execução do crime é interrompida por uma circunstância alheia à vontade do agente. Tentativa branca ou incruenta: a vítima (ou o objeto) não é atingida pela conduta do agente. Ou seja, a conduta acontece, mas não chega a atingir a vítima por alguma razão. Tentativa vermelha ou cruenta: a vítima (ou o objeto) é atingida pela conduta do agente, mas não com o potencial de cumprir com o objetivo delitivo. Importante! Parte da doutrina também menciona duas outras hipóteses de tentativa: a tentativa abandonada e a tentativa inidônea. A tentativa abandonada se dá quando o agente, por vontade própria, abandona a execução do crime. Ela pode acarretar arrependimento e�caz ou arrependimento posterior, previstos no Artigo 15 do Código Penal. 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/1jxHGxeuY_jYV8Z0tDRbWqU3K4OjJHyUR/view?usp=sharing https://laizaja.jusbrasil.com.br/artigos/493319972/tipos-de-tentativa-codigo-penal http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm CONCLUSÃO Resumo sobre espécies de tentativa Tentativa perfeita ou acabada Tentativa imperfeita ou inacabada Tentativa branca Tentativa vermelha Quando o agente esgota os meios de execução, mas o resultado não acontece. Quando o agente não esgota os meios de execução. Quando a conduta do agente não atinge a vítima. Quando a vítima é atingida, mas o dano a ela causado não condiz com o dolo do agente. Exemplo: o agente atinge a vítima com dolo de matar, mas ela é socorrida e sobrevive. Exemplo: o agente inicia o descarregamento de uma arma na vítima, mas, antes que possa matá-la, a arma lhe é tomada. Exemplo: o agente atira na direção da vítima, mas, por erro de mira, o tiro passa muito longe. Exemplo: o agente atira na vítima com a intenção de matá-la, mas atinge apenas sua perna. Ainda, se a vítima não for atingida, estaremos diante de uma tentativa branca. Se a vítima for atingida, mas o dano a ela causado não for condizente com o dolo do agente, estaremos diante de uma tentativa vermelha. NA PRÁTICA Jurisprudência Recurso de Apelação julgada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal de recurso sobre tentativa branca de homicídio Nesta apelação, o TJDF constatou a ocorrência da denominada “tentativa branca” (ou “incruenta”), pois a vítima não foi atingida pelos disparos de arma de fogo efetuados pelo réu. Dessa forma, o TJDF decidiu pela redução da pena pela tentativa em seu patamar máximo de 2/3. Saiba mais Sobre a tentativa e suas consequências. Quer saber mais sobre as espécies de tentativa? Então, assista ao vídeo “ABORDAGEM RÁPIDA: Espécies de Tentativa” do canal “Alessandro Rodrigues”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=vZ7HSHbZdEw. Acesso em: nov. 2020. 0 V e r a n o ta çõ e s https://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&numeroDoDocumento=254463&comando=abrirDadosDoAcordao&quantidadeDeRegistros=20&numeroDaUltimaPagina=1&internet=1 https://www.youtube.com/watch?v=vZ7HSHbZdEw https://www.youtube.com/watch?v=vZ7HSHbZdEw VIDEOAULA – ESPÉCIES DE TENTATIVA Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Espécies de tentativa". Bons estudos! PUNIÇÃO DA TENTATIVA Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. Explicar a punição da tentativa. 2. Veri�car os critérios de punição da tentativa. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre a punição da tentativa? Como já aprendemos em outro texto, a tentativa ocorre, nos termos do Artigo 14, inciso II do Código Penal, quando, por circunstâncias alheias à sua vontade, um agente inicia a execução de um delito, mas não chega a consumá-lo. Conforme já visto, existem várias formas de tentativa. Entretanto, quais são as consequências da tentativa em termos de punição? É o que veremos a seguir. Saiba mais Quer relembrar um pouco sobre o iter criminis? Então, assista ao vídeo “Resumo Iter Criminis - Direito Penal | Direito Total” do canal “Direito Total”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=EPXo8ngkiTE. Acesso em 26 set. 2022. Como se pune uma tentativa? O iter criminis, ou “caminho do crime”, como vimos anteriormente, é composto pelas seguintes fases: cogitação, atos preparatórios, atos executórios e consumação. Ou seja, o agente cogita o crime, prepara-se para cometê-lo e o executa até que este se consume. Um crime será tentado, portanto, quando o agente passar pelas fases da cogitação e da preparação, adentrar a execução, mas, por circunstâncias externas à sua vontade, não atingir a consumação. Para aferir como a tentativa deve ser punida, existem quatro teorias: 1. Teoria subjetiva (voluntarística ou monista) Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/1Ah2_OvMkv6yXALqvP4MRqhS4mtCYXw2m/view?usp=sharing http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm https://www.youtube.com/watch?v=EPXo8ngkiTE https://www.youtube.com/watch?v=EPXo8ngkiTE Para essa teoria, o que deve ser considerado para punir a tentativa é a vontade do agente, isto é, o elemento subjetivo do crime. Assim, quando �ca claro, no caso concreto, que a vontade do agente de praticar a conduta criminosa é clara e inequívoca, o crime será considerado subjetivamente perfeito. Nessa situação, o delito será considerado tentado e a pena será igual àquela do delito no qual o agente inicia os atos executórios.Exemplo: A faz uma emboscada, com o objetivo de matar B. Para isso, A adquire uma arma e combina com B um encontro em local deserto. Chegando ao local do encontro, B percebe que foi alvo de uma emboscada e consegue fugir. De acordo com essa teoria, A responderia por homicídio tentado, já que não iniciou a execução do delito. 2. Teoria objetiva (realística ou dualista) Para essa teoria, a relevância da punição está no perigo ao qual é exposto o bem jurídico, ou seja, no aspecto objetivo do crime. Como consequência, já que, na tentativa, o bem jurídico é exposto a um perigo menor, a pena deverá ser menos gravosa do que a do crime consumado. É a teoria na qual se inspirou nosso Código Penal. Exemplo: A faz uma emboscada, com o objetivo de matar B. Para isso, A adquire uma arma e combina com B um encontro em local deserto. Chegando ao local do encontro, B percebe que foi alvo de uma emboscada e liga para a polícia. Nesse momento, A desfere um tiro contra B, atingindo sua perna de raspão. Quando está se preparando para desferir mais um tiro contra B, A é surpreendido pela polícia. B é socorrido sem ferimentos graves. Nesse caso, o tipo penal (“matar alguém”) teve sua execução efetivamente iniciada, resultando em lesão a bem jurídico, ainda que em menor grau de intensidade. Todavia, o que importa, para a teoria objetiva, não é a conduta pretendida pelo agente, mas o resultado objetivamente causado. Por isso, o agente deve responder na medida dos resultados objetivamente causados por sua conduta. 3. Teoria sintomática De acordo com essa teoria, a punibilidade da tentativa tem fundamento na periculosidade do agente. Nesse caso, a tentativa será considerada até mesmo se tratando de crime impossível (que será mais bem estudado em outra oportunidade). Isto é, mesmo se a conduta sequer atinja o agente, ele será punido por ser considerado perigoso para a sociedade. 4. Teoria da impressão (objetivo-subjetiva) Essa teoria foi criada para limitar a abrangência da teoria subjetiva sob o argumento de que a tentativa se torna punível quando a conduta do agente tiver o potencial de perturbar o ordenamento jurídico e a segurança jurídica. Por exemplo, a conduta do agente não será punível quando consistir apenas em se dirigir até o local do crime, mas será punível a partir do momento em que o agente iniciar a lesão ao bem jurídico pretendido. 0 V e r a n o ta çõ e s Saiba mais Quer saber mais sobre a punição da tentativa? Então, assista ao vídeo “Dosimetria da pena no crime tentado” do canal “Sergio Luiz Fernando Pires”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=DmxogdJfqKI. Acesso em: nov. 2020. CONCLUSÃO No crime tentado, portanto, quando o agente, por circunstâncias alheias à sua vontade, inicia a execução de um delito, mas não chega a consumá-lo, será punido pelos atos que praticou. NA PRÁTICA Artigo a respeito da aplicação da pena no crime tentado Nesse artigo, você poderá aprender mais sobre a aplicação da pena nos crimes tentados; uma perspectiva da aplicação prática do que aprendemos anteriormente. Saiba mais Quer saber mais sobre a punibilidade da tentativa? Então, assista ao vídeo “Crime tentado - O que você precisa saber sobre ele!” do canal “Ulisses Xavier”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=sE4_4duqev8. Acesso em: nov. 2020. VIDEOAULA – PUNIÇÃO TENTATIVA Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Punição tentativa". Bons estudos! Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 3 INSTITUTOS CORRELATOS À TENTATIVA Nessa Unidade de Aprendizagem, vamos estudar o tema "Institutos correlatos à tentativa". 58 minutos 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.youtube.com/watch?v=DmxogdJfqKI https://www.youtube.com/watch?v=DmxogdJfqKI https://patperruchi.jusbrasil.com.br/artigos/411735068/crime-tentado-e-a-aplicacao-da-pena https://www.youtube.com/watch?v=sE4_4duqev8 https://www.youtube.com/watch?v=sE4_4duqev8 ARREPENDIMENTO EFICAZ Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. De�nir a natureza jurídica do arrependimento e�caz. 2. Diferenciar arrependimento e�caz de arrependimento posterior. 3. Exempli�car o arrependimento e�caz nos tipos de crimes. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre o arrependimento e�caz? O arrependimento e�caz e a desistência voluntária são espécies de tentativa quali�cada. Ambos consistem em situações onde o agente pode deixar a situação de ilicitude e retornar a uma situação de licitude, abandonando a execução do crime ou impedindo que o resultado ocorra. Na desistência voluntária, como já estudamos em outra oportunidade, o agente, durante os atos executórios, abandona a execução do crime voluntariamente. Neste texto, vamos conhecer as hipóteses em que se reconhece o arrependimento e�caz. O ARREPENDIMENTO EFICAZ Quando ocorre o arrependimento e�caz? O arrependimento e�caz ocorre em situações em que o agente, após esgotar os atos executórios e os meios de execução disponíveis, arrepende-se e age para evitar a consumação do crime. Nesse sentido, prevê o Código Penal em seu Artigo 15: “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.” Extrai-se, portanto, que, para que haja arrependimento e�caz, são necessários: • Voluntariedade: o agente deve realizar os atos impeditivos do resultado voluntariamente, isto é, sem nenhum tipo de coação moral ou física. • E�cácia: os atos praticados devem, de fato, impedir a ocorrência do resultado. Caso o resultado ocorra, o agente responderá pelo crime consumado. Se o agente conseguir impedir o resultado, ele responderá apenas pelos atos efetivamente praticados. Por exemplo, se alguém desfere facadas em outra pessoa com a intenção de matá-la, mas, em seguida, arrepende-se e encaminha a vítima para o hospital e esta é socorrida e sobrevive, o agente responderá apenas pela lesão corporal provocada. Não responderá nem por homicídio consumado, tampouco por homicídio tentado. Importante! Voluntariedade é diferente de espontaneidade. Ou seja, o ato do agente de impedir o resultado deve ser voluntário, mas não precisa ser espontâneo. Isso quer dizer que basta que os atos sejam praticados sem coação física ou moral. A iniciativa pode surgir do próprio agente ou de outrem, sendo indistinta para o Código Penal a titularidade da ideia. 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/15nk1f3MRCyrJkpKZA7e-QCgrgtSms3C3/view?usp=sharing http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm Outro ponto importante: os crimes culposos não comportam o arrependimento e�caz, já que não há vontade de realizar a conduta. Da mesma forma, o arrependimento e�caz não é compatível com crimes unissubsistentes, já que a execução desses delitos se encerra com um único ato. E, por �m, nos crimes formais e de mera conduta o arrependimento e�caz também é impossível, já que não há resultado naturalístico a ser evitado. Saiba mais Quer saber mais sobre arrependimento e�caz? Então, assista ao vídeo “Desistência voluntária e arrependimento e�caz”, do canal “Geovane Moraes”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch? v=hFsaulY4LfI. Acesso em: nov. 2020. CONCLUSÃO O arrependimento e�caz ocorre, portanto, quando o agente impede que o resultado de sua conduta ocorra. É diferente da desistência voluntária, pois, nesta, o agente não chega até a fase da consumação no iter criminis, interrompendo os atos executórios. Contudo, em ambos, a consequência é a mesma em termos de punição: o agente responderá apenas pelos atos efetivamente praticados. NA PRÁTICA Jurisprudência Tribunal de Justiça de Santa Catarina reconhece a ocorrência de arrependimento e�caz Trata-se de caso prático de ocorrência de arrependimento e�caz, reconhecida pelo TJSC, no qual o autor, após empreender os atos executórios do crimede homicídio, pediu ajuda ao seu pai para socorrer a vítima, que sobreviveu após atendimento prestado pelos policiais e pelos bombeiros acionados por ele. Saiba mais Artigo a respeito das diferenças entre o arrependimento e�caz e a desistência voluntária Se quiser saber mais sobre o tema, recomendamos a leitura deste artigo do Canal de Ciências Criminais a respeito das questões controversas dos institutos do arrependimento e�caz e da desistência voluntária. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.enciclopedia-juridica.com/pt/d/crimes-unissubsistentes/crimes-unissubsistentes.htm http://www.enciclopedia-juridica.com/pt/d/crimes-unissubsistentes/crimes-unissubsistentes.htm http://direito.folha.uol.com.br/blog/category/crime%20de%20mera%20conduta http://direito.folha.uol.com.br/blog/category/crime%20de%20mera%20conduta https://www.youtube.com/watch?v=hFsaulY4LfI https://www.youtube.com/watch?v=hFsaulY4LfI http://busca.tjsc.jus.br/jurisprudencia/html.do?q=&only_ementa=&frase=&id=AABAg7AAEAAFjEVAAS&categoria=acordao_5 https://canalcienciascriminais.com.br/desistencia-voluntaria-e-arrependimento-eficaz-uma-questao-polemica/ https://canalcienciascriminais.com.br/desistencia-voluntaria-e-arrependimento-eficaz-uma-questao-polemica/ VIDEOAULA – ARREPENDIMENTO EFICAZ Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Arrependimento e�caz". Bons estudos! ARREPENDIMENTO POSTERIOR Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. De�nir a natureza jurídica do arrependimento posterior. 2. Diferenciar arrependimento posterior e arrependimento e�caz. 3. Descrever os requisitos do arrependimento posterior. 4. Demonstrar a aplicação do arrependimento posterior nos diferentes tipos de crimes. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre arrependimento posterior? O arrependimento posterior é aquele que ocorre após a consumação do delito. O agente, após cogitar o crime, preparar-se para executá-lo, realizar todos os atos da execução e consumá-lo, arrepende-se e age com o objetivo de reparar o dano ou restituir a coisa. Diferentemente da desistência voluntária e do arrependimento e�caz, nesse caso, o agente não regressa à situação de licitude, mas diminui o impacto de sua conduta pela tentativa de reparação e faz jus a uma diminuição de pena.] PREVISÃO E REQUISITOS DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR O que é necessário para que haja arrependimento posterior? O Código Penal prevê, em seu Artigo 16: “Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.” Da leitura desse dispositivo, depreendemos a presença de alguns requisitos para à con�guração do arrependimento posterior: 1. Crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa Para que haja arrependimento posterior, portanto, não pode haver violência ou grave ameaça contra pessoa. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/1fv3UV10-bA-ByBrj5HUlsm0diyTagwYb/view?usp=sharing https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/a-doutrina-na-pratica/copy_of_arrependimento-posterior http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm 2. Reparação do dano ou restituição da coisa Para a incidência do benefício, a reparação do dano ou restituição da coisa devem ser integrais, a não ser que a vítima manifeste expressamente que concorda com a reparação parcial. 3. Reparação ou restituição anterior ao recebimento da denúncia ou queixa Se o agente repara o dano ou restitui a coisa após o recebimento da denúncia, não haverá incidência do benefício do arrependimento posterior, mas, sim, a atenuante geral prevista no Artigo 65, inciso III do Código Penal. 4. Ato voluntário do agente Assim como na desistência voluntária e no arrependimento e�caz, a reparação do dano ou restituição da coisa devem ser voluntáris, independentemente da espontaneidade do agente. Importante! Um ato de arrependimento posterior realizado por um agente se estende aos demais, caso haja concurso de pessoas, por se tratar de uma circunstância objetiva de diminuição de pena. O juiz de�nirá a fração de redução a ser aplicada levando em consideração a presteza da conduta, a celeridade e a voluntariedade do agente em reparar o dano ou restituir a coisa. Ademais, tal benefício não será aplicado quando a lei previr consequência mais bené�ca ao agente. É o caso, por exemplo, do peculato culposo, previsto no Artigo 312, parágrafos2 e 3 do Código Penal, o qual prevê que a reparação do dano antes da sentença irrecorrível extingue a punibilidade. Saiba mais Quer saber mais sobre arrependimento posterior? Então, assista ao vídeo “Arrependimento posterior” do canal “Minuto Penal”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WBg4nZ5-k98. Acesso em: nov. 2020. Previsões em legislações especí�cas Algumas leis preveem possibilidades de benefícios similares ao arrependimento posterior. É o caso dos exemplos a seguir dispostos: Lei 12.850/13 (Lei de Organizações Criminosas) - Artigo 3-A e seguintes; Lei 9.807/99 (Lei de Proteção a Testemunhas) - Artigo 13; Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) - Artigo 41; Lei 9.613/98 (Lei de Lavagem de Dinheiro) - Artigo 1, §5; Lei 7.492/86 (Lei dos Crimes contra o Sistema Financeiro) - Artigo 25, §2; Lei 8.137/90 (Crimes contra a Ordem Tributária) - Artigo 16, parágrafo único. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm https://www.youtube.com/watch?v=WBg4nZ5-k98 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12850.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9807.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11343.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7492.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8137.htm Em todos esses diplomas legais, há previsão de benefícios para os agentes que se arrependem posteriormente. Nesses casos, o agente, após o cometimento dos crimes, arrepende-se, confessa e colabora para a elucidação do fato e faz jus a uma diminuição de pena. CONCLUSÃO O arrependimento posterior é diferente do arrependimento e�caz. As diferenças, além dos requisitos de cada um, podem ser resumidas objetivamente da seguinte forma: Arrependimento E�caz Arrependimento Posterior Ocorre antes da consumação do crime Ocorre após a consumação do crime O agente age para evitar o resultado O agente age para reparar o resultado realizado NA PRÁTICA Notícia sobre situação real de arrependimento posterior Nesta notícia, o agente, após consumar um delito de furto, restitui o bem à vítima antes de qualquer denúncia ser oferecida contra ele. Narra a reportagem que a restituição foi motivada pela comoção social causada pelo fato de ser a vítima de�ciente auditiva. Saiba mais Artigo – Os arrependimentos e�caz e posterior na prática Se quiser saber mais sobre o tema, recomendamos a leitura deste artigo ilustrando, na prática, as diferenças entre os institutos do arrependimento e�caz e do arrependimento posterior. VIDEOAULA – ARREPENDIMENTO POSTERIOR Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Arrependimento posterior". Bons estudos! Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/ladrao-arrependido-devolve-bicicleta-furtada-de-deficiente-auditivo-apos-comocao-na-internet.ghtml https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/45857/diferenciacoes-praticas-do-arrependimento-eficaz-e-do-arrependimento-posterior CRIME IMPOSSÍVEL Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. De�nir o conceitode crime impossível. 2. Descrever os elementos caracterizadores do crime impossível. 3. Diferenciar crime impossível e tentativa. 4. Descrever os efeitos do crime impossível. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre crime impossível? O crime impossível, também chamado de tentativa inidônea ou quase crime, é previsto no artigo 17, do Código Penal: “Não se pune a tentativa quando, por ine�cácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.” Isso signi�ca que, em situações em que a conduta do agente não é capaz de levar à consumação do delito, a conduta não será punida. A seguir, estudaremos o tema com mais detalhes. OCORRÊNCIA DO CRIME IMPOSSÍVEL Quando ocorre o crime impossível? O crime impossível, conforme de�nido anteriormente, pode ocorrer em duas hipóteses: 1. Crime impossível por ine�cácia absoluta do meio Hipótese em que o meio escolhido pelo agente é absolutamente incapaz de produzir o resultado. Exemplo é o caso do agente que, desejando matar a vítima por meio de envenenamento, fornece-lhe farinha como a substância que causaria a morte. Resta claro, nesse exemplo, que o meio é absolutamente ine�caz para a consecução do objetivo do agente. 2. Crime impossível por absoluta impropriedade do objeto Hipótese em que o objeto ou a pessoa contra quem a ação delituosa do agente é dirigida é absolutamente impróprio ou inexistente. É o caso, por exemplo, do agente que atira em um cadáver com a intenção de matá-lo. Qual é a punibilidade do crime impossível? Sobre a punibilidade do crime impossível, a doutrina desenvolveu três principais teorias: 1. Teoria Sintomática: mesmo sendo impossível a consumação do crime, o agente deve ser punido com base na periculosidade demonstrada por ele. 2. Teoria Subjetiva: o crime impossível deve ser punido com a pena da tentativa, pois, em razão da 0 V e r a n o ta çõ e s https://drive.google.com/file/d/1jYwYkN1W86ASs5bryaiMUckASYf4syZD/view?usp=sharing http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/a-doutrina-na-pratica/copy_of_crime-impossivel presença do dolo na consumação, a conduta do agente seria subjetivamente perfeita. 3. Teoria Objetiva: a ausência de lesão ou perigo de lesão na conduta perpetrada pelo agente faz com que esse não deva ser punido. Essa teoria se divide, por sua vez, em: 3.1. Teoria objetiva pura Para essa vertente, há crime impossível mesmo que a ine�cácia do meio ou impropriedade do objeto seja relativa. Assim, mesmo nesses cenários, o agente não deve ser punido. 3.2. Teoria objetiva temperada Esta é a vertente adotada pelo nosso Código Penal. Segundo essa teoria, um crime apenas poderá ser considerado impossível quando a ine�cácia do meio ou a impropriedade do objeto forem absolutas. Caso esteja presente alguma relatividade nesse sentido, o agente será punido por crime tentado. Qual é a diferença entre crime impossível e delito putativo? O delito putativo ocorre quando o agente acredita que está cometendo um crime, mas, na verdade, por alguma circunstância, ele não está. O delito putativo pode ocorrer: • Por erro de tipo: o agente acredita estar cometendo um crime, quando, na verdade, sua conduta é penalmente irrelevante. • Por obra do agente provocador (�agrante preparado): um agente provocador (autoridade policial ou terceira pessoa) cria uma situação para induzir outro agente à prática de um delito, mas age de maneira a impedir absolutamente a consumação deste. Nessa hipótese, é entendimento sumulado do STF (Súmula 145) que se trata de crime impossível. Saiba mais Quer saber mais sobre crime impossível? Então assista ao vídeo “Gabriel Habib - Crime impossível” do canal "Dicas para Concursos e OAB". Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=CdoGO8S6lf8. Acesso em: nov. 2020. CONCLUSÃO O agente não será punido quando, por ine�cácia do meio ou impropriedade do objeto, sua conduta não for capaz de causar resultado. No entanto, se a impropriedade do objeto ou ine�cácia do meio forem relativas, o agente será punido por crime tentado. Crime impossível Crime tentado O agente tem o dolo de causar o resultado, mas o meio utilizado por ele não permite, ou o objeto que ele almeja atingir é impróprio. O meio utilizado pelo agente é e�caz e o objeto do crime é próprio, mas um acontecimento alheio à vontade do agente interrompe a execução do crime. 0 V e r a n o ta çõ e s https://www.youtube.com/watch?v=CdoGO8S6lf8 NA PRÁTICA Jurisprudência Nesta decisão, o STJ entendeu por afastar o crime impossível. A alegação da defesa era que a existência de câmeras de segurança no local onde foi cometido o crime de furto torna o crime impossível. O Tribunal aplicou o entendimento consolidado na Súmula 567, de que essa hipótese não se trata de crime impossível. Saiba mais Vamos pensar criticamente sobre o crime impossível? Para saber mais sobre o tema, leia este artigo. VIDEOAULA – CRIME IMPOSSÍVEL Olá! A seguir, apresentamos a videoaula que trata sobre o tema "Crime impossível". Bons estudos! DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA Olá! Ao �nal dessa leitura, esperamos que você seja capaz de: 1. De�nir desistência voluntária. 2. Julgar a ocorrência de desistência voluntária. Quer baixar a versão em PDF desse texto? Basta clicar aqui nesse link. Boa leitura! Vamos aprender um pouco sobre a desistência voluntária? A desistência voluntária e o arrependimento e�caz são apontados como espécies de tentativa quali�cada (ou abandonada). São possibilidades em que o agente pode retornar à situação de licitude, abandonando a execução do crime ou impedindo que o resultado ocorra. Estudaremos, a seguir, a hipótese em que o agente abandona a execução do crime, o que consiste em desistência voluntária. QUANDO OCORRE A DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA? Desistência voluntária: previsão legal e ocorrência Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=71538117&num_registro=201700182745&data=20170517&tipo=5&formato=PDF https://scon.stj.jus.br/SCON/sumanot/toc.jsp?livre=(sumula%20adj1%20%27567%27).sub. https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/analise-critica-do-crime-impossivel/ https://drive.google.com/file/d/1zkknTEc0tTnyNnYGTog2Azcad6pB-ds8/view?usp=sharing A desistência voluntária ocorrerá quando o agente, por sua própria vontade, abandona a execução do crime, nos termos do Artigo 15 do Código Penal: “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.” Ou seja, o agente iniciou a execução do crime, mas, durante os atos executórios, decidiu interromper, voluntariamente, a ação delitiva, abandonando seu dolo inicial e desistindo de prosseguir na conduta criminosa. Assim, o agente será punido apenas pelos atos que já praticou. Ressalta-se que à decisão deve ser voluntária, não necessariamente espontânea. Isso quer dizer que o agente deve tomar a decisão de abandonar a execução sem coação moral ou física, ainda que a ideia tenha partido de outrem. Na lição de Capez (2020, n. p.), [v]oluntário é tudo aquilo que fazemos por nossa vontade, sem que ninguém nos obrigue. Se, por exemplo, o sujeito, mesmo tendo todas as condições de consumar o crime, �ca com medo de, futuramente, ser descoberto e preso, e, então, desiste de prosseguir na execução, estará caracterizada a desistência voluntária, já que, sendo livre para decidir, optou pela interrupção do crime. É como se o agente dissesse “posso prosseguir, mas não quero”. Não importa quais são os motivos que levaram o agente a desistir da ação; o importante é que a execução seja abandonada. A previsão da desistência voluntária deve ser lida, também, como um importante instrumento da política
Compartilhar