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APx1 2021_2 Modelos e Instituições de Segurança Pública em perspectiva comparada

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE 
AVALIAÇÃO PRESENCIAL 1 (APx1) – 2021.2 
Consórcio CEDERJ 
Curso: Tecnólogo em Segurança Pública e Social 
Disciplina: Modelos e Instituições de Segurança Pública em perspectiva comparada 
 
As questões abaixo refletem o conteúdo das Unidades 2 e 3 de nosso curso. O 
aluno poderá consultar o material e responder a cada uma das questões. Atente-se ao fato 
que todas as respostas devem ser fundamentadas e nenhuma delas pode representar cópia 
integral do conteúdo apresentado no material de estudo. As respostas que apresentarem o 
referido formato deverão ser desconsideradas. 
 
1. Leia a notícia disponibilizado no link abaixo, reflita a seu respeito e responda 
as questões correspondentes: 
 
Link: <https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/07/prefeita-de-paris-criara-policia-
municipal-desarmada-em-2020.shtml>. Acesso em 14.set.2021. 
 
Observações: 
- A notícia indicada acima é a mesma do arquivo em .pdf que acompanha esta prova. 
- As respostas deverão ter o máximo de 10 linhas cada. Caso ocorra o excesso, o mesmo 
deverá ser justificado pelo aluno, sob pena de ser desconsiderado pelo professor. 
- A questão bônus somente será corrigida se a (o) aluna (o) responder todas as questões 
que a antecedem. 
 
a) Explique a diferença entre polícia e policiamento. Quais as estratégias de 
policiamento da prefeita de Paris? (Valor: até 2,5 pontos) 
 
b) Diferencie os tipos de polícias existentes na França, destacando dentre as 
características que lhes definem: as áreas (matérias), esferas (territórios) e modos 
de atuação. (Valor: até 2,5 pontos) 
 
c) Considerando o exemplo da Prefeita de Paris, reflita a respeito da possibilidade 
de o Prefeito de Nova Iorque, nos Estados Unidos, criar uma polícia municipal sem 
a utilização de armas de fogo. Reflita a partir da diferença entre as culturas 
jurídicas, discutindo as suas principais características. (Valor: até 2,5 pontos) 
 
d) Reflita a respeito da política de segurança pública indicada na notícia e, a partir 
dela, discuta como a referida política se enquadraria nos modelos de polícia vigente 
em Espanha e Portugal. (Valor: até 2,5 pontos) 
 
e) Orientados pela notícia e pelo material didático indicado na plataforma, você 
acredita ser possível afirmar que o modelo de polícia municipal parisiense proposto 
pela Prefeita não é militarizado? Explique o porquê. (Bônus: até 1 ponto extra não 
cumulativos para as avaliações seguintes) 
 
Boa prova! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Folha de respostas 
QUESTÃO 1 
a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
d) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
e) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prefeita de Paris criará Polícia
Municipal desarmada em 2020
JULY 19, 2019
A prefeita de Paris Anne Hidalgo, do Partido Socialista, anunciou nesta
semana a criação da Polícia Municipal, já existente em outras cidades da
França. Na capital, começará suas operações a partir de 2020.
Composta de 3.200 agentes, sua atuação se restringirá a uma luta
contra incivilidades, fiscalizando vias públicas, ciclovias, garantindo a
lei do silencio, etc., não cabendo a ela o combate a delitos e crimes, o
que é atribuição da Policia Nacional.
Segundo ela, será uma polícia de “tranquilidade pública”, “próxima ao
cidadão”, e que não utilizará arma de fogo em suas operações.
A decisão de armar a Polícia Municipal fica a cargo dos prefeitos das
cidades. O ministro francês do interior, Christophe Castaner,
responsável pela segurança interna interna do país, é contrário ao
armamento sistemático dos policiais municipais, indo contra deputados
de seu próprio partido, o República em Marcha, que propõem uma lei
que estabelece o armamento irrestrito a todos os policiais.
Parte da opinião pública é contrária ao modelo armamentista, por outro
lado, preocupados com a crescente delinquência, e principalmente com
os casos terrorismo, 72% dos franceses, segundo enquete, se declararam
favoráveis ao armamento de todos os agentes. Mais da metade deles já
está armada em toda a França. Praticamente todas as grandes cidades
do país, como Marselha, Lyon e Nice estão com os agentes operando
com a utilização do armamento letal.
O presidente do sindicato de defesa dos policiais municipais, Cédric
Michel, é categórico ao afirmar a necessidade dos agentes de segurança
em usar o armamento.
Policiais franceses durante operação para resgatar refém em Paris - Benoit Tessier - 12.jun.2018/Reuters
Segundo ele, “face à insegurança atual, encaminha-se para a obrigação
de armar a polícia municipal”. No dia 27 de setembro do ano passado o
chefe da polícia municipal de Rodez (Averyon), no sudoeste da França,
morreu apunhalado em pleno centro da cidade por um indivíduo
conhecido das autoridades.
Michel diz que “em todas as cidades da França, sente-se o crescimento
da insegurança; os policiais municipais, que tem por trabalho estarem
presentes constantemente no espaço público, ficam vulneráveis a esta
situação. Eles são vítimas todos os dias deste tipo de agressão. Isso
legitima nossa demanda de armar todos eles”.
Enquanto na França, o princípio é a separação da ação das polícias, no
Brasil, para diminuir os acentuados índices de violência, está sendo
posto em prática o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social,
implantado em 2018, e que prevê um sistema único de segurança
pública. Desta maneira, as polícias estaduais e municipais têm atuado
em conjunto.
As guardas municipais, antes empenhadas na segurança do patrimônio
público, estão em vias de se tornar mais um efetivo no combate à
criminalidade nos centros urbanos. A legislação tem sido reinterpretada
para que o efetivo possa ter poder de polícia, inclusive vindo a ter o
direito ao porte de armas em todos os municípios brasileiros.
O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes
concedeu medida cautelar suspendendo os efeitos do estatuto do
desarmamento que proibia o porte de armas para integrantes das
guardas municipais de municípios com menos de 50 mil habitantes e
permitia o porte nos municípios entre 50 e 500 mil habitantes apenas
em horário de serviço. O relator disse que é preciso conceder idêntica
possibilidade de porte de arma a todos os integrantes das guardas-civis,
em face da efetiva participação na segurança pública e na existência de
similitude nos índices de mortes violentas nos diversos municípios.
Guarda Civil Metropolitana de SP
https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/1604477808870402-guarda-civil-metropolitana-de-sp-sob-psdb
Entrevistado pela RFI Brasil, Nedson Moreira, subcomandante da
Guarda Municipal de Belo Horizonte, comentou sobre a atuação em
conjunto das polícias, e a utilização do porte de armas por parte dos
agentes: “Tudo depende do contexto local. O contexto em que estamos
inseridos nos leva a adotar uma estratégia de atuação armada. Mas
antes de implementarmos esta medida, foi importantíssimo o período
em que estivemos desarmados”, avalia o subcomandante.
“Atuamos 12 anos desarmados, e isso possibilitou a compreensão da
mediação de conflitos, utilização de outros instrumentos de menor
potencial ofensivo, o uso escalonado da força, começando pelo diálogo;
a arma de fogo é o último recurso”, afirma.
Ele relata que em três anos experimentando uma atuação de segurança
armada, a letalidade é zero, e que a arma de fogo serve para gerar uma
sensação de segurança para o agente e para terceiros. “Estamos em um
contexto muito violento e precisamos compreender isso. Trabalhamos
constantemente na mediação de conflitos na forma do diálogo para que
não seja utilizado a arma de fogo, mas caso seja necessário, temos uma
qualificação que se renova anualmente”, pondera Moreira.
“A gente tem recebido ao longo dos anos uma aprovação muito grande
em relação ao modelo de segurança pública instituído em Belo
Horizonte, com índices de violência cada vez menores, com quedas
https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/nova/1604477808870402-guarda-civil-metropolitana-de-sp-sob-psdbhistóricas, isso graças ao trabalho sistêmico de cooperação entre as
polícias que a gestão de Belo Horizonte tem se proposto a fazer,
principalmente após o plano que foi aprovado no ano passado; a gente
percebe que não existe outro caminho”, conclui.
Em dezembro de 2018, os professores de Fundação Getúlio Vargas
Paulo Arvate e André Portela, em estudo apresentado no Encontro
Brasileiro de Econometria, no Rio de Janeiro mostraram que cidades
com guardas armadas reduziram o índice de homicídios, com queda de
até 63%, com índices de 63 assassinatos para cada 100 mil habitantes.
Na capital paulista, o número cai para 31. No Brasil, 771 (16%) das 4.882
cidades fora de regiões metropolitanas tem guarda municipal. Desse
grupo, 10% adotaram armas.
Em relação à realidade francesa, que possui índices de violência muito
menores, já há a preocupação deste trabalho em conjunto para otimizar
ainda mais o combate aos casos específicos que ocorrem no país, e que
atemoriza seus habitantes, e a polícia armada na grande maioria das
cidades é um indicativo desta política de integração, vista com
animosidade pelo presidente Macron.
O ministro Castaner convocou autoridades locais e moradores para
participar da consulta que ele lançará em setembro nas delegacias de
polícia e brigadas de gendarmeria, com a intenção de promover
parcerias com prefeitos em questões referentes a segurança, o que inclui
o armamento de policiais municipais.
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/01/cidade-com-guarda-armada-reduz-mais-homicidios-aponta-estudo.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/07/como-macron-ganhou-a-batalha-pelos-cargos-mais-importantes-da-uniao-europeia.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2019/07/como-macron-ganhou-a-batalha-pelos-cargos-mais-importantes-da-uniao-europeia.shtml

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