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CASO CLÍNICO ANTIBIÓTICOS

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O país é a Alemanha, e estamos no ano de 1935. Hildegard, filha do Dr. Gerhard Domagk, estava quase morrendo de infecção estreptocócica em consequência de uma picada com alfinete. Não estava respondendo a nenhum tratamento. Desesperado, o pai de Hildegard administra Prontosil, um corante vermelho que estava experimentando em seu laboratório. Milagrosamente, a filha teve uma recuperação completa. Essa história começou, na realidade, três anos antes, quando o Dr. Domagk observou que o Prontosil protegia camundongos e coelhos contra doses letais de estafilococos e estreptococos. Fez essa descoberta através da triagem de milhares de corantes (que, na realidade, são simplesmente substâncias químicas que se ligam a proteínas) para atividade antibacteriana. Entretanto, quando sua filha adoeceu, Domagk ainda não tinha certeza se a eficácia antibacteriana do Prontosil observada nos camundongos também seria observada contra as infecções em seres humanos. Manteve os testes pessoais do fármaco em segredo até o momento em que dados de outros médicos indicaram o sucesso da droga na cura de outros pacientes com infecções. Em 1939, Gerhard Domagk recebeu o Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina pela sua descoberta do efeito terapêutico do Prontosil. Texto Multilinha.
1) Qual é o mecanismo responsável pela ação antibacteriana do Prontosil?
O Prontosil, medicamento do grupo das sulfonamidas, possui uma estrutura muito semelhante ao ácido para-aminobenzóico (PABA) e por isso, como mecanismo de ação, compete com o PABA pela enzima dihidropteroato sintetase, inibindo assim as reações enzimáticas necessárias para a produção do ácido fólico. 
Esse ácido fólico seria usado para produzir outras moléculas, como as bases purinas necessárias para construir o DNA bacteriano. Dessa forma, a bactéria não consegue se multiplicar e crescer, pois não tem seu DNA replicado e suas proteínas sintetizadas, logo, o sistema imune consegue acabar com a infecção. Antibiótico de ação bacteriostática. 
2) Por que o prontosil mata bactérias, mas não células humanas?
As células humanas não são afetadas pelo fármaco Prontosil pois obtêm o seu ácido fólico da dieta (via exógena), não possuindo a enzima dihidropteroato sintetase para sua produção endógena. Logo, com a administração desse medicamento, apenas as bactérias serão prejudicadas sendo incapazes de se multiplicar.
3) Qual a causa que levou ao declínio da utilidade de drogas como o prontosil nos últimos 70 anos?
A utilização dessa droga durante 70 anos, selecionou as cepas de bactérias capazes de produzir ácido fólico sem a utilização da enzima dihidropteroato sintetase, essas bactérias resistentes ao mecanismo de ação do fármaco, conseguem sobreviver e se multiplicar. Dessa forma, houve o declínio do uso do Prontosil nos últimos anos
4) Por que os fármacos pertencentes à mesma classe do prontosil são atualmente utilizados em associação com outros agentes antibacterianos?
Devido ao mecanismo de resistência adquirido pelas bactérias, surgiram as associações de agentes bacterianos na tentativa de obter um efeito sinérgico dos fármacos e conseguir impedir a multiplicação das bactérias. Por exemplo, atualmente, usa-se o Prontosil em associação com o trimetoprim-sulfametoxazol contra bactérias gram-positivas e aeróbias, bloqueando o crescimento bacteriano e reduzindo a possibilidade de resistência

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