Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Neurologia – Amanda Longo Louzada 1 HIPERTENSÃO INTRACRANIANA DEFINIÇÃO: ➔ Transtorno neurológico caracterizado por uma pressão intracraniana (PIC) maior que 15 mmHg em um adulto em repouso CURVA DE LAGFFIT: ➔ Essa curva traduz que é o cérebro possui complacência ➔ O aumento ou a diminuição da complacência tem um limite ➔ Entre a fase I e fase II, existe uma alta complacência e uma baixa elastâncias, ou seja, o cérebro vai inchando e vai conseguindo se adaptar e não gerar sintomas neurológicos ➔ Na fase III a capacidade de auto-regulação do cérebro vai se esgotando, e com isso a PIC começa a aumentar, gerando sintomas neurológicos ➔ Na fase IV, há uma baixa complacência e alta elastâncias DOUTRINA DE MONRO-KELLIE: ➔ Composição do Cérebro: ➢ Volume cerebral ➢ Volume arterial ➢ Volume de líquor ➢ Volume venoso ➔ Quando ocorre um aumento do volume cerebral devido a hemorragia ou tumor, isso vai gerando compressão do cérebro, levando a drenagem do volume venoso e do líquor ➔ Chega um momento que o volume é tanto que vai se esgotando a complacência, ou seja, a drenagem do volume venoso e do líquor deixar de conseguir compensar, levando ao aumento da PIC ÍNDICE DE ZUMKELLER: ➔ É igual ao desvio da linha média, menos a espessura da lesão que causa este desvio no mesmo corte tomográfico em milímetros CLASSIFICAÇÃO DE MARSHAL: CLASSE I: ➔ Lesão difusa I ➔ Não há patologia visível na TC CLASSE II : ➔ Lesão difusa II ➔ Cisternas presentes, ou seja, não há inchaço cerebral ➔ Desvio de linha média até 5 mm e/ou lesões densas presentes ➔ Não há lesões expansivas > 25 ml ➔ Pode haver fragmentos ósseos ou corpos estranhos CLASSE III : ➔ Lesão difusa V (sweeling) ➔ Cisterna comprimidas ou ausentes, com desvio de linha média até 5 mm, sem lesões expansivas CLASSE IV: ➔ Lesão difusa IV (desvio) ➔ Desvio da linha média > 5 mm, sem lesões expansivas CLASSE V: ➔ Lesão expansiva evacuada ➔ Qualquer lesão cirurgicamente evacuada Neurologia – Amanda Longo Louzada 2 HIPERTENSÃO INTRACRANIANA CLASSE VI: ➔ Lesão expansiva não evacuada ➔ Lesão > 25 mL, com densidade mista ou alta, não evacuada CRANIECTOMIA DESCOMPRESSIVA: INDICAÇÕES: ➔ Marshal III e IV E ➔ Índice de Zumkeller maior ou igual a 3 mm E ➔ ECG > 3 COMPLICAÇÕES: ➔ Síndrome de Trefinado ➔ Hidrocefalia ➔ Isquemia ➔ Hemorragia ➔ TRATAMENTO: ➔ O paciente já teve uma lesão primária, já foi operado ou não, e agora ele vai para UTI, devendo então evitar a lesões secundárias ➔ Edema vasogênico x Edema citotóxico: o edema citotóxico é muito comum quando a lesão celular, que é muito comum em tumor. Por isso nesses casos está indicado usar corticoide ➢ No edema vasogênico é um edema cerebral, por isso a terapia osmótica é mais bem estabelecida do que ou uso de corticóides TRATAMENTO DE 1ª L INHA: ➔ Colocar o paciente em decúbito a 30º ➔ Derivação ventricular externa (DVE), para drenar o líquor e melhorar o espaço interno ➔ Osmoterapia TRATAMENTO DE 2ª LINHA: ➔ Hiperventilação ➔ Babitúricos ➔ Hipotermia ➔ Craniectomia descompressiva GUIDELINE: CRANIECTOMIA DESCOMPRESSIVA: ➔ Para último caso, mas não pode perder tempo com os outros tipos de tratamento ➔ A bicoronal não melhora os resultados em GOS – 6 meses, mas reduz a PIC e diminui os dias de UTI ➔ Diâmetro de 12 a 15 cm, reduz a mortalidade ➔ Estudos: ➢ STITCH: cirurgia precoce para TCE, diminui a HIC e melhora o desfecho ➢ DECRA: descompressão bicoronal, viu que reduz o inchaço, mas não altera os desfechos na mortalidade ➢ RESCUIEcp: a craniectomia pode melhorar as terapias nos casos refratários. Reduzindo a mortalidade, bom desfecho em 6 a 12 meses, reduz o tempo de CTI e a PIC ➢ RESCUEasdh: para indicar ou não a craniectomia em hematoma subdural agora, é um estudo que está em andamento ➢ CSDHrain: uso de dreno após furos em hematoma subdural crônico, reduzem a recorrência e mortalidade em 6 meses ➢ CSDHex: uso de corticoide em hematoma subdural crônico, estudo em andamento HIPORTERMIA – NÍVEL IIB: ➔ A profilática precoce (< 2,5h), para casos agudos com permanência do edema após todas as condutas, talvez teria indicação, mas para curto prazo ➔ Não é recomendada de rotina TERAPIA HIPEROSMOLAR: ➔ Para tentar diminuir o inchaço através do manitol ou da solução salina ➔ O manitol é eficaz para controle da PIC elevada (dose de 0,25-1g/kg de peso corporal), deve ser evitado em caso de hipotensão arterial (< 90 mmHg) ➔ Caso o paciente tenha outras alterações, deve ser feito solução salina, que reduz a aquaporina 4, e não possui efeito rebote ➔ Brain Trauma: a solução salina é a primeira opção, ou seja, deve ser usado manitol apenas caso não tenha solução salina DRENAGEM DO LCR – NÍVEL III : ➔ A drenagem contínua é melhor que a intermitente ➔ Deve considerar drenar nas primeiras 12h, quando a ECG < 6 TERAPIAS VENTILATÓRIAS – NÍVEL I IB: Neurologia – Amanda Longo Louzada 3 HIPERTENSÃO INTRACRANIANA ➔ Não é recomendada hiperventilação profilática (PaCO2 de 25 mmHg) ➔ É recomendada de forma temporária ➔ Deve ser evitar nas primeiras 24 horas após a lesão, pois pode levar a isquemia e vasoconstricção cerebral ➔ Quando for utilizada, é recomendado a medição de SjO2 ANESTESIA, ANALGÉSICOS E SEDATIVOS: ➔ O barbitúrico não é profilaxia para aumento da PIC ➔ É excelente para controlar a PIC, é um tratamento de 2ª linha ➔ Deve ter cuidados em pacientes com instabilidade hemodinâmica, pois possui efeito hipotensor ➔ Propofol é recomendado para o controle da PIC: mas não há evidência de seu uso melhorar a mortalidade em 6 meses ESTERÓIDES – NÍVEL I: ➔ Não devem ser usados, pois aumenta a mortalidade e o risco de infecções NUTRIÇÃO – ➔ Nível IIA - Alimentação: calórica basal (do 5º ao 7º dia) ➔ Nível IIB: a alimentação por sonda reduz a incidência de pneumonia associada a ventilação mecânica PROFILAXIA DE INFECÇÃO: ➔ Nível IIA: a traqueostomia precoce reduz a ventilação mecânica, não reduz a mortalidade ou a taxa de pneumonia nosocomial ➢ Povidine iodo oral não deve ser usado, por aumentar o risco de SDRA ➔ Nível III: os cateteres impregnados de antibiótico podem ser considerados para prevenir infecções relacionadas à DVE PROFILAXIA DE TVP – NÍVEL III : ➔ A heparina de baixo peso molecular ou a HNF + mecânica: há um risco para expansão da hemorragia intracraniana ➔ O benefício é considerado frente ao risco de expansão da hemorragia intracraniana ➔ Paciente estável por 48 horas, inicia a profilaxia medicamentosa PROFILAXIA DE CONVULSÕES – NÍVEL I IA: ➔ Fenitoína ou Valproato: não previvem a convulsão pós-traumática (CPT) tardia ➔ É recomendada para a incidência de CPT precoce (< 7 dias) MITOS: ➔ Corticoide não diminui a incidência da pneumonia associada a ventilação mecânica ➔ Trocas frequentes de circuito ventilatório não reduzem pneumonia associada a ventilação mecânica ➔ A clorexedina é superior ao iodo ➔ Troca de cateter central não reduz o risco de infecção ➔ ATB tópico induz a resistência ➔ Troca de cateter de DVE de rotina, aumentam a infecção ➔ Manter normoglicemia 100 – 140 ➔ Manter normocapnia 35 – 40 ➔ Manter a normotemperatura RESUMO DO TRATAMENTO: ➔ Primeira Linha: ➢ Solução osmolar ➢ Cabeceira ➢ Analgesia ➢ ATLS ➔ Segunda Linha: ➢ Hiperventilação ➢ Barbitúricos ➢ Craniectomia descompressiva ➔ Traqueostomia precoce, TVP, convulsão e monitorar PIC
Compartilhar