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TCC-PÓS ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO

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SAMARA GABRIELLE FONSECA OLIVEIRA
ANÁLISE DA NÃO UTILIZAÇÃO DE EPI EM UMA CONSTRUÇÃO CIVIL NA CIDADE DE MONTES CLAROS – MG
Montes Claros-MG
 2023
SAMARA GABRIELLE FONSECA OLIVEIRA
ANÁLISE DA NÃO UTILIZAÇÃO DE EPI EM UMA CONSTRUÇÃO CIVIL NA CIDADE DE MONTES CLAROS - MG
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Digital Descomplica, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de bacharel tecnólogo em Pós em Engenharia de Segurança do Trabalho.
Montes Claros-MG
 2023
RESUMO
Levando em consideração a quantidade de construções civis em andamento e a quantidade de riscos que as mesmas podem conter, destaca-se a relevância de observar o quesito da segurança dos trabalhadores e analisar se os mesmos utilizam de Equipamento de Proteção Individual (EPI) em seus respectivos ambientes de trabalho. O setor da construção civil enfrenta um elevado índice de acidentes, intimamente ligado às condições inseguras nos ambientes de trabalho. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) desempenham um papel crucial nesse cenário, pois sua utilização adequada é essencial para reduzir os riscos de acidentes, garantindo a preservação da vida e da saúde dos trabalhadores. A Norma Regulamentadora (NR) - 6 estabelece as diretrizes para o uso desses equipamentos, os quais devem ser fornecidos pelos empregadores e utilizados obrigatoriamente pelos funcionários. Contudo, devido à extensão das obras, as autoridades enfrentam dificuldades para fiscalizar todas as construções civis, resultando na não utilização frequente dos EPIs. O presente estudo trata-se de uma pesquisa de campo realizada em uma construção civil na cidade de Montes Claros - MG, com a finalidade de analisar a utilização de EPI’s. Foi identificado por meio de um questionário que a maioria dos trabalhadores não faziam o uso de EPI e que o único EPI utilizado, não estava em condições adequadas. Os objetivos gerais do presente artigo são: Analisar, por meio de um estudo de caso, a conscientização dos funcionários e a conformidade no uso dos EPIs (conforme NR 6), visando aumentar a segurança dos trabalhadores e garantir o cumprimento da legislação trabalhista. E tem como objetivos específicos: Analisar a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) em uma construção civil; Identificar se os trabalhadores utilizam EPI’s; Avaliar se os trabalhadores conhecem a NR-06; Orientar sobre a importância da utilização dos EPI’s e conscientizar sobre o uso de EPI’s na construção civil, mostrando a importância de assegurar a vida do trabalhador perante a possíveis acidentes. Foram levantados os riscos presentes na obra e tanto os empregados quanto empregadores tiveram orientações a respeitos dos EPI’s necessários para trabalho, além da importância da sua utilização. 
Palavras-Chave: EPI, NR-06, Segurança.
SUMÁRIO
RESUMO	3
1.	INTRODUÇÃO	5
2. JUSTIFICATIVA ...............................................................................................................................6
3. OBJETIVOS .......................................................................................................................................7
 3.1 Objetivos gerais ..............................................................................................................................7
 3.2 Objetivos específicos ......................................................................................................................7
5.	RESULTADOS E DISCUSSÃO	8
	Queda de nível:	9
	Ergonômico:	9
	Movimento de Objetos e Materiais:	10
	Choque Elétrico:	11
	Dermatoses ou Alergias:	12
	Proteção no uso das Máquinas:	13
	Ruídos em excesso:	13
	Exposição a Corpos Estranhos:	14
Tabela 01 – Perguntas e respostas do questionário	16
4.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	17
5.	REFERÊNCIAS	18
1. INTRODUÇÃO
A indústria da construção civil contribui fortemente para a economia de um país, representando uma parcela significativa no Produto Interno Bruto (PIB). Tal feito está atrelado ao fato de utilizar recursos naturais disponíveis, empregar milhares de trabalhadores, criar uma grande cadeia produtiva ao seu redor e auxiliar o crescimento de uma comunidade com sua infraestrutura (SOUZA et al., 2015).
As atividades no ramo da construção civil além de serem uma das mais perigosas no mundo possuem os maiores índices de acidentes de trabalho fatais e não fatais. Esse setor é responsável por uma parcela grande de geração de emprego, empregando boa parte da população, principalmente a masculina e pobre (OLIVEIRA et al., 2004).
Trabalhadores e operários de todo o Brasil, são afetados sofrendo acidentes ou adoecendo em função dos seus respectivos trabalhos. O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), apura mais de 700 mil casos de acidentes por ano, entretanto, vale ressaltar que o número real de acidentados e superior ao apurado pelo INSS (FILGUEIRAS et al, 2015).
Outro ponto que contribui para os crescentes casos de acidentes na construção civil, está atrelado a falta de fiscalização por parte do estado em virtude da grande escala de obras que aumenta a cada vez mais (FILGUEIRAS et al, 2015).
Segundo Oliveira et al (2004), as causas dos problemas de saúde e segurança na construção civil, devem-se ao grande número de riscos ocupacionais, como: o trabalho em altura; operação e transporte de máquinas, equipamentos e ferramentas perfurocortantes; instalações elétricas; estresse ocupacional devido a transitoriedade e a alta rotatividade.
A segurança e saúde no trabalho é de interesse dos trabalhadores, das empresas e do governo, uma vez que, ocasionado um acidente de trabalho, todos são afetados seja diretamente ou indiretamente (COLTRE, 2011). A responsabilidade pela saúde e segurança do trabalhador recai para o Estado e as empresas, cabendo aos trabalhadores contribuir para a implementação das ações estabelecidas (ARAÚJO, 2004).
A segurança do trabalho nada mais é do que medidas adotadas com a finalidade de reduzir os acidentes de trabalho, protegendo a integridade do trabalhador. O trabalhador uma vez acidentado, pode ter sua produtividade e qualidade de serviço reduzida, aumentando os custos para a empresa (COLTRE, 2011).
Segundo Amaral (2013), a Norma Regulamentadora (NR) 6 é quem fala sobre os EPI’s e que estabelece quais os tipos de EPI’s são utilizados para determinadas condições de trabalho, buscando resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores.
Conforme a NR-6 (2009), a empresa ou empregador é obrigado a fornecer os EPI’s aos empregados, desde que haja riscos no ambiente de trabalho, independente da gravidade. O empregador também deve orientar e instruir o empregado quanto á utilização correta dos EPI’s. Além disso, o empregador é responsável por fiscalizar se os EPI’s estão sendo utilizados e se o uso está sendo realizado da maneira correta. Os empregados são obrigados a utilizarem EPI’s durante a rotina de trabalho.
A presente pesquisa foi realizada com a finalidade de analisar a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) em uma construção civil na cidade de Montes Claros-MG. Além disso, identificar se os trabalhadores utilizam EPI’s, avaliar se os trabalhadores conhecem a NR-06 e orientar sobre a importância da utilização dos EPI’s.
A pesquisa contribui para a conscientização do uso de EPI na construção civil, mostrando a importância de assegurar a vida do trabalhador perante a possíveis acidentes.
2. JUSTIFICATIVA 
A não utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em um ambiente de trabalho tão propenso a riscos como uma construção civil em Montes Claros – MG, é uma preocupação séria que merece análise detalhada. Esta problemática não apenas desrespeita normativas legais e de segurança do trabalho, mas coloca em risco a integridade física e a saúde dos trabalhadores envolvidos.
O presente artigo irá abordar a falta de conscientização sobre os riscos ocupacionais, os obstáculos culturais ou estruturais que impedem a correta utilização dos EPIs, bemcomo os impactos negativos dessa negligência para os trabalhadores e para o setor da construção civil como um todo. Além disso, a análise irá explorar os possíveis motivos por trás da não conformidade com as normas de segurança, como a falta de fiscalização, aspectos econômicos, falta de treinamento adequado ou até mesmo a falta de acesso a equipamentos adequados.
Este artigo não apenas irá apenas descrever o problema, mas também irá sugerir soluções viáveis para promover a conscientização, melhorar a fiscalização e implementar medidas que garantam a adoção correta dos EPIs nesse contexto específico, visando a proteção e bem-estar dos trabalhadores da construção civil em Montes Claros – MG.
3. OBJETIVOS
1. 
2. 
3. 1. OBJETIVOS GERAIS 
Analisar, por meio de um estudo de caso e com buscas em revisões de literatura, uma forma de conscientização dos funcionários/trabalhadores sobre a conformidade no uso dos EPIs (conforme NR 6), visando aumentar a segurança dos trabalhadores e garantir o cumprimento da legislação trabalhista.
3. 2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
· Analisar a utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI) em uma construção civil;
· Identificar se os trabalhadores utilizam EPI’s;
· Avaliar se os trabalhadores conhecem a NR-06;
· Orientar sobre a importância da utilização dos EPI’s;
· Conscientizar sobre o uso de EPI’s na construção civil, mostrando a importância de assegurar a vida do trabalhador perante a possíveis acidentes.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo compõe-se em uma revisão sistemática de literatura, onde foram formuladas as questões para levantamento da pesquisa, foi utilizado o site de buscas indicados pela Scielo(Scientific Library Online) e o Google Acadêmico. Como critério para a seleção de amostras estabeleceu-se artigos disponíveis em texto completo, em idioma português, com período de publicação entre 2000 a 2023. A pesquisa também baseia-se no estudo de campo de caráter quantitativa-descritiva, realizada em uma obra na cidade de Montes Claros-MG, localizada no endereço da rua Seis e bairro Augusta Mota, buscando analisar a utilização de EPI pelos trabalhadores.
A obra foi realizada em um lote de 300 m² (metros quadrados), com 10 metros de frente por 30 metros de comprimento. A construção trata-se de duas casas de 02 pavimentos com aproximadamente 150 m² de área construída. Para a construção dessas casas, haviam 04 trabalhadores, sendo eles, 01 pedreiro/mestre de obra, 01 pedreiro e 02 ajudantes.
Foram realizadas duas visitas na obra pela pesquisadora. Na primeira visita, foram comtempladas as seguintes atividades:
· Verificar se os trabalhadores estavam utilizando EPI.
· Verificar se havia EPI disponível para os trabalhadores.
· Identificar os possíveis riscos no ambiente de trabalho.
· Avaliar quais os EPI’s necessários.
· Entrevistar empregados e empregador com questionário.
Na segunda visita foi realizada uma apresentação ao empregador e aos empregados, falando sobre:
· O que é um EPI.
· Qual a importância de um EPI.
· O que é a NR-06.
· Quais as obrigações do empregador e dos empregados segundo a NR-06.
· Riscos presentes na obra.
· Como evitar acidentes.
Através deste levantamento, esta metodologia proporciona uma estrutura para investigar a não utilização de EPIs na construção civil, permitindo uma compreensão mais abrangente dos motivos por trás desse comportamento e sugerindo direções para intervenções e melhorias.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das atividades comtempladas na primeira visita, a primeira foi verificar se os trabalhadores utilizavam EPI’s e quais os tipos utilizados. Durante a inspeção a pesquisadora identificou que apenas um trabalhador utilizava EPI, que se tratava de uma bota de couro conforme Figura 1, porém a mesma já estava com desgaste excessivo e necessitava ser substituída.
Figura 1 – Foto de bota desgastada.
Fonte: Próprio Autor.
A segunda atividade realizada foi verificar se havia EPI’s disponíveis para que os trabalhadores utilizassem. Foi averiguado que na obra não havia nenhum EPI disponível para os trabalhadores. Além disso, os trabalhadores comentaram que o uso dos EPI’s geram incomodo, que atrapalham suas atividades, que mesmo disponível preferiam não utilizar.
Na terceira atividade, a pesquisadora percorreu todo o território da obra buscando identificar os possíveis riscos no ambiente de trabalho. No levantamento dos possíveis riscos foram identificados oito em potenciais, sendo eles:
· Queda de nível:
O trabalhador quando for realizar alguma atividade em nível diferente, como em plataformas e/ou andaimes, deve sempre utilizar EPI’s e observar se o ambiente de trabalho possui segurança adequada, pois uma vez acidentado, dependendo da queda o trabalhador pode ter consequências graves, podendo acarretar em sua morte.
Figura 2 – Foto de Pedreiro sem EPI sobra Andaime.
Fonte: Próprio Autor.
Foi constatado que os ajudantes e pedreiros estavam trabalhando em andaimes, enquadrando se, portanto, em risco de queda em trabalho em altura conforme Figura 2.
· Ergonômico:
Um dos vilões do trabalhador na construção civil é o peso das matérias primas e as ferramentas utilizadas em suas rotinas. O transporte desses materiais, principalmente de um nível para o outro, lesiona sua estrutura corporal gerando impacto à saúde. O excesso de peso combinado com as posturas irregulares, contribui para o desgaste precoce entre as articulações e obtenção de problemas de saúde, como exemplo a hérnia de disco.
Figura 3 – Ajudante carregando saco de cimento.
Fonte: Próprio Autor.
Dentro da obra tem se vários materiais que possuem peso elevado como por exemplo, sacos de cimentos, que tem peso de 50 kg (quilogramas). O transporte desses materiais quando não realizado da maneira devida, podem ser tornar um risco a ergonomia dos trabalhadores conforme Figura 3, uma vez que o excesso peso pode lesionar as articulações dos membros superiores do corpo e também a coluna do trabalhador.
· Movimento de Objetos e Materiais:
Os pedreiros e ajudantes, principalmente os ajudantes estão sempre carregando materiais de algum lugar para o outro, como tijolos, telhas, latas com entulhos, massa pronta, barras de ferro, sacos de cimento e outros. Nesse processo do manuseio e transporte desses materiais, pode oferecer risco aos trabalhadores caso não estejam com EPI’s. Vale ressaltar que na atividade de lançamento de tijolos ou telhas, mesmo com a utilização de EPI os trabalhadores correm risco de ocasionar algum acidente, sendo tal prática inaceitável dentre uma obra da construção civil. O apropriado é que os materiais sejam transportados por equipamentos ou máquinas que possam proporcionar segurança aos pedreiros e ajudantes.
Figura 4 – Ajudante lançando tijolo para o 2° Pavimento da obra.
Fonte: Próprio Autor.
Como pode ser observado na Figura 4, o servente está lançando tijolos para outro servente em um nível diferente. Nesta atividade além do risco de propiciar um acidente caso o tijolo acerte alguém, o próprio servente pode ser lesionado, uma vez que não está utilizando EPI’s como óculos de proteção, luvas e capacete.
· Choque Elétrico:
A corrente elétrica não possui cheiro, nem cor e não emite som. O contato do ser humano com a eletricidade dependendo da intensidade e das circunstâncias, pode ser fatal. Porém esse risco pode ser controlado caso as fontes de energia tenham condições mínimas de segurança, como: as partes de contato e emendas tenham isolamento; não esteja exposto em locais de umidade elevada; os cabos estejam protegidos dentro de eletrodutos ou no caso de extensões, que os cabos utilizados sejam de dupla proteção.
Nos canteiros de obras devido as constantes alterações no ambiente, como exemplo o levante de paredes, os pedreiros e/ou bombeiros acabam recorrendo ao improviso, fazendo extensões com várias emendas, ligando os equipamentos diretamente nos contatos dos fios, isolando emendas e tomadas com sacolas, utilizando cabos com bitolas pequenas para equipamentos de alta potência. Esses fatores contribuem diretamente na promoção de acidentes.
Figura 5– Extensão improvisada pelo Pedreiro.
Fonte: Próprio Autor.
Foi identificado no ambiente de trabalho, a utilização de uma extensão improvisada com cabos energizados, que além de soltos, não havia nenhuma proteção, caracterizando está situação como um possível risco aos trabalhadores, conforme mostra a Figura 5.
· Dermatoses ou Alergias:
As dermatoses são aquelas escamações, bolhas, inflamações e alergias que são ocasionadas na pele. Durante a rotina de trabalho, os pedreiros e ajudantes estão submetidos a terem contato com várias matérias primas, como o cimento, a cal hidratada, areia e outros. Esses materiais possuem em sua composição elementos químicos que quando submetidos ao contato com a pele, pode acarretar em lesões ou alergias. Dentre os materiais mencionados, o cimento e a cal virgem são os mais nocivos. As regiões do corpo mais vulneráveis são os pés e as mãos. Em função disso, a utilização dos EPI’s é de extrema importância, pois é por meio da utilização de luvas e botas, que o trabalhador evitará o contato da pele com esses elementos químicos.
Mesmo utilizando EPI’s como botas e luvas, pode ocorrer o contato com cimento e/ou a cal virgem durante o trabalho, diante disto, é bom que o trabalhador utilize creme
hidratante nas mãos e nos pés, assim poderá evitar de maneira mais eficiente que ocorra as dermatoses ou alergias.
Figura 6 – Pedreiro fazendo levante sem luva.
Fonte: Próprio Autor.
Os trabalhadores estavam preparando masseira e realizando rebocos sem luvas, tendo então contato direto das mãos com cimento, caracterizando como um risco aos pedreiros e ajudantes conforme Figura 6.
· Proteção no uso das Máquinas:
E de extrema importância o uso de EPI’s como luvas, botas, capacete, protetor auricular durante a operação de máquinas e equipamentos. A pesquisadora identificou que os trabalhadores ao operarem a betoneira não utilizavam nenhum EPI conforme demonstrado Figura 7, onde tal atividade proporcionava vários riscos aos mesmos, como ruídos, dermatoses e outros.
· Ruídos em excesso:
Os ruídos em uma construção civil são emitidos pela utilização de ferramentas e máquinas. Como exemplo, a atividade de quebra de parede utilizando marreta e talhadeira ou martele, o uso de betoneira, da serra-mármore e da furadeira, emite elevados níveis de ruído.
A intensidade dos ruídos somado à longa duração pode ser nocivo à saúde, podendo acarretando na perda da audição ao longo do tempo.
Como prevenção a este risco, os trabalhadores devem utilizar EPI’s, que nesse caso trata-se dos protetores auriculares, que pode ser o convencional estilo plug ou o modelo com abafador.
Figura 7 – Ajudante operando Betoneira sem EPI.
Fonte: Próprio Autor.
Durante o acompanhamento da rotina de serviço dos pedreiros e ajudantes, notou- se a presença de ruídos com elevada intensidade, gerados pelo funcionamento da betoneira conforme evidenciado na Figura 7. Além da betoneira, outras atividades, como quebra de paredes, ao qual os ruídos emitidos pelos impactos de marretas também emitem ruídos de intensidade considerável. Os trabalhadores não faziam uso do protetor auricular, colocando em risco a sua saúde, uma vez exposto a ruídos intensos durante várias horas da jornada de trabalho.
· Exposição a Corpos Estranhos:
Em toda obra ocorre a aglomeração de resto de materiais, como: madeiras, tubos, lonas, ferragens, tijolos, telhas e outros. O montante desses entulhos, propicia o habitat ideal para animais como: cobra, rato, escorpião, aranha, barata, formiga, mosquitos e outros. Esses animais representam riscos a saúde dos trabalhadores, uma vez que podem ocasionar doenças ou ferimentos por picada.
Em função disto, é de extrema importância a contratação de caçambas para coleta de entulho, que evita esses aglomerados de resto de materiais pela obra, eliminando a criação de locais de morada para animais indesejados.
Figura 8 – Aglomerado de materiais pela obra.
Fonte: Próprio Autor.
Foi observado que o local onde armazenava materiais poderia um local ideal para que animais como cobra, escorpião, ratos, baratas e formigas se alocassem, propiciando risco aos trabalhadores conforme Figura 8.
Na quarta atividade, diante da análise dos riscos levantados, para que os pedreiros e ajudantes pudessem trabalhar de maneira segura, a pesquisadora identificou que para tais riscos, os trabalhadores precisariam dos EPI’s listados abaixo:
· Botas.
· Capacetes.
· Óculos de proteção.
· Protetor auricular.
· Luvas.
· Cinto trava quedas.
Na quinta atividade, os trabalhadores e o dono da obra foram convidados para participar da realização de um questionário. Caso aceitassem, eles seriam submetidos a 05 perguntas objetivas, tendo como opção de resposta apenas SIM ou NÃO. As perguntas foram mencionadas previamente para que todos avaliassem e decidissem quanto a suas respectivas participações, ao quais todos concordaram em participar. As perguntas realizadas e as respostas obtidas estão descritas na Tabela 01.
Tabela 01 – Perguntas e respostas do questionário
	
PERGUNTAS
	RESPOSTAS
	
	SIM
	NÃO
	1. Você sabe o que é um EPI?
	03
	02
	2. Você conhece a importância de um EPI?
	02
	03
	3. Você conhece a NR-06?
	00
	05
	4. O seu ambiente de trabalho é seguro?
	01
	04
	5. Você já se acidentou no trabalho?
	04
	01
Fonte: Próprio Autor.
Analisando a primeira pergunta da Tabela 01 em relação aos resultados, temos que dos 05 entrevistados, pelo ao menos 03 sabiam o que é um EPI. Essa informação mostra que o grau de informação no quesito de segurança não é o ideal, uma vez que todos os trabalhadores do ramo da construção civil deveriam conhecer o termo EPI, que se refere aos equipamentos de proteção individual.
Na segunda pergunta percebe-se que apenas 02 pessoas conhecem a importância do EPI. Uma vez que não se sabe da importância de um EPI, que é trazer segurança para o trabalhador em um ambiente com possíveis riscos, acaba ocorrendo o não uso do EPI.
Na terceira pergunta todos responderam não conhecer a NR-06. A Norma Regulamentadora (NR) – 06, trata-se da norma que fala sobre o uso dos EPI’s e obrigações, por exemplo: e obrigatório o uso de EPI por partes dos trabalhadores nos ambientes que fornecerem riscos a saúde humana, assim como também e obrigatório o empregador fornecer os EPI’s aos trabalhadores, além de orientar sobre o uso correto e fiscalizar a utilização do mesmo.
Na quarta pergunta apenas 01 respondeu que o ambiente de trabalho é seguro. Isso mostra que existe a percepção da maioria dos entrevistados com relação aos riscos no ambiente de trabalho, mesmo que de maneira não aprofundada.
Na quinta pergunta 04 pessoas responderam que já se acidentaram no trabalho. Era esperado que a maioria já estivesse sido acidentada em um ambiente de trabalho, uma vez que não utilizam EPI’s ou até mesmo em alguns casos, não saber do que se trata.
Na segunda visita da pesquisadora foi realizada uma apresentação, explicando o que é um EPI. Foi então falado que EPI é um equipamento de proteção individual, que por meio deste equipamento o trabalhador irá assegurar a sua saúde dos riscos existente dentre uma obra de construção civil. Diante disso tem se a sua importância, pois é através desse equipamento que o empregado irá trabalhar sem correr risco de se acidentar. 
A respeito da NR-06, foi mencionado que é uma norma regulamentadora que rege sobre os EPI’s, ao qual fala sobre o uso obrigatório por parte dos empregados em ambientes de risco á saúde e obrigação do empregador em fornecer os EPI’s e fiscalizar o uso. Foi mostrado todos os potenciais riscos identificados na obra, sendo eles: queda de nível, ergonômico, movimento de objetos e materiais, choque elétrico, dermatose ou alergia, proteção no uso de máquinas, excesso de ruídos e exposição a corpos estranhos. Foi relatado que para evitar os acidentes, os trabalhadores além de estar utilizando os EPI’s, devem observar se as condições dos equipamentos são boas, se o uso está correto e sempre proceder em qualquer atividade de maneira segura e com cautela, visando sempre a segurança.
4. CONSIDERAÇÕESFINAIS
São vários acidentes acometidos no setor da construção civil em função da falta de instrução dos trabalhadores e fiscalização das entidades governamentais. Os empregados e empregadores muita das vezes ignoram ou até mesmo não tem noção da quantidade de riscos que podem conter em uma obra. Principalmente os empregadores, que na expectativa de reduzir custos, acabam não fornecendo os EPI’s aos trabalhadores. Os custos com compra de EPI são muito baixo em relação ao lucro obtidos, além do fato que o uso de EPI, proporciona benefícios tanto ao trabalhador que não sofre riscos de acidentes e ao empregador, que não corre o risco de ter um funcionário acidentado.
Os EPI’s são itens de extrema importância nesse cenário, pois é por meio da sua utilização, que os trabalhadores podem atuar com segurança em ambientes de trabalho com possíveis riscos. O seu uso além de obrigatório, deve ser incentivado e fiscalizado pelo empregador, pois só assim seu uso será efetivo. Muitos dos trabalhadores não o utilizam por não entender sua relevância ou sentir que o uso dos EPI’s, atrapalhem ou incomodem durante as atividades da rotina de trabalho. Outro ponto importante é que o empregador deve ser conscientizar não apenas das suas obrigações, como fornecer os EPI’s e fiscalizar o uso, mas também fornecer treinamentos que visam instruir esses trabalhadores, da importância de trabalhar atrelado com a segurança em primeiro lugar.
A análise detalhada da não utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em um ambiente de construção civil revelou uma série de aspectos multifacetados que contribuem para esse fenômeno preocupante. Através da coleta de dados, entrevistas e observações diretas, foi possível identificar fatores cruciais que influenciam as atitudes e comportamentos dos trabalhadores em relação à utilização desses equipamentos essenciais para a segurança no trabalho.
Os resultados apontam para uma interseção complexa de elementos, indo desde barreiras práticas, como a acessibilidade e conforto dos EPIs, até questões mais abrangentes, como cultura organizacional e percepções individuais sobre riscos e prioridades. A falta de adesão aos procedimentos de segurança não é apenas uma questão de conhecimento sobre a importância dos EPIs, mas também está enraizada em percepções subjetivas, falta de fiscalização efetiva e até mesmo na influência do ambiente de trabalho e das relações interpessoais.
É crucial reconhecer que abordar a não utilização de EPIs requer uma abordagem holística que vai além da simples disponibilidade de equipamentos. Intervenções eficazes devem considerar a conscientização e educação contínuas, promover uma cultura de segurança positiva, proporcionar EPIs ergonomicamente viáveis e confortáveis, além de implementar medidas de fiscalização e incentivo.
Este estudo destaca a necessidade premente de ações coordenadas entre todas as partes interessadas: empregadores, gestores, profissionais de segurança do trabalho e trabalhadores. A implementação de estratégias integradas, incluindo treinamentos regulares, supervisão ativa, feedback construtivo e aprimoramento das condições de trabalho, pode desempenhar um papel fundamental na promoção do uso adequado de EPIs e, consequentemente, na redução significativa de acidentes e danos à saúde dos trabalhadores.
Portanto, diante dos desafios identificados, é imperativo um compromisso coletivo em direção a práticas mais seguras e responsáveis, visando não somente o cumprimento de normas, mas também a preservação do bem-estar e da integridade de todos os envolvidos no ambiente da construção civil.
Esta conclusão busca resumir os achados da pesquisa, enfatizando a complexidade subjacente à não utilização de EPIs na construção civil e destacando a importância de abordagens abrangentes para enfrentar esse problema.
5. REFERÊNCIAS
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AMARAL, A. G. do. Segurança no trabalho: EPI’S na construção civil. Rev. Ciênc. Empres. UNIPAR, Umuarama, v. 14, n. 2, p. 231-257, jul.-dez., 2013.
ARAUJO, G. M. Elementos do Sistema de Gestão de Segurança, Meio Ambiente e Saúde Ocupacional – SMS. 1 ed. v. 1. Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Editora, 2004.
AYRES, Denis de Oliveira e CORRÊA, José Aldo Peixoto. Manual de Prevenção de Acidentes de Trabalho. São Paulo: Aspectos Técnicos e Legais, 2001. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR- 4 – SESMT. Manuais de Legislação Atlas. 71ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2013d. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR- 6 – SESMT. Manuais de Legislação Atlas. 71ª. Edição. São Paulo: Atlas, 2013d.
CARDELLA, Benedito. Segurança no trabalho e prevenção de acidentes – uma abordagem holística: segurança integrada à missão organizacional com produtividade, qualidade, preservação ambiental e desenvolvimento de pessoas. São Paulo: Atlas, 2005. 
CISZ, Cleiton Rodrigo. Conscientização do uso de EPIs, quanto à segurança pessoal e coletiva. Monografia do Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. Universidade Tecnológica Federal do Paraná-UTFP, Curitiba, 2015. 
COLTRE, J. C. Segurança e saúde no trabalho: a prevenção de acidentes na construção civil. 2011. 65 p. Trabalho de Conclusão Curso do curso de Tecnologia em Materiais de Construção. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2011.
CORTÊS, Diego Alves; CÔRTÊS, Thiago Alves; CRUZ, Guilherme Pereira e BORGES, Leonardo Vinícius. A importância do EPI na construção civil. Humanidades & Tecnologia em Revista (Finom) - ISSN: 1809-1628, ANO XIII, vol. 18, Jan-Dez, 2019.
FILGUEIRAS, V. A. et al. Saúde e segurança do trabalho na construção civil brasileira. Aracaju: J. Andrade, 2015.
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