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Raísla Luana-T1MedFAP Raísla Luana-T1MedFAP INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA MEDICINA LEGAL 1. Medicina legal é a aplicação de conhecimentos médico-biológicos na elaboração e execução das leis que eles carecem. Flamínio Flavero 2. A arte de fazer relatórios em juízo. Abroise Paré 3. Disciplina que usa a totalidade das ciências médicas para dar resposta às questões judiciais. 4. Medicina legal é o conjunto de conhecimentos médicos e paramédicos destinados a servir ao direito, cooperando na elaboração, auxiliando a interpretação e colaborando na execução dos dispositivos legais atininentes ao seu campo de ação de medicina aplicada. Hélio Gomes 5. Define-se como perícia médico-legal como um conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de um fato de interesse da justiça Genival Veloso de França → Os primeiros indícios da íntima relação entre a Medicina e o Direito remontam da Antiguidade. →Nestes tempos, os sacerdotes, que governavam à base da força e da evocação divina, eram concomitantemente legisladores, juízes e médicos. →N o entanto, necropsia e vivisseção eram proibidas, vez que os cadáveres eram considerados sagrados. →No Egito, cadáveres eram embalsamados e, nos casos de crimes sexuais, o suspeito era condenado se, atado ao leito numa sala do templo, apresentava ereção diante da visão de virgens dançando nuas ou trajando vestes transparentes. →As leis de Menés preceituavam o exame para verificação de gravidez, pois supliciar mulheres grávidas era vedado pela norma. Código de Hammurabi-XVIII a.C “... se um médico tratou um ferimento grave de um escravo de um homem pobre, com uma lanceta de bronze, e causou a morte daquele, deverá pagar escravo por escravo.’” → O Código de Hamurabi, a mais antiga legislação penal de que se tem notícia, trazia e m seu bojo normas que evidenciavam a relação entre Direito e Medicina. →No entanto, não estipulava que o Juiz deveria ouvir o médico ao prolatar suas decisões. China-1.240 a.C Hsi Yuan Lu: instruía sobre o exame post mortem. Um dos primeiros registros sobre obra de Medicina Legal. → O Hsi Yuan Lu, tratado chinês elaborado aproximadamente e m 1240 a.C, prescrevia instruções acerca do exame post mortem, listava antídotos para venenos e apresentava informações sobre respiração artificial. Antiga Pérsia Leis que classificavam lesões corporais por ordem de gravidade. LEX REGIA-Roma Histerectomia nos cadáveres das gestantes. → De acordo com o que prescreve a crença, Num a Pompílio ordenou em Roma o exame médico na morte das grávidas a Lex Regia determinava a histerectomia nos cadáveres das gestantes. →Há quem acredite que o termo "cesariana" proveio do nascimento de César, resultado de um a histerectomia. Entretanto, estudiosos afirmam que o termo descende de coedo, que significa "cortar". Primeira citação de exame médico em homicídio- 44 a.C. →Morte de Júlio César: o médico e amigo de Júlio César, Anístio, realizou o exame no corpo constatando a presença de 23 golpes, onde apenas um era mortal. →Capitulares de Carlos Magno-72 a 814: Anatomia sobre os ferimentos; Reparação às vítimas; Julgamentos devem se apoiar no parecer dos médicos. Os textos escritos em azul significam que os assunto não foram colocados pelo professor , por isso apenas complementam o entendimento do conteúdo. Raísla Luana-T1MedFAP → Na Idade Média, se deve a Justiniano o reconhecimento dos médicos como testemunhas especiais e m juízo, não sendo os juízes, entretanto, obrigados a ouvi-los. →Já as Capitulares de Carlos Magno prescreviam que os julgamentos deveriam ser pautados em pareceres médicos, devendo os julgadores tomarem depoimentos dos médicos nos casos de lesão corporal, infanticídio, tortura, estupro, impotência, etc. →Período Canônico-1.200 a 1.600: Código criminal Carolino- Impõe a obrigatoriedade da perícia médica antes da decisão dos juízes no caso de ferimentos, assassinatos, prenhez e aborto. →No período denominado Canônico, a Medicina Legal sofreu forte influência do cristianismo, sendo restabelecido o concurso das perícias médicas pelo Papa Inocêncio III, no ano de 1209. As Decretais dos Pontífices dos Concílios (Peritorum indício medicorum) tratam exaustivamente da sexologia, pois é nela que se fundamenta a moralidade. O médico passa a ter fé pública nos assuntos concernentes à sua profissão e as perícias passam a ser obrigatórias. →Primeiro Livro de Medicina Legal em 1.575|Ambroise Paré. Des rapports et des mayens d’embaumer les corps marts. Relatos e formas de embalsamar cadáveres No Brasil →Veio do estrangeiro (com grande influência Francesa). →Passou por período transicional. →Foi Nacionalizado: com os principais nomes sendo Nina Rodrigues e Oscar Freire. Raimundo Nina Rodrigues Cria a cadeira de medicina Legal na Faculdade de Medicina na Bahia em 1895. Oscar Freire de Carvalho Fundou o Instituto médico Legal Nina Rodrigues-IMLNR em 1.912. Fundou a Sociedade de Medicina Legal e Criminologia de São Paulo. Medicina Legal Especial Antropologia forense: Identidade e identificação médico-legal e judiciária. Traumatologia forense: estudo das lesões e suas causas. Sexologia forense: sexualidade do ponto de vista normal, anormal e criminoso. Tanatologia Forense: cuida da morte e dos fenômenos a ela relacionados. Toxicologia forense: estudo os cáusticos (substâncias corrosivas) e venenos. Asfixiologia forense: detalha os aspectos da asfixia. Psicologia forense: analisa o psiquismo normal e as causas que podem deformar a capacidade de entendimento da testemunha, da confissão, do delinquente e da vítima. Psiquiatria forense: estuda os transtornos mentais e problemas da capacidade civil, do ponto de vista médico-forense. Criminalística: investiga tecnicamente os índices materiais do crime. Estrangeiro • Período colonial até 1877. • 1818-Agostinho José de SOUZA LIMA-Iniciador do ensino prático da ML no Brasil. • 1832-Código de Processo Penal-cria a perícia profissional|regras p/exames de corpo de delíto. Transição • 1877 a 1895 • 1977-Souza Lima assume a cadeira de medicina legal da faculdade de medicina (Rio de Janeiro). • Ensino da Medicina Legal no Brasil assume caráter prático. Nacionalização • 1895-Raimundo Nina Rodrigues- cria a cadeira de Medicina Legal na Faculdade de Medicna da Bahia. • 1922-Oscar Freire vai da Bahia a São Paulo: criação do Instituto Oscar Freire na Faculdade de Medicina da USP. Raísla Luana-T1MedFAP Criminologia: estuda os aspectos da criminogênese do criminoso, da vítima e do ambiente. Infortunística: estuda os acidentes e doenças de trabalho. Código de Processo Penal Decreto-Lei n° 3.689/1941 Art.158- Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Art.159-O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizadas por perito oficial, portador de diploma de curso superior. §1°-Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2( duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, de as que tiveram habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. Art.160-Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinem, e responderão aos quesitos formulados. Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo esse prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. Art.161-O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora. Art.162-A autópsia será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem quepossa ser feita antes de qualquer prazo, o que declararão no auto. Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a verificação de alguma circunstância relevante. -O perito eventual (Nomeado) prestará compromisso e seu exame ficará restrito a um exame externo do cadáver, com descrição, no laudo necroscópico, das lesões externas, se existirem. Art.278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua condução. Art.277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encargo, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível. Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, provada imediatamente: a) Deixar de acudir à intimação ou ao chmado da autoridade; b) Não comparecer no dia e local designado para o exame; c) Não de o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos estabelecidos. Código de Ética Médica Art.92-“É vedado ao médico: assinar laudos periciais, auditorias ou de verificação médico-legal quando não tenha realizado ou participado pessoalmente do exame” “O laudo pericial muitas vezes é o prefácio de uma sentença” Hélio Gomes Raísla Luana-T1MedFAP DOCUMENTOS MÉDICOS O que são documentos médico-legais? O conjunto das declarações, orais ou escritas, firmadas por médico, no exercício da profissão, para servir como prova, que podem ser utilizadas com finalidade jurídica ou administrativa. →Tipos de Documentos Médico-legais: Notificação; Atestado; Relatório (Auto e Laudo); Parecer; Depoimentos orais; Prontuário. Notificação Comunicações compulsórias às autoridades competentes sobre um fato médico, sobre alguma moléstia infectocontagiosas e doenças do trabalho. Acidentes de trabalho; Doenças profissionais e doenças do trabalho Moléstias infecto-contagiosas de notificação compulsória; Crimes de ação pública; Violência contra a mulher; Violência contra crianças e adolescentes; Morte encefálica comprovada em estabelecimento de saúde. Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória: Pena- detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. RESOLUÇÃO CFM nº 1.605/2000: Art. 2º - Nos casos do art. 269 do Código Penal, onde a comunicação de doença é compulsória, o dever do médico restringe-se exclusivamente a comunicar tal fato à autoridade competente, sendo proibida a remessa do prontuário médico do paciente. Atestado - É uma afirmação simples e por escrito de um fato médico e suas possíveis consequências. Art. 302 - Dar o médico, no exercício de sua profissão, atestado falso: PENA - detenção de 1 (um) mês a 1 (um) ano Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. →Atestado de saúde ocupacional: Criado pela nova redação NR 7 do Ministério do Trabalho. A ser emitido após os exames ocupacionais obrigatórios: o Admissional; o Periódico; o De Retorno ao Trabalho; o De Mudança; o De Função; o Demissional. - Tem a finalidade de resumir, de forma objetiva e singela, o que resultou do exame feito em um paciente, sua doença ou sua sanidade, e as consequências mais imediatas. - Desta forma, tem unicamente o propósito de sugerir um estado de sanidade ou de doença, anterior ou atual, para fins de licença, dispensa ou justificativa de faltas ao serviço, entre outros. Relatório É a descrição mais minuciosa de uma perícia médica a fim de responder à solicitação da autoridade policial ou judiciária frente ao inquérito (peritia percipiendi). Auto: Porém se o relatório é ditado diretamente ao escrivão, na presença de testemunhas . Laudo: relatório elaborado diretamente pelo perito. →Relatório (Laudo): Os textos escritos em azul significam que os assunto não foram colocados pelo professor , por isso apenas complementam o entendimento do conteúdo. Raísla Luana-T1MedFAP É uma descrição minuciosa afim de responder a solicitação de autoridade policial ou judiciária para resolução de uma lide. Preâmbulo : hora, local e data exata em que o exame é feito. Além do nome da autoridade que requereu e daquela que determinou a perícia (nomes, títulos e residências dos peritos) e a qualificação do examinado. Histórico: Consiste no registro dos fatos mais significativos que motivam o pedido da perícia ou que possam esclarecer e orientar a ação do legisperito. Isso não quer dizer que a palavra do declarante venha a torcer a mão do examinador. Descrição: parte mais importante. o Expor todas as particularidades que a lesão apresenta, não devendo ser referida apenas de forma nominal, como, por exemplo, ferida contusa, ferida de corte, queimadura, marca elétrica, entre outras. o Devem-se deixar para a última parte do documento: respostas aos quesitos, a referência ao meio ou o tipo de ação que provocou a ofensa. Discussão: serão analisadas as várias hipóteses, afastando-se o máximo das conjecturas pessoais, podendo-se inclusive citar autoridades recomendadas sobre o assunto. Conclusão: síntese diagnóstica redigida com clareza, disposta ordenadamente, deduzida pela descrição e pela discussão. Resposta aos quesitos: respondem os peritos de forma sintética e convincente, afirmando ou negando, não deixando escapar nenhum quesito sem resposta. Pareceres É a resposta de questão atinente a assunto médico forense, sobre o qual recaia dúvida. Em caso de dúvidas acerca de um relatório médico-legal se faz necessária a consulta a um ou mais especialista para que seja dirimida a dúvida. -A resposta à essa consulta denomina-se parecer médico-legal ou laudo extra pericial ou perícia extrajudicial. -Perícia deduscende, ou seja, ocorre posteriormente á análise dos vestígios por alguém que tenha conhecimento técnico. -Profissional é contratado pela parte concordando/descordando (mais comum) do laudo feito pelo perítoso oficial. -Não possui a descrição pois não analisa diretamente o corpo do cadáver. →É um documento particular. -Documento particular: opinião pessoal, unilateral do parecerista -Não exige compromisso legal -Não se pode enquadrar como falsa perícia →Pareceres: Preâmbulo Exposição de motivos Discussão Conclusão Resposta aos quesitos Depoimentos Orais - Informações prestadas em audiências de instrução e julgamento sobre fatos obscuros ou conflitantes. Prontuário - Todo o acervo documental. Raísla Luana-T1MedFAP RESPONDABILIDADE MÉDICA Tem-se definido Responsabilidade Médica como a obrigação, de ordem civil, penal ou administrativa, a que estão sujeitos os médicos, no exercício profissional, quando de um resultado lesivo ao paciente, por imprudência, imperícia ou negligência. Genival Velozo →Responsabilidade: Civil: Nesse âmbito a responsabilidade tende a ser voltada para o individual. Logo, os danos tendem a atingir uma pessoa ou grupo restrito. o Em ações cíveis, os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, devidamente inscritos no órgão de classe competente e segundo a especialidade na matéria, e “nas localidades onde não houver profissionais qualificados a indicação dos peritos será de livre escolha do Juiz”. artigo 378 do Código de Processo Civil: “Ninguém se exime do dever de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade.” →Tais termos servem para classificar a natureza de erros médicos (dano provocado no paciente pela ação ou inação do médico, no exercício da profissão,e sem a intenção de cometê-lo). "Não é imperito quem não sabe, mas aquele que não sabe aquilo que um médico, ordinariamente, deveria saber; não é negligente quem descura alguma norma técnica, mas quem descura aquela norma que todos os outros observam; não é imprudente quem usa experimentos terapêuticos perigosos, mas aquele que os utiliza sem necessidade..." o Imprudência: Age com imprudência o profissional que tem atitudes não justificadas, precipitadas ou sem cautela. →Resultante da irreflexão (análise de riscos). Ex.: Realização de alta prematura. o Negligência: culpa omissiva (omissão do dever do cuidado. o Imperícia: consiste na execução errada de um ato técnico de determinada profissão ou atividade. Ocorre quando o médico revela, em sua atitude, falta ou deficiência de conhecimentos técnicos da profissão. Penal: Toda vez que uma conduta do perito seja qualificada como dolosa poderá ser tipificada como crime → o perito tem deveres relacionados com as regras processuais penais de incompatibilidade, impedimentos e suspeição. o Exercício ilegal da profissão o Charlatanismo o Curandeirismo o Crime de falsidade de atestado médico o Omissão de notificação de doença Os textos escritos em azul significam que os assunto não foram colocados pelo professor , por isso apenas complementam o entendimento do conteúdo. Raísla Luana-T1MedFAP PROVA Elemento demonstrativo de um fato A finalidade da perícia é produzir uma prova, formar a convicção de quem julga. →Se há dúvida, a prova não foi feita. - O objeto de sua apreciação são todos os fatos, principais ou secundários, que demandam uma elucidação e uma avaliação judicial. Conjunto de vestígios deixados pelo fato criminoso Conjunto de elementos materiais resultantes da prática de um crime Sem ele, em crimes que deixam vestígios, o processo pode ser nulo. →Corpo de Delito direto: É constituído pelos vestígios deixados pelo fato criminoso. Elenco de lesões, alterações ou perturbações, e dos elementos causadores desse dano, em se tratando dos crimes contra a vida e a saúde do ser humano, desde que possa isso contribuir para provar a ação delituosa. Base residual do crime. Elementos percebidos pelos sentidos (visão, gustação, tato, audição e olfato) ou intuição humana. →realizado pelos peritos. Não representa apenas os elementos físicos, mas todos os elementos acessórios que estão conectados a determinado fato delituoso característico de infração penal. Obs.: NÃO CONFUNDIR corpo de delito com corpo da vítima (pois esse, é apenas um dos elementos do corpo de delito). →Corpo de delito indireto: É o registro dos vestígios (vestígios dos vestígios) Sem a presença de vítima Realizado na não existência de resíduos materiais, a prova é suprida pela informação testemunhal ou documental. Os textos escritos em azul significam que os assunto não foram colocados pelo professor , por isso apenas complementam o entendimento do conteúdo. Raísla Luana-T1MedFAP IDENTIDADE E IDENTIFICAÇÃO Processo pelo qual se determina a identidade de uma pessoa ou de uma coisa; ou um conjunto de diligências cuja finalidade é levantar uma identidade. Identificar uma pessoa é determinar uma individualidade e estabelecer caracteres ou conjunto de qualidades que a fazem diferente de todas as outras e igual apenas a si mesma Identificação é diferente de reconhecimento. Por exemplo, vídeos de câmeras e outros não podem ser usados para identificar uma pessoa. Já que estes podem ser modificados ou dependem da subjetividade humana. Ex.: Principalmente em décadas passadas, devido á segregação racial. Não era incomum a caracterização intuitiva de um suspeito como negro. Devido á associação da raça como algo negativo. -A identificação judiciária ou policial independe de conhecimentos médicos, e sua fundamentação reside, sobretudo, no uso de dados antropométricos e antropológicos para a identidade civil e caracterização dos criminosos, quer primários, quer reincidentes. -Esse processo é efetuado por peritos em identificação. -O bom método de identificação é o que apresenta as seguintes particularidades: a) Unicidade. Um conjunto de caracteres que torne o indivíduo diferente de todos os outros. b) Imutabilidade. Os elementos registrados devem permanecer sempre sem sofrer a ação de qualquer fator endógeno ou exógeno. c) Perenidade. Uma capacidade que alguns elementos têm de resistir ao tempo. d) Praticabilidade. Deve dispor de elementos de fácil obtenção e que não lhe dificultem a maneira de registrar. e) Classificabilidade. O processo deve ser executado de tal modo a ponto de permitir não só uma classificação adequada, como também facilidade para encontrar as respectivas fichas. →Existem assim, 3 ferramentas que podem ser utilizadas na identificação: DNA: método mais fidedigno, no entanto mais caro e carente no sentido de banco de dados. Arcada dentária: usado em caso de impossibilidade de uso das digitais. Digitais: método mais utilizado devido ao rico banco de dados, agilidade e baixo custo para realização. LESÕES CORPORAIS SOB O PONTO DE VISTA JURÍDICO Lesões corporais estudadas no tocante à avaliação quantitativa e qualitativa do dano, tem o significado médico-jurídico de caracterizar, no dolo ou na culpa, um ato ilícito contra a integridade física ou a saúde da pessoa, como proteção da ordem pública e social. Toda alteração do equilíbrio biopsicossocial LESÃO CORPORAL Art. 129 – Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE § 1º – Se resulta: I- Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; II - Perigo de vida; III- Debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV – Aceleração de parto: Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVÍSSIMAS § 2º – Se resulta: I – Incapacidade permanente para o trabalho; II – enfermidade incurável; Os textos escritos em azul significam que os assunto não foram colocados pelo professor , por isso apenas complementam o entendimento do conteúdo. Raísla Luana-T1MedFAP III – perda ou inutilização de membro, sentido ou função; IV – Deformidade permanente; V – Aborto: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos. LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE § 3º – Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. DIMINUIÇÃO DE PENA § 4º – Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. SUBSTITUIÇÃO DA PENA § 5º – O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa: I – Se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; II – Se as lesões são recíprocas. LESÃO CORPORAL CULPOSA § 6º – Se a lesão é culposa: Pena – detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. AUMENTO DA PENA § 7º - Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se ocorrer qualquer das hipóteses dos §§ 4º e 6º do art. 121 deste Código. § 8º – Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA § 9º - Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. § 10º – Nos casos previstos nos §§ 1º a 3º deste artigo, se as circunstânciassão as indicadas no § 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço). § 11º – Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será́ aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência. § 13º - Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). O que se procura reparar são os bens pessoais patrimonial e extrapatrimonial através de um montante indenizatório, levando em conta a quantificação das perdas econômicas e não econômicas decorrentes de um prejuízo à integridade física, funcional ou psíquica sofrido pela vítima, capaz de comprometer sua situação de vida, dificuldade de ganho e mal-estar da vítima. →Componentes do dano: Dano emergente: prejuízos causados à vítima no momento da ação, ou seja, o que a pessoa ou instituição de fato perdeu. Em geral, é o prejuízo visível, como por exemplo em um acidente. Lucro cessante transitório: diretamente ligado ao prejuízo que envolve o valor que a vítima deixou de ganhar naquele período por conta do dano. Ou seja, a perda de receitas. Por exemplo: um transportador autônomo sofre um acidente com seu caminhão e, apesar de não ter nenhuma lesão corporal, fica impedido de utilizar o veículo por alguns dias. O dinheiro que ele receberia nesse período de trabalho é a indenização por lucros cessantes. Lucre cessante permanente: quando o indivíduo não pode mais ganhar determinado valor por conta do dano permanentemente. Dano extrapatrimonial: novidade trazida pela reforma trabalhista e trata sobre lesões não palpáveis, ou seja, lesões imateriais. Antes da reforma era mais comum falar-se na figura do dano moral. São danos cometidos contra a subjetividade psicológica ou emocional de um indivíduo. Raísla Luana-T1MedFAP ATO ILÍCITO Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (artigos 186 e 187), causar dano a outrem, é obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO Art. 944 – A indenização mede-se pela extensão do dano. TRAUMATOLOGIA FORENSE Quando uma forma de energia entra em contato com um corpo, nos locais em que o corpo recebe esta transferência de energia, são produzidas alterações das estruturas superficiais (pele) ou profundas (músculos, ossos, órgãos) ou, ainda, modificações das atividades ou funções. -Lesão: alterações morfológicas ou funcionais do corpo no local em que ocorre uma transferência de energia. -O estudo dessas alterações forma provas técnicas que auxiliam na elucidação dos casos de homicídios, suicídios, acidentes e mortes naturais. →Tipos de energia: Ordem mecânica: o Desde as armas propriamente ditas (punhais, revólveres, soqueiras), armas eventuais (faca, navalha, foice, facão, machado), armas naturais (punhos, pés, dentes), até os mais diversos meios imagináveis (máquinas, animais, veículos, quedas, explosões, precipitações). o As lesões produzidas por ação mecânica no ser humano podem ter suas repercussões externa ou internamente. o Podem ter como resultado o impacto de um objeto em movimento contra o corpo humano parado (meio ativo), ou o instrumento encontrar-se imóvel e o corpo humano em movimento (meio passivo), ou, finalmente, os dois se acharem em movimento, indo um contra o outro (ação mista). Ordem física: barométrica, térmica, elétrica e radiante. Ordem química.: cáusticos e venenos. Ordem físico-química: asfixias. →Meios mecânicos geradores de dano: Arma propriamente ditas (ex.: revolver). Armas naturais: objeto normalmente utilizado para outro fim (ex.: faca). Armas eventuais: “objeto” biológico utilizado para outro fim (ex.: dente, unha). Diversos outros meios → De conformidade com as características que imprimem às lesões, os meios mecânicos classificam- se em: INSTRUMENTOS LESÕES GERADAS Perfurantes Punctiformes Cortantes Cortantes ou incisas Contundentes Contusas Pérfuro-cortantes Pérfuro-cortantes Pérfuro-contundentes Pérfuro-contusas Corto-contundentes Corto-contusas Perfurante Abertura de entrada estreita Exteriorização em forma de ponto Atuam por percussão ou pressão. Pouca ou nenhuma rotura das linhas do tecido Afastam sem seccionar Geralmente pouco sangramento Pouca nocividade na superfície e, às vezes, certa gravidade na profundidade. Menor diâmetro que o instrumento causador. Raísla Luana-T1MedFAP Ex. de instrumentos.: estilete, o garfo, a agulha, o florete e o furador de gelo. →Quando o instrumento perfurante é de médio calibre , a forma das lesões assume aspecto diferente, obedecendo às leis de Filhos (Edouard Filhos) e Langer (Karl Ritter von Langer): →1ª Lei de Filhos: As soluções de continuidade dessas feridas assemelham-se às produzidas por instrumentos de dois gumes ou tomam aparência de “casa de botão” = Lei da Semelhança →2ª Lei de Filhos: Quando as feridas se mostram em uma mesma região onde as linhas de força tenham um só sentido, seu maior eixo tem sempre a mesma direção = Lei do paralelismo. -Somente no vivo esses ferimentos tomam tais direções, em virtude da elasticidade e da retratilidade dos tecidos. -As lesões produzidas nos órgãos profundos assumem forma de acordo com sua estrutura fibrosa, cartilaginosa, óssea etc. →Linhas de força ou linhas de Langer: Perpendiculares à direção da contração muscular Constantes Paralelas às linhas de flexão Alinham-se às fibras de colágeno →Lei de Langer: Na confluência de regiões de linhas de força diferentes, a extremidade da lesão toma o aspecto de ponta de seta, de triângulo ou mesmo de quadrilátero. Raísla Luana-T1MedFAP TRAJETO - Em seu trajeto, os instrumentos perfurantes podem produzir ferimentos que terminam em fundo de saco, em uma cavidade, ou podem transfixar um segmento, redundando assim em dois orifícios: um de entrada e outro de saída, além de um trajeto. Cortantes Determina o movimento da lesão. Agem através da ação de um gume mais ou menos afiado. Mecanismo de deslizamento sobre os tecidos Afastam promovendo secção das fibras Extremidades mais superficiais e parte mediana mais profunda Hemorragia geralmente mais intensa do que as perfurantes Comprimento predomina sobre a profundidade Presença de cauda de escoriação voltada para o lado onde terminou a ação do instrumento. Regularidade das bordas depende da afiação da lâmina. Corresponde ao movimento de retirada do objeto. →Ferida cortante: têm suas extremidades mais superficiais e a parte mediana mais profunda, nem sempre se apresentando de forma regular →Ferida incisa: resultada de incisão cortante observada em cirurgia. A ferida da incisão cirúrgica começa e termina a pique, em uma mesma profundidade que se estende de um extremo ao outro. Tem bordas bem regulares e excepcionalmente apresenta cauda de escoriação. Não há vestígios de ação traumática Ação rápida e deslizante Geralmente com hemorragia vultuosa →Cauda de escoriação: também conhecidas como feridas fusiformes. No final do ferimento onde o instrumento é afastado do corpo. Forma linear.Túnel estreito representado no cadáver por uma linha escura Desvios - Órgãos dotados de movimento Término em fundo de saco ou transfixante Dependerá do tamanho instrumento e da pressão utilizada “Caminho” que o objeto percorre, influenciando na forma da lesão. Túnel estreito representado no cadáver por uma linha escura Desvios - Órgãos dotados de movimento Término em fundo de saco (entra mas não sai) ou transfixante Comprimento do instrumento ≠ Profundidade da penetração Pode não penetrar por toda a extensão da lesão Posição da vítima pode variar Lesão em acordeão de Lacassagne: profundidade de penetração ser maior que o próprio comprimento da arma quando esta, por exemplo, atinge uma região onde haja depressibilidade dos tecidos superficiais, como no ventre. Cauda de escoriação Raísla Luana-T1MedFAP Apenas na epiderme Importância no diagnóstico da direção do ferimento Posição do agressor Forma do crime o Homicídio o Suicídio →Sinal de Chavigny: Quando uma segunda ferida incide sobre um tecido já seccionado formando um degrau Ademais, a lesão primária apresentará as bordas alinhadas, enquanto a secundária apresentará desalinho, pois foi gerada quando as bordas da primeira ferida já estavam afastadas. Lesões Incisas →Esquartejamento: “Ato de dividir o corpo em partes (quartos), por amputação ou desarticulação, quase sempre como modalidade de o autor livrar-se criminosamente do cadáver ou impedir sua identificação” →Castração: “Lesão produzida por ação cortante e tem na maioria das vezes por finalidade a motivação pelo instinto de vingança” →Decaptação: “Separação do corpo da cabeça” Geralmente acidental ou homicida -Pode vir de ação não cortante -Costuma ser majoritariamente realizada no post mortem. →Esgorjamento: “Longa ferida transversal do pescoço, de significativa profundidade, lesando além dos planos cutâneos, vasculonervosos e musculares, órgãos mais internos como esôfago, laringe e traqueia” →Degolamento: Raísla Luana-T1MedFAP “Longa incisa na parte posterior do pescoço” Nuca; região cervical Contundentes Lesões abertas cuja ação contundente foi capaz de vencer a resistência e a elasticidade dos planos moles. -Produzidas por: Compressão Pressão Percussão Arrastamento Explosão Tração →Forma da ferida variável de acordo com a forma do instrumento, região atingida, violência da contusão Irregularidade das bordas Escoriações ao redor nas boradas Equimoses nas bordas Fundo da ferida irregular Vertentes irregulares Pode haver pontos de tecidos íntegros Pode haver fragmentos de pele Retração das bordas Menos sangrentas do que as cortantes -> Retração dos vasos Fundo das lesões pode ter exposição -> Vasos, nervos ou tendões Geralmente acidental ou homicida →Escoriações: a ação tangencial dos meios contundentes. Pode ser encontrada isolada ou associada a outras modalidades de lesões contusas mais graves Apenas a derme sofre a ação violenta → se a derme for atingida é escoriação e não ferida. Pode ser típica ou não, dependo respectivamente se atinge as papilas dérmicas ou não (se atingir a crosta não é serosa e sim sero-hemática ou hemática) Se a escoriação é feita post mortem não há crosta →Hematomas: O maior extravasamento de sangue de um vaso bastante calibroso (e não capilares!!) e a sua não difusão nas malhas dos tecidos moles dão, em consequência, um hematoma. →Equimoses: Lesões que se traduzem por infiltração hemorrágica nas malhas dos tecidos. Condição: presença de um plano mais resistente abaixo da região traumatizada Ocorre extravasamento sanguíneo! Geralmente superficiais (ruptura de capilares cutâneos) Profundas → nas massas musculares, vísceras e periósteo (lesão de vasos mais calibrosos) Raísla Luana-T1MedFAP Nem sempre surgem de imediato Podem ter origem espontânea (mulheres) Nem sempre surgem nos locais do traumatismo: contusão cranioencefálica Ocorrem no indivíduo vivo. Equimose de Sucção Provocada pelo beijo Tem a forma dos lábios Aspecto de violetas róseo-equimótica Atos libidinosos Espectro Equimótico de Legrand du Saulle →Exceção: equimoses da conjuntiva ocular – não sofrem a sucessão de tonalidades -Vermelhas até sua total reabsorção -Necessário: traumatismo, ruptura capilar, extravasamento sanguíneo, circulação ativa, infiltração progressiva. No morto →máximo que se pode ter é a tonalidade mantida da equimose produzida quando em vida, até surgirem os fenômenos putrefativos que modificam suas propriedades. NÃO HÁ PRODUÇÃO DE EQUIMOSE POST MORTEM! →Bossa sanguínea: É o HEMATOMA que se apresenta sempre sobre um plano ósseo e pela sua saliência bem pronunciada na superfície cutânea. Famoso “galo” →Fraturas: Diretas (no local do impacto) e Indiretas (afastado da zona de impacto). Ex.: por exemplo, fratura da clavícula após queda sobre a mão - fratura indireta Se algum osso da mão tivesse sofrido fratura- fratura indireta. Simples (<2 fragmentos ósseos) e Cominutivas (têm > 2 fragmentos ósseos). Aberta (quando a pele se rompe e o osso fica exposto) e fechada (Quando a pele sobre a fratura se encontra íntegra). Completa (osso quebrado está completamente separado em duas ou mais partes)e incompleta (osso está rachado ou quebrado, mas ainda mantém alguma continuidade). Fratura em galho verde Nas crianças, pelo fato de terem o esqueleto mais cartilaginoso, pode haver apenas a Raísla Luana-T1MedFAP deformação do osso sem fratura ou esta apresentar- se de forma incompleta. →Embolia Gordurosa: →Entorses: Lesões articulares provocadas por movimentos exagerados dos ossos que compõem uma articulação, incidindo apenas sobre os ligamentos. Ligamentos = feixes fibrosos que unem os ossos →Luxações: Deslocamento de dois ossos cujas superfícies de articulação deixam de manter suas relações de contato que lhes são comuns. Articulação = conjunto de partes moles e duras que estabelece a união entre dois ou mais ossos próximos →Rotura de vísceras internas: -Os ferimentos externos nem sempre são proporcionais ao caráter grave dos resultados internos -Circunstâncias: força do traumatismo, região atingida, condições fisiológicas e patológicas. Prognóstico: geralmente grave→grandes hemorragias -Ação traumática: compressão, pressão, percussão, tração, explosão. -Vísceras mais lesionadas: fígado, baço, rins, pulmões, intestinos, pâncreas, suprarrenais. →Lesões por queda de altura Perfurocortantes Instrumento de ponta e gume (parte que corta). Mecanismo misto: Penetram e cortam Agem por pressão e secção →Tipos: Só um gume. o Ferimentos em forma de botoeira com uma fenda regular, e quase sempre linear, com um ângulo agudo e outro arredondado o Largura maior que a espessura da lâmina Dois gumes: Ferida de bordos iguais e ângulos agudos. Três gumes. Perfurocontundentes Mecanismo que perfura e contunde Mais perfurante Raísla Luana-T1MedFAP do que contundente PAF - Projétil de Arma de Fogo Ponta de guarda- chuva, espeto de churrasco. Perfurocontundente-arma de fogo -Peças constituídas de um ou dois canos, abertos em uma das extremidades e parcialmente fechados na parte de trás, por onde se coloca o projétil, o qual é lançado a distância por causa da força expansiva dos gases devida à combustão de determinada quantidade de pólvora. Produzido o tiro, escapam pela boca da arma o projétil ou projéteis, gases superaquecidos, chama, fumaça, grânulos de pólvora incombusta e a bucha. →Arma de fogo: Estojo: receptáculo de latão/papelão prensado contendo os elementos da munição. Espoleta: parte do cartucho responsávelpor inflamar a carga (á partir de reação de combustão→tetrazênio, alumínio etc.). Pólvora/Carga de projeção: substância que explode pela combustão. Projétil: instrumento perfurocontundente. 1. Arma de cano curto, possui raias (serve como o DNA da arma→ formam ranhuras únicas| além de manter a estabilidade. 2. Arma de cano longo. Munição com projéteis múltiplos: Muitos projéteis (Balins) são lançados juntos e, depois, começam a separar-se, dando uma área de projeção com diâmetro cada vez maior, originando a chamada Rosa do Tiro. Balística Forense “uma disciplina, integrante da criminalística, que estuda as armas de fogo, sua munição e os efeitos dos tiros por elas produzidos, sempre que tiverem uma relação direta ou indireta com infrações penais, visando esclarecer e provar sua ocorrência” Domingos Tochetto Balística interna: Trata do funcionamento das armas, da sua estrutura e mecanismo e da técnica do tiro Balística externa: Estuda o trajeto e a trajetória do projétil, desde a sua saída da arma até seu impacto ou sua parada Balística dos efeitos ou Balística dos ferimentos manifesta-se sobre os efeitos produzidos pelo projétil disparado, incluindo, entre outros, os ricochetes, os impactos e as lesões e danos sofridos pelos corpos atingidos, sejam eles animados ou inanimados. →No estudo das lesões produzidas por projéteis de arma de fogo (balística dos efeitos), devem-se considerar: Ferimento de entrada, o ferimento de saída e o trajeto. →Efeitos do Tiro: Efeitos Primários. o Produzidos pela ação mecânica do projétil ao procurar vencer a resistência oferecida pelo alvo, sendo, portanto, próprios do orifício de entrada. o Ocorrem independentemente da distância do disparo o Orifício de entrada, orla de contusão, auréola equimótica e orla de enxugo Efeitos Secundários: o São produzidos por outros elementos que não o projétil. o Resultantes do depósito dos resíduos dos demais elementos do cartucho, ou seja, dos resíduos gasosos e sólidos revólver espingarda Raísla Luana-T1MedFAP da combustão da pólvora e da detonação da espoleta. o Zona de chama, zona de esfumaçamento e zona de tatuagem. →Ferimento de Entrada: Características da ferida de entrada vão depender se é um projetil único ou múltiplos projeteis, da distância do disparo, dos gases provenientes da combustão da pólvora, e de outros elementos e resíduos da munição. Tiro de raspão (sem ferimento). Tiro encostado. o Em geral não há zona de tatuagem ou esfumaçamento o Todos os elementos da carga penetram pelo orifício da bala vertentes enegrecidas e desgarradas o É importante encontrar carboxi- hemoglobina no sangue do ferimento, assim como nitratos da pólvora, nitritos de sua degradação e enxofre decorrente da combustão da pólvora o Câmara de Mina de Hoffman: Ocorre no disparo efetuado contra uma superfície óssea (crânio), em que gases e micropartículas expelidas se chocam com o plano ósseo e retornam, formando sobre a pele uma lesão (cratera) em formato estrelado e com bordas evertidas. o Sinal de Werkgaertner ou Puppe- wergaerther: Ocorre no disparo efetuado contra região corpórea ausente de plano ósseo, ocasião em que ficará impregnada na pele a impressão (queimadura) da massa de mira e da boca do cano de arma de fogo o Sinal de Bonnet: Ocorre no disparo efetuado contra o crânio, que em virtude de sua camada dupla, desestabiliza o projétil ao atingi-lo, formando um orifício em formato de cone (funil), com base maior na camada mais interna e menor na camada externa (entrada do projétil). Quando houver transfixação, a base do cone (maior)será voltada para fora. o Sinal de Benassi (Benassi-Cueli): Ocorre nos disparos efetuadas contra uma superfície óssea (crânio) sendo evidenciado pela presença de fumaça (fuligem) e pólvoras impregnadas no plano ósseo. o Sinal de Schusskanol: Ocorre no disparo efetuado contra o crânio, sendo evidenciado pela presença da fumaça (fuligem e pólvora encontradas no trajeto do túnel do tiro (esfumaçamento nas paredes do conduto). Tiro a curta distância: o Forma arredondada ou elíptica Raísla Luana-T1MedFAP o Orla de escoriação o Bordas invertidas o Halo de enxugo o Halo ou zona de tatuagem o Orla ou zona de esfumaçamento o Zona de queimadura o Auréola equimótica o Zona de compressão de gases. o Não há uma distância fixa (em centímetros) o Determinação da distância do tiro: “Usam-se tiros de prova com a arma suspeita e a munição idêntica à utilizada originariamente, até encontrar-se a mesma área, a mesma concentração e a mesma especificidade dos resíduos expelidos” o Análise do residuograma o Forma do ferimento de entrada: Arredondada ou Elíptica o O ferimento de entrada, quando produzido por projéteis de alta energia, é sempre maior que o diâmetro destes -Efeitos primários do tiro + Efeitos secundários do tiro. Somam-se as lesões causas das pelo cone de explosão (conjunto de gases superaquecidos “chama”, dos grãos de pólvora incombusta e dos resíduos da combustão Queima roupa? “quando além das zonas de tatuagens e de esfumaçamento há alterações produzidas pela elevada temperatura dos gases, como crestação de pelos e cabelos(entortilhados e quebradiços), manifestações de queimadura sobre a pele (apergaminhada e escura ou amarelada) e zona de compressão de gases(no vivo), considerasse essa forma de tiro a curta distância como à queima- roupa” Orla de escoriação -Deve-se ao “arrancamento” da epiderme motivado pelo movimento rotatório do projétil antes de penetrar no corpo -Se o projetil perde o movimento de rotação → não se forma -Área pequena, milimétrica, que circunda o orifício de entrada. -Tem valor na determinação da direção do tiro Orla de enxugo ou Orla de Chavigny -Passagem do projetil através dos tecidos, atritando e contundindo, limpando neles suas impurezas. -Tonalidade depende das substâncias no projetil -Geralmente escuro -É exclusiva dos orifícios de entrada Zona de Tatuagem - É resultante da impregnação de grãos de pólvora incombustos que alcançam o corpo. -Mais ou menos arredondada nos tiros perpendiculares -Forma de crescente nos tiros oblíquos -Varia de cor, forma, extensão e intensidade conforme a pólvora. Raísla Luana-T1MedFAP -Permite determinar a distância do tiro -É de difícil remoção; pode ser indelével. -Exclusiva dos orifícios de entrada -Pode não estar presente (retenção na roupa da vítima). -Orienta quanto à posição da vítima e do agressor -Tiros oblíquos → é mais intensa e menos extensa do lado do ângulo menor de inclinação da arma. -É um sinal indiscutível de orifício de entrada em tiros a curta distância. -À medida que o alvo fica mais distante, a densidade da orla de tatuagem diminui. -Nas armas com “compensador de recuo”, tanto o halo de tatuagem como a orla de esfumaçamento e a zona de queimadura sofrem alterações. Zona de Esfumaçamento -Decorrente do depósito deixado pela fuligem que circunscreve a ferida de entrada, formado pelos resíduos finos e impalpáveis da pólvora combusta. • Zona de falsa tatuagem • Fácil remoção • Pode estar ausente (vestes) • Mais concentrada e de contorno mais nítido que a • Zona de tatuagem • Camada espessa e opaca • É tanto mais densa quanto mais próximo for o disparo →Lembre-se: Zona de esfumaçamento é diferente de zona de tatuagem → Enquanto a primeira está associada a pólvora composta enquanto a outra se refere a pólvora incombusta. Zona de Queimadura (=zona de chama, zona de chamuscamento) -Resultado da ação superaquecida dos gases que atingem e queimam o alvo. -Onde há pelos → crestados, entortilhados e quebradiços -Pele apergaminhada,de tonalidade vermelho escura. -Menor alcance Auréola Equimótica Zona superficial e relativamente difusa, decorrente da sufusão hemorrágica oriunda da ruptura de pequenos vasos localizados nas vizinhanças do ferimento. • Tonalidade violácea • Bem próxima à periferia do ferimento de entrada • Pode estar encoberta por outros elementos Zona de compressão de gases Representada pela depressão da pele em virtude da ação mecânica da coluna de gases que segue o projétil nos chama dos tiros à queima-roupa. • Vista apenas nos primeiros instantes • Apenas no vivo Tiro à distância: Raísla Luana-T1MedFAP o Diâmetro menor que o do projétil o Forma arredondada ou elíptica o Bordas invertidas o Não apresentam os efeitos secundário do tiro o Orla de escoriação, halo de enxugo, aréola equimótica FERIMENTOS DE ENTRADA NOS TIROS À DISTÂNCIA o Tiro perpendicular → diâmetro quase sempre menor que o do projetil (elasticidade e retratilidade dos tecidos). o Não se pode afirmar o calibre com base do diâmetro do ferimento! Cortocontundentes -Ação por deslizamento, percussão e pressão -Instrumentos também podem ser cortantes(gume afiado). Instrumento mais afiado → lesões mais cortantes Instrumento sem corte → caracteres de contusão -Não apresentam cauda de escoriação ou pontes de tecidos íntegros entre as bordas -Instrumentos cortocontundentes: A foice, o facão, o machado, a enxada, a guilhotina, a serra elétrica, as rodas de um trem, a tesoura, as unhas e os dentes
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