Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aula 07 O ADMINISTRADOR EMPREENDEDOR Caros alunos, na Aula 7 continuaremos a tratar do assunto empreendedorismo, mas daremos ênfase à profissão do administrador. Veremos também a relação entre o desenvolvimento econômico do Brasil e o empreendedorismo. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao final desta Aula, você será capaz de: diferenciar e apontar as características dos conceitos de “empreendedor” e “administrador”; reconhecer a relação entre empreendedorismo e desenvolvimento nacional. Seções de estudo Seção 1 – O administrador empreendedor. Seção 2 – O empreendedorismo e o desenvolvimento econômico brasileiro. Ah, esta Aula é um resumo do artigo da administradora Isabela Castello Miguel, que ficou em 2º Lugar no Prêmio Belmiro Siqueira de 2004. Na Plataforma Lattes, CNPQ, você pode pesquisar o currículo de Isabela e conhecer mais sobre o seu trabalho. Para saber mais sobre os temas aqui tratados, sugerimos que verifi que a referência completa da obra ao fi nal desta Aula e consulte-as! Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres- UNIGRAN 99 Seção 1 ̶ O administrador empreendedor O administrador empreendedor é o profissional graduado em Administração que atua em uma organização e desempenha variadas atividades que incluem planejar, organizar, liderar e controlar. São essas as funções tradicionalmente aceitas pelos teóricos da área para esse profissional. Ainda hoje, a grande maioria dos cursos de administração é voltada para a formação de executivos para atuarem em organizações de grande porte. Além disso, essa tem sido, nos últimos anos, a carreira buscada por grande parte dos profissionais graduados na área. O mesmo caminho foi seguido por profissionais que foram demitidos de seus empregos, por funções de reestruturações, por processo de reengenharia e por novas tecnologias que ceifaram muitas vagas no Brasil nos últimos anos. Confrontados com uma dura realidade de escassez de oferta de empregos formais, muitos jovens têm considerado a possibilidade de abrir uma empresa. CONCEITO Informação complementar “Segundo Dornelas (2005) quando se compara o papel e função do administrador com o do empreendedor vemos muita semelhança entre ambos, isto é, o empreendedor é um administrador mais com alguns pontos convergentes em relação a média dos gerentes ou execu vos, pois os empreendedores são mais visionários do que a maioria dos gerentes comuns. O administrador se enquadra no mundo corpora vo. Ele está mais relacionado aos processos gerenciais, à solução de confl itos e de circunstâncias desfavoráveis para a empresa. Enquanto que, o empreendedor nem sempre se faz presente nas corporações. Ele é uma pessoa que tem coragem para ousar. Talvez abrir um novo empreendimento, fazer algo ou criar uma ideia nunca vista antes. Para fi car mais claro, um exemplo de administrador é o Roberto Justus. E um exemplo de empreendedor é um garçom que resolve abrir seu próprio negócio. Para Ba sta: Todo empreendedor precisa ser um bom administrador para poder tomar as decisões adequadas. Por outro lado, nem todo administrador possui as habilidades e os anseios dos empreendedores, por mais efi caz que seja o administrador em realizar o seu trabalho. O empreendedor vai além das tarefas normalmente relacionadas aos administradores, tem uma visão mais abrangente e não se contenta em apenas fazer o que deve ser feito. Eles se diferenciam também na maneira com que trabalham: o administrador trabalha em base de diretrizes, cultura, paradigmas e outros fatores na empresa que trabalha e o empreendedor trabalha mais com a cria vidade, aprendizado e outros fatores no ambiente de mercado. Segundo Dornelas (2001), ‘as diferenças entre os domínios empreendedor e administra vo podem ser comparadas em cinco dimensões dis ntas de negócio: orientação estratégia, análise das oportunidades, comprome mento dos recursos, controle dos recursos e estrutura gerencial’” (ADMINISTRADORES, 2011). “S ad am Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 100 Somado a isso, ou como consequência desse fato, o estudo do empreendedorismo vem ganhando força no cenário brasileiro nos últimos anos. Entretanto, parece óbvio que, dada a alta taxa de mortalidade de empresas no país, um administrador, com toda bagagem teórica e prática que o curso lhe oferece, terá mais chances de sucesso. Hoje, em São Paulo, segundo a revista Pequenas Empresas, Grandes Negócios, apenas 29% das empresas sobrevivem até o quinto ano de operação. Vale mencionar que apenas uma formação em Administração não vai garantir o êxito como empreendedor, apesar deste profissional ter acesso às ferramentas e aos conhecimentos de gestão que profissionais de outras áreas não têm em seus cursos de graduação. O sucesso depende da conexão de vários fatores e variáveis. Por isso, a elaboração de um plano de negócios é recomendada a fim de avaliar previamente a viabilidade do empreendimento. Cumpre ressaltar que esse conhecimento o administrador tem em função de sua formação. Embora o administrador aprenda habilidades necessárias para ser empreendedor, é importante lembrar que há uma distinção entre administrador e empreendedor, a qual se dá à medida que este inova. Assim, ao inovar de forma absolutamente original, a pessoa pode ser considerada um empreendedor. É importante destacar que o empreendedor pode ter formação em qualquer área ou, até mesmo, não ter educação formal. Ele não precisa, necessariamente, ser um administrador. Para Refl e rRe Segundo dados do Ins tuto Cidadania, 32% dos jovens entre 15 e 24 anos já montaram ou desejam montar seu próprio negócio. Isso signifi ca um total de 10,8 milhões de jovens que demonstram vontade de empreender. CURIOSIDADE Uma explicação para esse dado pode ser o elevado percentual de empreendedores por necessidade. Segundo relatório da GEM – Global Entrepreunership Monitor – 2003, 43% dos empreendedores brasileiros abriram um negócio para sobreviver e apenas 56% o fi zeram em busca de uma oportunidade. “Um dos fatores que mais contribuem para o fechamento de empresas no Brasil é a falta de planejamento” (Pequenas Empresas, Grandes Negócios). A necessidade de abrir um negócio por falta de emprego, aliada ao baixo nível educacional e à falta de planejamento do negócio, leva a um elevado índice de mortalidade. Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 101 Partindo das características para a definição, Timmons (apud DOLABELA, 2003, p. 23) declara que o empreendedor “é alguém capaz de identificar, agarrar e aproveitar oportunidades para transformá-las em negócios de sucesso, buscar e gerenciar recursos”. Na visão de Schumpeter (apud DORNELAS, 2007, p. 37), economista e um dos primeiros teóricos a conceituar esse termo, empreendedor “é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos materiais”. Já Filion (apud DOLABELA, 2002, p. 27) vê o empreendedor como alguém que “imagina, desenvolve e realiza visões”. A grande questão que surge é se o espírito empreendedor é uma característica nata ou se pode ser desenvolvido. Há pouco tempo acreditava-se na primeira hipótese. Contudo, atualmente, a maioria dos autores da área entende que o empreendedorismo pode e deve ser ensinado. Em virtude disso, Filion e Dolabela (2002, p. 27) creem que o espírito empreendedor pode ser desenvolvido. Assim, qualquer pessoa pode vir a ser um empreendedor, basta querer. Há a necessidade de um perfi l para o empreendedor. Vários autores têm tentado defi nir essas caracterís cas e, dentre outras qualidades, afi rmam que o empreendedor: ● é cria vo; ● tem inicia va; ● possui autoconfi ança; ● tem autonomia; ● é o mista e demonstra necessidade de realização; ● tem um “modelo”– uma pessoa que o infl uencia; ● tem alto comprome mento com o que faz; ● é automo vado; ● é perseverante; ● sabe traduzir seus pensamentos em ações; ● é proa vo; ● defi ne o que quer e onde quer chegar; enfi m, é visionário! A pesquisa GEM 2003 – Global Entrepreunership Monitor, realizada em 40 países, ra fi cou essa concepção, pois revelou que o Brasil é o sexto país mais empreendedor do mundo, com 13,2% da população envolvida em a vidades empreendedoras, o que representa um total de 14 milhões de empreendedores.CURIOSIDADE Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 102 Temos, por conseguinte, um percentual elevado de empreendedores e uma economia com baixo crescimento e desenvolvimento econômico irrisório. Seção 2 − O empreendedorismo e o desenvolvimento econômico brasileiro A fim de permitir e de contribuir para o crescimento econômico do país, a discussão da importância das condições macroeconômicas tem-se mostrado relevante. O controle da inflação, as taxas de juros adequadas, a taxa de câmbio equilibrada e o baixo risco-país são fatores que influenciam o crescimento econômico. Todavia, não podemos deixar de destacar o papel relevante do empreendedor para o desenvolvimento econômico. Acerca disso, Pereira (1992, p. 91) aduz que ambos, Estado e empresários, são os gerentes, por excelência, do desenvolvimento econômico. De acordo com Pereira (1992: 83), Schumpeter foi capaz de caracterizar a importância do processo tecnológico do empreendedor no desenvolvimento econômico ao afirmar que desenvolver é inovar, é recompor os fatores de produção, é avançar tecnologicamente. Além disso, o responsável por tais tarefas é o empreendedor. É notório que a iniciativa privada, na perspectiva de Souza, (1999, p. 26), é a principal responsável pelo crescimento econômico. O empreendedor é um dos elementos estratégicos no processo de desenvolvimento econômico de um país. À luz disso, é importante pensarmos em como esses empreendedores, em especial os administradores, podem contribuir para o desenvolvimento econômico do país. Vamos fazer isso no próximo tópico! ? VOCÊ SABIA O primeiro a relacionar empreendedorismo com crescimento econômico foi o economista austríaco Joseph Schumpeter. Ele atribuiu as diferenças de comportamento da economia a um único fator: os empreendedores. Para ele, os empreendedores com suas inovações criam um novo ciclo econômico, transformando a economia e a sociedade. ? ? No Brasil, as diferentes taxas de empreendedorismo entre regiões afetam o desempenho econômico? Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 103 Assim, a feição característica do desenvolvimento é o crescimento das empresas, isto é, o aparecimento de um pequeno número de pessoas que utiliza grandes somas e dá emprego a um grande número de pessoas. Esse pequeno número de pessoas são os empreendedores, cujo papel dentro do desenvolvimento econômico de um país é crucial (PEREIRA, 1992, p. 82). Em virtude disso, um dos objetivos da pesquisa GEM é entender o papel do empreendedorismo no crescimento econômico. Desse modo, desde 1999, a pesquisa tem mostrado que a atividade empreendedora está associada ao crescimento dos países (GEM, 2001, p. 12). Essa assertiva está presente no relatório da pesquisa do referido ano e vem sendo confirmada nos anos subsequentes. Outro aspecto mostrado pela pesquisa é o de que a criação de novas empresas provoca maior impacto no crescimento econômico que a presença de empresas existentes. Diante disso, os estudos propõem algumas políticas para incentivar o crescimento econômico, entre elas, focar a abertura de novas empresas. Dessa forma, uma das conclusões do estudo, a de que vigora a abertura de empresas, parece ser a condição necessária para os mais altos níveis de crescimento econômico. A importância do empreendedorismo para o desenvolvimento do país é inquestionável para Dolabela (2003, p. 117). O autor afirma que “o tema do empreendedorismo é o desenvolvimento” e que a necessidade urgente do O relatório de 2003 da GEM concluiu que há uma relação posi va e esta s camente signifi cante entre o nível de empreendedorismo e o crescimento econômico de um país. Ademais, há evidências de que o nível de a vidade empreendedora está associado ao crescimento econômico. Um dos principais veículos da atividade empreendedora é a pequena empresa. Nos últimos anos, as pequenas empresas brasileiras geraram mais empregos do que as empresas com 100 ou mais empregados. No setor industrial, as empresas consideradas pelo SEBRAE como de pequeno porte (até 99 empregados) ocupavam, em 1974, 1.128,7 mil pessoas, 34% do emprego total de 3.325 mil naquele ano (Barros & Sidsamer, 1983, p. 50). Trinta anos depois, em 2004, essas pequenas empresas passaram a empregar 3.252,8 mil dos 7.160,8 mil trabalhadores industriais, ou seja, 45% do total (IBGE, 2004). O ressurgimento da importância dos pequenos negócios no mundo está documentado em diversos estudos (THURIK; WENNEKERS; UHLANER, 2002). Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 104 empreendedorismo, no Brasil, decorre da sua importância para o desenvolvimento não só econômico, mas humano e social. Dolabela (2003) destaca também que o empreendedorismo deve servir à construção do desenvolvimento humano e social, além de ser instrumento de geração e distribuição de riquezas, de conhecimento, de poder e de renda. A referida ONG entende que [...] o empreendedorismo é fator determinante para impulsionar o crescimento econômico sustentável, a mobilidade social e as mudanças culturais, tão necessárias em países emergentes. A O Brasil apresenta ações que visam desenvolver um dos maiores programas de ensino de empreendedorismo e potencializa o país perante o mundo nesse milênio. Segundo Dornelas (2001, p. 25-6), tem-se o seguinte: 1. “Os programas SOFTEX e GENESIS (Geração de Novas Empresas de So ware, Informação e Serviço), que apóiam a vidades de empreendedorismo em so ware, es mulando o ensino da disciplina em universidades e a geração de novas empresas de so ware (start-ups). 2. Ações voltadas à capacitação do empreendedor, como os programas EMPRETEC e Jovem Empreendedor do SEBRAE. E ainda o programa Brasil Empreendedor, do Governo Federal, dirigido à capacitação de mais de 1 milhão de empreendedores em todo país e des nando recursos fi nanceiros a esses empreendedores, totalizando um inves mento de oito bilhões de reais. 3. Diversos cursos e programas sendo criados nas universidades brasileiras para o ensino do empreendedorismo. É o caso de Santa Catarina, com programa Engenheiro Empreendedor, que capacita alunos de graduação em engenharia de todo o país. Destaca-se também o programa REUNE, da CNI (Confederação Nacional das Indústrias), de difusão do empreendedorismo nas escolas de ensino superior do país, presente em mais de duzentas ins tuições brasileiras. 4. A recente explosão do movimento de criação de empresas de Internet no país, mo vando o surgimento de en dades com o Ins tuto e-cobra, de apoio aos empreendedores das ponto.com (empresas baseadas em Internet), com cursos, palestras e até prêmios aos melhores planos de negócios de empresas Start-ups de Internet, desenvolvidos por jovens empreendedores. 5. Finalmente, mas não menos importante, o enorme crescimento do movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da ANPROTEC (Associação Nacional de En dades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas) mostram que em 2000, havia mais de 135 incubadoras de empresas no país, sem considerar as incubadoras de empresas de Internet, totalizando mais de 1.100 empresas incubadoras, que geram mais de 5.200 empregos diretos”. No site da Endeavor, uma ONG cuja missão é fomentar a cultura empreendedora, também há uma percepção de que empreendedorismoe desenvolvimento econômico estão associados. Para saber mais, acesse: ENDEAVOR, disponível em: <www.endeavor.org.br>. Acesso em: 15 jul. 2011. Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 105 formação de novas empresas gera empregos, distribui renda e cria oportunidades para toda a sociedade. A promoção de um modelo de desenvolvimento, baseado no estímulo à atividade empreendedora, é a forma mais efi ciente de impactar a economia e a estrutura das sociedades. A relação entre o nível de empreendedorismo de uma nação e o desenvolvimento econômico está presente nos resultados da maior pesquisa mundial sobre o tema e, também, na opinião de teóricos das áreas de economia e de empreendedorismo. O administrador que opta por uma carreira empreendedora gera emprego, renda e contribui para o desenvolvimento econômico do país. O incentivo para empreender deve estar em toda a sociedade. Por essa razão, os cursos de Administração precisam repensar o seu modelo pedagógico para desenvolver nos administradores esse perfil. Assim, a atuação dos administradores empreendedores pode ter um impacto mais efetivo no desenvolvimento brasileiro. O empreendedorismo precisa se transformar em uma mania nacional. Todos – governo, iniciativa privada, terceiro setor, ensino, imprensa – precisam se unir em torno dessa causa para conseguirmos chegar a um novo patamar de desenvolvimento econômico, humano e social. Alguns dados do IBGE – Ins tuto Brasileiro de Geografi a e Esta s ca – confi rmam a incontestável contribuição das micro e pequenas empresas para a economia do país: • “Das 3,5 milhões de empresas do país, 98 % são de micro e pequeno porte, empregam 35 milhões de pessoas e exportam o equivalente a US$ 800 milhões. • Entre 2001 e 2002, as micro, pequenas e médias empresas criaram 900 mil empregos no país enquanto as grandes geram 600 mil novas vagas no mesmo período. • Entre 1995 e 2001, a diferença entre o número de vagas criadas pelas empresas com menos de cem empregados é gritante: as empresas menores criaram 21 vezes mais vagas que as maiores” (IBGE, 2011). [...] a educação para o empreendedorismo é um processo de transmissão/aquisição do conhecimento sobre o ambiente e sobre o próprio indivíduo. Este po de educação visa contribuir para o desencadeamento de habilidades, a tudes e comportamentos para a prospecção e exploração de oportunidades para transformação do meio em que vive pelo desenvolvimento econômico, social e cultural (FERREIRA; RAMOS; GIMENEZ, 2006, p. 7). CURIOSIDADE Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 106 Nesse processo, os administradores têm um papel essencial, quer como empreendedor, quer como professor, ajudando a formar novos empreendedores. Isso significa que todo e qualquer profissional de qualquer área pode empreender, mas os administradores são, por excelência, os mais preparados para a tarefa! Em função de sua formação teórica e habilidades desenvolvidas durante a graduação, o administrador tem acesso ao conhecimento de gestão de empresas que outros profissionais não têm. Eis, portanto, um caminho que merece investimento, pois ele pode mudar a cara deste país, criando empresas inovadoras com diferenciais competitivos, em condição de competir globalmente. Investir em uma formação que desenvolva o perfil empreendedor é a saída para a estagnação econômica e para os baixos níveis de desenvolvimento humano que o país tem enfrentado na última década. Esse é o desafio que nós, administradores, precisamos abraçar. Retomando a conversa inicial ? VOCÊ SABIA Que existe uma tênue diferença entre os empreendedores sociais e os empreendedores privados, especialmente nos seus objetivos e formas de atuação. Segundo Melo Neto e Froes (2002, p. 11) ‘o empreendedorismo privado é de natureza individual, centrado na produção de bens e serviços para o mercado. Seu foco é o mercado, onde busca o lucro e satisfaz as necessidades de seus clientes’. Quanto ao empreendedorismo social, os autores (2002, p. 12) observam que: [...] é coletivo, pois envolve todos os membros da comunidade num esforço comum de participação, integração e desenvolvimento. [...] Produz bens e serviços para a comunidade de modo que esta [...] possa solucionar demandas e carências sociais. Seu foco é a busca de soluções para os problemas sociais mediante a ideação e da testagem de novos modelos adequados de atenção às necessidades da comunidade. Sua medida de desempenho é o impacto social de suas atuações (FEGER et al., 2008). Ah, já que estamos tratando sobre inves mento em conhecimentos sobre o empreendedorismo, é importante lembrar que no úl mo ano do curso de Administração você, em seu Trabalho Final (TCC – Trabalho de Conclusão de Curso), irá elaborar um Plano de Negócio. Nele, você desenvolverá os passos básicos necessários para o planejamento de uma nova empresa. Para encerrar a Aula 7, convido você a recordar o que estudamos aqui. Vamos lá? Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 107 Seção 1 ̶ O Administrador Empreendedor Nesta Seção, entendemos que o administrador empreendedor é o profissional que pode ou não ser graduado em Administração. Contudo, ele atua em uma organização e desempenha variadas atividades que incluem planejar, organizar, liderar e controlar, ou seja, funções diretamente ligadas à administração e seus pressupostos. Desse modo, isto é, agregando suas características inatas com conhecimento constantemente adquiridos, o empreendedor terá mais possibilidades de obter sucesso, uma vez que este depende da conexão de vários fatores e variáveis, das quais, a maioria são objetos de estudo da administração. Seção 2 ̶ O Empreendedorismo e o Desenvolvimento Econômico Brasileiro Já na Seção 2, vimos o papel relevante do empreendedor para o desenvolvimento econômico. Percebemos, portanto, que o empreendedor é um dos elementos estratégicos no processo de desenvolvimento econômico de um país. Vimos ainda que a abertura de empresas, parece ser a condição necessária para os mais altos níveis de crescimento econômico de um país. Finalmente, percebemos que, dentre outros pressupostos, o empreendedorismo deve servir à construção do desenvolvimento humano e social, além de ser instrumento de geração e distribuição de riquezas, de conhecimento, de poder e de renda. Sugestões de leituras, sites e vídeos Leituras DOLABELA, F. O segredo de Luísa. São Paulo: Cultura, 2002. ______. REUNE – Rede Universitária de Ensino do Empreendedorismo. São Paulo: Cultura. 2001. FEGER, J. E. et al. Empreendedores sociais e privados: reflexões sobre suas características comportamentais. RGO - Revista Gestão Organizacional, v. 1, n. 1, jul.-dez., 2008. FERREIRA, J. M.; RAMOS, S. C.; GIMENEZ, F. A. P. Ensino de empreendedorismo e pequena empresa: subsídios para um reposicionamento Caso você tenha fi cado com dúvidas sobre a Aula 7, acesse as ferramentas “fórum”, “quadro de avisos” ou “chat” e interaja com seus colegas de curso e com seu professor. Lembre-se de que os conteúdos estudados nesta e na Aula anterior representam apenas os primeiros passos de sua construção de conhecimentos sobre o empreendedorismo, uma vez que aprender é algo que vamos fazer em nossa vida toda! Assim, é fundamental que você con nue pesquisando e interagindo com seus colegas de curso sobre o tema. Sua dedicação pode ser uma das responsáveis pela excelência de sua vida acadêmica e profi ssional! Pense nisso. Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 108 estratégico de cursos de administração. In: SLADE Brasil 2006 e Encontro Luso- Brasileiro de Estratégia, 1, Itapema, 2006. Anais. Itapema: Sociedade Latino- Americana de Estratégia, 2006. CD-ROM. FILLION, L. Boa idéia e agora. São Paulo: Cultura, 2000. MIGUEL, I. C. O administrador empreendedore o desenvolvimento econômico brasileiro. Revista Brasileira de Administração, 2005. THURIK, R.; WENNEKERS, S.; UHLANER, L. M. Entrepreneurship and economic performance: a macro perspective. Zoetermeer: EIM Business & Policy Research, 2002. Sites ADMINISTRADORES. Empreendedor x administrador. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/empreendedor-x- administrador/37780/>. Acesso em: 15 jul. 2011. ENDEAVOR. Homepage. Disponível em: <www.endeavor.org.br>. Acesso em: 15 jul. 2011. IBGE. Homepage. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/>. Acesso em: 15 jul. 2011. Vídeos YOUTUBE. Empreendedorismo e empreendedorismo social. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=NMHoaRYNcAU>. Acesso em: 15 jul. 2011. ______. Todo mundo pode mudar o mundo. Disponível em: <http://www.youtube. com/watch?v=2VgiBIv_eSo&feature=related>. Acesso em: 15 jul. 2011. Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 109 Fundamentos de Administração de Empresas - Marcelo I. Koche / Samuel Mota Torres - UNIGRAN 110
Compartilhar