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Aula 4 - Prevenção e ações da vigilância sanitária

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Prévia do material em texto

Prevenção e ações da vigilância sanitária
Apresentação
Nesta Unidade de Aprendizagem, serão abordados o conceito de vigilância em saúde ambiental, as 
formas de prevenção e as ações referentes aos controles e fatores de riscos ambientais associados 
a doenças e a outros agravos à saúde que se relacionam com a vigilância em saúde ambiental. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Definir vigilância em saúde ambiental.•
Identificar as formas de prevenção em vigilância em saúde ambiental.•
Reconhecer as ações associadas a controles e fatores de riscos ambientais relacionados com a 
vigilância em saúde ambiental.
•
Desafio
Seu município foi atingido por uma forte enchente, e o supermercado de um bairro foi reaberto 
logo após o nível da água ter baixado. Na mesma semana, foram feitas várias ocorrências de 
intoxicação alimentar por diversos moradores do bairro em que o supermercado atingido pela 
enchente está situado. A vigilância sanitária do município foi acionada por meio de denúncia 
anônima. Você é o fiscal que deverá ir ao supermercado realizar a fiscalização.
Como fiscal, você deverá observar quais questões? O que o gestor do supermercado deveria ter 
providenciado antes de o estabelecimento ser reaberto? 
Infográfico
Vigilância ambiental em saúde, ações que visam ao controle de impactos ambientais negativos que 
afetam a saúde da população e formas de prevenção a fatores de risco são os tópicos centrais 
abordados nesta Unidade de Aprendizagem e estão sintetizados no infográfico a seguir.
Conteúdo do livro
O trecho selecionado a seguir integra o livro Meio ambiente e sustentabilidade, e faz parte do 
Capítulo 7, "Saúde e meio ambiente". Inicie sua leitura a partir do tópico "Evolução da percepção da 
problemática ambiental" e leia até o final do tópico "Mudança de paradigma na área de saúde e 
meio ambiente". 
Boa leitura!
André Henrique Rosa
Leonardo Fernandes Fraceto
Viviane Moschini-Carlos
Organizadores
M514 Meio ambiente e sustentabilidade [recurso eletrônico] / 
 Organizadores, André Henrique Rosa, Leonardo Fernandes 
 Fraceto, Viviane Moschini-Carlos. – Dados eletrônicos. – 
 Porto Alegre : Bookman, 2012. 
 Editado também como livro impresso em 2012. 
 ISBN 978-85-407-0197-7
 1. Meio ambiente. 2. Sustentabilidade. I. Rosa, André 
 Henrique. II. Fraceto, Leonardo Fernandes. III. Moschini- 
 Carlos, Viviane. 
CDU 502-022.316
Catalogação na publicação: Natascha Helena Franz Hoppen CRB10/2150
160 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
EVOLUÇÃO DA PERCEPÇÃO 
DA PROBLEMÁTICA 
AMBIENTAL
Alguns eventos internacionais geraram do-
cumentos norteadores que podem ser 
apontados como marcos políticos. A partir 
desses eventos, a sociedade iniciou uma 
mudança de paradigmas, apontando para a 
necessidade de desregulamentar a ação dos 
agentes econômicos sobre o meio ambiente. 
Durante muitos anos, o desenvolvimento 
econômico decorrente da Revolução Indus-
trial impediu que os problemas ambientais 
fossem considerados com a devida impor-
tância. Embora a poluição e os impactos 
ambientais do desenvolvimento desordena-
do fossem visíveis, os benefícios proporcio-
nados pelo progresso sempre foram usados 
como justificativa para manutenção desse 
modelo em detrimento da atenção às ques-
tões ambientais. O relatório do Clube de 
Roma, “Limites ao crescimento”, já aponta-
va para restrições à forma de crescimento 
decorrente do esgotamento de certos recur-
sos naturais e da contaminação ambiental 
associada aos processos produtivos e forma 
de ocupação do ambiente.
A Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente Humano em 1972 
(Estocolmo – Suécia) já reforçava a necessi-
dade de medidas que coibissem a acelerada 
degradação do meio ambiente e suas possí-
veis consequências sobre a saúde humana. 
Foi prevista a intensificação e ampliação 
das ações do Estado na conservação e prote-
ção do meio ambiente, e esse é visto não só 
em relação às questões associadas à gestão 
da vida selvagem, conservação do solo e am-
biente aquático, mas contemplando tam bém 
as questões relativas à inserção social e inse-
rindo as questões ambientais na agenda da 
política nacional e internacional. Fica explí-
cita a íntima relação entre as questões am-
bientais e a pobreza, que coloca os menos 
favorecidos economicamente e a saúde des-
tes como principais vítimas das consequên-
cias do desequilíbrio ambiental. Os riscos 
associados aos processos de produção e de 
consumo da sociedade e a consequente de-
gradação ambiental e agravos à saúde são 
distribuídos espacial e socialmente de for-
ma desigual.
Em 1987, a publicação do documento 
“Nosso Futuro Comum”, Relatório da reu-
nião da Comissão das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento Sustentável, ocorrida em 
Oslo, na Noruega, apontou para o modelo 
de Desenvolvimento que contemplasse o 
princípio de solidariedade entre as gera-
ções, visando ao compromisso com esta e as 
futuras gerações, ou seja, um desenvolvi-
mento solidário e sustentável.
Os documentos gerados na Conferên-
cia das Nações Unidas para o Meio Am-
biente e o Desenvolvimento (Rio-92), pre-
conizam o direito a um ambiente sadio, que 
proteja a saúde, o bem-estar e os valores 
culturais. A Agenda 21, programa de ações 
para o século XXI, em seu Capítulo 6 – 
seção I – já reconhecia a saúde ambiental 
como prioridade social para a promoção da 
saúde.
O CONCEITO DE SAÚDE 
AMBIENTAL E SUA INSERÇÂO 
NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
A Organização Mundial da Saúde (OMS), 
em 1946, definiu saúde como um completo 
estado de bem-estar físico, mental e social e 
não meramente a ausência de doença, pas-
sando oficialmente do modelo biológico de 
ser humano para o modelo biopsicossocial. 
Esse conceito vem sofrendo inúmeras críti-
cas e evoluindo continuamente.
A interferência dos aspectos ambien-
tais nos padrões de saúde das populações 
deixa evidente a percepção dessa relação já 
Meio ambiente e sustentabilidade 161
em trabalhos muito antigos, como os de Hi-
pócrates, considerado o pai da Medicina. 
Mesmo não contando com o repertório 
científico atual, esses trabalhos delinearam 
a compreensão de epidemias e endemias, a 
partir da compreensão das características 
do ambiente e da valorização de aspectos 
geográficos e sua influência na distribuição 
das doenças. Essa influência grega somada à 
contribuição romana na área da engenharia 
e da administração propiciaram à popula-
ção obras de saneamento, como sistemas de 
esgoto, sanitários públicos, aquedutos, dre-
nagem de pântanos para controle de vetores 
de malária e disposição organizada de lixo. 
Posteriormente, a influência espiritualista e 
sobrenatural se impôs na compreensão dos 
processos infecciosos e, favorecida pela de-
sintegração do império greco-romano, pro-
vocou um retrocesso do ponto de vista da 
higiene e da saúde pública.
Muito tempo depois, a partir de mea-
dos do século XIX, com os trabalhos de 
Louis Pasteur, Robert Koch e outros, o esta-
belecimento da Teoria Microbiana das Do-
enças Infecciosas pode auxiliar na compre-
ensão gradativa da origem, ocorrência e 
evolução dessas doenças. Essa contribuição 
permitiu a elaboração de medidas sanitá-
rias de controle mais específicas e menos 
empíricas.
A compreensão dos processos infec-
ciosos somados ao avanço da tecnologia, 
tanto da área sanitária como da área de 
diagnóstico e terapêutica, contribuiu enor-
memente para redução dos níveis de inú-
meras doenças e, de certa forma, provocou 
um distanciamento do entendimento des-
ses processos como resultado das alterações 
do meio ambiente e das condições sociais e 
econômicas das populações.
No entanto, à medida que se verificou 
a consolidação da polarização da divisão 
geopolítica, em países ricos e países pobres, 
consolida-se também um cenário de distri-
buição de doenças distinto. Os países menos 
privilegiados economicamente, carentes de 
recursos sanitários e de planejamento de 
ocupação de território,em sua maioria, 
ainda apresentam altos níveis de morbi-
mortalidade relacionados a causas infeccio-
sas. Estima-se que 4% de todas as mortes e 
5,7% das doenças que ocorrem no mundo 
estejam associadas a condições precárias ou 
inexistentes de saneamento.
Os registros de morbimortalidade 
em países que usufruem de recursos tec-
nológicos mostram que a detenção do 
poder econômico não isenta a população 
dos agravos de saúde por influência dos fa-
tores ambientais. A saúde da população 
desses países, economicamente privilegia-
dos, também sucumbe aos efeitos do seu 
padrão de vida, cada vez mais urbano, con-
sumista, exposto a um contexto de elevado 
adensamento populacional, confinado em 
ambientes com alta concentração de po-
luentes atmosféricos e consumindo alimen-
tos provenientes de cadeias cada vez mais 
complexas e artificiais.
Nesse contexto, emergem padrões ele-
vados de doenças cardiovasculares e degene-
rativas. Portanto, mesmo que apontando 
para prioridades e medidas distintas para o 
enfrentamento das questões relativas à saúde 
da população local, a importância dos fato-
res ambientais fica cada vez mais evidente. 
Esse fato reforça a necessidade de valorização 
da Saúde Ambiental como norteadora de 
políticas públicas de promoção de saúde da 
população.
No Brasil, o conceito de vigilância em 
saúde vem se consolidando nas últimas dé-
cadas. Essa vigilância tem caráter sistêmico, 
buscando ser um elo que reoriente o plane-
jamento e a gestão das diversas vigilâncias 
que vem sendo implementada no Sistema 
Único de Saúde, como a vigilância epide-
miológica, a sanitária, a de saúde do traba-
lhador e mais recentemente a ambiental. 
Esta última pode ser considerada o braço 
operacional da Política Nacional de Saúde 
162 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
Ambiental, pois consiste em um conjunto 
de ações que proporcionam o conhecimen-
to e a detecção de mudanças nos fatores de-
terminantes e condicionantes do meio am-
biente que interferem na saúde humana, 
com a finalidade de identificar as medidas 
de prevenção e controle de fatores de risco 
ambientais relacionados às doenças e a ou-
tros agravos à saúde. Essa estrutura privile-
gia o conceito de geração da informação 
para a ação, viabilizando essas ações no sen-
tido de promover a saúde, superando a esfe-
ra da mera intervenção sobre a doença para 
se voltar à esfera da prevenção desses agra-
vos. Nesse sentido, as principais tarefas da 
Vigilância em Saúde Ambiental se referem 
aos processos de produção, integração, pro-
cessamento e interpretação de informações 
visando ao conhecimento dos problemas de 
saúde relacionados aos fatores ambientais, 
além da execução de ações relativas às ativi-
dades de promoção da saúde, prevenção e 
controle de doenças. A Figura 7.4 mostra a 
ocorrência da meningite durante o período 
de 2004 a 2008 no estado de São Paulo co mo 
forma de ajudar a promover a execução de 
ações de promoção à saúde.
A Epidemiologia é uma das ciências 
fundamentais para a construção e condu-
ção desses estudos e cada vez mais exige a 
participação de uma rede multiprofissional 
bem formada, integrada, para a abordagem 
de um cenário no qual lidera a multifatoria-
lidade.
No que tange aos aspectos preventi-
vos, a epidemiologia avalia riscos, validan-
do estatisticamente a relação de eventos 
ocorridos em grupos populacionais expos-
tos e não expostos ou então entre doentes e 
não doentes.
A Epidemiologia também contribui 
para o monitoramento da situação de saúde 
Figura 7.4
Distribuição espacial dos registros de meningites por município no estado de São Paulo no 
período de 2004 a 2008 (Lourenço e Vedovato, 2010).
53º W
 20º S
25º S
 44º W
0
1 – 30
31 – 60
61 – 90
91 – 104
172
Meio ambiente e sustentabilidade 163
de determinadas populações, na realização 
de avaliações do impacto de mudanças am-
bientais produzidas por projetos econômi-
cos e sociais, no próprio ecossistema local e 
na saúde das populações humanas para a 
tomada de decisão sobre o desenvolvimen-
to de projetos. Essas avaliações têm como fi-
nalidade oferecer informações sobre os pro-
váveis impactos e as possíveis medidas para 
reduzir e ou prevenir essas situações de 
risco.
MUDANÇA DE PARADIGMA 
NA ÁREA DE SAÚDE E 
MEIO AMBIENTE
As últimas décadas registraram vários even-
tos na área tanto de meio ambiente como 
da saúde, documentando a mudança de 
uma série de paradigmas nessas áreas. A 
mudança de valores se reflete na atualização 
do conceito de saúde que reconhece que, 
para enfatizar o viés profilático, deve ser re-
conhecida a relevância da interferência di-
reta ou indireta dos fatores ambientais na 
prevenção de doenças e agravos à saúde hu-
mana.
A Declaração da Conferência sobre 
cuidados Primários de Saúde da OMS-
-UNICEF, que ocorreu em 1978 em Alma-
-Ata, no Cazaquistão, enfatiza a saúde como 
um direito humano fundamental. Permitiu 
que a saúde, como um bem público, se in-
corporasse à legislação nacional e interna-
cional como instrumento de ações que ob-
jetivassem a redução das desigualdades do 
estado de saúde dos povos, principalmente 
entre os de países desenvolvidos e em de-
senvolvimento.
Portanto, a saúde não mais se explica 
exclusivamente pela ausência de doença, 
apoiada principalmente em intervenções 
clínico-cirúrgicas ou em medidas preventi-
vas tradicionais, mas sim como resultado de 
ações de caráter intersetorial, que a conside-
rem um produto e, ao mesmo tempo, um 
insumo do desenvolvimento. Em 1986, 
ocorreu no Canadá a Primeira Conferência 
Internacional sobre a Promoção da Saúde, 
na qual foi promulgada, pela Organização 
Mundial da Saúde, a “Carta de Ottawa para 
promoção da Saúde” atendendo à demanda 
de uma nova concepção de saúde pública. 
Nesse contexto, delineou-se um cenário no 
qual a importância da qualidade do meio 
ambiente era redimensionada para um espa-
ço ecossocial. Definiram-se linhas de ação 
no sentido de se criarem ambientes favorá-
veis à saúde, os chamados ambientes saudá-
veis. Inúmeras conferências internacionais 
sobre o tema se sucederam e vêm influen-
ciando políticas de saúde coletiva dos mais 
diversos países.
O texto da Constituição Federal Brasi-
leira, promulgada em 1988, já reflete essa 
concepção de relação intrínseca entre meio 
ambiente e saúde. Em seu Artigo 196, a 
saúde é definida como direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante políti-
cas sociais e econômicas que visem à redu-
ção do risco de doença e de outros agravos e 
ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e re-
cuperação.
Já em seu Art. 225, prevê que todos 
têm direito ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, 
impondo-se ao Poder Público e à coletivi-
dade o dever de defendê-lo, preservá-lo 
para as presentes e futuras gerações.
Em 1990 a Organização Mundial da 
Saúde cria uma Comissão de Saúde e Meio 
Ambiente. Durante essa mesma década, o 
Brasil deu início à elaboração da Política 
Nacional de Saúde Ambiental, possibilitan-
do posteriormente a implantação do Siste-
ma de Vigilância em Saúde Ambiental com 
o objetivo de compreender as relações entre 
os elementos ambientais e de saúde sobre os 
quais cabe à saúde pública intervir.
164 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
De acordo com o documento “Subsí-
dios para construção da Política Nacional de 
Saúde Ambiental”, divulgado em 2007 pelo 
Ministério da Saúde, o campo da Saúde Am-
biental compreende a área da saúde pública 
afeita ao conhecimento científico e à for-
mulação de políticas públicas e as corres-
pondentes intervenções (ação) relacionadas 
à interação entre a saúde humana e os fato-
res do meio ambiente natural e antrópico 
que a determinam, condicionam e influen-
ciam, com vistas a melhorar a qualidade de 
vida do ser humano sob o ponto de vista da 
sustentabilidade.
Nesse sentido, a articulação e a visão 
de indissociabilidade entre as áreasde meio 
ambiente e saúde aponta para a necessidade 
de ações preventivas, tanto relacionadas à 
proteção do meio ambiente como à promo-
ção de saúde. No caso particular da vigilân-
cia em saúde, a Fundação Nacional de 
Saúde (FUNASA) estruturou o Sistema Na-
cional de Vigilância Ambiental em Saúde 
(SINVAS). Sua regulamentação através da 
Instrução Normativa No 1 do Ministério da 
Saúde, de 25 de setembro de 2001, definiu 
competências no âmbito federal dos Esta-
dos, do Distrito Federal e dos Municípios e, 
para esses fins, apontou também como 
prioridades para intervenção os fatores bio-
lógicos representados pelos vetores, hospe-
deiros, reservatórios e animais peçonhen-
tos; e os fatores não biológicos, que incluem 
a qualidade da água para consumo huma-
no, ar, solo, contaminantes ambientais, de-
sastres naturais e acidentes com produtos 
perigosos.
A Vigilância Ambiental em Saúde é 
definida pela Fundação Nacional da Saúde 
como um conjunto de ações que proporciona 
o conhecimento e a detecção de qualquer mu-
dança nos fatores determinantes e condicio-
nantes do meio ambiente que interferem na 
saúde humana, com a finalidade de identifi-
car as medidas de prevenção e controle dos fa-
tores de risco ambientais relacionados às do-
enças ou outros agravos à saúde. Compete ao 
sistema produzir, integrar, processar e in-
terpretar informações que sirvam de ins-
trumentos para que o Sistema Unificado de 
Saúde possa planejar e executar ações relati-
vas à promoção de saúde e de prevenção e 
controle de doenças relacionadas ao am-
biente.
A Vigilância em Saúde Ambiental foi 
estruturada por meio do Subsistema Nacio-
nal de Vigilância em Saúde Ambiental, re-
gulamentado pela Instrução Normativa 
MS/SVS Nº 1, de 7 de março de 2005. O 
Subsistema Nacional de Vigilância em 
Saúde Ambiental – SINVSA compreende o 
conjunto de ações e serviços prestados por 
órgãos e entidades públicas e privadas, rela-
tivos à vigilância em saúde ambiental, vi-
sando ao conhecimento e à detecção ou pre-
venção de qualquer mudança nos fatores 
determinantes e condicionantes do meio 
ambiente que interferem na saúde humana, 
com a finalidade de recomendar e adotar 
medidas de promoção da saúde ambiental, 
prevenção e controle dos fatores de risco re-
lacionados às doenças e outros agravos à 
saúde, em especial:
I. água para consumo humano;
II. ar;
III. solo;
IV. contaminantes ambientais e substân-
cias químicas;
V. desastres naturais;
VI. acidentes com produtos perigosos;
VII. fatores físicos; e
VIII. ambiente de trabalho.
Parágrafo Único – Os procedimentos de vi-
gilância epidemiológica das doenças e agra-
vos à saúde humana associados a contami-
nantes ambientais, especialmente os rela-
cionados com a exposição a agrotóxicos, 
amianto, mercúrio, benzeno e chumbo serão 
de responsabilidade da Coordenação Geral de 
Vigilância Ambiental em Saúde – CGVAM.
O conceito ampliado de exposição, 
tratado não como um atributo da pessoa, 
Meio ambiente e sustentabilidade 165
mas como conjunto de relações complexas 
entre a sociedade e o ambiente, é central 
para a definição de indicadores e para a 
orientação da prática de vigilância ambien-
tal. Entre as dificuldades encontradas para 
sua efetivação no Sistema Único de Saúde 
no Brasil, estão a necessidade de reestrutu-
ração das ações de vigilância em saúde e a 
formação de equipes multidisciplinares, 
com capacidade de diálogo com outros se-
tores, além da construção de sistemas de in-
formação capazes de auxiliar a análise de si-
tuações de saúde e a tomada de decisões. 
Por exemplo, a Figura 7.5 mostra o poten-
Figura 7.5
Mapa da distribuição espacial do Risco Relativo da incidência de tuberculose em Rio Claro, 
São Paulo, Brasil.
166 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
cial do uso de indicadores de risco para ges-
tão e planejamento em vigilância ambiental 
que, muitas vezes, não são incorporados aos 
métodos de análise.
Como tentativa de articular as 
esferas governamentais e demais atores 
envolvidos nesse processo e consolidar a 
Política Na-cional de Saúde Ambiental, o 
Ministério de Meio Ambiente programou 
para dezembro de 2009, em Brasília, a I 
Conferência Nacio-nal de Saúde 
Ambiental.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
 
Dica do professor
O vídeo a seguir contém uma contextualização relacionada com as prevenções e com as ações de 
vigilância ambiental.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5091523e273e0fa81413cf78dd55cd29
Exercícios
1) O que compreende o Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental (SINVSA)? 
A) Compreende a programação pactuada integrada da área de vigilância em saúde.
B) É o estado de bem-estar físico, mental e social,e não meramente a ausência de doença, 
passando do modelo biológico de ser humano para o modelo biopsicossocial.
C) Conjunto de ações e serviços prestados por órgãos e por entidades públicas e privadas 
referentes à vigilância em saúde ambiental.
D) Processos infecciosos somados ao avanço da tecnologia, tanto da área sanitária como da área 
de diagnóstico e terapêutica.
E) Ciência para a construção e condução de estudos com participação de uma rede 
multiprofissional bem formada e integrada.
2) Segundo a regulamentação da Instrução Normativa MS/SVS No 1, de 7 de março de 2005, a 
vigilância em saúde ambiental tem a finalidade de recomendar e de adotar medidas de 
promoção da saúde ambiental, de prevenção e controle dos fatores de risco relacionados 
com as doenças e outros agravos à saúde, em especial, os itens das alternativas a seguir, 
EXCETO: 
A) Água para consumo humano, ar.
B) Solo e contaminantes ambientais, substâncias químicas.
C) Desastres naturais e acidentes com produtos perigosos.
D) Fatores biológicos e patogênicos.
E) Fatores físicos e ambiente de trabalho.
3) Que palavra definiria vigilância em saúde ambiental? 
A) Esgoto.
B) Saúde.
212162
Realce
212162
Realce
212162
Realce
C) Sustentabilidade.
D) Legislação.
E) Resíduos.
4) No Brasil, o conceito de vigilância em saúde tem um elo que reorienta o planejamento e a 
gestão das diversas vigilâncias. Onde estas vêm sendo implementadas? 
A) No Sistema Único de Saúde (SUS).
B) Na vigilância epidemiológica.
C) Na vigilância do trabalhador.
D) Na vigilância sanitária.
E) Conforme Norma ISO 14.001.
5) Qual imagem resume, conforme o estudado, as ações e a prevenção da vigilância em saúde 
ambiental? 
A) 
212162
Realce
 
B) 
 
212162
Realce
C) 
 
D) 
 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
E) 
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ce463a19-85e1-4e84-ba9a-6e18178c695f/c70bf4ab-a301-4881-813f-8ea9a82d3caf.png
 
Na prática
Imagine que você deverá realizar um plano de saneamento básico em seu munícipio, englobando 
também as questões de vigilância em saúde ambiental. São feitas várias reuniões para discussão do 
assunto, e verifica-se cada tópico a ser englobado no plano. 
Nesse sentido, resolve-se inserir um cronograma para as obras que serão incorporadas ao plano de 
saneamento do município, indicando os locais que são foco de contaminação como prioritários para 
o início do projeto. Além disso, você sugere, e é apoiado por todos, a realização de programas de 
prevenção junto a esses locais focos de contaminação e que abrigam, na grande maioria, 
comunidades de baixa renda.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Meio Ambiente e Sustentabilidade
ROSA, André Henrique; FRACETO, Leonardo Fernandes; CARLOS, Viviane Moschini. Meio 
Ambiente e Sustentabilidade. Editora: Bookman. Capítulo 7, páginas 155 a 176.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!Vigilância ambiental em saúde e sua implantação no Sistema 
Único de Saúde
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Gestão da vigilância à saúde
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102006000100025
https://pt.scribd.com/document/183140477/Gestao-Vigilancia-Em-Saude-GS-Miolo-Online-2ed-Nacional

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