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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Síndrome de Sjogren ● Doença sistêmica imunomediada, de evolução lenta e progressiva. ● 🌵Síndrome seca ● Infiltração linfócitos das glândulas exócrinas + deposição de imunocomplexos ● Destruição e perda da função secretora das glândulas ● Olho, boca, mucosas em geral, secas Classificação ● Primária ● Secundária→ principalmente relacionada a AR ○ Pode ser tbm lúpus eritematoso sistêmico, polimiosite, doença mista do tecido conjuntivo, tireoidite de Hashimoto, cirrose biliar primária e hepatite autoimune. Epidemiologia ● Segunda doença reumática autoimune mais comum ● 1-4% da população ● Mulheres→ 9:1 ● Br→ 0,17% da população ● 5-6a década de vida ● Fatores genéticos → polimorfismo HLA-DR-DQA1*0501 em pacientes caucasianos Clínica ● Manifestações glandulares e extraglandulares ● Forma primária possui maior probabilidade de acometimento extraglandular ● 30% desenvolvem manifestações sistêmicas ● 5% desenvolvem linfoma de células B ● Quanto maior a ativação de linfócitos B maior o risco de manifestações graves e linfomas 😇👿Há dois subgrupos de pacientes com manifestações clínicas, padrões histológicos, perfil de citocinas e prognósticos diferentes. Um com elevados níveis de sintomas (secura, fadiga e dor) e grande impacto sobre a qualidade de vida, e o outro com manifestações mais graves acometendo órgãos-alvo e que se associam ao aumento da morbidade e mortalidade. Glândula lacrimal ● Prurido, hiperemia, irritação ocular ● Sensação de corpo estranho ● Sensação de secura ● Lacrimejamento→ reflexo, em fase mais inicial ● Embaçamento visual ● Redução da acuidade ● Lesões ulcerativas ● Maior risco de infecções Olho seco ● Outras causas ○ Sarcoidose ○ Hepatite C ○ Doença do enxerto-versus-hospedeiro ○ Diabetes mal controlada ○ Deficiência de vitamina A ○ Blefarite ○ Infecções virais ○ Lente de contato ○ Medicamentos como anti-histamínicos, diuréticos, antidepressivos tricíclicos e benzodiazepínicos ● Teste de Schirmer ○ Faz primeiro pois colírio pode alterar os demais testes ○ Colocar um pedaço de papel de filtro sob a pálpebra inferior e medir a parte umedecida após 5 minutos ○ Normal = > 15 mm em 5 minuto ○ <5 mm teste de Schirmer + ● Tempo de ruptura das lágrimas (TBUT) 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Tempo que leva para a ruptura da lágrima desde a última piscada v Avalia o filme lacrimal em sua estabilidade e evaporação ○ Sjogren —> tempo de ruptura menor ○ Fluoresceína no olho tradicionalmente com lâmpada de fenda ○ Valor normal › após 10 seg ○ 3 avaliações ● Coloração da superfície ocular (fluoresceína e lissamina verde) ○ A coloração de Rosa Bengala não deve mais ser realizada devido à sua toxicidade para o epitélio da ocular ○ Realizada para avaliar os danos a superfície ocular ○ Escores para danos (Van Bisterveld(24) ou o SICCA Ocular Staining Score (OSS) (25)) Outras manifestações glandulares ● Secura nasal, orofaringe com tosse seca, rouquidão, rinite, sinusite e bronquite recorrente ● Secura genital com dispaneuria, prurido e irritação ● Pele seca podendo haver prurido cutâneo Glândulas salivares ● Hipossalivação e boca seca ● Alteração da flora bacteriana→ cárie e candidíase ● Diminuição do paladar ● Halitose ● Disfagia de indução ● Sensação de queimação em mucosa oral ● Aumento da parótida indoor e difuso - mais raro na forma secundária !!! ● Sialometria ○ Utilizado para quantificar a produção de saliva ○ Taxa de fluxo não estimulada de 1.5 ml/15 minutos ○ Pode ser feito o teste com estimulo em pacientes com doença avançada ● Sialografia ○ Anatomia do ducto salivar ○ Ductos distorcidos e dilatados e uma distribuição irregular do contraste dentro das glândulas ○ Doloroso ○ Predispõe a infecções ou obstrução ○ Não deve ser realizado para investidor boca seca devido aos seus efeitos adversos e resultados inconsistentes ● Cintilografia ○ Avaliações funcionais ○ Avalia principalmente as glândulas salivares maiores ○ Captação retardada, diminuída concentração e/ou excreção retardada do marcador ○ Padrão semelhante → sialadenite crônica, efeitos de drogas ou distúrbios metabólicos ○ Não faz parte do critério para diagnóstico ● USG glandulas salivares ○ Não é critério, mas é útil para o diagnóstico ○ Há uma redução da ecogenicidade e presença de áreas hipoecoicas ● Biópsia ○ Padrão ouro ○ Critério de diagnostico com maior sensibilidade e especificidade ○ Biópsia incisional da mucosa labial nferior com 5-10 glandulas menores ○ > 50 linfócitos dentro do tecido acionar = 1 foco ○ 1 foco em 4mm = SS Manifestações extraglandulares ● Sintomas sistêmicos de sempre → Febre, fadiga, perda de peso, anorexia ● Cutâneas ○ Fenômeno de Raynaud é a mais frequente ○ Vasculites por deposição de imunocomplexos → GRAVE → principalmente a púrpura, urticariforme, eritema nodoso ou polimorfo ● Musculoesqueléticas ○ Artralgia e artrite não erosiva (n deforma), pode ser simétrica ou assimétrica e tem caráter poliarticular → mais comum na primaria ○ Mialgia ● Neurológicos ○ Neuropatias periféricas → vasculites vasa nervous ○ Vasculites SNC→ simulam infartos (AVC) ○ Polineuropatias axonais (polineuropatia periférica simétrica sensitiva pura e sensitivomotora), gânglio neuronopatia sensitiva, neuropatia de pequenas fibras, mononeurite múltipla, neuropatia do trigêmeo e de outros nervos cranianos, neuropatias autonômicas e polirradiculoneuropatia desmielinizante. ○ Envolvimento do SNC → focais/multifocais (convulsões, distúrbios do movimento, 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA síndrome cerebelar, neurite óptica, lesões pseudotumorais, déficits sensitivos e motores, “esclerose múltipla símile”, vasculite do SNC), difusas (comprometimento cognitivo, encefalopatia, demência, distúrbios psiquiátricos e meningoencefalite asséptica) e disfunções da medula espinhal (mielopatia progressiva aguda e crônica, doença do neurônio motor inferior, bexiga neurogênica e mielite transversa aguda). ○ Outras manifestações → cefaleia, disfunção cognitiva e distúrbio do humor. ● TGI ○ Acloridria→ gastrite atrófica crônica ■ Pode levar à anemia megaloblástica!!! ○ Dismotilidade esofagianas - 36-90% ○ Sd de má absorção ○ Diminuição leve da secreção pancreática → eventual associação com pancreatite autoimune ● Respiratório ○ Doença intersticial linfocítica com fibrose intersticial → mais comum é a PINE (pneumonite intersticial não específica) ○ Rinite, secura nasal, orofaringeana e traqueal, tosse seca e persistente ● Hematológicas ○ Citopenias ○ Anemia de doença crônica, anemia megaloblástica por deficiência de B12 ● Renal→⅓ dos casos ○ Nefrite intersticial linfocítica → + comum → acidose tubular renal distal com paralisia periódica hipocalêmica ○ Glomerulonefrite por deposição de imunocomplexos → rara→ + grave → pode evoluir para insuficiência renal ● Neoplasias ○ Risco aumentado em especial para linfoma MALT e não Hodgkin ○ Principalmente se ■ Aumento persistente da parótida ■ Linfadenopatia ■ Complemento baio/linfopenia ■ Infiltrado inflamatório importante com centros germinativos ■ Presenca de púrpura ■ Crioglobulinemia ○ LNH variável MALT ou linfoma estranhado de células B da zona marginal ■ Sítios + comuns → g. Salivares e lacrimais e linfonodos cervicais ● Genitais ○ Vaginite seca, com irritação, prurido e dispareunia Autoanticorpos ● FAN - 80% dos casos - padrão pontilhado fino é o mais frequente ● FR - 30 a 50% dos casos ● Anti-Ro - 30 a 60% dos casos ● Anti-La - 15-40% dos casos ● Anti-Ro e anti-La são os mais característicos da doença embora não sejam específicos, maior associação a sintomas sistêmicos e maior infiltração linfocítica Patogênese Fatores genéticos ● MHC classe II ● Polimorfismos de nucleotídeo único dos genes da via do interferon Fatores ambientais ● Persistência de alguns vírus levando a um mecanismo de perda da auto-tolerância Fatores Hormonais● Receptores de estrógeno nas glândulas salivares que diminuem o recrutamento de linfócitos e previnem a morte celular 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Diagnóstico Tratamento - Recomendações EULAR 2019 ● Pacientes devem ser manejados de forma multidisciplinar e em centros especializados ● Primeira etapa→ tto sintomático para secura ● Tto sistêmico → deve ser considerado quando atividade da doença → manifestações extraglandulares!! ● Terapia de c. B→Rituximabe 1. Avaliação da funcionalidade da glândula salivar é recomendada antes de se iniciar tratamento sintomático para secura oral 2. Fluxo salivar deve ser realizado para avaliação da reserva funcional glandular a. Estímulo não farmacológico para disfunção leve b. Estímulo farmacológico para disfunção moderada c. Substituição de saliva para disfunções graves 3. Tratamento de primeira linha para secura ocular: colírios lubrificantes e gel ocular 4. Secura ocular refrativa → colírios imunossupressores e soro autólogo 5. Outras doenças concomitantes devem ser avaliadas na persistência de dor e fadiga importantes 6. Sintomas musculoesqueléticos → analgésicos e DMARDs 7. Tratamento da doença sistêmica deve ser órgão específico e baseado no ESSDAI 8. Corticoides devem ser utilizados na menor dose e menor tempo possível 9. Imunossupressores devem ser utilizados como poupador de corticóide 10. Terapia de células B deve ser considerada na doença refratária 11. Tratamento de doença sistêmica deve seguir uma seqüência de GC, imunossupressores e biológicos Sintomas xerostomia ● Saliva artificial ● Estimulantes ou sialogogo como gomas de mascar e balas duras sem açúcar ● Agonistas muscarínicos→ pilocarpina e cevimelina Sintomas xeroftalmia ● Lágrimas artificiais lubrificantes ● Ciclosporina-A emulsão oftálmica considerada em pacientes com olhos seco graves 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Colírios de corticóides se esclerite associada ● Oclusão dos pontos lacrimais → vai obstruir o sistema de drenagem lacrimal normal ● Lubrificação com soro autólogo rico em fatores de crescimento→ casos graves e refratários Manifestações extraglandulares ● Manifestações articulares →HCL e MTX + corticoide e AINES para sintomas ● Manifestações neurológicas, pulmonares e vasculites cutâneas → corticoide + imunossupressor (AZA, MMF, CYC oral) 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Manifestações SNC graves, renais e pulmonares → pulso CYC + metil ● Casos refratários→RXT e imunoglobulina Síndrome de Sobreposição ● Presença de 2 ou mais doenças do tecido conjuntivo em um único indivíduo ● A associação observada com maior frequência é a da Sd de Sjogren com AR, LES, ES e dermatopolimiosite ● Rhupus = LES + AR ● O tratamento varia de acordo com a manifestação clínica principal!!! Doença Mista ● Doença inflamatória autoimune crônica multissistêmica, potencialmente grave, que contempla manifestações clínico laboratoriais de lúpus eritematoso sistêmico (LES), esclerose sistêmica (ES) e miopatia inflamatória (MI). ● Sorologicamente, caracteriza-se pela presença do anticorpo (Ac) anti-U1-ribonucleoproteína (anti-RNP) em altos títulos. ● Pacientes que apresentem manifestações clínicas de diferentes doenças de tecido conjuntivo + anti-RNP em altos títulos (1:1280) 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Apresentam auto-anticorpos específicos negativos como anti-DNA/anti-Sm ● Mais comum em mulheres —. 9:1 ● Pico entre 4-6ª décadas de vida Epidemiologia ● Acomete primordialmente mulheres → 3,3 a 24 mulheres para cada homem). ● O início da doença é mais frequente entre a 4ª e a 6ª décadas de vida, podendo ter início na infância. Clínica ● Inicialmente, os pacientes podem apresentar queixas inespecíficas, como astenia, febre e perda de peso, além de artralgia e mialgia. ● O início da doença é sempre insidioso ● Hipertensão arterial pulmonar (HAP) —> a queixa principal será dispneia, que se instala em doença mais avançada. ● Fenômeno de Raynaud→ + 90% ● Sinovite→ +90% ● Puffy hands→ +70% ● Miosite→ + 50%→ normalmente leve ● Manifestações graves renais e do SNC são raras ● TGI ○ Disfagia, dispepsia e DRGE (semelhantes a ES por disfunção motilidade esofagiana) ○ Outras complicações menos comuns incluem vasculite intestinal, pancreatite aguda e hepatite crônica ativa ● Pulmonar ○ Comum ○ Quadro típico é de pneumopatia intersticial não específica, com distribuição basal, posterior e periférica. ○ Maioria dos pctes assintomática ○ Fibrose pulmonar, hipertensão pulmonar e doença intersticial podem ocorrer ○ Causa mais comum de óbito→HAP ● Neurológicas ○ Neuralgia do trigêmeo é a + comum ○ Cefaleia do tipo migrantes é comum ○ Convulsões e psicose raramente ocorre ● Cardíacos ○ Varia de pericardite assintomática (40%) até IC decorrente de cor pulmonares ● Hematológicas ○ Anemia hemolítica rara ○ Leuco e linfopenia ○ Plaquetopenia→ 10% ● Renais ○ No passado eram considerados poupador ○ Até 50% com glomerulonefrite membranoso ○ IR rara ● Cutâneas ○ Eritema malar ○ Esclerodactilia ○ Espessamento cutâneo em antebraços ○ Hipo ou hiperpigmentação ○ Placas discóides ○ Vasculite e úlceras, tanto em membros inferiores como em polpas digitais. Diagnóstico ● Padrão de FAN é o pontilhado grosso → Outros auto-Ac podem estar presentes, no entanto, pela alta especificidade para LES dos Ac anti-DNA de dupla hélice e anti-Sm ● Exames de imagem são necessários para avaliação de órgãos internos, especificamente o ecocardiograma com Doppler, tomografia computadorizada de tórax de alta resolução e esofagograma contrastado com bário. ● Critérios de Alarcon-Segovia → 3 critérios clínicos + critério sorológico ○ Quando presente edema de mãos + acroesclerose + Raynaud precisa de mais 1 critério clínico Tratamento ● De acordo com manifestação apresentada ● Artrite→ corticoide / MTX / HCLQ ● Casos de maior gravidade (HAP / doença intersticial pulmonar / renal ) = pulsoterapia com corticoide + imunossupressor (azatioprina/ciclofosfamida) ● Em relação ao tratamento do fenômeno de Raynaud, os bloqueadores de canal de cálcio diidropiridínicos 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA (nifedipino, anlodipino) e não diidropiridínicos (diltiazem, verapamil) fazem parte da primeira linha de tratamento. ● O tratamento do refluxo gastroesofágico é padrão, com uso de inibidores de bomba de prótons e procinéticos. ● A hipertensão pulmonar deve ser tratada com imunossupressão (ciclofosfamida, micofenolato de mofetila, azatioprina), assim como os quadros de pneumopatia intersticial. Além do uso dos imunossupressores, medicações específicas (bloqueadores de canal de cálcio, inibidores da enzima de conversão da angiotensina, diuréticos, antagonistas do receptor da endotelina, inibidores da fosfodiesterase-5 e prostanoides) devem ser usadas no manejo da hipertensão pulmonar. ● Em casos refratários, o uso do rituximabe pode ser apropriado. Doença Indiferenciada do Tecido Conjuntivo ● Pacientes que exibem sinais e sintomas de doenças do tecido conjuntivo, mas não preenchem critérios para nenhuma! ● Podem evoluir para alguma doença específica até os 5 anos de evolução (principalmente no 1 ano) ● Manifestações clínicas mais comuns: artralgia, artrite, Raynaud, secura oral e ocular e leucopenia ● FAN é positivo em mais de 90% ● Tratamento varia de acordo com a manifestação clínica Critérios preliminares de classificação ● Presença de sinais e sintomas de doenças do tecido conjuntivo como LES, ES, DMTC, AR e SSj, mas que não preencham critérios mínimos de classificação por pelo menos três anos consecutivos (forma estável ou estabelecida). ● Presença de FAN positivo, por pelo menos duas ocasiões. Os pacientes com sintomatologia menor que três anos podem ser definidos como forma inicial. Esclerodermia ● A esclerodermia localizada ou morfeia é uma afecção que acomete a pele e os tecidos adjacentes e tem como característica principal o espessamento cutâneo.● Não há envolvimento de órgãos internos, o que a diferencia da esclerose sistêmica. ● Normalmente tem curso benigno e autolimitado. ● A qualidade de vida do paciente é muitas vezes afetada pelo aspecto da pele, por contraturas articulares e, raramente, por deformidades da face e das extremidades. EPIDEMIOLOGIA ● Incidência anual de 3,4 a 27 casos por milhão de habitantes. ● É mais comum no sexo feminino (2,4-5:1). ● O pico de incidência na infância ocorre entre os 7 e 11 anos de idade e, na fase adulta, por volta da quarta década. QUADRO CLÍNICO Morfeia em placa - morfeia (fase ativa) - fasciite eosinofílica/fibrose cutânea - Morfeia linear em golpe de sabre 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Diagnóstico diferencial DIAGNÓSTICO ● Clínico e anatomopatológico. ● A avaliação clínica deve identificar os diferentes padrões (em placa, linear, generalizada, superficial ou profunda). ● Não se espera alteração de exames laboratoriais como elevação de reagentes de fase aguda e não existem autoanticorpos específicos. TRATAMENTO ● Indicado precocemente quando há sinais de atividade, que incluem: surgimento de novas lesões, endurecimento progressivo da pele, presença de halo lilás ao redor das lesões, progressão do acometimento dos tecidos profundos em exame de imagem ou biópsia demonstrando doença ativa. Formas superficiais e menos extensas da doença ● Tratamento tópico com tacrolimus ● Menor nível de evidência→ calcipotriol, principalmente associado a betametasona e a fototerapia. ☀ A fototerapia normalmente está indicada como adjuvante em casos de acometimento mais extenso ou refratários. Tratamento sistêmico ● Metotrexato→ dose recomendada variando de 10 a 25 mg/semana ● Pode ser associado a corticosteroide oral (prednisona 0,5-1 mg/kg/dia) por curto período ou parenteral. Esclerose Sistêmica ● Doença rara, causada por disfunção endotelial e imunológica que compromete o tecido conjuntivo da pele, sistema musculoesquelético e órgãos internos, particularmente o coração, rins, pulmões e trato gastrointestinal. ● Caracteriza-se por alterações inflamatórias, fibróticas e atróficas, ao lado de endarterite proliferativa e lesões capilares obstrutivas, sendo os mecanismos fisiopatológicos envolvidos complexos e ainda pouco conhecidos. EPIDEMIOLOGIA ● Incidência anual de 0,6 a 19 indivíduos por milhão de habitantes. ● Em estudo brasileiro, foi detectada uma incidência de 11,9 por milhão de habitantes. ● Mais prevalente no sexo feminino, variando de 3 a 15:1. ● O início da doença se dá preferencialmente entre os 45 e 64 anos de idade, sendo rara na infância. DIAGNÓSTICO Quadro clínico ● Embora a apresentação clínica seja variável, os sintomas iniciais resultam da presença do FRy e do refluxo gastroesofágico. ● O FRy associado à presença de autoanticorpos e/ou capilaroscopia anormal configuram a fase precoce ou muito precoce da doença. Formas clínicas ● As duas formas clássicas de apresentação da ES são a forma cutânea limitada e cutânea difusa. ● Forma limitada → espessamento cutâneo é restrito às extremidades dos membros e face, é tipicamente associada à presença de anticorpo anticentrômero, e a hipertensão arterial pulmonar é uma complicação esperada. ● Forma difusa →espessamento cutâneo ocorre precocemente e se estende à região proximal dos membros e tronco, a fibrose pulmonar e a crise renal esclerodérmica são mais frequentes e os anticorpos predominantes são o anti-Scl70 e o anti-RNA polimerase III. 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Os critérios de classificação do ACR/EULAR 2013 foram desenvolvidos para aumentar a sensibilidade e consequentemente o diagnóstico precoce, incluindo, além das manifestações clínicas, os achados da capilaroscopia periungueal e a presença de autoanticorpos, classificando como portador de ES se nove ou mais pontos forem encontrados entre oito itens listados. 10