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Língua Portuguesa Morfologia

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Professor(a) Esp. Lucimari de Campos Monteiro
LÍNGUA PORTUGUESA: 
MORFOLOGIA
REITORIA Prof. Me. Gilmar de Oliveira
DIREÇÃO ADMINISTRATIVA Prof. Me. Renato Valença 
DIREÇÃO DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Me. Daniel de Lima
DIREÇÃO DE ENSINO EAD Profa. Dra. Giani Andrea Linde Colauto 
DIREÇÃO FINANCEIRA Eduardo Luiz Campano Santini
DIREÇÃO FINANCEIRA EAD Guilherme Esquivel
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Profa. Ma. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Me. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DE PLANEJAMENTO E PROCESSOS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EAD Profa. Ma. Sônia Maria Crivelli Mataruco
COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIDÁTICOS Luiz Fernando Freitas
REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling 
 Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
 Caroline da Silva Marques 
 Eduardo Alves de Oliveira
 Jéssica Eugênio Azevedo
 Marcelino Fernando Rodrigues Santos
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruna de Lima Ramos
 Hugo Batalhoti Morangueira
 Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz 
DE VÍDEO Carlos Firmino de Oliveira 
 Carlos Henrique Moraes dos Anjos
 Kauê Berto
 Pedro Vinícius de Lima Machado
 Thassiane da Silva Jacinto 
 
FICHA CATALOGRÁFICA
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP
M775L Monteiro, Lucimari de Campos
 Língua portuguesa: morfologia / Lucimari de Campos
 Monteiro. Paranavaí: EduFatecie, 2023.
 81 p.: il. Color.
 
 1. Língua portuguesa – Morfologia. 2. Norma linguística.
 I. Centro Universitário Unifatecie. II. Núcleo de Educação a
 Distância. III. Título.
 
 CDD: 23. ed. 469.5
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577
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são oriundas dos bancos de imagens 
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Professor(a) Esp. Lucimari de Campos Monteiro
• Pós-graduada em Docência do Ensino Superior (Faveni — ES)
• Especialista em Marketing, Novas Mídias e Redes Sociais (UNIARA — SP)
• Licenciada em Letras Português-Inglês (FIRA — SP) 
• Professora Conteudista — UniFatecie
Possui experiência como docente no Ensino Fundamental II e Médio nas disciplinas 
de Gramática, Literatura e Redação. No ensino superior atuou como docente nos cursos de 
Letras, Agronomia, Engenharia Civil, Jornalismo, Publicidade e Administração, nas discipli-
nas de Comunicação Empresarial, Linguística, Mídia, Análise e Produção de texto, e outras 
da área da comunicação e educação, no interior de São Paulo. Atuou, ainda, em Agências 
de Publicidade no Paraná como redatora de peças publicitárias. Possui experiência com 
correção das Redações do ENEM, revisão de textos acadêmicos em geral e Trabalhos de 
Conclusão de Curso.
CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/3060516310351242
AUTOR
http://lattes.cnpq.br/3060516310351242
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Seja muito bem-vindo(a)!
Prezado(a) aluno(a), se você é alguém que gosta de estudar a língua portuguesa 
em todos os seus aspectos, isso já é o início de uma grande caminhada que vamos fazer 
juntos a partir de agora. Proponho, junto com você, construir nosso conhecimento sobre a 
morfologia, mas sem deixar de lado os demais elementos de análise gramatical.
Na unidade I começaremos a nossa jornada pelo conceito da formação de palavras, 
das unidades morfológicas e estrutura da palavra, bem como as construções históricas que 
ocorreram até o conceito de morfologia que conhecemos hoje.
Já na unidade II vamos ampliar nossos conhecimentos sobre os elementos mór-
ficos conhecendo a Nomenclatura Gramatical Brasileira — NGB — que divide as classes 
gramaticais em dez partes. Apontaremos, ainda, alguns problemas de classificação das 
palavras que apareceram após a definição da NGB. Ainda na unidade II vamos conhecer 
as classes gramaticais dos substantivos, adjetivos e verbos.
Já nas unidades III e IV vamos dar continuidade nas classes gramaticais. Na unidade 
III vamos conhecer os artigos, pronomes e numerais, bem como o uso das palavras fóricas, 
em anáforas e catáforas. Na unidade IV finalizaremos as classes gramaticais aprendendo 
sobre advérbios, conjunções, preposições e interjeições. 
Aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada 
de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em 
nosso material. Esperamos contribuir para seu crescimento pessoal e profissional. 
Muito obrigada e bom estudo!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
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UNIDADE 4
A Junção
Palavras Fóricas e a Referenciação 
Situacional e Textual
UNIDADE 3
Classes e Categorias em Gramáticas 
de Língua Portuguesa
UNIDADE 2
Contribuições Históricas 
para os Estudos de Morfologia
UNIDADE 1
SUMÁRIO
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Plano de Estudos
• Contribuições históricas para os estudos de morfologia
• As unidades morfológicas e a estrutura interna da palavra
• Formação das palavras
• Flexão ou derivação?
• Composição e seus processos
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a gramática da Língua Portuguesa 
segundo a NGB
• Compreender as diferentes classes gramaticais
Professor(a) Esp. Lucimari de Campos Monteiro
CONTRIBUIÇÕES CONTRIBUIÇÕES 
HISTÓRICAS PARA HISTÓRICAS PARA 
OS ESTUDOS DE OS ESTUDOS DE 
MORFOLOGIAMORFOLOGIA1UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
7CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
Prezado(a) aluno(a), a partir de agora vamos embarcar em uma viagem pelo co-
nhecimento. Nesta unidade estudaremos a morfologia de uma forma didática e de fácil 
entendimento, mas sem deixar de conhecer as características do estudo morfológico, bem 
como todas as suas peculiaridades.
Cada um dos tópicos nos mostrará como é necessáriocompreender o estudo da 
morfologia para que as demais análises da Língua sejam feitas com propriedade. Vamos 
conhecer as unidades morfológicas para que seja possível entender a palavra no seu grau 
primitivo e as possibilidades que a Língua nos dá de modificá-la.
Os processos de composição e derivação das palavras também estarão presentes 
nesta unidade, mostrando como é possível brincar com as palavras e criar sempre algo 
novo e contextualizado.
CONTRIBUIÇÕES 
HISTÓRICAS PARA OS 
ESTUDOS DE MORFOLOGIA1
TÓPICO
8CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
Falar em morfologia é, antes de tudo, pensar em origem, em começo, etimologica-
mente, a palavra vem do grego, morfhê que significa ‘forma’ e logos, ‘estudo’, ‘tratado’, em 
outras palavras, morfologia é o estudo da forma.
Mas, antes de mergulharmos nas características da morfologia, é preciso entender 
as contribuições históricas que houveram até que se chegasse, de fato, no termo morfologia 
que surgiu no século XIX.
Antes, porém, o que se tinham eram estudos e pesquisas sobre a língua baseadas 
em escritos e, para isso, surge a filologia, ciência responsável pelas análises de docu-
mentos escritos a fim de conceituar uma língua, ou seja, ela busca normatizar, organizar a 
língua estudada.
O Historicismo (Gramática Comparada ou Filologia Comparada, ou ainda Lin-
guística Histórica e Comparada), como uma nova perspectiva de abordagem 
dos fenômenos de linguagem, emerge no século XVIII, com a descoberta de 
que o Latim e o Grego tinham raízes comuns no Sânscrito. Surgem estudos 
da linguagem que se voltam para a busca de uma língua-mãe, para o enigma 
da origem da linguagem. (BOTELHO, 2007, p. 12)
O historicismo foi uma concepção da filosofia, baseada em Wilhelm Dilthey, que 
traz o conceito de que os fatos humanos são históricos, ou seja, os aspectos políticos, 
sociais, religiosos, econômicos, psíquicos, artísticos e técnicos são os responsáveis pela 
formação integral do homem.
Em termos gerais, a língua e a forma de se expressar e comunicar também está 
inserida nesse contexto e é base da formação humana. E é nesse cenário que entra a 
9CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
filologia com o objetivo de pesquisar como os escritos comprovam essa formação integral 
humana, afinal, língua é parte do homem. 
A criação do termo morfologia é atribuída ao escritor e cientista alemão Johann 
Wolfgang Von Goethe (1749–1832) 
É nesse contexto que o termo morfologia aparece. As palavras continuam no 
centro da investigação, mas o que se enfatiza são os estudos históricos com-
parativos; “a busca das formas básicas, originárias das palavras, pertencentes 
ao protoindo-europeu”. Nessa busca pelo processo de evolução das línguas, 
emerge o interesse pela estrutura interna da palavra e surge uma nomencla-
tura designativa de tal estrutura (raiz, radical, tema). (BOTELHO, 2007, p. 13)
Portanto, podemos definir morfologia como o estudo da forma das palavras, é a 
parte da gramática que estuda isoladamente cada uma delas segundo os morfemas (me-
nores unidades de significação que formam as palavras e são classificados em desinência, 
raiz, radical, afixo, tema e vogal temática).
A partir de agora vamos conhecer, de fato, as unidades morfológicas e saber como 
elas podem flexionar e se modificar.
AS UNIDADES MORFOLÓGICAS 
E A ESTRUTURA INTERNA DA 
PALAVRA2
TÓPICO
10CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
As unidades morfológicas ou elementos mórficos compreendem a divisão que se 
faz de uma palavra, são elas: 
• Raiz
• Radical
• Vogal temática
• Tema
• Afixos: prefixos e sufixos
• Desinências
Veremos agora como cada um desses itens se estabelecem na análise morfológica 
e como se completam. 
Antes, porém, é importante salientar que a análise da morfologia é realizada na pa-
lavra isoladamente, ou seja, os elementos analisados estão fora de contexto e são apenas 
classificados por uma questão de organização do estudo da língua. Já quando se pretende 
analisar os elementos de um texto, por menor que seja, quanto ao seu significado e/ou a 
relação que há entre elas, dentro de um argumento significativo, temos, então, a análise 
sintática estabelecida para tal.
Vamos aos elementos mórficos e suas características:
• Raiz: é o elemento mínimo e primitivo da palavra. Essa palavra pode ser tanto 
verbo quanto termos nominais (substantivo, adjetivo, etc.), a raiz NÃO aceita 
prefixos.
11CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
• Radical: o radical é a parte fixa de uma palavra, ou seja, é o elemento básico 
e significativo das palavras. Mesmo que raiz e radical se confundam, não são 
iguais. Vejamos um exemplo para que seja possível observar essa diferença:
Exemplo: “Nos desentendemos por algo sem sentido”
Na palavra DESENTENDEMOS é possível identificar o radical -DESENTEND, pois 
é a partir dele que se dará as demais conjugações: desentendi, desentenderam, etc.; é 
possível também perceber que há o prefixo — DES antes da forma — END. Portanto, — 
ENTEND é a raiz da palavra desentendemos, é a origem e a unidade mínima indivisível. 
Em termos gerais, o radical é a parte fixa de um VERBO para fins de conjugação, já a raiz 
é a origem da palavra (que pode ser verbo ou não).
• Vogal temática e Tema: o tema se dá quando se liga uma vogal (chamada de 
vogal temática = VT) ao radical. Portanto:
TEMA = radical + VT
Tanto os verbos quanto os nomes apresentam vogais temáticas, no caso dos ver-
bos o tema surge quando se acrescenta o -R do infinitivo, dando origem ao que se classifica 
como verbos de 1ª, 2ª ou 3ª conjugação.
Exemplo de vogal temática nominal: são -a, -e, e -o: mesa, livro, artista, amparo, 
combate, etc., é importante ressaltar que as vogais temáticas não são responsáveis em 
classificar uma palavra quanto ao seu gênero (masculino ou feminino).
Exemplo de vogal temática verbal: são -a, -e e -i, gerando os grupos de verbos 
chamados de conjugações, que podem ser de 1ª, 2ª ou 3ª: cantar, bater, partir.
• Afixos: são elementos que se unem ao radical de uma palavra trazendo novos 
significados. Podem ser antepostos ao radical, que são os prefixos, ou pospostos 
ao radical, chamados de sufixos.
Exemplo: infelizmente (in = prefixo/ feliz = radical / mente = sufixo)
• Desinências: são os elementos finais das palavras que indicam as flexões. 
As desinências podem ser verbais ou nominais, quando verbais indicam flexões 
de número (singular e plural), pessoa (1ª, 2ª ou 3ª), tempo (passado, presente e 
12CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
futuro) e modo (indicativo, subjuntivo e imperativo); quando nominais indicam as 
flexões de gênero (masculino ou feminino) e número (singular e plural). 
Exemplo de desinência nominal:
Menin – o = gênero masculino/número singular
Menin – as = gênero feminino/número plural
Exemplo de desinência verbal:
Estudávamos:
-Estud: radical
-á: vogal temática
-va: modo-temporal (pretérito imperfeito do indicativo)
-mos: número-pessoal (1ª pessoa do plural = Nós)
Os elementos mórficos são os responsáveis pela classificação das palavras, por 
isso, devem sempre ser analisados com cuidado para a estrutura interna ser feita de forma 
correta e adequada.
FORMAÇÃO DAS 
PALAVRAS3
TÓPICO
13CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
Quanto à formação de palavras, elas podem ser divididas entre primitivas ou deriva-
das. As primitivas, como o próprio nome diz, são aquelas que não derivam de outras, ou seja, 
elas existem por elas mesmas dentro da língua portuguesa. Exemplos: pedra, terra, dente, etc.
Já as palavras derivadas possuem sua origem em outras, por exemplo: pedreiro, 
terreiro, dentista, etc.
Há, ainda, na língua portuguesa, dois processos gerais para a formação das pala-
vras, que é o que veremos a seguir:
DERIVAÇÃO: PREFIXAL, SUFIXAL, PARASSINTÉTICA E REGRESSIVA
A derivação tem como objetivoformar novas palavras a partir de uma já existente, 
e pode ocorrer:
- Derivação prefixal: quando se coloca um prefixo antes do radical. Exemplo: 
desligar, incapaz, pré-história, etc.;
- Derivação sufixal: quando se coloca um sufixo após o radical. Exemplo: dentista, 
sapataria, boiada, etc.;
- Derivação parassintética: esse tipo de derivação pode também ser encontrado 
como parassíntese, e ocorre quando há, ao mesmo tempo, um prefixo e um sufixo adicio-
nado ao radical. Exemplo: envergonhar, esfarelar, alistar, etc.;
- Derivação regressiva: ocorre a derivação regressiva quando há a substituição 
da parte final de um verbo pelas desinências a, o ou e. Exemplo:
14CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
Mudar > Muda
Ajudar > Ajuda
Pescar > Pesca
Falar > Fala
Há, ainda, no processo de formação de palavras e especificamente nas derivações 
a Derivação imprópria que ocorre quando uma palavra sofre alteração não somente de 
estrutura, mas também de classes gramaticais. 
Na derivação regressiva vimos que apenas os verbos sofreram essas alterações, já 
na derivação imprópria há modificações em outras classes gramaticais também.
Veja:
a. Os adjetivos podem se tornar substantivos: os bons, os maus, o verde, etc.;
b. Os verbos no infinitivo podem se tornar substantivos: o andar, o caminhar, o 
pensar, o sorrir, etc.;
c. Os substantivos podem se tornar adjetivos: menino prodígio, traje esporte, etc.; 
d. Os adjetivos podem se tornar advérbios: cantar alto, respirar forte, falar 
baixo, etc.
COMPOSIÇÃO: JUSTAPOSIÇÃO E AGLUTINAÇÃO
Já no processo de composição das palavras ocorre algo um pouco diferente das 
derivações, aqui duas ou mais palavras se unem a dois ou mais radicais para dar origem a 
uma nova palavra. 
Temos, então, a composição por justaposição e a composição por aglutinação, que 
será explanado no tópico 5 deste material.
REDUÇÃO
Outra maneira de encontrar o processo de formação de palavras é através da 
redução, que é quando há supressão de parte da palavra plena. 
Exemplos: Auto (automóvel)
Moto (motocicleta)
Seu (senhor)
Pneu (pneumático)
Quilo (quilograma)
Foto (fotografia) 
15CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
HIBRIDISMO
Ocorre o hibridismo quando há mistura de palavras de línguas diferentes dando 
origem a uma nova palavra. Veja:
• Televisão (tele [grego] + visão [latim])
• Monocultura (mono [grego] + cultura [latim])
O processo de formação de palavras acontece quando há modificações nas estru-
turas das palavras, seja com um radical ou mais, adicionando ou suprimindo unidades dos 
termos de acordo com o que se pretende dizer. É válido lembrar que a língua é uma unidade 
social e viva e, que ao longo dos anos, sofre alterações dos usos e costumes das palavras.
Há ainda palavras que se tornam comum na oralidade e passam a ser escritas da 
mesma maneira da oralidade, mas tudo isso leva tempo e trata-se também de costumes e 
da cultura de um determinado povo.
FLEXÃO OU 
DERIVAÇÃO?4
TÓPICO
16CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
Quando falamos em formação de palavras nos deparamos com algumas característi-
cas e denominações que, em algum momento, podem nos confundir e levar a alguma dúvida. 
E uma das mais recorrentes é sobre a flexão ou derivação. Há diferença entre elas? 
Ou para que servem?
Primeiro, vamos verificar o que Rosa (2002) diz sobre a gramática, as divisões das 
classes gramaticais:
A primeira [parte da gramática] é o conhecimento dos vocábulos. Onde cada 
vocábulo ou é um nome, ou é um verbo, ou é um advérbio, denominando-se o 
vocábulo muitas vezes por dição. A segunda é a própria declinação. E a decli-
nação é a manutenção do início e a variação da terminação. Declina-se o nome 
por suas declinações; o verbo pelas conjugações; o advérbio não se declina. A 
terceira parte é a própria construção. E se faz por quatro maneiras, a saber: en-
tre o substantivo e o adjetivo, entre o relativo e o antecedente, entre o suposto 
e o verbo e quando uma palavra exige outra depois de si. (ROSA, 2002, p. 28).
Analisando pelo pressuposto de que algumas classes gramaticais são variáveis, ou 
seja, se modificam e flexionam, enquanto outras classes não mudam, é importante ressaltar 
que há, de fato, diferença entre a derivação e a flexão das palavras sim. Sendo:
Segundo o prof. José Mário Botelho, a derivação é assistemática, aberta e 
não obrigatória; enquanto a flexão é sistemática, fechada, obrigatória e pos-
sui congruência. A derivação é o surgimento de uma nova palavra que nos 
remete a uma dada realidade. A flexão é a formação de novos modos de 
dizer a mesma palavra. No vocábulo ferreiro podemos observar claramente 
a formação de uma nova palavra a partir de ferro através do processo de de-
rivação. O mesmo ocorre em garota em que temos uma nova palavra a partir 
de garoto através da derivação. Para Evanildo Bechara a flexão consiste 
fundamentalmente no morfema aditivo sufixal acrescido de radical, enquanto 
a derivação consiste no acréscimo ao radical de um sufixo lexical ou deri-
vacional: casa+ s: casas (flexão de plural); casa+ inha: casinha (derivação). 
(BOTELHO, 2005 apud PACHECO, 2018, online)
Portanto, fica evidente que a flexão acontece quando há outras maneiras de dizer 
a mesma palavra, enquanto a derivação pode ocorrer - ou não - em determinada palavra. 
Por exemplo, cantarolar é derivada de cantar; mas não há derivação para falar e gritar, que 
são situações da voz humana tanto quanto o cantar.
COMPOSIÇÃO E 
SEUS PROCESSOS5
TÓPICO
17CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
Como visto anteriormente no tópico 3 deste material, a composição ocorre de duas 
maneiras, por justaposição e por aglutinação. Neste processo de formação de palavras, 
duas ou mais se unem a dois, ou mais radicais para dar origem a uma nova palavra. Veja:
- Justaposição: a composição por justaposição acontece quando duas ou mais 
palavras (que podem ser radicais ou não) se unem sem sofrer alteração de estrutura. 
Exemplo: passatempo, girassol, televisão, rodovia, etc.
- Aglutinação: já a composição por aglutinação acontece quando duas ou mais 
palavras (que podem ser radicais ou não) se unem sofrendo alteração de estrutura de 
um ou mais de seus elementos. Exemplo: planalto (plano alto), boquiaberto (boca aberta), 
embora (em boa hora), etc.
 “A palavra é o meu domínio sobre o mundo”
Clarice Lispector
18CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
No Brasil há, segundo o linguista Sírio Possenti (2009), existem três tipos de gramáticas: a normativa, a descri-
tiva e a internalizada. Veremos no quadro a seguir as definições e diferenças que Possenti aponta sobre elas:
Quadro 1: Tipos de gramática
Fonte: Gramáticas normativa, descritiva e internalizada. Educação UOL, 2018, online
* Gramática descritiva– Como antes afirmado, a língua está submetida a constantes transformações, 
prova maior disso é a linguagem dos internautas, quase sempre truncada, fragmentada, abreviada, tudo 
em nome do fator tempo. Outro exemplo de tais transformações são as gírias, muito comuns nos grupos 
sociais específicos, bem como os modismos. Ou seja, essa gramática se torna responsável pelo estudo da 
língua em se tratando de um dado contexto de comunicação.
* Gramática normativa– Também anteriormente mencionada, sobretudo no que tange às regras grama-
ticais, trata-se do estudo dos fatos linguísticos aplicáveis nas situações específicas de interlocução. Repre-
senta, pois, o registro de um sistema que postula as regras convencionais da língua que falamos, passíveis, 
portanto, de serem obedecidas e postas em prática, sempre que assim a situação requisitar.
* Gramática internalizada– Como bem nos aponta o próprio nome, trata-se daquela habilidade de que 
dispõe o falante desde o momento em que ele começa a se mostrar apto a exercer os primeiros contatos 
com a linguagem propriamente dita, ou seja, desde o momento daaquisição da fala que, estando certo ou 
errado segundo os padrões formais, ele possui condições de ordenar suas ideias e expressar seu pensa-
mento, conferindo assim um sentido lógico ao discurso que profere.
Fonte: Tipos de gramática. ALUNOS ON LINE, 2018, online. 
19CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
Nesta unidade foi possível identificar a relação existente entre a filologia, a qual é a 
ciência que estuda os textos escritos, com o surgimento da morfologia, parte da gramática 
que estuda isoladamente as palavras.
Aprendemos ainda como se dá o processo de formação das palavras, suas compo-
sições, derivações e a parte estrutural das mesmas.
Por fim, foi possível perceber como essa classificação minuciosa é importante para 
entendermos o processo de formação das palavras isoladamente para que, quando necessário, 
analisadas juntas se entenda o conceito sintático que elas devem estabelecer de significação.
Espero que nas demais unidades possamos continuar focados e prontos para as 
anotações, pois vamos conhecer, de fato, as classes gramaticais e como elas aparecem 
nos textos e em todo o processo comunicacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
20CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
“Pilhei a senhora num erro!”, gritou Narizinho. “A senhora disse: ‘Deixe estar que já 
te curo!’ Começou com o Você e acabou com o Tu, coisa que os gramáticos não admitem. 
O ‘te’ é do ‘Tu’, não é do ‘Você”… “E como queria que eu dissesse, minha filha?” “Para 
estar bem com a gramática, a senhora devia dizer: ‘Deixa estar que já te curo’.” “Muito 
bem. Gramaticalmente é assim, mas, na prática, não é. Quando falamos naturalmente, 
o que nos sai da boca é ora o você, ora o tu; e as frases ficam muito mais jeitosinhas 
quando há essa combinação do você e do tu. Não acha?” “Acho, sim, vovó, e é como falo. 
Mas a gramática…” “A gramática, minha filha, é uma criada da língua e não uma dona. O 
dono da língua somos nós, o povo; e a gramática - o que tem a fazer é, humildemente, ir 
registrando o nosso modo de falar. Quem manda é o uso geral e não a gramática. Se todos 
nós começarmos a usar o tu e o você misturados, a gramática só tem uma coisa a fazer…” 
“Eu sei o que é que ela tem a fazer, vovó!”, gritou Pedrinho. “É pôr o rabo entre as pernas 
e murchar as orelhas…” Dona Benta aprovou. 
Fonte: Monteiro Lobato. Obra Completa. “Fábulas”, São Paulo, Editora Brasiliense.
LEITURA COMPLEMENTAR
MATERIAL COMPLEMENTAR
21CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS PARA OS ESTUDOS DE MORFOLOGIAUNIDADE 1
FILME/VÍDEO
• Título: O grande desafio
• Ano: 2007
• Sinopse: Melvin Thompson (Denzel Washington) é um brilhante 
professor e amante das palavras. Embora tenha convicções polí-
ticas que possam atrapalhar sua carreira, ele decide apostar nos 
seus alunos para formar um grupo de debatedores e colocar a pe-
quena Wiley College, do Texas, no circuito dos campeonatos entre 
as universidades. Mas o seu maior objetivo é enfrentar a tradição 
de Harvard diante de uma enorme plateia. Inspirado em fatos reais.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=Km8d7NNtElg
LIVRO
• Título: Gramática da Língua Portuguesa
• Autor: Pasquale Cipro Neto, Ulisses Infante
• Editora: Scipione Didáticos
• Ano: 2011
• Sinopse: Obra consagrada como excelente material de referên-
cia. A teoria gramatical combinada à análise de textos do cotidiano. 
O seu grande diferencial está na articulação entre a apresentação 
dos tópicos gramaticais e a análise de textos dos mais diferentes 
tipos, o que propicia a reflexão e a imediata identificação de usos 
daquilo que está sendo estudado. Os mais diversos gêneros (publi-
citários, jornalísticos, letras de canções, poemas, etc.) são objeto 
de atividades de análise e discussão.
https://www.youtube.com/watch?v=Km8d7NNtElg
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Plano de Estudos
• Classes e categorias em gramáticas de Língua Portuguesa
• A NGB e os critérios de classificação;
• Problemas de classificação;
• Classes valenciais;
• Substantivo;
• Adjetivo;
• Verbo.
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a gramática da Língua Portuguesa 
segundo a NGB;
• Compreender as diferentes classes gramaticais.
Professor(a) Esp. Lucimari de Campos Monteiro
CLASSES E CLASSES E 
CATEGORIAS EM CATEGORIAS EM 
GRAMÁTICAS DE GRAMÁTICAS DE 
LÍNGUA PORTUGUESALÍNGUA PORTUGUESA2UNIDADEUNIDADE
INTRODUÇÃO
23CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
Prezado(a) aluno(a), seja muito bem-vindo(a) novamente!
Nesta unidade II vamos conhecer três classes gramaticais que nos levarão ao 
entendimento do processo de construção de palavras e, posteriormente, frases.
Analisaremos morfologicamente cada uma delas através do seu conceito e depois 
aplicando em um exemplo didático e de fácil compreensão.
Antes, porém, serão tecidas considerações relevantes a respeito da NGB (Nomen-
clatura Gramatical Brasileira) e conheceremos um pouco sobre a gramática de valência e 
como todos esses elementos estão, de certo modo, interligados.
Não há mais como negar que a morfologia está diretamente ligada aos contextos 
comunicativos, é preciso conhecer, sim, as classes gramaticais e suas respectivas classifi-
cações, mas é relevante também o entendimento de que os elementos frasais se relacionam 
por meio de contextos situacionais, ou seja, “tudo depende do contexto”, e até mesmo a 
classificação de uma palavra dependerá do momento e lugar de fala. 
Vamos juntos nessa missão de descobrir a Língua Portuguesa de uma forma sim-
ples e prática? Bons estudos!
24CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
CLASSES E CATEGORIAS 
EM GRAMÁTICAS DE 
LÍNGUA PORTUGUESA1
TÓPICO
Vimos na unidade I que a filologia é a ciência que estuda os documentos escritos de 
uma determinada língua com o objetivo de organizá-la e estabelecer suas normas e regras. 
E, bem antes de termos uma gramática como a que conhecemos atualmente, os 
estudos a respeito da língua e de todo processo comunicativo já existia desde a Grécia 
Antiga, quando a busca pelo saber se fazia presente nas conversas do dia a dia e o conhe-
cimento era vivido no seu mais profundo significado.
É parte natural do homem querer saber suas origens e como as coisas se transfor-
maram ao longo dos tempos, por isso, com o estudo das palavras não foi diferente, a busca 
pela “identidade” da língua sempre foi um universo a ser descoberto.
A gramática foi organizada há muitos anos para que fosse possível conhecer e 
classificar as partes do discurso e, como todo elemento vivo e social, ela sofreu e possivel-
mente sofrerá modificações ao longo da história. Por isso, é importante sempre observar 
se a gramática que você se propõe a estudar é atualizada e está em concordância com as 
novas regras e normas vigentes.
A primeira gramática do Ocidente foi de autoria de Dionísio de Trácia, que 
identificava oito partes de discurso: nome, verbo, particípio, artigo, preposi-
ção, advérbio e conjunção. Atualmente, são reconhecidas dez classes gra-
maticais pela maioria dos gramáticos: substantivo, adjetivo, advérbio, verbo, 
conjunção, interjeição, preposição, artigo, numerale pronome. Como pode-
mos observar, houve alterações ao longo do tempo quanto às classes de 
palavras. Isso acontece porque a nossa língua é viva, e, portanto, vem sendo 
alterada pelos seus falantes o tempo todo, ou seja, nós somos os respon-
sáveis por estas mudanças que já ocorreram e pelas que ainda vão ocorrer. 
Classificar uma palavra não é fácil, mas atualmente todas as palavras da 
língua portuguesa estão incluídas em uma das dez classes gramaticais de-
pendendo das suas características. (MATANDAUDJE, 2018, p. 10).
25CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
Temos, portanto, hoje, uma organização normativa de dez classes gramaticais na 
língua portuguesa, classes essas que podem ser encontradas nas gramáticas atuais, e aqui 
nessa unidade vamos conhecer três delas: o substantivo, o adjetivo e o verbo.
Posteriormente, nas demais unidades desta apostila, vamos conhecer as demais 
classes gramaticais e como elas podem ser usadas em determinados contextos e situações 
específicas.
Antes, porém, de darmos continuidade ao assunto proposto, vamos ver no tópico 
seguinte as características da NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) e como ela in-
fluencia diretamente na forma de analisar morfologicamente as palavras.
26CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
A NGB E OS 
CRITÉRIOS DE 
CLASSIFICAÇÃO2
TÓPICO
A língua portuguesa é determinada por normas e regras como já vimos até aqui, no 
entanto, sabe-se que além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde, Guiné-Bis-
sau, Moçambique e São Tomé e Príncipe falam o português. 
Para que todos esses países entre em um consenso sobre as normas da língua, 
alguns tratados sempre foram estabelecidos, por vezes acordados, outras nem sempre.
No início do século XX Portugal tentou pela primeira vez formular um acordo geral 
ortográfico para Brasil e Portugal, mas sem sucesso, as negociações se estenderam por 
anos e até hoje é possível identificar as diferenças que existem em ambos países. Só anos 
depois é que as propostas começaram a surtir efeito:
As tentativas iniciais materializaram-se num primeiro acordo, assinado em 
1931, que, no entanto, viria a ser interpretado de forma diferente nos voca-
bulários ortográficos nacionais, entretanto produzidos em Portugal, o Voca-
bulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1940; no Brasil, o Pequeno 
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, de 1943, acompanhado de 
um Formulário Ortográfico. A fim de eliminar estas divergências, foi assinado 
por ambos os países um novo acordo ortográfico, em 1945, mas este apenas 
foi aplicado por Portugal, continuando o Brasil a seguir o disposto no Formu-
lário Ortográfico de 1943. (Acordo ortográfico, 2019, online).
Após tais negociações da década de 1940, tanto o Brasil quanto Portugal sofreram 
alterações e revisões na sua forma de escrita e as negociações continuaram a andar em 
passos lentos: 
Nas décadas seguintes, houve várias tentativas de chegar a um novo con-
senso, mas, embora no início da década de 1970 tenha havido revisões que 
aproximaram as duas variedades escritas, não foi aprovada oficialmente uma 
reforma que instituísse um documento normativo comum. Fruto de um longo 
27CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
trabalho da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de 
Lisboa, os representantes oficiais dos então sete países de língua oficial por-
tuguesa (além do Brasil e de Portugal, também Angola, Cabo Verde, Guiné-
-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) assinaram em 1990 o Acordo 
Ortográfico da Língua Portuguesa, ratificado também, depois da sua inde-
pendência em 2004, por Timor-Leste. (Acordo ortográfico, 2019, online).
De fato, no Brasil, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa que teve sua origem 
em 1990 só entrou em vigor em 2009, no começo do ano; Portugal se estendeu por mais al-
guns meses e em maio do mesmo ano também passou a vigorar as novas normas e regras.
Tanto para os brasileiros quanto para os portugueses, o Novo Acordo foi impactante, 
uma vez que se estabeleceram regras que poderiam confundir ainda mais alguns aspectos 
morfológicos, ortográficos e até mesmo sintáticos da língua, por isso, o acordo apontava um 
período de adaptação de três anos para que a população se acostumar com as novas regras.
Atualmente, o Acordo Ortográfico está em vigor e faz parte do dia a dia dos países 
de Língua Portuguesa.
E, voltando um pouco na linha do tempo da LP, a NGB (Nomenclatura Gramatical 
Brasileira) foi estipulada em 1959 pelo então Exmo. Sr. Ministro de Estado da Educação 
e Cultura Clóvis Salgado, e elaborado pela Comissão designada na Portaria Ministerial 
número 152/57, constituída pelos Professores:
• Antenor Nascentes
• Clóvis do Rêgo Monteiro
• Cândido Jucá (filho)
• Carlos Henrique da Rocha Lima 
• Celso Ferreira da Cunha
A NGB teve, então, papel primordial na definição e constituição gramatical brasilei-
ra. Ela foi dividida em três partes, sendo:
• Primeira parte: fonética;
• Segunda parte: morfologia;
• Terceira parte: sintaxe.
Para conhecer a Nomenclatura Gramatical Brasileira na íntegra, acesse: http://
www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=ngbras
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=ngbras
http://www.portaldalinguaportuguesa.org/?action=ngbras
28CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
PROBLEMAS DE 
CLASSIFICAÇÃO3
TÓPICO
Ao pesquisar uma palavra na gramática ou tirar algumas dúvidas sobre determina-
do item temos a certeza de que a resposta que encontramos ali será 100% correta e não 
haverá possibilidade de equívocos, correto? Depende.
O que ocorre é que após a classificação da NGB ser instituída e as novas gra-
máticas adotarem as 10 classes de palavras como de fato classes de palavras (parece 
redundância, mas já explico) alguns problemas de classificação foram aparecendo, e não 
apenas classificação, mas também de incoerência. 
A nível de organização da NGB, a gramática é dividia em variáveis e invariáveis, sendo:
• Variáveis: substantivo, adjetivo, artigo, numeral, pronome e verbo;
• Invariáveis: Advérbio, preposição, conjunção e interjeição.
Agora, vamos ver quais são os principais problemas que surgiram na NGB, vejamos:
Classificação
Começando pelo quesito “classificação”, a NGB foi incoerente ao classificar a 
divisão em 10 partes como “classes de palavras”, afinal o que houve, de fato, foi uma 
“classificação de vocábulos”. E o que isso muda? Muita coisa.
Vejamos: ao se classificar um artigo, uma preposição e interjeição (os dois últimos 
chamados também de conectivos); e um morfema, como o artigo, mas deixa de classificar 
outros vocábulos, há aqui um separatismo que pode ser entendido como incoerente. Antes, 
vamos relembrar o conceito de:
• Vocábulo: palavra considerada apenas no seu aspecto vocal, da pronúncia;
• Palavra: item analisado segundo critérios fônico (som), mórfico (forma) e frásico 
(significado); 
• Morfema: menor unidade significativa que se pode identificar
29CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
Ou seja, os problemas de classificação podem, e vão, refletir quando a análise 
passar da parte morfológica para a sintática.
Critérios homogêneos
Outro fator determinante e incoerente da NGB, é que ela classificou adjetivos e 
substantivos como classes diferentes, além de que os pronomes passaram a ser indepen-
dentes e até mesmo opostos às duas classes citadas. Mas, não se esqueça de que os 
substantivos e os adjetivos podem também assumir função de pronomes. Os numerais, 
que não são distintos de pronomes e substantivos, passaram a ser considerados classe 
gramatical independente. E agora?
Agora, é preciso entender qual é a diferença de classe e função, pois a grande 
confusão e problemática da divisão estabelecida pela NGB se dá nessa mistura, quando, 
na verdade, não deveria ocorrer.
Diferença entre classe e função
A maior questão, portanto, está no entendimentode classes e funções que foram 
estabelecidas pela NGB. Vejamos a diferença:
Se o vocábulo apresenta forma, função e sentido, é lógico que os critérios 
mórficos, sintáticos e semânticos se conflitam nessa tentativa de classifica-
ção. Contudo, não se pode confundir classe com função, como é o caso da 
NGB. O nome, o pronome e o verbo são classes. O substantivo, adjetivo e 
advérbio são funções. As classes são estudadas na morfologia. As funções 
são estudadas na sintaxe. A diferença entre classe e função, linguisticamente 
falando, é que a “classe” é identificada por critérios mórficos e semânticos; a 
“função” possui natureza estritamente sintática e varia de acordo com o con-
texto. (SANTOS, 2018, online) 
Logo, o que chamamos de nome não se trata apenas do substantivo, mas também 
das funções básicas como o adjetivo ou o advérbio, e além dessa divisão, toda palavra será:
• Um nome, se a representação for estática, sem variações temporais.
• Um verbo, se sofrer variações temporais, ou seja, se expressar uma represen-
tação dinâmica ou indicar um processo da realidade, ou
• Um pronome, se apenas situar uma representação no espaço/tempo.
Em resumo, podemos identificar que os principais problemas de classificação que 
aparecem na NGB são:
• Morfologia: a divisão de 10 classes se torna incoerente, pois foi baseada apenas 
na significação, trazendo duplicidade de sentido pela própria definição do que é uma 
classe;
• Classes gramaticais: há, de fato, apenas duas classes gramaticais, que são 
nomes e verbos, as demais são funções;
• Pronomes e nomes: a principal diferença entre eles é que os nomes represen-
tam, classificam, enquanto os pronomes apenas indicam;
• Numerais: são nomes e não classes gramaticais.
30CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
CLASSES 
VALENCIAIS4
TÓPICO
Em seu livro Gramática de valências (1986), Winfried Busse & Mário Vilela trazem 
um conceito diferente do que se tinha, até então, dos verbos. Vejamos o conceito:
A gramática de dependências toma o verbo como elemento central da estrutu-
ra da frase — elemento do qual dependem os demais. Gramática de valências 
é um desdobramento da gramática de dependências. A gramática de valên-
cias considera, portanto, o verbo como o elemento central da frase e trata 
a relação entre esse centro e os demais elementos dependentes sob dois 
pontos de vista: um sintático e outro semântico. (BUSSE; VILELA, 1986, p.42).
A Gramática de valência é um outro conceito linguístico diferente da gramática 
tradicional que conhecemos, ela questiona os critérios usados pela tradicional no que diz 
respeito à classificação de sujeitos, objetos e adjuntos adverbiais. 
Na Valenciana o verbo é visto como um núcleo que se une a casas ou complemen-
tos para haver sentido completo entre eles. Os verbos são divididos em:
• Avalentes: possuem sentido completo e não precisam de nada (nenhuma casa) 
para complementá-los, como os fenômenos da natureza: amanheceu, trovejou, 
choveu, etc.
• Monovalentes: necessitam de complemento para haver sentido completo, 
normalmente é um sujeito que traz essa significância. Exemplo: A árvore caiu — 
temos aqui um verbo (cair) e um sujeito (árvore) complementando o sentido.
Fazendo um comparativo com a gramática tradicional, os verbos avalentes e monovalen-
tes podem ser entendidos como os verbos intransitivos, aqueles que possuem sentido completo.
31CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
Voltando à classificação da gramática de valência, temos ainda:
• Bivalentes: aqui eles precisam de duas casas, ou seja, dois complementos para 
que seja feito o entendimento correto. 
• Exemplo: A árvore produziu frutos.
• Árvore: sujeito
• Produziu: verbo
• Frutos: objeto
São os verbos ligados diretamente ao objeto sem o auxílio da preposição, o que na gra-
mática tradicional conhecemos como VTD (verbos transitivos direto e seu OD — objeto direto)
• Trivalentes: já os verbos trivalentes necessitam de três complementos para 
haver sentido, ou três casas como também são chamadas.
• Exemplo: A prefeitura enviou ajuda aos desabrigados.
• Prefeitura: sujeito
• Enviou: verbo
• Ajuda: Objeto direto
• Aos desabrigados: destinatário
32CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
SUBSTANTIVO5
TÓPICO
Os substantivos, segundo a gramática da língua portuguesa e a definição da NGB 
(Nomenclatura Gramatical Brasileira) são os responsáveis pela designação dos seres, ou 
seja, são eles que dão nome às coisas.
Os substantivos se dividem em:
• Comuns: são aqueles que recebem a denominação de seres da mesma es-
pécie, por exemplo: meninos, cachorros, árvores (há muitos meninos, muitos 
cachorros e muitas árvores);
• Próprios: são aqueles que denominam seres em particular, podem ser nomes 
de cidades, estados, países, pessoas, etc. Exemplos: João, Curitiba, Canadá, 
Machado de Assis, Deus, etc.;
• Concretos: que dão nome a seres reais ou que há sentido igual para todos, 
aquilo que a imaginação apresenta como real. Exemplo: mulher, pedra, fada, 
avô, etc.;
• Abstratos: os substantivos abstratos são aqueles que nomeiam sentimentos, 
ações, qualidades ou estados dos seres. Exemplo: beleza, coragem (qualidade), 
saudade, alegria (sentimento), esforço, viagem (ações) e morte, doença (estado);
• Simples: são aqueles formados por um só radical. Exemplo: pão, lobo, chuva;
• Compostos: são aqueles que se formam com mais de um radical. Exemplo: 
passatempo, pré-história, etc.;
• Primitivos: aqueles que não derivam de outra palavra, eles são a origem. 
Exemplo: terra, pedra, dente, etc.;
33CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
• Derivados: os substantivos derivados são aqueles que vieram das palavras 
primitivas, ou seja, derivam de outros substantivos. Exemplo: terreiro, pedraria, 
dentista, etc.;
• Coletivos: os coletivos são aqueles que denominam grupos ou conjunto de se-
res da mesma espécie. Exemplo: rebanho (ovelhas), ramalhete (flores), cardume 
(peixes), matilha (cães), etc.
Flexão dos substantivos:
Os substantivos flexionam para indicar:
• Gênero: masculino ou feminino;
• Número: singular ou plural;
• Grau: aumentativo e diminutivo
Os substantivos podem ser, ainda, epicenos, sobrecomuns, comuns de dois gê-
neros e de gênero incerto, ou seja, não se trata de masculino ou feminino. No epiceno 
encontramos palavras que designam alguns animais com só um gênero, seja macho ou fêmea.
Exemplo: jacaré (macho ou fêmea) – cobra (macho ou fêmea) – onça ( macho ou fêmea)
E para diferenciar o gênero no contexto comunicativo, usa-se as palavras “macho 
ou fêmea”.
Exemplo: O jacaré fêmea estava rodeada de filhotes.
Já os substantivos sobrecomuns designam pessoas com só um gênero, tanto se 
referindo a homem ou a mulher.
Exemplo: a criança (menino ou menina) – pessoa (homem ou mulher) – guia (ho-
mem ou mulher), etc.
Os comuns de dois gêneros possuem uma só forma de designar os indivíduos 
independentemente do sexo, a diferença é que será possível identificar apenas dentro de 
um contexto e quando fizer o uso de artigo (o, a, os, as) antes das palavras.
Exemplo: 
• Colega: o colega… a colega
• Estudante: o estudante… a estudante
• Cliente: o cliente… a cliente
• Fã: o fã… a fã
Número dos substantivos: quando se fala em número dos substantivos estamos 
nos referindo à forma que eles aparecem, se é no singular (retratando apenas um item ou 
situação) ou plural (quando retrata mais de um item ou situação).
34CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
O plural nos substantivos: normalmente se dá com o acréscimo do - S nas pala-
vras, mas há situações em que é preciso acrescentar – es (colher – colheres), - is (pastel 
– pastéis), -ns (nuvem – nuvens), -ões (botão – botões).
Grau dos substantivos: o grau nos substantivos reflete as variações de tamanhos 
e seres, e podem ser:
- Aumentativo: aumento do objeto ou ser em relação ao seu tamanho real. 
Exemplo: Naquela bolsonacabem todos os meus itens de maquiagem.
- Diminutivo: diminuição do objeto ou ser em relação ao seu tamanho real. 
Exemplo: Aqueles olhinhos sempre brilham quando sorri.
Vale lembrar que o grau nos substantivos pode ser usado na sua forma literal ou 
podem ainda representar o sentido conotativo das coisas, ou seja, nem sempre será com a 
intenção real, mas sim um modo de dizer algo.
Exemplo diminutivo:
• Aquela mulherzinha mora na rua de casa (literal)
• Aquela mulherzinha não sabe com quem está falando (conotativo)
Exemplo aumentativo:
• Aquela menina é muito alta, uma criançona linda (literal)
• Algumas pessoas demoram para amadurecer, sempre serão criançonas na 
vida (conotativo).
35CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
ADJETIVO6
TÓPICO
Os adjetivos são aquelas palavras que trazem uma qualidade, característica ou 
qualificam os seres em geral.
Algumas gramáticas trazem os adjetivos divididos em dois tipos: os qualificadores 
e os classificadores.
• Adjetivos qualificadores: como o próprio nome diz, os adjetivos qualificadores 
são aqueles que expressam uma qualidade aos seres, normalmente qualificam 
um substantivo. Por se tratar de uma qualidade essas palavras podem ser tanto 
positivas, quanto negativas, além disso, elas são subjetivas e podem mudar de 
pessoa para pessoa. Vamos observar o exemplo:
“Aquele estojo bonito é da minha colega de sala” 
Bonito, aqui, é um adjetivo qualificador, uma vez que traz uma qualidade para o 
substantivo estojo, mas o que é bonito para uma pessoa, nem sempre é bonito para a 
outra pessoa, por isso, dizemos que são palavras que denotam qualidade e a qualidade é 
passível de variação de acordo com o princípio do gosto de cada indivíduo.
• Adjetivos classificadores: diferentemente dos qualificadores, os adjetivos 
classificadores denotam a ideia de classificação. Isso quer dizer que tipificam 
uma classe, um grupo ou mesmo trazem características específicas a um agru-
pamento de coisas. 
Exemplo: 
“Fomos ao cinema ver o filme de terror que está em cartaz”
36CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
Aqui no exemplo citado, a palavra terror traz uma classificação para o filme, ou 
seja, é ela que nos dá a ideia do gênero específico do filme que está em exibição.
E, diferente do adjetivo qualificador, o adjetivo classificador é objetivo, ou seja, 
ele não muda de pessoa para pessoa, se o filme é de terror, não há como dizer que é de 
comédia porque eu acho que é comédia. Ele simplesmente se qualifica como tal.
Os adjetivos são responsáveis pela caracterização das palavras, mas não podemos 
confundir uma qualidade com uma classificação; por isso, há essa diferença entre os dois 
tipos de adjetivos.
Adjetivos pátrios
Os adjetivos pátrios são aqueles que denotam a nacionalidade, ou seja, o lugar de 
origem de uma pessoa ou de um determinado objeto. Por exemplo:
• Quem nasce no Brasil é? Brasileiro.
• Quem nasce no Japão é? Japonês.
• Quem nasce no estado do Rio de Janeiro é? Fluminense.
• Quem nasce na cidade do Rio de Janeiro é? Carioca.
Alguns adjetivos pátrios são bem simples de se identificar, mas há outros que são 
completamente diferentes, como, por exemplo, quem nasce no Estado do Espírito Santo 
é? Capixaba.
Formação do adjetivo
Os adjetivos podem ser formados por:
• Primitivo: são aqueles adjetivos que não derivam de nenhuma outra palavra, 
como, por exemplo: bom, forte, feliz, etc.;
• Derivado: são aqueles adjetivos que derivam de outras palavras, normalmente 
substantivos ou verbos, como, por exemplo: famoso, amado, carnavalesco, etc.;
• Simples: são aqueles adjetivos formados apenas por um elemento, como, por 
exemplo: brasileiro, escuro, etc.;
• Composto: são aqueles adjetivos constituídos por mais de um elemento, como, 
por exemplo: luso-brasileiro, castanho-escuro, etc.;
Flexão dos adjetivos
Os adjetivos podem se flexionar em gênero, número e grau.
Quanto aos gêneros dos adjetivos, eles podem ser uniformes ou biformes. Os 
uniformes são aqueles que possuem a mesma forma tanto no feminino quanto para o mas-
culino, por exemplo:
37CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
• Leal
• Superior
• Inferior
• Simples
• Lilás
• Veloz
• Otimista
• Jovem 
Já os biformes são aqueles adjetivos duas formas, ou seja, uma para o masculino 
e outra para o feminino. Por exemplo:
• Mau/ má
• Europeu/ europeia
• Alemão/ alemã
• Cristão/ cristã
• São/ sã
• Judeu/ judia
• Bom/ boa
• Chorão/ chorona
Já em relação ao número dos adjetivos, eles podem flexionar em singular e plural, 
da mesma forma que os substantivos.
Já o grau dos adjetivos se dividem em:
• Grau comparativo: nessa definição os adjetivos são comparados em qualidade 
nos quesitos: igualdade, superioridade e inferioridade. 
 ◦ Igualdade: Sou tão alto quanto você;
 ◦ Superioridade: pode ser expressa na forma analítica: sou mais alto do que 
você; ou pode ser expressa na forma sintática: você é maior que eu;
 ◦ Inferioridade: sou menos alto do que você.
• Grau superlativo: o grau superlativo se divide em:
 ◦ Absoluto: O grau superlativo absoluto se subdivide ainda em analítico (ela é 
muito alta) e sintético (ela é altíssima).
01. Relativo: O grau superlativo relativo se subdivide ainda em relativo de 
superioridade (esta montanha é maior que a outra) e de inferioridade (ele é o 
menos alto de todos os irmãos) 
38CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
É possível perceber que os adjetivos recebem classificações quanto ao seu modo 
de caracterizar (qualificador ou classificador) e quanto às suas formas de flexão (gênero, 
número e grau) e suas respectivas subdivisões. 
Vale lembrar, ainda, que algumas palavras podem desempenhar função de adjetivo 
quando inseridas em um contexto de caracterização. Por exemplo: 
Sempre fazemos festas surpresa na empresa
Originalmente, a palavra “surpresa” é um substantivo, mas no contexto em que 
está inserida acima exerce a função de classificar a festa, não é qualquer festa, é uma festa 
surpresa. Traz, portanto, uma característica ao substantivo “festa”.
39CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
VERBO7
TÓPICO
A classe gramatical dos verbos talvez seja a que mais nos traz detalhes e uma 
verdadeira abundância de informações, possibilidades e maneiras de aplicação. Fato é que 
no dia a dia muitas vezes usamos os verbos com os tempos, modos ou formas nominais 
misturados e até mesmo não sabemos ao certo se estamos fazendo o uso correto ou não 
daquela colocação.
Pensando nisso, separei um esquema para que seja possível uma boa compreen-
são do que são os verbos e de como podemos estudá-los de forma organizada e sem 
confundir. Vamos lá?
Tempos verbais
Para o início da nossa organização da estrutura do verbo é preciso entender que 
eles podem ser encontrados em três tempos. Sendo: 
• Presente: quando a ação acontece no momento da enunciação;
• Passado ou pretérito: quando a ação ocorreu antes do momento da enunciação;
• Futuro: algo que ainda acontecerá.
Parece óbvio e simples delimitar esses três tempos, mas se faz necessário, uma 
vez que posteriormente nos depararemos com outros tempos verbais, digamos, mais ela-
borados e ricos em detalhes.
Modos verbais
Assim como nos tempos verbais, os modos também são três:
40CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
● Indicativo: algo que nos dá a ideia de certeza;
● Imperativo: uma ordem, conselho ou pedido;
● Subjuntivo: algo que traz a ideia de possibilidade, do talvez, da hipótese.
Agora que já conhecemos os tempos e os modos, fica ainda mais fácil prosseguir no 
estudo dos verbos, afinal, contextualizar toda teoria é a melhor saída para o entendimento. 
Confira na tabela abaixo os outros modos e tempos verbais:
QUADRO 1: TEMPOS E MODOS VERBAIS 
Fonte: https://www.todamateria.com.br/modos-verbais/
Formas nominais do verbo
Outra característica verbal é a forma nominalque se divide em três também: 
• Infinitivo: são os verbos terminados em – R;
• Gerúndio: são os verbos terminados em – NDO;
• Particípio: são os verbos terminados em – DO;
Vale lembrar que existe uma situação corriqueira, mas equivocada, do uso do ge-
rúndio. Quando isso acontece dizemos que há gerundismo, ou seja, uma situação em que 
não se deveria ter aplicado o gerúndio e foi. 
O gerúndio é uma ação que foi iniciada no presente e ainda não foi concluída. 
Exemplo: Estou estudando português.
41CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
Aqui, o aluno começou a ação de estudar português, mas ainda não concluiu. Em 
termos gerais, é uma ação inacabada e, portanto, cabe o uso do gerúndio. Já quando se diz:
“Vou estar enviando sua fatura até amanhã” 
Há, portanto, uma ação futura e que não deveria ter usado o gerúndio. O correto 
seria “Enviarei sua fatura até amanhã” já que a ação ainda não aconteceu. Para essa 
situação do uso incorreto do gerúndio temos o gerundismo.
Vozes verbais
As vozes verbais acontecem para mostrar se uma ação está sendo sofrida ou pra-
ticada pelo sujeito. As vozes verbais podem se dividir em:
• Ativas: quando o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo. 
• Exemplos: Os pais educam os filhos;
• Passiva: diz-se que aqui o sujeito é paciente, ou seja, ele recebe a ação ex-
pressa pelo verbo.
• Exemplo: Os filhos são educados pelos pais;
• Reflexiva: na voz reflexiva há uma ação mútua em que o sujeito é ativo e 
passivo.
Exemplo: O homem feriu-se no acidente de carro.
Aqui, o sujeito homem pratica e recebe a ação de “ferir” ao mesmo tempo.
Conjugações
Os verbos dividem-se também nas conjugações, que são:
• Primeira conjugação: terminados em -ar: cantar, nadar, falar;
• Segunda conjugação: terminados em -er: beber, comer, escrever;
• Terceira conjugação: terminados em -ir: partir, abrir, rir, etc.
42CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
“A leitura traz ao homem plenitude, o discurso segurança e a escrita precisão”.
Francis Bacon.
Dentre as classes de palavras, o verbo é a mais rica em flexões. Com efeito, o verbo reveste diferentes 
formas para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz. Ao conjunto ordenado das 
flexões ou formas de um verbo dá-se o nome de conjugação. O verbo é a palavra indispensável na organi-
zação do período.
Fonte: Domingos Paschoal Cegalla - Novíssima Gramática da Língua Portuguesa - São Paulo. Companhia 
Editora Nacional, 2020. p.182.
43CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
Chegamos ao fim de mais uma unidade e com ela foi possível aprender como as 
classes gramaticais se dividem de acordo com a NGB e as gramáticas tradicionais, bem 
como nossa língua pode ser organizada de formas diferentes pela gramática de valência.
Vale lembrar que tais diferenças sempre existiram e que não uma verdade absoluta 
no que diz respeito ao estudo da Língua Portuguesa, o que há, de fato, são maneiras 
diferentes de se definir e interpretar a mesma situação.
Seria um grande equívoco da nossa parte afirmar que essa ou aquela está certa, ou 
errada, uma vez que estamos falando de um organismo vivo e social e passível de mudanças.
Assim como os acordos ortográficos com Portugal e os demais países de língua portu-
guesa levaram anos para entrar em concordância (e de fato nunca entraram 100%) é possível 
entender como a diversidade da língua é vasta e as possibilidades de aplicação também. 
Tudo é uma questão de pontos de vista, contexto e momento do discurso. Nas 
próximas unidades vamos conhecer as outras classes gramaticais e nos aprofundar ainda 
mais no estudo delas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
44CLASSES E CATEGORIAS EM GRAMÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESAUNIDADE 2
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Sociedade dos poetas mortos
• Ano: 1989
• Sinopse: Em 1959, na Welton Academy, uma tradicional es-
cola preparatória, um ex-aluno (Robin Williams) se torna o novo 
professor de literatura, mas logo seus métodos de incentivar os 
alunos a pensarem por si cria um choque com a ortodoxa direção 
do colégio, principalmente quando ele fala aos seus alunos sobre 
a “Sociedade dos Poetas Mortos”.
• Link: https://www.youtube.com/watch?v=EXw77BkVqyA
LIVRO
• Título: Gramática na prática
• Autor: João Batista Araújo e Oliveira, Juliana Pereira dos Santos 
e Izabela Miranda Guimarães. 
• Editora: Alfa e Beto
• Ano: 2011
• Sinopse: Com a BNCC – Base Nacional Curricular Comum a 
gramática está de volta. Mas como ensiná-la? Gramática na Práti-
ca destina-se a professores de professores, e pode ser usada com 
maior proveito em sessões dinâmicas, na forma de seminários ou 
mesmo gincanas. Como sugerido no título, o livro se baseia no 
ensino da gramática na prática, com base na gramática descritiva e 
seus usos, e se divide em duas partes. Na primeira parte apresenta 
os fundamentos do ensino da gramática na prática e a importância 
de ensiná-la tendo como referência não apenas o contexto gra-
matical (está correto?), mas o contexto semântico (está claro?) e 
pragmático (produz efeito?). Na segunda parte inclui fichas que 
tratam de ortografia, classificação das classes gramaticais, subs-
tantivos, verbos, pontuação, tipos e combinação de frases e usos 
da linguagem formal e informal.
https://www.youtube.com/watch?v=EXw77BkVqyA
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Plano de Estudos
• Palavras fóricas e a referenciação situacional e textual
• Artigo definido
• Pronome pessoal
• Pronome Possessivo
• Pronome Demonstrativo
• A quantificação e a identificação
• O artigo indefinido
• Pronome indefinido
• Numerais
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a gramática da Língua Portuguesa 
tradicional
• Compreender as diferentes classes gramaticais
Professor(a) Esp. Lucimari de Campos Monteiro
PALAVRAS FÓRICAS EPALAVRAS FÓRICAS E
A REFERENCIAÇÃOA REFERENCIAÇÃO
SITUACIONAL E TEXTUALSITUACIONAL E TEXTUAL
UNIDADEUNIDADE3
46PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
INTRODUÇÃO
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade vamos conhecer outras classes gramaticais ba-
seadas na divisão da gramática tradicional segundo a Norma Gramatical Brasileira (NGB).
Antes, porém, vamos conhecer as palavras fóricas e em que situações elas podem 
ser usadas e como o contexto situacional interfere na significação do texto final.
Veremos como se dividem os pronomes e quais são suas características específicas, 
além dos artigos e numerais, classes gramaticais denominadas também segundo a NGB.
PALAVRAS FÓRICAS 
E A REFERENCIAÇÃO 
SITUACIONAL E TEXTUAL1
TÓPICO
47PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
As palavras fóricas na língua portuguesa são aquelas usadas para chamar a aten-
ção dentro do contexto textual. Em outras palavras, elas servem para evidenciar algo que 
já foi dito ou que se pretende dizer.
As palavras fóricas normalmente são os pronomes, mas há casos em que os advér-
bios também podem exercer essa função.
Além disso, as palavras fóricas se dividem em duas, sendo:
• Anafóricas: as palavras anafóricas ou termos anafóricos, podem ser entendi-
dos como aquelesque servem para retomar uma informação que já apareceu no 
texto. 
Por exemplo:
João e Guto, apesar de serem gêmeos, são muito diferentes. Por exemplo, este é 
calmo, aquele é explosivo.
Nota-se, portanto, que os elementos em negrito fazem referência a João e Guto, ou 
seja, retomam algo já expresso no texto.
• Catafóricas: as palavras catafóricas, ou termos catafóricos, são aqueles que 
agem de forma oposta à das anafóricas. Aqui, elas sugerem algo que ainda não 
apareceu no texto. Veja o exemplo:
Felipe queria fazer um bolo e comprou vários ingredientes: achocolatado, açúcar, 
essência de baunilha e ovos.
O termo grifado é catafórico, por antecipar algo que ainda não foi dito no texto.
ARTIGO DEFINIDO2
TÓPICO
48PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
A classe gramatical dos artigos é uma das mais simples da língua portuguesa, ela 
é responsável apenas por classificar apenas oito itens facilmente entendidos no contexto 
comunicacional.
Vamos conhecer neste primeiro momento o artigo definido que, como o próprio 
nome diz, trata-se daquele artigo que define com precisão o substantivo que o precede.
São eles os artigos definidos:
MASCULINO SINGULAR FEMININO SINGULAR
O A
MASCULINO PLURAL FEMININO PLURAL
OS AS
Os artigos definidos são utilizados quando se deseja mostrar com precisão de qual 
objeto ou de qual pessoa está a evidência em um contexto situacional.
Vejamos os exemplos:
• A menina que estuda Letras fez um belo discurso na abertura do evento.
• Os pratos que compramos na semana passada foram quebrados ao lavar a louça.
Ao utilizarmos os artigos definidos “a” e “o” é possível estabelecer uma relação de 
apropriação da situação, afinal, não foi qualquer menina que fez o discurso, mas sim foi a 
menina que estuda Letras. Não foram quaisquer pratos que quebraram, foram aqueles que 
compramos na semana passada.
PRONOME 
PESSOAL3
TÓPICO
49PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
A classe dos pronomes é uma das mais importantes, embora todas elas tenham 
suas funções e importância dentro do contexto situacional.
Os pronomes se dividem em seis, sendo:
• Pronome pessoal;
• Pronome possessivo;
• Pronome demonstrativo;
• Pronomes indefinidos;
• Pronomes relativos;
• Pronomes interrogativos.
Aqui nos atentaremos, a priori, com os pronomes pessoais, por serem eles que 
substituem os substantivos (ou os determinam) e representam as pessoas do discurso.
QUADRO 1: PRONOMES PESSOAIS
PESSOAS DO
DISCURSO
PRON. PESSOAIS 
DO CASO RETO
PRON. PESSOAIS
DO CASO OBLÍQUO
ÁTONO
PRON. PESSOAIS
DO CASO OBLÍQUO
TÔNICO
1ª PESSOA EU ME MIM, COMIGO
2ª PESSOA TU TE TI, CONTIGO
3ª PESSOA ELE/ELA SE, O, A, LHE SI, CONSIGO
1ª PESSOA NÓS NOS NÓS, CONOSCO
2ª PESSOA VÓS VOS VÓS, CONVOSCO
3ª PESSOA ELES/ELAS SE, OS, AS, LHES SI, CONSIGO, ELES, ELAS
Fonte: a autora
50PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
Em regra, os pronomes pessoais se dividem em dois: os retos e os oblíquos. No 
caso dos pronomes pessoais do caso reto, a norma diz que eles devem funcionar como os 
sujeitos da oração, enquanto os oblíquos funcionam como objetos ou complementos.
Exemplo:
SUJEITO OBJETO VERBO
Eu te admiro
Nós o amamos
Ela me chamou
Eles lhe bateram
 
Já em relação à acentuação, os pronomes oblíquos podem se dividir em:
• Tônicos: esses pronomes são assim chamados por sempre serem precedi-
dos por preposições, normalmente as preposições a, para, de e com. Logo, eles 
exercem função de objeto indireto da oração e sua acentuação tônica forte.
• Átonos: esses pronomes são assim chamados porque não são precedidos de 
preposição e sua acentuação tônica é fraca
PRONOME 
POSSESSIVO4
TÓPICO
51PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
Os pronomes possessivos são aqueles que se referem às pessoas do discurso, 
tanto no singular quanto no plural, atribuindo-lhes a posse de algo, por isso, são chamados 
de possessivos.
Vale lembrar que cada pessoa do discurso tem seu pronome possessivo específico, 
mas na oralidade muitas vezes há uma confusão do uso de terceira pessoa do discurso 
com os pronomes relativos à segunda pessoa.
Veja no quadro abaixo os pronomes possessivos e a que pessoas cada um deles 
corresponde.
QUADRO 2: PRONOME POSSESSIVO
PESSOA M.S.P/F.S.P.*
1ª PESSOA SINGULAR MEU, MEUS, MINHA, MINHAS
2ª PESSOA SINGULAR TEU, TEUS, TUA, TUAS
3ª PESSOA SINGULAR SEU, SEUS, SUA, SUAS
1ª PESSOA PLURAL NOSSO, NOSSOS, NOSSA, NOSSAS
2ª PESSOA PLURAL VOSSO, VOSSOS, VOSSA, VOSSAS
3ª PESSOA PLURAL SEU, SEUS, SUA, SUAS
Fonte: a autora
• M.S.P = masculino, singular e plural
• F.S.P = feminino, singular e plural
PRONOME 
DEMONSTRATIVO5
TÓPICO
52PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
Outro pronome que usamos bastante no dia a dia é o pronome demonstrativo, 
mas assim como algumas palavras da língua portuguesa, os pronomes demonstrativos são 
usados de forma equivoca várias vezes.
Eles indicam o lugar, a posição ou até mesmo a identidade dos seres, fazendo 
sempre referência às pessoas do discurso.
Veja no quadro abaixo essa relação:
QUADRO 3: PRONOME DEMONSTRATIVO
PESSOA
MASC. MASC. FEM. FEM.
INVARIÁVEIS
SING. PLURAL SING. PLURAL
1ª PESSOA Este Estes Esta Estas Isto
2ª PESSOA Esse Esses Essa Essas Isso
3ª PESSOA Aquele Aqueles Aquela Aquelas Aquilo 
Fonte: a autora
Os pronomes demonstrativos podem ser usados em três situações: espaço, tempo 
e no texto. Vamos analisar agora cada um deles:
• Espaço: em relação ao pronome demonstrativo com ideia espacial, temos:
Este: quando o objeto está perto da pessoa que fala (eu, nós). 
Exemplo: Este caderno é meu. (está perto de mim)
Esse: quando o objeto está perto da pessoa com quem se fala (você, tu).
Exemplo: Esse caderno aí é do João. (perto do receptor da mensagem).
53PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
Aquele: quando o objeto está longe da pessoa que fala e da pessoa com quem se fala.
Exemplo: Aquele livro lá está na sala do outro pavilhão. 
• Tempo: relativo ao tempo, temos os pronomes demonstrativos com situação 
temporal assim:
Este: indica tempo presente.
Exemplo: esta semana, este mês, este ano.
Esse / aquele: dá a ideia de tempo passado, porém o “esse” se refere a um 
passado próximo, enquanto o “aquele” faz referência a um passado distante.
Exemplo: Esse ano que passou foi muito produtivo (passado recente)
Aquela época nos divertíamos muito no sítio do meu avô (passado remoto)
• Texto 
Outra situação em que se pode usar o pronome demonstrativo é no texto, e 
talvez seja esse (ou este?) o que mais temos dificuldade. Observe:
Este: Trata-se de algo que será referido em seguida.
Exemplo: Fernando Pessoa escreveu este verso: “Tudo vale a pena se a alma 
não é pequena”.
Esse: Trata-se de algo que já foi dito anteriormente no texto.
Exemplo: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena.” Esse verso é de Fernan-
do Pessoa.
A QUANTIFICAÇÃO 
E A IDENTIFICAÇÃO6
TÓPICO
54PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
Quando se fala em quantificação logo nos vem à mente os cálculos matemáticos, e 
parece que isso nada tem a ver com a gramática da língua portuguesa, não é? 
Aparentemente, pode até não ter, mas não podemos nos esquecer de que os nu-
merais fazem parte das classes gramaticais também.
A diferença é que eles são utilizados em língua portuguesa de forma escrita por 
extenso, enquanto na matemática os numerais são expressos através dos algarismos.
A quantificação e a identificação de termos nas orações e dos períodos acontecem 
através da classe dos numerais, sejam os cardinais, ordinais, multiplicativos ou fracionário 
(no tópico 9 deste material veremos as definições de cada um desses numerais e seus 
respectivos exemplos).
Além dos numerais, temos ainda a classe dos artigos indefinidos que podem se 
confundir durante a escrita, afinal o artigo definido, masculino, singular é UM, e o número 
cardinal é UM também.Então, como saber de qual das duas classes gramaticais estamos nos referindo? A 
resposta é bem simples, basta observar o contexto em que está inserida.
Exemplo:
• Um garoto me disse que estava procurando por você. (artigo indefinido, qual-
quer garoto).
• Um menino e uma menina devem se dirigir ao teatro para a avaliação. (um e 
uma são numerais, quantidades específicas).
O ARTIGO 
INDEFINIDO7
TÓPICO
55PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
Já os artigos indefinidos são o oposto dos artigos definidos, mas assim como os 
que já vimos anteriormente, são facilmente compreendidos. Veja a tabela abaixo:
MASCULINO SINGULAR FEMININO SINGULAR
UM UMA
MASCULINO PLURAL FEMININO PLURAL
UNS UMAS
Os artigos indefinidos podem ser utilizados em situações em que não se pode ou 
não se deseja especificar algo, ou alguém. 
Exemplo:
• Um garoto estava atravessando a rua quando o semáforo abriu
• Uma garrafa de leite já é suficiente para a receita do pudim.
Nas duas situações exemplificadas é possível notar como os artigos “um” e “uma” 
foram usados para mostrar “qualquer garoto e qualquer garrafa”, não se sabe ao certo de 
qual garoto estava falando, nem ao menos de qual garrafa de leite estava sendo citada.
PRONOME 
INDEFINIDO8
TÓPICO
56PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
Os pronomes indefinidos são bem específicos, eles se referem à terceira pessoa do 
discurso, mas a sua ideia será sempre de algo vago, impreciso, indeterminado.
Veja a tabela abaixo dos pronomes indefinidos.
PRONOMES INDEFINIDOS
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) = (muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s), muita(s), 
nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer, quaisquer, qual, 
que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um, uns, uma(s), vários, 
várias.
Exemplos de frases com pronomes indefinidos:
• Algo o incomodava todos os dias
• Qualquer coisa que você fizer já será o suficiente
• Nenhum de nós está preparado para ir embora
• Quanto mais você se doar, mais será recompensado
• Ela toma água várias vezes ao dia
NUMERAIS9
TÓPICO
57PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
A classe gramatical dos numerais é dividida em quatro e compreende:
• Numerais cardinais: são os mais usados no nosso dia a dia e mostram a 
quantidade exata dos seres - um, dois, três, quatro.
Exemplo: As duas toalhas foram rasgadas.
• Numerais ordinais: são os numerais que indicam ordem e normalmente são 
utilizados em classificações de concursos, atividades e tudo o que exige classifi-
cação – primeiro, segundo. 
Exemplo: João ficou em terceiro lugar na categoria júnior.
• Numerais multiplicativos: são os numerais que demonstram aumentos propor-
cionais de determinada quantidade - dobro, triplo, quinto. 
Exemplo: Ele teve o triplo de chances de passar no concurso.
• Numerais fracionários: assim como os multiplicativos indicam aumento pro-
porcional, os fracionários indicam diminuições proporcionais, frações ou divisões 
– terço, meio, metade. 
Exemplo: Luiza comeu um terço do bolo que fiz ontem.
58PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
“A maior parte do tempo de um escritor é passado na leitura, para depois escrever; uma pessoa revira 
metade de uma biblioteca para fazer um só livro”.
Samuel Johnson.
Diferença entre número, numeral e algarismo
O que é um número?
Um número, por definição, é uma expressão de quantidade. Pensamos em números sempre que contamos 
ou medimos alguma coisa, por exemplo:
• quantos dias faltam para o nosso aniversário;
• em que posição estamos em um ranking;
• qual a nossa altura, etc.
Os números não são tratados nem como classificação gramatical e nem como símbolos, mas sim a própria 
noção de unidades.
O que é um numeral?
O numeral é a classe gramatical que nos dá a representação de um número, de uma quantidade. Essa re-
presentação pode ser escrita ou falada. Os numerais são divididos em 4 tipos conforme sua função:
• Cardinal
• Ordinal
• Multiplicativo
• Fracionário
O que é um algarismo?
Se você é um bom observador, percebeu que até agora todos os numerais foram escritos por extenso nos 
exemplos.
Um algarismo é um símbolo numérico empregado para representar os numerais de forma escrita, e tam-
bém pode ser chamado de dígito.
Fonte: Extraído e adaptado de https://comunidade.rockcontent.com/numero-numeral-e-algarismo/
https://comunidade.rockcontent.com/numero-numeral-e-algarismo/
59PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
Nesta unidade conhecemos as classes gramaticais dos pronomes, artigos e nume-
rais, foi possível identificar a relação que os pronomes têm com as pessoas do discurso, 
bem como devemos usá-los em vários contextos situacionais, tanto de tempo, quanto de 
espaço e texto.
Os pronomes devem ainda ser usados, de acordo com a função de cada um deles, 
como sujeito da oração ou complementos.
As classes gramaticais até aqui estudadas devem ser pensadas em contextos sig-
nificativos, afinal, sabemos que as palavras podem assumir classes de palavras diferentes 
de acordo com a situação em que são usadas.
Para isso, na próxima unidade vamos conhecer alguns recursos de expressividade 
que, junto com as classes já estudadas, darão maior sentido nos períodos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
60PALAVRAS FÓRICAS E A REFERENCIAÇÃO SITUACIONAL E TEXTUALUNIDADE 3
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Central do Brasil
• Ano: 1998
• Sinopse: Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas para anal-
fabetos na Central do Brasil. Uma de suas clientes tenta reaproxi-
mar o filho Josué (Vinícius de Oliveira) do pai, mas morre ao sair da 
estação. Dora então ajuda a criança encontrar o pai desaparecido.
LIVRO
• Título: Gramática: Texto, reflexão e uso
• Autor: William Cereja e Thereza Cochar
• Editora: Atual
• Ano: 2016
• Sinopse: Este volume único reúne todos os conteúdos consa-
grados da gramática descritiva e adota uma abordagem contextua-
lizada e moderna, com uma perspectiva enunciativa da linguagem. 
A obra apresenta 44 capítulos, distribuídos em 5 unidades e 1 
apêndice. As unidades organizam estudos específicos de língua e 
linguagem, fonologia, morfologia, sintaxe e semântica e estilística 
e o apêndice trata de aspectos notacionais (ortografia, emprego 
de certas palavras e expressões, etc.). Tomando o texto como 
centro das atividades e partindo de exercícios contextualizados e 
desafiadores, a obra concentra aspectos que pertencem tanto à 
gramática normativa - em seus aspectos prescritivos (ortografia, 
concordância, etc.) e descritivos (a descrição das classes e cate-
gorias) - quanto à gramática de uso e à gramática reflexiva (que 
explora aspectos ligados à semântica e ao discurso).
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Plano de Estudos
• A junção
• Preposições
• Conjunções
• Advérbio e as outras classes e categorias
• Marcadores de coerência/coesão discursiva
• Marcadores da expressividade
Objetivos da Aprendizagem
• Conceituar e contextualizar a gramática da Língua Portuguesa 
segundo a NGB
• Compreender as diferentes classes gramaticais

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