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SP 3 - Desenvolvimento do Sistema Cardiovascular

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SP 3 - Desenvolvimento do Sistema Cardiovascular
SISTEMA CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular é o primeiro sistema principal a funcionar no embrião. O coração primitivo e o sistema
vascular aparecem no meio da 3ª semana. Esse desenvolvimento cardíaco precoce ocorre porque, como o embrião
cresce rapidamente, ele não consegue mais satisfazer suas necessidades nutricionais e de oxigênio apenas por
difusão.
DESENVOLVIMENTO INICIAL DO CORAÇÃO E VASOS SANGUÍNEOS
Por volta do 18° dia, o mesoderma lateral possui componentes de somatopleura e esplancnopleura; essa última dá
origem a quase todos os componentes do coração. Essas células endocárdicas iniciais se separam do mesoderma para
criar tubos cardíacos pareados. Conforme o dobramento embrionário lateral ocorre, os tubos endocárdicos do
coração se aproximam e fundem-se para formar um único tubo cardíaco.
A fusão dos tubos cardíacos começa na extremidade cranial do coração em desenvolvimento e se estende
caudalmente. O coração começa a bater com 22 a 23 dias.
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DESENVOLVIMENTO DAS VEIAS ASSOCIADAS AO CORAÇÃO EMBRIONÁRIO
Três veias pareadas drenam para o coração primitivo do embrião de 4 semanas:
• Veias vitelinas retornam o sangue pobre em oxigênio da vesícula umbilical.
• Veias umbilicais transportam o sangue bem oxigenado do saco coriônico.
• Veias cardinais comuns retornam o sangue pobre em oxigênio do corpo do embrião para o coração.
DESENVOLVIMENTO DO CORAÇÃO
A camada externa do tubo cardíaco embrionário, o miocárdio primitivo, é formada pelo mesoderma esplâncnico ao
redor da cavidade pericárdica (precursores cardíacos do campo cardíaco anterior, ou segundo.
Nesse estágio, o coração em desenvolvimento é composto por um tubo endotelial fino, separado de um miocárdio
espesso por uma matriz gelatinosa de tecido conjuntivo, a geleia cardíaca.
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O tubo endotelial se torna o revestimento endotelial interno do coração, ou endocárdio, e o miocárdio primitivo se
torna a parede muscular do coração, ou miocárdio. O pericárdio visceral, ou epicárdio, é derivado de células
mesoteliais que surgem da superfície externa do seio venoso e se espalham sobre o miocárdio.
Conforme ocorre o dobramento da região da cabeça, o coração e a cavidade pericárdica se tornam ventrais ao
intestino anterior e caudais à membrana bucofaríngea. Simultaneamente, o coração tubular se alonga e desenvolve
dilatações e constrições alternadas: o bulbo cardíaco (composto do tronco arterioso, do cone arterioso e do cone
cardíaco), ventrículo, átrio e seio venoso. O crescimento do tubo cardíaco é resultado da adição de células,
cardiomiócitos, diferenciando-se do mesoderma da parede dorsal do pericárdio. Células progenitoras adicionadas aos
pólos rostral e caudal do tubo cardíaco formam um conjunto de células mesodérmicas proliferativas localizadas na
parede dorsal da cavidade pericárdica e dos arcos faríngeos.
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O tronco arterioso está cranialmente contínuo ao saco aórtico, do qual surgem as artérias dos arcos faríngeos. Células
progenitoras do segundo campo cardíaco contribuem para a formação das extremidades arterial e venosa do coração
em desenvolvimento. O seio venoso recebe as veias umbilical, vitelina e cardinal comum do córion, vesícula umbilical
e embrião, respectivamente. As extremidades arterial e venosa do coração estão fixadas pelos arcos faríngeos e pelo
septo transverso, respectivamente. Antes da formação do tubo cardíaco, o fator de transcrição homeobox (Pitx2c) é
expresso no campo cardíaco esquerdo em formação e tem um papel importante no padrão esquerda-direita do tubo
cardíaco durante a formação da alça cardíaca. O coração tubular sofre um giro destro (mão direita) aproximadamente
nos dias 23 a 28, formando uma alça D em forma de U (alça bulboventricular) que resulta em um coração com seu
ápice voltado para a esquerda.
Circulação através do Coração Primitivo
As contrações iniciais do coração são de origem miogênica (com seu início no músculo). As camadas musculares do
trato de fluxo do átrio e ventrículo são contínuas, e as contrações ocorrem como ondas peristálticas que começam no
seio venoso. Inicialmente, a circulação através do coração primitivo é do tipo fluxo e refluxo; entretanto, ao final da
quarta semana, contrações coordenadas do coração resultam em um fluxo unidirecional. O sangue entra no seio
venoso de:
• Embrião através das veias cardinais comuns.
• Placenta em desenvolvimento através das veias umbilicais.
• Vesícula umbilical através das veias vitelinas.
O sangue do seio venoso entra no átrio primitivo; seu fluxo é controlado por válvulas sinoatriais (SA). O sangue então
passa através do canal atrioventricular (AV) para o ventrículo primitivo. Quando o ventrículo contrai, o sangue é
bombeado através do bulbo cardíaco e do tronco arterioso para o saco aórtico, do qual é distribuído para as artérias
do arco faríngeo no arco faríngeo. O sangue então passa para a aorta dorsal para distribuição ao embrião, vesícula
umbilical e placenta.
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SEPTAÇÃO DO CORAÇÃO PRIMITIVO
A divisão do canal AV, átrio primitivo, ventrículo e trato de saída começa durante o meio da quarta semana. A divisão
está completa essencialmente ao final da oitava semana. Embora descritos separadamente, esses processos ocorrem
simultaneamente.
DIVISÃO DO CANAL ATRIOVENTRICULAR
Ao final da quarta semana, se formam os coxins endocárdicos (valvas) AV nas paredes dorsal e ventral do canal AV. Os
coxins endocárdicos AV se desenvolvem de uma matriz extracelular especializada (geleia cardíaca), assim como de
células da crista neural. Conforme essas massas de tecido são invadidas por células mesenquimais durante a quinta
semana, os coxins endocárdicos AV se aproximam e fundem-se, dividindo o canal AV em canais direito e esquerdo.
Esses canais separam parcialmente o átrio primitivo do ventrículo primitivo, e os coxins endocárdicos funcionam
como valvas AV. As valvas septais são derivadas dos coxins endocárdicos superior e inferior fundidos. As válvulas
murais (camadas finas, chatas da parede) são de origem mesenquimal.
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SEPTAÇÃO DO ÁTRIO PRIMITIVO
Iniciando ao final da quarta semana, o átrio primitivo é dividido em átrio direito e esquerdo pela formação de, e
subsequente modificação e fusão, dois septos: septum primum e septum secundum.
O septum primum é uma fina membrana, cresce em direção aos coxins endocárdicos no assoalho do átrio primitivo,
divide o átrio primitivo direito e esquerdo, ocorre crescimento da musculatura do septo. O septo não é fechado
completamente, temos o foramen primum, uma grande abertura no septum primum que permite a passagem do
sangue oxigenado do átrio direito para o esquerdo.
Com o desenvolvimento vamos ter o fechamento do forame com o crescimento do septo, formação do septo av
primitivo; concomitante temos a perfuração no centro do septor que originam o foramen secundum.
O septum secundum é uma dobra muscular espessa que cresce a partir da parede muscular ventro cranial do átrio
direito, adjacente ao septum primum. Sobrepõe o forame secundum e o septum primum. Forma uma divisão
incompleta do átrio, o forame oval. A porção caudal do septum primum forma a valva do forame oval.
FORAME OVAL
Antes do nascimento, o forame oval permite que a maior parte do sangue
oxigenado que entra no átrio direito a partir da VCI, passe para o átrio esquerdo.
Ele também previne a passagem de sangue na direção oposta, pois o septum
primum se fecha contra o septum secundum relativamente rígido.
Após o nascimento, o forame oval se fecha funcionalmente, pois a pressão no
átrio esquerdo é maior que àquela no átrio direito. Com aproximadamente 3
meses, a valva do forame oval se funde com o septum secundum, formando a
fossa oval. Como resultado, o septo interatrial se torna uma divisão completa
entre os átrios.
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ALTERAÇÕES NO SEIO VENOSO
Inicialmente, o seio venoso se abre no centro da parede dorsal do átrio primitivo, e seus cornos direito e esquerdo são
aproximadamente do mesmo tamanho. O aumento progressivo do corno direito resulta de dois desvios de sangueda
esquerda para a direita:
• O primeiro desvio resulta da transformação das veias vitelinas e umbilicais.
• O segundo desvio ocorre quando as veias cardinais anteriores estão conectadas por uma anastomose. Essa
comunicação desvia o sangue da veia cardinal anterior esquerda para a direita; esse desvio se torna a veia
braquiocefálica esquerda. A veia cardinal anterior direita e a veia cardinal comum direita se tornam a veia cava
superior (VCS).
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VEIA PULMONAR E FORMAÇÃO DO ÁTRIO ESQUERDO
A maior parte da parede do átrio esquerdo é lisa, pois é formada pela incorporação da veia pulmonar primitiva. Essa
veia se desenvolve como uma protuberância da parede atrial dorsal, à esquerda do septum primum. Conforme o átrio
se expande, a veia pulmonar primitiva e seus ramos principais são incorporados à parede do átrio esquerdo. Como
resultado, quatro veias pulmonares são formadas.
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SEPTAÇÃO DO VENTRÍCULO PRIMITIVO
A divisão do ventrículo é indicada por uma crista mediana, o septo interventricular muscular, no assoalho do
ventrículo próximo de seu ápice. Miócitos (músculos) dos ventrículos primitivos esquerdo e direito contribuem para a
formação da porção muscular do septo interventricular. O septo possui uma margem côncava livre. Inicialmente, ele
atinge a maior parte de sua altura na dilatação dos ventrículos, de cada lado do septo interventricular muscular.
Posteriormente, ocorre uma proliferação ativa de mioblastos no septo, o que aumenta o tamanho do septo.
Até a sétima semana, há um forame interventricular em formato crescente entre a margem livre do septo
interventricular e os coxins endocárdicos fusionados. O forame permite a comunicação entre os ventrículos direito e
esquerdo. O forame geralmente se fecha ao final da sétima semana conforme as cristas bulbares se fundem com os
coxins endocárdicos.
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O fechamento do forame interventricular e a formação da porção membranosa do septo interventricular resultam da
fusão de tecidos de três fontes: a crista bulbar direita, a crista bulbar esquerda e o coxim endocárdico. A porção
membranosa do septo interventricular é derivada de uma extensão tecidual do lado direito do coxim endocárdico
até a porção muscular do septo, assim como as células da crista neural. Esse tecido se une ao septo
aorticopulmonar e à porção muscular espessa do septo interventricular. Após o fechamento do forame
interventricular e a formação da porção membranosa do septo interventricular, o tronco pulmonar está em
comunicação com o ventrículo direito e a aorta se comunica com o ventrículo esquerdo.
A cavitação das paredes ventriculares forma uma massa esponjosa de feixes musculares, as trabéculas cárneas.
Alguns desses feixes se tornam os músculos papilares e as cordas tendíneas (chordae tendineae). As cordas
tendíneas se estendem dos músculos papilares para as valvas AV.
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SEPTAÇÃO DO BULBO CARDÍACO E TRONCO ARTERIOSO
Durante a quinta semana, a proliferação ativa de células mesenquimais nas paredes do bulbo cardíaco resulta na
formação das cristas bulbares. Cristas similares que são contínuas às cristas bulbares formam o tronco arterioso. As
cristas bulbares e troncais são derivadas principalmente do mesênquima da crista neural.
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As células da crista neural migram através da faringe primitiva e dos arcos faríngeos para atingir as cristas.
Conforme isso ocorre, as cristas bulbar e troncal sofrem uma rotação de 180 graus em espiral. A orientação espiral
das cristas, causada em parte pelo fluxo sanguíneo dos ventrículos, resulta na formação de um septo
aorticopulmonar espiral quando as cristas se fundem. Esse septo divide o bulbo cardíaco e o tronco arterioso em
dois canais arteriais, a aorta ascendente e o tronco pulmonar. Devido à espiralização do septo aorticopulmonar, o
tronco pulmonar gira ao redor da aorta ascendente.
O bulbo cardíaco é incorporado às paredes dos ventrículos definitivos:
• No ventrículo direito, o bulbo cardíaco está representado pelo cone arterioso (infundíbulo), que é a origem do
tronco pulmonar.
• No ventrículo esquerdo, o bulbo cardíaco forma as paredes do vestíbulo aórtico, a porção da cavidade
ventricular logo abaixo da valva aórtica.
Importante: Conforme as células da crista neural migram para atingir as cristas, estas sofrem uma rotação de
180 graus em espiral, o que resulta na formação de um septo aorticopulmonar espiral quando as cristas se fundem.
Esse septo divide o bulbo cardíaco e o tronco arterioso em dois canais arteriais, a aorta ascendente e o tronco
pulmonar. Devido à espiralização do septo aorticopulmonar, o tronco pulmonar gira ao redor da aorta ascendente.
Malformações relacionadas ao tronco arterioso
Tronco arterioso persistente: falha no desenvolvimento normal da crista troncal e do septo aórtico pulmonar em
dividir o tronco arterioso em aorta e tronco pulmonar Um DSV está sempre presente com o defeito de tronco
arterioso; o tronco arterioso se sobrepõe ao DSV.
Defeito do septo aórtico pulmonar: abertura (janela aórtica) entre a aorta e o tronco pulmonar próximo à valva
aórtica.A presença de valvas pulmonar e aórtica e um septo interventricular intacto diferencia esse defeito do defeito
do tronco arterioso persistente.
Transposição de grandes artérias: causa comum de doença cardíaca cianótica em neonatos TGA é frequentemente
associada a outros defeitos cardíacos (p. ex., DSA e DSV). Em casos típicos, a aorta origina-se do VD morfológico, e
otronco pulmonar origina-se do VE morfológico. Os defeitos DSA e DSV associados permitem algumas trocas entre as
circulações pulmonar e sistêmica. Divisão desigual do tronco arterioso: uma das grandes artérias é grande e a outra é
pequena e um DSV se desenvolve;dos dois vasos, aquele com o maior diâmetro geralmente incorpora o DSV.
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Radiologia
ECOGRAFIA OBSTÉTRICA
O primeiro trimestre da gestação consiste do período entre o momento em que se confirma uma gestação viável até
13 semanas e seis dias. Por convenção, o concepto é considerado embrião até 10 semanas e, após esse período, já
deve ser nomeado como feto.
Ultrassonografia normal da gestação no primeiro trimestre
A concepção
Após 2 semanas do último período menstrual da paciente, no período fértil do ciclo, ocorre a concepção. Nas
primeiras três semanas de gestação, o saco gestacional geralmente não é visível na ultrassonografia, por suas
dimensões. Entretanto, a partir do local de im- plantação do blastocisto, visualiza-se um espessamento focal da
decídua na cavidade uterina, e ao seu redor, por meio do estudo Doppler, é possível identificar um fluxo
peritrofoblástico de alta velocidade (até 30 cm/s) antes mesmo da visualização do saco gestacional.
O saco gestacional
A partir de cinco semanas da gestação, já é possível visualizar o saco gestacional. Sua aparência inicial é altamente
variável e alguns sinais são bastante característicos, embora possam estar ausentes em pelo menos 35% dos casos.
Em um período um pouco mais tardio, quando o tamanho do saco gestacional é suficiente para deformar o contorno da
cavidade uterina, pode surgir um sinal característico: o sinal do “duplo saco”, quando o saco gestacional é circundado
por dois anéis ecogênicos da decídua – o anel interno representa a decídua capsular e o externo, a decídua parietal.
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A vesícula vitelínica
A vesícula vitelínica torna-se visível entre 5,0-5,5 semanas, sendo a estrutura mais precoce a aparecer dentro do saco
gestacional em uma topografia excêntrica, confirmando a gestação intrauterina. Pode aparecer como duas linhas
ecogênicas paralelas em estágios mais precoces. Consiste no primeiro sistema de transporte materno fetal enquanto
se desenvolve a placenta.
O embrião
Na sexta semana da gestação, quando o saco gesta- cional atinge cerca de 10 mm de diâmetro, é possível identificar
uma pequena estrutura ecogênica na base da vesícula vitelínica, que consiste no embrião, medindo de 1 a 2 mm de
comprimento cabeça-nádega (CCN). Durante a avaliação em tempo real, é possível visualizar a atividade cardíaca, que
tem o limite inferior de 100 bpmnesse estágio. A medida da frequência cardíaca deve ser, sempre que possível,
avaliada no modo M, considerada segura em todos os estágios da gestação, já que o Doppler oferece maior energia e
potenciais efeitos biológicos no feto.
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Após 10 semanas se inicia o período fetal, havendo um desenvolvimento progressivo das estruturas anatômicas, que
podem ser estudadas com mais detalhes. É a melhor época para estudar marcadores de anomalias cromossômicas
como o osso nasal e a translucência nucal, bem como para detectar precocemente alterações que poderão ser
confirmadas mais adiante, sobretudo no estudo morfológico entre 20 e 24 semanas.
Translucência nucal
A Translucência Nucal é uma medida ultrassonográfica que avalia a espessura da região nucal do feto durante o
primeiro trimestre da gestação, entre as semanas 11 e 14. Essa medida é obtida por meio de um exame de ultrassom
realizado na região do pescoço do feto.
A importância da medida da Translucência Nucal está relacionada à detecção precoce de possíveis alterações
cromossômicas, como a Síndrome de Down (trissomia do cromossomo 21) e outras anomalias genéticas. A presença
de uma translucência nucal aumentada pode indicar um maior risco para essas condições.
Durante o exame, é realizada a medição da espessura da Translucência Nucal e esse valor é comparado com valores de
referência específicos para cada idade gestacional. Valores acima do esperado podem indicar a necessidade de
investigação adicional, como a realização de exames complementares, como a amniocentese ou a biópsia de vilo
corial, para confirmar ou descartar a presença de alterações cromossômicas.
É importante ressaltar que a medida da Translucência Nucal não é um diagnóstico definitivo, mas sim um indicativo de
risco aumentado. Portanto, caso seja identificada uma translucência nucal aumentada, é fundamental que o médico
oriente a gestante sobre a necessidade de realizar exames complementares para uma avaliação mais precisa.
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Osso nasal
- Em uma alta proporção de fetos com trissomia do cromossomo 21 e outras anormalidades cromossômicas, o osso
nasal é hipoplásico ou não é visível em 11-13 semanas de gestação.
- A avaliação do osso nasal em 11-13 semanas melhora o desempenho da triagem combinada para trissomia 21 por
idade materna, translucência nucal fetal (TN) e bioquímica sérica.
- A dificuldade é quando a gestação é de 11 semanas ou início da 12ª semana e o osso nasal está ausente, mas o TN, os
demais marcadores ultrassonográficos e a bioquímica sérica estão normais.
Ecocardiografia fetal
• É um método realizado no abdômen da mulher após a 18ª semana de gestação, para avaliar (dentro do útero) o
coração do feto, morfológica e funcionalmente.
Indicações
• Detecção ou exclusão de anormalidades cardíacas fetais durante o pré-natal.
• Detecção ou suspeita de cardiopatia congênita à ultrassonografia obstétrica.
• Fatores de risco materno-familiares para cardiopatias.
• Gestação prévia com cardiopatia congênita.
• Avaliação de repercussões de arritmias cardíacas fetais.
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Anatomia normal do coração fetal e técnicas de varredura
→ O coração do feto é similar ao coração do adulto, porém apresenta várias diferenças anatômicas e fisiológicas.
→ O eixo longo do coração fetal é perpendicular ao corpo, tanto que um corte transversal através do
tórax do feto mostra as quatro câmaras cardíacas em um corte único.
→ O corte de quatro câmaras é importante porque 10% a 96% das anomalias estruturais são detectáveis
nesse corte.
Posição normal do coração - O coração está predominantemente no tórax esquerdo, e apenas o átrio direito está
no tórax direito. A imagem mostra o eixo cardíaco normal (linha tracejada) a 40 graus a partir da linha
média (linha cheia).
Normalmente, o eixo e a posição do coração aparecem de tal forma que o ápice do coração aponta para a esquerda e
a maior parte desse órgão está no tórax esquerdo. Essa configuração é chamada de levocardia.
Na mesocardia, o coração está no centro do tórax, e seu ápice aponta para frente.
Na dextrocardia, o ápice está direcionado para a direita, e o coração está predominantemente no tórax direito.
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→ Essa anormalidade precisa ser distinguida da dextroposição, na qual o eixo do coração é normal, mas o órgão foi
deslocado para a direita por um processo externo, como uma massa no tórax esquerdo ou um derrame pleural.
Técnicas de varredura
↪ Esta projeção é obtida com um corte transversal do tórax fetal imediatamente acima do diafragma.
Projeção de Quatro Câmaras (retângulo vermelho)
Esta projeção é obtida com um corte transversal do tórax fetal imediatamente acima do diafragma. Observa-se o
coração ocupando um terço do tórax, e sua maior parte está situada no hemitórax esquerdo, com a ponta voltada para
a esquerda. O septo interventricular deve fazer um ângulo de, aproximadamente, 45º com a linha média.
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Cardiopatias congênitas
Descreva os sinais radiológicos característicos das cardiopatias congênitas
Tetralogia de Fallot
↪ Sinal de bota: Elevação do ápice cardíaco por causa da hipertrofia do ventrículo direito e o tronco da artéria
pulmonar ser côncavo.
Transposição das grandes artérias
↪ O mediastino superior é estreito e aumento do átrio direito, fazendo com que o coração fique deformado.
Anomalia de Ebstein
↪ Aumento do átrio direito.
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Histologia
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS
Defeito do septo interatrial (comunicação interatrial)
Permite a passagem do sangue do átrio esquerdo (oxigenado) para o direito, gerando um hiperfluxo nas câmaras
cardíacas da direita e, em consequência, nos pulmões.
↪ A comunicação interatrial ocorre com mais frequência na fossa oval, por deficiência total ou parcial da sua lâmina.
○ Defeito da via de entrada dos átrios→ quando aparecem junto com a desembocadura das veias cavas.
○ Defeitos da porção atrioventricular do septo cardíaco (tipo ostium primum) → comunicação na junção
atrioventricular.
↪ Promove o hiperfluxo pulmonar → as comunicações interatriais (CIAs) se acompanham de hipertrofia atrial e
ventricular direitas.
↪ A hipertensão pulmonar só acontece na idade adulta.
Defeitos do septo ventricular (comunicações interventriculares)
↪ As comunicações interventriculares (CIV) constituem o defeito congênito cardíaco mais frequente.
↪ São classificadas em:
○ Comunicação muscular
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→ Quando localizadas no septo muscular, próximas do ápice ou da base do coração.
○ Comunicação perimembranosa
→ Se parte da borda do defeito é constituída por remanescentes do septo membranoso.
○ Comunicações sub arteriais ou duplamente associadas
→ Se o defeito se situa logo abaixo das valvas aórtica e pulmonar, tendo as próprias valvas como seu limite superior,
visto que a porção do septo ventricular deficiente é o septo infundibular. Nesse tipo de CIV, pode ocorrer prolapso de
uma das válvulas semilunares da valva aórtica para dentro da cavidade ventricular direita, ocluindo parcialmente o
defeito e promovendo insuficiência valvar aórtica.
♡ Consequências:
↪ As consequências hemodinâmicas das CIVs são hiperfluxo pulmonar e, se não corrigidas por cirurgia, surge
hipertensão pulmonar, que pode tornar-se irreversível após 2 anos de vida. Nesses casos, a pressão nas câmaras
cardíacas da direita termina por sobrepujar a pressão no ventrículo esquerdo, ocorrendo reversão no sentido do fluxo
de sangue, com estabelecimento de cianose tardia (síndrome de Eisenmenger).
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CIRCULAÇÃO NORMAL
DEFEITOS DOS SEPTOS
Interatrial
↪ Comunicação entre o átrio esquerdo e o átrio direito.
Shunt de esquerda→ Direita
○ O sangue passa para o átrio direito porque a pressão do lado esquerdo é maior.
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Interventricular
↪ Comunicação entre os ventrículos.
Shunt de esquerda para direita
* Já que o ventrículo esquerdo tem maior pressão, ele joga seu sangue oxigenado pl o Ventrículo direito, mas como
essa pressão é muito alta isso faz com que o ventrículo direito faça mais força jogando essa pressão para o tronco
pulmonar.
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Tetralogia de Fallot
A tetralogia de Fallot é um complexo constituídopor:
(1) CIV.
(2) estenose do infundíbulo subpulmonar.
(3) cavalgamento da aorta sobre o septo ventricular.
(4) hipertrofia ventricular direita.
Shunt de direita para esquerda
○ O sangue desoxigenado é enviado para o ventrículo esquerdo, indo assim para a circulação sistêmica e deixando o
bebê cianótico.
○ O que determina a hipertrofia é o grau de estenose subpulmonar (estreitamento da via de saída pulmonar).
Tetralogia cor de rosa
○ Tem os mesmos defeitos da tetralogia de fallot, só muda que, como o grau de estenose subpulmonar é menor, nesse
caso o grau de hipertrofia também será menor e com isso o shunt será da esquerda para a direita.
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OBS: O paciente não ficará cianótico, mas sim rosado, já que o defeito da estenose não é tão intenso.
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