Buscar

Gestão de Custos: Mão de Obra

Prévia do material em texto

Gestão de Custos
Mão de obra
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
•	 abordar os aspectos conceituais sobre mão de obra e discorrer sobre particularidades dos demais assuntos abordados;
•	 classificar os tipos de mão de obra;
•	 realizar o cálculo dos custos da hora trabalhada.
Olá, pessoal, estamos de volta para mais uma aula!
Em nossa aula, trataremos tratando da mão de obra. Para 
iniciar nossas reflexões, vamos buscar os dados históricos a fim 
de compreender melhor os conceitos sobre Mão de Obra e a 
aplicabilidade das leis trabalhistas.
Dada sua importância para o funcionamento e a manutenção 
do mercado empresarial, trataremos, principalmente, a respeito 
dos custos dos nossos colaboradores, ou seja, dos funcionários 
das empresas.
Sugerimos que, no decorrer dos estudos, procurem manter-
se em um ambiente tranquilo, que permita a concentração 
necessária para a construção dos conhecimentos.
Portanto, não se omitam, leiam, anotem, resumam, 
pesquisem, questionem, discutam e interajam conosco e com 
colegas de curso.
Confiram agora os objetivos e as seções de estudo que 
serão desenvolvidos em nossa.
Vamos lá, pessoal?! Mãos à obra! Vamos entender os 
assuntos que serão abordados!
Bons estudos!
Bons estudos!
3º Aula
21
1 - Mão de obra: história, conceito e legislação
2 - Mão de obra: obrigatoriedades e custos
1 - Mão de obra: história, conceito e 
legislação
Nesta aula, iremos tratar a respeito dos custos dos nossos 
colaboradores. Na realidade, iremos mensurar o valor da hora 
de trabalho dos funcionários e qual é o reflexo que estes 
custos podem causar no resultado da empresa e na formação 
do preço de um determinado produto ou serviço.
Fonte: http://sitedasoldagem.com.br/noticias/ Acesso em: 20 abr. 2012.
É comum em todas as organizações a necessidade 
de material humano, pessoas capacitadas e capazes de 
desenvolver suas atividades laborais, sem que cause nenhum 
prejuízo à empresa ou a quem a contratou.
Ao trabalhador temos os seus direitos garantidos pela 
Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT, que ampara o 
empregado e remete o empregador a honrar os direitos 
garantidos por lei ao trabalhador.
Em 01 de maio de 1943 foi aprovada a CLT - Consolidação das Leis 
Trabalhistas, garantindo com isso todos os direitos aos empregados. 
Porém, o advento dessa lei passou a regularizar algumas ações dos 
empregadores em desfavor a seus empregados. A data ficou instituída 
como o dia do trabalho.
Em nossa aula, tendo em vista a aprovação desta lei 
que garantiu aos empregados todos os direitos que a eles 
cabem, iremos tratar de alguns destes direitos, já que estamos 
investigando aspectos relacionados à mão de obra.
Adiantamos que a mão de obra pode ser, dentro do 
processo produtivo ou de prestação de serviço, direta ou 
indireta.
A Lei trabalhista entrou em vigor em 01 de maio de 1943, mas a carteira 
de trabalho foi instituída pelo decreto nº 21.175, de 21 de março e 
posteriormente regulamentada pelo decreto 22.035, de 29 de outubro 
1932. O documento garante o acesso a alguns dos principais direitos 
trabalhistas, como o seguro-desemprego, os benefícios previdenciários, 
o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e o Programa de 
Integração Social (PIS).
Seções de estudo
Fonte: http://bartirabarbosa.blogspot.com.br/2009_02_01_archive.html Acesso 
em: 30 mar.2012.
É importante destacar que todas as atividades exercidas 
pelos empregados são remuneradas. Normalmente, esta 
remuneração tem como base para pagamento de valores o 
salário mínimo, que é um indicador que auxilia o empregado 
em seu labore e ajusta para que não receba nenhum valor 
menor que o salário mínimo vigente do período.
Na Consolidação das Leis Trabalhistas, Lei nº 5.452, de 1 
de maio de 1943, em seu artigo 76, temos que:
Salário mínimo é a contraprestação mínima 
devida e paga diretamente pelo empregadora 
todo trabalhador, inclusive ao trabalhador 
rural, sem distinção de sexo, por dia normal de 
serviço, e capaz de satisfazer, em determinada 
época e região do País, as suas necessidades 
normais de alimentação, habitação, 
vestuário,higiene e transporte (Brasil, CLT, 
1943).
Na contratação de um funcionário, seja por diária, 
comissão ou produção, sua remuneração não pode ser inferior 
ao salário mínimo, pois o salário mínimo sempre será a base 
para que o empregador possa adotar um critério que remunere 
de maneira legal os seus colaboradores, sem infringir a lei e o 
direito garantido ao trabalhador.
Justamente por estarmos tratando da mão de obra em 
nossa aula, trataremos também de alguns aspectos legais, 
dando uma visão ampla sobre remuneração e dados históricos 
a respeito da obrigatoriedade entre empregador e empregado 
e vice-versa.
Em custos é comum que tudo que esteja relacionado à 
produção seja tratado como custo. Existem momentos em 
que	confundimos	esses	custos	quanto	à	sua	classificação.	Por	
isso, torna-se difícil em alguns casos evidenciar se esses custos 
são diretos ou indiretos na produção de um determinado 
produto ou serviço.
Devemos levar em consideração que a mão de obra compreende o 
trabalho das pessoas aplicado direta ou indiretamente na fabricação de 
um produto.
Devemos sempre destacar que os custos com mão de obra não 
correspondem apenas aos gastos com salários, mas engloba todos os 
gastos com as pessoas envolvidas na produção, sendo esses gastos 
todos aqueles decorrentes da folha de pagamento
Analisando	 essa	 dificuldade	 é	 que,	 neste	 momento,	
iremos tratar dos custos com mão de obra e também como 
ela	 é	 classificada	 e	 direcionada	 no	processo	 de	 produção	 e	
22 Gestão de Custos
melhoramento de um produto ou serviço.
A mão de obra divide-se em dois grupos: direta e indireta.
•	 Mão de obra indireta: classificamos	como	mão	de	
obra indireta a somatória dos salários e dos encargos 
com os colaboradores que desempenham atividades 
comuns e não especializadas dentro da empresa e 
que, muitas vezes, não compensa apurar o custo da 
hora trabalhada ou até mesmo controlar o tempo de 
trabalho em cada atividade.
São exemplos de mão de obra indireta: carregadores, 
faxineiros, seguranças, etc.
•	 Mão de obra direta: devido aos altos custos com 
mão de obra direta nos dedicaremos ao seu estudo, 
a	fim	de	aprender	a	calcular	o	custo	de	uma	hora	
trabalhada.	A	mão	de	obra	direta	pode	ser	classificada	
como sendo a somatória dos salários e dos encargos 
com os colaboradores que desempenham atividades 
técnicas diretamente no produto.
São exemplos de mão de obra direta: operador de 
máquinas, mecânicos, eletricistas etc.
1.1 - Método de mão de obra direta
Agora	iremos	classificar	quais	são	os	métodos	de	mão	de	
obra aplicados na empresa, indústria, comércio e prestação de 
serviço, tendo como foco o custo dessa mão de obra.
A	mão	de	obra	deve	ser	classificada	como:
•	 Mão de obra direta
•	 Mão de obra indireta
Para Osni Moura Ribeiro (2005, p. 102), a mão de 
obra	direta	é	aquela	que	pode	ser	facilmente	identificada	em	
relação aos produtos. Isso nos remete a pensar que quando há 
facilidade	de	identificação	da	mão	de	obra	daquele	funcionário	
ao	 produto	 em	 questão	 classificamos	 como	 mão	 de	 obra	
direta.
Já para Eliseu Martins (2009, p. 133), mão de obra direta 
é aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o 
produto em elaboração, desde que seja possível a mensuração 
do	tempo	despendido	e	a	identificação	de	quem	executou	o	
trabalho, sem necessidade de qualquer apropriação indireta de 
rateio.
Se houver qualquer tipo de alocação por meio de 
estimativas ou divisões proporcionais, desaparece a 
característica de direta. Podemos salientar que os operários 
de uma indústria de calçados ou até mesmo operários da 
construção civil, assim destacamos os pedreiros, carpinteiros, 
serventes, eletricista e encanadores, o serviço na qual estes 
profissionais	executam	podem	ser	classificados	como	mão	de	
obra direta, já que estão diretamente comprometidos com a 
construção e execuçãode uma obra civil, obra que pode ser 
um apartamento, casa, etc.
O mesmo termo se aplica ao operário da indústria já que 
para	este	profissional	 seu	 labore	esta	 ligado	diretamente	na	
produção, confecção e montagem do produto que a empresa 
oferece no mercado.
Então, podemos considerar que para todo trabalhador 
que esteja envolvido diretamente na produção ou elaboração 
de um produto, o custo da sua mão de obra será direto, ou 
seja, mão de obra direta.
Vamos antecipar os estudos de nossa próxima subseção 
com um questionamento:
Qual é outro método de mão de obra que existe?
1.2 - Método de mão de obra 
indireta
Neste momento, iremos estudar e conhecer o método de 
mão de obra indireta, método este que é aplicado em vários 
setores e presente nas mais diversas atividades econômicas 
existentes em nosso país.
Para Osni Moura Ribeiro (2009, p. 102), o método de 
mão de obra indireta compreende os gastos com o pessoal 
que trabalha na empresa sem interferência diretamente 
na fabricação dos produtos. Sempre que não for possível 
identificar	 o	 gasto	 com	 pessoal	 em	 relação	 às	 unidades	
produzidas, esse gasto será considerado mão de obra indireta.
Já para Eliseu Martins (2006, p. 133), se recorrer a 
qualquer	 critério	 de	 rateio	 ou	 estimativa	 configura-se,	 para	
efeito contábil, em indireta.
Podemos então evidenciar que a mão de obra indireta 
pode ser a de supervisor, encarregado, chefe de seção, 
faxineiros etc.
Assim, é importante destacar que a mão de obra indireta 
assume uma posição de colaborador da empresa, que não está 
ligado diretamente na produção. O custo com essa mão de 
obra é indireta. Lembrem-se de que a mão de obra indireta não 
age diretamente na produção de um determinado produto. 
Devido a este pessoal não agir diretamente na produção, 
sua função é normalmente de supervisão e manutenção, já 
que	seus	serviços	acabam	beneficiando	toda	a	produção	em	
conjunto. Portanto, faz-se necessário que tais gastos sejam 
rateados, por critérios, ou arbitrados para diversos produtos 
fabricados.
A empresa só poderá considerar como mão de obra 
direta o tempo realmente utilizado no processo de produção 
de forma direta.
Por exemplo: se durante a produção ocorrer uma queda 
de energia, será considerado como custo indireto de produção.
Agora, caso a indústria venha paralisar suas atividades por 
motivo de greve ou acidentes graves, deverá ser considerado 
como perda.
2 - Mão de obra: obrigatoriedades e 
custos
Para os gestores, pessoas que estão à frente dos negócios 
que a empresa realiza dia a dia, é importante colocar um 
adendo a respeito das obrigatoriedades que devem ser 
realizadas pelos gestores de toda e qualquer empresa. Em um 
período de gestão é relevante destacar que custo com mão de 
obra direta é diferente de gastos com a folha de pagamento 
com funcionários.
23
2.1 - Direitos e benefícios básicos
Para Eliseu Martins (2006, p.134), custo com mão de 
obra não se confunde com o valor pago à produção, mesmo 
aos operários diretos. Só se caracteriza como tal a utilizada 
diretamente sobre o produto. Portanto, o custo de mão de 
obra direta varia com a produção, enquanto que a folha 
relativa	ao	pessoal	da	própria	produção	é	fixa.
Nesse caso, então, podemos considerar que:
O custo com a mão de obra direta é variável em relação 
à produção, já a folha de pagamento, mesmo que seja relativa 
ao	pessoal	da	produção,	é	um	custo	fixo.
Na elaboração e apreciação dos custos com a mão de 
obra	 devemos	 identificar	 quais	 são	os	 custos	 que	 integram	
a mão de obra de um funcionário, para que possa ser mais 
esclarecedor em relação às decisões que poderão ser tomadas 
no curto prazo. A legislação trabalhista reza em suas doutrinas 
que além do salário contratual é de direito do trabalhador 
alguns proventos.
Para Aristeu Oliveira (2001, p. 65), os principais 
proventos existentes na folha de pagamento são: salário, horas 
extras, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, 
adicional noturno, salário-família, diárias para viagem e 
ajuda de custo; e os principais descontos são: quota de 
previdência, imposto de renda, contribuição sindical, seguros, 
adiantamentos, faltas e atrasos, vale-transporte.
Nessa apreciação, devemos considerar que essa é uma 
visão global de proventos que podem integrar a folha de 
pagamento dos funcionários, sendo indispensável fazer uma 
ressalva, já que para cada tipo de atividade e ocupação teremos 
proventos de acordo com as devidas ocupações funcionais 
dos trabalhadores.
Ainda fazendo uma apreciação aos proventos de direito 
que o trabalhador possui no labore de sua função, iremos 
citar	os	mais	usuais,	para	que	no	final	desta	aula	todos	possam	
identificar	o	custo	da	hora	homem	trabalhada.
Na Consolidação das Leis Trabalhistas, Lei nº 5.452, de 1 
de maio de 1943, em seu artigo 457, temos que os proventos
Compreendem na remuneração do empregado, 
para todos os efeitos legais, além do salário 
devido e pago diretamente pelo empregador, 
como contraprestação do serviço, as gorjetas 
que receber (Brasil, 1943).
Então, toda remuneração paga ao empregado, além do 
salário, devemos considerar como remuneração. Entre estas 
podemos, inclusive, destacar as seguintes remunerações: 
comissões,	percentuais,	gratificações	ajustadas,	diárias	de	viagem	
e abonos pagos pelo empregador ao empregado.
Devemos observar que não se incluem nos salários as ajudas 
de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam 
50% do salário percebido pelo empregado.
Ao empregado confere o direito de férias. Como celebra 
o art. 142 da CLT, o empregado perceberá, durante as férias, a 
remuneração que lhe for devida na data de sua concessão.
Além das verbas de direito sobre as férias, o trabalhador 
terá o direito de mais 1/3 ( um terço ) de férias sobre sua 
remuneração. Sendo importante destacar que todo empregado 
terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem 
prejuízo em sua remuneração. Normalmente o empregado terá 
direito a 30 dias de férias corridos quando não houver faltado ao 
serviço mais de 05 vezes no ano.
TABELA 1 - FÉRIAS
EMPRESA AMÉRICA LTDA.
Funcionário Reginaldo José da Silva Admissão 03.2011
Função Montador
Departamento Indústria
Remuneração R$ 1.600,00
Demonstrativo 
de Férias
Férias R$ 1.600,00
1/3 de férias R$ 533,33
Total de férias R$ 2.133,33
Fonte: arquivo pessoal.
Neste	momento,	podemos	verificar	que	o	funcionário	irá	
receber o valor correspondente ao salário do mês em férias 
mais um terço deste salário de férias, que somados teremos 
um total de R$ 2.133,33 referentes às férias desse colaborador.
Outro evento de direito dos colaboradores é o décimo 
terceiro salário, que corresponde a um salário extra a todo 
trabalhador que tenha trabalhado na empresa durante os 12 
meses do ano, ou período proporcional a 12 meses.
Sendo assim, em alguns casos o trabalhador terá direito 
ao décimo terceiro salário. Há empresas que costumam, 
inclusive remunerar o colaborador com décimo quarto salário.
Normalmente, isso ocorre quando se estabelece metas 
de produção e elas são alcançadas. Mas quanto custa a hora 
homem para a empresa? 
Aos colaboradores cabe o direito aos salários, férias, um 
terço de férias, décimo terceiro salário e outros proventos que 
são a eles garantidos por lei. Devemos destacar que muito 
embora a empresa esteja obrigada ao pagamento de todos 
esses proventos ao trabalhador, ela tem também a seu encargo 
o pagamento das obrigações sociais, obrigações estas que 
incidem sobre a folha de pagamento, como INSS e FGTS.
Essas obrigações, para a empresa, podem chegar até 
33,8% da folha de pagamento. Sendo assim, um funcionário 
com salários de R$ 1.000,00 chega a custar para a empresa 
cerca de R$ 333,80 além do seu salário mensal.
TABELA 2 - DEMONSTRAÇÃO DOS 
ENCARGOS SOCIAIS
Descrição Valores Percentual %
Salário 1.000,00
INSS 200,00 20%
Terceiros 58,00 5,8%
FGTS 80,00 8%
Total 1.338,00 33,8%
Fonte: arquivo pessoal.
24 Gestão de Custos
A atividade que o funcionáriodesempenha dentro 
da empresa não pode ultrapassar ao número de 220 horas 
semanais, sendo esse o número máximo de horas que um 
empregado deve cumprir no desenvolvimento de suas 
atividades na empresa.
Dentro dessa relação empregado/empregador deve-
se levar em conta uma questão muito importante que diz 
respeito às faltas, pois ela comprometem, e muito, os custos 
operacionais	 da	 empresa,	 principalmente,	 faltas	 justificadas,	
aquelas que vêm acompanhadas de atestado médico.
Pois,	 essas	 faltas	 justificadas	 acabam	 sendo	 abonadas	
e, com isso, os custos tendem a aumentar cada vez que isso 
ocorre.
2.2 - Cálculo do custo da hora 
trabalhada
Agora iremos a um exemplo, na qual será apresentado o 
custo da hora homem. Observe que:
Antonio Carlos Martins desenvolve atividade de torneiro mecânico, 
na empresa Alfa Inox Ltda. Durante o ano de 2011, o salário desse 
funcionário foi de R$ 2.000,00 ao mês. Ele recebeu férias e décimo 
terceiro e, em alguns dias, precisou ausentar-se da empresa para 
tratamento médico, cerca de 7 dias.
A pergunta que faço a todos é o quanto custou a hora homem desse 
funcionário na empresa em questão?
Para que essa pergunta possa ser respondida, devemos apresentar um 
demonstrativo que apresente esse custo por hora homem.
Até o momento, sabemos que o custo desse funcionário 
é de R$ 35.680,09 ao ano, porém, devemos destacar quantos 
dias realmente foi produtivo, ou melhor, foi trabalhado. Vale 
lembrar que os sábados e domingos são esporádicos, pois 
temos alguns meses do ano com mais de quatro domingos ou 
sábados no mês.
Muito bem, agora já sabemos qual é o custo total desse 
funcionário e ficou claro que durante o ano de 2011 ele 
trabalhou/produziu por cerca de 249 dias.
Devido à complexidade da legislação trabalhista brasileira, 
apresentamos a seguir uma sequência de regras para apurar o 
custo da hora trabalhada:
•	 1ª regra: Determinar os rendimentos anuais do 
trabalhador:
Rendimento Fórmula
Rendimento 11 meses x salário mensal
13º Salário Proporcional 01 salário mensal por ano de trabalho
Férias Proporcionais 01 salário mensal por ano de trabalho
1/3 sobre férias Férias proporcionais 1/ 3
Rendimento Anual Somatória dos itens acima
Fonte: arquivo pessoal.
Consideramos 11 meses trabalhados, porque 1 mês 
é de direito do colaborador para gozar férias. Cada cargo 
tem os seus rendimentos determinados por lei, conforme 
demonstramos acima.
•	 2ª regra: Determinar os encargos sociais que 
incidem sobre os rendimentos:
Encargos sociais Percentual sobre os rendimentos
INSS empresa (+ ou -) 20 %
Sistemas S (+ ou -) 2,8 %
Seguro Acidente de Trabalho (+ ou -) 3 %
FGTS 8 %
Encargos Sociais Totais (+ ou -) 33,8 % dos encargos sociais
Fonte: arquivo pessoal.
Os encargos sociais acima representam os percentuais 
médios, pois estes variam de empresa para empresa de acordo 
com o seu ramo de atividade. Eles representam o que a 
empresa recolhe aos órgãos públicos. Não estão incluídos os 
encargos sociais descontados dos colaboradores.
•	 3ª regra: Determinar os direitos e benefícios do 
trabalhador:
Direitos e benefícios Valor
Transporte até o local de trabalho Os valores variam de acordo com 
a empresa.
Alimentação
Auxílio periculosidade 20% do salário mínimo
Auxílio insalubridade 20% do salário mínimo
Plano de saúde
Gasto Total Com Direitos e 
Benefícios
Somatória
Fonte: arquivo pessoal.
Acima exemplificamos os direitos e benefícios básicos 
que todas as empresas praticamente concedem aos seus 
colaboradores. Cada empresa pode aumentar o número de 
direitos e benefícios, uma vez que usamos tais benefícios para 
motivar o nosso colaborador.
Lembramos que os valores devem ser anuais. Os auxílios 
mencionados acima são apenas atividades que se enquadram 
como perigosas ou insalubres e que dão direito ao recebimento.
•	 4ª regra: Determinar os gastos anuais com 
equipamentos e uniformes:
Equipamento Valor
Uniformes
Equipamentos de segurança
Gasto Total com Equipamentos Somatória
Fonte: arquivo pessoal.
Os uniformes e equipamentos são de obrigação 
da empresa fornecer. Devemos calcular o valor gasto 
anualmente com cada colaborador. Vale lembrar que existem 
equipamentos de proteção que chegam a valer mais de R$ 
10.000,00 e possuem uma vida útil limitada em horas de uso.
•	 5ª regra: Determinar o gasto anual com o 
colaborador:
25
PROVENTOS ANO
2.000,00 11 meses 2.200,00
2.000,00 13º salário 2.000,00
2.000,00 Férias 2.000,00
2.000,00 1/3 férias 666,67
Total Ano 26.666,67
Fonte: arquivo pessoal.
O valor dos gastos totais apurados acima é a somatória 
de todos os gastos que tivemos durante um ano de trabalho 
com esse colaborador.
•	 6ª regra:
ENCARGOS ANO
INSS 25,8% 26.666,67 6.880,00
FGTS 8% 26.666,67 2.133,34
9.013,34
Gastos totais = 26.666,67 + 9.013,34 = 35.680,01
•	 7ª regra: Determinar o total de horas trabalhadas 
no ano:
Unidade Cálculo Quantidade de dias
Dias no ano + 365
Descanso semanal
remunerado + ou -
- 48
Feriados + ou - - 12
Férias 30
Total de Dias Úteis = 275
Jornada de trabalho Normal 44 horas semanais
Total de Horas Úteis no Ano Jornada diária x dias úteis
Fonte: arquivo pessoal.
Os descansos semanais e feriados são determinados 
com base no calendário local, principalmente os feriados que 
variam de localidade para localidade.
A jornada semanal é determinada em função da profissão do colaborador. 
Por exemplo: a maioria dos colaboradores possui uma jornada semanal 
de 44 horas, mas os bancários e as telefonistas têm a jornada reduzida 
para 30 horas semanais
•	 8ª regra: Determinar o custo por hora trabalhada.
Com as informações acima podemos calcular o valor de 
uma hora trabalhada, que faremos através da seguinte fórmula:
O custo apurado acima expressa exatamente o custo de 
uma hora de trabalho de cada trabalhador.
Custo por hora = 35.680,03 / (7,33 horas dia x numero 
de dias trabalhados)
•	 Custo por hora = 35.680,03/ 220 horas
•	 Custo por hora = 16,21 por hora.
Devemos lembrar que o custo deste funcionário será 
de R$ 16,21 por hora, sendo importante ratear este valor aos 
produtos que serão elaborados.
2.3 - Contabilização do custo com 
mão de obra direta
O gasto com mão de obra direta é contabilizado em duas 
contas:
•	 Perdas: A cada hora que o colaborador fica parado, 
por qualquer motivo, significa que o mesmo não 
produziu. Portanto, contabilizamos diretamente 
no resultado como perdas. São exemplos de perdas 
com mão de obra: o tempo parado por máquinas 
quebradas, as greves legais e as faltas abonadas.
•	 Custo do produto: A cada hora trabalhada 
do colaborador em determinado produto 
contabilizamos em seu custo.
Agora entendemos por que o salário do colaborador é 
fixado por mês e o custo com mão de obra direta é variável: 
porque contabilizamos no custo do produto apenas o tempo 
que ele realmente trabalhou.
Os gastos com aviso prévio e indenizações contabilizam 
como despesas, porque não conseguimos prever.
Chegamos, assim, ao final de nossa quinta aula.
Esperamos que agora tenha ficado mais claro o 
entendimento de vocês sobre mão de obra.
Após conferir o resumo-chave e as sugestões de livros e 
sites para pesquisa complementar, vamos fazer uma pequena 
pausa antes de iniciarmos nossa quarta aula, quando então 
trataremos a respeito da margem de contribuição.
Para encerrar a aula 03, convidamos vocês a 
recordarem o que estudamos até aqui:
Retomando a aula
1 - Mão de obra: história, conceito e legislação
Aprendemos que a mão de obra compreende o trabalho 
das pessoas aplicado direta ou indiretamente na fabricação de 
um produto. A mão de obra pode ser direta ou indireta, dentro 
do processo produtivo ou de prestação de serviço. A mão de 
obra direta age diretamente na produção de um determinado 
produto enquanto que a mão de obra indireta não. 
Devemos sempre destacar que os custos com mão de 
obra não correspondem apenas aos gastos com salários, 
mas engloba todos os gastos com as pessoas envolvidas na 
produção, sendo esses gastos todos aqueles decorrentes da 
folhade pagamento.
26 Gestão de Custos
2 - Mão de obra: obrigatoriedades e custos
Vimos que o custo de mão de obra direta varia com a 
produção, enquanto que a folha relativa ao pessoal da própria 
produção é fixa.
A legislação trabalhista reza em suas doutrinas que além 
do salário contratual é de direito do trabalhador os seguintes 
proventos: salário, horas extras, adicional de insalubridade, 
adicional de periculosidade, adicional noturno, salário-
família, diárias para viagem e ajuda de custo, férias, um terço 
de férias, décimo terceiro salário, entre outros. Os principais 
descontos são: quota de previdência, imposto de renda, 
contribuição sindical, seguros, adiantamentos, faltas e atrasos, 
valetransporte.
Outros proventos que são garantidos por lei, são o 
pagamento das obrigações sociais, obrigações estas que 
incidem sobre a folha de pagamento, como INSS e FGTS.
HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: 
matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, 
orçamento empresarial. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. Livro de 
Exercícios. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
______. Contabilidade de Custos. 9. ed. Atlas, 2009. 
OLIVEIRA, Aristeu. CLT Consolidação das Leis do 
Trabalho. São Paulo: Atlas, 2001.
MUSSAK, E. Metacompetência: uma nova visão do 
trabalho e da realização pessoal. 2. ed. São Paulo: Gente, 
2003.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Básica. 25. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2005.
SILVA, César Augusto Tibúrcio; FREIRE, Fátima de 
Souza. Balanço social: teoria e prática. Inclui o Novo Modelo 
do IBASE. São Paulo: Atlas, 2001.
SOUZA, Alceu; CRUZ, June Alisson Westarb. 
Classificando Custos Fixos e Variáveis por meio de Métodos 
Estatísticos. Revista Mineira de Contabilidade, v. 34, p. 22-30, 
2009.
Vale a pena ler
Vale a pena
Associação Brasileira de Custos - ABC. Disponível em: 
http://www.abcustos.org.br/. 
Congresso Brasileiro de Custos - ABC. Disponível 
em: http://www.abcustos.org.br/congresso/view?ID_ 
CONGRESSO=21.
Vale a pena acessar
Conselho Federal De Contabilidade – CFC. Normas 
Brasileiras de Contabilidade. Brasília, 2004. Disponível em: 
http://www.cfc.org.br .
Entendendo custos, gastos e despesas para a formação de 
preços. Disponível em: http://focoemnegocios. wordpress.
com/2009/09/02/entendendo-e-calculandocustos-para-a-
formacao-de-precos/.
Escrituração Contábil. Disponível em: http://www.
nfe.fazenda.gov.br.
Minhas anotações
Atividades da aula 03
Após terem realizado uma boa leitura dos assuntos abordados em nossa 
aula, na Sala Virtual estão disponíveis os arquivos com as Atividades que 
deverão ser respondidas e enviadas dentro dos prazos estabelecidos.

Continue navegando