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Defeitos do tubo neural – Espinha Bífida e Hidrocefalia Profª. Dra. Thabata P. Soeira Defeitos no Tubo Neural • São um grupo de anormalidades de desenvolvimento no qual o tubo neural não se funde em algum ponto de seu comprimento (desde a medula espinal até o encéfalo). Defeitos no tubo neural Hidrocefalia Espinha Bífida Defeitos no tubo neural • Espinha Bífida • Mais comum • Lesão ocorre na coluna vertebral • Hidrocefalia • Associada a EB • Aumento do liquido cefalorraquidiano (LCR) Espinha bífida Hidrocefalia Mecanismos de defeitos do tubo neural Ø Cabeça: desenvolve-se o interior do encéfalo; Ø Extremidade inferior: medula espinhal (26° dia de vida embrionária); Ø Tubo pode não se fundir em algum ponto; Ø Maior frequência na região inferior (lombar). Defeitos do tubo neural: espinha bífida Lesões de pele, ossos, meninges e tecido neural podem estar comprome4dos Meningocele Mielomeningocele Espondilosquise /raquisquise • Pele • Osso • Dura-máter • Espinha bífida císDca • Pele • Dura-máter • Medula espinhal • Ocorre em 80% casos • Tecido neural da medula espinhal é deslocado e exposto na superKcie da lesão Raquisquise Aspectos gené9cos da DTN Risco de espinha bífida é de 1:20 Após o nascimento de uma criança com espinha bífida, o risco sobe para 1:10 Exames de diagnósXcos pré-natais são importantes para diminuir problemas e detectar precocemente Ácido fólico foi comprovado que atua no neurodesenvolvimento – principalmente contribuindo no fechamento do tubo neural ( diminuindo os risco de DTN) Espinha Bífida Definição Malformação congênita devido a um erro no desenvolvimento da coluna vertebral. Resulta no fechamento incompleto do canal vertebral. Falha na fusão dos arcos vertebrais Pode ser acompanhado por protusão e displasia da medula (ME) e suas membranas. Dados gerais EDologia: deficiência de ácido fólico sanguíneo Conseqüências: Afeta sistema osteoneuromuscular Afeta sistema genitourinário Incidência: 1-4 casos/1000 nascidos vivos Espinha Bífida • Em alguns casos o defeito da medula espinhal e das vertebras pode ser reves5do por pele, ficando escondido à espinha bífida oculta Espinha bífida oculta • Há falha na fusão dos arcos vertebrais; • Não há herniação nem deslocamento do SNC; • Pode ser assintomá5ca ou sintomá5ca; • Mais comum em L5-S1. Encéfalo Medula A parte posterior do encéfalo (em um defeito mais superior do tubo neural) pode não se fundir normalmente Encefalocele 75-80% ocorrem na região occipital Hidrocefalia É possível que anormalidades no sistema nervoso central (SNC) acompanhem a espinha bífida na coluna vertebral 01 O problema mais comum é a hidrocefalia 02 A hidrocefalia é causada pela obstrução do fluxo de saída do LCR dos ventrículos cerebrais 03 Defeitos do tubo neural: hidrocefalia • Ocorre em 80% dos casos de espinha bífida • Maior chance de ocorrência em lesões alta da medula • Aparece após o nascimento quando a lesão nas costas é fechada: gera um aumento da pressão dentro do crânio • No lactente, as elevações da pressão são absorvidas mais facilmente, pois o crânio é mais flexível • Na criança mais velha, a pressão será transmiXda para o cérebro: o sistema ventricular dilata-se tridimensionalmente à esXra o cérebro Outro problema é a anormalidade de Arnold Chiari Na qual o tronco encefálico e verme cerebelar forma um hérnia através do forame magno Esse evento pode estar associado à cistos ou dilatação do canal central da medula espinhal, siringomielia, apresentando anormalidades neurológicas Irão afetar a deglutição, fonação, força e sensibilidade dos MMSS Sequelas Problemas associados Visão: • A pressão no nervo óp:co (devido a hidrocefalia) pode causar atrofia óp:ca à diminuir a acuidade visual à cegueira • As vias óp:cas podem ser interrompidas e o córtex visual sofrer lesões devido a dilatação dos ventrículos • Movimentos oculares podem ser afetados, principalmente pela pressão no VI par de nervo craniano ( nn oculomotores) à estrabismo convergente • Olhar para cima à olhar do “sol poente” Problemas associados Força Muscular e Sensibilidade: • A lesão da coluna vertebral pode afetar a inervação de pele, músculos bexiga urinária e intestinos • Perda/ou diminuição da FM e da sensibilidade cutânea, alterações no controle da bexiga e intestino • Nível da coluna vertebral em que se aloja a lesão Determinar a anormalidade funcional Quais os músculos são afetados ?? Se a criança tiver comprometimento da bexiga ou do intestino, qual o nível da lesão poderá estar comprometido???? É possível iden@ficar o nível exato da lesão??? Como saber se a criança irá subir/ descer escadas? Precisar de uma muleta? Andador?? Base neurológica dos problemas ortopédicos Base neurológica dos problemas ortopédicos • A função neurológica ao nascimento pode parecer boa e os MMII terem aparência normal; • Examinar: instabilidade de quadril e movimentação dos pés; • Pode estar presente no futuro: fraqueza de flexão plantar e extensão do quadril; • Realizar os testes sensoriais; • Deformidades como pé equinovaro podem estar presente; • Joelhos podem estar flexionados ou hiperextendidos; • Pode ter instabilidade no quadril; • Prognóstico pra marcha: bom – marcha independente. Lesões sacrais baixas Base neurológica dos problemas ortopédicos • A:vidade muscular limitada para flexão e adução do quadril; • Pode ter luxação de quadril (ao nascimento); • Prognós:co pra marcha: razoável – marcha com disposi:vos? Lesões mais altas Base neurológica dos problemas ortopédicos • Lesão acima de L1: sem atividade muscular útil dos MMII; • Atividades reflexas isoladas podem estar presente: • Contratura de flexão (quadril e joelhos) e espasmos flexores de difícil tratamento à interferindo no tratamento da postura e do uso de órteses Lesões toracolombares altas Deformidades da coluna vertebral Paralíticas: • Estão associada a seringomielia; • Relacionam-se com desequilíbrio muscular; • 75% dos pacientes com mielomeningocele desenvolve curvas paralíticas; • Pacientes com defeito em T12 ou superior tem escoliose, Congênitas: • Apresentam-se ao nascimento; • Lesões mais altas. Tratamento Tratamento das deformidades da coluna vertebral Órtese toracolombar alta Cuidado com a pele – falta de sensibilidade Avaliar a função respiratória, principalmente em casos cirúrgicos Cuidados pós operatório: evitar tração na coluna vertebral à realizar transferências com pranchas ou apoiadores Observar a presença de úlceras de pressão Posicionar adequadamente joelhos e tornozelos evitando contraturas Bexiga neuropá-ca Crianças com lesões baixas da coluna vertebral podem desenvolver intestino neuropático • É importante incen.var o uso do banheiro cedo pela criança para realização do esvaziamento intes.nal • Dieta adequada, ingestão de líquidos https://www.youtube.com/watch?v=vC- qeU5nxCA https://www.youtube.com/watch?v=vC-qeU5nxCA https://www.youtube.com/watch?v=vC-qeU5nxCA Tratamento clínico Tratamento clínico • Consta em cirurgia precoce afim de evitar a exposição da medula exposição assim como suas raízes nervosas com o ambiente • Evitar perda de líquido • Evitar grandes alterações motoras e vesicais (bexiga e intesDno) • O enfoque terapêuDco visa à independência funcional da criança, principalmente, no que se refere à deambulação. Tratamento Mielomeningocele • Fechamento cirúrgico da falha entre 24 e 48 horas de vida da criança; • Reconstrução anatômica da ME e preservação da maior quantidade de tecido nervosa functional. Hidrocefalia • Implantação cirúrgica de shunt ventrículo- peritoneal; • Deve ser trocado com o crescimento da criança. Tratamento fisioterapêutico Tratamento fisioterapêutico A fisioterapia tem papel fundamental na independência funcional da criança com DTN; Avaliação criteriosa; IdenAficara diversidade do quadro clínico da criança – distúrbios associados; Programa terapêutico capaz de potencializar suas funções; Tratamento fisioterapêutico Orientação familiar – cateterismo vesical, administração da medicação, prevenção de lesões de pele, utilização de órteses; No período neonatal: avaliar sensibilidade, motricidade, postura em repouso, movimentos a?vos, anormalidades, deformidades e reflexos; Orientar os pais e/ou cuidadores os estímulos e movimentos adequados que devem ser feitos ao carregar a criança, posicionar para AVD’s; Tratamento fisioterapêu2co No período pré-escolar e escolar: avaliar os grupos musculares específicos assim como os principais movimentos na qual a criança está mais utilizando naquele momento, assim como, para uma adaptação de dispositivo auxiliar ou equipamento; A criança deve ser esQmulada em todas as posições – principalmente na postura em pé – ortostaQsmo precisa ser diário; Ficar atento com deformidades da coluna vertebral. Manifestações de caráter secundário Úlceras de decúbito Alterações vasomotoras graves Osteoporose e prováveis fraturas Atraso de DNPM • Hipercifoses / Escolioses Contratura de tecidos moles e deformidades ósseas Sensibilidade • Abolição da sensibilidade não necessariamente acompanha o problema motor Problemas • ↑ riscos de trauma7smos de tecidos moles • Distúrbios para dor, temperatura e pressão • Perda do feedback dado pelos órgãos de sen7do • Pele apresenta tendência a formação de úlceras • Pés e coluna são mais freqüentes • Observar vermelhidão Indicação de Órteses Nível de lesão Possível função muscular Comprometimentos secundários Órteses T6-T12 Tronco superior Não há fç nos músculos dos MIs Cifoescoliose Encurtamentos em: - adução quadril -rot ext do quadril TLSO AFO Splint noturno Parapódio L1-L3 Flexores do quadril Adutores do quadril Pouca extensão de joelho Encurtamentos em flexão de quadril Luxação quadril Lordose lombar Pé calcâneo-varo Splint em abdução Parapódio (precoce) HKAFO (tardio) L4 L5 Extensores de joelho Inversão/eversão tornozelo Abdutores quadril Flexão mínima do joelho e extensão mínima do quadril Pé calcâneo-varo Dedos em garra Úlceras de calcâneo Splint NOTURNO (em abdução) HKAFO KAFO ou AFO (tardio) S1-S2 Flexores do joelho Extensores do quadril Eversão tornozelo/flexão plantar Flexores do hállux nenhuma AFO SMO Ou nada S3-S5 Atividade normal dos MIs nada Mielomeningocele https://www.youtube.com /watch?v=_7JPFHzGIMw Mielomeningocele https://www.youtube.com /watch?v=uNqNCSuSXSo Mielomeningocele https://www.youtube.com /watch?v=_XAGcT75L30 Caso clínico Um homem de 78 anos de idade foi encaminhado ao neurologista devido a queixas de dificuldades na marcha, sensação de instabilidade e urgência urinária. A esposa informou que, durante o ano anterior, ele apresentou dificuldade progressiva com a memória, além de não conseguir controlar os assuntos financeiros domiciliares. A história de saúde anterior não apresentou problemas. Um exame neurológico revelou memória e habilidade visual-espacial prejudicadas, bem como dificuldades para calcular. O restante do exame neurológico indicou redução dos reflexos posturais e marcha, com giro em bloco. Os exa- mes laboratoriais não revelaram qualquer causa tratável de demência (p. ex., deficiência de vitamina B12, deficiência ou toxicidade da Mreoide). A ressonância magnéMca (RM) demonstrou ventrículos grandes e hipodensidade de substância branca. Foi realizada punção lombar, com pressão normal de abertura e coleta de 35 cc de líquido cerebrospinal. A análise do líquido foi normal. A marcha do paciente melhorou provisoriamente após a punção lombar. Foi feito um diagnósMco de hidrocefalia com pressão normal, com base nos resultados da ressonância e na presença da tríade clínica caracterísMca: prejuízo da marcha, declínio cogniMvo e urgência urinária. O paciente foi internado em hospital e submeMdo a um desvio ventriculoperitoneal. O fisioterapeuta foi chamado para avaliar e tratar o paciente, auxiliando-o a determinar o efeito do desvio em suas capacidades funcionais Caso clínico Com base nas condições de saúde do paciente, o que você antecipa como contribuidores às limitações da aDvidade? Quais são as prioridades do exame? Qual é o prognósDco de sua reabilitação? Quais são os resultados mensuráveis fisioterapêuDcos mais apropriados para marcha e equilíbrio? Quais são as possíveis complicações que interferem na fisioterapia?
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