Prévia do material em texto
APOSTILA DE PAPILOSCOPIA E IDENTIFICAÇÃO HUMANA Sumário I - UM POUCO DE HISTÓRIA DA PAPILOSCOPIA ...........................................5 PRÉ-HISTÓRICO ............................................................................................5 1600 EUROPA .................................................................................................5 1788 EUROPA .................................................................................................5 1823 EUROPA .................................................................................................6 1858 HERSCHEL ............................................................................................6 1863 EUROPA .................................................................................................7 1880 FAULDS ..................................................................................................8 1882 THOMPSON ...........................................................................................8 1882 BERTILLON ............................................................................................9 1888 GALTON .................................................................................................9 1891 VUCETICH ...........................................................................................10 II – INÍCIO DA PAPILOSCOPIA NO BRASIL ....................................................10 II – PRIMEIROS CASOS RESOLVIDOS PELA PAPILOSCOPIA .....................11 CASO FRANCISCA ROJAS DE CARABALLO ..............................................11 OS IRMÃOES STRATTON ............................................................................13 PAPILOSCOPIA E CRIMINALÍSTICA ...............................................................15 Impressões digitais em Local de crime ..........................................................16 Impressões latentes ...................................................................................16 Impressões visíveis ou evidentes ...............................................................17 Impressões plásticas ou modeladas ...........................................................17 Impressões conhecidas ou padrões ...........................................................17 DNA e impressões digitais .............................................................................17 Impressões digitais em Documentos particulares ..........................................18 Impressões digitais na identificação ..............................................................19 PAPILOSCOPIA................................................................................................19 Divisões da Papiloscopia ...............................................................................19 Função do Papiloscopista ..............................................................................20 DATILOSCOPIA ................................................................................................20 Vantagens ..................................................................................................21 Princípios da datiloscopia ..............................................................................22 Perenidade .................................................................................................22 Imutabilidade ..............................................................................................22 Variabilidade ...............................................................................................22 Classificabilidade ........................................................................................23 FORMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DAS IMPRESSÕES DIGITAIS .......................24 Pele humana ..................................................................................................24 Glândulas Sebáceas ......................................................................................26 Glândulas Sudoríparas ..................................................................................26 Impressões digitais de crianças .....................................................................26 ELEMENTOS ....................................................................................................27 LINHAS DIRETRIZES E SISTEMA DE LINHAS ............................................28 DELTA ...........................................................................................................30 LAÇADA ........................................................................................................35 DISCO DE “HENRY”......................................................................................36 CONTAGEM DE LINHAS DAS PRESILHAS .................................................39 TIPOS FUNDAMENTAIS E SUBCLASSIFICAÇÃO ..........................................43 Arco ...............................................................................................................45 Presilhas internas: .........................................................................................47 ANÔMALO E CICATRIZ ................................................................................55 ARQUIVO DECADATILAR................................................................................56 Como estabelecer a mão correspondente à impressão papilar? ...................57 DETERMINAÇÃO DA MÃO........................................................................58 Arcos..............................................................................................................58 Presilhas ........................................................................................................58 Presilhas externas e externas ....................................................................58 Verticilo ..........................................................................................................59 Inclinação do eixo ..........................................................................................59 Direção das cristas e do núcleo .....................................................................59 Determinação do dedo...................................................................................59 Polegar ..........................................................................................................59 Indicador .....................................................................................................60 Médio ..........................................................................................................60 Anular e mínimo .........................................................................................61 Quiroscopia ....................................................................................................62 Podoscopia ....................................................................................................63 O estudo dos poros........................................................................................63 PROCEDIMENTO DE ROLAGEM ....................................................................65 Coleta de Digitais ...........................................................................................65 CUIDADO ...................................................................................................65 Mudança do Tipo Primário de um Desenho Digital ........................................67 CONFRONTO DATILOSCÓPICO – PONTOS CARACTERÍSTICOS ...............67 TÉCNICAS BÁSICAS DE REVELAÇÃO ...........................................................70 Superfícies .....................................................................................................71 Condições da pele .........................................................................................71 Condiçõesdo ambiente .................................................................................71 Técnicas ........................................................................................................72 Técnica do pó .............................................................................................72 Pincéis ........................................................................................................73 Passo a passo ............................................................................................74 Pós magnéticos ..........................................................................................74 Os Ésteres de Cianoacrilato .......................................................................75 Ardrox ............................................................................................................75 Nitrato de Prata ..............................................................................................76 Violeta de Genciana.......................................................................................76 Revelação de Impressões Digitais em Papel .................................................76 VAPOR DE IODO .......................................................................................77 NINIDRINA .................................................................................................78 ERRO POTENCIAL NA ANÁLISE DE IMPRESSÕES DIGITAIS......................79 Os atentados de Madri e a identificação equivocada de Brandon Mayfield ...80 SISTEMAS AUTOMÁTICOS (AFIS) e a IDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA ........84 IDENTIFICAÇÃO POST MORTEM ...................................................................85 Tomada de impressões de cadáveres ...........................................................85 Tomada de impressão de cadáveres com maceração ..................................86 Tomada de impressão de cadáveres queimados ..........................................86 Tomada de impressão de cadáveres em esfacelação ...................................86 Por extração ...............................................................................................86 Por recuperação .........................................................................................87 Dissecção de Polpas Digitais .........................................................................87 Dissecção de Falanges..................................................................................87 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................88 I - UM POUCO DE HISTÓRIA DA PAPILOSCOPIA PRÉ-HISTÓRICO Artefatos antigos, incluindo esculturas semelhantes à pele do cume de fricção, foram descobertos em muitos lugares em todo o mundo. Imagem escrita de uma mão com padrões de crista foi descoberta na Nova Escócia. Na antiga Babilônia, as impressões digitais eram usadas em tabletes de argila para transações comerciais. 1600 EUROPA Em um artigo "Philosophical Transactions of the Royal Society of London" em 1684, o Dr. Nehemiah Grew foi o primeiro europeu a publicar observações de impressão digital. O livro do anatomista holandês Govard Bidloo de 1685, "Anatomia do Corpo Humano" também descreveu detalhes da impressão de cristas papilares. Em 1686, Marcello Malpighi, professor de anatomia da Universidade de Bolonha, observou a impressão digital cumes, espirais e loops em seu tratado. 1788 EUROPA O anatomista e médico alemão J. C. A. Mayer escreveu o livro Copperplates anatômicos com Explicações apropriadas contendo desenhos de padrões de pele de crista de fricção. Mayer escreveu: “Embora o arranjo dos sulcos da pele nunca é duplicado em duas pessoas, no entanto, as semelhanças são mais perto entre alguns indivíduos. Em outros, as diferenças são marcadas, apesar de suas peculiaridades todos os arranjos têm certa semelhança ”(Cummins e Midlo, 1943, pp. 12–13). Mayer foi o primeiro declarar que a impressão digital é única. 1823 EUROPA Em 1823, Jan Evangelista Purkinje, professor de anatomia na Universidade de Breslau, publicou tese discutindo nove padrões de impressões digitais. Purkinje também não fez menção ao valor das impressões digitais para identificação pessoal. 1858 HERSCHEL Os ingleses começaram a usar impressões digitais em julho de 1858, quando Sir William James Herschel, chefe Magistrado do distrito de Hooghly, em Jungipoor, na Índia, usou-se pela primeira vez impressões digitais em contratos nativos. Por um capricho, e sem pensar em identificação pessoal, Herschel fez com que Rajyadhar Konai, um empresário local, imprimisse impressão de sua própria mão em um contrato. A ideia era meramente "... assustá-lo, sem pensar em repudiar sua assinatura". Os nativos ficaram impressionados, e Herschel criou o hábito de exigir impressões de palma e, mais tarde, simplesmente impressões do índice e do meio corretos fazem com que cada contrato seja feito com os habitantes locais. Contato pessoal com o documento, acreditavam eles, tornava o contrato mais vinculativo do que se simplesmente o assinassem. Portanto, o primeiro uso em larga escala de impressões digitais foi baseado, não em evidências científicas, mas sobre crenças supersticiosas. As impressões digitais do Herschel gravadas ao longo de um período de 57 anos à medida que sua coleção de impressões digitais crescia, no entanto, Herschel começou a notar que as impressões com tinta podiam, de fato, provar ou refutar a identidade. Enquanto que sua experiência com impressão digital era reconhecidamente limitada, a convicção pessoal de William Herschel era de que todas as impressões digitais eram exclusivas do indivíduo, bem como permanente durante toda a vida daquele indivíduo, inspirou-o a expandir seu uso. 1863 EUROPA O professor PaulJean Coulier, da ValdeGrâce em Paris, publicou suas observações que as impressões digitais (latentes) podem ser desenvolvidas no papel pelo fumegamento do iodo, explicando como preservar (fixar) tais impressões e mencionou o potencial para identificar por meio de lupa as impressões digitais dos suspeitos. O interessante deste fato é que o objetivo primordial da técnica era de revelar escritos escondidos. 1880 FAULDS Durante a década de 1870, o Dr. Henry Faulds, o cirurgião britânico Superintendente do Hospital Tsukiji em Tóquio, Japão, assumiu o estudo de "skinfurrows" depois de notar marcas de dedo em espécimes de cerâmicas pré- históricas. Um homem erudito e trabalhador, Dr. Faulds não só reconheceu a importância das impressões digitais como meio de identificação, mas também elaborou um método de classificação. Em 1880, Faulds encaminhou uma explicação de seu sistema de classificação e uma amostra das formas que ele tinha projetado para gravar impressões com tinta, para Sir Charles Darwin. Darwin, em idade avançada e doente, informou o Dr. Faulds que ele não poderia ajudá-lo, mas prometeu passar materiais para seu primo, Francis Galton. Também em 1880, o Dr. Henry Faulds publicou um artigo no Scientific Journal, "Nature" (natureza). Ele discutiu as impressões digitais como um meio de identificação pessoal, e o uso de tinta como um método para obter tais impressões digitais. Ele também é creditado com a primeira identificação de impressão digital latente deixada em uma garrafa de álcool. 1882 THOMPSON Em 1882, Gilbert Thompson, do Serviço Geológico dos EUA no Novo México, usou sua própria impressão digital um documento para ajudar a evitar falsificação. Este é o primeiro uso conhecido de impressões digitais nos Estados Unidos. 1882 BERTILLON Alphonse Bertillon, um funcionário da Prefeitura de Polícia de Paris, na França, criou um sistema de classificação, conhecida como antropometria ou o SistemaBertillon, usando medidas de partes do corpo. O sistema de Bertillon incluiu medidas como comprimento da cabeça, largura da cabeça, comprimento do dedo médio, comprimento do pé esquerdo e comprimento do antebraço do cotovelo até a ponta do meio dedo. Em 1888 Bertillon foi nomeado chefe do recém-criado Departamento de Identidade Judicial, onde usou antropometria como principal meio de identificação. Mais tarde, ele introduziu impressões digitais, mas relegando-os a um papel secundário na categoria de marcas especiais. 1888 GALTON Sir Francis Galton, antropólogo britânico e primo de Charles Darwin, iniciou suas observações sobre impressões digitais como meio de identificação na década de 1880. 1891 VUCETICH Juan Vucetich, oficial da polícia argentina, iniciou os primeiros arquivos de impressão digital baseados nos tipos padrão Galton. A princípio, Vucetich incluiu o Sistema Bertillon com os arquivos. II – INÍCIO DA PAPILOSCOPIA NO BRASIL Em 1891 começa em São Paulo, a identificação por meio da fotografia (Decreto 09, de 31 de dezembro), empregado como método exclusivo de identificação. A partir de 1901, o Gabinete Antropométrico do Distrito Federal (RJ), passou a ser dirigida por José Félix Alves Pacheco, que ali permaneceu até o ano de 1906. Em 1902, é instituída em São Paulo, a identificação Antropométrica, com a inauguração, em 17 de julho, do Gabinete de Identificação Antropométrica. O Decreto 4.764, de 05 de fevereiro de 1903, Governo do então Presidente Rodrigues Alves, por insistência de Félix Pacheco, dá novo regulamento à Secretaria de Polícia do Distrito Federal, e introduz no Brasil a identificação datiloscópica. Diz o Decreto no seu Artigo 57: "Art. 57 - A identificação dos Delinqüentes será feita pela combinação de todos os processos atualmente em uso nos países mais adiantados, constando do seguinte, conforme o modelo do Livro de Registro Geral, anexo a este Regulamento: Exame descritivo (Retrato Falado); notas cromáticas; observações antropométricas; sinais particulares, cicatrizes e tatuagens; impressões digitais; fotografia de frente e de perfil. Parágrafo Único - Estes dados serão na sua totalidade subordinados à classificação datiloscópica, de acordo com o método instituído por D. Juan Vucetich, considerando-se, para todos os efeitos, a impressão digital como prova mais concludente e positiva da identidade do indivíduo, dando-se-lhe a primazia no conjunto das outras observações, que servirão para corroborá-la." Em 1905 ano da realização, no Rio de Janeiro, do 3º Congresso Científico Latino Americano; Vucetich, que veio ao Brasil, apresentou um trabalho intitulado "Evolución de La Dactiloscopia"; Em 1907 é instituída em São Paulo, por força do Decreto 1533-A, de 30 de novembro, a identificação datiloscópica. Em 1935 sob a direção do Dr. Ricardo Gunbleton Daunt, no Serviço de Identificação de São Paulo, é criado o arquivo dactiloscópico monodactilar e o laboratório de locais de crime. II – PRIMEIROS CASOS RESOLVIDOS PELA PAPILOSCOPIA A Argentina foi o primeiro país a utilizar as impressões papilares seguida do Reino Unido e dos Estados Unidos, e, diante da dúvida da Corte para condenar um homicida pelo fato de uma impressão papilar lhes parecer insuficiente, preferiam conceder-lhe a liberdade do que a condenação. A comunidade científica sabia da sua eficiência, no entanto, os tribunais e jurados eram incrédulos em relação à unicidade dos datilogramas e ao fato de que uma só impressão fosse suficiente para determinar a individualidade. CASO FRANCISCA ROJAS DE CARABALLO Em 29 de junho de 1892, Rojas, então com 27 anos, assassinou seus dois filhos no então pequeno balneário de Necochea, em Buenos Aires, na República Argentina. Seu filho Ponciano Carballo Rojas, de 6 anos, e sua irmã mais nova Felisa, de 4 anos, foram brutalmente assassinados em sua casa. Francisca tentou simular um ataque cortando sua própria garganta e culpando seu vizinho Pedro Ramón Velázquez por ambos os homicídios. No entanto, ele não confessou ter cometido dois crimes horrendos, então os investigadores da polícia precisavam encontrar provas incriminatórias ou confiáveis. O que encontraram foi uma impressão digital sangrenta na caixa de correio na porta da casa. Uma vez que a mãe negou ter tocado os cadáveres dos dois filhos (o que implica ter sido manchado com o sangue deles), portanto o traço em questão só poderia ter vindo do próprio assassino. Com a ajuda do argentino Juan Vucetich de origem croata, oficial da Polícia Provincial Buenos Aires, que foi um pioneiro mundial na Matéria foi determinado que tais impressões digitais não pertenciam a Pedro, mas a Francisca. Uma vez confrontado com essa evidência irrefutável, Rojas acabou confessando ter assassinado seus dois filhos. As razões que levaram Francisca Rojas a cometer o duplo filicídio foram a interferência de Pedro em um romance entre ela e outro pretendente, além da sensação de Rojas ter sido mais atraente para aquele outro galante se não tivesse filhos. Costuma-se considerar que Rojas foi a primeira pessoa condenada em todo o mundo com base nas evidências ou evidências criminalistas dadas por suas próprias impressões digitais. https://www.elpatagonico.com/el-felicidio-francisca-rojas-que-dio-inicio-la- dactiloscopia-n1517918 OS IRMÃOES STRATTON O caso dos assassinatos de Farrow, envolvendo os irmãos Alfred e Albert Stratton, foi o primeiro caso de uma condenação por assassinato no Reino Unido com base em evidências de impressões digitais. Na manhã de 27 de março de 1905, em Deptford, William Jones, de 16 anos, visitou a loja de tintas de Thomas Farrow, 71, e sua esposa Ann, de 65 anos, mas encontrou a loja fechada. O casal morava em um apartamento acima da loja, e não era comum a loja ainda estar fechada a essa hora. Jones bateu na porta várias vezes e, quando não recebeu resposta, espiou pela janela. Ele ficou alarmado com a visão de numerosas cadeiras derrubadas, então foi pedir ajuda. Ele se aproximou de um residente local, Louis Kidman, e os dois entraram na loja nos fundos do prédio e descobriram o corpo morto do Sr. Farrow em uma poça de sangue e o corpo inconsciente de sua esposa. A Sra. Farrow foi levada para o hospital e a polícia foi chamada. Infelizmente, ela morreu alguns dias depois. Uma caixa de dinheiro vazia foi encontrada no chão do apartamento desalinhado, sugerindo que um roubo havia ocorrido. A caixa de dinheiro foi examinada e uma impressão digital latente foi encontrada no interior, no ponto em que a caixa foi cuidadosamente recolhida e transportada para o Fingerprinting Bureau da Scotland Yard. O inspetor de detetives Charles Collins, que estava à frente da Agência na época, examinou a impressão e constatou que era mais provável que fosse do polegar de um indivíduo. A impressão foi comparada com as das duas vítimas, os policiais na cena do crime e os mais de 80.000 conjuntos de impressões mantidas no arquivo pelo Bureau, mas nenhuma correspondência foi encontrada. Com o rastro de provas de impressões digitais frio, a polícia começou a entrevistar possíveis testemunhas do crime. Felizmente numerosos indivíduos alegaram ter visto dois homens saindo da loja dos Farrows no início da manhã do assassinato, e uma testemunha conseguiu identificar um dos homens como Alfred Stratton. Alfred e seu irmão Albert não tinham antecedentes criminais, mas eram bem conhecidos pela polícia por seu envolvimento em círculos criminosos. A namorada de Alfredo informou à polícia que ele doara um conjunto de roupas usadas naquele dia, roupas que as testemunhas descreviam como sendo usadas por um homem que deixava a cena do crime. Além disso, ele pediu a ela um par de meias. A namorada de Albert também foi entrevistada e confessou que Albert voltou para casa naquela manhãcom dinheiro inexplicável. Os irmãos foram presos e suas impressões digitais foram tiradas. Quando a polícia comparou as impressões coletadas com a cópia do polegar da cena do crime, foi uma combinação clara para Alfred. No entanto, apesar das evidências, a defesa tentou preparar um caso sólido para provar que os irmãos eram inocentes. Eles chamaram o Dr. John Garson como testemunha especialista (assistente de defesa). Garson foi anteriormente professor de Collins e, portanto, seria considerado mais um especialista. Porém, ele era um especialista em antropometria, em vez de impressões digitais. Ademais, mais tarde, descobriu-se que Garson tinha estado em contato tanto com a acusação quanto com a defesa e declarara que ele iria depor por qualquer lado que lhe pagasse mais. Isso foi o suficiente para desacreditá-lo e torná-lo inútil como perito. Todavia, apesar do número de testemunhas usadas, das falhas no caso da defesa e do sucesso das impressões digitais no caso de Harry Jackson, a técnica ainda não era de confiança do público e do júri, particularmente problemática com a impressão digital sendo a única peça sólida. de evidências ligando os irmãos à cena do crime. O inspetor-detetive Collins falou como testemunha especialista, explicando como as impressões digitais funcionavam e informando ao júri que, das mais de 800.000 impressões de dígitos individuais mantidas nos arquivos pela Scotland Yard, ele nunca havia encontrado duas impressões idênticas para pessoas diferentes. Ele produziu imagens ampliadas das impressões digitais e identificou os pontos de semelhança. Isso foi o suficiente para convencer um júri e, em maio de 1905, os dois irmãos foram acusados de assassinato e enforcados. https://www.mirror.co.uk/news/real-life-stories/mask-murder-brothers-hanged- slaughter-12220468 PAPILOSCOPIA E CRIMINALÍSTICA A Papiloscopia presta à Identificação humana e se comunica com outras áreas da criminalística. Antes de iniciar o estudo, responda a seguinte pergunta: De seu conhecimento geral, você sabe o que é especial sobre impressões digitais que as torna tão úteis para a ciência forense? Ø É um método de identificação humana. Ø A pele nas extremidades dos dedos humanos tem cristas que formam padrões que são únicos para um indivíduo – individualização. Ø Frequentemente são deixadas involuntariamente no local de crime, o que auxilia a investigação. CURIOSIDADES ü É A TÉCNICA MAIS UTILIZADA O uso de impressões digitais na identificação de criminosos é a técnica mais utilizada na ciência forense, como o principal método de estabelecer identidade a partir de rastros deixados em cenas de crime. ü SUPERA O DNA Atualmente, a comparação de impressões digitais é apresentada no tribunal do Reino Unido cinco vezes mais vezes do que a correspondência de DNA. Impressões digitais em Local de crime A dinâmica do fato que envolve o local de crime servirá sempre como orientação nessa busca. O perito criminal deve se perguntar em relação ao local: O que está fora do lugar? Que gavetas e portas foram abertas? Que itens foram levados? As respostas indicarão pontos importantes a serem pesquisados na busca do local. Quando examinados veículos, a atenção será voltada às superfícies normalmente manuseadas no ato de dirigir. Também se deve examinar o espelho retrovisor, sua frente, costas, superfícies, janelas e quebra-vento. Também há de se considerar partes dos objetos que não sejam visíveis, por exemplo: ao examinar uma lanterna, lembre-se das pulhas, ao examinar uma pistola, considere o carregador, ou o tambor se for revólver, não se deve esquecer dos cartuchos. Uma técnica utilizada antigamente era o perito respirar sobre a superfície, assim, a umidade da respiração se condensa momentaneamente na superfície. Entretanto, com o advento do sequenciamento do DNA de impressões digitais, o perito deve ter cuidado para não contaminar o local. A solução, foi aplicar vapor d´água sobre impressão digital latente. Pode-se utilizar uma lanterna (com variação de ângulo entre rasante e diascópico) para verificação de digitais latentes. As diferentes categorias de impressões digitais presentes em uma cena de crime: Impressões latentes Também chamada de greasy fingerprint (impressão digital gordurosa). As impressões latentes são decorrentes do contato apenas com a gordura do suor, presente nas pontas dos dedos, ficam invisíveis até a sua revelação, por isso o nome latente, apesar de estarem presentes ficam invisíveis até a sua revelação. Impressões visíveis ou evidentes São aquelas depositadas pelo contato direto da pele previamente aderida com alguma substância (sangue, óleo, tinta, fuligem, entre outras que deem visibilidade à digital). Não necessitam de revelação, em razão da visibilidade. Impressões plásticas ou modeladas Aparecem em superfícies moldáveis, como massas, tintas, cera, entre outros. A impressão é representada em negativo (as cristas ficam em baixo relevo, enquanto que os vales em alto relevo), podendo ser fotografada diretamente. Impressões conhecidas ou padrões São os padrões obtidos no próprio local, dos suspeitos ou mesmo de pessoas envolvidas, na qualidade de vítimas ou testemunhas, servindo para excluir tais impressões daquelas de interesse de cada caso. Ø Curiosidade As luvas de látex inviabilizam totalmente as pesquisas por impressões digitais latentes? A resposta é NÃO! A doutrina esclarece que com a grande produção de suor, mesmo com as luvas o criminoso poderá deixar impressões digitais nos objetos e superfícies tocadas. Até mesmo luvas podem ser deixadas próximas ao local. DNA e impressões digitais Uma impressão digital é o depósito de materiais orgânicos deixados em uma superfície, assim, houve o contato dos dedos com o objeto. Contudo, em locais de crime, nem sempre é obtida uma impressão com qualidade que permita estabelecer uma comparação com as impressões de indivíduos suspeitos ou com as armazenadas em banco de dados. De modo geral, a análise do DNA pode ser feita em qualquer material de origem biológica. Moléculas de DNA podem também ser obtidas das células epidérmicas que são continuamente desprendidas da superfície da pele, por meio da fricção ou contato direto com um substrato. Estudos mostraram que em um simples contato da pele com um objeto é possível a transferência de DNA, servindo como fonte de informação para a investigação criminal. Porém, algumas amostras podem apresentar quantidade escassa de DNA, prejudicando a obtenção do perfil genético. Após serem reveladas com o reagente adequado para aquele suporte, podem estar borradas ou serem parciais, impedindo a identificação do indivíduo que depositou. Por meio da técnica de PCR (reação em cadeia da polimerase) é possível obter o perfil genético do indivíduo que a gerou. Em situações em que a análise por meio do DNA nuclear não é possível de ser realizada, o DNA mitocondrial pode ser útil, por se apresentar em maior quantidade nas células e por serem mais resistentes à degradação. Em um local de crime, primeiro, busca-se as impressões visíveis ou reveladas com qualidade para serem confrontadas, prioriza-se a técnica datiloscópica, por ser mais simples, barata e poder utilizar banco de dados (AFIS). De modo secundário, coleta-se os vestígios, por meio de swab duplo: primeiro o swab úmido é passado diversas vezes com pequena pressão e rotação, e depois, passa-se o swab seco, para recuperar o restante do material biológico. Impressões digitais em Documentos particulares As impressões digitais podem ser examinadas em um documento particular por duas razões, conforme Del Picchia: 1) Impressões latentes em cartas anônimas; 2) Impressão visível em substituição à assinatura - Datilograma. A impressão latente pode ser parcial (fragmentos) ou integral. O referidoautor se refere à Datiloscopia, impressões papilares provenientes das pontas dos dedos, visando diferenciar de impressões palmares ou plantares. Os métodos de revelação para esse tipo de suporte serão detalhados a seguir. Impressões digitais na identificação Nas imagens de impressões digitais, é importante lembrar que as cristas são normalmente mostradas em preto (ou às vezes em outra cor) em um fundo branco ou claro. É assim que os dedos sujos deixam impressões em superfícies de cores claras e como os dedos com tinta transferem as impressões para papel para o armazenamento de dados de impressões digitais. PAPILOSCOPIA No começo do século XX, Alphonse Bertillon afirmou e demonstrou que não só as impressões digitais, mas também as impressões palmares (palma da mão) e plantares (sola do pé), são elementos de identificação incontestáveis e que mesmo uma pequena parte destas impressões é suficiente para determinar a identidade do indivíduo, basta que ela apresente certo número de particularidades coincidentes. A Papiloscopia é a ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas presentes na palma das mãos e na sola dos pés (impressões digitais). A palavra papiloscopia é uma mistura greco-latina (papilla = papila e skopêin = examinar). Divisões da Papiloscopia A papiloscopia tem sentido amplo, sendo o estudo das papilas e divide-se quanto ao local dessas papilas: • Datiloscopia: É o processo de identificação através das impressões digitais (daktilos = dedos e skopêin = examinar). Formadas pelas cristas e sulcos que se formam nas extremidades dos dedos das mãos e a partir das projeções das papilas dérmicas; • Quiroscopia: É o processo de identificação por meio das impressões palmares, ou seja, da palma das mãos; • Podoscopia: É o processo de identificação por meio das impressões das plantas dos pés. Função do Papiloscopista O papiloscopista é o profissional que trabalha com essa ciência: Ø Coleta e arquivamento das impressões digitais; Ø Controle e execução de trabalhos periciais papiloscópicos relativos ao levantamento, coleta, análise, codificação, decodificação e pesquisa de padrões e vestígios papilares; Ø Perícia de Prosopografia (descrição de uma pessoa - envelhecimento, rejuvenescimento e reconstituição facial); Ø Realização de estudos e pesquisas técnico científicas, visando a identificação humana; Ø Pode redigir laudos papiloscopicos que são reconhecidos em julgamentos e exumação de corpos para identificação. DATILOSCOPIA Apesar de ser uma das áreas da papiloscopia, a datiloscopia se destaca das demais. Dactiloscopia: ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas digitais (impressões digitais). Segundo Figini a Datiloscopia é anterior por que a identificação humana pelas impressões digitais foi o primeiro método científico utilizado na cena do crime, que levou direto à autoria. A referida ciência estuda os desenhos e impressões formados pelas cristas e sulcos que se formam nas extremidades dos dedos das mãos a partir das projeções das papilas dérmicas. Impressões digitais são formadas no feto em cerca de 24 a 28 semanas. Elas são formadas na derme e não mudam ao longo da vida e são mantidos por algum tempo após a morte. Mesmo gêmeos idênticos que compartilham o mesmo DNA não possuem impressões digitais idênticas. Os objetivos da datiloscopia se dividem em: a) Datiloscopia Criminal: Identificação humana de criminosos, fragmentos em local de crime revelados por perito criminal, b) Datiloscopia Civil: Trata dos procedimentos de identificação civil, c) Datiloscopia Clínica e Antropológica: estuda a evolução e mutações patológicas nos desenhos dactilares, relacionados com determinadas afecções ou no exercício de certas profissões. Um ser humano normal possui cinco dedos em cada mão, dispostos em fileira, na ordem convencional de polegar, indicador, médio, anular e mínimo, formados pelos ossos da falange, falanginha, falangeta, a contar da base onde se articulam com os ossos metacarpianos correspondentes, que os sustentam e dão articulação. O polegar possui apenas falange e falangeta e se destaca dos demais por ser o mais grosso e curto da mão. Vantagens Vantagens da dactiloscopia sobre os demais ramos da papiloscopia Ø A dactiloscopia, além dos requisitos fundamentais da identificação humana - perenidade, imutabilidade e variabilidade - possui também: Ø Classificabilidade: permite que os desenhos digitais sejam facilmente classificados para o arquivamento. Ø Praticidade: a obtenção das impressões digitais é simples, rápida e de baixo custo. Princípios da datiloscopia A datiloscopia é utilizada com sucesso na identificação humana pois embasada nos seguintes princípios, confirmados historicamente e experimentalmente. Perenidade Apesar dos desgastes naturais verificados em decorrência da velhice, trabalho com uso de cimento, graxa, óleos, ou manuseio de substâncias, os desenhos que compõe as impressões digitais permanecem os mesmos desenhos desde o seu aparecimento, à 28ª semana de vida intrauterina, até decomposição do corpo, após a morte. Imutabilidade Os desenhos datiloscópicos das extremidades dos dedos não de modificam, nem mesmo patologicamente, permanecendo sempre sua disposição original. Nos casos de queimaduras, após a cicatrização retomam o seu desenho original. Cortes superficiais (epiderme) não deixa cicatriz. Nos casos de cortes que atinjam a derme deixarão cicatriz. Variabilidade Os desenhos das extremidades dos dedos (falanginhas e falangetas) são sempre diferentes de indivíduo para indivíduo, de mão para mão, dedo para dedo. Fancis Galton iniciou estudos sobre identificação pelas cristas papilares em 1886, em decorrência das pesquisas feitas por Henry Faulds e de Purkinje, criando a identificação do homem pelo processo datilosópico. Classificabilidade De 1888 até 1896, Galton estabeleceu dez classes e quarenta tipos de núcleos dos desenhos dactilares, mais especificamente das falanges e falanginhas dos dedos. Posteriormente, Vucetich Idealizou o seu sistema e na Europa, Henry estabeleceu outro sistema. Assim, por meio de agrupamento de arquivos, podem ser facilmente consultadas. FORMAÇÃO E COMPOSIÇÃO DAS IMPRESSÕES DIGITAIS As impressões são provenientes das papilas, imprimindo o desenho presente na epiderme. As impressões latentes são a combinação das papilas com suor. Vejamos detalhadamente esses componentes. Pele humana A pele é o maior órgão do nosso corpo, reveste e assegura grande parte das relações entre o meio interno e o externo. Além disso atua na defesa e colabora com outros órgãos para o bom funcionamento do organismo, como no controle da temperatura corporal e na elaboração de metabólitos. É constituída de derme e epiderme, tecidos intimamente unidos, que atuam de forma harmônica e cooperativa. A epiderme é composta por epitélio de revestimento que é um tecido estratificado, pavimentoso e queratinizado, ou seja, formado por várias camadas de células com diferentes formas e funções. As células superficiais são achatadas como se fossem escamas e possuem queratina. A epiderme não possui vasos nem nervos; tem espessura variada, sendo mais grossa nas regiões de atrito como solas dos pés e palmas das mãos e mais fina sobre as pálpebras e próximo dos genitais. A derme é formada de tecido conjuntivo denso. Sua composição é essencialmente de colágeno (cerca de 70%) e outras glicoproteínas e fibras do sistema elástico. As fibras elásticas formam uma rede ao redor das fibras de colágeno que conferem flexibilidade à pele. O local em que a derme e a epiderme se encontram é irregular pois elas se interpenetram formando ondulações denominadas papilas dérmicas ou papilas conjuntivas. Onde apele é mais espessa, como a palma das mãos e a sola dos pés, elas se tornam visíveis e possuem configurações distintas, peculiar a cada indivíduo. As papilas dérmicas são formadas por cristas papilares e sulcos interpapilares. As cristas papilares estão separadas umas das outras pelos sulcos interpapilares, numa distância de dois a sete décimos de milímetro. Glândulas Sebáceas A atividade dessas glândulas é controlada principalmente por hormônios masculinos, e são mais ativas na época da puberdade. Elas liberam o sebo que produzem no canal do folículo piloso. Estão concentradas na pele ao redor da boca, nariz, testa e bochechas, o que torna essas áreas bastante oleosas. Glândulas Sudoríparas Essas glândulas têm forma de espiral, são formadas por células epidérmicas, mas se encontram na derme. Existem dois tipos de glândulas sudoríparas: écrinas e apócrinas. As écrinas, que liberam o suor (incolor, inodoro e hipotônico) diretamente em aberturas na superfície da pele, os poros. Através da transpiração essas glândulas regulam a temperatura corporal, pois quando o suor evapora dissipa o calor junto com ele. Estão por toda a pele concentradas nas regiões palmo-plantares (pés e mãos). E as apócrinas, que eliminam sua secreção (uma substância mais viscosa que o suor) dentro do canal do folículo. Na fase embrionária formas rudimentares dessas glândulas estão espalhadas por todo corpo, mas após o nascimento se desenvolvem apenas em regiões como as axilas, no canal do ouvido, nos mamilos, ao redor do umbigo e na região em volta dos genitais e do ânus. Impressões digitais de crianças Os compostos químicos das impressões digitais de crianças apresentam compostos voláteis, diferente dos adultos. Assim, as impressões de crianças tendem a desaparecer mais rapidamente. ELEMENTOS Elementos de uma impressão digital são os seguintes: ü Linhas pretas: Retratam as cristas papilares dos desenhos digitais. ü Linhas brancas: Representam os sulcos interpapilares dos desenhos digitais. ü Pontos brancos sobre as linhas pretas: Representam os poros sudoríparos presentes nas cristas papilares. http://www.papiloscopia.com.br/estudo_das_papilas.html Linhas albodatiloscópicas: São linhas brancas que não acompanham as linhas pretas das cristas papilares (como acontece com linhas dos sulcos interpapilares), ao contrário provocam interrupções das cristas em vários sentidos. LINHAS DIRETRIZES E SISTEMA DE LINHAS Linhas diretrizes: São linhas datilares que separam os três sistemas de linhas de uma impressão digital, e tendem a envolver a região nuclear. São duas linhas que iniciam suas trajetórias paralelas, se desviam bruscamente em forma de recurva e envolvem ou tendem a envolver a região nuclear de uma impressão. As linhas diretrizes nem sempre são linhas contínuas, freqüentemente são formadas por uma sucessão de linhas curtas. Desta forma, cada segmento da diretriz basilar terá prosseguimento na linha imediatamente inferior, e cada segmento da diretriz marginal terá prosseguimento na linha imediatamente superior. Sistema de linhas: É o conjunto de linhas papilares que formam um agrupamento de linhas numa impressão digital. O datilograma apresenta três sistemas de linhas perfeitamente caracterizados e limitados por linhas chamadas “Diretrizes”, excetuando-se o Arco, que apresenta apenas dois sistemas, o marginal e o basilar. • Sistema nuclear: É formado pelas linhas centrais de uma impressão que são envolvidos pelas linhas diretrizes. • Sistema marginal: É o sistema de linhas situado na parte superior da impressão. • Sistema basilar: É o conjunto de linhas situado na parte inferior da impressão, limitando-se com a prega interfalangiana do dedo. Campo digital: É o espaço tomado na impressão digital dentro do qual se encontram todos os elementos e características necessárias à classificação e subclassificação do datilograma. É a região onde se define o tipo de datilograma. DELTA O delta: É uma letra do alfabeto grego representado por um triângulo. Na datiloscopia, delta é o primeiro obstáculo diante ou o mais próximo da área de divergência das linhas diretrizes. Encontra-se, quase sempre, entre os três sistemas, uma linha, um ponto, um pequeno agrupamento de linhas neutras, isto é, de linhas que a rigor, não se incluem perfeitamente em nenhum deles. A importância do delta: É pela presença ou ausência do delta em uma impressão digital, que são determinados os quatro tipos fundamentais. Quando houver possibilidade de se escolher dois ou mais possíveis deltas, devem-se adotar as seguintes regras: • O delta não pode ser localizado numa bifurcação que não se abra para o centro do núcleo. • Quando houver possibilidade de se escolher entre uma bifurcação e um outro tipo de delta, deve-se escolher a bifurcação. • Quando houver dois ou mais possíveis deltas que estejam de acordo com esta definição, deve-se escolher o que estiver mais próximo do núcleo. É o ponto de encontro de três sistemas de linhas: basilar, nuclear e marginal. Principais deltas: Considerado como o mais frequente dos deltas o “tripode”, é formado pelo encontro de três linhas em equilíbrio o que constitui preferência sobre qualquer outro tipo de delta. A importância do núcleo: O núcleo desempenha papel importante na determinação de subtipos dos verticilos e contagem de linhas nas presilhas. São vários os critérios adotados na determinação do núcleo das presilhas, sendo que, de sua correta determinação resultará a contagem de linhas. Ombro da laçada: São os pontos onde a linha central começa a girar formando a curvatura da laçada e retornando, ao ponto de origem. Apêndices: São pedaços ou pontas de linhas que danificam ou ligam a recurva as laçadas nas presilhas e verticilos. LAÇADA Laçada: Ë uma linha que entra por um lado da impressão desenvolve uma recurva com perfeita inflexão ao centro do campo digital e retorna ou tende a retornar ao lado onde iniciou sua trajetória. Caracteriza-se uma laçada com perfeita inflexão quando ao retornar à sua trajetória de origem seja tocada ou cortada pela linha de Galton, traçada do centro do delta ao ombro mais afastado da laçada central da impressão. Diferença entre arco e presilha: A presilha se caracteriza, além do delta, por uma laçada livre e de perfeita inflexão, em seu ramo ascendente e a partir do nível do delta. Quando a laçada se constituir da linha diretriz superior, ou a ela estiver ligada, no seu ramo ascendente, bem como a qualquer linha do sistema marginal, caracteriza-se o “Arco”. Ressalve-se que a invasão da linha diretriz superior ou de outra linha do sistema marginal sobre o ramo descendente da laçada, abaixo de sua inflexão, não prejudicará a configuração de “Presilha”. Critérios para localização do núcleo nas laçadas: O núcleo nas Presilhas será localizado no ápice da laçada mais central e livre de apêndices. Quando aparecerem na região central, duas laçadas da mesma altura será reconhecido como núcleo o ápice da laçada mais próxima do delta. Quando aparecerem duas laçadas na região central, de alturas diferentes, será reconhecido como núcleo o ápice da laçada mais alta. Quando houverem duas laçadas entrelaçadas assinalaremos como núcleo a intercessão destas, desde que esta ocorra até a altura do ombro da laçada mais alta. DISCO DE “HENRY” O disco de Henry é um facilitador para o entendimento do correto posicionamento da linha de “GALTON” horizontalmente passando pelo meio do delta e a laçada central, aplica-se o o disco de “HENRY” e contam-se as linhas situadas entre o delta e a perpendicular. Posição da linha de Galton nas laçadas: Na contagem de linhas nas presilhas, coloca-se a “Linhas de Galton” sobre o delta e no ápiceda laçada central, sendo contadas somente as linhas interseccionadas, não considerando os pontos de partida e de chegada. CONTAGEM DE LINHAS DAS PRESILHAS A contagem de linhas nas presilhas: Para a contagem de linhas toma- se por base o ponto focal; delta e o centro do núcleo. • Não serão contados os pontos de partida e de chegada; • Não são contadas as linhas subsidiárias que ocasionalmente aparecem entre as cristas; • Não se conta interrupções naturais desde que fique bem claro este detalhe; • Conta-se as linhas axiais cortadas pela linha de Galton; • Só se contam os pontos quando são da mesma espessura das cristas. • Não se contam as linhas nos desenhos digitais com laçadas prejudicadas provenientes de cicatriz. • Quando a presilha apresentar o centro do núcleo emaranhado oferecendo dificuldades em determinar com exatidão a laçada confundindo-a com outras laçadas, toma-se como ponto de apoio a primeira laçada livre que apresentar constituindo esse o ponto terminal. O registro do número de linhas das presilhas obedece ao seguinte critério: • Nos polegares: Anota-se a representação gráfica em letra maiúscula correspondente à fundamental e em seguida a letra correspondente a contagem de linhas. • Nos demais dedos: Anotam-se os algarismos correspondentes ao tipo fundamental e em seguida a letra minúscula correspondente à contagem de linhas conforme os grupos, a saber: De - 1 a 5 linhas-------------------------a De - 6 a 10 linhas------------------------b De - 11 a 15 linhas-----------------------c De - 16 a 20 linhas-----------------------d De - 21 a 25 linhas-----------------------e De - 26 a 30 linhas-----------------------f Acima de 30 linhas-----------------------g Presilha invadida: A presilha invadida se apresenta sob as seguintes formas: • A que apresenta duas ou mais linhas, próximas e consecutivas, invadindo ou tendendo a invadir acentuadamente oblíqua, uma mesma linha no plano oposto ao delta; • Aquela cuja laçada mais central assume a configuração de uma raquete. Obs. Tal como as laçadas a raquete também deve apresentar perfeita inflexão e estar livre de apêndice. Presilhas invadidas: Não se considera presilha invadida, aquela na qual a invasão se processa fora do núcleo. Serão consideradas invadidas quando as invasões se processarem dentro da região nuclear até a altura do delta. Colocando a linha de Galton sobre o delta paralelo a linha interfalangeana as invasões só podem ocorrer na região acima dessa linha. A presilha invadida não leva contagem de linhas e a sua subclassificação será através do símbolo “IV”. Características dos verticilos: O tipo verticilo apresenta as seguintes características: • Dois deltas, um à direita e o outro à esquerda do observador. As linhas nucleares ficam entre as linhas diretrizes, partindo dos dois deltas e assumem configurações variadas. Verticilos: Tem como elementos essenciais: dois ou mais deltas e curvatura suficiente à frente de cada delta. Da mesma forma como a inflexão da laçada de uma presilha se prejudica com um apêndice a curva voltada para o delta não pode ter apêndice perpendicular em direção a este. Obs.: O grau de encurvamento da laçada de uma presilha ganchosa poderá transformá-la em verticilo, quando a inflexão da laçada estiver voltada para o lado oposto, intensificando a curvatura irá gerar um segundo delta o qual resultará que a impressão com aparência de presilha ganchosa seja classificada como verticilo sinuoso. Tipos especiais: Serão classificados como tipos especiais, os datilogramas que apresentarem configurações raras. � Presilha interna dupla; � Presilha interna ganchosa; � Presilha externa dupla; • Presilha externa ganchosa; • Verticilo ganchoso; • Impressão anômala; • Cicatriz: Quando anular o desenho digital ou quando atingir um ponto primordial para definição do tipo e subtipo da impressão. A cicatriz no “arco” será considerada somente nos cortes que atingirem o centro da impressão. A cicatriz nas “presilhas” será considerada nos cortes que atingirem na impressão o núcleo e o delta, ou o campo onde passará a linha de Galton para contagem de linhas. A cicatriz nos “verticilos” será considerada nos cortes que atingirem o centro do núcleo ou sobre os deltas. � Amputações: Serão consideradas quando atingirem a falange digital ou a 3ª falange. � Anomalias congênitas: Ectrodatilia (dedos em menor número), Polidatilia (dedos em maior número), Sindatilia (dedos grudados), Adatilia (ausência total dos dedos), Anquilose (falta de articulação nos dedos). TIPOS FUNDAMENTAIS E SUBCLASSIFICAÇÃO Tipos fundamentais: No sistema datiloscópico idealizado por JUAN VUCETICH, as impressões digitais são classificadas em quatro grandes grupos, Arco (A- para os polegares e 1 para os demais dedos), Presilha Interna (I – para os polegares e 2 para os demais dedos), Presilha Externa (E – para os polegares e 3 para os demais dedos), Verticilo (V – para os polegares e 4 para os demais dedos). Descrição de símbolos: Os tipos fundamentais são representados por símbolos cuja combinação apresentam a fórmula datiloscópica, que orientam o arquivamento das individuais datiloscópicas. Os símbolos A, I, E e V (em letras maiúsculas), são empregados para indicar as impressões digitais dos polegares. Já os símbolos 1, 2, 3 e 4 são empregados para indicar as impressões digitais dos dedos indicador, médio, anular e mínimo. Além dos símbolos acima mencionados, são utilizados ainda os seguintes: X, para indicar a ocorrência de cicatriz; Ǿ, para indicar a ocorrência de amputação. Arco Arco simples: Serão classificados como arcos os datilogramas que não apresentarem delta e que as linhas centrais atravessem paralelamente o campo da impressão de forma abaulada. Arco em tenda: As linhas se elevam na parte mais ou menos central da impressão digital, assumindo a forma de um ângulo agudo ou tenda. Arco bifurcado à direita: É o subtipo que apresenta nas linhas centrais duas ou mais bifurcações, desenvolvendo-se da esquerda para a direita do observador. Arco bifurcado à esquerda: É o subtipo que apresenta nas linhas centrais duas ou mais bifurcações, desenvolvendo-se da direita para a esquerda do observador. Arco bifurcado duplo: É o subtipo que apresenta em suas linhas centrais simultaneamente bifurcações a direita e a esquerda. Arco destro apresilhado: É caracterizado pela presença de uma laçada que ocorre à direita do observador, assumindo certa semelhança com a “presilha externa”. Algumas vezes, encontra-se o delta à esquerda do observador, não existindo, porém, linha interposta entre o delta e a laçada, normalmente esta pseudo laçada está anulada por um apêndice, não importa a angulação da laçada anulada por um apêndice desde que tenha uma inflexão perfeita, será considerado sempre um arco apresilhado. Arco sinistro apresilhado: Apresenta uma laçada que ocorre à esquerda do observador, assumindo certa semelhança com a “presilha interna”. Algumas vezes, encontra-se um delta à direita do observador, não existindo, porém, linha interposta entre o delta e a laçada (recurva). Presilhas internas: Presilha interna normal: Apresenta um delta à direita do observador. As laçadas nascem na extremidade esquerda voltando ao lado de origem, sendo mais ou menos regulares em todo o seu trajeto. Presilha interna invadida: Apresenta um delta à direita do observador. As laçadas nascem na extremidade esquerda e, ao atingirem o centro do núcleo, retornam ao lado de origem, desviando-se da sua trajetória normal, invadindo o seu próprio ramo ascendente. � Presilha interna ganchosa: Apresenta um delta à direita do observador e o núcleo forma uma curvatura acentuada, voltada para o lado do delta, ou seja, as linhas nucleares processam uma espécie de invasãopela parte inferior do núcleo. � Presilha interna dupla: Apresenta um delta à direita do observador, com dois núcleos dominados pelo mesmo delta. O núcleo superior assume, geralmente, a configuração de presilha interna ganchosa. PRESILHA INTERNA DUPLA Presilhas externas: � Presilha externa normal: Apresenta um delta à esquerda do observador. As laçadas nascem na extremidade direita, voltando ao lado de origem, sendo mais ou menos regulares em todo o seu trajeto. � Presilha externa invadida: Apresenta um delta à esquerda do observador. As laçadas nascem na extremidade direita e, ao atingirem o centro do núcleo, retornam ao lado de origem, desviando-se da sua trajetória normal, invadindo o seu próprio ramo ascendente. � Presilha externa ganchosa: Apresenta um delta à esquerda do observador e as linhas nucleares assumem a configuração descrita para a presilha externa ganchosa, com a única diferença da direção dessas linhas. � Presilha externa dupla: Apresenta um delta à esquerda do observador e as linhas nucleares assumem a configuração de dois conjuntos de laçadas com trajetórias para a direita. Verticilo: � Verticilo circular: É o verticilo que além de possuir dois deltas, à direita e a esquerda do observador, apresenta no núcleo, um ou mais círculos, completamente fechado e livre. Não é necessário que a configuração geométrica seja perfeita, tolera-se no circulo um alongamento máximo de até duas vezes a sua largura. Um alongamento maior será caracterizado como verticilo ovoidal. Não admite apêndices. � Verticilo espiral: É o verticilo em que o núcleo é formado por mais ou menos regulares, apresentando no núcleo uma ou mais linhas que se desenvolvem em espiras, considerando-se fundamentalmente a configuração do desenho, desconsiderando-se a existência de quaisquer apêndices. Permite um alongamento máximo equivalente a quatro vezes a sua largura, um alongamento maior irá caracterizar como verticilo ovoidal. � Verticilo ovoidal: É o verticilo que além de apresentar dois deltas, ã direita e à esquerda do observador, seu núcleo poderá se formado: por uma ou mais linhas ovais fechadas, e por uma linha que se desenvolve do centro para a periferia desenvolvendo a configuração oval. Deverá ser observado um alongamento “maior” que duas vezes a sua largura. Verticilo sinuoso: É o verticilo que além de possuir dois deltas, à direita e à esquerda do observador, o centro de impressão apresenta um núcleo duplo com prolongamento das linhas entre si, formando a configuração de um “S” que poderá ser perpendicular à prega interfalangeana, inclinado à direita ou a esquerda ou então na posição mais ou menos horizontal. Deverá ser observada a configuração do desenho no núcleo, desconsiderando-se os apêndices. Verticilo duvidoso: É o subtipo de verticilo que não poderá ser incluído nos demais; não sendo possível descrever o centro do núcleo com exatidão devido a vários apêndices anulando a característica do desenho. Verticilo de bolsa central: É o subtipo de verticilo em que os braços internos dos deltas não evoluem para o núcleo e traçando uma linha imaginária na direção dos dois deltas, esta não deve cortar nenhuma das linhas que compõe a região nuclear. Verticilo de bolsas central direita: É o subtipo de verticilo que possui o delta direito próximo ao núcleo. Para se distinguir um verticilo de bolsa central direita de um verticilo simples, basta traçar uma linha imaginária no centro de um delta a outro, sendo que, o ramo esquerdo do delta que se dirige o núcleo não deve cruzar nem acompanhar a linha imaginária que pode ser representada pela linha de Galton. Verticilo de bolsa central esquerda: É o subtipo de verticilo que possui o delta esquerdo bem próximo ao núcleo e o delta direito bem afastado da zona nuclear. Para distinguir um verticilo de bolsa central a esquerda, basta traçar uma linha imaginária no centro de um delta ao outro, sendo que, o ramo direito do delta esquerdo que se dirige para o núcleo não deve cruzar nem acompanhar a linha imaginária caracterizada pela linha de Galton da lupa datiloscópica. Verticilo Ganchoso: Apresenta dois deltas, à direita e à esquerda do observador e as linhas, nas proximidades do centro do núcleo, formam uma entrada, dando ao centro desse núcleo a configuração de um grão de feijão. Outras vezes, encontra-se um terceiro delta ou pseudodelta, onde ocorre a entrada das linhas nucleares, nas imediações do centro do núcleo. ANÔMALO E CICATRIZ ANÔMALO: É o datilograma que não se enquadra dentro da classificação dos tipos fundamentais. São considerados também como anomalias os datilogramas inclassificáveis em virtude de má formação congênita das cristas papilares. CICATRIZ: É o dactilograma inclassificável em virtude de cicatriz de corte, queimadura, esmagamento, pústula, que impede a determinação do tipo fundamental. ARQUIVO DECADATILAR Ø Arco: A e 1; Subclassificação: (com letras minúsculas) Simples -------------------------------------sp Tenda -----------------------------------------t Bifurcado a direita -----------------------bd Bifurcado a esquerda ------------------be Destro apresilhado ---------------------da Sinistro apresilhado --------------------sa Bifurcado duplo -------------------------bdu Ø Presilha interna: I e 2; Subclassificação: Normal, efetuamos a contagem das linhas: De - 1 a 5 linhas-------------------------a De - 6 a 10 linhas------------------------b De - 11 a 15 linhas-----------------------c De - 16 a 20 linhas-----------------------d De - 21 a 25 linhas-----------------------e De - 26 a 30 linhas-----------------------f Acima de 30 linhas-----------------------g Presilha interna invadida ---------------iv Presilha dupla ----------------------------dp Presilha ganchosa -----------------------ga Ø Presilha externa: E e 3; Subclassificação: Normal, efetuamos a contagem das linhas: De - 1 a 5 linhas-------------------------a De - 6 a 10 linhas------------------------b De - 11 a 15 linhas-----------------------c De - 16 a 20 linhas-----------------------d De - 21 a 25 linhas-----------------------e De - 26 a 30 linhas-----------------------f Acima de 30 linhas-----------------------g Presilha interna invadida ---------------iv Presilha dupla ---------------------------dp Presilha ganchosa ----------------------ga Ø Verticilo: V e 4; Subclassificação: Espiral --------------------------------------es Circular -------------------------------------ci Sinuoso -------------------------------------si Ovoidal -------------------------------------ov Duvidoso -----------------------------------dv Verticilo de bolsa central ---------------bc Verticilo de bolsa direita ----------------bcd Verticilo de bolsa esquerda ------------bce Verticilo ganchoso ------------------------go Ø Tipos especiais: Presilha interna dupla --------------------dp Presilha externa dupla --------------------dp Presilha interna ganchosa ---------------ga Presilha externa ganchosa --------------ga Verticilo ganchoso ------------------------go Cicatriz ---------------------------------------x Amputação ---------------------------------Ǿ No arquivo datiloscópico, além dos tipos datiloscópicos fundamentais e especiais, hão de ser considerados também, os desenhos anômalos e as anomalias: Desenhos anômalos ------------------an Polidatilia ---------------------------------pol Ectrodatilia -------------------------------ect Sindatilia ----------------------------------sin Anquilose ---------------------------------anq Como estabelecer a mão correspondente à impressão papilar? No caso da investigação criminal, a importância dada à mão utilizada é para saber se o suspeito é destro ou canhoto, uma alternativa para descarte ou repensar a teoria dos fatos. O estudopara verificar a correspondência, baseia-se na DIREÇÃO DAS CRISTAS das falanges distal e média na localização de deltas e na morfologia dos tipos. A fisiologia anatômica das cristas é particular e repetitiva, própria de cada dedo, permitindo estabelecer a que mão correspondem. As honras de tal descoberta são do espanhol Jesus Antonio García Ayala, que apresentou em 1981 o estudo intitulado Determinación de Mano y Dedo. DETERMINAÇÃO DA MÃO Arcos Deve-se localizar os pontos mais elevados das cristas paralelas. Inclinação à esquerda: Mão direita Inclinação à direita: Mão esquerda Quando não houver inclinação o perito deve traçar uma linha vertical, que divide o datilograma. Se as ondas estiverem mais carregadas à direita, trata- se de impressão de mão esquerda. Se as ondas estiverem mais carregadas à esquerda, trata-se de impressão de mão direita. Presilhas Presilhas externas e externas Geralmente, a mão direita apresenta delta à esquerda e a mão esquerda apresenta delta à direita. Verticilo As observações não são cumpridas em todas as impressões. Inclinação do eixo Inclinado à esquerda, corresponde à mão direita, eixo inclinado à direita, corresponde à mão esquerda. Direção das cristas e do núcleo Dextrógiras correspondem à mão esquerda, sinistrógiras, à mão direita. Determinação do dedo Polegar Formato de pera, propenso a não deixar registrada a falange proximal. Indicador Geralmente possui inclinação de 30 graus próxima à região ungueal. Médio Geralmente não se encontra isolada, sempre se encontra com outra impressão. Anular e mínimo Sua forma se assemelha a uma raquete, menor longitude e não produzem impressões isoladas. Quiroscopia Quiroscopia (quiros =mão + Skopën =examinar): ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas palmares (impressões palmares). O desenho quiroscópico é formado por cristas papilares e sulcos interpapilares, apresentando deltas, pontos característicos e poros, possuindo os requisitos unicidade, perenidade, imutabilidade e variabilidade. A palma da mão pode ser classificada em três regiões: • Tenar: É a região situada na base do dedo polegar. • Hipotenar: É a região que se encontra do lado externo da palma da mão, ou seja, do prolongamento do dedo mínimo, ocupando uma posição oposta à região tenar. • Superior ou Infra-Digital : É a região situada imediatamente abaixo dos dedos indicadores, médio, anular e mínimo. SUPERIOR OU INFRADIGITAL HIPOTENAR TENAR Podoscopia Podoscopia (podo =pé + Skopën =examinar): ciência que trata da identificação humana através das papilas dérmicas plantares (impressões plantares). O desenho podoscópico é formado por cristas e sulcos interpapilares, apresentando deltas, pontos característicos e poros, possuindo os requisitos unicidade, perenidade, imutabilidade e variabilidade. A podoscopia é utilizada com maior freqüência pelas maternidades, na identificação dos recém-nascidos, e ainda no confronto de impressões podoscópicas encontradas em locais de crime. Figura: Pé humano e suas regiões. Com a finalidade de identificação a coleta de impressões plantares, podemos dividir a planta dos pés em cinco regiões, a saber. 1- região do grande artelho (dedão); 2- região do segundo ao quinto artelho; 3- região fibular (fíbula), lado externo do pé; 4- região tibial, lado interno (arco do pé); 5- região do calcanhar. O estudo dos poros Em 1912, Edmond Locard observou que da mesma forma que os detalhes de Galton, os poros são permanentes, imutáveis e individuais, podendo estabelecer a identidade do indivíduo quando a impressão papilar não fornecer características suficientes para a identificação. Em papiloscopia, os desenhos formados pelos poros nos papilogramas, servem como meio complementar e seguro para estabelecer a identidade, quando o número de pontos característicos encontrados em uma impressão ou fragmento de impressão papilar for insuficiente, pois também possuem as mesmas propriedades que as papilas dérmicas – perenidade, imutabilidade e variabilidade. Na poroscopia, estuda-se: Ø O número – varia segundo a distância de um para outro orifício (poro), de 9 a 18 por mm2. Ø Posição – localiza-se na parte central e periférica das cristas papilares. Ø Dimensões – variam em regra de 80 a 250 micromilímetros. Ø Forma – os poros apresentam as seguintes configurações: circular, oval, estrelário e triangular. O exame de confronto consiste na tomada das mensurações com a ajuda de um compasso, a fim de obter-se todas as medidas necessárias além do levantamento da forma e localização do poro nas peças negativas das fotografias ampliadas 45 vezes. As cristas aumentam 10 a 15 mm de largura e os orifícios sudoríparos surgem nítidos, discerníveis nas suas minudências, no diâmetro de seis a oito milímetros. PROCEDIMENTO DE ROLAGEM Coleta de Digitais Ø Os dedos a serem registrados devem estar absolutamente limpos e secos. A limpeza de mãos pode ser feita por meio de lenços descartáveis. Com as mãos e, principalmente, as pontas dos dedos limpas, o sujeito seca-os com uma toalha de papel. As pontas dos dedos devem estar completamente secas. Ø Cuidado, o indivíduo não deve tentar ajudar a aplicação de tinta e o processo de tomada torcendo os dedos das mãos ou aplicando pressão por baixo. A pessoa que está registrando as impressões deve permanecer com total controle. Ø O excesso de tinta é tão destrutivo quanto pouco, faça um teste de impressão em uma folha de papel para determinar se há tinta suficiente disponível. Ø Aplicar do forma constante, mesmo com pressão por baixo ao aplicar tinta e tomar as impressões. Ø Depois o perito deve rolar dedo por dedo no cartão de coleta (a rolagem deve ser completa, com pressão leve e as devidas precauções); CUIDADO Ø O rolamento não deve sobrepor – passar duas vezes no mesmo local; Ø O perito deve se atentar em não borrar a imagem – esfregar a digital entintada. Ø O perito pode utilizar um apoio em madeira – como uma pequena tábua, para que possa fazer o rolamento com mais facilidade. Ø Não aplique tinta em todos os dedos antes de tomar as impressões, aplique tinta em um dedo e, em seguida, tome a impressão. Colocar tinta previamente pode fazer o indivíduo tocar e transferir de tinta para a palma da mão. Mudança do Tipo Primário de um Desenho Digital Quando não é realizada a rolagem completa pode-se mudar o tipo do Dactilograma e sua classificação poderá ser feita de forma equivocada. Quando a coleta de um datilograma do tipo verticilo sinuoso é realizada de modo inadequado, isto é, quando a polpa da falangeta é inclinada somente para a esquerda ou para a direita, apenas parte do desenho digital ficará impresso, implicando na ausência de um dos deltas e seu respectivo núcleo. Dessa forma sua classificação será feita equivocadamente ou como presilha interna ou como presilha ganchosa, conforme demonstra a ilustração abaixo. CONFRONTO DATILOSCÓPICO – PONTOS CARACTERÍSTICOS Entende-se como Confronto datiloscópico a comparação entre duas impressões digitais, que resultem na identificação positiva ou negativa de um indivíduo. As conclusões dos Papiloscopistas que realizam os confrontos são feitos por meio de pareceres e laudos técnicos, os quais se fundamentam nos pontos característicos coincidentes ou divergentes. Confronto datiloscópico: É a comparação entre duas ou mais impressões digitais: impressão questionada com a impressão padrão. Ø Impressão questionada: É a impressão ou fragmento de impressão encontrada em um documento questionado ou no local do crime. Ø Impressão padrão: É o datilograma encontrado no arquivo datiloscópico ou tomado diretamente dos dedos de um suspeito. CONFRONTO DEIMPRESSÕES PAPILARES O confronto papiloscópico, em si, é a análise comparativa dos pontos característicos encontrados em duas ou mais impressões papilares. O confronto visa estabelecer ou não a identidade dessas impressões, pelo estudo dos seguintes elementos: 1. Forma e estrutura dos pontos característicos; 2. Distância que guardam entre si; 3. Determinação do tipo fundamental (no caso de impressão completa), condicionado a convicção do perito no ato de demarcar os ditos pontos, em numero suficiente para afirmativa inequívoca de identidade. A identidade formal depende dos seguintes fatores: 1. Da nitidez ou originalidade do desenho ou parte dele; 2. Da interpretação e assinalamento correto das minúcias; 3. Das qualidades técnicas e imparcialidade do Perito Papiloscopista; 4. Das fontes fornecedoras dos "Padrões". Pontos característicos: Os desenhos digitais não são formados por linhas contínuas. As cristas papilares apresentam, em seu curso, acidentes mais ou menos ponderáveis, denominados pontos característicos, cuja formação e disposição no desenho digital lhe conferem a individualidade. Por meio da comparação do tipo primário podemos afirmar a não identidade entre duas impressões papilares (digitais), porém somente pela comparação dos pontos característicos é que se pode realmente confirmar a identidade das mesmas. Mesmo não existindo base científica na determinação de um número mínimo de pontos característicos, para fins de padronização, recomenda-se o assinalamento de, pelo menos 12 (doze) pontos característicos coincidentes entre as mesmas. Pode-se confirmar a identidade com menor número de pontos característicos, desde que se encontrem pontos considerados raros (de difícil incidência) entre os localizados nas impressões comparadas. Os principais pontos característicos são: TÉCNICAS BÁSICAS DE REVELAÇÃO No passado haviam apenas quatro técnicas básicas de revelação de digitais e resolviam os casos mais corriqueiros: Aplicação de pós, spray de ninidrina, vapor de iodo e a aplicação do nitrato de prata. No entanto, essas técnicas falhavam em situações de superfície molhada, fundo multicolorido, contaminadas por sangue ou outros fluidos orgânicos, apresentando formas ou contornos não usuais, contaminadas com graxa, madeira não tratada, tecido, pele humana, caixas de papelão e superfícies porosas não absorventes. Os tipos de técnicas podem ser divididos em dois grupos: FÍSICAS e QUÍMICAS, que se subdividem em tratamentos: baseados ou não em fotoluminescência. Quanto às impressões encontradas podem ser: a) visíveis, b) impressões plásticas ou modelares, c) impressões latentes. As impressões visíveis ocorrem quando a digital encontra algum tipo de sujidade. A primeira providência é fotografá-la de uma distância que mostre sua localização e, depois, uma fotografia próxima, para que apareçam os detalhes. As plásticas ou modelares ocorrem quando pressionados contra certos materiais, formando uma impressão negativa dos desenhos digitais. Primeiro, deve-se tirar a foto da sua localização e, depois, uma fotografia próxima com rasante, para que seus detalhes fiquem mais nítidos. As impressões latentes são completa ou parcialmente invisíveis ao olho nu, esta é a impressão mais comum em vestígios de locais de crime. Existem fatores que auxiliam a determinar se as impressões digitais latentes podem ser coletadas ou não. Superfícies Todas as superfícies que são tocadas pelos dedos são de grande importância. As melhores superfícies para revelação são lisas, não absorventes e limpas (como vidros, porcelanas, cerâmicas, metais polidos e superfícies pintadas). Em superfícies ásperas a digital pode ficar distorcida pelas irregularidades e apresentar padrão que somente poderá ser coletado por moldagem. Assim, tecidos e couro trabalhado são de pouco valor para o levantamento de impressões digitais. Condições da pele Considerando-se que a impressão digital latente é formada pela transferência de matérias úmidas, principalmente suor e oleosidade cutânea, à superfície envolvida. O tempo frio, quando a pessoa sua menos, reduz a possibilidade de revelação, mãos limpas também reduzem as chances de revelação. Condições do ambiente Além da boa superfície e boas condições de pele, deve-se observar as condições do ambiente. Com o calor, as digitais latentes podem desaparecer rapidamente, ou serem destruídas pela chuva ou umidade. Técnicas Três são os métodos comumente utilizados para coletar fragmentos de impressões digitais em locais de crimes: a) Método sólido, b) Método líquido; c) Método gasoso; Técnica do pó Foi a primeira a ser utilizada, é uma técnica física e sólida. O pó adere ao suor humano. O pó pode ter fotoluminescência ou não. A utilização de pó e decalque é, sem dúvida, a técnica mais utilizada para coleta de impressões digitais latentes. A técnica do pó começa a partir de algum tipo de pincel, fornece resultados rápidos, além de ser uma técnica de baixo custo, podendo ser aplicada imediatamente no local. O perito deve se atentar em não gerar muito atrito entre o pincel e a impressão digital, para evitar danos. Entende-se, por que não se deve precipitadamente utilizar a técnica do pó em um local de crime, mas sim, em primeiro lugar, classificar os materiais que se tem à disposição e, dependendo da recentidade ou não do possível depósito de impressões digitais numa determinada superfície, escolher, então a técnica mais adequada. A escolha dos pós, quando as impressões são recentes, a água é o principal composto ao qual o pó adere, quando a impressão digital não é recente, os compostos oleosos, gordurosos ou sebáceos são os mais relevantes e atuantes. Esta aderência é gerada por forças de interação eletromagnéticas, em especial a atração elétrica, tipicamente forças de Van der Waals e pontes de hidrogênio. Estas forças são originadas nas densidades de cargas elétricas superficiais das moléculas que compõem os pós quando interagindo com as moléculas orgânicas, em especial hidrocarbonetos. Os tipos de pós podem ser: a) Regular, b) Metálico, c) Luminescente, d) Termoplástico. Os pós regulares tradicionais consistem de um polímero resinoso para adesão e um corante para contraste, existindo diversas formulações. Muitos pós usam óxidos inorgânicos, destacando-se óxido férrico, dióxido de manganês, dióxidos de titânio e outros. Ao selecionar um pó, a sua cor tem que contrastar com o fundo. Há que se alertar para o fato de que, ao se usar outros pós que não os metálicos, as impressões digitais, preferencialmente, devem ser fotografadas no objeto e não devem ser removidas. Os pós brancos são, muitas vezes, incompatíveis com o decalque, e pode haver perda de contraste se for executado. Os pós luminescentes são aplicados de maneira idêntica aos demais métodos, o que muda é a revelação, pois apenas são vistos com o auxílio de uma fonte de luz ultravioleta ou similar, devendo ser fotografada imediatamente. Pincéis Existem pincéis de vários formatos e tamanhos, e confeccionados com diversos materiais, como, por exemplo: Pena de avestruz, pelo de camelo e fibra de vidro. Os pincéis com pelo de animal são mais sensíveis, causando menos dano à impressão digital. O pincel de fibra de vidro demora algumas horas de uso para melhorar sua performance. Pinceis de plumas de marabu são utilizados para empoar grandes superfícies, e retirar o excesso de pó. Passo a passo O procedimento para a aplicação: a) Inspecionar visualmente a superfície para identificar possíveis impressões digitais latentes (vapor e luz); b) Ao encontrar uma impressão latente, fotografá-la; c) Selecionar o pó apropriado e o pincel (utilizá-lo apenas para aquele pó); d) Imergir o pincel em um recipiente com pó; e) Testara quantidade de pó no pincel, alocando uma área; f) Aplicar o pó com movimentos suaves, importando o mínimo de atrito do pincel ou aplicador contra a impressão; g) Eliminar o excesso de pó do pincel, batendo o seu cabo contra alguma superfície sólida; h) Fotografar as impressões; i) Aplicar a fita adesiva adequada e cuidadosamente remover a impressão revelada (decalque); Em resumo, as regras para a aplicação de pós: a) A superfície deve ser conveniente; b) A cor do pó deve ser selecionada para dar máximo de contraste; c) O pó deve aderir bem aos depósitos deixados pela fricção das papilas (uma impressão de teste é conveniente); d) As partículas que compõe o pó devem ser suficientemente finas para fornecer um resultado bom e claro. Pós magnéticos Com relação soa pós magnéticos, não são utilizados “pincéis”, e sim bastões magnéticos ou aplicadores, desprovidos de cerdas. Por serem magnéticos, não podem ser utilizados em materiais como aço, ferro, latas ou quaisquer materiais metálicos ou ferrosos. O método permite a utilização do mesmo pó por várias vezes, não há perda do material. Os Ésteres de Cianoacrilato A técnica foi descoberta por acaso, em um Laboratório de Criminalística da Agência Nacional de Polícia do Japão, em 1977, um especialista em fibras e cabelos, Fuseo Matsumura, descobriu suas próprias impressões digitais numa lâmina de microscópio quando estava preparando uma montagem de cabelos com cianoacrilato. Baseia-se em uma reação química chamada polimerização, a qual ocorre entre os componentes da impressão digital, em especial os aminoácidos, ácidos graxos e proteínas, com o éster de cianoacrilato, produzindo um depósito visível, mas incolor sobre os fragmentos existentes, podendo ser utilizada em quase todos os materiais não porosos. Os materiais a serem examinados são colocados dentro de um ambiente fechado, e assim a supercola é aquecida (pode ser em um recipiente de metal – uma lata de refrigerante ou sobre uma lâmpada incandescente). Após a formação do vapor, deixar o material exposto a ele durante algum tempo, examinando-se visualmente a seguir. Não se deve utilizar a técnica com materiais inflamáveis. A polimerização é incolor, por vezes de cor branca. Assim, torna-se difícil a visualização e consequentemente tomada fotográfica da impressão digital revelada. Dessa forma, a utilização da supercola, normalmente está associada a algum processo posterior, principalmente o uso de corantes fluorescentes, em forma de pó ou spray, para então serem visualizadas as impressões digitais latentes que forem reveladas. Ardrox Ardrox é um corante que se torna fortemente fluorescente sob a ação de uma luz ultravioleta, utilizado para superfícies lisas como complemento à vaporização de éster de cianoacrilado. Nitrato de Prata O método se baseia na reação do nitrato de prata com os cloretos (sais), componentes não muito duráveis, presentes na impressão digital. O produto desta reação, cloreto de prata, quando exposto à luz, torna-se cinza escuro, sendo recomendado que as impressões digitais que eventualmente apareçam sejam fotografadas o mais rápido possível. Pode ser aplicada por meio de um spray, em veículo do tipo água ou álcool, sendo sua concentração recomendável em torno de três por mil (0,3%). Deve ser aplicada apenas após etapas como a ninidrina ou vapor de iodo, uma vez que o nitrato de prata pode remover os aminoácidos e os componentes gordurosos que aquela técnica se baseia. Violeta de Genciana Também conhecida como violeta de metila ou vileta cristal, a violeta de genciana é um corante e seu uso para revelação de impressões digitais latentes baseia-se em uma reação com os componentes gordurosos do suor sebáceo, produzindo uma imagem púrpura intensa. Seu uso é mais conhecido e divulgado na revelação de impressões digitais em fitas adesivas, no lado que contém cola, que não são visíveis antes do início do tratamento, podendo também ser utilizada em superfícies contaminadas com óleos ou graxas. Apesar de efetiva, simples de aplicar e barata, este reagente é tóxico, sendo recomendado o uso de equipamentos de proteção. Sugere-se utilizar uma décima parte de um grama do pó e misturá-lo em 100 ml. Revelação de Impressões Digitais em Papel O papel absorve os compostos presentes nas impressões digitais e os aprisiona, podendo estes permanecerem no seu interior por muitos anos. Ademais, uma vez que as diversas luvas disponíveis comercialmente apresentam poros e permitem a passagem de compostos gerados pela sudorese das mãos, mesmo o manuseio com luvas deixa impressões digitais no papel. Uma das maiores dificuldades encontradas na revelação de impressões digitais em papel é a necessidade de exames complementares, geralmente testes químicos para determinar a natureza das tintas nele utilizadas, ou exames para revelação de marcas diversas ou mesmo o exame óptico para caracterização do gesto gráfico. Um erro comum é o uso de pós para a revelação de impressões digitais em papel. Os pós, por serem sólidos não migram para o interior do papel. O pó metálico, especialmente, é inclusive comercializado com esta indicação de uso, mas não devem ser utilizados, pois apenas irão revelar impressões recentíssimas. VAPOR DE IODO Baseia-se em uma absorção do iodo pelo material que compõe a impressão digital e atribuída, inicialmente a uma reação química com gorduras não saturadas. Quando os cristais de iodo são aquecidos ocorre a sublimação, que produz um vapor ou fumo de coloração acastanhada para esta evaporação, uma pequena quantidade de calor é necessária, tão pequena quanto a respiração por sobre os cristais ou mesmo calor das mãos em contato com eles. Após a absorção do referido vapor, o resultado é o aparecimento da impressão digital com a coloração marrom amarelada – portanto, serve apenas para superfícies claras. A impressão digital que porventura aparecer deve ser preservada, por meio de uma fita adesiva ou fotografia. Pois, tende a desaparecer logo após que exposta ao ambiente. Apesar de fácil aplicação e simplicidade do método, a técnica é insensível para impressões não recentes. As gorduras se desintegram antes mesmo dos aminoácidos, usados na reação com ninidrina. Recomenda-se equipamento de proteção individual para a sua aplicação. NINIDRINA A técnica da ninidrina foi descoberta por engano. Ruhemann, em 1913, reportou que os alfa-aminoácidos, os polipeptídeos e proteínas formavam produtos coloridos ao reagirem com ela, sendo este o primeiro passo para seu uso. Ao longo dos anos, tornou-se um reagente comum em testes clínicos e para a localização e aminoácidos. A ninidrina é um composto muito efetivo que reage com os aminoácidos, um dos principais compostos excretados pelas mãos, e possivelmente com outros compostos presentes na impressão digital, a decomposição deste material pela ninidrina resulta em uma coloração chamada Púrpura de Ruhemann. Os aminoácidos são considerados os mais convenientes para serem pesquisados em papel, graças à sua afinidade com a celulose, dificultando a migração destes compostos pelo papel, favorecendo a detecção de impressões digitais por muito tempo após sua deposição, tornando o uso da ninidrina muito proveitoso. A ninidrina não deve ser utilizada em superfícies não porosas ou em materiais que tenham sido molhados. As impressões digitais reveladas por ninidrina tendem a se destruir à medida que o tempo passa, para durarem mais, é preciso acomodá-las no escuro e em um ambiente com baixa umidade. ERRO POTENCIAL NA ANÁLISE DE IMPRESSÕES DIGITAIS Tem havido uma série de artigos de pesquisa que revelam o potencial de erro pessoal nas decisões de especialistas em impressões digitais. Por exemplo, em 2006, pesquisadores da Escola de Psicologia da Universidade de Southampton publicaram umartigo no periódico científico Forensic Science International.em que apresentaram impressões digitais a especialistas e pediram que confirmassem que não correspondiam a um conjunto de impressões digitais de referência. O que os especialistas não contaram foi que as impressões que receberam foram previamente identificadas positivamente como correspondências com as impressões de referência pelos próprios especialistas. No experimento realizado pelos psicólogos de Southampton, os especialistas estavam muito menos certos de suas atribuições e a maioria deles contradizia seus próprios julgamentos prévios. Os autores do artigo concluíram que o contexto do exame de impressões digitais é importante para afetar o julgamento. Embora o estudo de Southampton fosse de pequena escala, ele mostra que um processo que depende do julgamento individual sempre estará sujeito a algum grau de erro humano. O objetivo é sempre minimizar esse erro e um método é usar outros especialistas para validar a opinião do primeiro especialista. O caso Shirley McKie mostra que isso nem sempre é infalível. Embora esse caso seja incomum, são exceções como essa que ajudam a estabelecer a credibilidade científica da análise de impressões digitais, já que aprender com erros ajuda a melhorar o sistema. A probabilidade de fazer correspondências de maneira inequívoca é, portanto, aprimorada. Há pessoas que dizem que a comparação de impressões digitais, quando realizada por um especialista, não é um exemplo de método científico porque depende de julgamento pessoal e se baseia em uma afirmação de que as impressões digitais são únicas e não estão sujeitas aos padrões científicos de falsificabilidade. Quando a correspondência é completamente automatizada e fórmulas matemáticas complexas são usadas para fazer a comparação, a correspondência pode ser aceita pelos críticos como uma ciência. Atualmente, a distinção entre ciência e arte altamente qualificada é de interesse acadêmico, mas não é provável que questione o uso da correspondência de impressões digitais no tribunal ou prejudique sua utilidade. Os atentados de Madri e a identificação equivocada de Brandon Mayfield Em 11 de março de 2004, uma série de bombas devastou Madri, na Espanha, matando 191 pessoas e ferindo 2050. Acredita-se que os atentados foram inspirados pela Al Qaeda, mas parece ter havido o envolvimento de vários grupos e indivíduos diferentes. O julgamento de 28 acusados decorreu de Fevereiro a Julho de 2007. No final de Outubro de 2007, a Audiência Nacional de Espanha proferiu os seus veredictos. Dos 28 acusados no julgamento, 21 foram considerados culpados em uma série de acusações de falsificação de assassinato. Nos estágios iniciais da investigação, uma sacola plástica azul contendo detonadores foi encontrada perto do local dos atentados em uma estação de trem. Uma cópia foi tirada da bolsa e o FBI nos EUA recebeu uma cópia digital da impressão. Um advogado americano Brandon Mayfield, que se converteu ao islamismo, foi identificado pelo FBI como um par da impressão digital. Mayfield nunca foi acusado de um crime, mas foi preso pelas autoridades americanas como testemunha material com possíveis informações sobre o atentado de Madrid. Registros da corte revelam o processo que levou à prisão de Mayfield em maio de 2004 e sua detenção de duas semanas na Cadeia Municipal de Multnomah, no Oregon, EUA. De acordo com o registro, as impressões de Mayfield estão entre as 15 melhores correspondências encontradas pelo computador de impressões digitais do FBI, que detém as impressões de cerca de 45 milhões de pessoas. Esses jogos foram então comparados por examinadores do FBI à imagem digital da impressão parcial enviada pelas autoridades espanholas, que, ao encontrar 15 características correspondentes, concluiu que a impressão era "uma identificação de 100%" com Mayfield . A identificação não foi aceita na Espanha. Um especialista independente em impressões digitais, contratado pelo FBI, apareceu, segundo os registros do tribunal, para confirmar a atribuição da impressão pelo FBI a Mayfield. Mas o advogado de Mayfield disse que o relatório do perito tinha avisos que não foram incluídos no depoimento do FBI (uma declaração juramentada de evidência ou fato que pode ser usada no tribunal sem que o autor necessariamente esteja presente). Embora não incluído no depoimento do FBI, o relatório do especialista incluía preocupações de que a qualidade da cópia impressa que era recebida da Espanha era ruim e que a imagem possivelmente incluía uma sobreposição de outra impressão. O especialista disse que era importante ver a imagem original para fazer uma identificação definitiva. Figura (a) Imagem da impressão digital na sacola plástica que foi encontrada perto do local dos atentados de março de 2004 em Madri. (b) a impressão digital de Brandon Mayfield. Logo foi reconhecido que um erro havia sido cometido e que Mayfield foi libertado. O procurador dos EUA disse que o erro foi lamentável, mas que, assim que a identificação errônea veio à tona, as autoridades federais "se moveram imediatamente" para libertar Mayfield. O Escritório do Inspetor Geral dos EUA (um escritório do Departamento de Justiça que pode investigar desperdício, fraude e abuso dentro do sistema de justiça dos EUA, funciona como a corregedoria) divulgou um relatório de 273 páginas em 2006 sobre o caso de Mayfield. O relatório reconhece que havia uma "semelhança incomum" entre as impressões digitais, confundindo três examinadores do FBI e um especialista nomeado pelo tribunal. Mas o relatório também concluiu que os examinadores do FBI não aderiram às próprias regras do bureau para identificar impressões digitais latentes e que houve excesso de confiança do FBI. A polícia espanhola anteriormente havia expressado dúvidas de que uma impressão digital não identificada definitivamente pertencia a Mayfield e, finalmente, traçou pelo menos duas impressões digitais para Ouhnane Daoud, da Argélia, mas não deu mais detalhes. Por fim, concluiu que: "As impressões digitais encontradas em um saco plástico com sete detonadores que a polícia encontrou dentro de uma van Renault Kangoo, roubada pelos terroristas de 11 de março, pertencem ao argelino Ouhnane Daoud", segundo o comunicado da polícia. Os erros neste caso parecem ter vindo do uso de uma imagem abaixo do padrão combinada com elementos de erro humano. O processo de combinar impressões digitais encontradas em cenas de crimes com impressões digitais de referência de suspeitos em potencial ou outros conhecidos por estarem presentes no local, é uma atividade altamente qualificada. As individualizações não ambíguas e incontestáveis são mais prováveis de resultar de impressões completas e bem definidas recuperadas da cena do crime. É mais provável que surjam problemas quando uma impressão parcial, manchada ou distorcida é deixada em cena, como ficou claro no caso de Mayfield, onde a atribuição inicial de impressões nos EUA era errônea. SISTEMAS AUTOMÁTICOS (AFIS) e a IDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA Antigamente, o sistema de identificação vigente prestou grande contribuição para a Polícia. Quando as cidades eram menores e os criminosos conhecidos, era possível o confronto das impressões colhidas nos locais de crime com as de um suspeito ou até mesmo podiam ser encontradas nos arquivos monodactilares. As cidades cresceram sendo necessário um processo de identificação criminal mais dinâmico e com maior eficiência, que venha a substituir o método manual de pesquisa. Com o advento da informática foi possível adquirir uma resposta mais eficiente e satisfatória na elucidação de crimes. Sabe-se que a identificação através das impressões digitais é extremamente eficiente e com o emprego de recursos oferecidos pela informática, sua eficácia torna-seainda maior. AFIS (Automated Fingerprint Identification System) é o Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais), utilizado nos países mais avançados. A informatização no reconhecimento de impressões digitais é uma realidade. O AFIS é usado para comparar uma impressão digital com impressões previamente arquivadas no banco de dados do sistema. Esta tecnologia melhorou muito no final do século XX quando os processadores e as memórias dos computadores tornaram-se mais eficientes e acessíveis. Nos países que já possuem este sistema, vários crimes do passado estão sendo solucionados com a identificação das impressões digitais arquivadas por falta de suspeitos com os quais pudessem ser confrontadas. O AFIS é um sistema que a Polícia Federal tem e todas as Polícias Civis de todos os estados também têm terminais disponíveis. Ele transforma as imagens em números e compara esses números com aquelas outras impressões. Então no caso de ter um fragmento com poucos pontos e uma infinidade de impressões digitais com muito mais pontos, ele começa a enxergar algumas coisas que não têm nada a ver. IDENTIFICAÇÃO POST MORTEM http://theconspiracyblog.com/conspiracies/entertainment-music/marilyn-monroe/961- the-marilyn-monroe-death-conspiracy Marilyn Monroe feita por Richard Avedon O reconhecimento visual post mortem, até mesmo de cadáveres recentes, nem sempre é efetivo, já que as feições mudam com o advento da morte. Em cadáveres em estágio avançado de putrefação o reconhecimento é possível apenas por meio de tomada de impressões digitais ou DNA. Tomada de impressões de cadáveres 1. Tomada de impressões com rigidez (rigor mortis) e espasmo cadavérico A rigidez generalizada dificulta o movimento das articulações, braços e falanges. O espasmo é a posição fixa que o cadáver tinha no momento da sua morte, que permanece com a rigidez mesmo após a morte. O perito necessita tomar o braço do cadáver, levantar, com firmeza, realizando a extensão do antebraço, permitindo o exercício em sentido inverso. Depois, continua-se com o segundo exercício, dobrando e levantando o punho e esticando cada um dos dedos em sentido contrário junto ao punho. Repete-se até alcançarem um nível de flacidez. Tomada de impressão de cadáveres com maceração Em cadáveres que ficaram submersos ou em contato com a água ou umidade apele enruga ou se macera, interrompendo a continuidade das cristas papilares, sendo necessário efetuar um procedimento técnico de injeção de glicerina neutra bidestilada, desde a metade da segunda falange em sentido ascendente e paralelo em busca da ponta do dedo, aplicando quantidade suficiente até alcançar o abaulamento natural do dedo – antes de retirar a agulha, realiza-se um tourniquete com uma corda fina alguns milímetros da punção. Tomada de impressão de cadáveres queimados Os cadáveres que não apresentem destruição da epiderme e que não registrem a pele quebradiça poderão ter suas impressões tomadas, caso contrário, será necessário proceder a sua extração e recuperação para um tratamento de polpas no laboratório. Tomada de impressão de cadáveres em esfacelação O procedimento se realiza extraindo-se ou recuperando-se o tecido da epiderme. Por extração Quando a epiderme está aderida e se dificulta sua recuperação, é necessária sua retirada, já que não é possível a tomada de impressão por encontrar-se uma grande quantidade de líquidos entre a derme e epiderme. Por recuperação Quando a polpa digital se encontra totalmente despreendida, sem ser necessária sua extração, realiza-se a recuperação. Para tomar a impressão das polpas, realiza-se uma lavagem prévia com água, limpeza com álcool e secagem para poder introduzi-la no dedo enluvado (luva cadavérica). Dissecção de Polpas Digitais Consiste em realizar um corte periférico no dedo iniciando pela dobra localizada entre as falanges proximal e medial, mediante corte inclinado até o osso. É possível a impressão tomada pela face interna da epiderme, realizada por meio de inversão de direção. Dissecção de Falanges Neste procedimento o dedo é decepado e embalado, para então, retirar sua impressão. O procedimento de dissecção de falanges deve ficar ordenado no formato de inspeção técnica a cadáver da mesma forma que sua destruição quando finalizado o estudo. BIBLIOGRAFIA http://aboutforensics.co.uk/the-stratton-brothers/ http://www.institutodeidentificacao.pr.gov.br/arquivos/File/2014_usar_essa_par a_organizar_o_servidor/area_restrita_outros/ManualdePapiloscopia2013.pdf http://aboutforensics.co.uk/the-stratton-brothers/ https://www.todamateria.com.br/pele-humana/ https://estudehistologia.wordpress.com/2017/12/14/pele-e-anexos/ http://www.papiloscopia.com.br/estudo_das_papilas.html http://www.papiloscopia.com.br/estudo_das_papilas.html www.sirchie.com http://theconspiracyblog.com/conspiracies/entertainment-music/marilyn-monroe/961- the-marilyn-monroe-death-conspiracy