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Projeto de Fábrica - Unidade 4

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Projeto de Fábrica
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Antônio Carlos F. Bagança Pinheiro
Revisão Textual:
Prof. Ms. Luciano VIeira Francisco
Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
• Introdução
• Tipos de Arranjos Físicos para Projetos de Fábrica
• Ergonomia em Projeto de Fábrica
• Transporte Manual de Cargas em Fábricas
• Ergonomia do Trabalho em Bancadas
• Antropometria no Trabalho em Fábrica
• Alcance dos movimentos do corpo humano
• Segurança do Trabalho em Fábrica
 · Conceituar e apresentar a importância dos arranjos físicos em 
projeto de fábrica.
 · Indicar os principais tipos de arranjos físicos, bem como a 
importância da ergonomia e segurança do trabalho em Projeto 
de Fábrica.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Iniciaremos nossos estudos conceituando e apresentando a importância dos 
arranjos físicos no projeto de fábricas.
A partir de então veremos os principais tipos de arranjos físicos. 
Em seguida, aprenderemos a importância da ergonomia para o projeto de fábrica. 
Por fim, será apresentada a importância da segurança do trabalho em projeto 
de fábricas.
É interessante que você reveja alguns conceitos de gestão, a fim de facilitar 
o seu entendimento sobre essas definições.
Para ajudá-lo(a), realize a leitura dos textos indicados, acompanhe e refaça 
os exemplos resolvidos.
Não deixe de assistir, também, à apresentação narrada do conteúdo e de 
alguns exercícios resolvidos.
Finalmente – e o mais importante –, fique atento(a) às atividades avaliativas 
propostas e aos prazos de realização e envio. 
ORIENTAÇÕES
Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
Contextualização
Compreender a importância dos arranjos físicos em projeto de fábrica é 
fundamental em sua carreira. Cada tipo de arranjo físico tem características 
próprias que influenciam na linha de produção de uma fábrica. Para essa escolha, 
quanto ao tipo de arranjo físico empregar em uma fábrica, é importante saber 
avaliar os fatores intervenientes, levando em conta a experiência de seus executivos 
quanto às características dos produtos fabricados. Tais cuidados são essenciais para 
a produtividade futura de uma fábrica. 
A decisão quanto ao arranjo físico a ser utilizado também está relacionada 
à ergonomia e à segurança do trabalho. Todos esses aspectos estão ligados, 
principalmente, à manutenção ou ao aumento da competitividade organizacional. 
Contudo, aliar os aspectos econômicos e a produtividade da fábrica ainda é uma 
tarefa árdua para o engenheiro de produção. 
Aspectos do dia a dia de nossa vida pessoal ocorrem também nas atividades 
profissionais. Exemplo disso é o nosso trabalho diário, no qual realizamos escolhas 
aparentemente simples, como no caso da opção da distribuição do mobiliário em 
nossa residência. É possível perceber que todas as distribuições têm contribuições 
diferentes no bem-estar doméstico. Contudo, uma das distribuições de mobiliário 
pode proporcionar condições inseguras que venham gerar acidentes ou desconfortos 
nos deslocamentos entre ambientes. 
Assim, poderia se esperar que existe uma distribuição mais adequada do 
mobiliário em função das características ergonômicas dos usuários dos ambientes, 
disposição que proporcione maior conforto e menor possibilidade de acidentes. 
Isso ocorre também nas fábricas, no processo de fabricação, de escoamento ou de 
alimentação da produção.
Em nossa vida pessoal e nas fábricas é necessário estudar as variáveis existentes, 
com o objetivo de atender à produção e garantir altos níveis de produtividade fabril. 
Assim é realizado o trabalho de estudo dos arranjos físicos, a fim de garantir os 
níveis de segurança e produtividade necessários para manter a competitividade das 
empresas dentro dos padrões aceitáveis de qualidade.
Exemplificando com fatos do cotidiano, como podemos escolher e analisar 
adequadamente as variáveis intervenientes na escolha do arranjo físico do mobiliário 
da sala de estar de uma residência? Quais móveis devem ser utilizados e quais devem 
ser evitados para reduzir a possibilidade de acidentes? Tendo essas informações, é 
possível determinar os móveis e a distribuição mais adequada para os ocupantes 
de uma determinada residência. Podem surgir questões pontuais, tais como as 
dimensões dos móveis e suas formas, como no caso dos sofás e cadeiras. Todas 
essas preocupações são similares quando comparadas com as necessidades de uma 
grande estrutura, como em uma fábrica.
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O cálculo da produtividade de uma fábrica pode passar por situações mais 
complexas como, por exemplo, a existência local de fornecimento de manutenção 
de suas máquinas ou dispositivos de segurança do trabalho. Mas, similarmente ao 
nosso cotidiano com a escolha do mobiliário residencial, a produtividade industrial 
precisa estimar as eventualidades inerentes à cada linha de sua produção.
Para cada tipo de estrutura fabril existem questões estabelecidas e eventualidades 
que devem ser administradas na condução da escolha do arranjo físico de fábricas.
O arranjo físico de fábrica, além de utilizar fatores técnicos quantitativos, deve 
empregar a experiência acumulada das pessoas para avaliar os fatores qualitativos. 
Assim, com esse exemplo simples de nosso cotidiano, como a escolha do 
mobiliário residencial, lembre-se que no projeto de fábrica podem haver situações 
muito mais complexas no dia a dia profissional. 
Cabe ao engenheiro identificar as características do processo de fabricação 
para escolher adequadamente o melhor arranjo físico de fábrica, que seja capaz de 
atender às demandas das organizações, quanto aos níveis de segurança, qualidade 
e produtividade previstos.
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UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
Introdução
O arranjo físico é a disposição de maquinário, equipamentos e serviços de apoio 
em um determinado local para otimizar o fluxo produtivo de uma fábrica.
O projeto de arranjo físico tem como variáveis o tipo de produto, as quantidades 
de produtos a serem fabricadas, as operações da manufatura, os serviços de apoio 
e o tempo de produção.
O método escolhido para o arranjo físico deverá atender às demandas de 
mercado e às características produtivas da fábrica.
O arranjo físico deve levar em conta as características dos operários, estudando 
a ergonomia e a segurança do trabalho, visando assegurar a qualidade dos produtos 
e a integridade física dos trabalhadores.
Tipos de Arranjos Físicos para Projetos de 
Fábrica
O arranjo físico é também denominado layout. Os tipos de arranjos 
físicos são:
 · Arranjo físico por posição fixa ou posicional;
 · Arranjo físico por processo ou funcional;
 · Arranjo físico em linha ou linear;
 · Arranjo físico celular.
Arranjo Físico por Posição Fixa ou Posicional
O arranjo físico posicional é utilizado para a fabricação de produtos de grandes dimensões 
físicas, como na indústria da construção civil e na indústria naval (Figura 1).
Suas características são:
 · Produtos fabricados que tenham grandes dimensões;
 · Quantidade pequena de produtos em fabricação;
 · As estações de trabalho se deslocam ao redor do produto;
 · Equipamentos de produção com grande flexibilidade.
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Figura 1 – Arranjo físico posicional
Fonte: Acervo do conteudista
Arranjo Físico por Processo ou Funcional
Este tipo de arranjo físico é o mais comum nas indústrias (Figura 2), no qual 
todos processos semelhantes são agrupados na mesma área.
Suas características são:
 · O produto é deslocado através das estações de trabalho;
 · É um processo flexível, possibilitando atender às variações de demanda 
do mercado;
 · Os produtos e percursos de fabricação são variados;
 · É útil em produção intermitente;
 · As máquinas e equipamentos são posicionados na linha de produção conforme 
a função do setor – por exemplo: setor de usinagem, setor de montagem etc.;
 · A programação da produção e seu controle são complexos;
 · Eventuais atrasos nos setores conduzem a filas de lotes nas máquinas;· Pode gerar relativa satisfação nos operários.
Figura 2 – Arranjo físico funcional
Fonte: Acervo do conteudista
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UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
Arranjo Físico em Linha ou Linear
Este tipo de arranjo necessita de grandes investimentos, sendo utilizado em 
empresas como montadoras de veículos ou indústrias petroquímicas (Figura 3).
Suas características são:
 · Fabricação em grandes quantidades;
 · Produtos com características semelhantes;
 · Equipamentos exclusivos para a linha de produção;
 · Sistemas de produção contínuos;
 · A programação da produção e seu controle são mais simples;
 · As máquinas e equipamentos são posicionados na linha de produção 
conforme a sequência de operações;
 · Alto investimento em máquinas;
 · Pode gerar monotonia e estresse nos operários.
Figura 3 – Arranjo físico linear
Fonte: Acervo do conteudista
Arranjo Físico Celular
Este tipo de arranjo físico faz diferentes arranjos internos para a produção de 
distintos grupos de produtos com aspectos semelhantes (Figura 4).
Suas características são:
 · Produtos e linhas de fabricação variadas;
 · Agrupamentos de máquinas e equipamentos em células por tipos de 
produtos;
 · Específico para famílias de produtos;
 · Lotes de fabricação de tamanho médio;
 · Diminui estoques;
 · Gera relativa satisfação nos operários.
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Figura 4 – Arranjo físico celular em U
Fonte: elaborada pelo professor conteudista
As células permitem a redução do tempo de ciclo produtivo, facilitando a 
expansão da capacidade de produção da fábrica. Com o arranjo em células as 
máquinas podem ser dispostas de forma que os operários possam operar várias ao 
mesmo tempo (Figura 5).
Figura 5 – Arranjo físico celular
Fonte: elaborada pelo professor conteudista
Ergonomia em Projeto de Fábrica
A ergonomia tem por objetivo o conforto e a saúde dos trabalhadores, 
melhorando a operação de sistemas produtivos. A intenção é evitar os riscos de 
acidentes e de doenças ocupacionais.
Nos estudos ergométricos deve-se considerar a diversidade dos operários como 
as características antropométricas das diversas partes do corpo humano, a condição 
de utilização destra ou canhota, a acuidade visual, os ritmos biológicos entre a 
produção realizada de dia ou à noite, o ritmo de trabalho dos operários, a fadiga e 
os aspectos culturais.
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UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
A palavra ergonomia vem do grego ergon – trabalho – e nomos – leis –, 
significando a Ciência do trabalho. 
Os campos de estudo da ergonomia são:
 · Ergonomia física;
 · Ergonomia cognitiva;
 · Ergonomia organizacional.
Ergonomia Física 
Seu campo de atuação corresponde às características da anatomia humana, 
medidas antropométricas, aspectos fisiológicos e biomecânicos relacionados aos 
postos de trabalho.
São analisados os manuseios de materiais, as posturas laborais e os movimentos 
repetitivos, com o objetivo de identificar as possíveis lesões relacionadas ao trabalho, 
possibilitando o projeto adequado do posto de trabalho ao operário.
Ergonomia Cognitiva 
Seu campo de atuação está relacionado aos processos mentais, como a memória, 
a percepção, o raciocínio e a resposta motora. A carga de trabalho mental afeta a 
capacidade da tomada de decisão, influenciando no desempenho do operário e em 
sua confiabilidade para o exercício laboral.
Ergonomia Organizacional 
Seu campo de atuação é a otimização de sistemas sociotécnicos associados às 
estruturas organizacionais. A análise é feita no trabalho realizado em equipe, a 
comunicação existente no grupo e a programação do trabalho a ser realizado.
A Norma Regulamentadora (NR) 17 – Ergonomia – do Ministério do Trabalho 
– tem como objetivo estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das 
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de 
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.
As condições de trabalho em fábricas incluem aspectos associados ao 
levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos 
e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
Assim, a análise ergonômica do trabalho tem como objetivo avaliar a adaptação 
das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores. 
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Transporte Manual de Cargas em Fábricas
O transporte manual de cargas ocorre quando, no ato do transporte de uma 
carga, o peso dessa carga é suportado inteiramente por um só trabalhador. Esse 
ato corresponde ao levantamento, transporte e deposição da carga. O transporte 
manual regular de cargas designa toda atividade realizada de maneira contínua ou 
que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual de cargas.
O transporte manual de cargas não poderá ser executado quando o peso a ser 
transportado vier comprometer a saúde ou a segurança do operário.
Todo operário que realizar transporte manual regular de cargas, que não 
as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto aos 
métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde 
e prevenir acidentes.
Quando mulheres e trabalhadores jovens – com idade inferior a dezoito anos e 
maior de quatorze anos – forem designados para o transporte manual de cargas, o 
peso máximo destas cargas deverá ser inferior aquele admitido para os homens, a 
fim de não comprometer a sua saúde ou a sua segurança.
O transporte e a descarga de materiais que são realizados por impulsão ou 
tração de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho 
mecânico deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo 
operário seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua 
saúde ou a sua segurança.
O trabalho de levantamento de material feito com equipamento mecânico de 
ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico realizado pelo 
trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua 
saúde ou a sua segurança.
O transporte manual de objetos é uma das situações de trabalho que mais 
causam acidentes. Muitos são os motivos dos acidentes, por exemplo, a postura 
errada, o excesso de carga e o formato das embalagens dos produtos que são de 
difícil fixação para as mãos. Tais lesões podem afetar a coluna vertebral e causar 
outros males como, por exemplo, a hérnia escrotal.
A movimentação manual de cargas é cara, ineficaz – o rendimento útil para 
operações de levantamento é da ordem de 8 a 10% –, penosa – provoca fadiga 
intensa – e causa inúmeros acidentes de trabalho. Portanto, sempre que possível, 
deve ser evitada ou minimizada nos projetos de fábrica.
Na técnica correta para o levantamento de cargas – caixa, barra, saco etc. – o 
joelho deve ficar adiantado em ângulo de noventa graus. Braços esticados entre as 
pernas. Dorso plano. Queixo não dirigido para baixo. Pernas distanciadas entre si 
lateralmente. Carga próxima ao eixo vertical do corpo. Tronco em mínima flexão. 
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UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
A mecanização das atividades de produção pode ser feita com o emprego 
de dispositivos como polias, transportadores de correia, talhas, empilhadeiras, 
carrinhos de transporte, elevadores, guindastes, pontes-rolantes etc.
O transporte vertical realizado por cabos ou correntes, utilizando-se de um 
guincho – içamento – é necessário quando a carga é muito pesada e o acesso ao 
local de seu uso é limitado. 
Ergonomia do Trabalho em Bancadas
Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de 
trabalho do operário deve ser planejado ou adaptado para esta posição sentada.
Para o trabalho manual sentado, ou que tenha de ser realizado em pé, as 
bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao operário 
condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes 
requisitos mínimos:
 · Ter a altura e as características da superfície de trabalho adequadas ao 
tipo de atividade,com a distância necessária dos olhos ao campo de 
trabalho e com a altura do assento;
 · Ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo operário;
 · Ter medidas que possibilitem a movimentação e o posicionamento 
adequados dos segmentos corporais.
Para os trabalhos que necessitem também da utilização dos pés, além dos 
requisitos citados, os pedais e demais comandos para acionamento pelos pés 
devem ser posicionados e terem dimensões que possibilitem fácil alcance, bem 
como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do operário, em função 
das características e particularidades do trabalho a ser executado.
Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos seguintes 
requisitos mínimos de conforto:
 · Altura ajustável à altura do operário e ao tipo da função exercida;
 · Características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;
 · Borda frontal arredondada;
 · Encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da 
região lombar.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir 
da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se 
adapte ao comprimento da perna do operário.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser 
colocados assentos para descanso, dispostos em locais em que possam ser utilizados 
por todos os operários durante as pausas do trabalho.
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Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem estar 
adequados às características psicofisiológicas dos operários e ao tipo de trabalho a 
ser executado.
Nas atividades de produção que envolvam leitura de documentos para 
digitação, datilografia ou mecanografia, deve ser:
 · Fornecido apoio adequado para documentos, que possa ser ajustado, 
proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando 
movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
 · Sempre que possível, documentos de fácil leitura, sendo vedada a utilização 
do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque ofuscamento 
do operário.
Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com a 
utilização de terminais de vídeo devem observar:
 · Condições de movimentação suficientes para permitir o ajuste da tela do 
equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e 
proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao operário;
 · O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao 
trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas que serão executadas;
 · A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de 
maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento 
sejam aproximadamente iguais;
 · Serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com terminais 
de vídeo forem utilizados apenas eventualmente, poderão ser dispensadas as 
exigências anteriores, observando-se o tipo das tarefas executadas e levando-se em 
conta a análise ergonômica do trabalho.
Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação 
intelectual e atenção constantes, tais como salas de controle, laboratórios, escritórios, 
salas de desenvolvimento ou análise de projetos, entre outras circunstâncias.
São recomendadas as seguintes condições de conforto:
 · Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na Norma Brasileira 
(NBR) 10152, registrada no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade 
e Tecnologia (Inmetro);
 · Índice de temperatura efetiva entre vinte graus Celsius e vinte e três graus Celsius;
 · Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s;
 · Umidade relativa do ar não inferior a quarenta por cento.
Para atividades com as características citadas, mas que não apresentarem 
equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de 
ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva de avaliação 
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UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB. Os parâmetros previstos anteriormente 
devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados 
próximos à zona auditiva e as demais variáveis na altura do tórax do operário.
Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada, natural ou 
artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. A iluminação 
geral deve ser uniformemente distribuída e difusa. A iluminação geral ou suplementar 
deve ser projetada e instalada de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, 
sombras e contrastes excessivos.
Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais de trabalho 
são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, registrada no Inmetro. 
A medição dos níveis de iluminamento previstos na norma técnica deve ser feita 
no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de aparelho 
denominado luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho 
humano e em função do ângulo de incidência.
A organização do trabalho, para efeito da NR 17, deve levar em 
consideração, no mínimo:
 · As normas de produção;
 · O modo operatório;
 · A exigência de tempo;
 · A determinação do conteúdo de tempo;
 · O ritmo de trabalho;
 · O conteúdo das tarefas.
Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica do 
pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da 
análise ergonômica do trabalho:
 · Deve ser observado todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho 
para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar 
em consideração as repercussões sobre a saúde dos operários;
 · Devem ser incluídas pausas para descanso dos operários;
 · Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou 
superior a quinze dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno 
gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento 
do operário.
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Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo 
o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar as 
seguintes condições:
a) O empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos 
operários envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número 
individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de 
remuneração e vantagens de qualquer espécie;
b) O número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser 
superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real, cada 
movimento de pressão sobre o teclado;
c) O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o 
limite de cinco horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, 
o trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no 
Artigo 468 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), desde que não 
exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
d) Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de 
dez minutos para cada cinquenta minutos trabalhados, não deduzidos da 
jornada normal de trabalho;
e) Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou 
superior a quinze dias, a exigência de produção em relação ao número de 
toques deverá ser iniciada em níveis inferiores do máximo estabelecido no 
item b e ser ampliada progressivamente.
Antropometria no Trabalho em Fábrica
A antropometria é a Ciência que estuda as dimensões e proporções do corpo 
humano, isto é, estuda as medidas físicas relativas ao corpo humano. 
Determinar as dimensões do corpo humano é uma atividade muito difícil, pois as 
condições como essas medidas são realizadas podem influenciar consideravelmente 
os resultados obtidos para o projeto de fábrica. Por exemplo, existem diferenças 
consideráveis se as medidas são realizadas com as pessoas vestidas ou sem roupas, 
com ou sem calçados, na posição ereta do corpo, ou estando em uma postura relaxada.
As medidas antropométricasdo corpo humano são importantes para todas as 
atividades relacionadas ao conforto do corpo do operário como, por exemplo, 
as atividades fabris nas indústrias moveleiras, têxteis, calçadistas, automotivas 
e siderúrgicas.
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UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
Antropometria estática 
Os dados obtidos na antropometria estática são relacionados às dimensões 
estruturais do corpo humano. Essas medidas são associadas às distâncias entre 
pontos anatômicos fixos, em posturas estereotipadas – sem movimentação –, 
designadas também por posturas antropométricas normalizadas – convencionadas 
por normas técnicas. 
Como exemplos dessas posturas laborais, tem-se a altura do corpo humano na 
posição em pé, a altura dos olhos e dos cotovelos na posição em pé ou na posição 
sentada, os comprimentos dos membros, as larguras dos ombros, ou das ancas e 
as espessuras do corpo relacionadas a diversos níveis. A antropometria estática 
também estuda os perímetros dos membros, da cabeça, do pescoço e do tronco, 
bem como o peso dos indivíduos para o processo de produção.
No caso da utilização dos dados antropométricos para a produção industrial, por 
exemplo, de automóveis, nem sempre é possível realizar as medições em amostras 
da população que operará no processo produtivo fabril. Nesse caso, é possível 
utilizar tabelas antropométricas internacionalmente reconhecidas, nas quais se 
encontram as porcentagens das dimensões antropométricas habitualmente mais 
utilizadas e as respectivas variações de valores em torno do valor médio – desvio-
padrão – da população do estudo.
Antropometria Dinâmica 
Os dados da antropometria dinâmica são relacionados às medições de alcances, 
ou amplitudes, realizadas em condições de movimento do corpo do operário. São 
obtidas informações relacionadas aos ângulos das articulações, aos alcances, às 
posturas naturais e confortáveis.
Essas medições são relacionadas às dimensões que permitem aos operários um 
certo grau de liberdade de movimentação, de modo que possam ter posturas naturais 
para a realização de movimentos, ou o desempenho de atividades específicas.
Antropometria Funcional 
A antropometria funcional está relacionada a medidas associadas à análise de 
tarefas em postos de trabalho da fábrica. Por exemplo, para relacionar o alcance 
das mãos, deve ser avaliado o movimento dos ombros, a rotação do tronco, a 
inclinação das costas e o tipo de atividade a ser executada pelas mãos do operário.
As antropometrias dinâmica e funcional, também, abrangem as amplitudes de 
movimento das articulações e dos membros, bem como a força exercida em várias 
ações do corpo humano.
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Os dados obtidos pelas antropometrias dinâmica e funcional são utilizados para 
o pré-dimensionamento de locais de trabalho. Mesmo em atividades consideradas 
na posição estática, existem movimentos corporais pequenos. 
Assim, na maioria das situações do dia a dia, os operários nunca ficam 
completamente parados, tendo sempre que realizar atividades de manipulação, 
operação ou transporte de objetos.
Se um ambiente de trabalho fabril for dimensionado com dados da antropometria 
estática, será necessário posteriormente realizar ajustes, a fim de acomodar os 
principais movimentos corporais. Quando os movimentos já estão previamente 
definidos, é possível utilizar os dados da antropometria dinâmica, fazendo com que 
o projeto seja mais adequado às condições reais de operação.
Alcance dos movimentos do corpo humano
A Fisiologia é o campo da Biologia que estuda as funções mecânicas, físicas 
e bioquímicas dos seres vivos. Utiliza alguns termos intrínsecos para designar os 
movimentos musculares. O movimento de um membro que tende a afastar-se do 
corpo, ou da sua posição normal de descanso, chama-se abdução e um movimento 
de um membro ao contrário, isto é, que tende a aproximar-se do corpo, chama-se 
adução. O movimento do braço acima da posição horizontal é denominado elevação, 
o movimento do braço para a frente é denominado extensão e o movimento ao 
contrário, trazendo o braço de volta para perto do tronco, é denominado flexão. 
No movimento de rotação da mão, quando o polegar gira para dentro do corpo é 
denominado pronação e quando gira para fora é denominado supinação.
Segurança do Trabalho em Fábrica
As NR relativas à segurança e medicina do trabalho devem ser, obrigatoriamente, 
obedecidas pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da 
administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e 
Judiciário que possuam empregados regidos pela CLT. 
As disposições contidas nas NR aplicam-se, no que couber, aos operários avulsos, 
às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos 
das respectivas categorias profissionais. A observância das NR não desobriga as 
empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam 
incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios 
e outras, oriundas de convenções e acordos coletivos de trabalho. 
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UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) é o órgão de âmbito 
nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades 
relacionadas à segurança e medicina do trabalho, inclusive a Campanha Nacional 
de Prevenção de Acidentes do Trabalho (Canpat), o Programa de Alimentação 
do Trabalhador (PAT) e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais 
e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho em todo o território 
nacional. Compete, ainda, à SSST os tópicos a seguir.
Equipamento de Proteção Individual
A NR 6 define Equipamento de Proteção Individual (EPI) como todo dispositivo 
ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de 
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Entende-se como equipamento conjugado de proteção individual todo aquele 
composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um 
ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de 
ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Todas as empresas são obrigadas a fornecer aos operários, gratuitamente, 
EPI adequados aos riscos que estão sujeitos os operários, em perfeito estado 
de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
 · Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção 
contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e 
do trabalho;
 · Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem em implantação; 
 · Para atender a situações de emergência.
A NR 3 estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados 
nas edificações, a fim de garantir segurança e conforto aos operários que 
nessas trabalhem.
Os locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo 
com as posturas municipais, atendidas às condições de conforto, segurança e 
salubridade, estabelecidas na Portaria n.º 3.214/78 do Ministério do Trabalho.
Para a circulação:
 · Os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências nem 
depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação 
de materiais; 
 · As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de forma que 
impeçam a queda de pessoas e/ou objetos;
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 · Os pisos, as escadas e rampas devem oferecer resistência suficiente para 
suportar as cargas móveis e fixas, para as quais a edificação se destina; 
 · As rampas e as escadas fixas de qualquer tipo devem ser construídas de 
acordo com as normas técnicas oficiais e mantidas em perfeito estado de 
conservação; 
 · Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho, 
onde houver perigo de escorregamento, serão empregados materiais ou 
processos antiderrapantes;
 · Os andares acima do solo devem dispor de proteção adequada contra 
quedas, de acordo com as normas técnicas e legislações municipais, 
atendidasas condições de segurança e conforto.
Para proteção contra intempéries:
 · As partes externas, bem como todas as que separem unidades autônomas 
de uma edificação, ainda que não acompanhem sua estrutura, devem, 
obrigatoriamente, observar as normas técnicas oficiais relativas à 
resistência ao fogo, isolamento térmico, isolamento e condicionamento 
acústico, resistência estrutural e impermeabilidade;
 · Os pisos e as paredes dos locais de trabalho devem ser, sempre que 
necessário, impermeabilizados e protegidos contra a umidade; 
 · As coberturas dos locais de trabalho devem assegurar proteção contra 
as chuvas; 
 · As edificações dos locais de trabalho devem ser projetadas e construídas 
de modo a evitar insolação excessiva ou falta de insolação.
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UNIDADE Arranjos físicos em Projeto de Fábrica
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Administração de produção e operações: manufatura e serviços: uma abordagem estratégica
CORREA, H. L. Administração de produção e operações: manufatura e 
serviços: uma abordagem estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
O trabalho: mais resultado com menos esforço, custo: passos para a produtividade
FULLMANN, C. O trabalho: mais resultado com menos esforço, custo: passos 
para a produtividade. São Paulo: Educador Contemporâneo, 2009.
A meta: um processo de melhoria contínua
GOLDRATT, E. M. A meta: um processo de melhoria contínua. 2. ed. São Paulo: 
Nobel, 2005.
Administração da produção
MARTINS, P. G.; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 2. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2010.
Integração de ferramentas computacionais aplicadas ao projeto e desenvolvimento
TORRES, I. Integração de ferramentas computacionais aplicadas ao projeto 
e desenvolvimento. São Carlos, SP, v. 1, n. 1, 2001.
 Leitura
Integração de ferramentas computacionais aplicadas ao projeto e 
desenvolvimento de arranjo físico de instalações industriais
http://goo.gl/Qd3gqz
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Referências
GROOVER, M. P. Automação industrial e sistemas de manufatura. 3. ed. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
RITZMAN, L. P.; MALHOTRA, M. K.; KRAJEWSKI, L. J. Administração de 
produção e operações. 8. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2012.
SLACK, N. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2011.
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