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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 3 2 CONCEITOS BÁSICOS ...................................................................................... 4 3 SISTEMA ESQUELÉTICO ................................................................................ 15 4 SISTEMA ARTICULAR ..................................................................................... 20 5 SISTEMA MUSCULAR ..................................................................................... 21 5.1 Fisiologia muscular ......................................................................................... 23 6 SISTEMA NERVOSO ....................................................................................... 30 7 SISTEMA CIRCULATÓRIO .............................................................................. 35 8 SISTEMA RESPIRATÓRIO .............................................................................. 41 8.1 Fisiologia do sistema respiratório ................................................................... 45 8.2 Integrações do sistema cardiorrespiratório ..................................................... 48 9 SISTEMA DIGESTÓRIO ................................................................................... 52 9.1 Fisiologia do sistema digestório ...................................................................... 57 9.2 Funções do sistema digestório: motilidade, secreção, digestão e absorção .. 58 10 SISTEMA URINÁRIO ........................................................................................ 61 10.1 Fisiologia renal ................................................................................................ 63 10.2 Fatores reguladores da função renal .............................................................. 68 11 SISTEMA GENITAL MASCULINO .................................................................... 71 12 SISTEMA GENITAL FEMININO ....................................................................... 74 12.1 Fisiologia da lactação ..................................................................................... 78 13 SISTEMA ENDÓCRINO ................................................................................... 80 14 SISTEMA SENSORIAL ..................................................................................... 89 15 SISTEMA TEGUMENTAR ................................................................................ 90 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 92 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 CONCEITOS BÁSICOS A Anatomia (ana = em partes + tomein = cortar) é a ciência que estuda macroscopicamente a estrutura dos seres organizados, através da descrição morfológica dos órgãos e sistemas. É imprescindível ter o conhecimento da anatomia do corpo humano, desde as menores até às maiores dimensões de seus componentes, que comumente são divididos em níveis organizacionais. Abordagens ou especialidades anatômicas Duas categorias gerais dos estudos anatômicos são comumente consideradas: a anatomia microscópica e a anatomia macroscópica. A anatomia microscópica examina estruturas que não são visíveis a olho nu, utilizando-se de equipamentos como lupas e microscópios ópticos e eletrônicos. A macroscópica é a qual considera as estruturas visíveis a olho nu e que se vale de formas de estudo como a anatomia de superfície, a anatomia topográfica (ou regional) e a anatomia sistêmica. Estas formas de estudo se completam gerando uma perspectiva mais ampla para o conhecimento. Entenda-as: 5 ➢ Anatomia de superfície: analisa os pontos ou regiões superficiais do corpo, sem utilizar métodos de dissecção, por meio da palpação ou observação. ➢ Anatomia topográfica: examina as características internas e externas de uma região do corpo específica, como tórax, abdome e membros superiores e inferiores. ➢ Anatomia sistêmica: estudo dos sistemas do corpo; como o sistema ósseo, muscular, nervoso e digestório. Considera as características anatômicas de um grupo de órgãos que funcionam integrados para produzir efeitos coordenados. ➢ Anatomia do desenvolvimento ou embriologia: acompanha o desenvolvimento humano desde o nascimento até a maturidade física; ➢ Anatomia clínica: compreende as características anatômicas descobertas nas patologias. ➢ Anatomia comparada: relaciona a anatomia de outros animais que apresentam um processo de evolução semelhante ao do ser humano; ➢ Anatomia por imagem ou anatomia radiológica: gera o conhecimento anatômico por meio da visualização e da interpretação de imagens radiológicas, como as da radiografia, da tomografia computadorizada, da ressonância magnética (Figura 1). As imagens geradas pelo aparelho de ultrassom (ecografia) também estão incluídas. As imagens radiológicas podem ser úteis não apenas para estudar a anatomia normal do corpo humano, mas também para compreender as variações anatômicas, patologias e diferenças morfológicas em neonatos, crianças, adultos jovens, adultos e idosos. 6 Figura 01 –Imagens dotórax: (A) tomografia computadorizada;(B) radiografia;(C) ressonância magnética. Fonte: CHEN; TALANOW,2012. Terminologia anatômica A anatomia é uma ciência essencialmente baseada em observar e descrever o que se vê. Os anatomistas estudam o corpo humano há séculos, tentando proferir o que encontram e o que veem; para isso, eles necessitam de um vocabulário específico, que traduza a imagem em linguagem. Esta linguagem é fundamentalmente derivada de termos e étimos gregos e latinos. Por exemplo, a palavra intercostal é composta das raízes do latim inter, que significa ‘entre’, e costo, que significa ‘costelas’; assim, a palavra intercostal tem como significado ‘entre as costelas’, como os músculos intercostais (BECKER, et al., 2018). Essa linguagem anatomoclínica é amplamente utilizada na área da saúde, devendo ser inserida para comunicação no ambiente acadêmico e vida profissional. Posições corporais As descrições de alguma parte do corpo humano assumem que elas estão em uma posição padronizada de referência chamada posição anatômica. Na posição 7 anatômica, o indivíduo se mantém ereto de frente para o observador, com a cabeça e os olhos voltados diretamente para frente. Os membros inferiores estão paralelos, os pés estão retos sobre o chão e direcionados para frente. Os membros superiores ficam ao lado do corpo, com as palmas voltadas para frente. Dois termos descrevem o corpo deitado. Se o corpo está com o rosto voltado para baixo, ele está em decúbito ventral. Se o corpo está com o rosto voltado para cima, ele está em decúbito dorsal (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Partesdo corpo humano e regiões anatômicas A divisão do corpo humano é feita em partes principais, que podem ser identificadas externamente. As principais partes do corpo são a cabeça, o pescoço, o tronco, os membros superiores e os membros inferiores. A cabeça consiste no crânio e na face. O crânio envolve e protege o encéfalo; a face é a parte frontal da cabeça que inclui olhos, nariz, boca, fronte, bochechas e mento. O pescoço sustenta a cabeça, unindo-a ao tronco. O tronco consiste em tórax, abdome e pelve. Cada membro superior está unido ao tronco e consiste em ombro, axila, braço (a parte do membro do ombro até o cotovelo), antebraço (do cotovelo até o punho), punho e mão. Cada membro inferior também está unido ao tronco e consiste em nádega, coxa (a parte do membro da nádega até o joelho), perna (a parte do membro do joelho até o tornozelo), tornozelo e pé. A região inguinal é a área na superfície anterior do corpo, marcada por uma prega de cada lado, na qual o tronco se liga às coxas (TORTORA; DERRICKSON, 2016). Figura 02 - Terminologia anatômica das principais partes do corpo. 8 Fonte: shre.ink/HvyU Na figura acima, mostra os nomes comuns anatômicos e os da terminologia anatômica das principais partes do corpo. Por exemplo, se você recebe uma vacina antitetânica na região glútea, ela é aplicada na nádega. Como o termo anatômico para uma parte do corpo em geral se baseia em uma palavra ou “radicais” gregos ou latinos, ela pode ser diferente do nome comum para a mesma parte do corpo. Por exemplo, a palavra latina que descreve a cavidade abaixo da articulação do ombro é “axila”. Desse modo, um dos nervos que atravessam essa região é denominado nervo axilar. Termos direcionais Para localizar diferentes estruturas do corpo, os anatomistas usam termos direcionais específicos, palavras que descrevem a posição de uma parte do corpo em 9 relação à outra. Diversos termos direcionais são agrupados em pares com significados opostos, como anterior (frente) e posterior (atrás). A maioria dos termos direcionais usados para descrever a correlação entre uma parte do corpo com outra pode ser agrupada em pares com significados opostos. Por exemplo, superior significa na direção da parte de cima do corpo e inferior significa na direção da parte de baixo do corpo. É importante entender que os termos direcionais têm significados relativos; eles só fazem sentido quando usados para descrever a posição de uma estrutura em relação à outra. Por exemplo, o joelho é superior ao tornozelo, mesmo que ambos estejam localizados na metade inferior do corpo (TORTORA; DERRICKSON, 2016). TERMOS DIRECIONAIS DEFINIÇÃO EXEMPLO DE USO Superior (cefálico ou cranial) Em direção à cabeça ou na parte de cima de uma estrutura. O coração encontra-se superior ao fígado. Inferior (caudal) Distante da cabeça ou na parte de baixo de uma estrutura. O estômago encontra-se inferior aos pulmões. Anterior (ventral)* Próximo da parte frontal ou na frente do corpo O esterno encontra-se anterior ao coração. Posterior (dorsal) Próximo ou na parte de trás do corpo. O esôfago encontra-se posterior à traqueia. Medial Próximo ao plano mediano (um plano imaginário vertical que divide o corpo em lados iguais direito e esquerdo). A ulna encontra-se medial ao rádio. Lateral Mais afastado do plano mediano. Os pulmões encontram-se laterais ao coração. Intermediário Entre duas estruturas. O colo transverso encontra-se em posição intermediária aos colos ascendente e descendente do intestino grosso. Ipsilateral No mesmo lado do corpo em relação a outra estrutura. A vesícula biliar e o colo ascendente do intestino grosso são ipsilaterais. Contralateral No lado oposto do corpo em relação a outra estrutura. Os colos ascendente e descendente do intestino grosso são contralaterais. Proximal Próximo à ligação entre um membro e o tronco; próximo à origem de uma estrutura. O úmero encontra-se proximal ao rádio. Distal Distante da ligação entre um membro e o tronco; distante da origem de uma estrutura. As falanges (ossos dos dedos da mão) são distais aos ossos carpais. Superficial (externo) Na direção ou na superfície do corpo. As costelas encontram-se superficiais aos pulmões. Profundo (interno) Distante da superfície do corpo. As costelas encontram-se profundas em relação à pele do tórax e do dorso. 10 *Repare que os termos anterior e ventral significam a mesma coisa para seres humanos. Entretanto, nos quadrúpedes, ventral refere-se ao ventre e é, portanto, inferior. De maneira semelhante, os termos posterior e dorsal significam a mesma coisa em seres humanos, mas em quadrúpedes, dorsal refere- se ao dorso e é, portanto, superior. Figura 03 - Termos direcionais localizam precisamente várias partes do corpo em relação umas às outras. Fonte: shre.ink/HvmJ Posição anatômica O termo posição anatômica é outra convenção para examinar o corpo humano de uma forma organizada e metodológica. Esse termo estabelece que a posição seja: o corpo humano está em pé (ereto), o olhar no horizonte, as palmas das mãos para 11 frente (supinação), os membros superiores e inferiores estão retos (em extensão) e os pés estão ligeiramente afastados. Portanto, visto que definido esse termo, não precisa mais visualizar uma imagem, somente imaginar o corpo posicionado assim. (BECKER et al., 2018). Quadrantes abdominais Na anatomia de superfície existe termos que referenciam as regiões do abdome. Trata-se de uma convenção para padronizar a comunicação e descrição anatômica na área da saúde. Comumente, são aplicadas duas formas ao abdome: a divisão em 4 e em 9 quadrantes. Essa divisão do abdome é feita para facilitar a descrição da localização anatômica e é também muito útil para a investigação de disfunções e patologias. Cada quadrante é específico a órgãos e/ou estruturas internas, abdominais e pélvicas específicas (BECKER, et al., 2018). Anatomia seccional Podem ser examinadas através de cortes ou planos de corte todas as estruturas da anatomia. Existem três tipos de cortes ou secções padronizados. 12 Através de imagem radiológica, da interpretação diagnóstica de exames de tomografia computadorizada e ressonância magnética é possível realizar o estudo anatômico em secções. Caso você tenha a oportunidade de observar essas imagens radiológicas em cortes, automaticamente você estará exercitando a anatomia topográfica, observará estruturas e órgãos de vários sistemas corporais em um único corte. Ainda estará testando seu raciocínio espacial, tentando imaginar uma estrutura em três dimensões, partindo de uma imagem em duas dimensões (BECKER, et al, 2018). Cavidades do corpo O corpo é formado internamente por cavidades cujas funções são proteger separar e sustentar os órgãos. 13 Anatomia Sistêmica Como vimos anteriormente, a anatomia sistêmica consiste no estudo da morfologia dos órgãos que compõem os sistemas orgânicos, os quais em conjunto formam o corpo humano. Os sistemas orgânicos encontram descritos a seguir: ➢ Sistema esquelético: formado pelos ossos que compõem o esqueleto de sustentação do corpo, além de servir de suporte de fixação a outras estruturas (exemplo: músculos) e de proteção a órgãos (exemplo: coração e pulmões). ➢ Sistema articular: composto pelas articulações que conectam os ossos, de fundamental importância para a realização de movimentos. ➢ Sistema muscular: constituído pelos músculos esqueléticos, os quais se fixam nos ossos e são responsáveis pela parte ativa movimento. 14 ➢ Sistema nervoso: constituído por uma parte central (sistema nervoso central), uma parte periférica (sistema nervoso periférico) e uma autônoma (sistema nervoso autônomo). ➢ Sistema circulatório: composto pelo coração e por vasos nosquais circulam o sangue e a linfa. ➢ Sistema respiratório: constituído por órgãos responsáveis pela condução (exemplo: nariz, faringe, laringe, traqueia e brônquios) e trocas de gases entre o ar e o sangue (exemplo: pulmões). ➢ Sistema digestório: formado por órgãos que transportam (exemplo: faringe, esófago) e modificam o alimento ingerido (exemplo: boca, estômago, pâncreas, fígado), além de permitir a absorção de nutrientes (exemplo: intestino delgado), armazenamento e eliminação de resíduos para o meio externo (intestino grosso). ➢ Sistema urinário: composto pelos órgãos produtores de urina (rins) e vias urinárias que transportam a urina para o meio externo (cálices renais, pelve renal, ureter, bexiga urinária e uretra). ➢ Sistema genital feminino: constituído por órgãos produtores de gametas (ovários), tubas uterinas, útero, vagina, glândulas vestibulares, clitóris e vulva. ➢ Sistema genital masculino: composto por órgãos produtores de gametas (testículos), além dos epidídimos, ductos deferentes, ducto ejaculatório, glândulas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais, uretra, escroto e pênis. ➢ Sistema endócrino: formado por glândulas endócrinas, que não possuem ducto excretor (hipófise, tireoide, paratireoides, pineal, ilhotas pancreáticas, suprarrenal). ➢ Sistema sensorial: constituído pelos órgãos dos sentidos e estruturas responsáveis por informar sensações ao sistema nervoso (pele, orelha, nariz, boca, olho). ➢ Sistema tegumentar: formado pelas estruturas que revestem externamente o corpo (pele, cabelo, pelos, unhas, glândulas sebáceas e mamárias). A seguir, discutiremos detalhadamente os órgãos e estruturas que compõem cada sistema. 15 3 SISTEMA ESQUELÉTICO Fonte: shre.ink/mpO4 O corpo humano adulto é formado por aproximadamente 206 ossos, unidos por articulações, os quais em conjunto formam o esqueleto. No entanto, o número de ossos que formam o esqueleto pode variar, dependendo dos critérios de contagem, da idade e de variações individuais. O esqueleto é um arcabouço ósseo, resistente, que tem por função fornecer suporte e sustentação ao corpo e conferir proteção à órgãos vitais (coração, pulmões, encéfalo e medula espinal). Ainda, o esqueleto serve de reservatório de diversos íons (cálcio e fosfato), além também de armazenar células tronco hematopoiéticas, que irão originar diversas células sanguíneas (SILVA, 2021). O esqueleto é dividido em esqueleto axial, o qual forma o eixo do corpo (ossos da cabeça, pescoço e tronco), e esqueleto apendicular, formado pelos membros (ossos dos membros superiores e inferiores). O esqueleto apendicular se conecta ao esqueleto axial através dos cíngulos do membro superior (escápula e clavícula) e do membro inferior (ossos do quadril). Os ossos são revestidos externamente por uma membrana, denominada de periósteo (exceto as superfícies articulares). À camada profunda do periósteo é osteogênica, e contém células responsáveis pelo remodelamento do tecido ósseo. Além disso, observa-se no periósteo diversos nervos e vasos sanguíneos, os quais são responsáveis pela inervação e nutrição dos ossos (SILVA, 2021). 16 Classificação dos ossos Os ossos podem ser classificados de diversas maneiras. Conforme a sua localização topográfica, podem ser classificados em axiais (localizam-se no esqueleto axial) e apendiculares (localizam-se no esqueleto apendicular). Além disso, os ossos podem ser classificados conforme a predominância de uma de suas dimensões em: ossos longos (comprimento predomina sobre espessura e largura; exemplos: fêmur, úmero), curtos (comprimento, largura e espessura equivalentes; exemplo: ossos do carpo e do tarso), planos (largura e comprimento predominam sobre espessura; exemplo: escápula, frontal), irregulares (não possuem morfologia definida; exemplo: temporal, vértebras), pneumáticos (possuem cavidades contendo ar e revestidas de mucosa; exemplo: frontal, maxilar) e sesamoides (encontrados em articulações ou tendões; exemplos: patela, periarticulares). Nos ossos longos é possível notar duas extremidades, denominadas epífises, conectadas por um corpo denominado de diáfise. Em ossos longos com ossificação incompleta, observa-se a presença da cartilagem epifisial entre a epífise e a diáfise, a qual é responsável pelo crescimento em comprimento do osso longo. No interior da diáfise, observa-se a cavidade medular, que contém a medula óssea amarela. Além disso, ao seccionarmos um osso, podemos observar que este é formado por dois tipos de substância óssea, denominadas substância compacta e substância esponjosa (SILVA, 2021). Osso longo Apresenta um comprimento maior que a largura e a espessura. Exemplo: fêmur, úmero, rádio, ulna, tíbia, fíbula e falanges Osso curto Apresenta equivalência das três dimensões. São os ossos que suportam o peso do corpo. Exemplo: ossos do carpo e do tarso. Osso plano Seu comprimento e sua largura são equivalentes, predominando sobre a espessura. Ossos do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem demonstrativos. São também chamados (impropriamente) de ossos planos. Osso irregular Apresenta uma morfologia complexa não encontrando correspondência em formas geométricas conhecidas. As vértebras e osso temporal são exemplos marcantes. 17 Figura 04 – Ossos do crânio Fonte: shre.ink/Hvmn Ossos do esqueleto axial O esqueleto axial é formado pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco. Ossos da cabeça São ossos do crânio e da face: Frontal, parietal, occipital, temporal, esfenoide, etmoide, nasal, maxila, mandíbula, zigomático, palatino, vômer, lacrimal, ossículos da audição e concha nasal inferior (SILVA, 2021). Ossos do pescoço e do tronco 18 A coluna vertebral corresponde ao eixo ósseo do corpo, que além de servir de suporte para a sustentação e movimentação do corpo, também protege a medula espinal, localizada no seu interior. As vértebras possuem uma estrutura básica, constituída pelo forame vertebral, corpo vertebral, processos transversos e espinhosos. A coluna vertebral é formada por 33 peças ósseas que se articulam entre si através dos discos intervertebrais. As vértebras encontram-se dispostas umas sobre as outras, formando a coluna vertebral, e são classificadas em: ➢ 7 vértebras cervicais ➢ 12 vértebras torácicas ➢ 5 vértebras lombares ➢ 5 vértebras sacrais (sacro) ➢ 4 vértebras coccígeas (cóccix) As vértebras são conectadas entre si por diversas articulações e ligamentos de modo a conferir estabilidade e flexibilidade à coluna, atributos necessários para amobilidade do tronco, postura, equilíbrio e suporte de peso. As vértebras torácicas, por sua vez, se associam com o esterno e as costelas para formar a caixa torácica (SILVA, 2021). Figura 05- Coluna vertebral 19 Fonte: shre.ink/Hvmh Ossos do esqueleto apendicular O esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores. Ossos dos membros superiores São ossos dos membros superiores: escápula, clavícula, úmero, ulna, rádio, carpo, metacarpo e falanges. Ossos dos membros inferiores São ossos dos membros inferiores: ossos do quadril, fêmur, patela, tíbia, fíbula, tarso, metatarso e falanges. 20 4 SISTEMA ARTICULAR As articulações unem dois ou mais ossos, e têm por função permitir a formação do esqueleto. Além de promover a união entre os ossos, as articulações desempenham importante papel na movimentação, através da sua associação com o sistema esquelético e sistema muscular. Elas podem ser classificadas de acordo com sua estrutura ou função (SILVA, 2021). As articulações fibrosas são formadas por tecido conjuntivo fibroso, e possuem mobilidade extremamente reduzida. As articulações fibrosas podem ser subdivididasem: suturas (entre os ossos do crânio), gonfoses (entre dente e alvéolo) e sindesmoses (entre extremidades distais da tíbia e fibula). As suturas apresentam forma variável e, por isso, podemos classificá-las em: plana, escamosa, esquindilese e serrátil. No neonato, observa-se uma maior quantidade de tecido conjuntivo fibroso entre os ossos do crânio, a qual é fundamental para permitir o crescimento destes ossos. Essas regiões são chamadas de fontanelas (ou fontículos) e desaparecem após a ossificação completa do crânio. As articulações cartilaginosas são constituídas por cartilagem hialina ou fibrocartilagem, e também apresentam pouca mobilidade. As articulações cartilaginosas possuem cartilagem hialina entre os ossos e são classificadas como sincondroses (sincrondose esfeno-occipital). Já as articulações cartilaginosas formadas por fibrocartilagem são denominadas de sínfises (sínfise púbica). O terceiro tipo de articulação é a articulação sinovial, a qual apresenta como elemento estrutural o líquido sinovial. Diferente das articulações fibrosas e cartilagíneas, as articulações sinoviais permitem grande mobilidade entre as peças ósseas dessa articulação. As extremidades ósseas que se relacionam nessa articulação são revestidas por cartilagem hialina, e são desprovidas de irrigação sanguínea e inervação, o que torna a regeneração do tecido lenta em caso de lesões. Além disso, encontramos nesse tipo de articulação uma cápsula articular, que envolve a articulação e conecta as peças ósseas, e uma cavidade articular, onde se encontra o líquido sinovial. As articulações sinoviais podem ainda apresentar elementos acessórios, como por exemplo, meniscos, discos e ligamentos (SILVA, 2021). 21 As articulações sinoviais podem ser classificadas morfologicamente de acordo com a forma das superfícies ósseas articulares em: plana (articulações intercarpais), gínglimo (articulação interfalângica), trocoidea (articulação radioulnar proximal), elipsoidea (articulação metacarpofalângica), selar (articulação carpometacarpal do polegar) e esferoidea (articulação do quadril). Elas podem ainda ser classificadas de acordo com os movimentos realizados em torno de um, dois ou três eixos (ântero- posterior, longitudinal e látero-lateral) em: monoaxiais (articulação rádioulnar proximal), biaxiais (articulação radiocarpal) e triaxiais (articulações do ombro e quadril). 5 SISTEMA MUSCULAR Fonte: shre.ink/mpOQ O sistema muscular é composto pelos músculos estriados esqueléticos, responsáveis por realizar diversos tipos de movimento. Os músculos são formados por células especializadas, que contraem e relaxam frente à diferentes estímulos. As células musculares são fusiformes e alongadas, sendo denominadas de fibras. As fibras se agrupam em feixes que, por sua vez, formam os músculos, por serem o elemento ativo do movimento, participam da sustentação, locomoção e manutenção da forma do corpo. Além disso, os músculos são reservatórios de proteínas e fontes de produção de calor. Os músculos estriados esqueléticos apresentam estriações, e são em sua maioria voluntários. Ainda é válido ressaltar que 22 a força de contração de um músculo depende não apenas do número de fibras que o compõe, mas também do diâmetro destas fibras (SILVA, 2021). Os músculos estriados esqueléticos possuem uma porção carnosa, chamada ventre muscular, que é a parte contrátil dos músculos. Além disso, os músculos estriados esqueléticos possuem em suas extremidades uma porção branca cilíndrica/ou em forma de fita, denominada tendão ou aponeurose, as quais são constituídas de tecido conjuntivo denso e são responsáveis por fixar o músculo ao esqueleto, cartilagens ou outras estruturas. Além disso, os músculos estriados esqueléticos são envolvidos externamente por uma membrana de tecido conjuntivo, a fáscia muscular, que tem por finalidade, otimizar o trabalho de contração dos músculos, além de auxiliar a sua fixação ao esqueleto (SILVA, 2021). O ponto proximal de fixação do músculo é denominado origem, enquanto que o ponto distal de fixação é denominado de inserção. Nos membros, normalmente, a inserção corresponde à porção mais distal, e a origem à porção mais proximal do músculo. Dessa forma, a origem e inserção do músculo não dependem do movimento realizado. No entanto, é válido esclarecer que durante a realização de determinados movimentos, um músculo pode ter seus pontos fixo e móvel alterados. Os músculos podem ser classificados conforme vários critérios que incluem a disposição das fibras musculares e a forma. Quanto à disposição das fibras musculares, os músculos podem ser classificados em longo (m. esternocleidomastoideo), largo (m. glúteo máximo) e fusiforme (m. bíceps braquial), quando apresentam fibras musculares paralelas. Ainda, alguns músculos apresentam fibras em disposição oblíqua, sendo classificados como peniformes, quando suas fibras são oblíquas em relação aos tendões (m. reto femoral). Além disso, alguns músculos apresentam fibras musculares em disposição circular, sendo classificados como circulares (m. orbicular da boca). Quanto ao número de origens, os músculos podem ser classificados em bíceps (2 origens: m. bíceps braquial), tríceps (3 origens: m. tríceps sural) e quadríceps (quatro origens: m. quadríceps femural). No que diz respeito ao número de inserções, os músculos podem ser divididos em bicaudado (2 tendões de inserção: m. reto da coxa) e policaudado (3 ou mais tendões de inserção: mm. extensores dos dedos da mão). Além disso, os músculos 23 podem ser classificados conforme o número de ventres musculares em digástrico (2 ventres: m. digástrico) e poligástrico (3 ou mais ventres: m. reto do abdome). Os músculos também podem ser classificados conforme o movimento que realizam, ou seja, de acordo com sua função. Assim, quando o músculo é o principal agente na execução de um movimento, ele é denominado agonísta; quando se opõe ao movimento do agonista, ele é denominado antagonista. As células musculares normalmente são controladas pelo sistema nervoso, através da inervação das fibras musculares, que irão promover a contração ou relaxamento do músculo (SILVA, 2021). 5.1 Fisiologia muscular Propriocepção é um termo derivado do latim, proprious significa "si mesmo, e recepção refere-se a "receber", obter informações sobre a posição e o estado das partes do corpo significa que os proprioceptores são estruturas nos músculos esqueléticos, tendões, articulações e até mesmo no ouvido interno que realizam essas sensações. Tais estruturas capturam a posição, o movimento e as forças exercidas pelas estruturas do corpo, como a cabeça e os membros, sem olhar para sua localização (GUYTON; HALL, 2017). Você pode testar o quão bem essas estruturas funcionam. Tente fechar os olhos e tentar localizar onde estão seus braços. Você é capaz de se sentir assim porque seus proprioceptores de ordem superior estão "avisando" você sobre esse local. Os proprioceptores são considerados receptores sensoriais, o que significa que os impulsos nervosos originários dessas estruturas são transportados por neurônios sensoriais e entram no sistema nervoso central (SNC), na medula ou no encéfalo. Posteriormente, essa informação percorre os tratos sensoriais, que são fibras nervosas compostas por projeções axônicas, e ascende encefalicamente até o córtex cerebral. A seguir abordaremos sobre as estruturas encefálicas envolvidas nesse processo. Os proprioceptores também emitem sinais contínuos ao SNC. 24 Fusos musculares Os fusos musculares são receptores sensoriais de estiramento que detectam o comprimento do músculo e suas alterações. Distribui-se nas fibras musculares esqueléticas, também denominadas extrapiramidais, e circundado por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso. O músculo esquelético possuinumerosos fusos musculares. Por exemplo, os músculos dos dedos dos recém-nascidos têm pelo menos 50 fusos. Morfologicamente, sua parte externa é pontiaguda na ponta e a parte central é larga. O interior contém fibras musculares chamadas intrafusais. Isso difere das fibras musculares esqueléticas porque elas se contraem apenas nos pólos. Sua região central carece dessa capacidade porque carece de miofibrilas. A inervação das fibras intrafusais é dividida em segundo Tortora; Derrickson, 2017): • Uma parte sensorial, composta de axônios de fibras Ia, que inervam a região equatorial intrafusal não contráctil. Essas fibras nervosas são estimuladas por estiramento muscular esquelético; • Uma parte motora contráctil do fuso em suas extremidades, que é inervada por neurônios motores gama. Figura 6 - Fusos musculares e seu funcionamento Fonte: Bear, Connors e Paradiso (2017). 25 Os axônios Ia são grandes e mielinizados, o que leva à rapidez na transmissão do potencial de ação. Essas fibras se ligam à raiz dorsal da medula espinhal e criam sinapses excitatórias com interneurônios e neurônios motores alfa no corpo ventral da medula espinhal. As fibras musculares esqueléticas são inervadas pelos neurônios motores do tipo alfa, que também fazem com que o neurotransmissor acetilcolina libere sinapticamente ( ACh ) (Figura 7). A função do fuso é ajustável, como foi dito anteriormente. Com isso, ele continua ativo enquanto os músculos estão em repouso, proporcionando a manutenção do tônus muscular (que será abordado no próximo tópico). Além disso, o fuso atua durante a contração muscular no seguinte processo: • Quando o músculo é estirado, os fusos musculares também são estendidos, resultando em disparo das fibras sensoriais Ia; • Após esse estiramento, ocorre uma contração muscular das fibras extrafusais de forma reflexa, realizada pelos neurônios motores alfa. Mas por que isso acontece? Bem isso ocorre para impedir danos relativos ao estiramento muscular excessivo. Esse processo pode ser denominado reflexo de estiramento, ou também reflexo miotático (em grego, mio significa “músculo” e tático significa “estirar”) (Figura 7). A sinapse entre os neurônios sensoriais Ia e os motores alfa constituem um arco reflexo monossináptico, pois apenas uma sinapse é realizada aqui (SILVERTHORN, 2017). Figura 7 - Fusos musculares e o reflexo de estiramento 26 Fonte: Silverthorn (2017, p. 423). Já a fusão muscular poderia enfraquecer sua ação, paralisando a musculatura. Por que isso não acontece? A gama de neurônios motores entra em cena para que o sistema muscular continue funcionando adequadamente. Essas fibras nervosas, que circundam as extremidades opostas do fuso, realizam o disparo neuronal, estimulando a contração das fibras intrafusais. A partir daí o fuso volta a se movimentar, garantindo uma contração muscular. Essa estimulação é conhecida como coativação alfa - gama porque envolve dois neurônios motores com atividade aumentada, conforme mostrado na Figura 8. Figura 8 - O fuso muscular e os neurônios motores alfa e gama 27 Fonte: Bear, Connors e Paradiso (2017, p. 474). Órgão tendinoso de Golgi O órgão tendinoso de Golgi, é um proprioceptor localizado entre a junção dos tendões com as fibras musculares. Ele atua como um sensor de tensão dos músculos, devido à ação que os tendões sofrem quando se aumenta a tensão de contração do músculo. Esse fenômeno é distinto da atividade do fuso muscular, visto que o órgão tendinoso não atua em relação ao estiramento muscular e, sim, na contração, como um sensor de tensão. Sua estrutura morfológica é representada por uma cápsula de tecido conjuntivo e terminações nervosas livres entrelaçadas com fibras de colágeno. As fibras sensoriais no órgão tendinoso são do tipo Ib, um pouco mais finas do que as fibras Ia (SILVERTHORN, 2017). Quando a tensão muscular aumenta, o órgão tendinoso atua. Isso faz com que a tensão nas fibras de colágeno aumente, o que acaba comprimindo as fibras sensoriais e resultando em potenciais rajadas de energia relacionadas à ação. As fibras Ib entram pelo milho ventral da medula medial e fazem sinapses com interneurônios inibitórios. Como resultado, há uma conexão pós-sináptica entre esses interneurônios e os neurônios motores alfa ainda no tronco cerebral. 28 Este circuito serve como base para o reflexo tendinoso de Golgi. Tal fenômeno regula a tensão muscular dentro de uma faixa ideal. Ele pode estimular a " proteção" se o músculo estiver carregando uma carga excessiva que cause muita tensão. Como resultado, o alfa motor neuronal reduz suas taxas de disparo, o que, por sua vez, resulta em um declínio na contração. Por outro lado, o neurônio motor alfa volta a disparar quando a carga muscular diminui já que sua incapacidade de resistir aumenta, levando ao sucesso na oposição. Essa reação auxilia muito no manuseio de objetos com maior fragilidade, pois proporciona uma faixa de tensão de manuseio (SILVERTHORN, 2017). Tônus muscular O tônus muscular é a tensão de um músculo durante a contração. Este processo é provocado por uma variedade de estruturas contidas nos músculos, bem como suas interações com o sistema nervoso periférico (SNP) e conexões SNC. As unidades motoras nas fibras musculares são o contingente de fibras imobilizadas por um único neurônio motor. Todas as unidades lutam entre si coletivamente quando esse neurônio libera potenciais de ação (CONSTANZO, 2007). Os músculos ficam relaxados quando em estado de repouso, mas algumas unidades motoras são ativadas involuntariamente para manter a estimulação muscular contínua. O estabelecimento do tônus muscular é resultado desse processo, e esse fenômeno é mantido tanto pela ativação contínua quanto pela intercalação das unidades motoras. Porém, não são gerados movimentos ou contrações intensas pelo tônus muscular, deixando a musculatura rígida para a manutenção postural. Uma ilustração da atividade do tônus muscular é o músculo pectíneo dorsal, que mantém seu tônus de modo que a cabeça não caia para a frente em direção à região torácica. Devemos lembrar que a contração muscular ocorre após a estimulação do neurônio motor das fibras musculares (CONSTANZO, 2007). O autor afirma que a porção ventral da substância medular cinzenta abriga as regiões corticais do neurônio motor alfa. Este neurônio cria sinapses químicas com o músculo esqueleto, ou junções neuromusculares. O neurotransmissor ACh é liberado nessas junções como resultado de um potencial de ação no neurônio motor. 29 A acetilcolina (Ach) é distribuída para a placa motora, que serve como ponto de contato entre o axônio terminal e a membrana da fibra muscular. Como resultado, a ACh liga-se aos receptores nicotínicos, que são os canais de sódio, e provoca a sua abertura, permitindo que a ACh se difunda por toda a célula muscular. Diante disso, ocorre uma despolarização da fibra muscular que favorece o deslizamento da capa do filamento de miosina sobre a actina, resultando no cruzamento das fibras e encurtamento da fibra. Ação do fuso na manutenção do tônus muscular Como dito, as fibras musculares têm uma ação tônica que ajuda a manter o tônus e mantê-las consistentemente firmes. O mecanismo por trás desse processo está, antes de tudo, conectado às fibras Ia no cérebro. A mesma contração do músculo esquelético ocorre enquanto o músculo está em repouso; no entanto, essa contração é mais leve do que o normal e tem como objetivo ativar as fibras Ia, que estão localizadas na região intermediária do fuso. Como resultado, as fibras sensoriais transmitem informações para a medula dorsal e realizam sinapses com a raiz ventral dos neurônios motores. Essa conexão, discutida anteriormente no tópico, fornece uma conexão excitatória que leva a um reflexomonossináptico (SILVERTHORN, 2017). Nota- se uma leve tensão nos músculos do tônus devido à conexão entre as fibras Ia e os neurônios motores alfa, o que resulta em atividade tônica. A resposta provocada pela ativação da fornalha muscular por estiramento é uma contração das fibras da matriz extracelular. Como resultado, a função do fuso seria reduzida porque o músculo não estaria mais tão esticado. Mas, quando há neurônios motores da gama, os músculos permanecem ativos porque o neurônio empurra as extremidades das fibras intramusculares, mantendo o músculo ativo independentemente do comprimento do músculo. O significado da ativação alfa-gama fica assim claro (SILVERTHORN, 2017). 30 6 SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é responsável pela integração do ser humano ao meio ambiente, uma vez que é capaz de interpretar os estimulos aplicados ao corpo, e gerar respostas adequadas a este estímulos. Desta forma, o sistema nervoso controla e coordena todos os sistemas que formam o organismo. Para desempenhar suas funções, o sistema nervoso possui milhões de receptores sensitivos, que detectam informações de dentro e fora do corpo. Em seguida o sistema nervoso interpreta e integra essas informações, as quais irão desencadear respostas nos órgãos efetores (SILVA, 2021). O sistema nervoso é dividido em sistema nervoso central (SNC), formado pela medula espinal e pelo encéfalo, responsável por interpretar estímulos e gerar comandos, e pelo sistema nervoso periférico (SNP), formado por nervos cranianos e espinais, gânglios e terminações nervosas, cuja função é tanto conduzir estímulos para o SNC como também ordens geradas no SNC para as estruturas-alvo (fibras meotoras ou eferentes). Além disso, há o sistema nervoso autônomo (SNA), formado pelas subdivisões simpática e parassimpática, o qual é responsável pelo controle e manutenção da homeostase do organismo (SILVA, 2021). Sistema nervoso central e sistema nervoso periférico O SNC é formado pelo encéfalo e medula espinal, os quais se localizam dentro do crânio e da coluna vertebral. O SNP, como mencionado anteriormente, é composto por terminações nervosas, nervos e gânglios. Os nervos correspondem a feixes de fibras nervosas que conduzem ou trazem impulsos ao SNC, e podem ser divididos em nervos cranianos ou espinais. OS NERVOS CRANIANOS (12 PARES) FAZEM CONEXÃO COM O ENCÉFALO, E SÃO DIVIDIDOS EM: Olfatório (I), Óptico (II), Oculomotor (III), Troclear (IV), Trigêmeo (V), 31 Abducente (VI), Facial (VII), Vestibulococlear (VIII), Glossofaríngeo (IX), Vago (X), Acessório (XI) e Hipoglosso (XII). Já os nervos espinais (31 pares) realizam conexão com a medula espinal. Cérebro O encéfalo pode ser dividido em várias partes, que são o cérebro, tronco encefálico e cerebelo. O cérebro é formado pelo telencéfalo e diencéfalo, que durante o processo de desenvolvimento do embrião evoluem a partir do prosencéfalo. O telencéfalo é composto por dois hemisférios cerebrais, os quais estão unidos por fibras, denominadas de comissuras. Os hemisférios cerebrais são compostos pelo córtex cerebral (substância cinzenta), fibras nervosas (substância branca) e núcleos da base. A área clara, denominada substância branca, localiza-se na região central do encéfalo, enquanto a área escura, denominada substância cinzenta, ocupa a região periférica do encéfalo (SILVA, 2021). Na substância branca há predomínio de fibras nervosas mielínicas, enquanto que na substância cinzenta há predomínio de corpos de neurônios. O acúmulo de corpos de neurônios no SNC forma núcleos, os quais possuem diversas funções, como por exemplo, controle da respiração, da pressão arterial, da produção de hormônios, etc. Tronco encefálico O tronco encefálico é formado pelo mesencéfalo, ponte e bulbo, os quais evoluem a partir do mesencéfalo, metencéfalo e mielencéfalo. No mesencéfalo, situam-se importantes estruturas, como a glândula pineal e o nervo troclear. Na ponte, localizada entre o mesencéfalo e o bulbo, nota-se o nervo trigêmeo. No sulco que afasta a ponte do bolbo (sulco bulbopontino), emergem os nervos facial, abducente, 32 intermédio e vestibulococlear. Do bulbo, emergem os nervos glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso (SILVA, 2021). Cerebelo O cerebelo origina-se a partir do metencéfalo, e está localizado posteriormente o bulbo e à ponte. Suas principais funções estão relacionadas à coordenação motora e ao equilíbrio. Medula espinal A medula espinal é uma estrutura cilíndrica e afilada, localizada no canal vertebral. À medula espinal é composta por substância cinzenta, localizada mais internamente e em forma de “H”, e por substância branca, formada principalmente por fibras mielínicas e localizada na porção mais externa. Na medula espinal, encontram- se os nervos espinais, os quais são formados pela união da raiz posterior e da raiz anterior. As fibras que compõe essas raízes são sensitivas (raiz posterior) e motoras (raiz anterior), o que torna o nervo espinal misto. No entanto, logo após a fusão das raízes, o nervo se divide em ramos anterior e posterior, que inervam diferentes regiões do corpo. Alguns ramos anteriores podem se unir, formando Plexos nervosos (plexo braquial). Meninges O encéfalo e a medula espinal são envolvidos por membranas de tecido conjuntivo, denominadas meninges. A membrana mais interna, aderida ao tecido nervoso, é a pia-máter, enquanto a mais externa é a dura-máter; entre essas duas membranas há uma membrana intermediária, denominada de aracnoide-máter. A medula espinal possui espaços entre as meninges. Entre o canal vertebral e a dura- máter há o espaço epidural entre a aracnoide-máter e a dura-máter há o espaço subdural. Entre a pia-máter e a aracnoide-máter há o espaço subaracnóideo, por onde circula o liquor, o qual é produzido nos plexos coroideos, localizados nos ventrículos cerebrais (SILVA, 2021). 33 Sistema nervoso autônomo O sistema nervoso (SN) pode ser dividido funcionalmente em SN somático e SN visceral. O SN somático é responsável por integrar o indivíduo ao meio ambiente, através de suas ações sobre o músculo estriado esquelético. Já o SN visceral regula a atividade das glândulas, músculo cardíaco e músculo liso, atuando assim no controle da homeostasia do organismo. O SN visceral possui um componente aferente, o qual transmite informações até o SNC, que por sua vez interpreta as informações e desencadeia uma resposta, a qual é enviada até o local de origem do estímulo por meio da via eferente, que é também denominada de Sistema Nervoso Autônomo (SNA). O SNA é fundamental para o controle da manutenção da homeostase, através de seus efeitos sobre a atividade das glândulas, músculo cardíaco e músculo liso. Os SN visceral é o somático apresentam algumas diferenças anatômicas e funcionais. Uma das diferenças refere-se aos órgãos inervados, uma vez que o SN somático inerva músculo esquelético, enquanto que o SN visceral inerva coração músculo liso e glândulas. Outra diferença entre o SN visceral e o SN somático diz respeito ao número de neurônios que inervam o órgão efetor. Enquanto o SN somático tem um neurônio responsável por inervar o órgão, o SN visceral possui dois neurônios, sendo um localizado dentro do SNC (neurônio pré-ganglionar) e outro em um gânglio (neurônio pós-ganglionar). O SN autônomo é dividido em dois ramos, denominados de simpático e paras- simpático, os quais apresentam diferenças anatômicas e funcionais. Uma das diferenças anatômicas refere-se quanto à localização dos neurônios pré-ganglionares. No SN simpático, os neurônios pré-ganglionares estão localizados nas porções torácica e lombar (de T1 a L2) da medula espinal (SILVA, 2021). Já no SN Parassimpático, os neurônios pré-ganglionares estão localizados na parte sacral(de S2-S4) da medula espinal e no tronco encefálico. À ativação do SN simpático promove aumento da frequência cardíaca, vasodilatação, dilatação das pupilas, as quais são caracterizadas como reação de luta e fuga. Por outro lado, a ativação do SN parassimpático induz redução da frequência cardíaca, promove vasoconstrição e constrição das pupilas, características de uma situação de repouso. 34 Entretanto, em alguns casos, as partes simpática e parassimpática podem exercer o mesmo efeito em um órgão. À maior parte dos órgãos são inervados pelas duas divisões do SN autônomo. Entretanto, algumas estruturas apresentam somente um tipo de inervação, como, por exemplo, as glândulas sudoríparas, que são inervadas apenas pelo SN simpático (SILVA, 2021). O SN autônomo é influenciado por estruturas do SNC, como tronco encefálico, hipotálamo, córtex cerebral, amígdala e medula espinal. Este fato explica como modificações do funcionamento visceral podem ocorrer frente a alterações emocionais. Transmissão Sináptica As sinapses podem ser definidas como zonas de contato entre dois neurônios, ou entre neurônios e células musculares, e até mesmo células glandulares. As sinapses podem ser químicas ou elétricas, sendo que nas sinapses químicas uma molécula, chamada de neurotransmissor, é liberada em um espaço denominado fenda sináptica, daí se difundindo para interagir com receptores na outra célula. Nas sinapses elétricas não há neurotransmissor; o estímulo é propagado para a célula vizinha por meio de canais que comunicam o citoplasma de uma célula a outra. Por propagar rapidamente o potencial de ação através dos seus axônios, este tipo de sinapse é mais comum em neurônios responsáveis pelas informações sensoriais. No caso das sinapses químicas, a transmissão do impulso elétrico é sempre unidirecional, o que nos permite classificar as células dessa sinapse em pré e pós-sináptica. A célula que transmite o estímulo é conhecida como célula pré- sináptica, enquanto que a célula que recebe o estímulo, dando continuidade à propagação do sinal, é conhecida como célula pós-sináptica. Vale salientar que, apesar de existirem dois tipos de sinapses, o tipo mais encontrado são as sinapses químicas. Estas sinapses estão envolvidas com processos de aprendizagem, sendo bastante comum no SNC. Diferente das sinapses elétricas que sempre são excitatórias, as químicas podem ser tanto excitatórias quanto inibitórias, isto é, sinapses que estimulam e inibem a atividade da célula pós- sináptica, respectivamente. Para entender melhor a importância das sinapses inibitórias nos processos biológicos podemos citar o controle das atividades motoras 35 realizadas por estruturas supra-espinhais (tronco encefálico e córtex cerebral), os quais são na grande maioria dependentes de sinapses químicas inibitórias. O processo de liberação do neurotransmissor nas sinapses químicas depende da chegada do potencial de ação no terminal da fibra pré-sináptica, o que leva a abertura de canais de cálcio e entrada deste íon. O cálcio estimula o tráfego, fusão das vesículas e liberação do neurotransmissor na fenda sináptica. O neurotransmissor interage com receptores presentes na fibra pós-sináptica, processo que leva a abertura de canais para cátions (íons com carga positiva), geração e propagação do potencial de ação na fibra pós-sináptica (SILVA, 2021). 7 SISTEMA CIRCULATÓRIO O sistema circulatório é um sistema fechado constituído por tubos (vasos) no interior dos quais circulam fluidos (sangue), através da ação de uma bomba muscular (coração). Tem por função realizar o transporte de nutrientes, oxigênio, hormônios e resíduos do metabolismo, além de transportar células de defesa importantes para a defesa do organismo. Ele é subdividido em sistema sanguíneo, formado pelos vasos que transportam sangue (veias, artérias e capilares) e o coração, e sistema linfático, formado pelos vasos que transportam linfa (capilares e vasos linfáticos) e por órgãos linfoides (tonsilas, linfonodos, baço e timo). Coração O coração está localizado na cavidade torácica, posterior ao esterno e às costelas, apoiado sobre o diafragma, em uma região denominada mediastino. O coração possui uma base, que é superior, e um ápice, o qual é inferior, e possui três faces, cujos nomes descrevem as suas relações com as estruturas adjacentes (esternocostal, diafragmática e pulmonar). Externamente, os átrios apresentam estruturas em forma de orelha, denominadas aurículas (direita e esquerda). A morfologia interna dos átrios é caracterizada pela presença dos músculos pectíneos. Já os ventrículos, apresentam em sua morfologia interna projeções musculares, denominadas de músculos papilares (SILVA, 2021). 36 Entre os átrios e os ventrículos existem orifícios: os óstios atrioventriculares esquerdo e direito. Nestes óstios, observam-se a valva atrioventricular direita, ou tricúspide (formada por três válvulas), e a valva atrioventricular esquerda, ou bicúspide (composta por duas válvulas), as quais permitem a passagem unidirecional do sangue dos átrios para os ventrículos. Basicamente, o coração funciona como uma bomba contrátil que transporta sangue pouco oxigenado para os pulmões e sangue rico em oxigênio proveniente dos pulmões para o coração, para então ser transportado ao restante do organismo. As veias cavas superior e inferior drenam o sangue pouco oxigenado no átrio direito, o qual é transportado para o ventrículo direito. No ventrículo direito, emerge o tronco pulmonar, que se divide em artérias pulmonares (direita e esquerda), as quais transportam sangue para ser oxigenado nos pulmões. Em seguida, o sangue rico em oxigênio retorna pelas veias pulmonares (direitas e esquerdas) ao átrio esquerdo (circulação pulmonar), que em seguida é transportado ao ventrículo esquerdo. No ventrículo esquerdo, emerge o arco da aorta, por onde o sangue rico em oxigênio será transportado a todo organismo (circulação sistêmica), O músculo cardíaco (miocárdio) é revestido externamente por uma membrana serosa (epicárdio) e internamente por células endoteliais (endocárdio). Além disso, o coração é envolvido externamente por um saco fibroso, o pericárdio, o qual é formado por uma camada externa (pericárdio fibroso) e uma camada interna (pericárdio seroso), a qual é subdividida em duas lâminas, (parietal e visceral), entres quais se observa a cavidade do pericárdio (SILVA, 2021). O coração é irrigado pelas artérias coronárias (direita e esquerda), as quais quando obstruídas, podem resultar em infarto do miocárdio. Entre as propriedades do coração, podemos citar o automatismo, ou seja, a capacidade que o coração possui de gerar e conduzir impulsos elétricos. A atividade contrátil do coração é influenciada pelo SN autônomo, o qual atua sobre o nó sinoatrial, que por sua vez conduz o impulso ao nó atrioventricular, de onde partem os feixes que se distribuem e inervam todo o miocárdio. Fisiologia Cardíaca 37 Na fisiologia, o coração é dividido em duas bombas: uma direita e outra esquerda. A primeira propele o sangue para os pulmões, e a segunda para a circulação sistêmica. Cada uma dessas bombas apresenta duas câmaras, um átrio e um ventrículo constituídos pelos músculos atrial e ventricular, respectivamente, além de fibras excitatórias e condutoras; estas últimas são pobres em proteínas de contração, porém, especializadas em gerar impulsos e conduzi-los por todo o coração, tornando-o uma bomba contrátil. A velocidade de propagação do impulso gerado pelas fibras excitatórias é otimizada pela presença de uma comunicação entre as fibras cardíacas denominadas discos intercalares, e são eles que fornecem ao coração a natureza sincicial. Para que o músculo cardíaco se contraia, ele precisa antes passar por uma despolarização de suas membranas. Em repouso, a membranasarcoplasmática das fibras cardíacas é carregada negativamente, e para que haja contração é preciso que íons carregados positivamente entrem rapidamente na fibra tornando-a positiva, o que caracteriza um potencial de ação. Diferentemente do músculo esquelético, o potencial de ação do músculo cardíaco é mais longo, pois apresenta um platô, ou seja, um período de estabilidade elétrica onde o potencial de membrana não diminui nem aumenta. Isso acontece pela abertura dos canais lentos de cálcio e pelo retardo na abertura dos canais de potássio, após a abertura dos canais de sódio; estes últimos são responsáveis pela despolarização da membrana, enquanto que os canais de cálcio e de potássio pelo platô. Vale ressaltar que o platô é importante para a função de bomba do coração. A positividade da membrana promove um aumento intracelular de cálcio proveniente da abertura de canais de cálcio do retículo sarcoplasmático e da membrana plasmática (sarcolema), que, por sua vez, promove o deslizamento dos filamentos contráteis de actina sobre os de miosina, encurtando o músculo, o que constitui o mecanismo de contração cardíaca. Após a contração, o cálcio é removido do meio intracelular pelas bombas de cálcio presentes no retículo sarcoplasmático e sarcolema. Ciclo cardíaco 38 Os eventos que ocorrem desde o início do primeiro batimento cardíaco até o começo do seguinte compõem o chamado ciclo cardíaco. O ciclo se inicia com a geração do potencial de ação no nodo sinusal, localizado no átrio direito, atingindo primeiramente os átrios. Por esta razão, eles se contraem primeiro, e depois os ventrículos, por meio do nodo e do feixe atrioventriculares. O motivo pelo qual os ventrículos contraem apenas após os átrios é que, na altura no nodo atrioventricular, o impulso elétrico originado no nodo sinoatrial ou sinusal sofre um atraso na sua condução; este fenômeno é conhecido como retardo funcional. O ciclo cardíaco é dividido em duas fases: uma de contração, chamada de sístole, e outra de relaxamento, momento em que há enchimento da câmara cardíaca, denominada diástole. No eletrocardiograma, o ciclo cardíaco pode ser identificado pelo traçado produzido pelos sinais elétricos do coração propagados para a superfície do corpo. A onda P do traçado indica despolarização dos átrios, seguida pelo complexo QRS (ondas identificadas no traçado do eletrocardiograma), que indica despolarização dos ventrículos - fenômenos que antecedem a contração dos átrios e ventrículos, respectivamente. O complexo QRS é seguido pela onda T, que representa a repolarização dos ventrículos. Dessa forma, o espaço entre a onda P e o complexo QRS, denominado intervalo P-R, indica o retardo funcional, enquanto o espaço entre o complexo QRS e onda T, denominado segmento S-T, representa o platô. Sístole ventricular O aumento da pressão ventricular, imediatamente após a contração dos ventrículos, provoca fechamento das valvas atrioventriculares (valvas A-V) e, em seguida, a abertura das valvas semilunares (aórtica e pulmonar), permitindo a saída de sangue dos ventrículos para a aorta (coração esquerdo) e o tronco pulmonar (coração direito). No entanto, nem todo o sangue do ventrículo é ejetado pelo coração, permanecendo no final da sístole um volume residual, denominado volume sistólico final, enquanto que o volume ejetado é denominado débito sistólico. O volume sistólico final é importante para nutrição do endocárdio, desprovido do aporte sanguíneo durante a contração. Com o fim da sístole ventricular ocorre uma diminuição da pressão ventricular e, consequentemente, as valvas semilunares se 39 fecham, enquanto as valvas A-V se abrem, permitindo a passagem do sangue acumulado nos átrios durante a sístole ventricular para os ventrículos, enchendo-os. Artérias São tubos que transportam sangue para fora do coração. São compostas por uma tánica íntima (endotélio), uma túnica média (fibras musculares lisas e elastina) espessa e uma túnica adventícia (tecido conjuntivo). As artérias apresentam calíbre variado, ou seja: grande, médio, pequeno e arteríolas, cujos ramos podem ser terminais (quando a artéria se ramifica e o tronco principal deixa de existir após a divisão) ou colaterais (quando a artéria se ramifica e o tronco de origem continua a existir). As artérias podem ser superficiais ou profundas, dependendo de sua localização topográfica. Os critérios mais comuns utilizados para designar as artérias estão relacionados com o local por onde passam (artéria braquial), órgão irrigado (artéria gástrica) ou osso mais próximo (artéria temporal). Veias São tubos que transportam sangue para o coração. As veias também possuem uma túnica íntima, túnica média e túnica adventícia, entretanto, a túnica média das veias é muito menor do que das artérias. Além disso, a luz das veias é maior do que das artérias. Às veias apresentam forma variada, dependendo do volume de sangue presente no seu interior. Assim, quando as veias estão cheias de sangue tornam-se cilíndricas, mas quando estão com pouco sangue tornam-se achatadas (SILVA, 2021). Quanto ao calibre, as veias podem ser classificadas em veias de grande, médio e pequeno calibre, e vênulas. Enquanto as artérias se ramificam, formando outros vasos de menor calibre, as veias de menor calibre vão se unindo com outras veias, formando vasos de maior calibre à medida que se aproximam do coração. Bem como as artérias, as veias podem ser superficiais ou profundas, dependendo da sua localização. Em alguns casos, é possível observar a presença de veias comunicantes estabelecendo comunicações entre veias superficiais e profundas. 40 A quantidade de veias é maior do que de artérias devido ao elevado número de veias superficiais, que é superior ao de artérias, e devido à presença de duas veias satélites, que acompanham o trajeto de algumas artérias. Outra característica das veias é a presença de válvulas no seu interior, formadas a partir de uma projeção da membrana interna do vaso, cuja função é orientar o fluxo sanguíneo em direção ao coração e impedir o refluxo de sangue para regiões inferiores do corpo. Entretanto, veias do cérebro e do pescoço não apresentam válvulas, já que o fluxo sanguíneo nesses territórios é favorecido pela gravidade. A falência das válvulas provoca estase sanguínea e dilatação dos vasos, que é conhecido como varizes (SILVA, 2021). O sangue circula nas artérias por diferença de pressão. No entanto, para que o sangue possa circular nas veias, onde a pressão é quase nula, outros mecanismos são necessários para que o sangue retorne ao coração, como por exemplo, as válvulas, peristaltismo (movimento das vísceras no tubo digestório) e contração muscular, os quais, em conjunto, promovem o retorno do sangue venoso ao coração. Capilares Sanguíneos São as menores estruturas do sistema circulatório, formadas por uma camada de células endoteliais, interpostas entre as artérias e veias. Os capilares correspondem ao local das trocas realizadas entre o sangue e os tecidos (SILVA, 2021). Sistema linfático É um sistema formado por capilares linfáticos (mais calibrosos e irregulares que os sanguíneos), vasos linfáticos, troncos linfáticos e órgãos linfoides (linfomodos, baço, tonsilas e timo). Os vasos linfáticos transportam a linfa, que possui constituição diferente do sangue. Este sistema auxilia o transporte de moléculas que saíram dos capilares sanguíneos, além de remover o excesso de líquido dos tecidos, auxiliando assim a drenagem realizada pelo sistema venoso. O fluxo de linfa nos vasos e capilares linfáticos é lento e flui apenas em direção ao coração. A linfa que circula pelos vasos linfáticos é lançada de volta ao sistema 41 venoso através do maior tronco linfático, denominado ducto torácico, localizado entre a veia jugularinterna e a veia subclávia do lado esquerdo. Os capilares linfáticos estão localizados em quase todas as regiões, exceto no SNC, medula óssea, ossos e dentes (SILVA, 2021). Além de auxiliar o sistema venoso na remoção de líquidos e partículas, o sistema linfático possui órgãos linfoides, podendo citar os linfonodos. Estas estruturas estão localizadas no trajeto dos vasos linfáticos e constituem um mecanismo de proteção contra partículas estranhas presentes na circulação. 8 SISTEMA RESPIRATÓRIO O sistema respiratório é responsável pela hematose, que é o processo pelo qual ocorre a absorção do oxigênio pelo organismo e eliminação do CO2 (dióxido de carbono) no ar expirado. Ele pode ser dividido do ponto de vista funcional em duas porções: uma que conduz o ar e outra que promove a hematose. À porção condutora é constituída por estruturas tubulares que transportam o ar para os pulmões e transportam o ar dos pulmões rico em CO2, para o meio externo. A porção condutora é composta pelo nariz, cavidade nasal, seios paranasais, faringe, laringe, traqueia e brônquios. Já a porção de respiração corresponde aos pulmões, que é o local onde ocorrem as trocas gasosas entre os capilares pulmonares e o ar presente nos alvéolos (SILVA, 2021). Algumas estruturas de condução do ar podem estar envolvidas com outras funções, como, por exemplo, a laringe, que é um órgão de fonação, e o nariz que também é responsável pelo olfato. Ainda, parte da faringe também participa do sistema digestório, conduzindo o alimento para o esôfago. As estruturas que compõem o sistema respiratório serão discutidas a seguir. Nariz, cavidade nasal e seios paranasais O nariz é formado por um esqueleto ósseo (ossos nasais, maxilas) e cartilaginoso (cartilagens nasais). As diferenças nas cartilagens nasais são as principais responsáveis pelas variações morfológicas do nariz. O nariz apresenta em sua extremidade superior uma raiz e, em sua extremidade inferior, uma base com 42 duas aberturas denominadas narinas, as quais comunicam a cavidade nasal com o meio externo. A cavidade nasal localiza-se posteriormente às narinas e comunica-se posteriormente com a parte nasal da faringe através das coanas. À cavidade nasal é separada em duas metades pelo septo nasal, composto por uma porção óssea (lâmina perpendicular do osso etmoide e osso vômer) e uma porção cartilagínea (cartilagem do septo nasal). Esta ainda está separada da cavidade oral, localizada inferiormente pelo palato, formado por osso (palato duro) e por músculos (palato mole). À cavidade nasal desempenha importantes funções, que incluem o transporte, aquecimento, filtração e umidificação do ar inspirado, atua como câmara de ressonância na fonação, e possui receptores olfatórios, atuando assim na olfação (SILVA, 2021). Nas paredes laterais da cavidade nasal são observadas projeções: as conchas nasais (superior, média e inferior), que são formadas por tecido ósseo recoberto de mucosa. A principal função das conchas nasais é possibilitar o aumento da superfície da cavidade nasal. Entre as conchas nasais, observam-se espaços, denominados meatos (superior, médio e inferior). Os seios paranasais são cavidades presentes em alguns ossos do crânio e da face, revestidos por mucosa e preenchidos de ar, que auxiliam na modificação do ar inspirado. Os seios paranasais são encontrados nos ossos frontal, esfenoide, etmoide e maxila, eles se comunicam com a cavidade nasal por meio de estruturas que se abrem nos meatos, através dos quais podem liberar excesso de fluídos (SILVA, 2021). Faringe A faringe é um tubo muscular comum aos sistemas respiratório e digestório, pois permite a passagem de ar e de alimento em algumas de suas partes. Este tubo localiza-se posteriormente à cavidade nasal, oral e à laringe, e é dividido em três partes: parte nasal, parte oral e parte laríngea. À parte nasal da faringe, superior, comunica-se anteriormente com a cavidade nasal através das coanas. À parte oral da faringe, média, comunica-se anteriormente com a cavidade oral através do istmo das fauces. Já a parte laríngea da faringe, 43 inferior, localiza-se posteriormente a laringe, e é continuada inferiormente pelo esôfago. Observa-se na parte nasal da faringe um orifício que comunica a cavidade timpânica com a faringe, denominado óstio faríngeo da tuba auditiva, o qual tem por função equilibrar as pressões de ar da cavidade timpânica e do ar externo. Processos infecciosos na cavidade oral podem afetar a orelha média, através da propagação do agente infeccioso por este óstio (SILVA, 2021). Laringe É conhecida também como “caixa de voz”, a laringe é um tubo curto cartilaginoso revestido por uma túnica mucosa, servindo de conexão para a faringe com a traqueia. Fica localizada na parte mediada do pescoço, anterior à quarta, quinta e sexta vértebras cervicais (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Em sua parte anterior, a laringe é constituída pela cartilagem tireoidea, sendo formada por cartilagem hialina. Popularmente recebe o nome de “pomo de Adão”, dando referência de que em homens é geralmente maior que em mulheres, graças à influência dos hormônios sexuais masculinos durante a puberdade. Na laringe existe uma estrutura chamada epiglote, sendo um pedaço foliado de cartilagem elástica recoberto por epitélio. Tem uma parte chamada pecíolo da epiglote, que fica preso na margem anterior da cartilagem tireoidea e no osso hioide. Sua porção superior não é fixa, estado livre para se mover para cima e para baixo, fazendo o trabalho de um alçapão, sendo uma peça fundamental para a deglutição, pois esse alçapão consegue fechar a laringe durante a deglutição de alimentos ou líquidos, impedindo que produtos alimentares entrem para o trato respiratório inferior, local que deve receber apenas ar, e nunca produtos sólidos ou líquidos. Com isso, os produtos alimentares obrigatoriamente descem em direção ao esôfago. Se, eventualmente, alguma coisa diferente de ar passar para a laringe, ocorre o reflexo de tosse, no intuito de expelir o corpo estranho daquele local (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Formando a parede inferior da laringe, encontramos a cartilagem cricoidea, sendo um anel de cartilagem hialina, estando fixada ao primeiro anel de cartilagem da traqueia. Acima da cartilagem cricoidea podemos encontrar as cartilagens aritenoideas pares, constituídas principalmente por cartilagem hialina. Essas 44 cartilagens estão fixadas às pregas vocais e aos músculos da faringe, tendo atuação na produção da voz. Se caso for preciso acessar uma abertura para a passagem de ar de emergência, chamada traqueostomia, esta acontecerá na cartilagem cricoidea (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Traqueia A traqueia é um tubo mediano, localizado inferiormente à laringe, composta por diversos anéis cartilaginosos incompletos, conectados por ligamentos anulares. A parede posterior da traqueia é constituída por músculo liso, denominado parede membranácea da traqueia. À constituição da traqueia confere a esse tubo mobilidade e flexibilidade e ao mesmo tempo impede o seu colapso devido a presença dos anéis de cartilagem. Ela apresenta um pequeno desvio para a direita inferiormente, antes de se ramificar para formar os brônquios principais, que se dirigem para os pulmões direito e esquerdo (SILVA, 2021). Brônquios Os brônquios principais direito e esquerdo, ou de primeira ordem, se ramificam em estruturas tubulares menores, conhecidas como brônquios lobares ou de segunda ordem, cada um para um lobo pulmonar (dois à esquerda e três à direita). Em seguida, se ramificam em brônquios segmentares ou de terceira ordem, que por sua vez se ramificam em estruturas cada vez menores, denominados de bronquíolos terminais, estes que terminam nos alvéolos pulmonares, onde ocorrem as trocas gasosas. Pulmões Os pulmões(direito e esquerdo) são os órgãos responsáveis pela hematose, localizam-se na cavidade torácica e são envolvidos por uma membrana serosa, denominada de pleura. A pleura é dividida em pleura visceral, aderida à superfície do pulmão, e pleura paríetal, que reveste a cavidade torácica. A pleura parietal e a pleura visceral estão intimamente unidas, e são separadas por um pequeno espaço por onde circula um líquido, denominado de cavidade pleural (SILVA, 2021). 45 8.1 Fisiologia do sistema respiratório Os pulmões se dividem em lobos, delimitados por fendas, denominadas de fissuras. O pulmão direito apresenta três lobos: superior, médio e inferior, O lobo superior é separado do lobo médio pela fissura oblíqua e o lobo médio é separado do lobo inferior pela fissura horizontal. Já o pulmão esquerdo apresenta dois lobos, superior e inferior, que são separados pela fissura oblíqua. Os lobos pulmonares, por sua vez, se dividem em vários segmentos broncopulmonares, os quais recebem ar de um brônquio segmentar específico. Os pulmões apresentam uma abertura na face mediastinal por onde atravessam diversas estruturas, denominada hilo pulmonar. Pelo hilo pulmonar entram e saem vasos sanguíneos e linfáticos, brônquios principais e nervos, os quais em conjunto formam a raiz do pulmão (SILVA, 2021). O sistema respiratório funciona como um instrumento de detecção através de estruturas altamente especializadas para que o oxigênio inalado alcance os alvéolos dos pulmões e, em seguida, entre rapidamente na corrente sanguínea para órgãos e tecidos. A função principal é o transporte de oxigênio da atmosfera para a corrente sanguínea e, inversamente, a remoção de dióxido de carbono da corrente sanguínea para a atmosfera. A respiração ainda pode ser dividida em duas fases. A respiração externa é o processo de troca gasosa entre o ar nos pulmões e o sangue, no qual o dióxido de carbono é substituído por oxigênio no nível celular. A respiração interna é o processo de fornecimento de sangue rico em oxigênio para os tecidos do corpo (AIRES, 2012). As passagens nasais, ou cavidades nasais, se comunicam com o mundo exterior através das narinas. Em sua estrutura interna encontram-se células ciliadas que secretam o muco nasal, "filtram" o ar inalado, aquecem-no através dos capilares e umidificam-no através das glândulas mucosas. A faringe é uma estrutura comum aos sistemas respiratório e digestivo que permite a passagem do bolo alimentar para o sistema digestivo e a passagem do ar para o sistema respiratório (GUYTON; HALL, 2017). Como a faringe é um canal comum para deglutição e respiração, ela se comunica com a laringe, onde o trato gastrointestinal e as vias aéreas se cruzam. A laringe está entre a faringe e a traquéia e contém as cordas vocais. Ele contém uma 46 epiglote que impede que o bolo alimentar entre no trato respiratório. A laringe está na frente da garganta, logo abaixo do osso hioide e acima da traquéia. A traquéia é um tubo revestido com células ciliadas e células secretoras de muco que ajudam a remover partículas impuras do ar. A traquéia é um tubo de 5 polegadas de comprimento de anéis de cartilagem hialina em forma de C, revestido com um epitélio ciliado pseudoestratificado, conecta a laringe aos brônquios e permite que o ar entre no peito pela garganta. Os anéis cartilaginosos que compõem a traquéia a mantêm constantemente exposta ao ar. A extremidade aberta do anel cartilaginoso aponta posteriormente para o esôfago, permitindo que ele se expanda no espaço ocupado pela traquéia para acomodar grandes quantidades de alimentos que se deslocam por ele (TORTORA; DERRICKSON, 2017). Segundo o autor, a principal função da traquéia é fornecer uma via aérea livre para o ar entrar e sair dos pulmões. Além disso, o epitélio que reveste a traquéia produz muco. O muco retém a poeira e outros poluentes e os impede de chegar aos pulmões. O corpo ciliar, na superfície das células epiteliais, transporta o muco para a faringe, onde pode ser ingerido e digerido no trato gastrointestinal. Os brônquios surgem da bifurcação da traqueia e ramificam-se em tubos menores (bronquíolos). Ambos têm um revestimento interno semelhante à traquéia e numerosos cílios que expelem bactérias e outras partículas inaladas. Os pulmões são o principal órgão do sistema respiratório. Eles estão localizados na cavidade torácica, que é acomodada pelas costelas, esterno e ossos vertebrais. Eles são circundados pela pleura, cuja função é suavizar e facilitar o movimento dos pulmões durante a respiração. A troca gasosa ocorre nos alvéolos, onde os sistemas circulatório e respiratório estão integrados. São órgãos compostos por camadas de espessura sensível. O mecanismo de ventilação A respiração mecânica ocorre devido à contração do diafragma (músculo auxiliar do processo respiratório) durante a inspiração, de modo que com a ajuda da ação dos músculos intercostais e dos movimentos de expansão da caixa torácica, o volume dos pulmões aumenta, a pressão diminui, o ar entra nos pulmões (inspiração) (Figura 9). 47 Figura 9 - Mecanismo de respiração Fonte: bit.ly/3KmNhVo No mecanismo inverso, quando o diafragma relaxa com a ajuda dos músculos intercostais, caixa torácica e pulmões, o ar sai do interior dos pulmões, reduzindo o volume e aumentando a pressão (expiração). O ciclo respiratório pode, portanto, ser visto como um resultado de forma complementar entre os mecanismos inspiratório e expiratório subsequente. O número de ciclos respiratórios por unidade de tempo pode ser alterado pela atividade física direcionada (GUYTON; HALL, 2017). Segundo o autor, a poluição do ar também afeta as vias aéreas em algumas doenças, como a asma, que se caracteriza pelo estreitamento dos brônquios e dificuldade no ciclo respiratório. Uma infecção dos alvéolos dos pulmões causada por pneumonia, vírus, bactérias e fungos que aumenta a produção de secreções de muco que se acumulam nos alvéolos dos pulmões e previnem hematomas pulmonares. Hábitos também podem danificar o sistema respiratório, como fumar cigarros, que causa câncer de pulmão e é causado por células anormais que se formam dentro do sistema. Cerca de 90% dos cânceres de pulmão e 80% dos cânceres de laringe e esôfago são causados pelo uso do tabaco. As medidas preventivas mais importantes para a saúde respiratória são medidas que priorizam a atividade física ao ar livre, cessação do tabagismo, prevenção da poluição do ar e preferência por florestas. 48 8.2 Integrações do sistema cardiorrespiratório As estruturas do sistema cardiovascular fornecem oxigênio e nutrientes aos tecidos orgânicos e dependem das estruturas do sistema respiratório para captação e expulsão do ar. Os sistemas circulatório e respiratório trabalham juntos para garantir que os tecidos dos órgãos recebam oxigênio adequado. Para as funções celulares, o oxigênio é necessário. O ar inspirado e retido nos pulmões é transferido para a corrente sanguínea. O sangue é circulado pelo coração, que conduz o sangue oxigenado dos pulmões para o corpo. Além disso, os dois sistemas do corpo colaboram para remover o dióxido de carbono, um resíduo metabólico (GUYTON; HALL, 2017). O coração tem dois ventrículos e dois átrios. O sangue das veias é recebido pelo ventrículo direito e pelos átrios. O sangue desoxigenado flui para o lado direito do coração. Quando o músculo cardíaco relaxa, o sangue é liberado dos átrios para o ventrículo direito. O ventrículo direito então injeta o sangue através da veia pulmonar para a artéria pulmonar, onde é liberado nos pulmões para recuperação de oxigênio. Como resultado, o sangue retorna para o lado esquerdo do coração. Quando o músculo cardíaco relaxa, o lado esquerdo recebe o sangue e o envia para o ventrículo. Finalmente, o sangue é bombeado para a aorta e distribuído