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05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 1/46 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico Prof.ª Ana Elisa Martins de Freitas D’Ottavio Descrição Atuação do farmacêutico e aprimoramento da atenção farmacêutica e farmácia clínica. Construção do raciocínio clínico por meio da semiologia farmacêutica e a importância da relação de confiança entre farmacêutico e paciente, além do detalhamento do processo semiológico. Propósito A conceituação da semiologia farmacêutica e o desenvolvimento da atuação do farmacêutico proporciona a construção do raciocínio clínico e uma relação de confiança entre farmacêutico e paciente, tornando possível ao paciente o uso de uma terapia segura, efetiva e com PRM (problemas relacionados ao medicamento) minimizados. Objetivos 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 2/46 Módulo 1 A semiologia como ferramenta na prática da farmácia clínica Reconhecer a semiologia na prática clínica. Módulo 2 A construção da relação terapêutica com o paciente Reconhecer a importância da habilidade da comunicação. Módulo 3 As etapas do processo semiológico Identificar as etapas do processo semiológico. Introdução A semiologia é um conceito bastante presente no contexto de atendimento médico ao paciente e pode-se dizer com segurança que é a base da medicina clínica. O objetivo principal da semiologia médica é obter informações sobre o paciente por meio da anamnese, além de reunir informações sobre os resultados obtidos no exame clínico. Esse conjunto de ações dá forma ao que podemos chamar de raciocínio clínico, que conduzirá o examinador ao diagnóstico. A semiologia médica é 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 3/46 bastante antiga, o que forneceu artifícios para a especialização da sua prática. Hoje, podemos considerar que a anamnese bem- feita, associada ao bom exame clínico, é o caminho para o diagnóstico correto, o que leva a um bom prognóstico, resultando em um impacto econômico positivo para o sistema de saúde de forma geral. O cenário atual traz uma realidade de crescimento de outras profissões da área da saúde, que fazem parte da equipe multiprofissional, cujas atividades impactam diretamente no cuidado ao paciente. Com a regulamentação das atribuições clínicas do farmacêutico, que é respaldada pela RDC 585, de 29 de agosto de 2013, é possível ver o crescimento e desenvolvimento da sua atuação, podendo ser exercida em ambulatórios, hospitais, unidades básicas de saúde, farmácias comunitárias, home care e consultório farmacêutico. Essa expansão das atividades embute novas responsabilidades no exercício da profissão. Como a própria RDC de 2013 cita, “o farmacêutico clínico precisa promover o bem-estar do paciente”. Dessa forma, podemos observar uma nova perspectiva que traz a expansão do exercício da semiologia, agora com a atuação também do farmacêutico com o paciente. Neste conteúdo, além de conceituar semiologia farmacêutica, vamos ver que, por meio da atuação do farmacêutico, é possível construir um raciocínio clínico e uma relação terapêutica do profissional farmacêutico com o paciente. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 4/46 1 - A semiologia como ferramenta na prática da farmácia clínica Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a semiologia na prática clínica. A história da pro�ssão farmacêutica O desenvolvimento ao longo dos anos Antes de começarmos a falar sobre semiologia farmacêutica, é preciso entender o caminho percorrido até o momento atual. Hoje, o profissional farmacêutico é respaldado a atuar na atenção farmacêutica (segundo RDC 383 de 2004) e suas atribuições clínicas são regulamentadas (RDC 585 de 2013). Todo esse movimento contribui para a garantia do uso racional de medicamentos pelos pacientes, não é à toa que o símbolo da profissão possui uma serpente como sinal de alerta ao papel de cuidado e ética do farmacêutico. A trajetória da atuação farmacêutica até hoje, onde pratica-se semiologia, foi longa e precisa ser valorizada. A jornada iniciou-se com boticas sob a responsabilidade do farmacêutico, produzindo os medicamentos e sendo considerado uma referência para a sociedade da época pela sua participação no ciclo do 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 5/46 medicamento, passando pela ascensão da profissão com o desenvolvimento da indústria farmacêutica e, por fim, o distanciamento do profissional farmacêutico da equipe multidisciplinar com o crescimento das drogarias. Esse movimento foi responsável pela mudança no perfil da profissão, que afastou o farmacêutico do centro do ciclo da assistência farmacêutica para a realidade de distribuir medicamentos industrializados. Paralelamente, a farmácia clínica crescia nos EUA na década de 60 no ambiente hospitalar. No Brasil, o desenvolvimento dessa vertente ocorreu mais próximo dos anos 1990 e, atualmente, está bastante consolidado também fora da realidade hospitalar. Nesse novo modelo de atuação há a possibilidade da participação ativa do farmacêutico na prestação de assistência ao paciente. As mudanças só foram possíveis por causa da sugestão de atuação chamada pharmaceutical care ou, atenção farmacêutica, com o objetivo de reduzir os problemas relacionados a medicamentos. Há hoje um novo formato de atuação do profissional farmacêutico, com papel de garantir e racionalizar a terapia, evitando prejuízos ao paciente. Atenção farmacêutica Após o distanciamento da equipe multiprofissional, iniciou-se um movimento que tinha como objetivo a introdução do farmacêutico na farmacoterapia do paciente, tendo como resultado o surgimento da farmácia clínica. Com a participação do farmacêutico na análise da farmacoterapia, começou-se a evitar que o orçamento dos hospitais fosse gasto para tratar complicações causadas pelo mau uso de medicamentos. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 6/46 Com o objetivo de aumentar a participação do farmacêutico na atenção primária, iniciou-se a construção do conceito de atenção farmacêutica, inserido no ciclo de assistência farmacêutica, e que preconiza que a atenção dada pelo farmacêutico ao paciente garante a ele o uso racional de medicamentos. O conceito pharmaceutical care foi utilizado pela primeira vez na década de 1970, mas só passou a ser conhecido mundialmente na década de 1990 após publicações que tinham como objetivo difundir essa conquista da profissão farmacêutica, mostrando que a atenção farmacêutica feita de forma responsável melhora a qualidade de vida do paciente. A atenção farmacêutica teve a sua importância reconhecida pela OMS na Declaração de Tóquio de 1993, encontro que discutiu as funções do farmacêutico no sistema de saúde. O ganho que esse reconhecimento trouxe foi a nova definição da atenção farmacêutica pela OMS (1994, p. 24): “o farmacêutico atua como um prestador de serviços de saúde, participando da promoção e prevenção de doenças junto a uma equipe multidisciplinar.” No Brasil, o termo atenção farmacêutica foi oficializado no Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica, realizado no ano de 2002, que definiu a atenção farmacêutica como: A interação direta do farmacêutico com o paciente, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. (CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA -PROPOSTA, 2002, p. 17) A partir desse momento, alcançou-se uma atuação do farmacêutico, que tem como objetivo reconhecer necessidades e problemas de saúde do 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 7/46 paciente. Com o aprimoramento da atuação farmacêutica foi possível trazer de volta o cuidado ao paciente e hoje podemos presenciar a prática de uma abordagem bastante aprofundada com a realidade da semiologia farmacêutica, que será vista adiante, mas pode ser considerada o processo de estruturação do raciocínio clínico do farmacêutico. Semiologia farmacêutica Antes de iniciarmos a discussão sobre semiologia farmacêutica, é preciso consolidar um conceito de extrema importância: o seu objetivo não é o diagnóstico de patologias. Os únicos objetivos dessa ferramenta são a prevenção e condutas relacionadas a medicamentos. (BISSON, 2021, p. 31-32) Então, podemos afirmar que a semiologia farmacêutica é a aplicação dos conhecimentos do farmacêutico, como profissional de saúde, para resolver ou evitar problemas relacionados à farmacoterapia. Para isso, é preciso conhecer a realidade do paciente, a prescrição que ele está fazendo uso, identificar possíveis problemas relacionados a medicamentos e garantir uma farmacoterapia racional e efetiva. A principal ferramenta de trabalho é a informação, coletada passiva ou ativamente, e esse processo pode ser realizado ambulatorialmente ou no âmbito hospitalar. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 8/46 É importante salientar que só é possível resolver ou evitar problemas relacionados à farmacoterapia quando se tem expertise em acompanhamento farmacoterapêutico. Conhecer a história do paciente e a formação de uma relação farmacêutico-paciente são facilitadores para que as intervenções farmacêuticas sejam efetivas e forneçam melhorias à terapia. A aplicação na atuação clínica O processo semiológico permite que o farmacêutico aplique os seus conhecimentos de saúde e medicamentos no manejo com o paciente. Através de pesquisa, prevenção e resolução de PRM (Problemas relacionados aos medicamentos), a semiologia permite que o farmacêutico investigue, monitore e entenda o andamento da farmacoterapia. Além da construção do raciocínio clínico, o farmacêutico consegue trabalhar questões, como: Interações medicamentosas. Reações adversas. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 9/46 Para que o acompanhamento ocorra, alguns métodos foram desenvolvidos ao longo do tempo, mas, inicialmente, objetivando a efetividade da construção do raciocínio clínico por meio da análise da prescrição (ambulatorial ou hospitalar) do paciente, é necessário conhecer a história e os hábitos do utente. A partir desse conhecimento, será possível identificar e abordar pontos de melhoria da prescrição, tendo-se como resultado o uso racional de medicamentos. Veja os elementos do processo de cuidado: Elementos do processo de cuidado. Os itens 1 e 2 serão coletados no momento da anamnese, momento de conhecimento sobre o paciente. Os itens 3 e 4 já poderão ser desenvolvidos no momento da execução da análise da farmacoterapia. Dentre os métodos de análise, podemos citar alguns mais estudados: Método que utiliza uma documentação voltada para o problema de saúde e para a prescrição da qual o paciente está fazendo uso, em que: S significa informações subjetivas sobre o paciente e a sua farmacoterapia (sintomas: dores, mal-estar etc); O significa informações objetivas do paciente (sinais: pressão, temperatura etc); A significa avaliação do problema identificado Di�culdade de adesão ao tratamento. SOAP (subjective, objective, assessment, plan) 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 10/46 pelo farmacêutico; P significa o plano de atenção que será traçado pelo profissional. Método voltado para doenças específicas e que necessita de desenvolvimento de formulários para cada tipo de doença, além de precisar ser aplicado em farmácias comunitárias. Nos formulários, há: coleta, interpretação e registro de dados relevantes do paciente, registro dos objetivos terapêuticos do e para o paciente (ponto de vista do paciente e do profissional), avaliação da adequação do plano terapêutico, desenvolvimento de um plano de monitorização, dispensação da terapia e orientação de uso dela, implementação do plano de monitorização com agendamento de novos encontros. Método que tem o objetivo de desenvolver um raciocínio clínico e um sistema de documentação adaptado à prática farmacêutica. É dividido em três fases: avaliação do paciente e sua farmacoterapia, desenvolvimento de um plano de cuidado e acompanhamento da evolução do paciente. Método que se baseia no acompanhamento farmacoterapêutico de um paciente, ou seja, procura avaliar os problemas de saúde e os medicamentos utilizados. O método é dividido da seguinte forma: oferta de serviço ao paciente; primeira entrevista com o paciente; estado da situação do avaliado relacionado à sua terapia; fase de estudo da situação do paciente e da farmacoterapia separadamente; fase de avaliação, na qual há o levantamento dos PRM; fase de intervenção, na qual é elaborado um plano de ação com as intervenções; resultado da intervenção em que se verifica as resoluções dos PRM; novo estudo da situação após as resoluções dos PRM; entrevistas sucessivas para o acompanhamento do paciente. TOM (therapeutic outcomes monitoring) Pharmacotherapy workup Método Dáder 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 11/46 Esses métodos têm suas particularidades, mas todos eles seguem o mesmo raciocínio: Análise do paciente Análise da farmacoterapia Plano de ações Acompanhamento do paciente Construção do raciocínio clínico Raciocínio clínico do farmacêutico A construção do raciocínio clínico do farmacêutico passa a acontecer com a união do conhecimento sobre medicamentos e sobre fisiologia e fisiopatologia com o objetivo de se ter, como resultado, a análise criteriosa da farmacoterapia ajustada especificamente ao paciente assistido. Determinadas condutas podem ser consideradas “padrões”, independentemente em quem se aplica, mas, quando o farmacêutico é capaz de identificar em uma análise de farmacoterapia se certas condutas são justificáveis ou não, justamente porque a coleta da história do assistido foi realizada de forma eficaz, podemos considerar que houve construção e execução do raciocínio clínico do farmacêutico. Exemplo No âmbito hospitalar, podemos citar um acompanhamento farmacoterapêutico no qual o paciente apresenta hematúria (sangue na urina), faz uso prévio de anticoagulante e, no momento da checagem da reconciliação medicamentosa (medicamentos de uso prévio, ou seja, de uso em casa, prescritos para o uso durante a internação), vê-se que o anticoagulante não foi reconciliado. Essa conduta médica faz total sentido porque o paciente apresenta sangramento ativo e o correto é a suspensão imediata de anticoagulante. Para esse paciente, o ideal seria o uso de alguma profilaxia de eventos trombóticos. Uma vez que a quimioprofilaxia não está indicada enquanto houver a hematúria, existe a possibilidade de profilaxia mecânica, como o compressor pneumático de membros inferiores 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 12/46 (CPMMII). Mas e se o paciente apresentou TVP (trombose venosa profunda) no laudo do doppler? Ou se o paciente possuialguma ferida nas pernas, como as escaras, que são bem comuns nos casos de longa internação com pouca mobilidade? Nesses casos, o CPMMII também não está indicado. Portanto, a equipe multidisciplinar deverá estar bastante atenta à possibilidade de algum evento trombótico no paciente que está sem cobertura. Indo além, o farmacêutico deverá avaliar muito bem e entender a conduta médica se optar por manter a anticoagulação ou alguma quimioprofilaxia de TEV (tromboembolismo venoso) – anticoagulação com dose reduzida – em um paciente com evento de sangramento, mas com imagem de TVP no doppler. O cuidado ao paciente não é uma ciência exata e, às vezes, atitudes que parecem impensadas, mas que são tomadas com responsabilidade, podem salvar a vida do paciente. Agora, vamos analisar outra situação no âmbito ambulatorial? Exemplo O farmacêutico em seu consultório, analisando as receitas médicas levadas à consulta pelo paciente, percebe que a estatina prescrita é a sinvastatina. Coletando informações, percebe que seu paciente possui uma rotina de trabalhar à noite, então todos os medicamentos são administrados até às 16 horas, momento que sai de casa para trabalhar. Em contato com o prescritor, ele relata o caso e a estatina, então, é trocada pela atorvastatina. Por que podemos dizer que essa conduta trouxe melhoria para a vida do paciente? Resposta A sinvastatina tem curto tempo de meia vida e, como sabemos, a síntese do colesterol ocorre à noite. Então, para um medicamento com tempo de meia vida pequeno, o ideal é que o medicamento seja tomado o mais próximo possível do momento em que o colesterol está se formando. Já a atorvastatina, possui um tempo de meia vida maior e o fato de a administração do medicamento acontecer às 16 horas não irá afetar negativamente o paciente. Isso é raciocínio clínico, associar todos os conhecimentos como profissional e aplicar de forma prática. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 13/46 Para terminarmos esse tópico, também é importante pensar em: Criação de um relacionamento entre o farmacêutico e o pacientes Para que haja confiança entre as partes e seja possível o farmacêutico inserir o paciente na responsabilidade sobre o cuidado com o seu tratamento e, assim, ter adesão à terapia e evitar PRM. Coleta, organização e registro das informações sobre o paciente pelo pro�ssional farmacêutico Para que seja possível conhecer a realidade de hábitos e saúde do paciente e relacioná-los com a farmacoterapia, havendo a criação do raciocínio clínico. Avaliação das informações e elaboração de um plano farmacoterapêutico Para que PRM sejam evitados ou tratados, e a terapia do paciente seja segura e efetiva. Garantia pelo pro�ssional de uma boa comunicação entre farmacêutico-paciente ou farmacêutico-médico P l t d l f ê ti j 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 14/46 A importância da semiologia farmacêutica Confira o conceito de semiologia farmacêutica, como ela é aplicada na clínica ambulatorial e hospitalar e qual a importância da semiologia na resolução e prevenção de PRM. Para que o plano traçado pelo farmacêutico seja cumprido efetivamente. Monitoramento pelo farmacêutico Para que se possa realizar as modificações necessárias a fim de atender às necessidades do paciente, como também rever o paciente com periodicidade para que o acompanhamento ocorra de forma constante e integral. Essas são efetivas garantias de que o processo semiológico sendo realizado de forma efetiva tem como resultado final adesão à terapia pelo paciente, uso racional de medicamentos e redução de PRM. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 15/46 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 16/46 (Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista – 2014) A detecção de problemas relacionados a medicamentos (PRM) é um processo que exige que o farmacêutico Parabéns! A alternativa D está correta. A semiologia farmacêutica é quando o farmacêutico conhece história e hábitos do paciente por meio da anamnese. Desse modo, no momento do acesso à prescrição do paciente, é possível analisar os medicamentos prescritos e traçar um plano a fim de evitar que possíveis PRM ocorram. Questão 2 Os elementos do processo de cuidado são: I - Identificar quais os PRM e traçar um plano para solucioná-los (rever indicações, aprazamentos e interações). II - Confrontar o comportamento no uso de medicamentos (automedicação x prescrição). A realize dispensação ativa e dê informações sobre os medicamentos aos pacientes. B solucione de forma satisfatória as consultas com os pacientes. C se comunique efetivamente com o médico. D analise a situação do paciente, a medicação prescrita, prepare um plano de seguimento e avalie os resultados encontrados durante este seguimento. E identifique as causas possíveis e se for devido a interações medicamentosas, suspenda imediatamente a utilização dos medicamentos. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 17/46 III - Identificar comorbidades, resultados de exames e medicamentos de uso prévio. IV - Acompanhar resoluções de PRM, das prescrições médicas, acolher o paciente e orientar quanto ao uso dos medicamentos. A fim de que o cuidado ao paciente seja efetivo, é necessário que as ações ocorram na seguinte ordem: Parabéns! A alternativa B está correta. Para que o cuidado ao paciente seja completo, é necessário que a ordem das ações tenha uma lógica cronológica. Então, é preciso iniciar com a anamnese e conhecer a história do paciente, ter acesso à prescrição do paciente e ser capaz de identificar os possíveis PRM, traçar um plano para evitar ou resolver os PRM e acompanhar o desfecho. A IV, I, III, II B III, II, I, IV C I, II, III, IV D IV, III, II, I E III, I, II, IV 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 18/46 2 - A construção da relação terapêutica com o paciente Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da habilidade da comunicação. Comunicação e con�ança A importância da construção da relação farmacêutico-paciente O farmacêutico deve ter como objetivo na sua atuação a mudança de hábitos sobre medicamentos na comunidade, o que promove melhoria na saúde pública. Para isso, a comunicação entre farmacêutico e paciente sobre o uso de medicamentos no contexto do seu tratamento deve ocorrer de forma efetiva, viabilizando a construção de uma relação terapêutica de confiança. É importante, também, uma boa comunicação entre o farmacêutico e o médico que cuida do paciente em questão, pois isso também promove segurança ao paciente, que percebe o diálogo de todas as pontas do cuidado. Essa relação construída será responsável pelo melhor entendimento do paciente sobre o uso correto do medicamento e do seu tratamento de forma global, além de ser um facilitador na identificação de PRM, promovendo ainda a adesão ao tratamento. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 19/46 Com essa lapidação, é possível perceber melhora no desempenho do serviço farmacêutico, visto que a atividade de registro de dados do paciente tem maior chance de ocorrer da forma mais completa possível. Podemos destacar: anotações da evoluçãodo tratamento, problemas ocorridos, dados laboratoriais e resultados de procedimentos de saúde realizados. Ou seja, quando o paciente se sente seguro na relação construída com o farmacêutico, a possibilidade de ser o mais honesto possível é muito grande e isso é garantia de sucesso para o tratamento. No acompanhamento da farmacoterapia, é papel do farmacêutico utilizar ferramentas e estratégias que favoreçam uma comunicação de sucesso com o paciente e, ao longo do seguimento farmacoterapêutico, ter criado uma relação estreita, com ética e respeito suficientes para se responsabilizar e responsabilizar o paciente, a fim de que o resultado seja uma terapia racional, segura, com PRM minimizados ou evitados, com o paciente sendo resguardado e o tratamento sendo efetivo. A comunicação na atenção farmacêutica No contexto da atenção farmacêutica, a comunicação com o paciente terá como objetivo a criação de uma relação de confiança com o paciente para que se possa alcançar: Esclarecimento quanto ao uso e cuidados corretos do medicamento. Adesão ao tratamento. Identi�cação de possíveis PRM. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 20/46 Um dos pilares para a construção da relação de confiança a fim de que tais objetivos sejam alcançados é o acesso do paciente ao conhecimento sobre o seu tratamento. Muitos fatores podem dificultar o acesso ao conhecimento, como a falta de aconselhamento individualizado, de informação personalizada ou de auxílio na hora de tomar seus medicamentos. Por meio do conhecimento, ficará mais fácil para o próprio paciente identificar as suas dificuldades e os pontos que precisam ser mais explorados na abordagem com o farmacêutico, que deve iniciar o processo de aconselhamento ouvindo o que o paciente tem a contar. Assim, conhecendo a fundo as particularidades, o profissional poderá iniciar o planejamento, traçar condutas e ajudar o paciente a executar a farmacoterapia de forma efetiva e segura. Comentário Quando se estabelece uma relação de confiança entre o profissional e o paciente, o caminho para uma relação terapêutica saudável e de sucesso é bastante próximo, o que trará inúmeros benefícios para a relação e para o assistido. Vamos conferir alguns benefícios de um acompanhamento feito de forma adequada? O paciente torna-se capaz de reconhecer o papel do medicamento para a manutenção de sua saúde. O relacionamento entre o profissional da saúde e o paciente torna-se mais eficaz, criando uma atmosfera de confiança, o que aumenta a aderência ao tratamento, que é uma questão sensível, tanto Fornecimento de uma terapia racional e segura ao paciente. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 21/46 ambulatorialmente quanto no âmbito hospitalar. É bastante comum um paciente ambulatorial não aderir ao tratamento porque não toma os medicamentos no momento correto ou simplesmente porque deixa de tomá-los. No contexto hospitalar, também é possível a falta de adesão. Geralmente, os pacientes internados em enfermarias ou quartos e que têm a via oral livre para administração de medicamentos sólidos ou líquidos orais também podem se negar a tomar determinado medicamento, e isso configura falta de adesão ao tratamento. O autoconhecimento é uma abordagem bastante importante que o farmacêutico precisa explorar na relação com o paciente. Isso ajudará no entendimento e na aceitabilidade de possíveis efeitos colaterais e como lidar com eles sem que seja precisa a não adesão ao tratamento. Com o processo de amadurecimento, o paciente conseguirá ter uma participação ativa no tratamento de sua doença e se autocuidar. Nesse sentido, ser vigilante no seu tratamento, porque o objetivo da criação dessa relação também é criar uma motivação para usar medicamentos de forma correta e melhorar as suas condições de saúde. A humanização do farmacêutico Muitas vezes, é por meio de flexibilidade nas relações interpessoais e inteligência emocional que o profissional ouvinte consegue perceber os sinais transmitidos pelo paciente. Eles podem fornecer informações além do que está sendo dito ou, então, ter sensibilidade em saber como abordar questões não muito fáceis e que são importantes para a construção da relação de confiança. Um profissional treinado, então, terá mais facilidade em extrair das informações técnicas nuances que não estão explícitas nem claras ao paciente. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 22/46 A relação de confiança entre farmacêutico e paciente deve ser sempre direcionada pelo profissional. Por isso, o farmacêutico deverá exercer facetas, sendo clínico, educador em saúde e amigo do paciente. Como qualquer relação entre profissional de saúde e paciente, no caso do farmacêutico e assistido, há uma relação terapêutica baseada no respeito, na confiança, na igualdade e na troca de experiências. O farmacêutico passa a ter uma preocupação sincera e verdadeira com o paciente. Por isso, é essencial que o profissional desenvolva alguma habilidade em comunicação, pois será essa expertise que permitirá a formação de uma relação positiva entre farmacêutico e paciente, principalmente porque o público atendido será diverso. Na prática clínica, alguns pacientes serão bastante esclarecidos, já outros terão a realidade de estudos incompletos ou até mesmo o analfabetismo, o que pode dificultar o processo. Muitas vezes, a falta de informação sobre o tratamento pode acontecer porque a comunicação não foi efetiva e caberá ao farmacêutico identificar essa situação e revisar o caminho a ser seguido no contexto da interlocução. A abordagem 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 23/46 O atendimento A comunicação é um processo dinâmico em constante evolução. Como precisamos desenvolvê-la ao longo da vida, é interessante termos intimidade com técnicas que são capazes de melhorar o contato com o interlocutor. Indo mais afundo nessa questão, é preciso entender que se comunicar já tem meio caminho garantido quando o locutor exercita a aceitação do receptor como ser humano, independentemente de sexo, etnia, idade ou posição social. Atenção! Partindo do princípio de que o outro não será julgado, fica mais fácil de conceber que, em qualquer processo de comunicação, acontecerá divergência de opiniões, sendo necessário identificar os pontos de discórdia. E, no contexto de atendimento ao paciente, essa responsabilidade é totalmente do farmacêutico, profissional da relação. O sucesso na comunicação não depende só da forma como a mensagem é transmitida, a compreensão dela é um fator fundamental para o sucesso do processo. Por isso, é de extrema importância saber identificar as causas que mais prejudicam a comunicação entre paciente e farmacêutico no momento do atendimento. Vejamos! É necessário que o farmacêutico se coloque sempre em uma posição de quem está aconselhando o paciente e faz isso porque deseja fornecer artifícios para que o paciente tenha, como resultado, um tratamento efetivo e seguro. É necessário lembrar que o paciente possui suas questões e particularidades. Tentar uma abordagem apressada pode passar impressão de negligência e displicência. Receio de envolvimento pessoal Pressa em executar a abordagem ao paciente Atendimento ao paciente em espaço inadequado 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 24/46 É necessário adequar o ambiente de atendimento. Isso porque o espaço em que o paciente é recebido diz muito sobre o cuidado e a atençãoque o farmacêutico tem a oferecer. Um estabelecimento de saúde deve ter um espaço destinado especificamente a isso e no qual o paciente se sinta acolhido e à vontade. Lembre-se de que, além da comunicação verbal e a maneira de se portar, existe também o ambiente em que o paciente é recebido. Todas essas formas de comunicação podem passar inúmeras mensagens equivocadas, prejudicando a relação entre as partes. É necessário adequar a fala, que é de extrema importância por diversos motivos. Como já vimos, as pessoas são diferentes, com realidades distintas e cada paciente tem uma história. Logo, cada pessoa recebe a mensagem falada de uma forma. Consequentemente, é importante usar uma linguagem adequada e simples que alcance a todos para que o que está sendo dito seja entendido e se cumpra. Outra questão é, também respeitando a história de cada um, sempre usar um discurso com humildade e humanidade a fim de que todo paciente, independente da sua realidade, sinta-se acolhido. A arte de ouvir Sabemos que, em um diálogo, a parte mais difícil de ser executada é ouvir. O ouvir apontado aqui é o ouvir com sensibilidade, quando o ouvinte recebe a informação com boa vontade, atento aos detalhes e com disponibilidade. De acordo com o grau de doação, a capacidade de ouvir poderá se enquadrar em diferentes níveis de atenção. Para um profissional da saúde, essa prática será exercida muitas vezes durante a atuação ao longo da carreira, por isso o ato de ouvir durante o exercício da profissão terá dois objetivos essenciais: entender o máximo possível as questões do paciente e demonstrar interesse em resolvê-las. Linguagem utilizada 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 25/46 Comentário Quando o paciente recorre aos serviços de um profissional de saúde, este processo implica compreender o tipo de necessidades e expectativas do utente. Portanto, assumir uma atitude de compreensão e abertura em relação aos problemas do emissor sem fazer julgamentos, contribui para uma melhor relação farmacêutico-paciente, facilitando o processo de comunicação e na criação de uma relação terapêutica. Para otimização do processo, pode ser necessário desenvolver habilidades para incorporar o ato de ouvir efetivo. Podemos citar algumas estratégias: Colocar o corpo em uma posição que transmita ao paciente a certeza de que está sendo ouvido É importante que o olhar do farmacêutico esteja direcionado ao paciente de uma forma acolhedora e não julgadora, para que o paciente perceba que está recebendo a devida atenção. Estar atento às particularidades de comunicação do paciente É importante perceber que cada pessoa utiliza uma linguagem própria para se comunicar, inclusive com determinado tipo de vocabulário e referências culturais particulares. A linguagem corporal, algumas vezes, é mais explícita e passa mais informações do que a comunicação verbal. Portanto, é preciso estar atento a essas particularidades para que o paciente perceba o ouvinte com total atenção, o que facilita a conexão entre farmacêutico e paciente. Qualquer profissional de saúde que se proponha a trabalhar com paciente precisa estar atento ao fato de que pacientes são pessoas com histórias de vida, problemas, tristezas e alegrias. Apesar de não ser este o foco do farmacêutico, ele precisa estar ambientado a lidar com o ser humano e suas questões. Entender, acolher, não julgar, aceitar o outro e, principalmente, orientar com amor serão artifícios essenciais para se criar uma relação entre 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 26/46 profissional e paciente. Essa conquista será muito importante para a efetividade das intervenções necessárias na farmacoterapia do utente, visto que serão aceitas e aderidas pelo paciente. A comunicação na relação farmacêutico-paciente Confira a importância da comunicação no processo semiológico e a construção da relação farmacêutico-paciente na humanização do farmacêutico. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 27/46 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Uma boa relação com o farmacêutico proporciona importantes benefícios para a saúde, adaptação e bom encaminhamento do tratamento do paciente. Especificamente falando, quais são os benefícios de um acompanhamento feito de forma adequada? A A criação da relação de amizade entre farmacêutico e paciente. B O paciente não é capaz de reconhecer o papel do medicamento para a manutenção de sua saúde. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 28/46 Parabéns! A alternativa C está correta. Com a relação de confiança estabelecida entre farmacêutico e paciente, será mais fácil o profissional estimular o paciente a conhecer seu tratamento e todas as particularidades envolvidas e, com isso, será mais fácil fazer o paciente aceitar e aderir ao tratamento. Questão 2 Podemos afirmar que as causas que mais prejudicam a comunicação entre paciente e farmacêutico no momento do atendimento são: C O paciente torna-se capaz de reconhecer o papel do medicamento para a manutenção da sua saúde e a relação de confiança entre as duas partes aumenta a adesão do tratamento pelo paciente. D O paciente adquire conhecimento técnico sobre o seu tratamento. E Há a criação de uma relação de confiança entre farmacêutico e paciente. A Linguagem utilizada e pressa em executar a abordagem ao paciente. B Criação de amizade em farmacêutico e paciente; intimidade entre as partes; ciúmes entre farmacêutico e paciente. C Receio de envolvimento pessoal; intimidade entre as partes. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 29/46 Parabéns! A alternativa A está correta. Outras causas que prejudicam a comunicação entre paciente e farmacêutico no momento do atendimento são: receio de envolvimento pessoal, atendimento do paciente em espaço inadequado e linguagem utilizada. A comunicação é uma troca e nem sempre, quando há falha neste processo, o problema está na forma que a mensagem foi transmitida. A maneira como é recebida também faz parte do processo. O papel do interlocutor também é muito importante para que a comunicação ocorra com sucesso. 3 - As etapas do processo semiológico Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as etapas do processo semiológico. Anamnese D Apenas ciúmes entre as partes. E Inimizade entre as partes. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 30/46 O que ter em mente? A anamnese é uma prática antiga no exercício da medicina e que vem ganhando espaço na atuação do farmacêutico. Podemos definir anamnese como “a informação acerca do princípio e da evolução de uma doença até a primeira observação do médico” (BISSON, 2021, p. 32). Como vimos no primeiro módulo, no caso da anamnese farmacêutica, o objetivo não é o diagnóstico de doenças, mas sim identificar detalhes da vida, história e hábitos do paciente. Além disso, sentimentos do paciente podem ser pesquisados, assim como o seu comportamento perante os médicos que o tratam e, principalmente, como reage e cuida da sua farmacoterapia. Comentário Todas as informações recolhidas por meio da anamnese darão ao farmacêutico histórico de vida e questões do paciente. Dessa maneira, o profissional terá material e artifícios para entender por que determinados PRM estão acontecendo ou até mesmo evitá-los. Primeiramente, os cuidados básicos paraa realização da anamnese são: Estar disposto a ouvir o paciente. Respeitar o momento do paciente fornecendo total atenção a ele. Dedicar tempo suficiente, possibilitando a obtenção da história completa do paciente. Observar as características do paciente: nível de escolaridade, nível socioeconômico, personalidade, estado emocional, comportamento perante a enfermidade. Não julgar o paciente. Saber confrontar o paciente de forma respeitosa e amigável sobre seus comportamentos relacionados à farmacoterapia. Ter conhecimento sobre fisiopatologia para que as informações coletadas sobre as doenças prévias e atuais do paciente façam sentido e para que o farmacêutico possa exercer raciocínio clínico durante a análise de prescrição. Terminar a anamnese tendo conseguido o máximo de informações sobre o paciente. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 31/46 Roteiro de perguntas É claro que cada profissional conduzirá a anamnese à sua maneira, deixando seu roteiro de perguntas com a sua característica, mas é importante haver uma organização a fim de que o condutor não se perca no diálogo, que pode tomar inúmeros caminhos (lembre-se que os pacientes são diferentes, uns se limitam a falar apenas o que está sendo perguntado e outros gostam de conversar; a anamnese pode extrapolar seus próprios objetivos). Dessa forma, podemos apontar como sugestão de organização: História patológica pregressa Trata-se de dados sobre doenças prévias, gestações, partos, cirurgias, hospitalizações, exames, medicamentos em uso, histórico de imunização, fatores de risco e hábitos de vida (álcool, cigarro, qualidade do sono e alimentação). Histórico familiar Trata-se de elemento importante para identificar doenças hereditárias e para conhecer o perfil emocional do paciente com relação a doenças que acometem a sua família. História psicológica e social Trata-se de entender, nesse momento, a origem do comportamento do paciente, conhecendo a sua personalidade, história de vida e situação socioeconômica. Entender essas questões será de grande valia para identificar PRM e compreender por que eles ocorrem. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 32/46 Para que o processo da anamnese seja o mais completo possível, é necessário que o profissional seja capaz de reconhecer os diversos tipos de perfis de pacientes: o ansioso, o que se impressiona demais e acha que sente todos os sintomas de doenças que pesquisa, o depressivo, o hipocondríaco, o hostil, o tímido, o com pouco conhecimento, dentre outras diversas características. Comentário A partir desse reconhecimento, o farmacêutico deve arquitetar a melhor abordagem para conseguir extrair as informações necessárias do paciente. Essa diversidade de perfis de paciente será a maior limitação da anamnese, pois vai dificultar que o farmacêutico obtenha, todas as vezes, informações completas e com a totalidade dos fatos da vida do assistido. A realização da anamnese nos métodos de acompanhamento farmacoterapêutico Como já vimos, existem alguns métodos para acompanhamento farmacoterapêutico que têm como base o contato com o paciente e o conhecimento sobre seus costumes e história patológica para que o reconhecimento de PRM seja facilitado. Vejamos! Método que destaca que o primeiro contato com o paciente tem como objetivo mostrá-lo que ele também possui responsabilidade sobre o tratamento. Esse momento é dividido em fases: Primeira fase: é preciso que o paciente fale sobre os seus problemas de saúde. Segunda fase: é preciso que o paciente responda a perguntas sobre cada medicamento que faz uso. São realizados questionamentos sobre a indicação do medicamento, efeito real x efeito esperado, dose, via de administração, efeitos colaterais. É nessa etapa que o profissional terá a chance de saber como o paciente se comporta e enxerga a sua farmacoterapia. Método Dáder 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 33/46 Terceira fase: há o complemento da investigação na qual é feita uma revisão sobre aspectos do paciente e se observa parâmetros fisiológicos, hábitos de vida, buscando aprofundar problemas de saúde ou descobrir algum medicamento que não tenha sido citado pelo paciente. É bastante comum o paciente não lembrar todos os detalhes em um primeiro momento. Existem personalidades distintas, alguns pacientes tomam nota dos detalhes de seus tratamentos, enquanto outros sentem dificuldade de fazê-lo. Existem ainda pacientes que sentem particular incômodo em compartilhar sobre seus hábitos com terceiros. Então, é necessário fazer uma recapitulação até que se tenha informações suficientes para que a análise da prescrição seja efetiva. Método que também divide a anamnese em fases. Na primeira, o farmacêutico realiza uma entrevista com o paciente, na qual deve coletar informações sobre ele e fazer uma avaliação geral do paciente. O objetivo dessa primeira fase é se certificar se há ou não adesão à terapia e verificar a indicação dos medicamentos prescritos. Isso é importante porque geralmente os pacientes, principalmente, os idosos, costumam se consultar com mais de um médico concomitantemente e, muitas vezes, há falha de comunicação entre as especialidades. Da mesma forma, há também falha na passagem de informação do paciente para o médico sobre os medicamentos de uso prévio. Então, pode acontecer de o mesmo medicamento ser prescrito por dois médicos diferentes. Lembre-se de que existem diferentes tipos de pacientes, com diversos níveis de conhecimento e não é nada incomum essa situação. Aqui também podem ser coletadas informações sobre posologia, duração, início do tratamento e se a resposta ao tratamento está sendo satisfatória. As informações obtidas ao longo da entrevista devem ser: histórico de vacinas, problemas de saúde, alergias, hábitos de vida (uso de álcool, cafeína, tabaco, drogas) e dados clínicos e demográficos. Também são anotados doenças e medicamentos relevantes que já foram utilizados pelo paciente. Após isso, são coletadas informações sobre o estado nutricional e restrições alimentares. Esse método também lança mão de uma revisão de todas as Pharmacotherapy workup 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 34/46 informações obtidas a fim de que nenhum dado seja esquecido ou omitido. Método que possui apenas uma fase de coleta de histórico do paciente e não necessariamente precisa ser realizada em contato direto com o paciente (pode ser recolhida de algum prontuário). Isso pode ser um ponto crítico, já que a falta de contato pessoal pode ser uma característica que dificulta a obtenção de informações mais delicadas sobre o paciente. Outro ponto frágil é que essa fase se chama “informações subjetivas”, ou seja, podem não conter a totalidade das informações. As informações obtidas são: queixa principal, histórico da atual doença, histórico médico, social e familiar e uso anterior de medicamentos. Método que foi desenhado para ser aplicado em farmácias comunitárias, por isso o processo precisa ser dinâmico. No primeiro momento, deve-se coletar histórico patológico, medicamentos de uso prévio e informações sociais do paciente (hábitos e comportamentos). Essas informações possibilitam ao farmacêutico conhecer sobre a farmacoterapia e enfermidade, além de estimar a adesão e identificar PRM. Com essa exemplificação dos métodos, é possível perceber que, apesar de serem métodos com nomenclaturas e aplicabilidades distintas, todos eles acabam tendo roteiros parecidos, além de terem o mesmo objetivo: conhecer o máximo possível o pacienteem questão, conhecer e avaliar a sua farmacoterapia, associar os hábitos de vida à prescrição e identificar PRM para que possam ser minimizados ou evitados. Exame clínico SOAP note TOM 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 35/46 Como utilizar essa ferramenta? Antes de falarmos sobre exame clínico, é necessário discutirmos sobre uma questão muito importante. Precisamos lembrar que o exercício da profissão é baseado na ementa do que é abordado na educação superior e nos cursos de especialização, e sabemos que ainda não é prática nos cursos de farmácia e suas pós-graduações a abordagem profunda dos exames clínicos. Atenção! Portanto, o direcionamento feito de forma equivocada pelo farmacêutico pode configurar exercício ilegal da profissão. Além disso, há tanto o que explorar dentro da análise da farmacoterapia, há tanto a se trabalhar para que uma prescrição não tenha PRM e seja realizada com a adesão suficiente para ser efetiva que o exame clínico deve ser um coadjuvante apenas para que o farmacêutico possa conhecer o paciente em sua totalidade. Para exemplificarmos, podemos citar alguns exames que podem ser abordados, como: aferição dos sinais vitais (temperatura, pulso, respiração e pressão arterial do paciente); dados antropométricos (peso, altura e índice de massa corporal – IMC); e inspeção, que é a verificação da condição física em que o paciente se encontra antes de iniciar a anamnese. Recomendação Os exames ausculta, palpação e percussão devem ser evitados por parte do farmacêutico pela falta de domínio que esse profissional tem sobre eles. É importante salientar que em qualquer contato com o paciente o farmacêutico deve estar atento a sinais de febre e prurido (coceira), dois sintomas que mostram alguma reação importante pelo organismo. Exame clínico e métodos de acompanhamento farmacoterapêutico 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 36/46 Diferente da anamnese, o exame clínico não é citado em todos os métodos já explorados neste conteúdo. O único que fala explicitamente sobre exame clínico é o método SOAP note que cita, na sua segunda fase (informações objetivas), coleta de uma descrição geral do paciente, exames físicos e laboratoriais, sinais vitais, temperatura, batimentos cardíacos, medicamentos de uso prévio, alergias e reações adversas a medicamentos. Todos os outros métodos orientam o farmacêutico a relacionar as informações de problemas de saúde do paciente com a farmacoterapia atual. Note que não se fala em examinar o paciente, mas sim em correlação de informações para a criação de raciocínio clínico. Por isso, é preciso entender por que há a prescrição dos medicamentos analisados e saber identificar a linha tênue entre “esses medicamentos estão aqui para tratar os problemas de saúde relatados ou alguns problemas de saúde apareceram por causa do mau uso deles?”. Veja que a maioria dos métodos deposita destaque na construção do raciocínio clínico por meio das informações coletadas na anamnese, como material para desvendar a farmacoterapia do paciente. Entenda que, quanto mais ricas forem as informações sobre o paciente, mais completa e certeira será a análise sobre a prescrição que o paciente está fazendo uso. Resumindo Portanto, se o profissional acha necessário aferir pressão arterial, temperatura corporal, frequências cardíaca e respiratória, medir dados antropométricos, dentre outros exames físicos, que seja feito da maneira mais responsável e correta. Para tal o farmacêutico deve estar preparado tecnicamente, mas consciente de que não é somente a técnica que será o essencial para a análise da farmacoterapia. Plano de cuidado 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 37/46 Utilizando os métodos de acompanhamento farmacoterapêutico Até aqui as informações foram coletadas e analisadas isoladamente de certa forma. Agora é o momento da criação do raciocínio clínico no qual ocorrerá a união das informações a fim de que uma linha de raciocínio seja criada para se ter como resultado o cuidado específico e personalizado para cada paciente. Vejamos! Método, que, inicialmente, subdivide-se em três partes. Na fase estado da situação é feita uma correlação entre os problemas de saúde do paciente e a farmacoterapia. Já na fase de estudo, os problemas de saúde (sinais, sintomas, causas dos problemas e suas consequências) são analisados separadamente dos medicamentos (indicação, mecanismo de ação, posologia e dose, farmacocinética, interações medicamentosas e contraindicações). Na fase de avaliação são estabelecidas as suspeitas de PRM, em que são avaliados: a necessidade da farmacoterapia e sua segurança e efetividade. A próxima etapa acontece na intervenção, na qual o farmacêutico desenvolve um plano de intervenções que evite e minimize PRM. Essas intervenções podem ser feitas diretamente para o paciente, com observações relacionadas à adesão ao tratamento, mas podem ser feitas para o médico, quando se trata de alguma sugestão na prescrição. Método em que se traça o plano de cuidado baseado em um repertório de sete PRM, que são: farmacoterapia desnecessária (ex.: classe farmacológica repetida, como atorvastatina e sinvastatina na mesma prescrição, ou pantoprazol e omeprazol juntos); necessidade de inclusão de medicamento (quando o farmacêutico percebe que alguma questão de saúde não está sendo abordada na prescrição); fármaco não efetivo (quando há outras opções melhores para prescrever, ex.: antibiótico Método Dáder Pharmacotherapy workup 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 38/46 empírico, ou seja, ainda sem o resultado do exame de cultura com espectro pequeno); subdoses, doses altas, reações adversas e não adesão à terapia. O momento do plano de cuidado é quando se faz um planejamento para intervir quando um dos problemas acima são encontrados. É necessário lembrar que esses sete passos são um roteiro e o avaliador não pode e nem deve ficar engessado. Caso outra questão não abordada nesse guia seja encontrada, deverá ser sinalizada. Ex.: tempo de tratamento de algum antibiótico que esteja prescrito. Método que equivale ao A do SOAP e nele se identificam possíveis PRM e o motivo da ocorrência. Nesse momento, os dados coletados nas fases de anamnese e exame clínico são compilados. É importante que os dados coletados anteriormente sejam organizados e interpretados. Esse é o momento da criação das intervenções que irão gerar melhoria na execução da farmacoterapia. Método em que se trabalha a fase da avaliação da adequabilidade do plano terapêutico. Aqui os medicamentos presentes na prescrição do paciente precisam ser revisados, atentando-se a PRM. Como foi possível perceber, apesar de algumas características distintas, os métodos acabam tendo o mesmo objetivo. Após conhecer o paciente e sua farmacoterapia, faz-se uma análise em conjunto para entender a função de cada medicamento na farmacoterapia do paciente, identifica- se PRM e se confecciona um conjunto de intervenções que serão feitas ao paciente ou ao médico, e o objetivo da aceitabilidade das intervenções é evitar ou minimizar PRM, aumentar a adesão do paciente ao tratamento e garantir uma farmacoterapia segura e efetiva. SOAP note TOM 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 39/46 Avaliação dos resultados Este é o momento da verificação dos resultados das intervenções feitas pelo farmacêutico. Todos os métodos citam o desenvolvimento de um plano demonitorização pelo farmacêutico e agendamento de encontros periódicos com o paciente, a fim de que a evolução do plano montado pelo farmacêutico seja acompanhada e ajustada quando necessário. Nesses encontros, o aconselhamento ao paciente deverá ser constante, para que o objetivo de ter PRM evitados ou minimizados seja sempre alcançado. Devemos lembrar que o paciente não é uma ciência exata, então a sua farmacoterapia muito provavelmente estará em constante mudança. Por isso, essas fases não são estáticas. Comentário É provável que, em encontros periódicos com o mesmo paciente, a fase de avaliação ocorra junto com a fase de plano de cuidados, visto que novos medicamentos podem ser adicionados à prescrição e medicamentos já em uso também podem ser suspensos. Dessa forma, é preciso, sim, um acompanhamento de tempos em tempos para que sempre ocorra um ajuste benéfico ao paciente. As etapas do processo semiológico Confira cada etapa do processo semiológico, ressaltando seu objetivo, sua importância e as maneiras de fazê-las. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 40/46 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 41/46 Questão 1 Etapa é um estado ou momento delimitado de um processo ou de uma ação e um percurso precisa ser ultrapassado para alcançar o próximo estágio. As etapas e seu sequenciamento são pontos importantes para o correto procedimento semiológico. Essas etapas são: Parabéns! A alternativa D está correta. O momento de conhecimento do paciente, de seus hábitos, medicamentos que faz uso e problemas de saúde é chamado de anamnese, que é realizada por meio de uma conversa. Após a anamnese, podem ser realizados alguns exames para enriquecer o apanhado de informações sobre o paciente, mas palpação e ausculta não são indicados de serem realizados por farmacêuticos. O passo seguinte é a análise da farmacoterapia aliada aos problemas de saúde a fim de poder identificar PRM e minimizá-los ou evitá-los e ainda garantir adesão ao tratamento e uso racional de medicamentos. Isso é feito por meio de intervenções, que são A Anamnese, ausculta, intervenções e acompanhamento. B Anamnese, exame clínico, plano de cuidado e entrevista. C Entrevista, verificação de sinais vitais, plano de cuidados e avaliação dos resultados. D Anamnese, exame clínico, plano de cuidados e avaliação dos resultados. E Entrevista, palpação, intervenções e acompanhamento. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 42/46 sugestões de melhorias. A última etapa é a avaliação de resultados que se dá pelo acompanhamento constante do paciente. Questão 2 O farmacêutico deve estar atento ao histórico médico do usuário para um atendimento seguro, eficaz e de qualidade em colaboração com os outros profissionais de saúde. Sobre as etapas do processo semiológico, é correto afirmar: Parabéns! A alternativa D está correta. Cada profissional conduzirá a anamnese à sua maneira, deixando seu roteiro de perguntas com a sua característica, mas é importante haver uma organização para que o condutor não se perca no diálogo, que pode tomar inúmeros caminhos. Estruturando A A avaliação dos resultados é uma etapa opcional, uma vez que o farmacêutico fez as intervenções, o paciente consegue se resolver sozinho. B O objetivo da análise da farmacoterapia do paciente é apontar erro do médico. C O exame clínico é uma etapa essencial. D Uma sugestão de organização do roteiro de perguntas da anamnese é: história patológica pregressa, histórico familiar, história psicológica e social. E Na fase plano de cuidado, não há necessidade de intervenções, uma vez que o farmacêutico ouvindo os problemas relatados pelo paciente funciona como uma sessão de terapia, que faz com que o paciente enxergue os seus erros sozinho e ele mesmo os corrija. 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 43/46 o roteiro dessa forma será possível entender o histórico de saúde do paciente e seu comportamento social, o que pode ser de grande valia para entender a maneira que conduz a sua farmacoterapia. Considerações �nais Apesar de a profissão farmacêutica ser bastante antiga, seu desenvolvimento vem acontecendo há pouco tempo. Como vimos, a atuação do profissional farmacêutico passou por diversas épocas com valorização, seguida de desvalorização e retomada do reconhecimento graças a um novo modelo de atuação que permitiu a participação ativa do farmacêutico na prestação de assistência ao paciente. A partir desse novo modelo, criou-se o conceito de atenção farmacêutica, preconizada pela atenção que o farmacêutico fornece ao paciente, garantindo a ele o uso racional de medicamentos. Isso permitiu alcançar uma atuação do farmacêutico que tem como objetivo reconhecer necessidades e problemas de saúde do paciente e associá- los à sua farmacoterapia. Desse modo, passa a existir o raciocínio clínico do farmacêutico, que analisa a prescrição do paciente com o objetivo de minimizar ou evitar PRM, aumentar a adesão do paciente à farmacoterapia, garantir o uso racional de medicamentos, além de uma terapia segura e efetiva ao utente. Podcast 05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 44/46 Para encerrar, ouça um resumo dos principais aspectos abordados neste conteúdo. Explore + Confira a indicação que separamos especialmente para você! Pesquise Método Dáder, você encontrará os formulários utilizados nas diferentes fases, além de poder acompanhar o detalhamento de um caso clínico orientado com o método. Referências ARAÚJO, C. E. P.; TESCAROLLO, I. L.; ANTÔNIO, M. A. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. E-book Atena Editora, 2019. BISSON, M. P. Farmácia Clínica & Atenção Farmacêutica. 4. ed. São Paulo: Manole, 2021. BONFIM, N. R. S. O papel do farmacêutico clínico na equipe de assistência ao paciente: uma revisão de literatura. Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2018. BRASIL. Conselho Federal de Farmácia. 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