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Tema 1 - Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico

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05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 1/46
Semiologia e a criação do raciocínio clínico do
farmacêutico
Prof.ª Ana Elisa Martins de Freitas D’Ottavio
Descrição
Atuação do farmacêutico e aprimoramento da atenção farmacêutica e
farmácia clínica. Construção do raciocínio clínico por meio da
semiologia farmacêutica e a importância da relação de confiança entre
farmacêutico e paciente, além do detalhamento do processo
semiológico.
Propósito
A conceituação da semiologia farmacêutica e o desenvolvimento da
atuação do farmacêutico proporciona a construção do raciocínio clínico
e uma relação de confiança entre farmacêutico e paciente, tornando
possível ao paciente o uso de uma terapia segura, efetiva e com PRM
(problemas relacionados ao medicamento) minimizados.
Objetivos
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Módulo 1
A semiologia como ferramenta na
prática da farmácia clínica
Reconhecer a semiologia na prática clínica.
Módulo 2
A construção da relação
terapêutica com o paciente
Reconhecer a importância da habilidade da comunicação.
Módulo 3
As etapas do processo semiológico
Identificar as etapas do processo semiológico.
Introdução
A semiologia é um conceito bastante presente no contexto de
atendimento médico ao paciente e pode-se dizer com segurança
que é a base da medicina clínica. O objetivo principal da
semiologia médica é obter informações sobre o paciente por
meio da anamnese, além de reunir informações sobre os
resultados obtidos no exame clínico. Esse conjunto de ações dá
forma ao que podemos chamar de raciocínio clínico, que
conduzirá o examinador ao diagnóstico. A semiologia médica é

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bastante antiga, o que forneceu artifícios para a especialização
da sua prática. Hoje, podemos considerar que a anamnese bem-
feita, associada ao bom exame clínico, é o caminho para o
diagnóstico correto, o que leva a um bom prognóstico, resultando
em um impacto econômico positivo para o sistema de saúde de
forma geral.
O cenário atual traz uma realidade de crescimento de outras
profissões da área da saúde, que fazem parte da equipe
multiprofissional, cujas atividades impactam diretamente no
cuidado ao paciente. Com a regulamentação das atribuições
clínicas do farmacêutico, que é respaldada pela RDC 585, de 29
de agosto de 2013, é possível ver o crescimento e
desenvolvimento da sua atuação, podendo ser exercida em
ambulatórios, hospitais, unidades básicas de saúde, farmácias
comunitárias, home care e consultório farmacêutico. Essa
expansão das atividades embute novas responsabilidades no
exercício da profissão. Como a própria RDC de 2013 cita, “o
farmacêutico clínico precisa promover o bem-estar do paciente”.
Dessa forma, podemos observar uma nova perspectiva que traz a
expansão do exercício da semiologia, agora com a atuação
também do farmacêutico com o paciente.
Neste conteúdo, além de conceituar semiologia farmacêutica,
vamos ver que, por meio da atuação do farmacêutico, é possível
construir um raciocínio clínico e uma relação terapêutica do
profissional farmacêutico com o paciente.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 4/46
1 - A semiologia como ferramenta na prática da
farmácia clínica
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a semiologia na
prática clínica.
A história da pro�ssão
farmacêutica
O desenvolvimento ao longo dos
anos
Antes de começarmos a falar sobre semiologia farmacêutica, é preciso
entender o caminho percorrido até o momento atual. Hoje, o profissional
farmacêutico é respaldado a atuar na atenção farmacêutica (segundo
RDC 383 de 2004) e suas atribuições clínicas são regulamentadas (RDC
585 de 2013).
Todo esse movimento contribui para a garantia do uso racional de
medicamentos pelos pacientes, não é à toa que o símbolo da profissão
possui uma serpente como sinal de alerta ao papel de cuidado e ética
do farmacêutico. A trajetória da atuação farmacêutica até hoje, onde
pratica-se semiologia, foi longa e precisa ser valorizada.
A jornada iniciou-se com boticas sob a responsabilidade do
farmacêutico, produzindo os medicamentos e sendo considerado uma
referência para a sociedade da época pela sua participação no ciclo do
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medicamento, passando pela ascensão da profissão com o
desenvolvimento da indústria farmacêutica e, por fim, o distanciamento
do profissional farmacêutico da equipe multidisciplinar com o
crescimento das drogarias. Esse movimento foi responsável pela
mudança no perfil da profissão, que afastou o farmacêutico do centro
do ciclo da assistência farmacêutica para a realidade de distribuir
medicamentos industrializados.
Paralelamente, a farmácia clínica crescia nos EUA na década de 60 no
ambiente hospitalar. No Brasil, o desenvolvimento dessa vertente
ocorreu mais próximo dos anos 1990 e, atualmente, está bastante
consolidado também fora da realidade hospitalar.
Nesse novo modelo de atuação há a possibilidade da participação ativa
do farmacêutico na prestação de assistência ao paciente.
As mudanças só foram possíveis por causa da sugestão de atuação
chamada pharmaceutical care ou, atenção farmacêutica, com o objetivo
de reduzir os problemas relacionados a medicamentos. Há hoje um
novo formato de atuação do profissional farmacêutico, com papel de
garantir e racionalizar a terapia, evitando prejuízos ao paciente.
Atenção farmacêutica
Após o distanciamento da equipe multiprofissional, iniciou-se um
movimento que tinha como objetivo a introdução do farmacêutico na
farmacoterapia do paciente, tendo como resultado o surgimento da
farmácia clínica. Com a participação do farmacêutico na análise da
farmacoterapia, começou-se a evitar que o orçamento dos hospitais
fosse gasto para tratar complicações causadas pelo mau uso de
medicamentos.
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Com o objetivo de aumentar a participação do
farmacêutico na atenção primária, iniciou-se a
construção do conceito de atenção farmacêutica,
inserido no ciclo de assistência farmacêutica, e que
preconiza que a atenção dada pelo farmacêutico ao
paciente garante a ele o uso racional de
medicamentos.
O conceito pharmaceutical care foi utilizado pela primeira vez na década
de 1970, mas só passou a ser conhecido mundialmente na década de
1990 após publicações que tinham como objetivo difundir essa
conquista da profissão farmacêutica, mostrando que a atenção
farmacêutica feita de forma responsável melhora a qualidade de vida do
paciente.
A atenção farmacêutica teve a sua importância reconhecida pela OMS
na Declaração de Tóquio de 1993, encontro que discutiu as funções do
farmacêutico no sistema de saúde. O ganho que esse reconhecimento
trouxe foi a nova definição da atenção farmacêutica pela OMS (1994, p.
24): “o farmacêutico atua como um prestador de serviços de saúde,
participando da promoção e prevenção de doenças junto a uma equipe
multidisciplinar.”
No Brasil, o termo atenção farmacêutica foi oficializado no Consenso
Brasileiro de Atenção Farmacêutica, realizado no ano de 2002, que
definiu a atenção farmacêutica como:
A interação direta do farmacêutico
com o paciente, visando uma
farmacoterapia racional e a
obtenção de resultados definidos e
mensuráveis, voltados para a
melhoria da qualidade de vida.
(CONSENSO BRASILEIRO DE ATENÇÃO
FARMACÊUTICA -PROPOSTA, 2002, p. 17)
A partir desse momento, alcançou-se uma atuação do farmacêutico, que
tem como objetivo reconhecer necessidades e problemas de saúde do
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paciente. Com o aprimoramento da atuação farmacêutica foi possível
trazer de volta o cuidado ao paciente e hoje podemos presenciar a
prática de uma abordagem bastante aprofundada com a realidade da
semiologia farmacêutica, que será vista adiante, mas pode ser
considerada o processo de estruturação do raciocínio clínico do
farmacêutico.
Semiologia farmacêutica
Antes de iniciarmos a discussão sobre semiologia farmacêutica, é
preciso consolidar um conceito de extrema importância: o seu objetivo
não é o diagnóstico de patologias.
Os únicos objetivos dessa
ferramenta são a prevenção e
condutas relacionadas a
medicamentos.
(BISSON, 2021, p. 31-32)
Então, podemos afirmar que a semiologia farmacêutica é a aplicação
dos conhecimentos do farmacêutico, como profissional de saúde, para
resolver ou evitar problemas relacionados à farmacoterapia.
Para isso, é preciso conhecer a realidade do paciente, a prescrição que
ele está fazendo uso, identificar possíveis problemas relacionados a
medicamentos e garantir uma farmacoterapia racional e efetiva. A
principal ferramenta de trabalho é a informação, coletada passiva ou
ativamente, e esse processo pode ser realizado ambulatorialmente ou
no âmbito hospitalar.
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É importante salientar que só é possível resolver ou evitar problemas
relacionados à farmacoterapia quando se tem expertise em
acompanhamento farmacoterapêutico. Conhecer a história do paciente
e a formação de uma relação farmacêutico-paciente são facilitadores
para que as intervenções farmacêuticas sejam efetivas e forneçam
melhorias à terapia.
A aplicação na atuação clínica
O processo semiológico permite que o farmacêutico aplique os seus
conhecimentos de saúde e medicamentos no manejo com o paciente.
Através de pesquisa, prevenção e resolução de PRM (Problemas
relacionados aos medicamentos), a semiologia permite que o
farmacêutico investigue, monitore e entenda o andamento da
farmacoterapia. Além da construção do raciocínio clínico, o
farmacêutico consegue trabalhar questões, como:
 Interações medicamentosas.
 Reações adversas.
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Para que o acompanhamento ocorra, alguns métodos foram
desenvolvidos ao longo do tempo, mas, inicialmente, objetivando a
efetividade da construção do raciocínio clínico por meio da análise da
prescrição (ambulatorial ou hospitalar) do paciente, é necessário
conhecer a história e os hábitos do utente. A partir desse conhecimento,
será possível identificar e abordar pontos de melhoria da prescrição,
tendo-se como resultado o uso racional de medicamentos.
Veja os elementos do processo de cuidado:
Elementos do processo de cuidado.
Os itens 1 e 2 serão coletados no momento da anamnese, momento de
conhecimento sobre o paciente. Os itens 3 e 4 já poderão ser
desenvolvidos no momento da execução da análise da farmacoterapia.
Dentre os métodos de análise, podemos citar alguns mais estudados:
Método que utiliza uma documentação voltada para o problema
de saúde e para a prescrição da qual o paciente está fazendo
uso, em que: S significa informações subjetivas sobre o paciente
e a sua farmacoterapia (sintomas: dores, mal-estar etc); O
significa informações objetivas do paciente (sinais: pressão,
temperatura etc); A significa avaliação do problema identificado
 Di�culdade de adesão ao tratamento.
SOAP (subjective, objective, assessment, plan) 
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pelo farmacêutico; P significa o plano de atenção que será
traçado pelo profissional.
Método voltado para doenças específicas e que necessita de
desenvolvimento de formulários para cada tipo de doença, além
de precisar ser aplicado em farmácias comunitárias. Nos
formulários, há: coleta, interpretação e registro de dados
relevantes do paciente, registro dos objetivos terapêuticos do e
para o paciente (ponto de vista do paciente e do profissional),
avaliação da adequação do plano terapêutico, desenvolvimento
de um plano de monitorização, dispensação da terapia e
orientação de uso dela, implementação do plano de
monitorização com agendamento de novos encontros.
Método que tem o objetivo de desenvolver um raciocínio clínico e
um sistema de documentação adaptado à prática farmacêutica.
É dividido em três fases: avaliação do paciente e sua
farmacoterapia, desenvolvimento de um plano de cuidado e
acompanhamento da evolução do paciente.
Método que se baseia no acompanhamento farmacoterapêutico
de um paciente, ou seja, procura avaliar os problemas de saúde e
os medicamentos utilizados. O método é dividido da seguinte
forma: oferta de serviço ao paciente; primeira entrevista com o
paciente; estado da situação do avaliado relacionado à sua
terapia; fase de estudo da situação do paciente e da
farmacoterapia separadamente; fase de avaliação, na qual há o
levantamento dos PRM; fase de intervenção, na qual é elaborado
um plano de ação com as intervenções; resultado da intervenção
em que se verifica as resoluções dos PRM; novo estudo da
situação após as resoluções dos PRM; entrevistas sucessivas
para o acompanhamento do paciente.
TOM (therapeutic outcomes monitoring) 
Pharmacotherapy workup 
Método Dáder 
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Esses métodos têm suas particularidades, mas todos eles seguem o
mesmo raciocínio:
Análise do paciente
Análise da farmacoterapia
Plano de ações
Acompanhamento do paciente
Construção do raciocínio
clínico
Raciocínio clínico do farmacêutico
A construção do raciocínio clínico do farmacêutico passa a acontecer
com a união do conhecimento sobre medicamentos e sobre fisiologia e
fisiopatologia com o objetivo de se ter, como resultado, a análise
criteriosa da farmacoterapia ajustada especificamente ao paciente
assistido. Determinadas condutas podem ser consideradas “padrões”,
independentemente em quem se aplica, mas, quando o farmacêutico é
capaz de identificar em uma análise de farmacoterapia se certas
condutas são justificáveis ou não, justamente porque a coleta da
história do assistido foi realizada de forma eficaz, podemos considerar
que houve construção e execução do raciocínio clínico do farmacêutico.
Exemplo
No âmbito hospitalar, podemos citar um acompanhamento
farmacoterapêutico no qual o paciente apresenta hematúria (sangue na
urina), faz uso prévio de anticoagulante e, no momento da checagem da
reconciliação medicamentosa (medicamentos de uso prévio, ou seja, de
uso em casa, prescritos para o uso durante a internação), vê-se que o
anticoagulante não foi reconciliado. Essa conduta médica faz total
sentido porque o paciente apresenta sangramento ativo e o correto é a
suspensão imediata de anticoagulante.
Para esse paciente, o ideal seria o uso de alguma profilaxia de eventos
trombóticos. Uma vez que a quimioprofilaxia não está indicada
enquanto houver a hematúria, existe a possibilidade de profilaxia
mecânica, como o compressor pneumático de membros inferiores
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(CPMMII). Mas e se o paciente apresentou TVP (trombose venosa
profunda) no laudo do doppler? Ou se o paciente possuialguma ferida
nas pernas, como as escaras, que são bem comuns nos casos de longa
internação com pouca mobilidade? Nesses casos, o CPMMII também
não está indicado.
Portanto, a equipe multidisciplinar deverá estar bastante atenta à
possibilidade de algum evento trombótico no paciente que está sem
cobertura. Indo além, o farmacêutico deverá avaliar muito bem e
entender a conduta médica se optar por manter a anticoagulação ou
alguma quimioprofilaxia de TEV (tromboembolismo venoso) –
anticoagulação com dose reduzida – em um paciente com evento de
sangramento, mas com imagem de TVP no doppler.
O cuidado ao paciente não é uma ciência exata e, às
vezes, atitudes que parecem impensadas, mas que são
tomadas com responsabilidade, podem salvar a vida
do paciente.
Agora, vamos analisar outra situação no âmbito ambulatorial?
Exemplo
O farmacêutico em seu consultório, analisando as receitas médicas
levadas à consulta pelo paciente, percebe que a estatina prescrita é a
sinvastatina. Coletando informações, percebe que seu paciente possui
uma rotina de trabalhar à noite, então todos os medicamentos são
administrados até às 16 horas, momento que sai de casa para trabalhar.
Em contato com o prescritor, ele relata o caso e a estatina, então, é
trocada pela atorvastatina.
Por que podemos dizer que essa conduta trouxe melhoria para a vida do
paciente?
Resposta
A sinvastatina tem curto tempo de meia vida e, como sabemos, a
síntese do colesterol ocorre à noite. Então, para um medicamento com
tempo de meia vida pequeno, o ideal é que o medicamento seja tomado
o mais próximo possível do momento em que o colesterol está se
formando. Já a atorvastatina, possui um tempo de meia vida maior e o
fato de a administração do medicamento acontecer às 16 horas não irá
afetar negativamente o paciente.
Isso é raciocínio clínico, associar todos os conhecimentos como
profissional e aplicar de forma prática.
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Para terminarmos esse tópico, também é importante pensar em:
 Criação de um relacionamento
entre o farmacêutico e o
pacientes
Para que haja confiança entre as partes e seja
possível o farmacêutico inserir o paciente na
responsabilidade sobre o cuidado com o seu
tratamento e, assim, ter adesão à terapia e evitar
PRM.
 Coleta, organização e registro das
informações sobre o paciente
pelo pro�ssional farmacêutico
Para que seja possível conhecer a realidade de
hábitos e saúde do paciente e relacioná-los com a
farmacoterapia, havendo a criação do raciocínio
clínico.
 Avaliação das informações e
elaboração de um plano
farmacoterapêutico
Para que PRM sejam evitados ou tratados, e a
terapia do paciente seja segura e efetiva.
 Garantia pelo pro�ssional de uma
boa comunicação entre
farmacêutico-paciente ou
farmacêutico-médico
P l t d l f ê ti j
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 14/46
A importância da semiologia
farmacêutica
Confira o conceito de semiologia farmacêutica, como ela é aplicada na
clínica ambulatorial e hospitalar e qual a importância da semiologia na
resolução e prevenção de PRM.
Para que o plano traçado pelo farmacêutico seja
cumprido efetivamente.
 Monitoramento pelo
farmacêutico
Para que se possa realizar as modificações
necessárias a fim de atender às necessidades do
paciente, como também rever o paciente com
periodicidade para que o acompanhamento ocorra
de forma constante e integral. Essas são efetivas
garantias de que o processo semiológico sendo
realizado de forma efetiva tem como resultado final
adesão à terapia pelo paciente, uso racional de
medicamentos e redução de PRM.

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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 15/46
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 16/46
(Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista – 2014) A detecção de
problemas relacionados a medicamentos (PRM) é um processo que
exige que o farmacêutico
Parabéns! A alternativa D está correta.
A semiologia farmacêutica é quando o farmacêutico conhece
história e hábitos do paciente por meio da anamnese. Desse modo,
no momento do acesso à prescrição do paciente, é possível
analisar os medicamentos prescritos e traçar um plano a fim de
evitar que possíveis PRM ocorram.
Questão 2
Os elementos do processo de cuidado são:
I - Identificar quais os PRM e traçar um plano para solucioná-los
(rever indicações, aprazamentos e interações).
II - Confrontar o comportamento no uso de medicamentos
(automedicação x prescrição).
A
realize dispensação ativa e dê informações sobre os
medicamentos aos pacientes.
B
solucione de forma satisfatória as consultas com os
pacientes.
C se comunique efetivamente com o médico.
D
analise a situação do paciente, a medicação
prescrita, prepare um plano de seguimento e avalie
os resultados encontrados durante este
seguimento.
E
identifique as causas possíveis e se for devido a
interações medicamentosas, suspenda
imediatamente a utilização dos medicamentos.
05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico
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III - Identificar comorbidades, resultados de exames e
medicamentos de uso prévio.
IV - Acompanhar resoluções de PRM, das prescrições médicas,
acolher o paciente e orientar quanto ao uso dos medicamentos.
A fim de que o cuidado ao paciente seja efetivo, é necessário que as
ações ocorram na seguinte ordem:
Parabéns! A alternativa B está correta.
Para que o cuidado ao paciente seja completo, é necessário que a
ordem das ações tenha uma lógica cronológica. Então, é preciso
iniciar com a anamnese e conhecer a história do paciente, ter
acesso à prescrição do paciente e ser capaz de identificar os
possíveis PRM, traçar um plano para evitar ou resolver os PRM e
acompanhar o desfecho.
A IV, I, III, II
B III, II, I, IV
C I, II, III, IV
D IV, III, II, I
E III, I, II, IV
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2 - A construção da relação terapêutica com o
paciente
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da
habilidade da comunicação.
Comunicação e con�ança
A importância da construção da
relação farmacêutico-paciente
O farmacêutico deve ter como objetivo na sua atuação a mudança de
hábitos sobre medicamentos na comunidade, o que promove melhoria
na saúde pública. Para isso, a comunicação entre farmacêutico e
paciente sobre o uso de medicamentos no contexto do seu tratamento
deve ocorrer de forma efetiva, viabilizando a construção de uma relação
terapêutica de confiança.
É importante, também, uma boa comunicação entre o farmacêutico e o
médico que cuida do paciente em questão, pois isso também promove
segurança ao paciente, que percebe o diálogo de todas as pontas do
cuidado. Essa relação construída será responsável pelo melhor
entendimento do paciente sobre o uso correto do medicamento e do seu
tratamento de forma global, além de ser um facilitador na identificação
de PRM, promovendo ainda a adesão ao tratamento.
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Com essa lapidação, é possível perceber melhora no
desempenho do serviço farmacêutico, visto que a
atividade de registro de dados do paciente tem maior
chance de ocorrer da forma mais completa possível.
Podemos destacar: anotações da evoluçãodo
tratamento, problemas ocorridos, dados laboratoriais e
resultados de procedimentos de saúde realizados. Ou
seja, quando o paciente se sente seguro na relação
construída com o farmacêutico, a possibilidade de ser
o mais honesto possível é muito grande e isso é
garantia de sucesso para o tratamento.
No acompanhamento da farmacoterapia, é papel do farmacêutico
utilizar ferramentas e estratégias que favoreçam uma comunicação de
sucesso com o paciente e, ao longo do seguimento farmacoterapêutico,
ter criado uma relação estreita, com ética e respeito suficientes para se
responsabilizar e responsabilizar o paciente, a fim de que o resultado
seja uma terapia racional, segura, com PRM minimizados ou evitados,
com o paciente sendo resguardado e o tratamento sendo efetivo.
A comunicação na atenção
farmacêutica
No contexto da atenção farmacêutica, a comunicação com o paciente
terá como objetivo a criação de uma relação de confiança com o
paciente para que se possa alcançar:
 Esclarecimento quanto ao uso e
cuidados corretos do medicamento.
 Adesão ao tratamento.
 Identi�cação de possíveis PRM.
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Um dos pilares para a construção da relação de confiança a fim de que
tais objetivos sejam alcançados é o acesso do paciente ao
conhecimento sobre o seu tratamento. Muitos fatores podem dificultar o
acesso ao conhecimento, como a falta de aconselhamento
individualizado, de informação personalizada ou de auxílio na hora de
tomar seus medicamentos.
Por meio do conhecimento, ficará mais fácil para o próprio paciente
identificar as suas dificuldades e os pontos que precisam ser mais
explorados na abordagem com o farmacêutico, que deve iniciar o
processo de aconselhamento ouvindo o que o paciente tem a contar.
Assim, conhecendo a fundo as particularidades, o profissional poderá
iniciar o planejamento, traçar condutas e ajudar o paciente a executar a
farmacoterapia de forma efetiva e segura.
Comentário
Quando se estabelece uma relação de confiança entre o profissional e o
paciente, o caminho para uma relação terapêutica saudável e de
sucesso é bastante próximo, o que trará inúmeros benefícios para a
relação e para o assistido.
Vamos conferir alguns benefícios de um acompanhamento feito de
forma adequada?

O paciente torna-se
capaz de reconhecer o
papel do medicamento
para a manutenção de
sua saúde.

O relacionamento entre
o profissional da saúde
e o paciente torna-se
mais eficaz, criando
uma atmosfera de
confiança, o que
aumenta a aderência ao
tratamento, que é uma
questão sensível, tanto
 Fornecimento de uma terapia racional e
segura ao paciente.

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ambulatorialmente
quanto no âmbito
hospitalar.
É bastante comum um paciente ambulatorial não aderir ao tratamento
porque não toma os medicamentos no momento correto ou
simplesmente porque deixa de tomá-los. No contexto hospitalar,
também é possível a falta de adesão. Geralmente, os pacientes
internados em enfermarias ou quartos e que têm a via oral livre para
administração de medicamentos sólidos ou líquidos orais também
podem se negar a tomar determinado medicamento, e isso configura
falta de adesão ao tratamento.
O autoconhecimento é uma abordagem bastante
importante que o farmacêutico precisa explorar na
relação com o paciente. Isso ajudará no entendimento
e na aceitabilidade de possíveis efeitos colaterais e
como lidar com eles sem que seja precisa a não
adesão ao tratamento.
Com o processo de amadurecimento, o paciente conseguirá ter uma
participação ativa no tratamento de sua doença e se autocuidar. Nesse
sentido, ser vigilante no seu tratamento, porque o objetivo da criação
dessa relação também é criar uma motivação para usar medicamentos
de forma correta e melhorar as suas condições de saúde.
A humanização do farmacêutico
Muitas vezes, é por meio de flexibilidade nas relações interpessoais e
inteligência emocional que o profissional ouvinte consegue perceber os
sinais transmitidos pelo paciente. Eles podem fornecer informações
além do que está sendo dito ou, então, ter sensibilidade em saber como
abordar questões não muito fáceis e que são importantes para a
construção da relação de confiança.
Um profissional treinado, então, terá mais facilidade em extrair das
informações técnicas nuances que não estão explícitas nem claras ao
paciente.
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A relação de confiança entre farmacêutico e paciente
deve ser sempre direcionada pelo profissional. Por
isso, o farmacêutico deverá exercer facetas, sendo
clínico, educador em saúde e amigo do paciente.
Como qualquer relação entre profissional de saúde e paciente, no caso
do farmacêutico e assistido, há uma relação terapêutica baseada no
respeito, na confiança, na igualdade e na troca de experiências. O
farmacêutico passa a ter uma preocupação sincera e verdadeira com o
paciente. Por isso, é essencial que o profissional desenvolva alguma
habilidade em comunicação, pois será essa expertise que permitirá a
formação de uma relação positiva entre farmacêutico e paciente,
principalmente porque o público atendido será diverso.
Na prática clínica, alguns pacientes serão bastante esclarecidos, já
outros terão a realidade de estudos incompletos ou até mesmo o
analfabetismo, o que pode dificultar o processo. Muitas vezes, a falta de
informação sobre o tratamento pode acontecer porque a comunicação
não foi efetiva e caberá ao farmacêutico identificar essa situação e
revisar o caminho a ser seguido no contexto da interlocução.
A abordagem
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212sa/04635/index.html# 23/46
O atendimento
A comunicação é um processo dinâmico em constante evolução. Como
precisamos desenvolvê-la ao longo da vida, é interessante termos
intimidade com técnicas que são capazes de melhorar o contato com o
interlocutor. Indo mais afundo nessa questão, é preciso entender que se
comunicar já tem meio caminho garantido quando o locutor exercita a
aceitação do receptor como ser humano, independentemente de sexo,
etnia, idade ou posição social.
Atenção!
Partindo do princípio de que o outro não será julgado, fica mais fácil de
conceber que, em qualquer processo de comunicação, acontecerá
divergência de opiniões, sendo necessário identificar os pontos de
discórdia. E, no contexto de atendimento ao paciente, essa
responsabilidade é totalmente do farmacêutico, profissional da relação.
O sucesso na comunicação não depende só da forma como a
mensagem é transmitida, a compreensão dela é um fator fundamental
para o sucesso do processo. Por isso, é de extrema importância saber
identificar as causas que mais prejudicam a comunicação entre
paciente e farmacêutico no momento do atendimento. Vejamos!
É necessário que o farmacêutico se coloque sempre em uma
posição de quem está aconselhando o paciente e faz isso
porque deseja fornecer artifícios para que o paciente tenha,
como resultado, um tratamento efetivo e seguro.
É necessário lembrar que o paciente possui suas questões e
particularidades. Tentar uma abordagem apressada pode passar
impressão de negligência e displicência.
Receio de envolvimento pessoal 
Pressa em executar a abordagem ao paciente 
Atendimento ao paciente em espaço inadequado 
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É necessário adequar o ambiente de atendimento. Isso porque o
espaço em que o paciente é recebido diz muito sobre o cuidado
e a atençãoque o farmacêutico tem a oferecer. Um
estabelecimento de saúde deve ter um espaço destinado
especificamente a isso e no qual o paciente se sinta acolhido e à
vontade.
Lembre-se de que, além da comunicação verbal e a maneira de
se portar, existe também o ambiente em que o paciente é
recebido. Todas essas formas de comunicação podem passar
inúmeras mensagens equivocadas, prejudicando a relação entre
as partes.
É necessário adequar a fala, que é de extrema importância por
diversos motivos. Como já vimos, as pessoas são diferentes,
com realidades distintas e cada paciente tem uma história. Logo,
cada pessoa recebe a mensagem falada de uma forma.
Consequentemente, é importante usar uma linguagem adequada
e simples que alcance a todos para que o que está sendo dito
seja entendido e se cumpra.
Outra questão é, também respeitando a história de cada um,
sempre usar um discurso com humildade e humanidade a fim de
que todo paciente, independente da sua realidade, sinta-se
acolhido.
A arte de ouvir
Sabemos que, em um diálogo, a parte mais difícil de ser executada é
ouvir. O ouvir apontado aqui é o ouvir com sensibilidade, quando o
ouvinte recebe a informação com boa vontade, atento aos detalhes e
com disponibilidade. De acordo com o grau de doação, a capacidade de
ouvir poderá se enquadrar em diferentes níveis de atenção. Para um
profissional da saúde, essa prática será exercida muitas vezes durante a
atuação ao longo da carreira, por isso o ato de ouvir durante o exercício
da profissão terá dois objetivos essenciais: entender o máximo possível
as questões do paciente e demonstrar interesse em resolvê-las.
Linguagem utilizada 
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Comentário
Quando o paciente recorre aos serviços de um profissional de saúde,
este processo implica compreender o tipo de necessidades e
expectativas do utente. Portanto, assumir uma atitude de compreensão
e abertura em relação aos problemas do emissor sem fazer
julgamentos, contribui para uma melhor relação farmacêutico-paciente,
facilitando o processo de comunicação e na criação de uma relação
terapêutica.
Para otimização do processo, pode ser necessário desenvolver
habilidades para incorporar o ato de ouvir efetivo. Podemos citar
algumas estratégias:
Colocar o corpo em uma posição que
transmita ao paciente a certeza de que
está sendo ouvido
É importante que o olhar do farmacêutico esteja direcionado ao
paciente de uma forma acolhedora e não julgadora, para que o
paciente perceba que está recebendo a devida atenção.
Estar atento às particularidades de
comunicação do paciente
É importante perceber que cada pessoa utiliza uma linguagem
própria para se comunicar, inclusive com determinado tipo de
vocabulário e referências culturais particulares. A linguagem
corporal, algumas vezes, é mais explícita e passa mais
informações do que a comunicação verbal. Portanto, é preciso
estar atento a essas particularidades para que o paciente
perceba o ouvinte com total atenção, o que facilita a conexão
entre farmacêutico e paciente.
Qualquer profissional de saúde que se proponha a trabalhar com
paciente precisa estar atento ao fato de que pacientes são pessoas com
histórias de vida, problemas, tristezas e alegrias. Apesar de não ser este
o foco do farmacêutico, ele precisa estar ambientado a lidar com o ser
humano e suas questões.
Entender, acolher, não julgar, aceitar o outro e, principalmente, orientar
com amor serão artifícios essenciais para se criar uma relação entre
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profissional e paciente. Essa conquista será muito importante para a
efetividade das intervenções necessárias na farmacoterapia do utente,
visto que serão aceitas e aderidas pelo paciente.
A comunicação na relação
farmacêutico-paciente
Confira a importância da comunicação no processo semiológico e a
construção da relação farmacêutico-paciente na humanização do
farmacêutico.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Uma boa relação com o farmacêutico proporciona importantes
benefícios para a saúde, adaptação e bom encaminhamento do
tratamento do paciente. Especificamente falando, quais são os
benefícios de um acompanhamento feito de forma adequada?
A
A criação da relação de amizade entre farmacêutico
e paciente.
B
O paciente não é capaz de reconhecer o papel do
medicamento para a manutenção de sua saúde.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Com a relação de confiança estabelecida entre farmacêutico e
paciente, será mais fácil o profissional estimular o paciente a
conhecer seu tratamento e todas as particularidades envolvidas e,
com isso, será mais fácil fazer o paciente aceitar e aderir ao
tratamento.
Questão 2
Podemos afirmar que as causas que mais prejudicam a
comunicação entre paciente e farmacêutico no momento do
atendimento são:
C
O paciente torna-se capaz de reconhecer o papel do
medicamento para a manutenção da sua saúde e a
relação de confiança entre as duas partes aumenta
a adesão do tratamento pelo paciente.
D
O paciente adquire conhecimento técnico sobre o
seu tratamento.
E
Há a criação de uma relação de confiança entre
farmacêutico e paciente.
A
Linguagem utilizada e pressa em executar a
abordagem ao paciente.
B
Criação de amizade em farmacêutico e paciente;
intimidade entre as partes; ciúmes entre
farmacêutico e paciente.
C
Receio de envolvimento pessoal; intimidade entre as
partes.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Outras causas que prejudicam a comunicação entre paciente e
farmacêutico no momento do atendimento são: receio de
envolvimento pessoal, atendimento do paciente em espaço
inadequado e linguagem utilizada. A comunicação é uma troca e
nem sempre, quando há falha neste processo, o problema está na
forma que a mensagem foi transmitida. A maneira como é recebida
também faz parte do processo. O papel do interlocutor também é
muito importante para que a comunicação ocorra com sucesso.
3 - As etapas do processo semiológico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as etapas do
processo semiológico.
Anamnese
D Apenas ciúmes entre as partes.
E Inimizade entre as partes.
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O que ter em mente?
A anamnese é uma prática antiga no exercício da medicina e que vem
ganhando espaço na atuação do farmacêutico. Podemos definir
anamnese como “a informação acerca do princípio e da evolução de
uma doença até a primeira observação do médico” (BISSON, 2021, p.
32).
Como vimos no primeiro módulo, no caso da anamnese farmacêutica, o
objetivo não é o diagnóstico de doenças, mas sim identificar detalhes da
vida, história e hábitos do paciente. Além disso, sentimentos do paciente
podem ser pesquisados, assim como o seu comportamento perante os
médicos que o tratam e, principalmente, como reage e cuida da sua
farmacoterapia.
Comentário
Todas as informações recolhidas por meio da anamnese darão ao
farmacêutico histórico de vida e questões do paciente. Dessa maneira, o
profissional terá material e artifícios para entender por que
determinados PRM estão acontecendo ou até mesmo evitá-los.
Primeiramente, os cuidados básicos paraa realização da anamnese
são:
Estar disposto a ouvir o paciente.
Respeitar o momento do paciente fornecendo total atenção a ele.
Dedicar tempo suficiente, possibilitando a obtenção da história
completa do paciente.
Observar as características do paciente: nível de escolaridade,
nível socioeconômico, personalidade, estado emocional,
comportamento perante a enfermidade.
Não julgar o paciente.
Saber confrontar o paciente de forma respeitosa e amigável sobre
seus comportamentos relacionados à farmacoterapia.
Ter conhecimento sobre fisiopatologia para que as informações
coletadas sobre as doenças prévias e atuais do paciente façam
sentido e para que o farmacêutico possa exercer raciocínio clínico
durante a análise de prescrição.
Terminar a anamnese tendo conseguido o máximo de informações
sobre o paciente.
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Roteiro de perguntas
É claro que cada profissional conduzirá a anamnese à sua maneira,
deixando seu roteiro de perguntas com a sua característica, mas é
importante haver uma organização a fim de que o condutor não se perca
no diálogo, que pode tomar inúmeros caminhos (lembre-se que os
pacientes são diferentes, uns se limitam a falar apenas o que está
sendo perguntado e outros gostam de conversar; a anamnese pode
extrapolar seus próprios objetivos).
Dessa forma, podemos apontar como sugestão de organização:
 História patológica pregressa
Trata-se de dados sobre doenças prévias,
gestações, partos, cirurgias, hospitalizações,
exames, medicamentos em uso, histórico de
imunização, fatores de risco e hábitos de vida
(álcool, cigarro, qualidade do sono e alimentação).
 Histórico familiar
Trata-se de elemento importante para identificar
doenças hereditárias e para conhecer o perfil
emocional do paciente com relação a doenças que
acometem a sua família.
 História psicológica e social
Trata-se de entender, nesse momento, a origem do
comportamento do paciente, conhecendo a sua
personalidade, história de vida e situação
socioeconômica. Entender essas questões será de
grande valia para identificar PRM e compreender
por que eles ocorrem.
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Para que o processo da anamnese seja o mais completo possível, é
necessário que o profissional seja capaz de reconhecer os diversos
tipos de perfis de pacientes: o ansioso, o que se impressiona demais e
acha que sente todos os sintomas de doenças que pesquisa, o
depressivo, o hipocondríaco, o hostil, o tímido, o com pouco
conhecimento, dentre outras diversas características.
Comentário
A partir desse reconhecimento, o farmacêutico deve arquitetar a melhor
abordagem para conseguir extrair as informações necessárias do
paciente. Essa diversidade de perfis de paciente será a maior limitação
da anamnese, pois vai dificultar que o farmacêutico obtenha, todas as
vezes, informações completas e com a totalidade dos fatos da vida do
assistido.
A realização da anamnese nos
métodos de acompanhamento
farmacoterapêutico
Como já vimos, existem alguns métodos para acompanhamento
farmacoterapêutico que têm como base o contato com o paciente e o
conhecimento sobre seus costumes e história patológica para que o
reconhecimento de PRM seja facilitado. Vejamos!
Método que destaca que o primeiro contato com o paciente tem
como objetivo mostrá-lo que ele também possui
responsabilidade sobre o tratamento. Esse momento é dividido
em fases:
Primeira fase: é preciso que o paciente fale sobre os seus
problemas de saúde.
Segunda fase: é preciso que o paciente responda a perguntas
sobre cada medicamento que faz uso. São realizados
questionamentos sobre a indicação do medicamento, efeito real
x efeito esperado, dose, via de administração, efeitos colaterais.
É nessa etapa que o profissional terá a chance de saber como o
paciente se comporta e enxerga a sua farmacoterapia.
Método Dáder 
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Terceira fase: há o complemento da investigação na qual é feita
uma revisão sobre aspectos do paciente e se observa
parâmetros fisiológicos, hábitos de vida, buscando aprofundar
problemas de saúde ou descobrir algum medicamento que não
tenha sido citado pelo paciente. É bastante comum o paciente
não lembrar todos os detalhes em um primeiro momento.
Existem personalidades distintas, alguns pacientes tomam nota
dos detalhes de seus tratamentos, enquanto outros sentem
dificuldade de fazê-lo. Existem ainda pacientes que sentem
particular incômodo em compartilhar sobre seus hábitos com
terceiros. Então, é necessário fazer uma recapitulação até que se
tenha informações suficientes para que a análise da prescrição
seja efetiva.
Método que também divide a anamnese em fases. Na primeira, o
farmacêutico realiza uma entrevista com o paciente, na qual
deve coletar informações sobre ele e fazer uma avaliação geral
do paciente. O objetivo dessa primeira fase é se certificar se há
ou não adesão à terapia e verificar a indicação dos
medicamentos prescritos. Isso é importante porque geralmente
os pacientes, principalmente, os idosos, costumam se consultar
com mais de um médico concomitantemente e, muitas vezes, há
falha de comunicação entre as especialidades.
Da mesma forma, há também falha na passagem de informação
do paciente para o médico sobre os medicamentos de uso
prévio. Então, pode acontecer de o mesmo medicamento ser
prescrito por dois médicos diferentes. Lembre-se de que existem
diferentes tipos de pacientes, com diversos níveis de
conhecimento e não é nada incomum essa situação. Aqui
também podem ser coletadas informações sobre posologia,
duração, início do tratamento e se a resposta ao tratamento está
sendo satisfatória. As informações obtidas ao longo da
entrevista devem ser: histórico de vacinas, problemas de saúde,
alergias, hábitos de vida (uso de álcool, cafeína, tabaco, drogas)
e dados clínicos e demográficos.
Também são anotados doenças e medicamentos relevantes que
já foram utilizados pelo paciente. Após isso, são coletadas
informações sobre o estado nutricional e restrições alimentares.
Esse método também lança mão de uma revisão de todas as
Pharmacotherapy workup 
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informações obtidas a fim de que nenhum dado seja esquecido
ou omitido.
Método que possui apenas uma fase de coleta de histórico do
paciente e não necessariamente precisa ser realizada em
contato direto com o paciente (pode ser recolhida de algum
prontuário). Isso pode ser um ponto crítico, já que a falta de
contato pessoal pode ser uma característica que dificulta a
obtenção de informações mais delicadas sobre o paciente. Outro
ponto frágil é que essa fase se chama “informações subjetivas”,
ou seja, podem não conter a totalidade das informações. As
informações obtidas são: queixa principal, histórico da atual
doença, histórico médico, social e familiar e uso anterior de
medicamentos.
Método que foi desenhado para ser aplicado em farmácias
comunitárias, por isso o processo precisa ser dinâmico. No
primeiro momento, deve-se coletar histórico patológico,
medicamentos de uso prévio e informações sociais do paciente
(hábitos e comportamentos). Essas informações possibilitam ao
farmacêutico conhecer sobre a farmacoterapia e enfermidade,
além de estimar a adesão e identificar PRM.
Com essa exemplificação dos métodos, é possível perceber que, apesar
de serem métodos com nomenclaturas e aplicabilidades distintas, todos
eles acabam tendo roteiros parecidos, além de terem o mesmo objetivo:
conhecer o máximo possível o pacienteem questão, conhecer e avaliar
a sua farmacoterapia, associar os hábitos de vida à prescrição e
identificar PRM para que possam ser minimizados ou evitados.
Exame clínico
SOAP note 
TOM 
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Como utilizar essa ferramenta?
Antes de falarmos sobre exame clínico, é necessário discutirmos sobre
uma questão muito importante. Precisamos lembrar que o exercício da
profissão é baseado na ementa do que é abordado na educação
superior e nos cursos de especialização, e sabemos que ainda não é
prática nos cursos de farmácia e suas pós-graduações a abordagem
profunda dos exames clínicos.
Atenção!
Portanto, o direcionamento feito de forma equivocada pelo
farmacêutico pode configurar exercício ilegal da profissão.
Além disso, há tanto o que explorar dentro da análise da farmacoterapia,
há tanto a se trabalhar para que uma prescrição não tenha PRM e seja
realizada com a adesão suficiente para ser efetiva que o exame clínico
deve ser um coadjuvante apenas para que o farmacêutico possa
conhecer o paciente em sua totalidade.
Para exemplificarmos, podemos citar alguns exames que podem ser
abordados, como: aferição dos sinais vitais (temperatura, pulso,
respiração e pressão arterial do paciente); dados antropométricos (peso,
altura e índice de massa corporal – IMC); e inspeção, que é a verificação
da condição física em que o paciente se encontra antes de iniciar a
anamnese.
Recomendação
Os exames ausculta, palpação e percussão devem ser evitados por
parte do farmacêutico pela falta de domínio que esse profissional tem
sobre eles.
É importante salientar que em qualquer contato com o paciente o
farmacêutico deve estar atento a sinais de febre e prurido (coceira), dois
sintomas que mostram alguma reação importante pelo organismo.
Exame clínico e métodos de
acompanhamento
farmacoterapêutico
05/03/24, 20:57 Semiologia e a criação do raciocínio clínico do farmacêutico
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Diferente da anamnese, o exame clínico não é citado em todos os
métodos já explorados neste conteúdo. O único que fala explicitamente
sobre exame clínico é o método SOAP note que cita, na sua segunda
fase (informações objetivas), coleta de uma descrição geral do paciente,
exames físicos e laboratoriais, sinais vitais, temperatura, batimentos
cardíacos, medicamentos de uso prévio, alergias e reações adversas a
medicamentos.
Todos os outros métodos orientam o farmacêutico a relacionar as
informações de problemas de saúde do paciente com a farmacoterapia
atual.
Note que não se fala em examinar o paciente,
mas sim em correlação de informações para a
criação de raciocínio clínico.
Por isso, é preciso entender por que há a prescrição dos medicamentos
analisados e saber identificar a linha tênue entre “esses medicamentos
estão aqui para tratar os problemas de saúde relatados ou alguns
problemas de saúde apareceram por causa do mau uso deles?”.
Veja que a maioria dos métodos deposita destaque na construção do
raciocínio clínico por meio das informações coletadas na anamnese,
como material para desvendar a farmacoterapia do paciente. Entenda
que, quanto mais ricas forem as informações sobre o paciente, mais
completa e certeira será a análise sobre a prescrição que o paciente
está fazendo uso.
Resumindo
Portanto, se o profissional acha necessário aferir pressão arterial,
temperatura corporal, frequências cardíaca e respiratória, medir dados
antropométricos, dentre outros exames físicos, que seja feito da
maneira mais responsável e correta. Para tal o farmacêutico deve estar
preparado tecnicamente, mas consciente de que não é somente a
técnica que será o essencial para a análise da farmacoterapia.
Plano de cuidado
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Utilizando os métodos de
acompanhamento
farmacoterapêutico
Até aqui as informações foram coletadas e analisadas isoladamente de
certa forma. Agora é o momento da criação do raciocínio clínico no qual
ocorrerá a união das informações a fim de que uma linha de raciocínio
seja criada para se ter como resultado o cuidado específico e
personalizado para cada paciente. Vejamos!
Método, que, inicialmente, subdivide-se em três partes. Na fase
estado da situação é feita uma correlação entre os problemas de
saúde do paciente e a farmacoterapia. Já na fase de estudo, os
problemas de saúde (sinais, sintomas, causas dos problemas e
suas consequências) são analisados separadamente dos
medicamentos (indicação, mecanismo de ação, posologia e
dose, farmacocinética, interações medicamentosas e
contraindicações). Na fase de avaliação são estabelecidas as
suspeitas de PRM, em que são avaliados: a necessidade da
farmacoterapia e sua segurança e efetividade. A próxima etapa
acontece na intervenção, na qual o farmacêutico desenvolve um
plano de intervenções que evite e minimize PRM. Essas
intervenções podem ser feitas diretamente para o paciente, com
observações relacionadas à adesão ao tratamento, mas podem
ser feitas para o médico, quando se trata de alguma sugestão na
prescrição.
Método em que se traça o plano de cuidado baseado em um
repertório de sete PRM, que são: farmacoterapia desnecessária
(ex.: classe farmacológica repetida, como atorvastatina e
sinvastatina na mesma prescrição, ou pantoprazol e omeprazol
juntos); necessidade de inclusão de medicamento (quando o
farmacêutico percebe que alguma questão de saúde não está
sendo abordada na prescrição); fármaco não efetivo (quando há
outras opções melhores para prescrever, ex.: antibiótico
Método Dáder 
Pharmacotherapy workup 
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empírico, ou seja, ainda sem o resultado do exame de cultura
com espectro pequeno); subdoses, doses altas, reações
adversas e não adesão à terapia. O momento do plano de
cuidado é quando se faz um planejamento para intervir quando
um dos problemas acima são encontrados. É necessário lembrar
que esses sete passos são um roteiro e o avaliador não pode e
nem deve ficar engessado. Caso outra questão não abordada
nesse guia seja encontrada, deverá ser sinalizada. Ex.: tempo de
tratamento de algum antibiótico que esteja prescrito.
Método que equivale ao A do SOAP e nele se identificam
possíveis PRM e o motivo da ocorrência. Nesse momento, os
dados coletados nas fases de anamnese e exame clínico são
compilados. É importante que os dados coletados anteriormente
sejam organizados e interpretados. Esse é o momento da
criação das intervenções que irão gerar melhoria na execução da
farmacoterapia.
Método em que se trabalha a fase da avaliação da
adequabilidade do plano terapêutico. Aqui os medicamentos
presentes na prescrição do paciente precisam ser revisados,
atentando-se a PRM.
Como foi possível perceber, apesar de algumas características distintas,
os métodos acabam tendo o mesmo objetivo. Após conhecer o paciente
e sua farmacoterapia, faz-se uma análise em conjunto para entender a
função de cada medicamento na farmacoterapia do paciente, identifica-
se PRM e se confecciona um conjunto de intervenções que serão feitas
ao paciente ou ao médico, e o objetivo da aceitabilidade das
intervenções é evitar ou minimizar PRM, aumentar a adesão do paciente
ao tratamento e garantir uma farmacoterapia segura e efetiva.
SOAP note 
TOM 
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Avaliação dos resultados
Este é o momento da verificação dos resultados das intervenções feitas
pelo farmacêutico. Todos os métodos citam o desenvolvimento de um
plano demonitorização pelo farmacêutico e agendamento de encontros
periódicos com o paciente, a fim de que a evolução do plano montado
pelo farmacêutico seja acompanhada e ajustada quando necessário.
Nesses encontros, o aconselhamento ao paciente deverá ser constante,
para que o objetivo de ter PRM evitados ou minimizados seja sempre
alcançado. Devemos lembrar que o paciente não é uma ciência exata,
então a sua farmacoterapia muito provavelmente estará em constante
mudança. Por isso, essas fases não são estáticas.
Comentário
É provável que, em encontros periódicos com o mesmo paciente, a fase
de avaliação ocorra junto com a fase de plano de cuidados, visto que
novos medicamentos podem ser adicionados à prescrição e
medicamentos já em uso também podem ser suspensos.
Dessa forma, é preciso, sim, um acompanhamento de tempos em
tempos para que sempre ocorra um ajuste benéfico ao paciente.
As etapas do processo
semiológico
Confira cada etapa do processo semiológico, ressaltando seu objetivo,
sua importância e as maneiras de fazê-las.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
Etapa é um estado ou momento delimitado de um processo ou de
uma ação e um percurso precisa ser ultrapassado para alcançar o
próximo estágio. As etapas e seu sequenciamento são pontos
importantes para o correto procedimento semiológico. Essas
etapas são:
Parabéns! A alternativa D está correta.
O momento de conhecimento do paciente, de seus hábitos,
medicamentos que faz uso e problemas de saúde é chamado de
anamnese, que é realizada por meio de uma conversa. Após a
anamnese, podem ser realizados alguns exames para enriquecer o
apanhado de informações sobre o paciente, mas palpação e
ausculta não são indicados de serem realizados por farmacêuticos.
O passo seguinte é a análise da farmacoterapia aliada aos
problemas de saúde a fim de poder identificar PRM e minimizá-los
ou evitá-los e ainda garantir adesão ao tratamento e uso racional de
medicamentos. Isso é feito por meio de intervenções, que são
A
Anamnese, ausculta, intervenções e
acompanhamento.
B
Anamnese, exame clínico, plano de cuidado e
entrevista.
C
Entrevista, verificação de sinais vitais, plano de
cuidados e avaliação dos resultados.
D
Anamnese, exame clínico, plano de cuidados e
avaliação dos resultados.
E
Entrevista, palpação, intervenções e
acompanhamento.
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sugestões de melhorias. A última etapa é a avaliação de resultados
que se dá pelo acompanhamento constante do paciente.
Questão 2
O farmacêutico deve estar atento ao histórico médico do usuário
para um atendimento seguro, eficaz e de qualidade em colaboração
com os outros profissionais de saúde. Sobre as etapas do processo
semiológico, é correto afirmar:
Parabéns! A alternativa D está correta.
Cada profissional conduzirá a anamnese à sua maneira, deixando
seu roteiro de perguntas com a sua característica, mas é
importante haver uma organização para que o condutor não se
perca no diálogo, que pode tomar inúmeros caminhos. Estruturando
A
A avaliação dos resultados é uma etapa opcional,
uma vez que o farmacêutico fez as intervenções, o
paciente consegue se resolver sozinho.
B
O objetivo da análise da farmacoterapia do paciente
é apontar erro do médico.
C O exame clínico é uma etapa essencial.
D
Uma sugestão de organização do roteiro de
perguntas da anamnese é: história patológica
pregressa, histórico familiar, história psicológica e
social.
E
Na fase plano de cuidado, não há necessidade de
intervenções, uma vez que o farmacêutico ouvindo
os problemas relatados pelo paciente funciona
como uma sessão de terapia, que faz com que o
paciente enxergue os seus erros sozinho e ele
mesmo os corrija.
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o roteiro dessa forma será possível entender o histórico de saúde
do paciente e seu comportamento social, o que pode ser de grande
valia para entender a maneira que conduz a sua farmacoterapia.
Considerações �nais
Apesar de a profissão farmacêutica ser bastante antiga, seu
desenvolvimento vem acontecendo há pouco tempo. Como vimos, a
atuação do profissional farmacêutico passou por diversas épocas com
valorização, seguida de desvalorização e retomada do reconhecimento
graças a um novo modelo de atuação que permitiu a participação ativa
do farmacêutico na prestação de assistência ao paciente.
A partir desse novo modelo, criou-se o conceito de atenção
farmacêutica, preconizada pela atenção que o farmacêutico fornece ao
paciente, garantindo a ele o uso racional de medicamentos. Isso
permitiu alcançar uma atuação do farmacêutico que tem como objetivo
reconhecer necessidades e problemas de saúde do paciente e associá-
los à sua farmacoterapia.
Desse modo, passa a existir o raciocínio clínico do farmacêutico, que
analisa a prescrição do paciente com o objetivo de minimizar ou evitar
PRM, aumentar a adesão do paciente à farmacoterapia, garantir o uso
racional de medicamentos, além de uma terapia segura e efetiva ao
utente.
Podcast
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Para encerrar, ouça um resumo dos principais aspectos abordados
neste conteúdo.
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fases, além de poder acompanhar o detalhamento de um caso clínico
orientado com o método.
Referências
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