Buscar

introducao-a-neonatologia



Continue navegando


Prévia do material em texto

11
Nathália da Costa Sousa
PEDIATRIA IV
INTRODUÇÃO À NEONATOLOGIA
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO À NEONATOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2. Fisiologia fetal e transição feto-neonatal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1. Desenvolvimento pulmonar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.2. Sistema cardiovascular fetal e transição feto-neonatal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3. Classificação do recém-nascido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
3.1. Idade gestacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Mapa mental 1 . Métodos de avaliação clínica da idade gestacional . . . . . . . . . . 13
3.2. Avaliação do crescimento intrauterino e do peso ao nascer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Mapa mental 2 . Classificação do recém-nascido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Bibliografia consultada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Questões comentadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3
INTRODUÇÃO À NEONATOLOGIA
O QUE VOCÊ PRECISA SABER?
 u Modificações da vida intrauterina para a vida extrauterina.
 u Classificação do recém-nascido de acordo com o peso de nascimento, idade gestacional e adequação do 
peso de nascimento para idade gestacional.
1. INTRODUÇÃO
Antes de começarmos a falar da Neonatologia em 
si, é importante que você conheça as diferentes ter-
minologias utilizadas para denominar as diferentes 
fases desse começo de vida:
 u Período perinatal: da 28ª semana de gestação 
até o 7º dia após o nascimento.
 u Período neonatal: do nascimento até o 28º dia de 
vida. Podendo ser subdividido ainda em:
 W Muito precoce ou muito inicial: primeiras 24 
horas de vida.
 W Precoce: primeiros 6 dias de vida.
 W Tardio: de 7 dias até 28 dias de vida.
Essa subdivisão é especialmente importante quando 
analisamos dados epidemiológicos, como a mor-
talidade infantil, por exemplo. Lembre-se de que 
a mortalidade infantil é calculada dividindo-se o 
número de óbitos em menores de 1 ano pelo número 
de nascidos-vivos daquela região e período e mul-
tiplicando-se o resultado por 1.000. O principal 
componente da mortalidade infantil em países em 
desenvolvimento é a mortalidade pós-neonatal (de 
28 a 364 dias de vida), relacionada à desnutrição 
e às doenças infecciosas, condições que refletem 
o ambiente socioeconômico. Já em países desen-
volvidos a mortalidade neonatal é o componente 
mais importante, relacionada com situações de 
risco neonatal como a prematuridade e as ano-
malias congênitas, além de refletir a qualidade da 
assistência neonatal.
 DIA A DIA MÉDICO
Dados brasileiros de 2019 mostram que a mortalidade 
neonatal foi responsável por 52% dos óbitos em menores 
de 1 ano, sendo que a maior parte dos óbitos ocorre no 
primeiros dia de vida (71%), associada à prematuridade e à 
asfixia perinatal. Para reduzir esses números precisamos 
assegurar uma boa assistência pré-natal, o tratamento 
adequado das complicações obstétricas, instituir preco-
cemente os procedimentos de reanimação neonatal e 
investir em tecnologia de assistência intensiva neonatal.
2. FISIOLOGIA FETAL E TRANSIÇÃO 
FETO-NEONATAL
2 .1 . DESENVOLVIMENTO PULMONAR
 BASES DA MEDICINA
Os órgãos respiratórios inferiores (laringe, traqueia, 
brônquios e pulmões) começam a se formar durante 
a quarta semana de gestação. O sistema respiratório 
é iniciado como um crescimento mediano – o sulco 
importância/prevalência
Introdução à neonatologia Neonatologia
4
laringotraqueal – que aparece no assoalho da extre-
midade caudal da faringe primitiva. No final da quarta 
semana, o sulco laringotraqueal se projeta para formar 
o divertículo laringotraqueal (broto pulmonar) saculi-
forme, que está localizado na porção ventral da região 
caudal do intestino anterior. O broto respiratório (broto 
pulmonar) logo se divide em dois – brotos brônquicos 
primários. Posteriormente, os brotos brônquicos secun-
dários e terciários se formam e crescem lateralmente 
nos canais pericardioperitoneais. Juntamente com o 
mesoderma esplâncnico circundante, os brotos brônqui-
cos se diferenciam nos brônquios e suas ramificações 
nos pulmões (Figura 1).
Figura 1. Desenvolvimento embrionário do pulmão. 
Aos 26 dias de vida embrionária, o pulmão aparece primeiro como uma protrusão do intestino anterior. Aos 33 dias o broto pulmonar se 
ramifica e, por volta dos 37 dias, os brônquios principais futuros penetram no mesênquima. Já as vias aéreas, para os brônquios lobar e 
segmentar inicial, iniciam sua formação aos 42 dias de gestação.
Fonte: Acervo Sanar.
O desenvolvimento pulmonar pode ser dividido 
em 5 estágios (Quadro 1), mas é importante que 
você entenda que o crescimento das vias aéreas 
é dependente de três fatores: presença de líquido 
pulmonar (derivado do líquido amniótico), espaço 
adequado na caixa torácica (comprometido na 
hérnia diafragmática congênita, por exemplo) e 
presença de movimentos respiratórios fetais. Os 
primeiros estágios do desenvolvimento pulmonar 
são o embrionário (quando ocorre formação dos 
brônquios “rudimentares”) e o pseudoglandular 
(divisão do brônquio principal em dois). Durante o 
estágio canalicular (entre 16 e 26 semanas de gesta-
ção) o pulmão se torna viável para a realização das 
trocas gasosas, com a formação dos bronquíolos 
respiratórios (Figura 2) e ocorre o início da forma-
ção da barreira hemato-aérea. No estágio sacular 
aparecem os ácinos, ocorre a diferenciação epitelial 
em pneumócitos tipo I e II ocorre o aumento da pro-
dução do surfactante. Já a alveolarização pulmonar 
(estágio alveolar) inicia-se na 36ª semana a partir 
do ducto alveolar, com surgimento progressivo dos 
alvéolos, aumentando o volume gasoso potencial do 
pulmão e a área de superfície das trocas gasosas. 
Sabemos que a alveolarização progride até a idade 
adulta, mas ela é mais intensa da 36ª semana de 
gestação até os primeiros meses após o parto. 
Alguns fatores podem interferir na alveolarização 
normal como a ventilação mecânica, hiperóxia, 
corioamnionite e a nutrição inadequada.
Introdução à neonatologia 
5
Quadro 1. Estágios do desenvolvimento pulmonar.
Período Estágio Idade gestacional Principais eventos
Embrionário 4 a 7 semanas
• Diferenciação do intestino anterior
• Formação do broto do intestino anterior
• Formação dos brônquios principais
Fetal
Pseudoglandular 5 a 17 semanas
• Ramificação dicotômica dos brônquios
• Diferenciação entre a via aérea distal e proximal
Canalicular 16 a 26 semanas
• Aparecimento dos ductos alveolares e alvéolos primordiais
• Início da formação da barreira hematoaérea
• Início da produção de surfactante
Sacular 24 a 38 semanas
• Formação dos ácinos
• Diferenciação das células epiteliais alveolares
• Produção de surfactante em maior quantidade
Pós-natal Alveolar 36 semanas até 
a vida adulta
• Formação dos alvéolos
• Deposição de elastina na matriz
• Remodelamento dos capilares
Fonte: Schittny1.
Figura 2. Desenvolvimento das vias aéreas nos diferentes estágios.
Fonte: Blaisdell et al.2
 DICA  Apesar do surfactante ser produ-
zido já desde a 20ª semana de gestação 
pelospneumócitos tipo II, é apenas por 
volta da 35ª semana que ele está presen-
te em quantidade suficiente na superfície 
alveolar.
O surfactante pulmonar é o composto que reveste 
os alvéolos e tem a função de reduzir sua tensão 
superficial, isto é, reduzir a “força” com que as molé-
culas se atraem para fechar o alvéolo ao final de 
cada expiração, diminuindo assim a pressão neces-
sária para manter o alvéolo aberto e aumentando 
Introdução à neonatologia Neonatologia
6
sua estabilidade, evitando o colabamento ao final 
do ciclo respiratório (expiração). É composto por 
proteínas (10-15%) e lipídeos (85-90%), sendo apro-
ximadamente 85% da porção lipídica formada por 
fosfolipídeos, principalmente dipalmitoil fosfatidi-
lcolina. Apesar da produção do surfactante pelos 
pneumócitos tipo II começar entre 20 e 22 semanas 
de idade gestacional, apenas por volta de 35 sema-
nas é que ele é produzido em boa quantidade e 
qualidade, com maior quantidade de fosfatidilcolina. 
Por causa da deficiência do surfactante é que recém-
-nascidos prematuros, principalmente aqueles com 
idade gestacional inferior a 28 semanas, apresentam 
desconforto respiratório ao nascimento (desconforto 
este causado pela imensa dificuldade em abrir o 
alvéolo que tende a permanecer fechado pela defi-
ciência/ausência do surfactante pulmonar). Alguns 
fatores podem acelerar a maturação pulmonar (isto 
é, antecipar a formação de surfactante), como, por 
exemplo, infecções crônicas, corioamnionite ou 
o uso materno antenatal de corticoide sistêmico.
 DIA A DIA MÉDICO
A disfunção do surfactante é uma doença pulmonar difusa 
da infância que se manifesta ainda no período neonatal 
como uma insuficiência respiratória hipoxêmica associada 
à hipertensão pulmonar. Clinicamente, é muito semelhante 
à síndrome do desconforto respiratório (secundária à 
deficiência na produção do surfactante), mas pode ocorrer 
em recém-nascidos a termo e apresenta maior gravidade, 
com rápida progressão sem melhora com a reposição de 
surfactante exógeno. Decorre de mutações nos genes 
que codificam as proteínas do surfactante (proteína B 
ou C) ou o transportador ABCA3, que é responsável por 
transportar a fosfatidilcolina para dentro dos corpos 
lamelares dos pneumócitos tipo II. O prognóstico dessa 
doença é variável e tem relação com o tipo de mutação, 
podendo ir desde quadros rapidamente progressivos para 
morte até formas mais leves.
2 .2 . SISTEMA CARDIOVASCULAR FETAL 
E TRANSIÇÃO FETO-NEONATAL
 BASES DA MEDICINA
Os primórdios do coração são identificados como áreas 
cardíacas bilateralmente simétricas, derivadas da placa 
mesodérmica lateral. Esses primórdios migram através 
da linha primitiva, entre as camadas da ectoderme e da 
endoderme, e se fundem cranialmente para formar uma 
estrutura tubular que compreende uma camada interior de 
endocárdio, uma camada espessa de matriz extracelular 
e uma camada exterior de miocárdio. Esse tubo começa a 
se contrair ritmicamente e cresce, originando dilatações 
(futuras câmaras cardíacas) e constrições (futuras divi-
sórias entre as câmaras). A câmara atrial divide-se em 
duas câmaras pelo crescimento de uma crista a partir da 
parede anterodorsal, que se funde com os coxins dorsais 
e ventrais do endocárdio. Antes de o septo atrial primário 
se fechar completamente, aparecem perfurações no 
primeiro óstio e se aglutinam na porção dorsal do septo 
para formar uma única abertura: o segundo óstio (mais 
tarde chamado de forame oval). Posteriormente, um 
segundo septo atrial cresce à direita do septo primário e, 
em conjunto com ele, forma uma valva unidirecional entre 
os dois átrios. O septo ventricular resulta do crescimento 
e da remodelação das lâminas trabeculares, continua com 
a expansão das câmaras ventriculares e termina com a 
fusão de vários tecidos, incluindo os coxins endocárdicos 
e o septo muscular para formar o septo interventricular 
membranoso e muscular. O coração humano completa 
os principais processos morfogênicos oito semanas 
após a fertilização, e o que se segue é a conclusão da 
maturação das estruturas, o crescimento, o acúmulo 
de junções celulares nos discos intercalares, os ajustes 
bioquímicos e a compensação para as mudanças nos 
padrões de fluxo sanguíneo após o nascimento.
No feto, a placenta é responsável pela oxigenação 
sanguínea, estando o pulmão praticamente excluído 
devido a sua elevada resistência vascular. A circula-
ção placentária, por sua vez, representa a resistên-
cia sistêmica fetal, a qual possui baixa resistência 
vascular. Saindo da placenta, o sangue oxigenado 
percorre a veia umbilical até o ducto venoso, onde 
é desviado para a veia cava inferior. Em seguida, o 
sangue adentra o átrio direito e, através da válvula 
de Eustáquio, é direcionado para o forame oval, 
que permite que o sangue rico em oxigênio chegue 
preferencialmente ao átrio esquerdo do feto. Este 
fluxo direita-esquerda é suportado justamente pela 
elevada resistência pulmonar fetal em comparação 
com a baixa resistência sistêmica (Figura 3) – lem-
bre-se: o sangue sempre tende a fluir do local de alta 
pressão (resistência) para o de baixa pressão. Ao 
chegar no átrio esquerdo, o sangue mais oxigenado 
é ejetado para a aorta ascendente e direcionado 
predominantemente para o sistema nervoso cen-
tral. O sangue desoxigenado flui do cérebro fetal 
Introdução à neonatologia 
7
através da veia cava superior e drena para o átrio 
direito, seguindo pelo ventrículo direito e pelo tronco 
da artéria pulmonar. No entanto, ao tentar avançar 
para os pulmões (que apresentam resistência vas-
cular elevada), o sangue encontra uma “válvula de 
escape” para a circulação sistêmica – que seria o 
canal arterial. Desse modo, através do canal arterial, 
o sangue flui para a aorta descendente, retornando 
pelas artérias umbilicais para a placenta, para ser 
oxigenado novamente (Figura 4). O canal arterial 
(também chamado de ducto arterioso) é, portanto, 
uma “ponte” entre a artéria pulmonar e a aorta 
descendente, através da qual o sangue venoso que 
retorna ao coração direito é desviado diretamente 
para a placenta para a reoxigenação.
Figura 3. Fluxo unidirecional direita-esquerda 
pelo forame oval durante o período fetal.
AD: átrio direito. AE: átrio esquerdo.
Fonte: Acervo Sanar.
Figura 4. Circulação sanguínea fetal.
Fonte: Acervo Sanar.
Introdução à neonatologia Neonatologia
8
Ao nascimento, a insuflação e oxigenação pulmo-
nar aumentam a pressão arterial de O2 causando 
vasodilatação pulmonar, o que resulta em uma 
rápida queda da resistência vascular pulmonar. 
Além disso, a remoção da placenta leva ao aumento 
da resistência vascular sistêmica, o que permite o 
estabelecimento da circulação pós-natal (Figura 5). 
Agora, o débito do ventrículo direito flui totalmente 
para a artéria pulmonar, sendo oxigenado nos pul-
mões e depois direcionado para o átrio esquerdo. 
Esse fluxo sanguíneo aumenta o volume e a pressão 
do átrio esquerdo de forma a fechar, inicialmente 
de maneira funcional, a membrana do oval que, na 
vida intrauterina, era responsável pelo desvio de 
sangue do átrio direito para o átrio esquerdo. Em 
alguns casos, o forame pode permanecer patente 
durante vários anos, geralmente sem repercussão 
clínica. Já o shunt, através do canal arterial, reverte 
e se torna da esquerda para a direita (porque agora 
o lado direito, representado pelos pulmões, é que 
apresenta menor pressão). No recém-nascido 
a termo o canal arterial se contrai logo após o 
nascimento, devido à elevação da pressão arte-
rial de O2, que gera uma contração sustentada 
da camada muscular do canal arterial. Essa res-
posta é potencializada pelo rápido declínio dos 
níveis de prostaglandinas, as quais são produzidas 
principalmente pela placenta e atuam intraútero 
como um potente relaxante para o músculo liso 
ductal, mantendo o canal arterial aberto no feto. 
O fechamento funcional dinâmico do canal arterial 
geralmente se completa nos primeiros quatro dias 
de vida, mas a obliteraçãoanatômica é alcançada 
após a primeira semana de vida, dando origem ao 
ligamento arterioso.
Figura 5. Circulação sanguínea neonatal.
Fonte: Acervo Sanar.
 DIA A DIA MÉDICO
Em recém-nascidos prematuros, o canal arterial pode 
permanecer patente nas primeiras semanas de vida devido 
à imaturidade e hipóxia. Nesses casos, geralmente ocorre 
o fechamento espontâneo posterior. Já recém-nascidos 
a termo que persistem com o canal arterial patente fre-
quentemente apresentam uma alteração estrutural do 
canal, com alteração nas camadas endotelial e média, 
raramente apresentando fechamento espontâneo. Não 
podemos nos esquecer também que o canal arterial pode 
permanecer patente em algumas cardiopatias congênitas, 
desempenhando um papel crítico na manutenção do 
fluxo sanguíneo pulmonar e sistêmico, como na atresia 
pulmonar e na coartação de aorta crítica.
3. CLASSIFICAÇÃO DO 
RECÉM-NASCIDO
Ao nascimento, o recém-nascido pode ser classifi-
cado, conforme Quadro 2, quanto a:
 u Idade gestacional;
 u Peso de nascimento;
 u Adequação do peso de nascimento para idade 
gestacional.
Introdução à neonatologia 
9
Quadro 2. Classificação do recém-nascido.
Quanto à idade gestacional
Recém-nascido a termo 37 semanas a 41 
semanas e 6 dias
Recém-nascido pós-termo ≥ 42 semanas
Recém-nascido pré-termo ≤ 36 semanas e 6 dias
Recém-nascido pré-
termo tardio
34 semanas a 36 
semanas e 6 dias
Recém-nascido pré-
termo moderado
32 semanas a 33 
semanas e 6 dias
Recém-nascido 
muito pré-termo
28 semanas a 31 
semanas e 6 dias
Recém-nascido pré-
termo extremo < 28 semanas
Quanto ao peso de nascimento
Peso normal 2500 a 3500 g
Baixo peso ao nascer 1500 a 2500 g
Muito baixo peso 
ao nascer 1000 a 1500 g
Extremo baixo 
peso ao nascer < 1000 g
Macrossômico ≥ 4000 g
Quanto à adequação do peso 
para idade gestacional
Adequado para idade 
gestacional (AIG) Entre os percentis 10 e 90
Pequeno para idade 
gestacional (PIG) Abaixo do percentil 10
Grande para idade 
gestacional (GIG) Acima do percentil 90
Fonte: Elaborado pelo autor.
 DIA A DIA MÉDICO
O peso ao nascer tem uma implicação importante na 
morbimortalidade. Nos Estados Unidos da América, os 
recém-nascidos de muito baixo peso correspondem à 
metade dos casos de morte neonatal e a sobrevida está 
diretamente relacionada ao peso de nascimento. Apenas 
20% dos recém-nascidos com peso de nascimento de 
500 g a 600 g sobrevivem, em comparação a 90% daque-
les nascidos com peso entre 1250 g e 1500 g. Da mesma 
forma, o muito baixo peso também está associado a 
diferentes morbidades, como a síndrome do desconforto 
respiratório, que ocorre em 80% dos recém-nascidos com 
peso de nascimento entre 500 g e 750 g e em apenas 25% 
daqueles com peso de 1250 g a 1500 g.
3 .1 . IDADE GESTACIONAL
A idade gestacional é a duração da gestação esti-
mada a partir do 1º dia da última menstruação, de 
acordo com a regra de Naegele, que calcula a data 
provável do parto considerando o termo como 40 
semanas completas. Se a data da última menstrua-
ção for desconhecida, a idade gestacional pode ser 
estimada pela ultrassonografia obstétrica, sendo a 
forma mais fidedigna a avaliação do comprimento 
cabeça-nádega no 1º trimestre de gestação.
A idade gestacional também pode ser estimada 
pelo exame clínico do recém-nascido utilizando 
escalas que avaliam sinais de maturidade física e 
neurológica. Em 1970, Dubowitz desenvolveu uma 
escala com 11 critérios somáticos e 10 critérios neu-
rológicos utilizados para estimar a idade gestacional 
ao nascimento. Apesar de ter uma boa acurácia, a 
escala é complexa, limitando a sua aplicação na 
prática clínica. Por isso surgiram outras escalas 
clínicas, simplificadas, que contêm apenas algu-
mas das características originalmente avaliadas 
por Dubowitz, que são os métodos de Capurro e de 
New Ballard, os mais utilizados entre os pediatras.
3 .1 .1 . Método de Capurro
O método de Capurro somático analisa cinco carac-
terísticas somáticas do recém-nascido, às quais se 
atribuem pontos que são somados à constante de 
204 e divididos pelo número 7 (1 semana completa 
corresponde a 7 dias), para obter a idade gestacional 
aproximada em semanas (Figura 6). Já o método de 
Capurro somatoneurológico analisa quatro carac-
terísticas somáticas (formato da orelha, glândula 
mamária, textura da pele e pregas plantares) e duas 
características neurológicas (Figura 7), também 
atribuindo pontos para cada uma delas, que serão 
somados à constante de 200 (também dividindo 
o valor total por 7), para obter a idade gestacional 
aproximada em semanas. Idealmente, o método de 
Capurro deve ser aplicado nas primeiras 6 horas 
de vida, mas não é fidedigno para recém-nascidos 
prematuros. Nesses casos, prefere-se o método 
de New Ballard.
Introdução à neonatologia Neonatologia
10
Figura 6. Pontuação das características somáticas avaliadas pelo método de Capurro somático.
Fonte: Acervo Sanar.
Figura 7. Pontuação das características neurológicas avaliadas pelo método de Capurro somatoneurológico.
Fonte: Acervo Sanar.
Introdução à neonatologia 
11
3 .1 .2 . Método de New Ballard
O método de New Ballard é mais preciso e pode 
ser aplicado em até 96 horas de vida, inclusive em 
recém-nascidos prematuros extremos. Esse método 
avalia seis características somáticas (Tabela 1) 
e seis características neurológicas (Figura 8), 
atribuindo uma pontuação a cada uma delas, que 
pode ser, inclusive, negativa. A soma final dos pon-
tos deve ser correlacionada com duas tabelas de 
interpretação para a obtenção da idade gestacional 
estimada (Tabela 2).
Tabela 1. Pontuação das características somáticas avaliadas pelo método de New Ballard.
Sinal
Contagem
−1 0 1 2 3 4 5
Pele
Pegajoso,
Friável,
Transparente
Gelatinoso,
Vermelho, 
translúcido
Veias cor de 
rosa, visíveis 
lisas
Rash 
descascando, 
superficial ou 
poucas veias
Descamação 
grosseira, áreas 
de palidez, 
raras veias
Apergaminhada, 
fissuras 
profundas, 
sem vasos
Coriácea 
fissuras 
profundas 
enrugadas
Lanugo Nenhum Escasso Abundante Diluir Áreas sem pelos Praticamente 
ausente
Superfície 
plantar
40−50mm: −1
<40mm: −2
> 50 mm, pouco 
perceptível Marcas tênues
Marcas na 
superfície 
anterior
Marcas nos 
2/3 anteriores
Marcas cobre 
toda a superfície 
plantar
Peito Imperceptível Pouco 
perceptível
Aréola lisa 
sem glândula
Aréola 
parcialmente 
elevada, 
glândula 
1−2 mm
Aréola elevada, 
glândula 
3−4 mm
Borda elevada, 
glândula 
5−10 mm
Olho/
orelha
Pálpebras 
ocluídas:
levemente: −1
firmemente: −2
Pálpebras 
abertas, pavilhão 
auricular plano 
e dobrado
Pavilhão 
auricular 
parcialmente 
encurvado, 
mole com 
recolhimento 
lento
Pavilhão 
auricular 
completamente 
encurvado, 
mole com 
recolhimento 
rápido
Pavilhão 
auricular 
completamente 
encurvado, 
firme com 
recolhimento 
instantâneo
Cartilagem 
grossa com 
orelha firme
Genital 
(mas-
culino)
Escroto 
plano, liso
Testículo fora da 
bolsa escrotal, 
sem rugas
Testículo no 
canal superior, 
rugas raras
Testículo 
descendo, 
poucas rugas
Testículo na 
bolsa escrotal, 
rugas bem 
visíveis
Bolsa escrotal 
em pêndulo, 
rugas profundas
Genital 
(feminino)
Clitóris 
proeminente, 
lábios planos
Clitóris 
proeminentes, 
lábios menores 
pequenos
Clitóris 
proeminentes, 
pequenos lábios 
evidentes
Lábios menores 
e maiores 
igualmente 
proeminentes
Lábios maiores 
grandes e 
menores 
pequenos
Lábios maiores 
recobrem o 
clitóris e lábios 
menores
Fonte: Margotto3.
Introdução à neonatologia Neonatologia
12
Figura 8. Pontuação das características neurológicas avaliadas pelo método de New Ballard.
Fonte: Acervo Sanar.
Tabela 2. Idade gestacional estimada pelo método de New Ballard.
Pontuação Idade gestacional
– 10 20 semanas
– 5 22 semanas
0 24 semanas
5 26 semanas
10 28 semanas
15 30 semanas
20 32 semanas
25 34 semanas
30 36 semanas
35 38 semanas
40 40 semanas
45 42 semanas
50 44 semanas
Fonte: Margotto3.
Introdução à neonatologia13
Mapa mental 1. Métodos de avaliação clínica da idade gestacional
 Capurro 
somático
Maturidade 
física
Maturidade 
neuromuscular
Postura
Janela quadrada
Retração do braço
Ângulo poplíteo
Sinal do cachecol
Manobra calcanhar-
orelha
Olhos/orelhas
Glândula mamária
Genitália
Pele
Lanugo
Pregas plantares
Posição da cabeça 
ao levantar o RN
Sinal do cachecol
Orelha
Glândula mamária
Pele
Mamilo
Pregas plantares
Método de 
Capurro
Método 
de New 
Ballard
Glândula mamária
Orelha
Pregas plantares
Pele
Capurro 
somatoneurológico
Introdução à neonatologia Neonatologia
14
3 .2 . AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO 
INTRAUTERINO E DO PESO AO NASCER
O crescimento intrauterino é considerado adequado 
quando o peso para determinada idade gestacional 
se situa entre os percentis 10 e 90 da curva utilizada. 
Dois tipos de curvas de crescimento podem ser uti-
lizados, as curvas de referência e as curvas padrão, 
construídas a partir do crescimento intrauterino e/
ou pós-natal. As curvas de referência apenas des-
crevem o crescimento de uma amostra de crianças, 
sem caracterizar o que seria o normal. Como exem-
plo, temos as curvas de Fenton, construídas em 2013 
a partir de uma revisão sistemática e metanálise de 
valores de peso, perímetro cefálico e comprimento 
de recém-nascidos de países desenvolvidos (Figuras 
9 e 10). Já as curvas padrão indicam o padrão de 
crescimento normal de uma população e, portanto, 
um modelo a ser seguido. Como exemplo, temos as 
curvas do Intergrowth 21st, um projeto multicêntrico 
internacional que produziu curvas longitudinais de 
crescimento de recém-nascidos prematuros a partir 
de 27 semanas avaliados por ultrassonografia e 
após o nascimento. Atualmente, as curvas mais 
utilizadas para avaliação do crescimento intraútero 
e pós-natal, principalmente em recém-nascidos 
pré-termo, são as curvas do Intergrowth 21st, que 
podem ser obtidas no site: https://intergrowth21.
tghn.org/articles/new--intergrowth-21st-internatio-
nal-postnatal-growth-standards-charts-available.
Figura 9. Curva de Fenton para meninas.
Fonte: Fenton Preterm Growth Charts4.
Introdução à neonatologia 
15
Figura 10. Curva de Fenton para meninos.
Fonte: Fenton Preterm Growth Charts4.
Considera-se restrição do crescimento intrauterino 
quando o feto se afasta do crescimento intrauterino 
esperado para sua idade gestacional, decorrente 
de um processo patológico intrauterino que pode 
ser materno, placentário ou fetal. O recém-nascido 
com restrição do crescimento intrauterino apresenta 
uma morbidade elevada, com maior risco de asfixia 
perinatal, desordens metabólicas e hipotermia, por 
exemplo. A restrição do crescimento intrauterino 
pode ser classificada em dois tipos, de acordo com 
o momento em que ocorreu o agravo:
 u Simétrico: quando a patologia atua sobre o feto 
desde o início da gravidez, comprometendo por 
completo o crescimento fetal (peso, comprimen-
to e perímetro cefálico). Como exemplo temos 
as anomalias cromossômicas e as infecções 
congênitas.
Introdução à neonatologia Neonatologia
16
 u Assimétrico: quando a patologia é mais tardia, 
ocorrendo, em geral, no 3º trimestre de gesta-
ção, fase em que o feto deveria estar ganhando 
peso. Nesses casos, ocorre comprometimento 
principalmente do peso, com preservação do 
perímetro cefálico e do comprimento. Como 
exemplo temos as doenças que causam insufi-
ciência placentária, como a doença hipertensiva 
específica da gravidez.
 DIA A DIA MÉDICO
O parto prematuro de recém-nascidos cujo peso de nasci-
mento está adequado à idade gestacional está associado 
a condições clínicas caracterizadas pela incapacidade do 
útero em reter o feto, como ruptura prematura de mem-
branas ovulares, descolamento prematuro de placenta e 
gestação múltipla. No entanto, o parto prematuro também 
pode ocorrer porque o útero se tornou um ambiente ina-
dequado, com privação nutricional e de oxigênio, dando 
origem a um recém-nascido que, além de ser prematuro, 
também apresenta restrição do crescimento intrauterino.
Introdução à neonatologia 
17
Mapa mental 2. Classificação do recém-nascido
Classificação do recém-nascido
Idade gestacional Adequação do peso 
para idade gestacional
Curvas de Fenton ou 
do Intergrowth 21st
AIG: entre p10 e p90
Termo: 37 semanas a 
41 semanas e 6 dias
Pós-termo: 
≥ 42 semanas
Pré-termo: 
< 37 semanas
Peso de 
nascimento
Normal: 
2500 g a 3500g
Baixo peso: 
1500 g a 2500g
Muito baixo peso: 
1000 g a 1500g
Extremo baixo peso: 
< 1000 g
Macrossômico: 
≥ 4000 g
PIG: < p10
GIG: > p90
Pré-termo tardio: 
34 semanas e 36 
semanas e 6 dias
Pré-termo moderado: 
32 semanas a 33 
semanas e 6 dias
Muito pré-termo: 
28 semanas a 31 
semanas e 6 dias
Pré-termo extremo: 
< 28 semanas
AIG: adequado para idade gestacional.
PIG: pequeno para idade gestacional.
GIG: grande para idade gestacional.
Introdução à neonatologia Neonatologia
18
REFERÊNCIAS
1. Schittny JC. Development of the lung. Cell Tissue Res. 
2017;367:427-44.
2. Blaisdell CJ, Gail DB, Nabel EG. National Heart, Lung, and 
Blood Institute perspective: lung progenitor and stem 
cells-gaps in knowledge and future opportunities. Stem 
Cells. 2009 Sep;27(9):2263-70. DOI: 10.1002/stem.148. 
PMID: 19522010; PMCID: PMC2962803.
3. Margotto PR. Avaliação da idade gestacional pelo método 
novo de Ballard (new Ballard score (NBS)). [s.d.] [citado em 
19 jul. 2022]. DocPlayer [Internet]. [S.l.]: DocPlayer; 2022. 
Disponível em: https://docplayer.com.br/24678076-Ava-
liacao-da-idade-gestacional-pelo-metodo-novo-de-ballar-
d-new-ballard-score-nbs-paulo-r-margotto-chefe-da-uni-
dade-de-neonatologia-hras.html.
4. Fenton Preterm Growth Charts [Internet]. 2022 [citado 
em 19 jul. 2022]. Calgary: University of Calgary; 2022. 
Disponível em: https://ucalgary.ca/resource/preterm-gro-
wth-chart/preterm-growth-chart.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Kliegman RM, Behrman RE, Jenson HB. Nelson. Tratado de 
Pediatria. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2018.
Martin RJ, Fanaroff AA, Walsh MC. Fanaroff e Martin Medicina 
Neonatal e Perinatal: doenças do feto e do neonato. 10. ed. 
Rio de Janeiro: Elsevier; 2017.
Ministério da Saúde (BR), Organização Pan-Americana da 
Saúde (OPAS). Manual AIDPI Neonatal. 3. ed. Brasília: Minis-
tério da Saúde; 2012.
Postnatal Growth of Preterm Infants. 2022 [citado em 19 
jul. 2022]. In: The Global Health Network. Intergrowth-21st 
[Internet]. [S.l.]: The Global Health Network; 2022. Disponível 
em: https://intergrowth21.tghn.org/postnatal-growth-pre-
term-infants/.
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Departamento Cientí-
fico de Neonatologia. Documento científico: Monitoramento do 
crescimento de RN pré-termos. Rio de Janeiro: SBP; fev. 2017.
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Departamento Cien-
tífico de Neonatologia. Documento científico: Prevenção da 
prematuridade – uma intervenção da gestão e da assistência. 
Rio de Janeiro: SBP; nov. 2017.
Introdução à neonatologia 
19
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – SP – 2022) Você está 
diante de um recém-nascido a termo que acabou de 
nascer de parto vaginal sem intercorrências. Esse 
bebê apresenta choro vigoroso e, com cerca de 2 
minutos, o obstetra realiza o clampeamento do cor-
dão umbilical. Assinale a alternativa com a melhor 
descrição das alterações cardiorrespiratórias que 
estão ocorrendo nesse momento.
	⮦ O clampeamento do cordão aumenta o shunt di-
reito esquerdo pelo canal arterial e forame oval.
	⮧ O clampeamento do cordão aumenta o retorno 
venoso para as câmaras esquerdas.
	⮨ O choro vigoroso auxilia na reabsorção do líquido 
pulmonar e faz com que a resistência vascular 
pulmonar diminua.
	⮩ O choro vigoroso mantém o forame oval aberto 
para garantir o débito do ventrículo esquerdo.
Questão 2
(PROCESSO SELETIVO UNIFICADO – AL – 2020) Menino, 8 meses de idade, é levado à consulta de puericultura na 
UBS, para iniciar acompanhamento. Foi amamentado exclusivamente com leite materno até os5 me-
ses de idade. Atualmente usa leite integral de vaca e outros alimentos introduzidos na mesma época. A 
caderneta da criança demonstra que nasceu com idade gestacional de 37 semanas e 3 dias; Apgar 7 e 
9; sem intercorrências; Peso: 2.980 g; Comprimento: 49 cm. Não há registro de dados antropométricos 
posteriores. Os Testes de Triagem Neonatal não apresentaram alterações. Ao exame físico, ativo, hidra-
tado, bom estado geral, mucosas hipocoradas +/4. Há 2 dentes incisivos inferiores e os superiores em 
processo de eclosão. Auscultas cardíaca e pulmonar sem anormalidades. Sem alterações em abdome, 
em genitália e em extremidades. No momento, Peso: 6.030 g; Comprimento 69 cm. Considerando os grá-
ficos antropométricos, adotados pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde, informe 
a classificação dessa criança quanto ao Peso e Comprimento no nascimento:
Introdução à neonatologia Neonatologia
20
	⮦ Ambos adequados para a idade gestacional.
	⮧ Ambos inadequados para a idade gestacional.
	⮨ Peso adequado e comprimento inferior ao esperado para a idade gestacional.
	⮩ Peso inferior ao esperado e comprimento adequado para a idade gestacional.
Introdução à neonatologia 
21
Questão 3
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE LIMEIRA – SP – 2020) Criança 
nasceu com 34 semanas de gestação, com peso de 
2.750 g e comprimento de 47 cm. De acordo com 
as curvas Intergrowth, o peso ao nascer é posicio-
nado entre P90-P95. O diagnóstico dessa criança é:
	⮦ Grande para Idade Gestacional.
	⮧ Adequado para Idade Gestacional.
	⮨ Baixo Peso ao Nascer.
	⮩ Peso Adequado ao Nascer.
Questão 4
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE RIBEIRÃO PRETO – SP – 2020) 
Menina nasceu com 36 semanas de gestação, Peso 
3.400 g. Estatura 49,5 cm; Perímetro cefálico (PC) 35 
cm. Curva de crescimento intrauterino no percentil 
90-97. Aos 3 meses de idade, sem anormalidades 
ao exame físico, apresenta Peso 7.200 g (Percen-
til:81); Estatura: 63,5 cm (Percentil:78); PC: 41 cm 
(Percentil 62); IMC: 17,9 kg/m2 (Percentil:73). Quais 
os diagnósticos dessa criança?
	⮦ Prematuridade; Adequado para Idade Gestacio-
nal; Eutrofia.
	⮧ Prematuridade; Grande para Idade Gestacional; 
Sobrepeso.
	⮨ Prematuridade; Grande para Idade Gestacional; 
Eutrofia.
	⮩ Prematuridade; Adequado para Idade Gestacio-
nal; Sobrepeso.
Questão 5
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – PB – 2020) Re-
cém-nascido de parto cesárea de urgência devido 
a descolamento prematuro de placenta na 24ª se-
mana de gestação pesando 840 g (peso acima do 
percentil 10 na curva de Lubchenco) é classificado 
corretamente como:
	⮦ RNPT AIG baixo peso.
	⮧ RNPT PIG muito baixo peso.
	⮨ RNPT PIG extremo baixo peso.
	⮩ RNPT AIG extremo baixo peso.
	⮪ RNPT GIG baixo peso.
Questão 6
(UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – RJ – 2020) Duran-
te a vida fetal, o sangue arterial pulmonar se comu-
nica através de shunt direita-esquerda com a aorta:
	⮦ Pelo forame oval.
	⮧ Pelo ducto arterioso.
	⮨ Pela comunicação interatrial.
	⮩ Pela comunicação interventricular.
Questão 7
(HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN – SP – 2018) A classifi-
cação de um recém-nascido com idade gestacional 
de 36 semanas e 4/7, com peso abaixo do percentil 
3, e altura e perímetro cefálico no percentil 50 das 
curvas de referência, é:
	⮦ Termo, pequeno para a idade gestacional, do 
tipo proporcionado.
	⮧ Pré-termo, pequeno para a idade gestacional, do 
tipo desproporcionado.
	⮨ Pré-termo, adequado para a idade gestacional, 
do tipo desproporcionado.
	⮩ Termo, pequeno para a idade gestacional, do 
tipo desproporcionado.
	⮪ Termo, adequado para a idade gestacional, do 
tipo proporcionado.
Questão 8
(SECRETARIA MUNICIPAL DE ADMINISTRAÇÃO DE VOLTA RE-
DONDA – RJ – 2017) Assinale a alternativa correta so-
bre os recém-nascidos (RN) pequenos para idade 
gestacional (PIG):
	⮦ São classificados aqueles que têm peso de nas-
cimento inferior a 2.500 gramas.
	⮧ São classicamente definidos como tendo um 
peso ao nascer acima de dois desvios-padrão 
abaixo da média ou abaixo do percentil 10 de 
uma população específica, quando relacionados 
o peso ao nascer e a idade gestacional.
	⮨ São todos os RN que têm idade gestacional 
calculada pelo método New Ballard ou Capurro 
inferior a 37 semanas.
Introdução à neonatologia Neonatologia
22
	⮩ São sempre resultado de um crescimento anor-
mal, não fazendo parte desse grupo as crianças 
constitucionalmente pequenas, mas normais, 
cujos pais ou parentes mais distantes são pe-
quenos.
	⮪ Os RN PIG podem ser classificados como tendo 
retardo de crescimento intrauterino simétrico ou 
assimétrico. A restrição assimétrica do cresci-
mento desenvolve-se precocemente durante a 
vida intrauterina, enquanto a restrição simétrica 
indica que houve um prejuízo no crescimento a 
partir do terceiro trimestre de gestação.
Questão 9
(SELEÇÃO UNIFICADA PARA RES. MED. ESTADO DO CEARÁ – CE – 
2012) Que características físicas somatoneurológicas 
são avaliadas pelo método de Capurro?
	⮦ Postura, sinal do xale, sulcos plantares, mamas, 
genitália, pele, olhos e orelhas.
	⮧ Opacidade da pele, edema, lanugem, genitália, 
reflexos primários, postura, flexão do punho.
	⮨ Cor da pele, glândula mamária, ângulo cérvico 
torácico, suspensão ventral, manobra calcanhar-
-orelha, retração de braços, ângulo do punho.
	⮩ Textura da pele, pregas plantares, formação do 
mamilo, glândulas mamárias e formato da orelha, 
sinal do cachecol, posição da cabeça ao levantar 
o recém-nascido.
Questão 10
(HOSPITAL DA POLÍCIA MILITAR – MG – 2010) Em relação à 
fisiologia da circulação fetal, é correto afirmar:
	⮦ O átrio esquerdo não recebe sangue oxigenado, 
pois não existe oxigenação proveniente dos pul-
mões do feto.
	⮧ O ventrículo direito possui comunicação fisioló-
gica com o ventrículo esquerdo. Essa comunica-
ção recebe o nome de forame oval e irá fechar-se 
após o nascimento.
	⮨ No feto, como no adulto, não existe comunicação 
entre a Aorta e a Artéria Pulmonar.
	⮩ O átrio esquerdo recebe grande quantidade de 
sangue oxigenado. Esse sangue chega ao cora-
ção através da veia cava inferior e atinge o átrio 
esquerdo através do forame oval.
Introdução à neonatologia 
23
GABARITO E COMENTÁRIOS
Questão 1 dificuldade:  
 Y Dica do professor: Questão que cobra puramente 
a fisiologia da transição cardiovascular do período 
fetal para neonatal.
Alternativa A: INCORRETA. O clampeamento do cor-
dão umbilical faz com que haja aumento da resis-
tência vascular sistêmica (aumento da pressão no 
coração esquerdo) e, concomitantemente, o choro 
e a aeração pulmonar provocam redução da resis-
tência vascular pulmonar (diminuição da pressão 
no coração direito. Portanto, o que ocorre é justa-
mente o oposto, o clampeamento do cordão levará 
à REDUÇÃO do shunt direita-esquerda, visto que o 
sangue tende a “fugir” de áreas com alta resistên-
cia/pressão.
Alternativa B: INCORRETA. Na verdade, o que aumenta 
o retorno venoso para as câmaras esquerdas não 
é o clampeamento do cordão e a redução da pres-
são pulmonar.
Alternativa C: CORRETA. Ao chorar após o nascimen-
to, o RN enche o pulmão de ar pela primeira vez, 
aumentando a concentração arterial de oxigênio 
(PaO2) e óxido nítrico, que é também um vasodila-
tador dos vasos pulmonares, gerando assim queda 
da resistência vascular pulmonar (a qual era bastan-
te elevada no período intrauterino) e estimulando a 
reabsorção do líquido pulmonar.
Alternativa D: INCORRETA. O choro vigoroso faz com 
que ocorra aeração pulmonar e, consequentemente, 
redução da pressão pulmonar, que diminui o shunt 
direita-esquerda pelo forame oval, favorecendo seu 
fechamento.
 ✔ resposta: ⮨
Questão 2 dificuldade: 
 Y Dica do professor: A avaliação física do recém-nas-
cido é geralmente realizada dentro das primeiras 24 
horas de vida e consiste em: avaliação da aparência 
do bebê em relação à posição do corpo em repouso, 
cor, esforço respiratório, movimentos corporais; a 
realização de medidas corporais; exame dos órgãos 
e partes individuais do corpo. As medidascorporais 
dizem respeito a aferição do peso, comprimento 
e perímetro cefálico, as quais vão ser em seguida 
plotadas em curvas de crescimento padrão para 
determinar o percentil de acordo com a idade ges-
tacional em adequado, superior ou inferior, possi-
bilitando assim avaliar como se deu o crescimen-
to intrauterino desse RN. No caso em questão, ao 
analisar de acordo com o gráfico fornecido, nosso 
paciente nasceu com um peso entre o escore Z 0 
a +1 e com o comprimento ao nascimento dentro 
do intervalo de 0 a +1, sendo ambos considerados 
medidas adequadas para a idade gestacional.
 ✔ resposta: ⮦
Questão 3 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Questão tranquila, que aborda 
um tema frequentemente perguntado em prova: a 
classificação do recém-nascido conforme o peso 
e idade gestacional. Relembrando a classificação 
do peso de acordo com a idade gestacional (IG):
AIG: peso adequado para a idade gestacional (entre 
p10 e p90).
PIG: pequeno para a idade gestacional (<p10).
GIG: grande para a idade gestacional (>p90).
Em relação ao peso ao nascer, temos:
Peso adequado: 2.500-3.500 g.
Introdução à neonatologia Neonatologia
24
Baixo peso: 1.500-2.500 g.
Muito baixo peso: 1000-1500g
Extremo baixo peso: <1.000 g.
A questão cita um RN com peso entre os percentis 
90 e 95: isto é, GIG. Repare que ser GIG é diferente 
de ser macrossômico (maior que 4 kg), pois é uma 
correlação com a idade gestacional e o peso espe-
rado para ela.
 ✔ resposta: ⮦
Questão 4 dificuldade:  
 Y Dica do professor: Ao nascimento podemos clas-
sificar o recém-nascido com relação a: idade ges-
tacional, peso de nascimento e adequação do peso 
para idade gestacional. O recém-nascido é consi-
derado termo se entre 37 e 41 semanas e 6 dias, 
pré-termo se abaixo de 37 semanas e pós-termo a 
partir de 42 semanas. Já com relação ao peso ao 
nascer, temos: peso adequado de 2.500 a 3.500 g, 
baixo peso de 1.500 a 2.500 g, muito baixo peso de 
1000 a 1.500 g e extremo baixo peso se inferior a 
1.000 g. Nota-se que a criança foi prematura com 
peso adequado e, quando classificada na curva 
da adequação do peso para idade gestacional si-
tuou-se entre os percentis 90 e 97, equivalentes ao 
grande para idade gestacional (GIG). O recém-nas-
cido é considerado pequeno para idade gestacio-
nal (PIG) se abaixo do percentil 10 e adequado para 
idade gestacional (AIG) se entre os percentis 10 e 
90. Agora, aos 3 meses de vida a criança tem IMC 
no percentil 73, classificando-se como eutrofia (de 
p3/p5 até p85).
 ✔ resposta: ⮨
Questão 5 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Qualquer dos métodos usados 
para obter a idade gestacional permite classificar 
os RN em:
• Prematuros: idade gestacional inferior a 37 
semanas.
• A termo: idade gestacional entre 37 e 41 sema-
nas e 6 dias.
• Pós-termo: idade gestacional igual ou maior 
que 42 semanas.
Quando associamos o peso à idade gestacional, o 
RN é classificado segundo o seu crescimento em 
peso intrauterino:
• RN grande para a idade gestacional: peso acima 
do percentil 90 - GIG.
• RN adequado para a idade gestacional: peso 
entre o percentil 10 e 90 - AIG.
• RN pequeno para a idade gestacional: peso 
abaixo do percentil 10 - PIG.
No que diz respeito ao peso, o RN que nasce com 
peso abaixo de 1.000 g é classificado como recém-
-nascido extremo baixo peso; os que nascem com 
peso de 1.000 g a 1.449 g são classificados como 
recém-nascidos de muito baixo peso e os recém-
-nascidos com 1.500 g à 2.500 g são classificados 
como recém-nascidos de baixo peso.
Alternativa A: INCORRETA. Peso de nascimento me-
nos que 1.000 g - extremo baixo peso.
Alternativa B: INCORRETA. Peso está acima do p10 
para IG - AIG. Além disso, com relação ao peso, 
ele é extremo baixo peso porque peso é < 1.000 g.
Alternativa C: INCORRETA. Peso está acima do p10 
para IG – AIG.
Alternativa D: CORRETA. RN prematuro, peso no per-
centil maior que 10 - adequado para idade gestacio-
nal e peso menor que 1.000 g, extremo baixo peso.
Alternativa E: INCORRETA. GIG é quando o peso está 
acima do p90 para IG.
 ✔ resposta: ⮩
Questão 6 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Existem três estruturas vascu-
lares importantes na transição da circulação fetal 
para a neonatal: ducto venoso, forame oval e duc-
to arterial. Na circulação fetal o sangue oxigenado 
chega da placenta através da veia umbilical. Ao se 
aproximar do fígado o sangue passa diretamente 
para o ducto venoso, um vaso fetal que comunica a 
veia umbilical com a veia cava inferior. Percorrendo 
a veia cava inferior, o sangue chega no átrio direito 
e é direcionado através do forame oval para o átrio 
esquerdo. Assim, neste compartimento o sangue 
com alto teor de oxigênio vindo da veia cava se 
mistura com o sangue pouco oxigenado vindo das 
Introdução à neonatologia 
25
veias pulmonares, já que os pulmões extraem oxi-
gênio e não o fornece. O ducto arterial, ao desviar 
o sangue da artéria pulmonar para a artéria aorta, 
protege os pulmões da sobrecarga e permite que 
o ventrículo direito se fortaleça para a sua total ca-
pacidade funcional ao nascimento.
Alternativa A: INCORRETA. Através do forame oval 
ocorre comunicação do sangue do átrio direito para 
o átrio esquerdo.
Alternativa B: CORRETA. Através do ducto arterial 
ocorre desvio do sangue da artéria pulmonar para 
a aorta.
Alternativa C: INCORRETA. A comunicação interatrial 
é o forame oval.
Alternativa D: INCORRETA. A comunicação interven-
tricular comunica sangue do ventrículo direito com 
o esquerdo.
 ✔ resposta: ⮧
Questão 7 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Os recém-nascidos podem ser 
classificados com relação à idade gestacional, ao 
peso de nascimento a à adequação do peso para 
idade gestacional. Com relação à classificação do 
recém-nascido quanto à idade gestacional, temos: 
a) pré-termo: menores de 37 semanas (pré-termo 
extremo sendo inferior a 28 semanas e pré-termo 
tardio entre 34 e 36 semanas e 6 dias); b) termo: 
entre 37 e 41 semanas e 6 dias; c) pós-termo: nas-
cido com 42 semanas ou mais. Em relação ao peso 
de nascimento, temos: a) baixo peso: entre 1.500 
e 2.500 gramas; b) muito baixo peso: entre 1.500 e 
1.000 gramas e c) extremo baixo peso: abaixo de 
1.000 gramas. Para classificar quanto à adequação 
do peso para idade gestacional devem-se utilizar 
as curvas de Fenton ou do Intergrowth, sendo: a) 
peso adequado para a idade: peso entre os percentis 
10 e 90; b) peso pequeno para a idade gestacional 
(PIG): abaixo do percentil 10; c) peso grande para 
a idade gestacional (GIG): acima do percentil 90. 
Os recém-nascidos pequenos para idade gestacio-
nal apresentam o que chamamos de restrição do 
crescimento intrauterino (RCIU), decorrente de um 
processo patológico que pode ser materno, placen-
tário ou fetal. O PIG pode ser classificado em dois 
tipos de acordo com os aspectos clínicos do RN e 
o provável momento em que o agravo ocorreu: a) 
simétrico ou proporcionado: quando o agravo ocor-
re desde o início da gestação, comprometendo por 
completo o crescimento fetal (peso, comprimento 
e perímetro cefálico), como ocorre nas anomalias 
cromossômicas e nas infecções congênitas; b) as-
simétrico ou desproporcionado: quando o agravo 
ocorre no final da gestação (como nas doenças 
que causam insuficiência placentária, como DHEG) 
com comprometimento do peso mas preservação 
do perímetro cefálico e do crescimento. Note que 
a questão traz um recém-nascido de 36 semanas e 
4/7, portanto pré-termo tardio, que apresenta peso 
abaixo do percentil 3, portanto pequeno para idade 
gestacional (PIG), mas altura e perímetro cefálico 
no percentil 50, o que caracteriza o PIG despropor-
cionado ou assimétrico.
 ✔ resposta: ⮧
Questão 8 dificuldade: 
 Y Dica do professor: Questão que aborda diversos 
aspectos da classificação do recém-nascido quanto 
a idade gestacional, peso de nascimento e adequa-
ção da idade gestacional para o peso de nascimen-
to. Vamos às alternativas:
Alternativa A: INCORRETA. Recém-nascidos com peso 
inferior a 2.500 g são consideradosbaixo peso.
Alternativa B: CORRETA. O RN PIG é aquele que apre-
senta peso ao nascer inferior a dois desvios-padrão 
abaixo da média ou inferior ao percentil 10 para a 
sua idade gestacional.
Alternativa C: INCORRETA. O RN nascido com idade 
gestacional abaixo de 37 semanas é considerado 
RN pré-termo.
Alternativa D: INCORRETA. Importante lembrar que o 
crescimento do feto intrauterino é dependente da 
nutrição, apesar de sabermos que também pode 
haver componente genético.
Alternativa E: INCORRETA. A restrição simétrica é 
aquela que se desenvolve desde o início da vida 
intrauterina, comprometendo de forma equivalente 
o peso, o comprimento e o perímetro cefálico. Já 
na restrição assimétrica o agravo ocorre apenas no 
3º trimestre de gestação, quando há predomínio 
Introdução à neonatologia Neonatologia
26
do ganho ponderal, ocorrendo comprometimento 
apenas do peso.
 ✔ resposta: ⮧
Questão 9 dificuldade:  
 Y Dica do professor: A idade gestacional pode ser 
estimada pelo exame clínico do recém-nascido uti-
lizando escalas que avaliam sinais de maturidade 
física e neurológica, os dois métodos mais usa-
dos pelos pediatras são os métodos de Capurro e 
de New Ballard. No método do Capurro somático, 
avaliamos os aspectos físicos da criança: forma 
da orelha, textura da pele, glândula mamária, for-
mação do mamilo e pregas plantares. Na avaliação 
pelo Capurro somatoneurológico, avaliam-se ape-
nas quatro características somáticas (formato da 
orelha, glândula mamária, textura da pele e pregas 
plantares) associadas a duas características neu-
rológicas (sinal do xale ou do cachecol e a posição 
da cabeça ao levantar o recém-nascido). São atri-
buídos pontos a cada uma dessas características, 
que são posteriormente somados à uma constante 
(204 se Capurro somático e 200 se Capurro soma-
toneurológico) e divididos por 7 para obter a idade 
gestacional aproximada em semanas. Idealmente, 
o método de Capurro deve ser aplicado nas primei-
ras 6 horas de vida, mas ele não é fidedigno para 
recém-nascidos prematuros. Nesses casos, prefe-
re-se o método de New Ballard.
 ✔ resposta: ⮩
Questão 10 dificuldade:  
 Y Dica do professor: questão que aborda aspectos 
importantes da circulação sanguínea fetal, vamos 
analisar as alternativas:
Alternativa A: INCORRETA. O feto recebe o sangue 
oxigenado da placenta pela veia umbilical. Esse 
sangue oxigenado chega à cava inferior e deságua 
no átrio direito, indo, preferencialmente, para o átrio 
esquerdo pelo forame oval. Esse sangue oxigena-
do é então transferido para o ventrículo esquerdo, 
que encaminha para a aorta para irrigar preferen-
cialmente o sistema nervoso central.
Alternativa B: INCORRETA. O forame oval é um orifí-
cio que interliga os dois átrios, e não os ventrículos, 
como descrito na alternativa.
Alternativa C: INCORRETA. Na circulação fetal, o san-
gue proveniente da cava superior segue, preferencial-
mente, para o ventrículo direito, de onde é ejetado 
para a artéria pulmonar. A maior parte do sangue 
que chega à artéria pulmonar é desviada para a 
aorta, pelo canal arterial. Além disso, no adulto, 
não esperamos que exista essa ligação entre as 
artérias citadas.
Alternativa D: CORRETA. Conforme comentário da 
alternativa A.
 ✔ resposta ⮩
	Introdução à neonatologia
	1. �Introdução
	2. �Fisiologia fetal e transição feto-neonatal
	2.1. �Desenvolvimento pulmonar
	2.2. �Sistema cardiovascular fetal e transição feto-neonatal
	3. �Classificação do recém-nascido
	3.1. �Idade gestacional
	Mapa mental 1. Métodos de avaliação clínica da idade gestacional
	3.2. �Avaliação do crescimento intrauterino e do peso ao nascer
	Mapa mental 2. Classificação do recém-nascido
	Referências
	Bibliografia consultada
	Questões comentadas