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Implantação da Cultura de Cacau

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Prévia do material em texto

Módulo 3
Implantação 
da cultura
6
Olá! Receba nossas boas-vindas ao Módulo 3 do curso!
 
Como você deve imaginar, o momento de implantação da cultura é determinante para o sucesso produ-
tivo da lavoura de cacau. Nesse momento, é definido um dos principais componentes de rendimento: o 
sombreamento, que pode afetar diretamente a produtividade do cacaueiro.
 
Neste módulo, você vai conhecer os aspectos primordiais para a produção de mudas de qualidade, a 
escolha certa da área de cultivo, a implantação e a manutenção da lavoura no primeiro ano de plantio.
 
Tudo pronto para adquirir todo esse conhecimento? Então, avance para a Aula 1 e comece seus estudos!
 
 
7
Módulo 3 - Aula 1
Preparo das mudas
8
- Bom, Edu, pra renovar e ampliar minha lavoura, sei que vou precisar de mudas. Já sei que 
posso conseguir mudas plantando a semente, por estaquia ou por enxertia, mas será que 
essas técnicas não são muito complicadas pra uma iniciante? Lembre que eu quero um 
resultado de alta qualidade!
 
- Gabi, é muito possível que você produza mudas no sítio Santo Isidoro! Mas vamos cuidar 
pra fazer uma seleção genética boa, buscando uma ótima planta-mãe, combinado?
podcast 
O resgate de Santo Isidoro
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta história!
Produzir mudas em viveiro é uma técnica usada como forma de obter maior produtividade no primeiro 
período de crescimento das plantas. As mudas são facilmente produzidas e têm baixo custo. Tanto para 
pequenos quanto para grandes produtores, conhecer como funciona a instalação de viveiros de produ-
ção de mudas de cacaueiro é essencial para avaliar a melhor alternativa para a realidade da sua fazenda.
 
Produção de mudas em viveiro
 
Como vimos no módulo anterior, o cacaueiro pode ser reproduzido por propagação sexuada (sementes) 
ou assexuada (vegetativa, por estaquia ou enxertia). O intuito é sempre obter mudas com alta produti-
vidade, tolerantes ao estresse hídrico e resistentes às principais doenças, como a vassoura-de-bruxa, a 
podridão-parda e o mal-do-facão. Essas e outras doenças serão abordadas no Módulo 4. 
Qualquer produtor pode produzir mudas de cacau, desde 
que para uso próprio, e não para comercialização.
 
Para conseguir boas mudas, alguns aspectos técnicos 
devem ser observados, como a instalação de viveiros, os 
métodos de produção de mudas e os tratos culturais.
 
Tudo isso, você vai aprender neste curso.
 
9
Atenção!
Para as mudas provenientes de estaquia, desde 2007, o Mapa (Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento) recomenda que os viveiros comerciais tenham cer-
tificação, uma garantia da qualidade genética e sanitária das mudas ali produzidas.
 
O substrato
 
O primeiro passo para a produção de mudas em viveiro é ter um bom substrato, que vai fornecer o ne-
cessário para o cacau se desenvolver forte e saudável.
 
O substrato usado para mudas seminais é chamado de terriço e é composto por solo, areia, matéria 
orgânica, fertilizantes químicos e calcário. Ele pode ser produzido pelo produtor ou adquirido comercial-
mente por empresas especializadas. Caso seja produzido na propriedade, você deve considerar alguns 
atributos. Confira:
 
Prefira solos ricos 
em matéria orgânica, 
livre de pragas (prin-
cipalmente formigas 
e cupins) e isento de 
sementes de plantas 
invasoras.
Use materiais orgâni-
cos como pó de serra, 
casca de amêndoa de 
cacau decomposta, es-
terco animal (bovino 
ou de aves) curtido.
 
 
 
10
 
Misture os componen-
tes para preparação 
do terriço.
Prepare os sacos com 
terriço para recebi-
mento das sementes.
 
Vale dizer que o uso de materiais orgânicos no terriço melhora a porosidade do substrato e a infiltração 
de água, fornecendo nitrogênio e possibilitando uma melhor penetração da raiz.
 
O substrato usado para mudas por estaquia deve ser adquirido em casas agropecuárias e é específico 
para este fim, já que o terriço não tem características adequadas para promover o bom desenvolvimento 
do sistema radicular das estacas.
No viveiro, em canteiros, posicione os sacos de polietileno 
com fundo perfurado preenchidos com terriço.
 
Para conservar a umidade e controlar as plantas invasoras, 
acrescente uma fina camada de serragem à superfície dos 
sacos.
11
 Tratos culturais
 
Os tratos culturais no viveiro devem ser rotineiros e seguir orientações específicas. Confira a seguir:
Irrigação das mudas
A irrigação varia de acordo com o estágio da planta. Siga este cronograma:
 
 ⚫ nos primeiros 30 dias: duas regas por dia;
 ⚫ entre 30 e 90 dias: uma rega por dia; e,
 ⚫ 90 dias após semeadura: uma rega em dias alternados.
Adubação das mudas
A adubação foliar deve ser quinzenal.
 
Use um pulverizador manual com 0,05% ureia, que é fonte de N (50 g de adubo para 10 litros 
de água).
 
A adubação com nutrientes pode ser feita 45 dias após a germinação.
Controle de plantas invasoras nos viveiros
Assim que notar a presença de plantas daninhas, aplique o método de controle mais adequado, 
que poderá ser feito de forma manual (arranquio), mecanizado ou químico. No último caso, 
deve, obrigatoriamente, seguir recomendação técnica.
Controle de doenças nos viveiros
As principais doenças são causadas por fungos patogênicos que infectam tanto as folhas novas 
quanto os tecidos mais maduros e podem causar danos irreversíveis.
 
Os mais comuns são os gêneros Phytophthora, Colletotrichum e Moniliophthora.
 
O manejo de controle consiste em: 
 ⚫ diminuição das regas;
 ⚫ eliminação de plantas doentes;
 ⚫ redução do sombreamento;
 ⚫ uso de fungicidas comerciais a base de cobre (devem ser registrados no Mapa e depen-
dem de recomendação técnica).
12
 
Controle de pragas nos viveiros
Em viveiros, é comum o aparecimento das pragas. Fique atento a:
 
 ⚫ Brocas-da-muda: pequenos besouros que formam galerias circulares nas mudas e podem 
levá-las à morte.
 ⚫ Cochonilhas e ácaros: causam o amarelecimento das folhas e queda dos primórdios folia-
res.
 ⚫ Vaquinhas: se alimentam da extremidade apical do ramo e causam danos significativos.
Atenção!
O controle deve ser feito de forma preventiva, de forma a monitorar as mudas e ob-
servar a incidência dos insetos. Em caso de infestações acima do dano econômico, 
use inseticidas recomendados por um técnico, registrados no Mapa.
 
Instalação do viveiro
 
Os viveiros podem ser classificados em dois tipos, a depender da quantidade de mudas a serem produzi-
das, veja a seguir:
 
Trata-se de um local para produção de mudas 
em grandes quantidades, geralmente para 
fins comerciais. A construção com materiais 
mais resistentes torna as instalações mais 
duradouras.
Viveiro permanente
É usado para acondicionar as mudas por um 
curto período até o plantio para abastecer, 
exclusivamente, a demanda da propriedade, ou 
seja, não tem fins comerciais. Pode ser constru-
ído com materiais alternativos, como bambu, 
palha e sombrite.
Viveiro provisório
13
Nos viveiros permanentes, o produtor precisa seguir todos os procedimentos em 
relação à produção e à comercialização de mudas conforme determinação legal.
 
Clique nos títulos e confira as leis na íntegra:
 
Lei n.º 10.711, de 5 de agosto de 2003.
 
Decreto n.º5.153, de 23 de julho de 2004.
 
Confira também como fazer o registro:
 
Inscrição no Renasem
 
Registro no RNC
Vá além!
 
Para construir um viveiro, independentemente do tipo, é preciso considerar a localização e o dimensio-
namento.
 
A localização do viveiro é definida por algumas características: 
 ⚫ o terreno deve ser plano ou com inclinação de até 3%;
 ⚫ o solo precisa ser permeável para evitar o encharca-
mento, com textura arenoargilosa;
 ⚫ a irrigação das mudas deve ser feita com água prove-
niente de boa fonte de captação, próxima ao viveiro;
 ⚫ o local deve ser próximo das áreas de plantio para faci-
litar o transporte e a distribuição das mudas; e,
 ⚫ deve dispor de energia elétrica.
Confira o dimensionamento mais adequado dos viveiros:
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.711.htm#:~:text=LEI%20No%2010.711%2C%20DE%205%20DE%20AGOSTO%20DE%202003.&text=Disp%C3%B5e%20sobre%20o%20Sistema%20Nacional,Mudas%20e%20d%C3%A1%20outras%20provid%C3%AAncias.https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5153.htm#:~:text=DECRETO%20N%C2%BA%205.153%2C%20DE%2023%20DE%20JULHO%20DE%202004.&text=Aprova%20o%20Regulamento%20da%20Lei,que%20lhe%20confere%20o%20art.
http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/RENASEM.html
https://sistemas.agricultura.gov.br/snpc/cultivarweb/index.php
14
Quer saber quais são as dimensões adequadas para um viveiro oferecer boas condições de 
cultivo? Então, acompanhe!
 
O viveiro deve comportar canteiros para todas as mudas que se deseja produzir, com uma 
margem de sobra de aproximadamente dez por cento. Então, se você quer produzir dez mil 
mudas, deverá construir um viveiro que comporte por volta de onze mil plantas.
 
Um metro quadrado de canteiro suporta até cinquenta mudas em sacos plásticos de trinta 
e cinco por quinze centímetros. Os canteiros devem ter um metro de largura por dez 
metros de comprimento e ser separados por ruas com oitenta centímetros de largura, 
tamanho adequado para transitar com ferramentas ou equipamentos de transporte, como 
carrinho de mão, por exemplo.
 
Os corredores devem ter um metro e vinte de largura, localizados na extremidade do vivei-
ro, de modo que permita o trânsito de veículos de transporte maiores, como carretinhas 
de reboque. A cobertura do viveiro deve ter dois metros e meio de altura, estruturada por 
esteios distanciados a três metros um do outro. Faça a cobertura com tela sombrite de lu-
minosidade cinquenta por cento para viveiros permanentes. Se você estiver preparando um 
viveiro provisório, pode optar por cobertura de bambu ou palha. Use mourões de madeira 
ou concreto para sustentar a cobertura e feche as laterais numa altura de um metro com 
cercas para evitar a entrada de animais e pessoas não autorizadas. Utilize cercas vivas para 
diminuir o vento, plantando bananeira, eucalipto ou capim-elefante.
 
Muito bem! Agora você tem todos os conhecimentos necessários para a instalação de um 
viveiro.
Videoaula 
De olho no horizonte
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para assistir ao vídeo 
com este conteúdo.
Produção das mudas
 
No módulo anterior, você aprendeu os conceitos básicos da produção de mudas. Mas, nesta aula, vamos 
aprofundar esses conhecimentos. Para tanto, vamos retomar e detalhar alguns aspectos. Acompanhe!
 
Existem vários tipos de mudas que podem ser usadas: clonais, de estaca enraizada, seminais, de varieda-
des tradicionais, seminais enxertadas com enxertos tolerantes (que têm elevado potencial produtivo), 
dentre outras. A escolha vai depender da estratégia adotada e dos objetivos do produtor, além da capa-
cidade de manejo do agroecossistema. Vamos abordar essas estratégias.
 
15
Diz o Currículo…
De acordo com o Currículo de Sustentabilidade do Cacau, você deve usar ma-
terial propagativo adequado e recomendado tecnicamente, de origem conhecida, 
levar em conta as especificidades edafoclimáticas da região onde será usado e seu 
potencial produtivo. 
Não deixe de prestar atenção a todos esses itens!
 
Produção de mudas a partir de sementes
 
Produzir mudas a partir de sementes é uma técnica de fácil manejo. As sementes germinam de forma 
rápida, e, logo, as plântulas surgem no viveiro. As mudas obtidas por semente são usadas principalmente 
como porta-enxertos. Devem ser observados atributos como:
 ⚫ tamanho e desenvolvimento uniforme;
 ⚫ excelente vigor vegetativo;
 ⚫ boa sanidade;
 ⚫ presença de 5 a 8 pares de folhas;
 ⚫ caule com diâmetro de 0,7 a 1 cm; e
 ⚫ idade de 4 a 6 meses. 
Atenção!
Alguns clones são mais indicados para o método de enxertia por serem resistentes 
ao mal-do-facão (Ceratocystis): o TSH 1188, o Cepec 2002 e o cacau comum (pará, 
parazinho, entre outros).
 Mas como a produção é iniciada? Descubra agora!
 
16
Primeiro, as sementes são retiradas de frutos maduros, e as 
extremidades dos frutos são eliminadas, pois as sementes 
dessas regiões têm baixa viabilidade. Em seguida, é feita a 
limpeza. É retirada a polpa por completo, e feita a secagem 
em local ventilado e sombreado por até 24 horas.
Depois, pode-se fazer a pré-germinação, para que a se-
mente emita sua raiz embrionária (radícula). Isso é feito 
em canteiros reduzidos, chamados sementeiras, em sacos 
que contêm substrato na proporção 2:1, ou seja, duas me-
didas de serragem e uma medida de areia. Por exemplo: 
100 kg de serragem para 50 kg de areia.
As sementes são colocadas nesse local e cobertas com 
o substrato, com a parte mais larga da semente voltada 
para baixo. A irrigação deve ser feita de modo a manter o 
substrato sempre úmido, mas não encharcado.
Após cinco dias, transplante as sementes para os sacos (ou 
tubetes) com terriço e enterre, aproximadamente, 1 cm 
da semente. As mudas são colocadas nos canteiros uma ao 
lado da outra e irrigadas imediatamente.
Na prática
17
O trato cultural demanda monitoramento diário para 
que se observe o aspecto e o aparecimento de plantas 
invasoras, pragas, doenças e retirada de mudas mortas ou 
tombadas.
Produção de mudas por enxertia e estaquia (clones)
 
Você já sabe o que esses termos significam, pois já estudamos no módulo anterior. Vale lembrar que a 
propagação vegetativa, por meio de enxertia e estaquia, pode ser feita a partir de diversas partes da 
planta-mãe, como galhos, hastes ou ramos. Uma das vantagens é a obtenção de clones com excelente 
produtividade, vigor e tolerantes a doenças e pragas.
 
Agora, você vai saber detalhadamente como esses processos acontecem. Vamos começar com a enxertia.
 
Enxertia
 
O porta-enxerto (cavalo) pode ser obtido de viveiros credenciados, a partir de mudas seminais prontas 
para enxertia, isentas de doenças e com excelente vigor. Você pode produzi-las a partir de sementes, 
como descrito anteriormente. 
A coleta dos enxertos é feita em plantas matrizes, de jardins 
clonais ou até mesmo na própria área de produção.
 
Primeiro, são retirados hastes, galhos ou ramos plagiotrópi-
cos (de onde sai a almofada floral). O comprimento deve ser 
de 50 cm, o diâmetro de 1 cm e um pouco lenhoso.
 
O enxerto é dividido em garfos com 15 cm de comprimento 
e de 3 a 4 gemas.
A enxertia, ou seja, a união do porta-enxerto com o enxerto pode ser do tipo garfagem em fenda cheia ou 
meia-fenda, brotos basais ou de topo. Agora, conheça as peculiaridades da garfagem em fenda cheia.
 
18
Usam-se mudas se-
minais com 1 cm de 
diâmetro, cortadas a 
uma altura de 20 a 30 
cm. Segue-se um cor-
te transversal centra-
lizado a uma profun-
didade de 3 cm para a 
abertura da fenda.
O corte no garfo é fei-
to dos dois lados que 
não têm as gemas. 
Assim, forma-se uma 
cunha.
A amarração é feita 
com um filme plástico 
no sentido da extremi-
dade superior para a 
extremidade inferior.
O garfo é unido ao 
porta-enxerto e apli-
cada uma solução com 
fungicida.
É necessário formar 
uma “câmara úmida”. 
Para tanto, é colocado 
um saco plástico so-
bre a muda, que, em 
seguida, é amarrado. 
21 dias após a enxer-
tia, o saco pode ser 
retirado.
19
A enxertia em meia-fenda é indicada quando o garfo tem 
diâmetro menor que o do porta-enxerto.
 
Os procedimentos são iguais aos da técnica de fenda cheia. 
A única diferença é no formato do corte no garfo, do tipo 
bisel (diagonal).
Já a enxertia em brotos basais é indicada para a renovação de plantações com cacaueiros em decadên-
cia ou improdutivos. Para tanto, são usadas variedades tolerantes a doenças e de elevada produtividade 
para substituir a copa de plantas velhas. Veja como deve ser feita: 
 ⚫ use galhos grossos ou do próprio tronco do cacaueiro 
com idade inferior a 15 anos, por meio de um corte em 
uma parte da planta sadia;
 ⚫ os enxertos devem ser cortados no formato bisel e 
inseridos na fenda aberta no tronco da árvore;
 ⚫ a área deve ser protegida com uma fita plástica e um 
saco plástico transparente;
 ⚫ a planta adulta deve estar isenta de doenças e pragas; 
e
 ⚫ os brotos devem ser jovens; pode-se usar a técnica de 
garfagem de topo em fenda (para brotos com diâme-
tro inferiora 2 cm) ou de garfagem de topo lateral 
(para os brotos maduros, com diâmetro superior a 2 
cm).
A B
20
Estaquia
 
As estacas são usadas para o enraizamento das mudas, conheça esse processo.
 
Coleta
Substrato
A coleta deve ser feita no início da manhã. Retire os ramos plagiotrópicos a uma distância de 30 
cm da extremidade do ramo. Em seguida, os ramos devem ser transportados para o viveiro para 
que seja feito o estaqueamento.
O substrato adicionado aos tubetes deve ser específico para a produção de estaquias: leve, poro-
so e capaz de reter a umidade. Ele deve ser adquirido em casas de agropecuária e ter nutrientes 
minerais na sua composição.
Preparação
Estaqueamento
Antes do estaqueamento, as estacas são cortadas em garfos com 16 cm de comprimento e 5 
gemas. Nesse momento, é necessário o uso de um indutor de enraizamento, o chamado fitormô-
nio. Um exemplo é o ácido indolbutírico (AIB).
Durante o processo, borrife água sobre as estacas para que se mantenham túrgidas. O indutor 
deve ser colocado apenas na base dos garfos. Então, os ramos são colocados nos tubetes a uma 
profundidade de 5 cm e acondicionados no interior do viveiro até a completa formação da muda.
Caso você não queira ou não possa produzir mudas, elas podem ser adquiridas de viveiros licenciados. 
Mas como é esse processo? Descubra a seguir!
21
 
Posso comprar mudas de cacaueiro?
 
Sim! Você pode adquirir mudas para enxertar ou já enxertadas. Mas atenção: compre 
sempre de viveiros com certificação. As mudas devem possuir Certificado Fitossanitário de 
Origem e Guia de Trânsito Vegetal, documentos que asseguram a qualidade e a sanidade. 
Sempre peça Nota Fiscal de Venda ao viveirista, ela é a sua garantia da qualidade genética e 
fitossanitária!
 
Transporte as mudas cuidadosamente para não danificar as folhas e o caule. Chegando na 
sua propriedade, você já pode plantar no campo. Se não conseguir fazer isso imediatamen-
te, deixe as mudas em um viveiro ou local com características parecidas.
podcast 
Direto do campo
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta explicação!
 
22
Esta aula teve por objetivo apresentar como deve ser feita a instalação de 
viveiros de produção de mudas de cacaueiro. Você aprendeu sobre: 
 ⚫ a produção de mudas em viveiro;
 ⚫ a instalação do viveiro;
 ⚫ a produção das mudas; e
 ⚫ a manutenção das mudas.
Escreva sua resposta na caixa de texto abaixo. 
Salve este arquivo novamente em seu computador para registrar a reflexão. 
E na sua porteira?
No meu caso, acho que encontrei um caminho. A enxertia por 
meio de brotos basais vai permitir que eu renove minha lavoura 
sem precisar plantar novos cacaueiros, que levariam anos para 
estabelecer suas raízes!
Agora, diante do cenário que foi apresentado e pensando na sua realidade, registre quais 
conhecimentos podem ser aplicados à sua propriedade.
 
Agora, avance para a Aula 2 para conhecer os fatores relevantes para a escolha da localização ideal para 
implantação definitiva dos cacaueiros.
 
23
Módulo 3 - Aula 2
Escolha da área
Fonte: IdeflorBio
24
- Edu, já encontrei um caminho pra renovação da lavoura que tenho: usando a enxertia com 
brotos basais. Mas quero ir além: não seria ótimo aumentar a área de cultivo? Sem dúvidas 
você tem orientações valiosas pra que eu faça essa ampliação, né?
 
- Claro, Gabi, vamos dar uma olhada no sítio e ver quais áreas seriam mais vantajosas pra 
essa ampliação!
podcast 
O resgate de Santo Isidoro
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta história!
 
Nas aulas anteriores, você aprendeu sobre a botânica do cacaueiro, os diferentes sistemas de cultivo 
e, principalmente, como produzir as mudas de cacau, com foco nas diferentes técnicas, como o uso de 
sementes ou clones (na enxertia e estaquia).
 
Pois bem, todos esses conhecimentos são muito importantes, mas, na prática, podem ser postos a 
perder se as mudas não forem implantadas numa área adequada para a lavoura. Isso mesmo! A escolha 
da área é muito importante e, nesta aula, você vai aprender todos os aspectos que precisa observar ao 
iniciar sua plantação de cacau.
 
Aspectos favoráveis à implantação 
do cacaueiro
 
Antes de fazer o plantio das mudas, é necessário identificar e preparar o local para o cultivo do cacauei-
ro. O recomendado é que o local seja próximo ao mercado consumidor, o que viabiliza a comercialização 
do produto, diminui os custos, facilita o trabalho e contribui para uma melhor gestão da propriedade.
 
Mas existem outros aspectos a serem observados. Alguns fatores são determinantes para o sucesso do 
cultivo de cacau: a região onde a lavoura vai ser implantada deve ter clima, solo, ventos, chuvas e umi-
dade propícios ao cultivo. Além disso, deve ter topografia adequada e dispor de energia elétrica. Vamos 
conhecer esses aspectos mais a fundo.
 
Clima
 
Você já sabe que o cacaueiro é uma planta que surgiu na região equatorial, em áreas sombreadas e com 
umidade abundante. Em termos mais práticos, para um bom plantio, é preciso:
25
Precipitação 
pluviométrica média/ano
1500mm
Boa luminosidade
Umidade relativa
+70%
Ventos fracos
Temperaturas 
+21°C
 
Mas, e se sua propriedade não está nessas condições, tudo está perdido? Descubra a resposta agora!
 
O clima da minha propriedade não é o ideal. Consigo plantar os cacaueiros?
 
Sim, é possível cultivar cacaueiros em condições climáticas diferentes, sob algumas condi-
ções. No Semiárido e no Cerrado do Brasil, você deverá fazer irrigação e fertirrigação, usar 
cercas vivas para barrar o vento e escolher variedades mais produtivas. Se houver ventos 
fortes, utilize quebra-ventos plantando pinus, eucalipto, bambu, bananeira ou capim-ele-
fante, por exemplo. Isso evita tombamento, queda das flores e frutos e aumento no consu-
mo de água.
podcast 
Direto do campo
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta explicação!
26
Tipo de solo
 
Confira as características de solo mais adequadas para o cacaueiro.
 
A profundidade deve 
ser superior a 1 m, 
sem camadas compac-
tadas.
Não deve haver ocor-
rência de encharca-
mento ou problemas 
de drenagem.
Deve ter textura 
arenoargilosa ou 
argiloarenosa (textura 
mediana).
Deve ser rico em 
matéria orgânica para 
propiciar o melhor 
desenvolvimento ao 
sistema radicular das 
plantas.
27
Atenção!
A análise química do solo é muito importante! A amostra de solo deve ser obtida 
de um local homogêneo, a uma profundidade de 20 cm ou de 20 a 40 cm. O resul-
tado da análise vai auxiliar nas práticas de calagem e adubação, para correção de 
acidez e fertilidade, respectivamente.
 
Relevo
 
O relevo da área também deve ser analisado. O mais adequado são terrenos com relevo plano ou leve-
mente ondulado (declividade de até 5%). Essas características facilitam os tratos culturais do cacaueiro.
Caso o plantio seja feito em encostas, é necessário o uso de 
práticas de conservação do solo, como o plantio em curvas 
de nível, cobertura permanente do solo ou cobertura morta 
(mulching) e o preparo manual da área.
Observadas essas características, a área poderá ser dividida em hectares (ha), em quadras, glebas ou 
talhões, de acordo com a topografia, o solo, a vegetação e a idade da lavoura, caso já exista no local. Isso 
facilita o manejo, as práticas culturais e a colheita.
 
Diz o Currículo…
Sobre a gestão ambiental, o Currículo de Sustentabilidade do Cacau faz algumas 
recomendações durante o planejamento. Confira:
 
 ⚫ não deve haver desmatamento ou degradação da floresta primária e/ou flo-
resta secundária desde 2008, a menos que estejam disponíveis licenças am-
bientais governamentais;
 ⚫ não use lenha ilegal;
 ⚫ destine adequadamente os resíduos sempre que possível, promova a recicla-
gem e a compostagem, evite a queima; e
 ⚫ não lance efluentes poluentes, inclusive esgoto doméstico, diretamente em 
corpos de água e buscando dar-lhes destinação adequada.
28
Esta aula trouxe muitas informações sobre os aspectos favoráveis à im-
plantação docacaueiro.
 
Agora, pense na realidade da propriedade em que você atua: algum as-
pecto da produção pode estar inadequado às necessidades dessa cultura? 
Você poderia fazer algo a respeito?
Escreva sua resposta na caixa de texto abaixo. 
Salve este arquivo novamente em seu computador para registrar a reflexão. 
E na sua porteira?
Pois é! No meu caso, localizamos uma área com relevo interes-
sante, mas a análise do solo indicou que precisarei fazer algum 
investimento para corrigir a acidez e a fertilidade. Ter o Edu por 
perto vai ser fundamental para que a ampliação da minha lavoura 
dê bons resultados financeiros.
Agora, avance para a Aula 3 para conhecer como deve ser feita a preparação da área.
 
29
Módulo 3 - Aula 3
Preparo da área
30
- Edu, que bom te receber aqui no viveiro. Você viu como as nossas mudas estão crescidas?
 
- Sim, foi um belo trabalho, hein? Logo elas estarão prontas pro plantio, então precisamos 
preparar o terreno pra esse momento.
 
- Imagino que isso seja importante para que os cacaueiros se tornem muito produtivos, né?
 
- Importante demais, Gabi, essa é uma etapa fundamental.
podcast 
O resgate de Santo Isidoro
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta história!
 
Para preparar a área onde será implantado o cultivo de cacau, deve-se considerar o sistema de plantio a 
ser usado: cabruca ou outro modelo de SAF. A escolha vai depender do tipo de cobertura vegetal exis-
tente na área e das condições do produtor para instalar e manter o modelo selecionado.
 
Diz o Currículo…
Você não deve produzir cacau ilegalmente em Unidades de Conservação de Prote-
ção Integral, terras públicas em geral, terras indígenas e comunidades quilombolas, 
segundo o Currículo de Sustentabilidade do Cacau. Escolher o local adequado 
para sua lavoura é uma prática fundamental.
 
Tipos de preparo
 
Você sabia que, até a década de 1990, antes da Lei da Mata Atlântica e do Código Florestal Brasileiro, a 
queima da vegetação para instalação de novas áreas era prática normal?
 
Hoje, sabe-se que é preciso atentar-se à conservação do meio ambiente, evitar a queima e o desmata-
mento e preservar mananciais, matas ciliares e outras áreas de proteção permanente, como Áreas de 
Preservação Permanentes (APPs) e Reservas Legais (RLs).
 
Por isso, o preparo da área deve fazer uso de práticas que foquem na conservação da água e do solo, 
como:
31
 
 ⚫ o terraceamento e o plantio em curva de nível;
 ⚫ a manutenção da cobertura permanente do solo;
 ⚫ os cordões de contenção;
 ⚫ o uso de máquinas apenas em regiões onde o declive 
for menor que 10%.
A limpeza é necessária para facilitar os próximos passos do preparo do solo, que consiste em: aração, 
gradagem, subsolagem (em casos de compactação subsuperficial), correção do solo e adubação. Confira 
como essas etapas devem ser conduzidas:
 
O primeiro passo é a limpeza manual ou mecanizada. De-
ve-se fazer a remoção das plantas indesejáveis presentes 
na área e, depois, remover suas raízes (destoca completa). 
As árvores de copas mais altas devem ser mantidas.
A aração consiste em revirar as camadas do solo (até 20 
cm) para descompactação superficial, aumentar sua poro-
sidade, controlar as plantas invasoras e incorporar restos 
culturais.
Na prática
32
 
Na sequência, temos a gradagem, cujo objetivo é nivelar 
a superfície do solo e incorporar calcário e gesso a fim de 
corrigir o pH.
Abaixo dos 20 cm, pode haver áreas com camadas com-
pactadas, que impedem a infiltração de água e prejudicam 
o crescimento radicular do cacaueiro. Nesses casos, é usa-
do um subsolador, implemento que rompe as camadas 
do solo em uma profundidade de até 40 cm.
Análise e correção do solo
 
Após o preparo, amostras de solo devem ser coletadas e analisadas para verificar a fertilidade da área. 
Ela vai indicar o pH, os nutrientes e outros elementos presentes.
 
Diz o Currículo…
Não deixe de estabelecer um plano de nutrição e correção de solo de acordo com 
recomendação técnica baseada na análise periódica. Essa é uma prática prioritária, 
de acordo com o Currículo de Sustentabilidade do Cacau.
 
Para essa amostragem, são necessárias algumas ferramentas: trado holandês, pá reta ou enxadão, balde 
e saco plástico, confira a seguir.
 
33
Cada porção de solo coletada é chamada de “amostra sim-
ples”, e a união de todas elas, quando homogeneizadas, 
resulta na “amostra composta”.
Para garantir a representatividade da área, deve-se ter 
pelo menos 20 amostras simples, que compõem uma 
amostra composta, com aproximadamente 500g.
Para coletar amostras simples, caminhe em zigue-zague 
por toda a área, use o trado holandês e armazene o solo 
no balde plástico.
Devem ser coletadas amostras em duas profundidades 
diferentes, de até 20 cm e de 20 a 40 cm, pois o cacaueiro 
é uma planta perene.
Na prática
34
Colete as amostras simples de cada profundidade e use 
baldes diferentes para conseguir a amostra composta.
Ao fim da coleta, misture o conteúdo do balde para homo-
geneizá-lo. O resultado será uma amostra composta.
Coletada a amostra composta, coloque-a em um saco plás-
tico, identifique cada uma e encaminhe-a para o laborató-
rio que fará a análise.
 
Mas o que fazer com o resultado dessa análise? Conheça a resposta a seguir!
 
35
Enviei a amostra para a análise. E agora?
 
A interpretação da análise deve ser feita por um profissional capacitado, com registro no 
conselho de classe. Ele indicará como corrigir o pH por meio da adição de calcário, indican-
do o tipo e a quantidade a ser aplicada. Em geral, essa ação deve ser feita dois meses antes 
do plantio, então envie suas amostras para análise o quanto antes!
podcast 
Direto do campo
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta explicação!
 
Diz o Currículo…
De acordo com o Currículo de Sustentabilidade do Cacau, é uma prática prioritária 
adotar técnicas de conservaçãodo solo no plantio e na condução do cacau, sem per-
der de vista a taptidão edafoclimática (relativo ao solo e clima). Atente-se sempre à 
conservação do solo e à aptidão.
 
Conheça mais detalhes sobre a calagem, a adição de calcário ao solo para corrigir seu pH.
 
36
Para o plantio de cacau, o pH entre 5,8 e 6,2 é o ideal. 
Caso você precise adicionar calcário ao solo para chegar 
a este resultado, saiba que poderá usar o dolomítico ou o 
calcítico, a depender da recomendação técnica.
A aplicação deve ser feita em toda a área e em cobertura 
do solo. Posteriormente, deve ser incorporada ao solo 
com a grade. Tudo isso deve ser feito dois meses antes do 
plantio. Porém, em alguns casos, é aceitável a aplicação na 
cova de plantio, com efeito restrito àquele local.
Como o calcário é pouco móvel no solo, em caso de eleva-
da acidez nas camadas mais profundas, uma boa alterna-
tiva é o uso de gesso. Como ele é mais móvel no solo que 
o calcário, consegue corrigir a acidez em profundidade. 
Assim, é favorecido o aprofundamento das raízes do cacau 
e a captação de água e nutrientes.
Na prática
 
Balizamento
 
Antes do plantio das mudas, é necessário demarcar a área de modo a indicar as linhas de plantio. Essa 
operação, conhecida também como alinhamento, possibilita a localização exata das covas ou dos sulcos 
para o plantio do cacau.
 
37
As balizas (tocos de árvores, estacas ou outros materiais) são usadas para marcar a posição das covas em 
que as mudas de cacau e outras espécies (em caso de SAF) serão plantadas. Para as mudas de cacau, o 
recomendado é usar um espaçamento de 3 x 3 m (o que resulta em 1.111 plantas/ha) ou 4 x 3 m (833 
plantas/ha).
O balizamento correto permite um melhor aproveitamento 
da área, que resultará no desenvolvimento uniforme das 
copas e facilitará o manejo e a colheita do cacau.
 
Em terrenos planos, as linhas de plantio devem seguir o 
sentido leste-oeste, ou seja, o nascer e pôr do sol.
 
Em terrenos declivosos, é indicado o plantio em curvas de 
nível, para garantir a incidência adequada de luz. Nunca 
plante “ladeira abaixo”, no sentidodo declive do terreno.
 
Atenção!
Aproveite este momento para planejar a implantação do sistema de irrigação a fim 
de suplementar o fornecimento de água. O ideal é que seja com microaspersores ou 
gotejamento, ok?
 
Preparo das covas e plantio das mudas
 
A próxima etapa é a demarcação das covas ou dos berços a partir da limpeza local, com a retirada de 
plantas invasoras. Confira os passos desse procedimento.
 
38
40cm
40
cm
As covas são abertas nas
dimensões de 40 x 40 x 40
cm com auxílio de pás,
enxadecos ou cavador; ou
mecanizada, com um
perfurador de solo
acoplado ao trator.
01
A adubação de fundação
é feita durante a
abertura das covas e usa
fertilizantes químicos ou
orgânicos, de acordo
com as recomendações
técnicas de um
especialista.
02
O passo seguinte é o
plantio nas covas, em
que se pressiona o solo
em torno da muda.
03
É aconselhável fazer o uso
de cobertura morta para
proteger o sistema
radicular da muda e
manter a umidade
adequada, a fim de evitar
perdas por evaporação.
04
O tutoramento de
mudas pode ser feito
com tutor ou vara de
madeira para manter a
muda erguida e evitar o
tombamento pela ação
do vento.
05
 
Para utilizar cobertura morta, cubra o solo ao redor da cova com material seco, como capim, palha de 
feijão, de milho ou de café.
 
Manutenção no primeiro ano do plantio
 
Depois do plantio, tem-se início a fase do cultivo, na qual é necessário fazer uso de algumas técnicas de 
manejo, próprias para que o cacaueiro se desenvolva e chegue ao ponto de colheita. Esse manejo inclui 
cuidados com o sombreamento e o controle de plantas invasoras, por exemplo. Confira agora os pontos 
que precisam da sua atenção nesta etapa!
 
Manejo do sombreamento
 
Conforme o cacaueiro cresce, precisa de cada vez menos sombra. Em certo momento, o sombreamento 
em excesso prejudica a produção, pois, ao reter mais umidade e tornar as temperaturas mais amenas, 
favorece o desenvolvimento de doenças.
 
39
Por isso, é necessário fazer o manejo do sombreamento, 
com o raleamento progressivo da sombra.
 
O raleamento consiste na retirada de plantas que causam 
sombreamento em excesso sobre o cacau a fim de man-
ter as condições ideais para o desenvolvimento da cultura 
principal.
Quer saber mais detalhes sobre como o sombreamento deve ser feito? Então, confira a seguir!
 
Agora, vamos conversar sobre o manejo do sombreamento na cultura do cacau. Acompa-
nhe!
 
O manejo de sombra deve ser realizado em todos os sistemas de plantio e é importante 
para fornecer a luminosidade adequada de acordo com a etapa de desenvolvimento do ca-
caueiro. Quando a muda é recém-plantada, precisa de mais sombra. Isso porque o excesso 
de raios solares acelera seu metabolismo e faz com que consuma mais água e nutrientes do 
solo. A radiação solar intensa pode também tornar as flores do cacaueiro inférteis.
 
Dois meses após o plantio definitivo das mudas, deve ser feito o raleamento leve da vege-
tação de sombreamento provisório, caso da bananeira e do feijão-guandu. Isso vai permitir 
mais entrada de luz à planta.
 
Aos sete meses, deve ser feito o coroamento ao redor do cacaueiro. Você vai remover 
totalmente as plantas de sombreamento provisório, deixando os resíduos ali mesmo, para 
melhorar a umidade e a proteção do solo. Isso também contribui com aspectos químicos e 
físicos do solo.
 
Já na fase adulta, quando a planta está em plena produção, é necessário um sombreamen-
to definitivo, fornecido por árvores de maior porte, que vão influenciar na quantidade de 
luz disponível e na ventilação da lavoura. O raleamento deve ser feito conforme a planta 
for ganhando maturidade, permitindo a adaptação das copas às novas condições de luz.
Videoaula 
De olho no horizonte
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para assistir ao vídeo 
com este conteúdo.
 
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Se você estiver recuperando uma lavoura já implementada e com baixa produtividade, 
atenção! O raleamento é uma das práticas com maior impacto na produtividade do ca-
caueiro.
 
Fique atento ao sombreamento da sua lavoura e colha excelentes resultados!
Aprofunde seus conhecimentos sobre o assunto: assista a um vídeo sobre o manejo 
de plantas exóticas na cabruca para o aumento de produtividade do cacau. Clique aqui 
e confira!
Vá além!
 
Controle de plantas invasoras no cacaueiro
 
O controle de plantas invasoras exige atenção durante o ano todo. Esse é um dos itens que mais impac-
tam o custo operacional de produção. As operações para controle de plantas invasoras podem ser feitas 
com técnicas de controle físico, biológico ou químico. Confira:
 
Controle físico manual
Controle físico mecânico
É feito por meio de capina ou roçagem. Veja a diferença:
 
 ⚫ Capina: as plantas daninhas são retiradas com o sistema radicular, para conter o seu cresci-
mento.
 ⚫ Roçagem: o corte é feito rente ao solo, e retirada apenas a parte aérea das plantas.
 
Essas técnicas são eficientes, mas têm baixo rendimento e elevado custo com mão de obra. Por 
isso, são mais indicadas para pequenas e médias propriedades; áreas declivosas, onde a mecani-
zação não é possível; e, em plantios mais adensados.
Pode ser feito com grade cultivadora, enxada rotativa ou roçadeira acoplada ao trator. A vanta-
gem é o excelente rendimento, pois há economia de tempo e recursos.
https://www.youtube.com/watch?v=Xpz69-ANCYs
41
 
Controle biológico
Controle químico
Consiste no uso de tecnologias naturais, que mantêm a população de plantas invasoras em níveis 
baixos o suficiente para que não causem danos econômicos. Um exemplo é a alelopatia, obtida 
com o uso de coberturas vivas ou mortas.
Consiste no uso de herbicidas registrados no Mapa. Devido à praticidade e ao baixo custo, esse 
método é bastante usado nas lavouras, principalmente no estabelecimento da cultura no campo.
Os riscos e os benefícios do uso do produto devem ser avaliados por um profissional habilitado, 
devido à sua forma de uso e à presença de outras culturas sensíveis ao ingrediente ativo.
 
Você viu que um exemplo de controle biológico é a alelopatia. Mas você sabe o que é isso? Descubra agora!
 
O que é alelopatia?
 
A alelopatia é a influência exercida por uma planta ou microrganismo em outras plantas, seja 
inibindo ou estimulando sua germinação ou crescimento. Essa influência se dá por meio de 
substâncias que são secretadas no solo. Você pode utilizar a alelopatia a seu favor utilizando 
coberturas vivas, com o plantio de feijão-de-porco, ou mortas, por meio da palhada.
podcast 
Direto do campo
Acesse o ambiente virtual de aprendizagem para ouvir esta explicação!
Conheça algumas dicas práticas para usar a alelopatia na sua lavoura de cacau.
 
42
Para a alelopatia ter efeito, deve-se ter um volume signi-
ficativo da planta de cobertura, que deve ser renovado 
periodicamente.
No caso da cobertura viva, podem ser usadas espécies 
como feijão-de-porco, mucuna-preta ou crotalária planta-
das nas entrelinhas da lavoura de cacau ou no sistema de 
consórcio com a cultura. Essas plantas favorecem a incor-
poração de nutrientes no solo.
Já o uso da cobertura morta é feito pela formação de 
palhada, que inibe a germinação e a emergência de plan-
tas invasoras. A palhada pode ser composta pelas próprias 
invasoras ou por outras espécies e contribui, de forma sig-
nificativa, para o incremento de matéria orgânica no solo.
Na prática
 
 
43
Nesta aula, você ficou sabendo mais sobre o preparo da área para implan-
tar sua fazenda de cacau! Você aprendeu sobre:
 
 ⚫ os tipos de preparo da área;
 ⚫ a análise e a correção do solo;
 ⚫ o balizamento;
 ⚫ o preparo das covas;
 ⚫ o plantio das mudas; e
 ⚫ a manutenção no primeiro ano do plantio.
Escreva sua resposta na caixa de texto abaixo. 
Salve este arquivo novamente em seu computador para registrar a reflexão. 
E na sua porteira?
Na área em que vou plantar as mudas, já foi feita a aração e a gra-
dagem. Pela análise que o Edu fez, não vamos precisar do subso-
lador. Preciso preparar as covas para o momento do plantio, fazero balizamento adequado e manter o distanciamento correto para 
a SAF que optei por usar no meu sítio: o sistema consorciado de 
cacau e coqueiro!
Agora, pense na realidade da propriedade em que você atua: algum aspecto da produção 
pode estar inadequado às necessidades dessa cultura? Você poderia fazer algo a respeito?
 
Muito bem!
 
Depois de todo esse aprendizado, você já pode responder à próxima atividade.
 
Atividade 
de aprendizagem
45
Este é um momento de autoavaliação, em que você vai poder refletir e validar o que aprendeu neste 
módulo. Leia com atenção a pergunta e, no ambiente virtual de aprendizagem, escolha a resposta ade-
quada.
 
Questão 1
Em relação à produção de mudas de cacau, existem dois métodos de 
propagação: sexuada (sementes) e assexuada (vegetativa). Quanto ao 
método de propagação, assinale verdadeiro ou falso:
Atividade de aprendizagem
A produção de mudas de cacau por meio de sementes consiste em usar sementes ob-
tidas de frutos maduros. Elas passam por um processo de limpeza e secagem para que 
possam ser semeadas diretamente nos tubetes e mantidas em ambiente aberto.
A propagação vegetativa é uma multiplicação que usa qualquer parte da planta 
matriz para a obtenção de novos indivíduos. Uma das desvantagens é que as plan-
tas provenientes desse método apresentam baixa produtividade e vigor no campo 
e são mais suscetíveis a doenças e pragas.
A propagação por sementes produz mudas seminais, usadas principalmente para a 
produção de porta-enxertos. A técnica é muito viável, devido ao fácil manejo para 
seleção, ao tratamento e à velocidade de germinação das sementes e da emergên-
cia das plântulas no viveiro.
Na enxertia, o primeiro passo é a obtenção do porta-enxerto que dará origem ao 
sistema radicular da muda enxertada. Em seguida, os garfos (enxertos) podem ser 
obtidos a partir de hastes, galhos ou ramos plagiotrópicos, os quais são unidos ao 
porta-enxerto e mantidos em viveiro até 60 dias após o procedimento.
A estaquia não é muito usada pelos cacauicultores por produzir mudas pouco está-
veis no campo e muito suscetíveis a doenças, principalmente a vassoura-de-bruxa. 
A técnica compreende coletar estacas de plantas de cacau e semear em canteiros 
a céu aberto.
 
46
Questão 2
A escolha da área para o plantio de cacau é de extrema importância para 
obter sucesso com a atividade agrícola. De acordo com os aspectos a 
serem observados na escolha da área, assinale a alternativa correta:
Atividade de aprendizagem
Antes de fazer o plantio das mudas é necessário atentar-se a alguns aspectos 
como: proximidade ao mercado consumidor, topografia do terreno, acesso a fonte 
de energia e de água.
O cacau é uma planta pouco exigente em água. Assim, os aspectos a serem obser-
vados quanto ao clima são: intensa precipitação pluviométrica (superior a 2000 
mm), umidade relativa superior a 85% e temperaturas mais amenas.
A implementação de cacaueiros em áreas agrícolas novas, como o Semiárido e 
o Cerrado, não é indicada, já que essas regiões apresentam condições climáticas 
inadequadas para a cultura, como excesso de luminosidade e déficit de água.
O tipo de solo ideal para o cultivo de cacau são os profundos, sem camada de 
impedimento, de textura argilosa, que melhor armazena água, necessária para o 
desenvolvimento do cacaueiro.
Antes do plantio, é aconselhável fazer uma amostragem de solo a uma profundi-
dade qualquer, para que seja possível conhecer seus atributos químicos e físicos.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
47
Questão 3
O preparo da área é uma das etapas mais importantes e mais trabalhosas 
do cacaueiro, pois envolve diversas etapas. No que diz respeito aos atri-
butos necessários para o preparo da área, assinale verdadeiro ou falso:
Atividade de aprendizagem
No preparo da área, não é necessário considerar o tipo de sistema: cabruca ou 
derrubada total, pois a área precisa ser limpa e a vegetação, eliminada, indepen-
dentemente do sistema adotado.
Após a aração, a gradagem e a subsolagem, o produtor deve proceder com a 
amostragem de solo para que seja feita a correção da acidez e dos nutrientes 
presentes no solo.
O balizamento é uma prática crucial, que deve ser feita no momento do trans-
plantio. A principal função é facilitar a localização dos cacaueiros e a condução da 
muda em campo.
O manejo do sombreamento depende do sistema adotado (cabruca ou derrubada 
completa) e consiste em manejar a sombra ideal para o cacaueiro, pois o sombrea-
mento depende da idade das plantas.
A abertura das covas pode ser feita manual ou mecanicamente. Nesse momento, 
é feita a adubação de fundação, de acordo com as recomendações técnicas, e o 
transplantio das mudas de cacau.
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