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Educação para a Sustentabilidade Ambiental Conceitos básicos sobre sustentabilidade e educação Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Marcelo Antônio da Costa Silva Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin 5 Conceitos básicos sobre sustentabilidade e educação Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos: • Introdução ao tema • Orientações para leitura Obrigatória Fonte: iStock/Getty Im ages · Apresentação e discussão dos conceitos aplicados à Educação Ambiental e à Sustentabilidade; · Verificação dos condicionantes legais aplicáveis ao tema; · Análise de estudos de casos e boas práticas. Caro(a) aluno(a) Nesta Unidade, abordaremos os conceitos básicos da nossa Disciplina, no que tange aos conceitos de desenvolvimento sustentável e das matrizes conceituais da sustentabilidade, além dos conceitos de educação formal e informal e da Educação Ambiental. Ademais, veremos a legislação mais específica sobre Educação Ambiental, e como ela se aplica no dia a dia. Apresentaremos, por fim, exemplos práticos de Sustentabilidade e Educação Ambiental, nos quais estes temas aparecem como cerne nos estudos de caso. Não deixe de ler a Bibliografia indicada e de acessar os Materiais Didáticos disponíveis, que apresentam o conteúdo e as atividades propostas para esta Unidade. 6 Unidade: Conceitos básicos sobre sustentabilidade e educação Introdução ao tema Segundo Phillippi & Pelicione (2014, p.3), a Educação Ambiental deve formar e preparar cidadãos para a reflexão crítica e para uma ação social corretiva, ou transformadora do sistema. Defendem, também, que esta formação deve tornar viável o desenvolvimento integral dos seres humanos. Podemos verificar que, de acordo com estes autores, um tipo de desenvolvimento atrelado aos seres humanos está intrinsecamente conectado à Educação Ambiental. Se considerarmos que este tal desenvolvimento se acerca da chamada sustentabilidade socioambiental, torna-se importante conceituar a Educação Ambiental e a Sustentabilidade. A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) foi proposta em 27 de abril de 1999, pela Lei nº 9.795. O Art. 2° desta Lei explica que a Educação Ambiental deve estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. A educação, portanto, ainda deve ser compreendida em duas formas de aplicação, a educação formal e a informal. Alberto Gaspar1, físico da UNESP e Doutor na área de museus de ciência, afirma que a educação formal pode ser compreendida como aquela que recebemos nas escolas, ligadas a uma formação formalizada, sistematizada e com diplomas e certificados. Em uma proposta mais básica, a educação informal refere-se àquela ligada a vida cotidiana, exigindo mais do que o conhecimento dos saberes apresentados formalmente nas disciplinas escolares. Os conhecimentos são partilhados em meio a uma interação sociocultural na qual precisa existir, como única condição necessária e suficiente, quem saiba e quem queira ou precise saber. Nela, ensino e aprendizagem ocorrem espontaneamente, sem que, na maioria das vezes, os próprios participantes do processo deles tenham consciência. Além dessas duas formas de educação, formal e informal, Gaspar (2002) aponta outras formas de transmissão cultural, muito próximas da educação formal, definidas por muitos pesquisadores como educação não-formal, apresentando disciplinas, currículos e programas, mas sem oferecer graus ou diplomas oficiais. Como exemplo, cita o estudo de línguas estrangeiras e de especialidades técnicas, artísticas ou semelhantes, oferecido presencialmente em escolas com horários e períodos letivos bem definidos, ou a distância. Outras, mais próximas da educação informal, devem aparecer em espaços específicos, em centros culturais, jardins botânicos, zoológicos, museus de arte ou de ciências, podendo também ser aplicada ao ar livre, em praças, feiras, estações de metrô e onde mais as pessoas possam partilhar saber e arte. 1 GASPAR, A. A educação formal e a educação informal em ciências. In: Ciência e Público, caminhos da divulgação científica no Brasil. Casa da Ciência – Centro Cultural de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Fórum de Ciência e Cultura, 2002. p.171-84 7 A seguir, vamos verificar alguns conceitos sobre Educação Ambiental, segundo fontes oficiais e normativas, dados esses extraídos do site do Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: http://goo.gl/NSgHvo. Entende-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (Política Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art. 1º.) A Educação Ambiental é uma dimensão da Educação, é atividade intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os outros seres humanos, visando a potencializar essa atividade humana com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética ambiental. (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental, Art. 2°.) A Educação Ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido à transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para a dita transformação. (Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária – Chosica/Peru, 1976) A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada à prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhora da qualidade de vida. (Conferência Intergovernamental de Tbilisi, 1977) Podemos encontrar alguns conceitos e justificativas a respeito da Educação Ambiental e, em especial, sobre os diplomas legais aplicáveis no Brasil que envolvem a temática da Educação Ambiental no texto de Pelicioni & Philippi (2014, p. 4-11). Figura 1 – Educação Ambiental e Sustentabilidade, publicação disponível na Biblioteca Virtual. 8 Unidade: Conceitos básicos sobre sustentabilidade e educação Sobre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, podemos verificar a disponibilidade de diversos conceitos. Veja o apresentado a seguir, extraído do site do SESC. Disponível em: https://goo.gl/omep3P O conceito de sustentabilidade tem sua origem relacionada ao termo “desenvolvi- mento sustentável”, definido como aquele que atenda às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades. Ao longo dos últimos 20 anos, em razão da dificuldade de transformar este conceito em ações e políticas públicas e diante da reduzida interseção entre as ideias desenvolvimentistas – em que o maior valor é o crescimento econômico e de sustentabilidade – que pressupõe os limites da Biosfera para efetivar os projetos humanos passou-se a utilizar de forma mais global o termo sustentabilidade, incorporando também a dimensão cultural. Diante da evidência da fragilidade humana no quadro atual de degradação e riscos provocados por estilos de vida e de produção incompatíveis com a permanência dos recursos naturais, a sustentabilidade passoua ser o principal desafio para o desenvolvimento social. Desafio de caráter político, além de técnico, pois está na base dos processos decisórios em vários campos. É importante destacar também que na dimensão ambiental deste conceito qualquer ação humana deve: respeitar os ciclos naturais, o tempo de recomposição dos recursos e os limites que os regem; conservar a integridade do ambiente; consumir sem ultrapassar a capacidade de renovação dos recursos e respeitar a diversidade humana que produz formas diferentes de existência. A concepção de sustentabilidade pressupõe uma relação equilibrada com o ambiente em sua totalidade, considerando que todos os elementos afetam e são afetados reciprocamente pela ação humana. A sustentabilidade, portanto, diz respeito às escolhas sobre as formas de produção, consumo, habitação, comunicação, alimentação, transporte e também nos relacionamentos entre as pessoas e delas com o ambiente, considerando os valores éticos, solidários e democráticos. Leia um artigo bastante interessante e que apresenta conceitos sobre o desenvolvimento sustentável e sua evolução. Disponível em: http://goo.gl/5A85Xz. Este artigo foi escrito por Irina Makhailova e publicado na Revista Economia e Desenvolvimento, n. 16, em 2004. Recomendo a leitura, das páginas 23 a 30. O material apresentado deve dar a base para as discussões das próximas Unidades. Importante, neste momento, a refl exão sobre os diversos conceitos e aspectos legais encontrados na Educação Ambiental. 9 Orientações para leitura Obrigatória A base conceitual deve ser compreendida antes de avançarmos nas análises sobre a Disciplina. Para tanto, solicitarei a leitura de um texto que mostre alguns parâmetros básicos conceituais para as nossas discussões. Inicie sua leitura no capítulo 1, Bases Políticas, Conceituais, Filosófi cas e Ideológicas da Educação Ambiental, do livro de Philippi, A. e Pelicione, M. C. F. - Educação Ambiental e Sustentabilidade, páginas 3 a 11. Leia também o capítulo 11: A Condição Humana do Desenvolvimento Sustentável, importante neste momento para subsidiar as discussões sobre Sustentabilidade. Concentre-se nas páginas 307 a 313 deste capítulo. As obras estão disponíveis na Biblioteca Virtual Universitária. 10 Unidade: Conceitos básicos sobre sustentabilidade e educação Material Complementar Verificar de forma prática como os conceitos são aplicados nos permite fazer analogias com o conteúdo estabelecido. Além do mais, pode trazer outras possibilidades para a explanação do tema. Leituras: Inicie a leitura do material complementar pelo conceito de sustentabilidade apresentado pelo SESC (Serviço Social do Comércio). Disponível em: https://goo.gl/jyBELd. A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) é um documento muito central nas discussões sobre Educação Ambiental, e que contempla a normatização estabelecida para o país, no que tange ao assunto. A lei que formaliza tal política foi proposta em 27 de abril de 1999, sob o nº 9.795. Disponível em: http://goo.gl/Mto44R Um artigo bastante interessante e que apresenta conceitos sobre o desenvolvimento sustentável e sua evolução foi escrito por Irina Makhailova e publicado na Revista Economia e Desenvolvimento, n. 16, em 2004. Recomendo a leitura, das páginas 23 a 30. Disponível em: http://goo.gl/H0OSwW Livros: Outro texto que traz informações básicas está relacionado à educação propriamente dita, produzido por GASPAR, A. com o título de A educação formal e a educação informal em Ciências, publicado no livro Ciência e Público, Caminhos da Divulgação Científica no Brasil, no ano de 2002 entre as páginas 171 e 184. Disponível em: http://goo.gl/N34N1m. 11 Referências PHILIPPI, A.; PELICIONE, M. C. F. Educação Ambiental e Sustentabilidade. 2. ed. Barueri: Manole, 2014. Disponível em: <http://unicid.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788520432006/ pages/-20>. Acesso em: 26 dez. 2015. MINISTÉRIO da Educação, Ministério do Meio Ambiente, UNESCO. Vamos Cuidar do Brasil: conceitos e práticas em Educação Ambiental na escola. Brasília, 2007. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 28 dez. 2015. SESC - SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO. SESC e Sustentabilidade - Conceito de Sustentabilidade. Disponível em: <https://sustentabilidade.sescsp.org.br/conceito-de-sustentabilidade>. Acesso em:11 jan. 2016. MAKHAILOVA, I. Sustentabilidade: Evolução dos Conceitos Teóricos e os Problemas da Mensuração Prática. In: Revista Economia e Desenvolvimento, n. 16, p. 23-30, 2004. Disponível em <http://w3.ufsm.br/depcie/arquivos/artigo/ii_sustentabilidade.pdf>. Acesso em: 26 dez. 2015. GASPAR, A. A educação formal e a educação informal em ciências. In: Ciência e Público, Caminhos da Divulgação Científica no Brasil, 2002. p. 171-184. Disponível em: <http://ww w.museudavida.fiocruz.br/brasiliana/media/cienciaepublico.pdf.>. Acesso em: 11 jan. 2016. 12 Unidade: Conceitos básicos sobre sustentabilidade e educação Anotações
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