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INDUSTRIALIZAÇÃO Geografia Prof: Edjania Modelos de industrialização e localização industrial • A Primeira Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra entre meados dos séculos XVIII e XIX foi marcada, entre outras características, por grandes inovações técnicas, como a utilização do carvão como fonte de energia para movimentar as máquinas e o início da produção em larga escala. • A expansão dessas inovações para outros países, como Estados Unidos, Japão, França e Alemanha, o aperfeiçoamento das máquinas e o consequente aumento da produção deram início à Segunda Revolução Industrial, na segunda metade do século XIX e começo do XX. • A maior parte dos países industrializados centrais iniciou sua industrialização ainda no século XIX, formando uma indústria nacional e consolidando um mercado interno. Podemos citar como exemplos os Estados Unidos, alguns países da Europa Ocidental, como Alemanha, França, Reino Unido e Itália, além do Japão e do Canadá. Esse grupo constitui as sete nações mais industrializadas do mundo, conhecidas como G-7. Embora não tão industrializada, a Rússia também integra esse grupo, que passou a ser denominado G-8. • Países como Brasil, México, Argentina e os Tigres Asiáticos (Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong, na China) industrializaram-se somente no século XX, por isso são chamados de países de industrialização tardia ou retardatária. A esse processo, seguiram-se intensa urbanização e a atração de investimentos estrangeiros e de empresas transnacionais. • Em parte dos países em desenvolvimento (Brasil, México e Argentina),o processo de industrialização apoiou-se no modelo de substituição de importações, que incluía proteção do mercado interno, proibição da entrada de manufaturados estrangeiros e fortalecimento de indústrias locais. • Outros países, como os que compõem os Tigres Asiáticos, indústria lizaram-se com base no modelo de plataformas de exportação, no qual empresas transnacionais se instalam em determinado país e passam a exportar sua produção para outros países. Indústria: transformações espaciais e no meio ambiente • A indústria criou muitos produtos, como carros, trens, eletrônicos, aviões, materiais sintéticos (plásticos, PVC, acrílico etc., que não existem na natureza). Provocou também profunda transformação no espaço. Com ela se expandiram as cidades, as vias de circulação e de comunicação, a extração de minérios e de outras matérias-primas. A indústria também gerou resíduos sólidos, gasosos e líquidos, aumentando a poluição do ar, dos solos e das águas. • Desde o século XX, diversas legislações ambientais foram sendo estabelecidas em âmbito mundial e local, tornando imperativa uma boa conduta ambiental no setor industrial. Entre as ações que diminuem impactos estão a utilização de tecnologias limpas, a maior preocupação com o armazenamento e destino dos resíduos, ações para evitar perdas de matéria-prima, água e energia. Mudanças na localização industrial • A melhor localização industrial é a que possibilita maior rentabilidade (menores custos)-essa é a regra básica da teoria da localização industrial. • Na etapa inicial da industrialização, os custos de transporte eram extremamente elevados. A introdução de novos meios de comunicação e de transporte, ao mesmo tempo que foram produtos da indústria, facilitaram sua expansão e provocaram mudanças estruturais. • Na Inglaterra, as bacias carboníferas tornaram-se áreas de concentração fabril porque o carvão mineral era a fonte de energia básica tanto para as indústrias de base, que produzem matéria-prima para outras indústrias, como para as indústrias de bens de consumo, que produzem para o mercado consumidor. Também ocorreu a concentração industrial em áreas produtoras de minério de ferro. • Durante a primeira metade do século XX, no entanto, o carvão perdeu, aos poucos, o domínio sobre o suprimento energético industrial. O petróleo e o gás natural passaram a ser amplamente usados como fonte de energia. Além disso, os meios de transporte obtiveram um desenvolvimento espantoso. • Mesmo assim, as velhas regiões fabris, que haviam nascido associadas a jazidas carboníferas ou a reservas minerais, continuaram a responder pela maior parte da produção industrial do mundo. A introdução das linhas de montagem fabris e a emergência do sistema de produção em série, dirigido para o consumo das massas, reafirmaram as vantagens locacionais das grandes concentrações industriais. As novas empresas e os setores industriais em ascensão beneficiaram-se do ambiente criado pelas indústrias já instaladas. • Essa dinâmica de crescimento é conhecida pela expressão economia de aglomeração. O meio geográfico típico do início do século XX é o das grandes aglomerações de fábricas, de mercados de consumo e de trabalhadores. A desconcentração espacial da indústria • Nas últimas décadas do século XX, com a revolução técnico-científica, os novos padrões locacionais passaram a aponta no sentido da desconcentração espacial das indústrias e da emergência de novos polos produtivos, afastados das aglomerações tradicionais. Na desconcentração, as indústrias buscam novas áreas de localização mais vantajosas em termos de mão de obra, isenção de impostos, fraca organização sindical, locais onde a legislação ambiental é mais amena, entre outras vantagens. • Em escala global, a tendência de desconcentração é resultante da evolução tecnológica dos meios de transporte e de comunicação, que permitiram a disseminação do processo de industrialização por vastas regiões do mundo em desenvolvimento, em especial do Sudeste Asiático e da América Latina, que atualmente participam significativamente da produção industrial mundial em muitos setores. • Grandes conglomerados chamados indústrias globais abriram filiais em vários países, levando tecnologia própria e atuando em mais de um setor da economia; além do industrial, no financeiro e no comercial. • Muitos países em desenvolvimento oferecem facilidades para atrair indústrias, como os incentivos fiscais (redução ou isenção de impostos por determinado período) e o desenvolvimento de infraestrutura, como na China, Coreia do Sul, Taiwan, Índia e Malásia. • A indústria têxtil, por exemplo, é um setor industrial de trabalho intensivo, pois emprega muita mão de obra, e o peso dos salários no custo final das mercadorias é expressivo. Isso explica a tendência de deslocamento de indústrias têxteis e de confecções para países e regiões onde os salários são mais baixos, como China, Índia, Paquistão e Indonésia. • Por sua vez, as indústrias têxteis dos Estados Unidos e da União Europeia investiram em novas tecnologias, como fibras químicas, tornando-se cada vez mais intensivas em capital, especializando-se em produtos de maior valor adicionado ou agregado, ou seja, produtos que agregam maiores investimentos, inovações e alta tecnologia. • Também no setor automobilístico, que se caracteriza por adicionar valor de média e alta tecnologia, tem aumentado a participação das indústrias situadas em países em desenvolvimento, atraídas pelos menores custos de mão de obra, como na China, Índia, Tailândia e Indonésia. Essas economias em crescimento começam a contar com o peso importante de uma classe média consumidora, por causa do aumento da renda familiar, que também levou ao consequente aumento da venda de automóveis. • Muitos países em desenvolvimento participaram inicialmente do processo de industrialização em segmentos de trabalho intensivo (montagem de produtos), passando posteriormente a investir na qualificação da mão de obra e em avanços tecnológicos, além de produzir componentes e equipamentos próprios. É o caso da China, que atualmente conta comdiversas marcas de produtos, como instrumentos de precisão e computadores, entre outros, que, já em 2015, era uma das maiores economias industriais do planeta. • A Índia também se desenvolveu tecnologicamente, especializando-se no setor de informação. Já a Coreia do Sul desenvolveu uma indústria automobilística própria, que concorre em muitos mercados com as montadoras sediadas nos países desenvolvidos. • Várias fábricas de motores e de montagem final de automóveis para exportação foram implantadas no México, na fronteira com os Estados Unidos, que são o destino de grande parte dessa produção, conhecidas como maquiladoras. • Na América do Sul, o Brasil é considerado estratégico no mapa das grandes indústrias automobilísticas. Nesse caso, elas são atraídas pelos baixos salários e também pela grande dimensão do mercado interno. • A maior parte dos países em desenvolvimento ainda exporta commodities, ou seja, produtos agrícolas, alimentos in natura, soja, café e minérios, com baixo valor agregado. • A participação dos países desenvolvidos no valor de transformação industrial (VTI) dial caiu de 76% para 64% entre 2005 e 2014. As economias industriais emergentes, entre elas Brasil, Rússia, India e China, aumentaram sua participação de 23% para 32%, no mesmo período, dos quais quase 20% correspondem à China. Essa tendência mostra uma produção industrial mundial mais complexa, equilibrada e dinâmica, com maior participação dos países em desenvolvimento. • Mesmo setores considerados de alta tecnologia, como o de informática, passam por uma desconcentração, ainda que seletiva, no plano internacional. O setor de pesquisa e de concepção de novos produtos e equipamentos permanece fortemente concentrado nos Estados Unidos, no Japão e na Europa Ocidental; porém, parte da linha de produção de chips e microprocessadores e da montagem dos equipamentos e da produção de alguns tipos de software migraram para países industrializados semiperiféricos. • Na escala nacional, também existe a tendência à desconcentração. As velhas concentrações industriais dos países desenvolvidos têm perdido terreno para novas regiões produtivas, marcadas pelo uso de tecnologias modernas, pelo baixo consumo energético e pela forte integração com as universidades e os centros de pesquisa e desenvolvimento. Tecnologia e localização industrial • Atualmente, muitas indústrias preferem fugir das regiões industriais tradicionais, fenômeno conhecido por deseconomia de aglomeração, que começa a se manifestar quando a concentração fabril atinge um ponto crítico. • Uma das características das regiões industriais tradicionais está na organização dos trabalhadores em sindicatos combativos que reivindicam padrões salariais e normas trabalhistas, alterando a relação de poder econômico dos empresários. Somam-se a isso a elevada densidade demográfica e a intensa disputa pelos terrenos, que provocaram um aumento considerável dos preços da terra; o aumento dos impostos e dos custos dos serviços de transporte, comunicação e energia; grandes congestionamentos, poluição do ar e violência urbana. • A indústria de alta tecnologia ou de ponta--eletrônica, informática, telecomunicações, biotecnologia e química fina, aeronáutica, aeroespacial e bélica, que apresenta forte expansão nos Estados Unidos, no Japão e na Europa, procura novas localizações nos subúrbios afastados dos núcleos metropolitanos ou em cidades interioranas. Esse processo está na base do surgimento dos tecnopolos, regiões que concentram e integram indústrias de alta tecnologia, centros de pesquisa e desenvolvimento e universidades com a área de produção. Neles são criadas as inovações técnicas, além de garantir a formação contínua de novos pesquisadores. QUESTÕES • UNITAU) Desindustrialização significa a redução da participação na geração de riquezas da indústria em relação a outros setores da economia. “A participação da indústria de transformação no Produto Interno Bruto (PIB) foi de 13,3% em 2012, retrocedendo ao nível que o setor tinha na economia em 1955, antes da implantação do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek. Mantida as atuais condições de crescimento, essa participação deverá cair para 9,3%, em 2029”. (O Estado de São Paulo de 28/08/2013) Sobre isso, NÃO podemos afirmar: • • a) A desindustrialização é preocupante, pois os efeitos de encadeamento para frente e para trás são mais fortes na indústria do que nos setores agrícolas e de comércio. • b) A desindustrialização é preocupante, pois grande parte do processo de inovação tecnológica que ocorre na economia é difundida a partir do setor manufatureiro. • c) A desindustrialização pode provocar maior desequilíbrio na balança comercial brasileira, com o aumento das importações. • d) A desindustrialização é um fenômeno que tem impacto negativo sobre o potencial de crescimento de longo prazo, pois reduz a geração de retornos crescentes, diminui o ritmo de progresso técnico e aumenta a restrição externa ao crescimento. • e) A desindustrialização é um fenômeno exclusivo dos países em desenvolvimento, como o Brasil. • RESPOSTA: E • (UFRGS) Após a Segunda Guerra Mundial, a maioria i dos países latino- americanos implementou políticas de industrialização por substituição de importações que tiveram resultados diversos. • Considere as seguintes afirmações sobre os efeitos que a implementação dessas políticas: • I - Ela acelerou a migração campo-cidade. • II - Ela favoreceu a industrialização nas regiões Sudeste e Sul. • III - Ela reforçou o papel do Estado brasileiro nas políticas territoriais. • Quais estão corretas? • a) Apenas I. • b) Apenas II. • c) Apenas III. • d) Apenas II e III. • e) I. II e III. • RESPOSTA : Tendo como base de análise a figura e os aspectos que definiram a Primeira Revolução Industrial, considere as afirmativas a seguir • I. Inicia-se nas últimas décadas do século XVIII e estende-se até meados do século XIX. • A invenção da máquina a vapor e o uso do carvão como fonte de energia primária marcam • o início das mudanças nos processos produtivos. • II. O Reino Unido foi o primeiro país a reunir condições básicas para • o início da industrialização devido à intensa acumulação de capitais no decorrer do Capitalismo Comercial. • III. Os mais destacados segmentos fabris desta fase foram o têxtil, o metalúrgico e ode mineração. • IV. As transformações produtivas desta fase atingiram rapidamente outros países como • a Alemanha, França • e Estados Unidos ainda no Século XVIII recrutando operários com salários atrativos promovendo, assim, um intenso êxodo rural. Estão corretas • a) apenas I, II e III. b) apenas I, II e IV. c) apenas II, III e IV. d) apenas I, III e IV. e) I, II, III e IV • RESPOSTA:
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