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COUTO, L C - Sobrevoo pela historia do ensino de ALE no Brasil (2012)

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HELB 
História do Ensino de Línguas no Brasil 
ANO 6 - Nº 6 - 1/2012 
SOBREVOO PELA HISTÓRIA DO ENSINO DE ALEMÃO -
LE NO BRASIL 
E S C R I T O P O R L E T Í C I A C O R O A D O C O U T O - U N I V E R S I D A D E D E B R A S Í L I A - I S S N 
1 9 8 1 6 6 7 7 . 
RESUMO 
Este trabalho apresenta um breve histórico do ensino de alemão como língua estrangeira 
no Brasil, desde a chegada do idioma com os imigrantes alemães na primeira metade do 
século dezenove até o ensino atual e suas tendências. A língua alemã foi ensinada como 
língua estrangeira no Brasil entre 1841 e 1942. A partir de 1960, o interesse pelo idioma 
voltou a crescer devido a multinacionais que se instalaram no Brasil. Na década de 1980 
houve um grande aumento da procura para aprender alemão, porém, em 1990 esse, 
interesse voltou-se mais para o espanhol – afora a procura pela língua inglesa, que sempre 
liderou. Nos anos 2000, o número de alunos de alemão como língua estrangeira vem 
aumentando e muito se discute acerca de mais subsídio e fomento para a difusão da língua 
e da cultura alemãs por parte dos governos dos países falantes da língua. 
Palavras-chave: história do ensino de línguas; alemão-LE; ensino de alemão no Brasil 
ABSTRACT 
This paper presents a brief history of German teaching as a foreign language in Brazil 
since the arrival of the language with German immigrants in the first half of the nineteenth 
century until the current teaching and its trends. The German language was taught as a 
foreign in Brazil between 1841 and 1942. Since 1960, the interest in the German language 
is growing again due to multinationals who have settled in Brazil. In the 1980s there was 
a large increase in demand for learning the language, but in 1990 this interest turned more 
to Spanish – apart from the demand for English language, which always led. In the 2000s, 
the number of students of German as a foreign language is increasing and there is much 
discussion about more subsidy and fomentation for the diffusion of the German language 
and culture by the governments of the German-speaking countries. 
Keywords: history of language teaching; German-FL; German teaching in Brazil 
 
Panorama 
No mundo inteiro, mais de catorze milhões de pessoas estão aprendendo alemão como 
língua estrangeira (LE). Na Europa, o alemão está na segunda posição entre as línguas 
estrangeiras nas escolas e universidades ou nos institutos de língua, depois do inglês, 
como o idioma mais largamente ensinado. Hoje, mais de 91.000 pessoas aprendem 
alemão-LE no Brasil, em 255 escolas e instituições, sem incluir as pessoas que estudam 
o idioma fora do ambiente formal de ensino [1]. 
A história do ensino de alemão no Brasil está, obviamente, intrinsecamente ligada à 
própria história do Brasil e à história da Alemanha (como principal exportadora da língua 
alemã), e a seus “altos e baixos” no mundo. O objetivo deste artigo é fazer um breve 
sobrevoo pelo histórico do ensino do idioma alemão-LE no Brasil e mostrar caminhos 
que se apresentam. Devido à nítida abrangência do tema, trata-se aqui de um primeiro 
passo, com uma contextualização histórica que deixa ainda espaços para 
aprofundamentos futuros. 
Inicialmente ensinada nas escolas como língua materna em comunidades de imigração 
alemã, depois proibida pelo governo brasileiro, posteriormente “redescoberta”, a língua 
alemã tem, hoje, seu ensino fortemente estimulado pelo governo alemão e já conta com 
ações de apoio do governo brasileiro. 
 
Século XIX à década de 1950: ascensão e declínio 
Obviamente, apesar de o foco do trabalho ser o ensino de alemão-LE, é preciso destacar 
que inicialmente o idioma foi ensinado como primeira língua nas comunidades alemãs 
que se formaram no sul do Brasil na primeira metade do século XIX. Na segunda metade 
do século, e depois das Grandes Guerras e das guerras em que o Brasil se envolveu contra 
Paraguai e Uruguai, muitas famílias migraram também para São Paulo e Paraná 
(FRANCO, 2003). 
Essas famílias criaram comunidades onde se falava alemão e as crianças frequentavam 
escolas alemãs, na tentativa de manter sua germanidade (das Deutschtum), modo de vida, 
cultura e língua alemã (RINKE, 1996) – o que, vale lembrar, na era Vargas, juntamente 
com outros fatores, veio a ser encarado como “a ameaça alemã”. 
Como língua estrangeira propriamente dita, o idioma alemão começou a ser oferecido a 
partir de 1841, no segundo reinado do Brasil Império, no Colégio Pedro Segundo, quatro 
anos após sua fundação (BRASIL, 1841). Esse foi o primeiro movimento de inclusão de 
línguas vivas no currículo escolar (BRASIL, 1855, Arts. 1º§2º; 4º), inicialmente com 
francês e inglês, em seguida com italiano e alemão, que se tornou obrigatório em 1873 
(BRASIL, 1873). Segundo Chagas (1979), questões metodológicas ainda não eram 
consideradas, exigindo-se, via de regra, “gramática, tema, leitura e tradução”, 
acrescentando-se “conversa” e “apreciação dos clássicos” (pp. 105-106). 
Em 1911, na Primeira República do Brasil, com a Lei Rivadávia, a língua alemã passou 
a ser optativa (BRASIL, 1911, Art. 73-b). Posteriormente, a Reforma C. Maximiliano, de 
1915, ditou que o aluno poderia escolher entre inglês e alemão a partir do 3º ano escolar. 
Essa reforma instruía que o estudo das línguas vivas deveria ter uma feição prática, de 
maneira que os estudantes fossem capazes de falar e escrever com fluência em duas 
línguas estrangeiras, “sem vacilar ou recorrer frequentemente ao dicionário” (BRASIL, 
1915, Art.170). 
Entretanto, a mesma reforma determina que a prova escrita das línguas vivas seja “a 
tradução de uma obra literária, clássica e difícil, de preferência em verso” (BRASIL, 
1915, Art. 159), demonstrando que, como aponta Chagas (1979), a feição prática no 
ensino era impossível, devido ao método “tradução, gramática, leitura e análise” (p. 106-
108). 
Após a revolução de 1930, com a Reforma Francisco de Campos em 1931, foram 
consideradas línguas obrigatórias o francês e o inglês, sendo o alemão facultativo 
(BRASIL, 1931, Arts. 3º; 4º; 6º). Desde 1911 a língua alemã já não era mais obrigatória, 
e foi sendo cada vez menos estudada nos anos, seguintes, pois, como dito por Chagas 
(1979), “se antes não se estudavam os idiomas considerados facultativos, a esta altura já 
não se aprendiam nem mesmo os obrigatórios” (p. 109). 
O golpe final veio em 1942, no Governo Getúlio Vargas, com a campanha de 
nacionalização e patriotismo da Reforma Capanema (como se vê, por exemplo, nos Arts. 
1º, 22 e 24). O ensino de alemão foi definitivamente suprimido das escolas secundárias 
estatais (BRASIL, 1942, Arts. 10; 12), restando apenas em poucas escolas privadas [2]. 
Em oposição, de acordo com Leffa (1999), essa foi a reforma que mais deu importância 
ao ensino de LE no Brasil, recomendando a utilização do método direto e deixando claro 
que o ensino de línguas deve ser orientado não somente para objetivos instrumentais, mas 
também educativos e culturais. Segundo o autor, “visto de uma perspectiva histórica, as 
décadas de 40 e 50, sob a Reforma Capanema, formam os anos dourados das línguas 
estrangeiras o Brasil” (p. 17). Mas, devido ao confronto entre o nacionalismo brasileiro e 
o nacionalismo alemão presente no Brasil, a língua alemã, justamente nessa fase áurea do 
ensino de línguas estrangeiras no Brasil, foi proibida. 
 
Entre 1960 e 1990: restabelecimento e valor 
No final de 1961, João Goulart publicou a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
(LDB), a qual apenas menciona haver, nos currículos escolares, matérias obrigatórias e 
optativas, sendo as obrigatórias determinadas pelos Conselhos Estaduais de Educação e 
as optativas escolhidas segundo a preferência do estabelecimento de ensino (BRASIL, 
1961, Art. 35). Embora não haja mais uma proibição, pouco ou nada se menciona sobre 
alemão-LE nas escolas brasileiras (BRASIL, 2002). 
O ensino formal de alemão-LEresistia, a essa altura, em raros colégios privados e 
começou a se restabelecer nas escolas de idiomas, a partir do início dos anos 1960, 
quando, com o impulso na industrialização, vieram para o Brasil muitas multinacionais 
alemãs, o que fez o interesse pela língua aumentar. Até hoje são oferecidos, em algumas 
dessas firmas, cursos de alemão. Por outro lado, estudantes de diversas áreas, como 
engenharia, ciências humanas e música, começaram a estudar alemão para continuar a se 
especializar na Alemanha, ou porque muitos livros de suas áreas eram escritos em alemão 
(FRANCO, 2003). 
Alavancando o ensino de alemão como língua estrangeira, nos anos 1960 e 1970 foram 
instalados os Institutos Goethe no Brasil [3], que hoje são o principal responsável pela 
divulgação da língua alemã. Essa organização representa parte da política externa da 
Alemanha, que, nos anos 1970, iniciou uma forte divulgação da língua e cultura alemãs, 
com a fundação de institutos e cursos livres para o ensino do idioma em vários países, 
inclusive no Brasil. 
Enquanto isso, o presidente Médici, em pleno período de ditadura, lança aqui a LDB de 
1971, a qual admite simplesmente que se poderia organizar classes para ensino de língua 
estrangeira (BRASIL, 1971, Art. 8º§2). Não havia uma recomendação oficial para 
determinada abordagem ou metodologia, nem mesmo nos cursos privados, que seguiam, 
em geral, a tendência metodológica da época, ou seja, o método audiolingual. 
Como resultado dos fatores empresas alemãs no Brasil e fomento ao estudo da língua por 
parte do governo alemão, nos anos 1980, como afirma Franco (2003), “houve 
um boom na área de alemão como língua estrangeira, os institutos de língua nas grandes 
cidades encheram-se de alunos de alemão e o mercado de trabalho para professores de 
alemão estava muito propício [4]” (p. 01). Após essa fase fértil do ensino de alemão-LE, 
a situação mudou nos anos 1990, segundo a autora, por três motivos principais: 1) devido 
ao empobrecimento da classe média – muitos dos que haviam frequentado cursos de 
alemão e ainda teriam interesse em aprender não poderiam mais pagar um curso; 2) 
devido à globalização, ao Mercosul e à ALCA – porque as pessoas voltaram seu interesse 
ao inglês e ao espanhol; e 3) devido à diminuição do interesse em preservar a língua e 
cultura alemã, pois anteriormente muitos dos aprendizes em institutos de língua e escolas 
alemãs eram descendentes de alemães que queriam preservar, ampliar, ou mesmo corrigir 
a língua. Exceções a essa situação sempre foram os estados do Rio Grande do Sul e Santa 
Catarina. (FRANCO, 2003, p. 2). 
A LDB de 1996, no governo Fernando Henrique Cardoso, estabelece que na parte 
diversificada do currículo será incluída pelo menos uma língua estrangeira moderna 
(LEM) a partir da 5ª série do ensino fundamental, escolhida pela comunidade escolar, de 
acordo com as possibilidades da instituição. Quanto ao ensino médio, deverá ser ofertada 
uma língua estrangeira, escolhida pela comunidade escolar, como disciplina obrigatória, 
e uma segunda em caráter optativo, dentro das possibilidades da instituição. Não se 
menciona línguas estrangeiras no ensino profissional (BRASIL, 1996, Arts. 24-4; 26§5º; 
36-3,). 
Nesse meio tempo, para estimular o ensino de alemão fora da Alemanha, a Associação 
de Alemão como Língua Estrangeira [5] publicou, em 1995, uma resolução sobre o futuro 
do alemão-LE. Essa resolução prevê, entre outros: o incentivo, por parte do governo 
alemão, à qualificação de professores e ao estabelecimento de uma certificação 
internacional obrigatória; a orientação intercultural no ensino; e a promoção da língua 
alemã como língua internacional [6]. Desde então, qualificação de professores, discussão 
metodológica e orientação intercultural têm sido questões importantes, sobretudo para os 
grandes institutos de divulgação e ensino, para lhes conferir credibilidade e aceitação. 
 
Os anos 2000: estímulo e solidificação 
Já nos anos 2000, a situação parece novamente estar mudando. Segundo dados do 
Departamento de assuntos internacionais da Alemanha, o número de alunos de alemão-
LE aumentou por volta de 25% no Brasil [7]. Isso se dá pelas mesmas razões anteriores, 
ou seja, por motivos profissionais, ou porque estudantes desejam ler em alemão; mas, 
além destas razões, alemão-LE agora é considerado um diferencial, um incremento na 
qualificação profissional, depois do inglês e do espanhol, que se tornaram lugar comum 
(FRANCO, 2003). Com a globalização, e devido à posição político-econômica atual da 
Alemanha no mundo, dominar a língua alemã pode fazer diferença para pessoas em busca 
de colocação no mercado de trabalho, ou de oportunidades de estudo, ou mesmo em busca 
de amizades ou turismo. 
Diante dessa conjuntura, como por parte do governo brasileiro o estímulo para o ensino 
de línguas estrangeiras nas escolas brasileiras é muito modesto nos pareceres do Conselho 
Nacional de Educação (BRASIL, 2012) e ainda não se sugere qualquer idioma optativo 
específico (LDB-BRASIL, 2011, Arts. 24-4; 26§5º; 36-3), o principal meio de ensino de 
alemão no Brasil hoje são as escolas de idiomas, fomentadas, majoritariamente, pelo 
governo alemão e parceiros [8]. 
A partir de 1991, na Europa, iniciou-se um processo de uniformização de ensino das 
línguas europeias, que culminou no Quadro Comum de Referência para Línguas (QCR), 
o qual descreve exaustivamente o que o aluno de LE deve ser capaz de compreender e 
produzir em cada nível de aprendizagem – A, B e C [9]. Desde então, há a recomendação 
de que o ensino e o material didático para o ensino das línguas europeias sigam o QCR, 
de maneira que principalmente os grandes institutos e cursos livres têm buscado adequar 
sua metodologia e material didático ao QCR. Além disso, existem hoje, no Brasil, 
diversas associações de professores de alemão ligadas à ABRAPA (Associação Brasileira 
de Professores de Alemão) [10]. Essa associação publica (nas línguas portuguesa e alemã) 
semestralmente a revista Projekt [11], ultimamente promovendo a discussão sobre a 
aprendizagem de alemão no Brasil e suas perspectivas, interculturalidade e políticas 
educacionais, e cuja orientação teórica de ensino tem sido a abordagem comunicativa e 
intercultural. 
Em contraponto à carência de investimentos brasileiros para o ensino de alemão-LE nas 
escolas, a Alemanha, por meio do Órgão Central das Escolas Alemãs no Exterior [12], 
investe milhões de euros para o ensino do idioma no Brasil. Ademais, a Conferência 
Internacional de Professores de Alemão [13] tem discutido acerca de fornecer ainda mais 
subsídio e fomento para a difusão da língua e cultura alemã por parte dos governos dos 
países falantes dessa língua. 
Esses dados mostram um ambiente estimulador para o crescimento do ensino de alemão-
LE no Brasil, para que haja cada vez mais cursos e cada vez mais pessoas estudem o 
idioma. Pode-se, então, esperar que não somente a Alemanha atinja sua meta de 
divulgação, mas, principalmente, que o Brasil se torne um país de pessoas mais letradas 
e proficientes em línguas estrangeiras. 
 
O futuro próximo: ampliação e avanço qualitativo 
Para o ensino fundamental – exceto em escolas que atendem comunidades alemãs, que 
inclusive discutem a orientação teórica do ensino do idioma como língua materna –, os 
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), instituídos em 1997, não cogitam a inclusão 
de alemão no currículo de LEM, porém deixam clara a importância de se aprender ao 
menos uma LE, inglês ou espanhol (BRASIL, 1997, p. 40). Já os PCN de 2000 para LEM 
no ensino médio levantam a possibilidade de se ofertar alemão, porém como disciplina 
opcional e de acordo com as possibilidades de cada escola e com os interesses da 
comunidade: “como a lei prevê a possibilidade da inclusão de uma segunda Língua 
Estrangeira Moderna em caráter optativo, parece conveniente vincular tal oferta também 
aos interessesda comunidade” (BRASIL, 2000, p. 27). 
Os PCN para o ensino fundamental trazem uma inédita orientação sobre a abordagem 
sociointeracional para o ensino de línguas, pois, como explicam, “aprender é uma forma 
de estar no mundo social com alguém, em um contexto histórico, cultural e institucional” 
(BRASIL, 1998, p. 57). No ensino médio, as LEM têm um pouco mais de status e, ainda 
de acordo com os PCN, recuperam, de alguma forma, a importância que há muito tempo 
lhes foi negada, “elas adquirem, agora, a configuração de disciplina tão importante como 
qualquer outra do currículo, do ponto de vista da formação do indivíduo” (BRASIL, 2000, 
p. 25). Esse documento critica a forma com que se tratou o ensino de línguas estrangeiras 
até então, como sendo desmotivadora para professores e alunos, e propõe a aprendizagem 
significativa (p. 28), articulada a diversos componentes para a habilidade e a competência 
linguística, inclusive interdisciplinares (pp. 30-31). 
Nesse cenário, a Alemanha vem criando projetos com ‘o objetivo de expandir a 
cooperação com as escolas para fortalecer ou implementar o ensino de alemão como 
língua estrangeira’, como vem descrito na página oficial da República Federal da 
Alemanha no Brasil sobre o Programa ‘Escolas: uma parceria para o futuro’ [14]. Com 
esse programa, o governo alemão já alcançou a meta de criar uma rede mundial de 1.500 
escolas parceiras para ampliar, além do número de escolas alemãs no exterior, o número 
de escolas que oferecem o certificado de proficiência de alemão. No momento, há 43 
escolas parceiras no Brasil, sendo o mais novo parceiro brasileiro o Centro Interescolar 
de Línguas de Brasília (CIL 01), que passou a ofertar gratuitamente alemão como 
disciplina de LEM a estudantes do ensino público em 2011 [15]. 
Podemos perceber que o governo alemão tem se empenhado muito para promover a 
divulgação da língua e cultura alemã e para que seja oferecido um ensino de qualidade e 
engajado com a vanguarda do ensino de LE. Nas conferências internacionais sobre 
alemão-LE, tem-se discutido sobre motivação, atenção a especificidades regionais e 
nacionais, adequação ao QCR, competência linguística e cultural, plurilingualismo em 
aula de LE, aquisição de vocabulário, testes para a avaliação das competências de acordo 
com o QCR, recepção audiovisual como uma nova competência, correção escrita e oral e 
novos e atualizados livros didáticos, entre outros. 
Quanto ao governo brasileiro, é importante ressaltar, por fim, a iniciativa do governo de 
Dilma Rousseff, que em julho de 2011 lançou o programa Ciência sem Fronteiras, o qual 
prevê mais de 100.000 bolsas de estudos no exterior [16]. Um dos países intercambiários 
é a Alemanha e, embora não haja, ainda, uma estatística oficial, já se pode perceber 
reflexos, por exemplo, em blogs e comunidades em redes sociais onde se discute 
ensino/aprendizagem de alemão [17]. Estudantes de todo o Brasil têm enviado um grande 
número de posts envolvendo perguntas e respostas sobre o programa na Alemanha, como 
o nível de proficiência exigido, a adaptação dos cursos, obrigatoriedade do teste onDaF 
[18], possibilidade de cursos, etc, muitas vezes externando interesse em aprender alemão. 
Se por um lado o Brasil está sendo visado nos programas e projetos internacionais da 
Alemanha, considerado ‘o país do futuro’ [19], por outro está visando a Alemanha, entre 
outros, como parceira de intercâmbio cultural e educacional. Afinal, parece bem possível 
que este processo acarrete desenvolvimento das políticas educacionais internas e que seja 
o marco inicial para que o governo brasileiro assuma novamente as rédeas do ensino de 
alemão-LE no Brasil. 
Referências bibliográficas 
• CHAGAS, VALNIR. Didática especial de línguas modernas. 3 Ed. São Paulo: 
Companhia Editora Nacional, 1979. 
• FRANCO, CHRISTINA A. Informationen aus dem Lehr- und Forschungsgebiet Ditaktik 
der Deutschen Sprahe und Literatur. Bergische Universität Wuppertal. Geistes- und 
Kulturwissenschaften Germanistik, 2003. 
• LEFFA, VILSON J. O ensino de línguas estrangeiras no contexto nacional. Contexturas, 
APLIESP, n. 4, 1999, pp. 13-24. 
• RINKE, Stefan. Der letzte freie Kontinent: Deutsche Lateinamerikapolitik im Zeichen 
transnationaler Beziehungen, 1918–1933. Stuttgart: Hans-Dieter Heinz, 1996. 
Documentos 
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http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=78527&tipoDocumento=DEC&tipoTexto=PUB
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______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm 
______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, atualizada em 25/10/2011. Disponível 
em: http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_6ed.pdf?sequence
=7 
______. MEC. Conselho Nacional de Educação: Parecer nº 136/2002. Disponível 
em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2002/pces136_02.pdf 
______. MEC. Conselho Nacional de Educação: Parecer nº 2/2012. Disponível 
em: http://www.cnedu.pt/images/stories/2011/PDF/Parecer_RevEstCurrEnsBasSec.pdf 
______. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (ENSINO 
FUNDAMENTAL), de 1998. Disponível 
em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_estrangeira.pdf______. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (ENSINO MÉDIO), de 
2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf 
Notas de Fim 
[1] Fonte: “Deutsch als Fremdsprache weltweit: Datenerhebung, 2010”(Alemão como 
língua estrangeira no mundo: levantamento de dados 2010). Disponível 
em: http://www.auswaertiges-
amt.de/cae/servlet/contentblob/364458/publicationFile/156375/PublStatistik.pdf 
[2] Como, por exemplo, Colégio Humboldt (www.humboldt.com.br), Colégio Benjamin 
Constant (www.colegiobenjamin.com.br), e Colégio Visconde de Porto Seguro 
(www.portoseguro.org.br). 
[3] Mais detalhes na página do Instituto Goethe Salvador, disponível 
em: http://www.goethe.de/ins/br/sab/uun/50j/juz/zei/deindex.htm 
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Vargas/decreto%2019.890-%201931reformafranciscocampos.htm
http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Vargas/decreto%2019.890-%201931reformafranciscocampos.htm
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http://www.histedbr.fae.unicamp.br/navegando/fontes_escritas/5_Gov_Vargas/decreto-lei%204.244-1942reformacapanema-ensinosecund%E1rio.htm
http://wwwp.fc.unesp.br/~lizanata/LDB4024-61.pdf
http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-legislacao/EDUCACIONAL/NACIONAL/ldbn%C2%BA5692-1971.pdf
http://www.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-legislacao/EDUCACIONAL/NACIONAL/ldbn%C2%BA5692-1971.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm
http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_6ed.pdf?sequence=7
http://bd.camara.gov.br/bd/bitstream/handle/bdcamara/2762/ldb_6ed.pdf?sequence=7
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/2002/pces136_02.pdf
http://www.cnedu.pt/images/stories/2011/PDF/Parecer_RevEstCurrEnsBasSec.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/pcn_estrangeira.pdf
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf
http://www.auswaertiges-amt.de/cae/servlet/contentblob/364458/publicationFile/156375/PublStatistik.pdf
http://www.auswaertiges-amt.de/cae/servlet/contentblob/364458/publicationFile/156375/PublStatistik.pdf
http://www.humboldt.com.br/
http://www.colegiobenjamin.com.br/
http://www.portoseguro.org.br/
http://www.goethe.de/ins/br/sab/uun/50j/juz/zei/deindex.htm
[4] Do original: „In den 80er Jahren, gab es einen Boom im Bereich Deutsch als 
Fremdsprache, die Sprachinstitute in den Größstädten wimmelten von Deutschlernenden, 
und der Arbeitsmarkt für Deutschlehrer war sehr günstig“ (FRANCO, 2003, p. 01). 
[5] Fachverband Deutsch als Fremdsprache (FaDaF). 
[6] Dresdner Erklärung des Fachverbandes Deutsch als Fremdsprache zur Zukunft des 
Deutschen als Fremdsprache, disponível 
em: http://www.fadaf.de/de/publikationen/doku_daf/ 
[7] Fonte: Auswärtiges Amt: „Die Deutsche Sprache in der Welt 2010“ (A língua alemã 
no mundo em 2010). Disponível em: http://www.auswaertiges-
amt.de/cae/servlet/contentblob/364456/publicationFile/3648/NetzwerkBroschuere.pdf 
[8] Entre eles: DAAD (www.daad.de), ZfA (www.auslandsshulwesen.de), Goethe 
Institut (www.goethe.de). 
[9] Mais sobre o tema na 
página: http://www.daad.de/deutschland/studienangebote/sommerkurse/de/15297-
gemeinsamer-europaeischer-referenzrahmen/ 
[10] Disponível em www.abrapa.org.br 
[11] Exemplares podem ser baixados através da 
página: http://www.abrapa.org.br/projekt.php 
[12]Zentralstelle für das Auslandsschulwesen(ZfA), disponível 
em: http://www.auslandsschulwesen.de/cln_091/nn_1004118/Auslandsschulwesen/Die
ZfA/node.html?__nnn=true 
[13] IDT – internationale Deutschlehrertagung.Disponível 
em: http://www.idvnetz.org/veranstaltungen/idt/Resolution_H2_IDT2005.pdf 
[14] PASCH, na sigla alemã. Disponível em: http://www.pasch-net.de/ 
[15] Mais informações na página da escola: http://cilbsb.com.br/ 
[16] Mais detalhes: http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/o-programa 
[17] Como, por exemplo, nos blogs e comunidades 
• Quero aprender alemão (www.aprenderalemao.com), 
• AlemanJa (http://www.facebook.com/dzAlemanJA?fref=ts), 
• Ich liebe Deutsch (http://www.facebook.com/DeutschSeite), 
• Linguanet (www.linguanet-worldwide.org/lnetww/pt/meeting/tlforum.jsp?tl=de) 
[18] Teste online de proficiência em alemão. Mais informações: www.ondaf.de 
http://www.fadaf.de/de/publikationen/doku_daf/
http://www.auswaertiges-amt.de/cae/servlet/contentblob/364456/publicationFile/3648/NetzwerkBroschuere.pdf
http://www.auswaertiges-amt.de/cae/servlet/contentblob/364456/publicationFile/3648/NetzwerkBroschuere.pdf
http://www.daad.de/
http://www.auslandsshulwesen.de/
http://www.goethe.de/
http://www.daad.de/deutschland/studienangebote/sommerkurse/de/15297-gemeinsamer-europaeischer-referenzrahmen/
http://www.daad.de/deutschland/studienangebote/sommerkurse/de/15297-gemeinsamer-europaeischer-referenzrahmen/
http://www.abrapa.org.br/
http://www.abrapa.org.br/projekt.php
http://www.auslandsschulwesen.de/cln_091/nn_1004118/Auslandsschulwesen/DieZfA/node.html?__nnn=true
http://www.auslandsschulwesen.de/cln_091/nn_1004118/Auslandsschulwesen/DieZfA/node.html?__nnn=true
http://www.idvnetz.org/veranstaltungen/idt/Resolution_H2_IDT2005.pdf
http://www.pasch-net.de/
http://cilbsb.com.br/
http://www.cienciasemfronteiras.gov.br/web/csf/o-programa
http://www.aprenderalemao.com/
http://www.facebook.com/dzAlemanJA?fref=ts
http://www.facebook.com/DeutschSeite
http://www.ondaf.de/
[19] “Land der Zukunft Brasilien”, 37º Encontro da Associação de Alemão como Língua 
Estrangeira, 13-15 de Maio de 2010 em Freiburg, disponível 
em: ttp://www.fadaf.de/de/aktuelles/jt_tagungsbroschuere_2010.pdf 
 
http://www.fadaf.de/de/aktuelles/jt_tagungsbroschuere_2010.pdf

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