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resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 1 Resumo ETP 2 Luto Melancolia O luto é um processo de adaptação/transição diante do rompimento de um vínculo significativo reação à perda de um ente querido ou perda de alguma coisa que ocupou o lugar de um ente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim por diante. (Aqui o sujeito sabe o que ele perdeu. Foi o pai, a mãe, o amigo, emprego etc.) Envolve uma atitude diferente do esperado para a normalidade, mas jamais nos ocorre considerá-lo como sendo uma condição patológica e submetê-lo a tratamento médico. É superado após um tempo, e julgamos inútil ou mesmo prejudicial qualquer interferência em relação a ele. A dor do luto pode vir acompanhada de emoções e humor positivos que não são característicos da infelicidade e angústia generalizadas da melancolia. O conteúdo do pensamento associado ao luto geralmente apresenta preocupação com pensamentos e lembranças do falecido, em vez das ruminações autocríticas ou pessimis- tas encontradas na melancolia. a melancolia também pode constituir reação à perda de um objeto amado, mas o objeto da perda é desconhecido. (aqui, o objeto talvez não tenha realmente morrido, mas tenha sido perdido enquanto objeto de amor (como no caso, por exemplo, de uma noiva que tenha levado o fora)”. As características mais marcantes são: diminuição extraordinária de sua autoestima, empobrecimento de seu ego; Autoacusações exacerbadas; desânimo; desinteresse pelo mundo externo; a perda da capacidade de amar; As autorrecriminações são recrimina- ções feitas a um objeto amado, que foram deslocadas desse objeto para o ego do próprio sujeito. As mais violentas delas dificilmente se aplicam ao próprio paciente, mas que, com ligeiras modificações, se ajustam com a opinião de outras pessoas: A alguém que o paciente ama, amou ou que deveria amar. A perturbação da autoestima está ausente no luto; afora isso, porém, as características são as mesmas”. F30 – F39 - TRANSTORNOS DO HUMOR resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 2 Todas as subdivisões desta categoria se aplicam exclusivamente a um episódio isolado. Um episódio hipomaníaco ou maníaco em indivíduo que já tenha apresentado um ou mais episódios afetivos prévios (depressivo, hipomaníaco, maníaco, ou misto) deve conduzir a um diagnóstico de transtorno afetivo bipolar (F31.-). Funções mais afetadas nos transtornos do humor e da personalidade são: Afetividade Vontade Psicomotricidade Personalidade É um transtorno psiquiátrico caracterizado pela alternância de episódios de depressão, mania e normalidade afetiva; Doença crônica e grave (entende-se por doença crônica, uma doença que acompanha os indivíduos ao longo de sua vida, como hipertensão e diabetes, por exemplo. A doença grave por haver muitos prejuízos, quando não tratadas) Os episódios de mania e depressão ocorrem de modo relativamente delimitado no tempo e, com frequência, há períodos de remissão, em que o humor do paciente se encontra eutímico e as alterações psicopatológicas mais intensas regridem. Sintomas psicóticos frequentemente são parte do quadro clínico, sobretudo em indivíduos afetados com mais gravidade. Do ponto de vista psicopatológico, os episódios depressivos têm como características mais marcantes, o humor triste e o desânimo. Porém tristeza não é sinônimo de depressão. O que define um episódio depressivo é a multiplicidade de sintomas, que podem estar nas esferas afetivas, instintivas, neurovegetativas, ideativas e cognitivas, relativos à autovaloração, à vontade e à psicomotricidade. Na esfera afetiva, pode haver sintomas de tristeza, apatia, choro fácil, irritabilidade aumentada, angústia e ansiedade; na esfera neurovegetativa, pode haver anedonia (incapacidade de sentir prazer em várias esferas da vida), fadiga, desanimo, insônia ou hipersonia, constipação e diminuição da libido; na resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 3 esfera ideativa, pode cursar com pessimismo, ideação suicida, ruminação de mágoas passadas e ideias de culpa e arrependimento. Também pode haver alterações na esfera cognitiva, incluindo Déficit secundário de memória, causado pelo Déficit de atenção e concentração e ainda haver alterações da volição e da psicomotricidade, com tendência a permanecer na cama por todo o dia (com o quarto escuro, recusando visitas, etc.); Aumento na latência entre as perguntas e as respostas; Lentificação psicomotora até o estupor; Estupor hipertônico ou hipotônico; Diminuição da fala, redução da voz, fala muito lenta; Mutismo (negativismo verbal); Negativismo (recusa à alimentação, à interação pessoal, etc.) Humor deprimido, perda de interesse e prazer e fatigabilidade aumentada são usualmente tidos como os sintomas mais típicos de depressão; nenhum dos sintomas deve estar presente em um grau intenso. Um indivíduo com um episódio depressivo leve está usualmente angustiado pelos sintomas e tem alguma dificuldade em continuar com o trabalho do dia a dia e atividades sociais, mas provavelmente não irá parar suas funções completamente. Vários sintomas provavelmente estão presentes em um grau marcante; a duração mínima do episódio completo é de cerca de duas semanas, um indivíduo com episódio depressivo, moderadamente grave, usualmente terá dificuldade considerável em continuar com atividades sociais, laborativas ou domésticas. No episódio depressivo grave, o paciente usualmente apresenta angústia ou agitação considerável, a menos que retardo seja um aspecto marcante; Perda de autoestima ou sentimentos de inutilidade ou culpa, provavelmente, são proeminentes e o suicídio é um perigo marcante nos casos particularmente graves; presume-se, aqui, que a síndrome somática estará quase sempre presente em um episódio depressivo grave. Somática faz alusão à soma, que faz alusão à corpo. Então as manifestações somáticas podem ser gastrite, náuseas, taquicardia etc. Logo, o próprio psiquismo é o agente adoecedor do corpo . resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 4 Um episódio depressivo grave, com presença marcante de sintomas psicóticos. de uma gravidade tal que todas as atividades sociais normais tornam- se impossíveis; pode existir o risco de morrer por suicídio, de desidratação ou de desnutrição As bases da síndrome maníaca são: euforia e a elação (expansão do Eu. Sensação subjetiva de grandeza e poder). Além disso, é fundamental e está quase sempre presente a aceleração de todas as funções psíquicas (taquipsiquismo), manifestando-se como: Tendência exagerada a comprar objetos ou a dar seus pertences indiscriminadamente. Aumento da autoestima: O paciente sente-se superior, melhor, mais potente, etc. diminuição da necessidade de sono. Agitação psicomotora Loquacidade: Produção verbal rápida, fluente e persistente. Logorréia: produção verbal muito rápida, fluente, com perda das concatenações lógicas. Pressão para falar: tendência irresistível de falar sem parar. Distraibilidade: atenção voluntária diminuída, e espontânea, aumentada. Irritabilidade: pode ocorrer em graus variados, desde leve irritabilidade, passando pela beligerância, até a franca agressividade. Arrogância: em alguns pacientes maníacos, é um sintoma destacável. Desinibição social e sexual: leva o indivíduo a comportamentos inadequados em seu meio sociocultural; comportamentos que o paciente não realizaria fora da fase maníaca. Durante a fase de mania, o paciente pode apresentar sintomas psicóticos como delírio e alucinações (delírio de grandeza, crença de que é dotado de poderes especiaisou alucinações auditivas) resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 5 Compartilhando as características comuns subjacentes de humor elevado e um aumento na quantidade e na velocidade da atividade física e mental, Três graus de gravidade são especificados aqui: Mania sem sintomas psicóticos, Mania com sintomas psicóticos e hipomania Mania franca ou grave é a forma mais intensa da mania, com taquipsiquismo acentuadíssimo, agitação psicomotora importante, heteroagressividade, fuga de ideias e marcante ideia de grandeza. Pacientes idosos ou com lesões cerebrais prévias, em fase de mania grave, podem se apresentar confusos, desorientados, com aparente redução do nível de consciência. Tal apresentação pode dificultar o diagnóstico diferencial entre síndrome maníaca e delirium. É caracterizada por um humor desproporcional à situação do sujeito ou ambiente, podendo variar de uma jovialidade descuidada a uma agitação praticamente incontrolável. É um episódio maníaco grave com sintomas psicóticos, tais como delírio de grandeza ou poder, delírios místicos, às vezes acompanhados de alucinação auditiva ou visual. Nesses casos, o paciente geralmente apresenta um comportamento bastante alterado, com agitação psicomotora e desinibição social e/ou sexual importante. A atividade física e excitação graves e continuadas podem resultar em agressão ou violência e a negligência com alimentação, ingestão de líquidos e higiene pessoal podem resultar em perigosos estados de desidratação e autonegligência. resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 6 Hipomania é um episódio de sintomas maníacos que não satisfaz os critérios para episódio maníaco A hipomania é um grau mais leve da mania que muitas vezes passa despercebida, não recebendo atenção médica. O característico da hipomania é que o indivíduo e seu meio não são seriamente prejudicados; a hipomania não produz disfunção social importante, e não há sintomas claramente psicóticos. Muitas vezes, a pessoa acometida não busca serviços médicos. origem da palavra: Do grego kýklos, «círculo» +thymós, « humor/ânimo » +-ia Condição psicológica caracte-rizada por fases ou ciclos de excitação e euforia alternados com ciclos de depressão e apatia. Ciclotimia é uma perturbação de humor crônica. O transtorno ciclotímico é caracterizado por pelo menos dois anos de ocorrência frequente de flutuação entre os sintomas hipomaníacos que não podem ser diagnosticados como um episódio maníaco e de sintomas depressivos que não podem ser diagnosticados como um episódio depressivo maior. Os períodos depressivos se assemelham à distimia e, nas fases hipomaníacas, o paciente tem a sensação agradável de autoconfiança, aumento da sociabilidade, da atividade laborativa e da criatividade, etc. O paciente permanece, aos olhos da maioria das pessoas, nos marcos da “normalidade”, não sendo conduzido, na maioria das vezes, a um tratamento médico. A principal diferença entre mania e hipomania é a intensidade dos sintomas, uma vez que os sintomas da mania são muito mais intensos do que os da hipomania. Embora variem em intensidade, a maioria dos sintomas de mania e hipomania são os mesmos. Três categorias adicionais de transtornos do humor são hipomania, ciclotimia e distimia. Hipomania é um episódio de sintomas maníacos que não satisfaz os critérios para episódio maníaco. Ciclotimia e distimia são transtornos que representam formas menos graves de transtorno bipolar e de depressão maior, respectivamente resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 7 O diagnóstico é difícil de ser estabelecido sem um período prolongado de observação ou sem um relato bom sobre o comportamento passado do indivíduo. origem da palavra: Do grego dýs, « deficiência » + thymós, «humor/ânimo» +- ia Trata-se de um transtorno de humor leve, crônico e muito duradouro, caracterizada por pelo menos dois anos de humor deprimido e que não é grave o suficiente para receber o diagnóstico de episódio depressivo maior ou recorrente. Os sintomas mais frequentes são: a diminuição da auto-estima, a fatigabilidade aumentada, a dificuldade de tomar decisões ou se concentrar, a irritabilidade e os sentimentos de desesperança. Tais sintomas devem estar presentes por pelo menos 2 anos. O termo distimia, que significa “mal-humorado distingue-se do transtorno depressivo maior pelo fato de os pacientes se queixarem de que sempre estiveram deprimidos. seu conceito central se refere a um transtorno depressivo subafetivo ou subclínico com (1) cronicidade de baixo grau A distimia é um tipo de depressão que pode ser imperceptível para os outros. Sim, porque como a distimia não chega a comprometer as atividades diárias da pessoa, aqueles que sofrem com esse transtorno podem se condicionar a esconder e proteger seus sintomas. Transtornos somatoformes são Fatores psicológicos que precipitam sintomas clínicos O QUE É NEUROSE? NEURÔNIO DOENTE Neuro = nervo e ose = doença Do ponto de vista dinâmico é uma tomada de posição do ego (sob a influência do superego) a favor do princípio da realidade em detrimento resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 8 do princípio do prazer e, de modo geral, de todas as exigências pulsionais do Id (tendo como consequência o surgimento de uma angústia de castração) Neurose ou distúrbio neurótico é qualquer desordem mental que, embora cause tensão, não interfere no pensamento racional ou na capacidade funcional da pessoa. É considerada um transtorno de menor importância, por não levar o sujeito a alterações de pensamento e nem da sensopercepção. Não é considerada uma doença. a extensão da neurose ou a soma dela, são as alterações decorrentes de algum grau de sofrimento e de desadaptação que os pacientes portadores de estruturas neuróticas apresentam. Pode ser na esfera sexual, profissional, familiar, social e a pessoal. São sintomas, mas não indicam uma doença. Apesar de o sofrimento e o prejuízo, em alguns casos, poderem alcançar níveis de gravidade, os indivíduos neuróticos sempre conservam uma razoável integração do self, além de uma boa capacidade de juízo crítico e de adaptação à realidade, não obstante o fato de que, em algum grau, sempre existe em todo neurótico uma “parte psicótica da personalidade”, conforme Bion (1957). O sintoma se refere a um estado psíquico, sofrimento que o paciente queixa e do qual deseja se livrar. (é similar à obsessão) O neurótico percebe os sintomas, sua irracionalidade, mas não consegue afastá-los. Os sintomas são Egodistônicos, (está em desacordo com as aspirações do ideal de ego) não estão de acordo com as aspirações do Eu. (é o que eu sou x o que eu gostaria de ser; o que eu sinto x o que eu gostaria de sentir; como eu me comporto x como eu gostaria de me comportar) A neurose corresponde a afecções psíquicas, sem substrato anatômico detectável, (não há nenhuma lesão ou deformidade que justifique o sofrimento) cuja sintomatologia está ligada. O surgimento da angústia pode englobar mais os seguintes quadros de psicopatologia clínica: neurose atual, transtorno de ansiedade generalizada (TAG), fobias, doença do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, doenças depressivas, estresse pós-traumático. Neurose atual não é produzida por conflitos históricos, (não são traumas de infância, ou relacionadas com o passado) mas por motivos atuais, de modo resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 9 que não depende estritamente de fatores psicológicos. (uma conta pra pagar ou prova para fazer, por exemplo). Neurose de angústia, em resumo,consiste em um transtorno clínico que se manifesta por meio de uma angústia livre, quer sob uma forma permanente, quer pelo surgimento em momentos de crise. Em outras palavras, a ansiedade do paciente expressa-se tanto por equivalentes somáticos (como uma opressão pré-cordial, taquicardia, dispnéia suspirosa, sensação de uma “bola no peito”, etc.), como por uma indefinida e angustiante sensação do medo de que possa vir a morrer, enlouquecer, ou da iminência de alguma tragédia. Então a neurose atual está relacionada com as questões atuais e as psiconeuroses estão ligadas com as fixações e traumas da infância. A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal quando se manifesta nas horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de um filho, uma cirurgia delicada, ou um revés econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado, favorece sua adaptação às novas condições de vida. O problema da ansiedade é quando as suas manifestações deixam de nos preparar para perigos reais e, em vez disso, passam a nos impedir de realizar atividades cotidianas. Nesse sentido, a ansiedade é um estado de humor desconfortável com reações fisiológicas, comportamentais e psicológicas como taquicardia, tensões musculares, sudorese, respiração rápida e/ou falta de ar, boca seca, medo ou preocupação constantes com o futuro, normalmente acompanhadas de irritabilidade, medos exagerados, dificuldade para relaxar e por uma sensação de que “algo ruim irá acontecer”. Um sofrimento por antecipação. Pensando em uma escala, podemos dizer em primeiro momento do medo, que em geral está ligado a uma experiência onde o objeto é nomeável, já na ansiedade o objeto começa a se tornar indefinido, ou seja, não se sabe ao certo de que medo estamos falando, mas sabemos que há algo ali, que está por vir, e essa ânsia tem uma profunda relação com as questões do desejo, uma espécie de crise do desejo, onde o sujeito pode vir a desejar muito algo mas sem saber resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 10 se aquilo ira se concretizar. Nesse sentido, é possível pensar que a ansiedade está ligada há uma forte necessidade de controle, das possibilidades, da realidade, das fantasias etc. A angústia está geralmente relacionada ao passado está diretamente relacionada à sintomas internos de origem repressiva, que normalmente deriva de sentimentos de frustração, culpa, insegurança ou ingratidão e vem acompanhada por um sofrimento que causa uma sensação de vazio na cabeça, à uma sensação sufocamento, de aperto no peito e na garganta. sufocamento e descontentamento, que pode ser confundida com ansiedade, pânico, depressão e problemas cardíacos, entre outros, tornando-se uma manifestação emocional perturbadora e incômoda. As síndromes ou transtornos fóbicos caracterizam-se por medos intensos e irracionais, desproporcionais ao contexto. São desencadeados por situações, objetos ou animais que objetivamente não oferecem nenhum perigo real e nem são proporcionais à intensidade de tal medo. A mera perspectiva de entrar na situação fóbica usualmente gera ansiedade antecipatória. (só de imaginar que eu tenho medo de cachorro e vou entrar numa casa com cachorro, já é motivo para ficar ansiosa. Não adianta alertar que o cachorro é banguela) Agorafobia. É uma consequência frequente do transtorno de pânico, embora possa ocorrer na ausência de ataques de pânico. Cursa com palpitações ou sensação de desmaio e está frequentemente associada à medos secundários de morrer, perder o controle ou enlouquecer. Na agorafobia, o medo e a angústia relacionam-se a um conglomerado de pessoas (em supermercados, shopping centers, congestionamento no trânsito, entre outros lugares) em espaços amplos ou em locais de onde possa ser difícil escapar ou onde o auxílio ou a presença de pessoas próximas não seja rapidamente acessível. É parente da personalidade evitativa. O transtorno da ansiedade generalizada (TAG), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva” com o futuro. É persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 11 queixas de sentimentos contínuos de apreensão (preocupações sobre desgraças futuras, sentir-se "no limite", dificuldade de concentração, etc.); tensão motora (movimentação inquieta, cefaléias tencionais, tremores, incapacidade de relaxar); hiperatividade autonômica (sensação de cabeça leve, sudorese, taquicardia ou taquipneia, desconforto epigástrico, tonturas, boca seca, etc.) O TAG pode estar associado com outras coisas, como por exemplo, alteração de sono, fadiga, dificuldade de concentração. Disseminadas – ocorrem sem precipitantes (não há um gatilho antecipado que justifique o desencadeamento) – surge do nada Para ser TAG, é preciso excluir a possibilidade do quadro estar sendo induzido por estimulantes. Ou remédios para tireoide (purã) Os quadros obsessivo-compulsivos, apesar de terem marcante componente de ansiedade, se caracterizam por ideias, fantasias e imagens obsessivas e por atos, rituais ou comportamentos compulsivos. Esses quadros são vividos como uma pressão sobre o indivíduo, como algo que o obriga e a que ele se submete. O aspecto essencial desse transtorno são pensamentos obsessivos ou atos compulsivos recorrentes. Pensamentos obsessivos são ideias, imagens ou impulsos intrusivos que entram na mente do indivíduo repetidamente. São egodistônicos (o ego não aceita) Atos ou rituais compulsivos são comportamentos que se repetem muitas vezes... não são agradáveis nem resultam na execução de tarefas úteis. Os comportamentos e os atos compulsivos também podem surgir como forma de cumprir regras mágicas que precisam ser rigidamente seguidas. Outras razões para os atos e os rituais compulsivos são pensamentos mágicos que vinculam a realização do ato compulsivo com o afastamento de algum evento temível ou indesejado (“Se eu der 15 voltas no quarteirão antes de entrar em casa, ninguém da família morrerá”). Características das Obsessões Devem ser reconhecidos como pensamentos ou impulsos do próprio indivíduo. (se for uma voz de comando externa, é psicose) resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 12 Intrusivas: invadem a mente contra a vontade do indivíduo; são difíceis de controlar ou afastar. Indesejadas: são desagradáveis, causam desconforto, ansiedade ou medo e se referem a temas como perigo, ameaça ou desastre, e não a situações prazerosas. Egodistônicos: seu conteúdo é indesejado e provoca desprazer, medo e angústia; pode, ainda, ser estranho ao indivíduo, contrariando seus valores morais ou seus desejos (supondo que o sujeito está numa igreja e lhe venha a cabeça uma imagem dele quebrando a igreja. O desconforto vem do fato de não estar de acordo com a sua conduta e valores) O excesso desses impulsos faz com que o cérebro entre em ação para tentar se livrar. É então que aparecem as compulsões ou manias. Compulsões: Comportamentos repetitivos ou atos mentais que um indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente. São ações que o sujeito executa achando que com elas ele irá neutralizar as ações dos pensamentos obsessivos. Algumas compulsões são normais. Para ser TOC precisa ter obsessão e compulsão, como por exemplo: Pensamento de que o gás está ligado e pode explodir é uma obsessão e Ir até a cozinha várias vezes para ver se o gás está desliado,é a compulsão. As principais obsessões são: Limpeza e desinfecção; Medo da contaminação por germes ou vírus Colecionamento - Armazenagem e poupança de diversos objetos (A acumulação não faz mais parte do TOC) Superstições Dúvida constante (“tranquei a porta? Desliguei o fogão?”) Ordenação e simetria Verificação e checagem resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 13 termo “somatização” tem significação ampla, referente ao processo pelo qual um indivíduo padece em seu corpo sintomas físicos, que não têm origem exclusiva em uma doença física, mas se relacionam bem mais a dificuldades psicológicas, psicossociais ou interpessoais. Sintomas comuns nesses quadros são dores difusas (cefaleias, lombalgias, artralgias, dores abdominais, entre outras), A somatização pode acontecer na presença de doença física demonstrável (intensificando demasiadamente a apresentação sintomática), assim como na ausência de qualquer doença ou condição física. Pode haver (mas não obrigatoriamente) o desejo, consciente ou inconsciente, de estar no papel de doente físico a fim de obter de alguma forma ganhos primários (nesse caso, tentativa inconsciente de se reequilibrar psicologicamente) ou ganhos secundários (benefícios sociais ou interpessoais concretos, como licenças médicas e aposentadoria). (a mente pode ser o agente adoecedor do corpo) Além disso, é possível que a somatização sirva como um meio de comunicação quando a expressão verbal mais direta está bloqueada. Pode também representar uma forma de expressão de sofrimento e desconforto em pessoas que não conseguem reconhecer e verbalizar seus sentimentos. Indivíduos com transtorno de sintomas somáticos acreditam que têm uma doença grave ainda não detectada, e não é possível serem persuadidos do contrário. Eles mantêm uma crença de que têm uma doença em particular ou, à medida que o tempo avança, podem transferir sua crença para outra doença. As convicções persistem apesar dos resultados laboratoriais negativos, do curso benigno da doença alegada ao longo do tempo e das devidas garantias por parte dos médicos. No entanto, suas crenças não são suficientemente fixas para que sejam delírios Diretrizes diagnósticos pelo menos 2 anos de sintomas físicos múltiplos e variáveis para os quais nenhuma explicação adequada foi encontrada; recusa persistente de aceitar a informação ou o reasseguramento de diversos médicos de que não há explicação física para os sintomas; certo grau de comprometimento do funcionamento social e familiar atribuível à natureza dos sintomas e ao comportamento resultante. resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 14 Preocupação persistente com a possibilidade de ter um ou mais transtornos físicos sérios e progressivos. (As pessoas com esse transtorno aumentam e amplificam suas sensações somáticas e têm baixos limiares e baixa tolerância ao desconforto físico. Por exemplo, o que as pessoas normalmente percebem como pressão abdominal, aquelas com transtorno de sintomas somáticos experimentam como dor abdominal intensa) Os pacientes manifestam queixas somáticas persistentes ou preocupação persistente com a sua aparência física. O transtorno de sintomas somáticos, também conhecido como hipocondria, é caracterizado por seis meses ou mais de uma preocupação geral e não delirante com temores de ter, ou a ideia de que tem, uma doença grave com base na falsa interpretação de sintomas corporais. Essa preocupação causa sofrimento significativo e prejuízo na vida do indivíduo e não é justificada por outro transtorno psiquiátrico ou clínico. Um subgrupo de indivíduos com transtorno somatoforme tem pouco insight a respeito da presença desse transtorno A neurastenia se caracteriza por fadiga fácil depois de esforço físico ou mental, dores musculares, dificuldade em relaxar, sensação de fraqueza e exaustão corporal, irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, tonturas, cefaleias e insegurança. Pode haver dificuldades com o sono. Sintomas depressivos sobrepõem-se amplamente aos da neurastenia (Bertolote, 1997). Atualmente, está em relativo desuso e tende a ser substituída pelos conceitos de síndrome da fadiga crônica, distimia, fibromialgia e burnout, entre outros Transtornos alimentares são caracterizados por preocupação exagerada com o próprio peso e com o comportamento alimentar, causando prejuízo na saúde física e nas relações interpessoais. A expressão anorexia nervosa é derivada do termo grego para “perda do apetite” e de uma palavra latina implicando origem nervosa. Portanto, o termo anorexia, embora consagrado, é inadequado, uma vez que não existe perda do apetite, exceto nas fases finais da doença. Existem dois subtipos de anorexia nervosa: restritiva e compulsão alimentar purgativa. resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 15 A anorexia nervosa é uma síndrome caracterizada por três critérios essenciais. Sendo: 1. um comportamento - inanição autoinduzida 2. uma psicopatologia - busca incessante por magreza ou um medo mórbido de engordar 3. sintomatologia fisiológica - presença de sinais e sintomas resultantes da inanição Sintomas: episódios repetidos e incontroláveis de ingestão exagerada de alimentos, seguidos de comportamentos compensatórios: vômitos autoinduzidos, abuso de laxante ou diurético, jejuns prolongados e exercícios intensos. Apesar da preocupação intensa com o peso, este geralmente se mantém na normalidade. Percebe-se baixa autoestima, traços de caráter impulsivo e autoexpectativa elevada. Comorbidades: em cerca de 30% dos casos, há história anterior de anorexia nervosa, frequentemente associada a transtorno de ansiedade e do humor. É comum a associação com abuso de drogas, álcool e transtorno de personalidade. A diferença entre anorexia e bulimia Para alguns pacientes, a bulimia nervosa pode representar uma tentativa fracassada de anorexia nervosa, o objetivo de ficarem muito magras é igual nos dois transtornos. A diferença é que na Bulimia, as pessoas tem menos capacidade de manter uma semi-inanição prolongada ou fome extrema, como as que apresentam anorexia nervosa restritiva clássica. Em ambos os casos observa-se distorção da autoimagem e baixa autoestima. Diferença entre: Anorexia Bulimia Abstenção de alimento é uma perturbação profunda da percepção da imagem corporal com busca incessante de tornar- se magro(a), resultando em acentuada perda de peso, que ingestão exagerada de alimentos, seguidos de comportamentos compensa- tórios: vômitos autoinduzidos, abuso de laxante ou diurético, resumo NP2 Psicopatologia Especial2 – 7º semestre – Valdirene Oliveira - 16/08/2022 – p[ag. 16 pode chegar à inanição. O paciente se considera gordo, disforme, apesar de toda evidência do contrário. O peso corporal é mantido em pelo menos 15% abaixo do esperado. Um medo intenso de ganhar peso e ficar obeso está presente em todos os indivíduos com o transtorno jejuns prolongados e exercícios intensos. Apesar da preocupação intensa com o peso, este geralmente se mantém na normalidade. Percebe-se baixa autoestima, traços de caráter impulsivo e autoexpectativa elevada. Condições necessárias para um analista “Cada analista deve ter em mente, de modo claro, quais são as condições mínimas necessárias (CMN), para si mesmo, nas quais ele e o seu paciente podem fazer o trabalho” (BION, 1992 apud ZIMERMAN, 1999). 1) Formação do analista Mais do que uma necessária bagagem de conhecimentos (estudos e seminários), competente habilidade (resultante de supervisões). O analista deve possuir uma adequada atitude psicanalítica (atributos naturais e aqueles desenvolvidos através de análise pessoal). “Bion sempre advogou que o psicanalistadeve se envolver afetivamente com o seu paciente desde que não fique envolvido na relação, e que este estado mental, de acordo com a etimologia, é que vai permitir o "des"- "envolvimento" do processo analítico”. (Zimerman)