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m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ P E D I A T R I A ASMA ABRIL/2022 P R O F . M A R I A N A P E G O R A R O m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ Asma PROF. MARIANA PEGORARO APRESENTAÇÃO: /estrategiamedt.me/estrategiamed Estratégia MED @prof_marianaped @estrategiamed Olá, Estrategista! Como você está? Meu nome é Mariana Pegoraro e estou aqui para guiá-lo por mais um tema muito importante dentro da Pediatria e, também, dentro do "mundo das provas". Meu objetivo junto com você será um só: ajudá-lo a passar na tão sonhada prova de Revalidação. Mas, para isso, precisaremos de uma boa estratégia! O tempo é curto em relação à quantidade de informações a serem memorizadas. Assim, neste momento, o material precisa ser focado nas questões mais cobradas nas provas. Por isso, seremos bons estrategistas e focaremos o estudo naquilo que é mais prevalente nas questões. Dessa forma, o conteúdo "que importa" estará "fresquinho" na memória no dia da prova. Hoje falaremos sobre um tema que sofre atualizações praticamente anuais, além de ser tradicionalmente muito cobrado em provas, e "queridinho" dos examinadores: a asma em Pediatria! Assuntos que tiveram atualizações nos últimos anos sempre são temas “quentes”, não é mesmo? A banca examinadora quer saber se você está ligado nas novidades! Eu mencionei que teríamos uma estratégia. Então, vamos a ela? Em primeiro lugar, vou mostrar como esse tema já foi cobrado nas provas do Revalida INEP e UFMT. Venha comigo!m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ https://www.facebook.com/estrategiamed1 https://t.me/estrategiamed https://www.youtube.com/channel/UCyNuIBnEwzsgA05XK1P6Dmw https://www.instagram.com/prof_marianaped/ https://www.instagram.com/estrategiamed/ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ Asma 22%17% 11% 11% 6% TRATAMENTO MANUTENÇÃO DA ASMA CLASSIFICAÇÃO DE CONTROLE DA ASMA 33% TRATAMENTO DA CRISE DE ASMA CLASSIFICAÇÃO DA GRAVIDADE DA CRISE DE ASMA DIAGNÓSTICO DA ASMA QUADRO CLÍNICO DA ASMA ASMA NO REVALIDA A partir desse gráfico de distribuição de questões, percebemos que nossa estratégia será focar os tópicos mais prevalentes em prova: • quadro clínico; • diagnóstico; • classificação de controle da asma; • tratamento de manutenção; • classificação da crise de asma e sua abordagem. Juntos, esses tópicos mencionados acima abrangem praticamente 100% do que já foi cobrado sobre esse tema nas provas teóricas. Durante nosso percurso, eles serão os mais detalhados. Passaremos de forma mais rápida pelos tópicos menos prevalentes, apenas com os conceitos mais importantes para estabelecermos nosso raciocínio. Além disso, asma também foi cobrado em estações práticas. Revisaremos juntos também essa abordagem "mais prática" do tema, com o intuito de sedimentar o conhecimento. Eu estou animada para esse desafio! E você, está pronto(a)? Então vamos lá! m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 4Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO AO TEMA 6 1.1 DEFININDO A DOENÇA 6 1.2 A ASMA E O GINA 7 1.3 EPIDEMIOLOGIA NA ASMA 8 1.4 SIMPLIFICANDO A FISIOPATOLOGIA DA ASMA 8 2.0 QUADRO CLÍNICO 11 3.0 DIAGNÓSTICO DA ASMA 13 3.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO 13 3.2 DIAGNÓSTICO FUNCIONAL 13 3.3 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 16 3.4 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: NEM TUDO QUE SIBILA É ASMA 18 4.0 CLASSIFICAÇÃO DA ASMA 20 5.0 TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO OU DE CONTROLE 24 5.1 ARSENAL TERAPÊUTICO PARA TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO 25 5.2 ESTRATÉGIA DE CONTROLE PARA MENORES DE 6 ANOS 27 5.3 ESTRATÉGIA DE CONTROLE A PARTIR DOS 6 ANOS 29 6.0 CRISE DE ASMA 33 6.1 CONCEITO DE EXACERBAÇÕES, GATILHOS E FATORES DE RISCO 33 6.2 CLASSIFICAÇÃO DA CRISE DE ASMA 34 6.3 MEDIDAS GERAIS DE TRATAMENTO 36 6.4 TRATAMENTO HOSPITALAR DA CRISE DE ASMA 37 6.4.1 TRATAMENTO HOSPITALAR EM MENORES DE 6 ANOS 38 6.4.2 TRATAMENTO HOSPITALAR A PARTIR DOS 6 ANOS 39 m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 5Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 7.0 LISTA DE QUESTÕES 44 8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45 9.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 46 m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 6Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 1.0 INTRODUÇÃO AO TEMA CAPÍTULO Vamos começar, Estrategista! Nosso primeiro módulo abrangerá tópicos menos cobrados, mas cujo entendimento nos dará bagagem para os assuntos mais "quentes" para as provas do Revalida. Esses temas são aquela fundação de nossa "construção do conhecimento", que formará os alicerces para uma compreensão mais completa. 1.1 DEFININDO A DOENÇA A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, marcada pela obstrução reversível, em decorrência de hiper-reatividade. Isso quer dizer que, mesmo no período entre as exacerbações, as vias aéreas do paciente permanecem inflamadas. Ela também é considerada uma doença complexa e heterogênea. Vamos entender o porquê? Ainda não se sabe ao certo todos os mecanismos etiopatogênicos envolvidos na asma, mas tanto fatores genéticos quanto ambientais fazem parte do processo. São justamente as interações entre fatores externos e do hospedeiro que farão com que a apresentação clínica seja diferente entre os indivíduos. FATORES GENÉTICOS FATORES AMBIENTAIS É possível agora entender o porquê de existirem diferentes fenótipos dessa doença. Você vai reparar que abordaremos mais neste livro o fenótipo alérgico, por ser o mais comum entre as crianças. Entretanto, não se esqueça de que podem existir outras formas de apresentação. CURIOSIDADE Para a doença desenvolver-se, citamos que são necessários tanto fatores genéticos quanto ambientais. Sabidamente, a atopia é o principal fator de risco envolvido. Não é raro crianças apresentarem dermatite atópica e rinite alérgica concomitantes à asma — tal condição chamamos de marcha atópica. Note, querido(a) aluno(a), que, além da atopia, outros fatores de risco envolvidos no desenvolvimento da asma são: • exposição ambiental a alérgenos; • fatores genéticos e história familiar; • obesidade; • exposição ao tabagismo, tanto pré-natal como pós-natal; • exposição a agentes infecciosos; • exposição ocupacional. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 7Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Muito bem! Vimos até aqui que a asma é: A- uma doença inflamatória crônica; B- que tem uma heterogeneidade de apresentação; C- que cursa com uma obstrução reversível (com ou sem o uso de medicação); D- e que se desenvolve naqueles indivíduos de maior risco: os que têm história familiar positiva e os atópicos. E você sabe o que marca e o que caracteriza essa doença, fazendo-a tão especial para nosso estudo? A grande característica da asma é cursar com hiper-reatividade brônquica e graus variáveis de obstrução ao fluxo aéreo. Portanto, ela é uma doença classicamente obstrutiva. Mas lembre-se: a grande característica de sua obstrução é a reversibilidade! FIQUE ATENTO! A corujinha trouxe alguns conceitos importantes aqui, não é mesmo? Existe uma inflamação nas vias aéreas do paciente que é crônica — mesmo quando o paciente está assintomático! O tratamento, portanto, deverá ter uma característica anti-inflamatória. Ele será importante não só para prevenir as exacerbações, mas 1.2 A ASMA E O GINA Você irá reparar que, no decorrer deste material, citaremos muito o GINA (Global Strategy for Asthma Management and Prevention). Ele é a principal referência mundial do assunto e, também, a mais seguida por entidadesnacionais. Essa super-referência sofre atualizações periódicas e apresentou um "update" recente, agora no ano de 2021. Os documentos nacionais sobre o tema são publicados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, que também utiliza o GINA como sua principal referência. também para evitar o remodelamento, a alteração irreversível na árvore traqueobrônquica e a perda de função pulmonar. Veremos, no transcorrer da matéria, que a base desse tratamento é o corticoide inalatório. Por outro lado, além da inflamação crônica, temos também uma obstrução reversível. Veremos adiante que uma das formas de atuar nessa obstrução é com o uso de broncodilatadores. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 8Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 1.3 EPIDEMIOLOGIA NA ASMA A asma é uma doença muito prevalente em nosso meio, por isso é tão cobrada em provas de Revalidação. Segundo dados publicados em 2020, no Jornal Brasileiro de Pediatria, a prevalência de sintomas da doença pode chegar a 20% entre os brasileiros. Quando falamos especificamente da população pediátrica, até 80% dos casos são diagnosticados antes dos 6 anos. Devido ao mau controle da doença, não é de se estranhar que ela seja causa frequente de internações hospitalares, gerando grandes custos ao Sistema de Saúde. Infelizmente, ainda é uma doença pouco controlada. Estimativas de controle da asma no país oscilam em torno de 12 a 13% dos pacientes com o diagnóstico. Apesar de muito prevalente na infância, isso não quer dizer que todas as crianças que sibilam continuarão a sibilar na vida adulta. Somente 40% dos lactentes sibilantes apresentarão quadros de broncoespasmo após os seis anos de idade. Lembre-se de que o pico de incidência da doença é por volta dos três anos. TOME NOTA! 1.4 SIMPLIFICANDO A FISIOPATOLOGIA DA ASMA Como está a leitura até aqui, Estrategista? O tópico de fisiopatologia é denso, mas felizmente é pouco exigido nas provas. Nos últimos 10 anos, nenhuma questão da prova teórica do Revalida contemplou este assunto. Por isso, não vamos perder nosso foco! O que faremos agora é enfatizar apenas os conceitos mais importantes, que podem contribuir para uma melhor compreensão acerca do tema. Então, venha comigo! m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 9Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Como uma doença inflamatória, a asma cursa com edema da mucosa brônquica, aumento da produção de muco e lesão epitelial. Repare na figura acima, em que, mesmo fora da crise, as vias aéreas do paciente com asma são diferentes quando comparadas com as de um indivíduo sem a doença. Lembre-se de que a inflamação é crônica… Na asma, a obstrução do fluxo aéreo acontece predominantemente na expiração. Você lembra o porquê? Então, fique ligado na curiosidade abaixo: Durante a expiração, existe uma pressão positiva intratorácica, tornando ainda menor o diâmetro das vias aéreas já doentes. Ao lembrarmos o estudo da resistência (lá das aulas de Física dos tempos de colégio, risos…), observamos que pequenas reduções do raio levam a grandes aumentos de resistência. Dessa forma, os pacientes asmáticos cursam com dificuldade de exalar o ar, aprisionamento aéreo e hiperinsuflação pulmonar. CURIOSIDADE m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 10Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Você se recorda de que a asma tem diferentes fenótipos, conforme já comentamos? Vamos nos atentar aqui especificamente à asma alérgica, mais frequente em quadros clínicos (responsável por cerca de 80% dos casos). Nesse fenótipo, após o contato com um agente desencadeante, tem início uma inflamação aguda, marcada por intensificação do edema, produção de muco e broncoconstrição. Vamos acompanhar esse processo por meio de um esquema: Desencadeante Célula Th 2 Cél. apresentadora de Ag Mastócitos, eosinófilos, produção de IgE pelos linf. B Proliferação celular, aumento da MEC Recrutamento celular; Dano epitelial, modificação estrutural Broncoconstrição, edema, hipersecreção de muco Produção de IgE Degranulação de mastócitos Inflamação aguda Inflamação crônica (eosinófilos) Remodelamento Citocinas "E quais poderiam ser os desencadeantes da inflamação aguda presente nas exacerbações, professora Mariana?" Excelente pergunta! Vamos conferir a resposta no quadro a seguir: Não se engane aqui, Estrategista: o principal fator desencadeante na infância são as doenças virais! Além das infecções, também podemos citar: • exposição a alérgenos (inalante, alimentar e ocupacional); • irritantes respiratórios inalados (fumaça de tabaco e ar frio e seco); • temperatura e clima; • atividade física; • flutuações hormonais; • remédios, principalmente os betabloqueadores, AAS (ácido acetilsalicílico); • fatores emocionais (ansiedade, estresse, etc.); • poluição; • doença do refluxo gastroesofágico. Vamos fazer uma pequena pausa aqui, Estrategista?Meu conselho agora é você levantar um pouquinho da cadeira e fazer um pequeno alongamento. A razão disso é porque quero você muito acordado(a) a partir de agora: começaremos a falar sobre uma sequência de assuntos “quentes” para sua prova. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 11Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 2.0 QUADRO CLÍNICO CAPÍTULO Agora chegou o momento de falarmos sobre como a asma se manifesta clinicamente. Segundo o documento do Global Initiative for Asthma (GINA) de 2021, a doença é caracterizada por sibilância, taquidispneia, tosse e/ou desconforto torácico. Esses sintomas podem vir em conjunto ou isolados, são geralmente piores à noite e são desencadeados por fatores como infecções e alérgenos. Tosse seca noturna ou precipitada por exercícios pode ser a única manifestação clínica da asma. PRESTE MAIS ATENÇÃO! Para lembrarmos da apresentação clínica da asma, vamos focar neste trio (mnemônico: "DISPTOSI"):“E o que podemos encontrar no exame físico do paciente asmático, professora Mariana?” DISPNEIA (DISP) TOSSE (TO) SIBILOS (SI) A resposta para essa questão envolve o aluno saber diferenciar quando o paciente está em uma exacerbação e quando o paciente está em um período intercrise. Vamos esquematizar? Período intercrise é aquele período em que o paciente está fora da exacerbação, podendo estar assintomático ou com sintomas residuais. Exacerbação é aquele período em que ocorre o aumento progressivo dos sintomas, seja por exposição a algum fator desencadeante, seja por má adesão ao tratamento de controle. Mnemônico para sintomatologia de asma. Fonte Shutterstock. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 12Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Fora dos períodos de exacerbação, o exame físico do paciente pode ser completamente normal! Não é raro, entretanto, observarmos sinais de atopia, como a xerose e o eczema da dermatite atópica, ou a ruga nasal e a respiração bucal, característicos da rinite alérgica. Já na exacerbação, podemos notar os seguintes sinais clínicos: • sibilos; • graus variáveis de desconforto respiratório, marcados pelo uso de musculatura acessória; • taquipneia. Você se recorda dos sinais de desconforto respiratório? São eles: • tiragem ou retração subcostal e intercostal; • batimento de asas nasais; • tiragem ou retração de fúrcula. ESCLARECENDO! Em uma crise grave de asma, a ausculta respiratória pode estar silenciosa, com murmúrio vesicular globalmente diminuído. Nesse caso, a obstrução ao fluxo é tão exacerbada que impossibilita a ausculta de sibilos.Trata-se de uma emergência, devido ao risco de insuficiência respiratória, e o nome dessa condição é tórax silencioso. Após instituído o tratamento, é possível começar a ouvir os sibilos conforme ocorre a abertura das vias aéreas. PARE HORA DE PRATICAR! Vamos ver agora como esse tópico já foi cobrado na prova, de forma bem direta em uma discursiva? CAI NA PROVA (UFMT - REVALIDA 2016) A asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. O Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial de ocorrência/prevalência de asma. Estima-se que, nos grandes centros urbanos brasileiros, 20% da população pediátrica em idade escolar apresentam sintomas de asma. A partir das informações dadas, responda o item a seguir. Descreva o quadro clínico da asma na infância. COMENTÁRIOS: A doença é caracterizada por sibilância, taquidispneia, tosse e/ou desconforto torácico. Esses sintomas são mais marcantes nos períodos de exacerbação. Nos períodos intercrise, o paciente pode estar assintomático e com o exame físico normal. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 13Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma CAPÍTULO 3.0 DIAGNÓSTICO DA ASMA Segundo o GINA 2021, o diagnóstico de asma baseia-se em dois elementos: SINTOMAS RESPIRATÓRIOS LIMITAÇÃO VARIÁVEL AO FLUXO EXPIRATÓRIO sibilância, dispneia, tosse e desconforto Essas duas afirmações do GINA permitem-nos dizer que o diagnóstico leva em conta critérios clínicos e funcionais. 3.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO Já sabemos quais são os sintomas respiratórios típicos da asma. Porém, segundo o GINA, a probabilidade de se tratar da doença aumenta se: a. existir mais de um tipo de sintoma envolvido (entre sibilância, tosse, dispneia ou desconforto torácico); b. os sintomas variarem em frequência e intensidade; c. os sintomas forem mais frequentes durante a noite ou de manhã cedo; d. existirem desencadeantes, como infecções, alérgenos, mudanças climáticas ou exercícios, ou mesmo piorar com a exposição. Passamos pela parte mais tranquila do diagnóstico, Estrategista! A pergunta que você pode estar se fazendo neste momento é: “e o diagnóstico funcional? A criança também pode fazer?” Vamos responder a essas duas perguntas a seguir, no tópico de diagnóstico funcional. Vamos lá? 3.2 DIAGNÓSTICO FUNCIONAL O diagnóstico funcional é realizado pela espirometria. Para podermos realizar a espirometria em uma criança, ela precisa ser colaborativa e ter a maturidade necessária para a realização do exame, o que só acontece após os 6 anos. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 14Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Para ajudar você a entender a espirometria, utilizarei uma curva com volumes e capacidades pulmonares. Mas vamos com calma! Focaremos apenas nos principais dados que o exame pode nos fornecer: Legenda: curvas obtidas por exame de espirometria. Siglário: CVF: capacidade vital forçada; VC: volume corrente; VEF1: volume expiratório forçado no 1º segundo. Repare, nesse desenho, que o paciente está respirando normalmente, dentro de seu volume corrente (VC), até ser solicitado a fazer uma inspiração máxima e uma expiração forçada. Os volumes e capacidades são medidos por meio de um aparelho (chamado de espirômetro). Assim, os principais valores a que vamos nos atentar são: CVF Capacidade vital forçada � Total de ar que sai dos pulmões após uma expiração forçada � Reduzida no paciente asmático, porém menos reduzida do que VEF1 � Parâmetro mais sensível do que a CVF � Reduzido no paciente asmático � Aumenta após broncodilatador VEF1 Volume expiratório forçado no 1º segundo m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 15Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma A espirometria irá ajudar-nos a documentar a limitação de fluxo expiratório associada à variabilidade excessiva.Existem alguns valores numéricos importantes, Estrategista. Vamos a eles (vale destacar que esses valores não foram cobrados recentemente em provas do Revalida, mas considero importante darmos atenção a eles): 1. Medida de limitação do fluxo expiratório: Índice de Tiffeneau (VEF1/CVF) < 0,9 em crianças é indicador de doença obstrutiva. 2. Medidas de variabilidade: A. Prova broncodilatadora positiva: aumento superior a 12% do previsto no VEF1 10 a 15 minutos após salbutamol. B. Variabilidade excessiva em 2 medidas de pico de fluxo expiratório (PFE) em 2 semanas: variabilidade superior a 13%. C. Resposta ao teste do exercício: queda superior a 12% do previsto no VEF1. D. Variabilidade de função pulmonar entre consultas: variação superior a 12% no VEF1 ou superior a 15% no PFE. TOME NOTA! CURIOSIDADE Lembre-se de que a espirometria é utilizada não apenas para diagnosticar a asma, mas também para monitorizar o controle da doença, sua gravidade e a resposta à terapia. Existe mais uma medida que podemos utilizar para monitorizar a resposta ao broncodilatador e a evolução da doença. A referida medida chama-se pico de fluxo expiratório, ou PFE, que mencionamos no quadro anterior. Sua medida não é tão confiável quanto a espirometria, podendo ter variabilidade intermedidas de até 20%. Entretanto, por ser um aparelho portátil e acessível, permite que o paciente monitore sua própria doença em casa. Nós veremos mais para frente que o PFE poderá nos ajudar também na classificação da crise de asma em crianças de 6 a 11 anos. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 16Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Você reparou que até agora não mencionamos exames complementares para o diagnóstico da asma, com exceção da espirometria? Pois é… não caia em pegadinhas!O fato de um paciente possuir teste alérgico (prick test ou IgE sérica) positivo para determinado alérgeno, não quer dizer que ele seja o responsável pelos sintomas. Aqui sempre será necessário correlacionar com a clínica. Além disso, exames de imagem só devem ser considerados em caso de dúvida diagnóstica. Futuro médico revalidado, a partir deste tópico, você notará que iremos dividir as crianças conforme a faixa etária. Isso acontece porque, como você já sabe, crianças menores de 6 anos não conseguem fazer espirometria, razão pela qual não possuem critério funcional para diagnóstico. 3.3 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS ESCLARECENDO! O quadro esquemático a seguir mostra os critérios diagnósticos para asma conforme as faixas etárias: MENORES DE 6 ANOS A PARTIR DOS 6 ANOS ADOLESCENTES Nessa faixa etária, as crianças apresentam vários quadros virais ao ano, muitos deles cursando com sinilância. É necessário acessar a probabilidade de asma por meio de critérios clínicos. Diagnóstico clínico Diagnóstico clínico + funcional História de sintomas respiratórios. Confirmação de limitação variável ao fluxo expiratório: VEF1/CVF < 0,9 e prova broncodilatadora positiva com incremento > 12% do VEF1 previsto. História de sintomas respiratórios. Confirmação de limitação variável ao fluxo expiratório: VEF1/CVF < 0,9 e prova broncodilatadora positiva com incremento > 12% do VEF1 previsto. Fonte Shutterstock. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 17Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Repare que, em crianças com idade inferior a 6 anos, o diagnóstico torna-se mais difícil, pois não podemos contar com a objetividade da prova funcional. Nessas crianças, podemos utilizar critérios que nos indicam alta probabilidade de asma. Esses critérios estão listados a seguir: • presença de tosse, dispneia e sibilânciacom duração superior a 10 dias após um quadro infeccioso ou na ausência de quadro infeccioso que justifique; • mais de três episódios de sibilância ao ano ou quadros graves; • piora no período noturno; • presença de sintomas entre os quadros infecciosos, como tosse seca, sibilância ou dispneia quando a criança se esforça. • Intolerância a brincadeiras; • presença de dermatite atópica, alergia alimentar ou história familiar de asma em parente de primeiro grau; • resposta positiva ao tratamento com broncodilatador; • exclusão de outras causas de sibilância. O GINA sistematiza a probabilidade de asma em crianças menores de 6 anos por meio das seguintes características: Poucas crianças têm asma Algumas crianças têm asma A maioria das crianças tem asma Sintomas (tosse, sibilância, dispneia) por > 10 dias após infecção Sintomas (tosse, sibilância, dispneia) por > 10 dias após infecção Sintomas (tosse, sibilância, dispneia) por > 10 dias após infecção 2-3 episódios ao ano > 3 episódios ao ano e/ou episódios severos e/ou piora à noite > 3 episódios ao ano e/ou episódios severos e/ou piora à noite Assintomático entre os episódios Tosse ocasional, sibilância ou desconforto respiratório entre os episódios Criança apresenta sintomas quando brinca ou ri Sensibilização alérgica, dermatite atópica, alergia alimentar ou história familiar de asma m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 18Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Vamos ver como o diagnóstico de asma foi abordado em uma questão discursiva do Revalida? CAI NA PROVA (UFMT - REVALIDA 2016) A asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. O Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial de ocorrência/prevalência de asma. Estima-se que, nos grandes centros urbanos brasileiros, 20% da população pediátrica em idade escolar apresentam sintomas de asma. A partir das informações dadas, responda o item a seguir. Elabore o diagnóstico de asma na infância. COMENTÁRIOS: O diagnóstico da asma é baseado na avaliação de sintomas respiratórios associados à limitação variável ao fluxo expiratório. Na infância, esse diagnóstico é mais desafiador, principalmente nas crianças abaixo dos 6 anos. Nessa população, não podemos contar com provas funcionais, e o diagnóstico será baseado em critérios clínicos de probabilidade de asma, tais como: presença de sintomas após 10 dias de quadro infeccioso, piora no período noturno, história de dermatite atópica ou alergia alimentar, história familiar de asma e resposta positiva ao uso do broncodilatador. Na população de 6 a 11 anos, a presença de sintomas característicos, associados a VEF1/CVF < 0,9 e à prova broncodilatadora positiva com incremento > 12% do VEF1 previsto, permite-nos realizar o diagnóstico. HORA DE PRATICAR! 3.4 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: NEM TUDO QUE SIBILA É ASMA Cuidado com pegadinhas em provas aqui, Estrategista! Percebemos em nosso tópico de diagnóstico, que, para menores de 6 anos, nossa tarefa torna-se mais desafiadora, devido à impossibilidade de utilizarmos provas funcionais. Sempre é válido lembrar que nem toda criança que sibila tem asma. Os seguintes diagnósticos diferenciais precisam ser lembrados: • Aspiração de corpo estranho; • Fibrose cística; • Bronquiolite obliterante pós-infecciosa; • Doença do refluxo gastroesofágico; • Tuberculose; • Alergia à proteína do leite de vaca; • Imunodeficiências; • Discinesia ciliar primária; • Alterações anatômicas, como anel vascular e traqueomalácea; • Cardiopatias congênitas. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 19Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma HORA DE PRATICAR! Você pode estar se perguntando neste momento: “professora Mariana, e aquele bebê que apresenta sibilância recorrente? Qual é a chance de ele desenvolver asma?” A resposta está na curiosidade abaixo: O conceito de lactente sibilante, ou seu nome mais antigo, bebê chiador, abrange lactentes com idade superior a um mês de vida, que apresentam pelo menos três episódios de sibilância ao ano, nos primeiros dois anos de vida.Os principais fatores envolvidos são as infecções virais, a atopia e os fatores ambientais. Utiliza-se, nessas crianças, o índice preditivo de asma de Castro-Rodriguez et al., que engloba critérios maiores e menores. A presença de um critério maior ou dois menores indica uma maior probabilidade de asma. Vamos dar uma olhada em quais são esses critérios: CRITÉRIOS MAIORES CRITÉRIOS MENORES Um dos pais com asma Sibilância não associada a resfriado Dermatite atópica Eosinofilia > 4 Diagnóstico de rinite alérgica FIQUE ATENTO! É bom prestar atenção, pois essa classificação eventualmente pode ser cobrada em provas. Vamos dar uma olhadinha em como o diagnóstico diferencial de asma já foi cobrado em uma questão discursiva do Revalida - UFMT: CAI NA PROVA (UFMT - REVALIDA 2016) A asma é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas. O Brasil ocupa o oitavo lugar no ranking mundial de ocorrência/prevalência de asma. Estima-se que, nos grandes centros urbanos brasileiros, 20% da população pediátrica em idade escolar apresentam sintomas de asma. A partir das informações dadas, responda o item a seguir. Cite cinco patologias que fazem diagnóstico diferencial com a asma brônquica. COMENTÁRIOS: Fibrose cística, discinesia ciliar primária, aspiração de corpo estranho, imunodeficiências, cardiopatias congênitas. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 20Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma CAPÍTULO 4.0 CLASSIFICAÇÃO DA ASMA Estrategista, agora chegamos a um tópico muito cobrado em provas! Então, venha comigo para ter esse assunto "na ponta do lápis" na hora de assinalar a resposta correta em sua prova teórica! Este tópico também é considerado um dos grandes "divisores de águas" para o entendimento desse tema. Então, vamos juntos agora, prestando toda a atenção! Vamos começar com dois conceitos que não podemos confundir! Repare que existem duas classificações de asma: 1. Classificação quanto ao controle da asma: expressa o quanto as manifestações clínicas são controladas pelo tratamento (sintomas noturnos, diurnos, uso de medicação de resgate e limitação de atividade). 2. Classificação quanto à gravidade da asma: expressa o quanto de medicação precisamos utilizar para controlar a doença. Indica uma característica intrínseca da doença. PARE Nós vamos primeiro nos atentar à CLASSIFICAÇÃO DE CONTROLE. Você imagina por que ela é tão importante? Pois ela tem implicação direta nas repercussões que a doença pode ter no futuro, como a perda de função pulmonar a longo prazo. Nosso objetivo sempre será ter uma asma controlada! A classificação de controle, querido(a) Estrategista, abrange dois tópicos fundamentais: 1. controle dos sintomas; 2. avaliação do risco de eventos adversos futuros. Vamos começar com a avaliação do controle dos sintomas. Repare que, na classificação de controle da doença, também teremos diferenças para crianças menores de seis anos e para crianças a partir dos seis anos. Mas atenção: para ambos os grupos etários, nós avaliaremos os mesmos 4 critérios nas últimas 4 semanas: 1. presença de sintomas diurnos; 2. presença de despertares noturnos; 3. necessidade de medicação de resgate; 4. limitação de atividade. ATENÇÃO DECORE! 4 m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 21Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Vamos ajudar com um mnemônico? A = Atividades limitadas S = SOS (uso de medicação de resgate) M = Matutino (ocorrência de sintomasdiurnos) A = Acordar com sintomas (ocorrência de sintomas noturnos) Vamos agora às particularidades de cada idade. No quadro esquemático a seguir, conseguimos visualizar quais são as maiores diferenças: MENORES DE 6 ANOS A PARTIR DOS 6 ANOS ADOLESCENTES � Sintomas diurnos > 1x na semana � Algum despertar ou tosse noturna � Uso de medicação de resgate > 1x na semana � Alguma limitação de atividade (brincar) � Sintomas diurnos > 2x na semana � Algum despertar � Uso de medicação de resgate > 2x na semana � Alguma limitação de atividade � Sintomas diurnos > 2x na semana � Algum despertar � Uso de medicação de resgate > 2x na semana � Alguma limitação de atividade CONTROLADO: 0 ITEM PARCIALMENTE CONTROLADO: 1-2 ITENS NÃO CONTROLADO: 3-4 ITENS Fonte Shutterstock. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 22Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma FATORES DE RISCO PARA EVENTOS ADVERSOS CRIANÇA < 6 ANOS CRIANÇA ≥ 6 ANOS 1. Exacerbações • Mau controle. • Má adesão ao tratamento. • Exposição a desencadeantes. • Meses de outono e inverno. • 1 exacerbação grave no ano. • Uso excessivo de SABA (> 3 frascos/ano). • Má adesão ao tratamento. • Obesidade, rinossinusite crônica ou alergia alimentar confirmada. • Exposição a desencadeantes. • VEF1 < 60% do previsto. • Eosinofilia persistente no sangue. • 1 exacerbação de asma no último ano; • História de asma grave, com necessidade de intubação orotraqueal ou internação em UTI. Essa classificação já foi cobrada algumas vezes nas provas do Revalida, como veremos a seguir. A única particularidade é que questões envolvendo a classificação do controle dos sintomas geralmente vêm em conjunto com o tratamento. Por essa razão, optei por resolovermos as questões sobre esse tópico um pouquinho mais para frente. Aguarde um pouquinho, que logo mais iremos a elas! Um outro conceito importante, Estrategista, é o risco de o paciente desenvolver algum evento adverso no futuro. Essa avaliação é dependente de 3 esferas: • risco de exacerbação; • risco de desenvolver obstrução fixa ao fluxo expiratório; • risco de efeitos colaterais provocados por medicamentos. Vamos ficar atentos a estes fatores de risco, tanto na criança menor de 6 anos quanto na maior: HORA DE PRATICAR! m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 23Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 2. Obstrução fixa do fluxo • Diversas hospitalizações. • Histórico de bronquiolite. • Prematuridade, baixo peso ao nascer ou ganho excessivo de peso durante a infância. • Ausência do uso de corticoide inalatório. • Exposição ao tabagismo, alérgenos e agentes irritantes. • VEF1 inicial muito reduzido. • Hipersecreção crônica de muco. • Eosinofilia no sangue ou no escarro. 3. Efeito adverso à medicação • Uso frequente de corticoide sistêmico. • Técnica inadequada do CI (não enxaguar a boca ou lavar os olhos) • Uso frequente de corticoide sistêmico. • Técnica inadequada do CI (não enxaguar a boca ou lavar os olhos) Vamos dar um exemplo de como esses conceitos funcionam na prática? Vejamos o caso da paciente Mariana, minha xará, de 7 anos: “Mariana tem um bom controle dos sintomas com o uso da medicação, ou seja, ela não pontua na regrinha dos 4. Entretanto ela está em risco aumentado para futuras exacerbações, tendo em vista que apresentou 1 exacerbação grave no último ano, com necessidade de internação em UTI.” Lembre-se de que o principal fator de risco para exacerbações é estar com a doença mal controlada! TOME NOTA! m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 24Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 5.0 TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO OU DE CONTROLE CAPÍTULO Chegamos agora ao tópico campeão de abordagem nas provas do Revalida sobre nosso tema de asma. Este é aquele momento em que vale a pena lavar o rosto ou tomar um cafezinho, pois precisamos de toda sua atenção neste tópico. Vamos lá? O objetivo do tratamento de manutenção é atingir o controle da doença, prevenindo riscos futuros (como exacerbações e perda progressiva da função pulmonar, por exemplo). Também, objetivamos que o paciente possa exercer suas atividades habituais. Os dois pilares do tratamento são as medidas não farmacológicas (ou ambientais) e as medidas farmacológicas (envolvendo medicações de controle e de resgate), como se observa no esquema: Sobre os tratamentos farmacológicos, já citamos os objetivos do tratamento de manutenção da asma. Com relação ao tratamento de resgate, por sua vez, ele tem a função de reduzir os sintomas durante uma exacerbação. Veremos em detalhes no tópico reservado à crise (exacerbação) de asma. Medidas farmacológicas Medidas não farmacológicas ou ambientais Medicação de controle Medicação de resgateManter o ambiente limpo, arejado e livre de mofo! SABA CI TOME NOTA! A base do tratamento de controle da asma é o corticoide inalatório, ou seja, um anti- inflamatório. O broncodilatador de longa ação (LABA) é uma outra medicação que pode ser utilizada em conjunto com o corticoide em crianças com idade superior a 6 anos. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 25Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 5.1 ARSENAL TERAPÊUTICO PARA TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO A tabela a seguir mostra as possibilidades terapêuticas de manutenção na asma e suas particularidades: MEDICAMENTOS PARA CONTROLE PARTICULARIDADES (CI) CORTICOIDE INALATÓRIO É a base do tratamento. Deve ser sempre utilizado com espaçador e com a técnica adequada. Um cuidado especial é enxaguar a boca após uso para evitar candidíase oral. É considerado uma medicação segura, com efeitos colaterais mínimos. Suas doses são divididas em baixa, média e alta. (LABA) B2-AGONISTA DE LONGA AÇÃO Não deve ser utilizado isoladamente, pois não possui efeito anti-inflamatório. Não é indicado para menores de 6 anos. Uso reservado para casos não controlados apenas com CI. (LTRA) ANTAGONISTAS DE LEUCOTRIENO O principal representante é o montelucaste. Tem efeito anti-inflamatório, mas com menor poder de evitar exacerbações do que CI. Pode ser associado ao CI como opção terapêutica. OUTRAS MEDICAÇÕES • Tiotrópio: é um anticolinérgico de longa ação. Poderia ser associado em pacientes com difícil controle. • Cromonas: possuem efeito anti- inflamatório, mas atualmente pouco utilizadas devido ao CI. • Omalizumabe (Ac anti-IgE): poderia ser utilizado em pacientes com difícil controle. Como está a leitura até aqui, querido(a) Estrategista? Nos próximos dois tópicos, dividiremos o tratamento de manutenção novamente em grupos etários. Devemos pensar no tratamento de manutenção como uma escada, ou, utilizando termos mais técnicos, uma escala progressiva. Isso quer dizer que, a cada três meses, reavaliaremos nosso paciente com base no controle e decidiremos sobre a subida ou não (somente se necessário for) de “mais um degrau” de tratamento. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 26Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Este tópico é tão importante, que já foi tema de estação em prova prática do Revalida. Vamos, então, revisar a técnica de uso dos dispositivos inalatórios. Essa informação pode ser útil para as provas práticas. É importante lembrar até que idade é necessário o uso da máscara. Vamos olhar juntos a tabela e a imagem a seguir: Cuidado! Antes de inferirmos que a quantidade de medicação não está correta para nosso paciente, precisamos prestar atenção a alguns detalhes: • se o paciente está aderente ao tratamento;• como está a técnica de utilização dos dispositivos inalatórios; • como está o controle ambiental e a exposição a desencadeantes; • se nosso diagnóstico está correto. Você sabia que a má técnica de uso dos dispositivos inalatórios é a maior responsável pelo mau controle? Por isso devemos, a cada consulta, reavaliar a técnica de uso. ACORDE! INDO MAIS FUNDO! FAIXA ETÁRIA DISPOSITIVO RECOMENDADO < 4 ANOS IPDM acoplado a espaçador e máscara > 4 A 6 ANOS IPDM acoplado a espaçador e bocal IPDM = Inalador pressurizado dosimetrado Fonte: Shutterstock. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 27Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Agora veremos o passo a passo do uso do dispositivo inalatório com espaçador e máscara: • educar o paciente sobre a doença; • garantir controle dos desencadeantes ambientais; • monitorizar os sintomas e a função pulmonar; • instituir a terapêutica farmacológica adequada; • treinar o uso dos dispositivos inalatórios e verificar a técnica a cada consulta; • identificar e tratar comorbidades; • instituir um plano por escrito junto com o paciente sobre o que fazer caso existam exacerbações; • checar se o diagnóstico de asma está correto. 5.2 ESTRATÉGIA DE CONTROLE PARA MENORES DE 6 ANOS • Explique que a criança precisa estar acordada, sentada e sem chupeta. • Agite o frasco, retire a tampa e acople o frasco ao espaçador. • Acople o sistema à face da criança e acione o botão para liberar o jato. • Conte no mínimo 10 segundos ou até 5-10 movimentos respiratórios. • Faça apenas 1 jato por vez e, se for repetir, agite novamente. A escala terapêutica ou “steps” para menores de 6 anos contém 4 degraus. A particularidade desse grupo etário é a impossibilidade de uso do LABA como medicação adjunta ao corticoide inalatório. Conforme dito acima, a maneira mais fácil de compreender a estratégia de controle da asma é imaginar literalmente uma escada. O paciente vai começar em um dos degraus a depender dos seus sintomas iniciais. A cada três meses, ele será reavaliado pelo médico, podendo subir ou descer um degrau dessa escada. Então vamos lá! Observe que, para cada degrau da escada, o GINA-2021 nos mostra qual é o paciente que deve iniciar o tratamento naquele local. Vamos agora conhecer a escala terapêutica para cada idade. Lembre-se do que precisamos garantir para o sucesso no tratamento do paciente com asma: m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 28Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma STEP 1 STEP 2 STEP 3 STEP4 SABA PARA ALÍVIO Ausência de controle com dose dobrada de ICS Sintomas não característicos de asma, mas requerendo SABA ≥ 3X o ano Sintomas característicos de asma, sintomas não controlados ou requerendo SABA ≥ 3X ano Sibilância infrequente em quadros virais com poucos sintomas nos intervalos STEP 1: somente SABA por demanda. STEP 2: dose baixa ICS. Antagonista do receptor de leucotrieno (LTRA) pode ser uma opção. STEP 3: dose dobrada de manutenção ICS. Associação de dose baixa de ICS associado a LTRA pode ser uma opção. Já indicado referenciar ao especialista. STEP 4: manter ICS em dose dobrada com acompanhamento em conjunto com especialista. Associar LTRA pode ser uma opção. Ausência de controle com dose baixa de ICS Escada de tratamento para menores de 6 anos. Legenda: ICS = corticoide inalatório; SABA = broncodilatador de curta ação; LTRA = inibidor de leucotrieno. Repare que, apenas para essa faixa etária, o corticoide inalatório está presente a partir do segundo degrau da escada. Ele é a base do tratamento de manutenção. Entretanto, para crianças menores, os guidelines permitem o uso apenas de medicação de resgate com SABA naqueles pacientes com sintomas muito infrequentes e que estão no primeiro degrau. Vamos agora focar nas estratégias terapêuticas das crianças a partir dos 6 anos. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 29Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 5.3 ESTRATÉGIA DE CONTROLE A PARTIR DOS 6 ANOS Quando falamos em crianças a partir de 6 anos, as três grandes diferenças são: a. temos um degrau a mais em nossa escada de tratamento; b. não é preconizado o uso de B2 agonista de curta ação de forma isolada; c. podemos utilizar o B2 agonista de longa ação (LABA) como tratamento adjuvante; d. no step 3, houve a inclusão do "esquema MART". Ausêcia de controle em step anterior Sintomas em quase todos os dias, ou acordando pelo menos 1 vez na semana Sintomas > 2 vezes ao mês, mas não diários Sintomas < 2 vezes ao mês Sintomas em quase todos os dias, ou acordando pelo menos 1 vez por semana E Função pulmonar alterada STEP 1 STEP 2 STEP 4 STEP 3 STEP 5 SABA PARA ALÍVIO STEP 1: usar ICS sempre que utilizar o SABA. STEP 2: dose baixa de manutenção ICS. STEP 3: dose baixa de manutenção ICS-LABA OU dose muito baixa de ICS ou dose muito baixa de ICS-formoterol para manutençao e alívio (esquema MART). STEP 4: dose média de ICS-LABA OU dose média de ICS-formoterol para manutenção e alívio (esquema MART). Referenciar ao especialista. STEP 5: Considerar dose alta de ICS-LABA, acompanhamento em conjunto com especialista. Encaminhar para imunofenotipagem, considerar anti-IgE. Então vamos ver nossa segunda “escada”, Estrategista! Escada de tratamento a partir dos 6 anos. Legenda: ICS = corticoide inalatório; SABA = broncodilatador de curta ação; MART = Maitenance and Reliever Therapy; LABA = broncodilatador de longa m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 30Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Repare, Estrategista, que, para essa faixa etária, o corticoide inalatório entra já no primeiro degrau da escada. Note que a descrição clínica em cada degrau se refere às condições clínicas de início da medicação, ou seja, o degrau ou "step" em que o paciente deve iniciar o tratamento. Preste muita atenção agora: a grande atualização do GINA-2021 foi a inclusão do esquema MART a partir do "step" 3 da escada de tratamento. Isso quer dizer que, para essa população, é possível utilizar a combinação ICS- formoterol para manutenção e, também, para alívio. Isso é igual ao que já acontece para adolescentes e adultos a partir do "step" 1. Você se recorda de quando falamos que também existe uma classificação baseada em gravidade? Pois é, essa classificação guarda relação com a quantidade de medicação necessária para atingirmos o controle. Tal classificação está relacionada à gravidade intrínseca da doença. O maior cuidado que precisamos ter ao classificar nosso paciente é lembrar que essa classificação não é imediata, ela acontece depois que instituímos o tratamento. Também precisamos nos certificar de que o paciente está fazendo o tratamento de forma correta, principalmente no que se refere ao uso de dispositivos inalatórios. Vamos então à classificação: Como está a leitura até aqui, Estrategista? DESPENCA NA PROVA! DESPENCA NA PROVA! ASMA LEVE ASMA MODERADA ASMA GRAVE Paciente controlado com os steps 1 ou 2 Paciente controlado com os steps 3 e 4 Paciente controlado com o step 5 ou refratariedade a tratamento Agora chegou aquela hora especial de vermos como o Revalida já cobrou esse tema. Utilizo este momento para lembrar a você que, muitas vezes, a classificação de controle da doença é cobrada junto com a terapêutica demanutenção. É o que veremos nas questões a partir de agora:m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 31Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma CAI NA PROVA(INEP - REVALIDA 2020) Um escolar com 9 anos de idade comparece à consulta médica de rotina em Unidade Básica de Saúde. O paciente apresenta crises de broncoespasmo recorrentes desde os 4 anos de idade, com sintomas diurnos 3 vezes por semana e despertar noturno sempre com necessidade de uso de β2-agonista de curta duração por demanda. Ele não consegue realizar atividades comuns da infância, como correr com seus amigos. Refere controle ambiental adequado. Há 4 meses, faz uso contínuo de corticoide inalatório em dose baixa. Ao exame físico, apresenta-se em bom estado geral, corado, hidratado e eupneico. Possui auscultas cardíaca e respiratória normais. Qual é a classificação da asma e a terapêutica recomendada, além do uso do β2-agonista de curta duração por demanda? A) Asma parcialmente controlada; uso contínuo de corticoide inalatório em dose média. B) Asma parcialmente controlada; uso contínuo de corticoide oral em doses baixas. C) Asma não controlada; uso contínuo de corticoide inalatório em dose média. D) Asma não controlada; uso contínuo de corticoide oral em doses baixas. COMENTÁRIOS: Então, vamos lá, Estrategista! Repare que essa questão nos cobra dois conceitos importantes: a classificação do controle da doença e a escada terapêutica de manutenção da asma. A melhor forma de resolvermos questões assim é dividirmos por partes: PARTE 1) Classificação quanto ao controle: o paciente que o enunciado nos traz preenche pelo menos 3 dos 4 critérios da “famosa regrinha dos 4” — ele tem sintomas diurnos > 2 vezes na semana, tem limitação de atividade e também tem sintomas noturnos. O único critério que o enunciado não deixa muito claro é o uso de broncodilatador de resgate em exacerbações diurnas. De toda forma, ele configura uma asma não controlada. PARTE 2) Tratamento de manutenção: o enunciado fala que o paciente faz uso de medicação (corticoide inalatório em baixa dosagem), e o controle ambiental está adequado. O uso diário de corticoide inalatório em baixa dosagem corresponde ao step 2. Como ele não está controlado, precisamos subir um degrau na escada, indo para o step 3. Vamos analisar as alternativas: Incorreta a alternativa A. O paciente tem asma não controlada. Incorreta a alternativa B. O paciente tem asma não controlada. Além disso, vimos que corticoide via oral não faz parte da terapêutica de manutenção. Correta a alternativa C. A classificação do controle está correta, e o aumento da dose de corticoide inalatório é uma das opções do step 3. Incorreta a alternativa D. Apesar de a classificação do controle estar correta, corticoide via oral não faz parte da terapêutica de manutenção. GABARITO: ALTERNATIVA C. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 32Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma (INEP - REVALIDA 2016) Uma criança com 5 anos de idade, com diagnóstico de asma brônquica há um ano, foi internada por um dia, há dois meses. Recebeu alta com prescrição de salbutamol inalatório de 4/4 horas e prednisolona 1 mg/ kg/dia, durante 5 dias. Após esse período, foi prescrito corticoide inalatório em baixa dose. Retornou à Unidade Básica de Saúde para seguimento, quando se verificou que ela mantinha sintomas diurnos 4 vezes por semana, apresentando despertares noturnos, limitação de atividades e requerendo medicação de alívio, apesar do uso correto do dispositivo inalatório. De acordo com o quadro clínico descrito, assinale a alternativa em que são apresentadas, respectivamente, a classificação do nível de controle da asma e a conduta adequada ao caso. A) Asma não controlada; aumento do corticoide inalatório para dose alta e observar resposta. B) Asma parcialmente controlada; aumento do corticoide inalatório para dose média associada e antileucotrieno. C) Asma não controlada; aumento do corticoide inalatório para dose média e tratamento de exacerbações com beta- 2 agonista de ação rápida e curta. D) Asma parcialmente controlada; aumento do corticoide inalatório para dose alta, associado a um beta-2 agonista de ação prolongada e um antileucotrieno. COMENTÁRIOS Repare, Estrategista, que essa questão é bem similar à anterior, mas a faixa etária muda. Aqui falaremos sobre a escada de tratamento em menores de 6 anos. Começaremos, entretanto, também dividindo a resposta por partes: PARTE 1) Classificação quanto ao controle: o paciente que o enunciado nos traz preenche os 4 critérios da “famosa regrinha dos 4” — ele tem sintomas diurnos > 1 vez na semana, tem limitação de atividade, usa frequentemente broncodilatador e também tem sintomas noturnos. Ele configura uma asma não controlada. PARTE 2) Tratamento de manutenção: o enunciado fala que o paciente faz uso de medicação contínua (corticoide inalatório em baixa dosagem). O uso diário de corticoide inalatório em baixa dosagem corresponde ao step 2. Como ele não está controlado, precisamos subir um degrau na escada, indo para o step 3, ou seja, dobrando a dose do corticoide inalatório. Vamos analisar as alternativas: Incorreta a alternativa A. Apesar de a classificação do controle dos sintomas estar correta, nesse caso não há necessidade de elevar a dose para “alta”. Incorreta a alternativa B. Trata-se de asma não controlada. Além disso, no step 3, OU aumenta-se a dose do corticoide, OU associa-se inibidor de leucotrieno, não se faz as duas medidas. Correta a alternativa C. Essa alternativa contém a classificação correta e a conduta frente ao step 3. Incorreta a alternativa D. Trata-se de asma não controlada. O uso de LABA não está preconizado para essa população. Além disso, a dose do corticoide deve ser média. O inibidor de leucotrieno é uma alternativa ao aumento de dose do corticoide. GABARITO: ALTERNATIVA C. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 33Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Agora, antes de falarmos sobre mais um tema quentíssimo para o Revalida, vamos recordar doses de corticoide que podem "cair" em sua prova: PARA CRIANÇAS DE 6 A 11 ANOS: CORTICOIDE INALATÓRIO DOSE BAIXA (µg/dia) DOSE MÉDIA (µg/dia) DOSE ALTA (µg/dia) Dipropionato de beclometasona 100 - 200 200 - 400 > 400 Budesonida (DPI) 100 - 200 200 - 400 > 400 Propionato de fluticasona 50 - 100 100 - 200 > 200 6.0 CRISE DE ASMA A crise de asma é "a medalha de prata" em incidência nas provas do Revalida. Ou seja, é mais um tema que merece toda nossa dedicação e carinho! Então, venha comigo ver em detalhes esse tema tão importante! 6.1 CONCEITO DE EXACERBAÇÕES, GATILHOS E FATORES DE RISCO Neste primeiro momento, vamos recordar o conceito de exacerbação: A exacerbação é a inflamação aguda, causada pela exposição a algum fator desencadeante, que leva à intensificação dos sintomas. Existe uma mudança dos sintomas e da função pulmonar em relação ao basal do paciente. O grande risco aqui é o desenvolvimento de insuficiência respiratória, caso não seja corretamente manejada. CAPÍTULO m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 34Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Você se recorda do conceito de insuficiência respiratória? Ela é a incapacidade de o sistema respiratório manter: • a oxigenação necessária às demandas metabólicas dos tecidos e/ou • a eliminação de gás carbônico. ESCLARECENDO! ATENÇÃO DECORE! ESTA CAI NA PROVA! Como principal gatilho para exacerbações, precisamos recordar as infecções virais para a prova, na faixa etária pediátrica. Contudo guarde também estes outros gatilhos: Exposição a aeroalérgenosnos Outono e inverno Tabagismo passivo Mau controle Alergia alimentar Como comentamos acima, o pior desfecho das exacerbações é o desenvolvimento de insuficiência respiratória com potencial risco de óbito, também chamada por algumas bancas de asma críticaou mal asmático. Os principais fatores de risco para desfechos desfavoráveis e óbito são: • necessidade de idas ao departamento de emergência ou hospitalizações no último ano; • necessidade prévia de internação em UTI/ intubação por crise de asma; • uso frequente de corticoide oral; • uso de mais de um frasco de medicação de resgate ao mês; • baixa aderência ao tratamento de manutenção; • alergia alimentar em paciente com asma; • comorbidades. 6.2 CLASSIFICAÇÃO DA CRISE DE ASMA Querido(a) Estrategista, recorda que os tópicos "diagnóstico" e "tratamento de manutenção" têm particularidades quanto à faixa etária da criança? Pois é, o mesmo vai acontecer na classificação da crise de asma. A classificação do paciente com idade inferior a seis anos leva em consideração apenas fatores clínicos. Já a classificação do paciente a partir dos seis anos considera tanto fatores clínicos quanto o pico de fluxo expiratório (PFE). Agora, fique atento(a), pois este assunto cai em prova! Vamos começar com a classificação da crise em menores de seis anos: m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 35Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma PARÂMETROS CRISE LEVE A MODERADA CRISE GRAVE Nível de consciência Normal a agitado Agitado até sonolência Padrão respiratório Dispneia leve Dispneia importante FR ≤ 40 irpm > 40 irpm FC ≥ 180 bpm (0 - 3 anos) ≤ 150 bpm (> 3 anos) > 180 bpm (0 - 3 anos) > 150 bpm (> 3 anos) Saturação ≥ 92% < 92% / pode ter cianose Capacidade de falar Frases Incapaz de falar Ausculta Sibilos Tórax pode estar silencioso Repare que, nessa primeira tabela, utilizamos apenas aspectos clínicos e dividimos a crise em duas categorias de gravidade. Agora chegou o momento de darmos uma olhada na classificação da crise nas crianças a partir dos seis anos. Repare nas diferenças: PARÂMETROS CRISE LEVE A MODERADA CRISE GRAVE “LIFE THREATENING” Nível de consciência Não agitado Agitado Sonolento Padrão respiratório Sem uso de musculatura acessória Uso de musculatura acessória Dispneia importante FR Aumentada, mas ≤ 30 irpm > 30 irpm Tórax silencioso FC 100 - 120 bpm > 120 bpm Saturação 90 - 95% < 90% Capacidade de falar Frases Palavras PFE > 50% do previsto ≤ 50% do previsto m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 36Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Repare que, nessa tabela, utilizamos o PFE para classificar a crise, se ele estiver disponível. Vamos ver como a classificação da crise de asma pode ser cobrada em questões: CAI NAPROVA (UFMT - REVALIDA 2019) A asma é uma doença inflamatória das vias respiratórias, que se caracteriza por obstrução reversível dessas vias. É doença crônica muito comum na infância e motivo frequente de atendimento em Unidades de Pronto Atendimento. A partir das informações dadas, cite 5 (cinco) sinais de crise asmática grave. COMENTÁRIOS: • Uso de musculatura acessória • Alteração de nível de consciência (agitação importante ou sonolência) • Em maiores de 6 anos, PFE 50% do previsto • Hipoxemia (saturação < 90% a partir de 6 anos ou < 92% em menores de 6 anos) • Fala entrecortada 6.3 MEDIDAS GERAIS DE TRATAMENTO Neste momento, você pode estar se perguntando: “todas as exacerbações vão ser conduzidas no departamento de emergência?” A resposta para essa pergunta é: NÃO! Então vamos relembrar os casos em que precisamos transferir o paciente para o pronto-socorro: • Quando ele está taquipneico e taquicárdico. • Quando apresenta algum sinal de desconforto respiratório. • Quando ele não é capaz de pronunciar uma frase. • Quando apresenta alguma alteração sensório (agitação ou sonolência). • Quando o PFE é ≤ 50% do basal. • Quando existe hipoxemia. • Quando, examinando o paciente, for notado tórax silencioso. • Quando houver piora repentina ou ausência de melhora com terapêutica domiciliar. Os pacientes que não apresentarem esses sinais de maior gravidade podem ser tratados em domicílio, contanto que exista uma comunicação eficaz da família com o médico, bem como uma garantia de seguimento do paciente. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 37Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma O tratamento domiciliar/ambulatorial irá se basear na administração de medicação de resgate, no caso, o b2-agonista de curta ação (SABA) e corticoide oral, se necessário. Preconiza-se, pelo GINA, que paciente e família tenham um plano por escrito para os momentos de exacerbação. TOME NOTA! C R I S E Classifique Resolva onde tratar (ambulatorial x pronto-socorro) Indique O2 se saturação < 94% Salbutamol (SABA) e/ou brometo de ipratrópio Esteroide sistêmico (via oral ou via endovenosa) Agora, vamos estudar as particularidades do tratamento hospitalar da crise, tema muito abordado em provas do Revalida. 6.4 TRATAMENTO HOSPITALAR DA CRISE DE ASMA O tratamento hospitalar da crise de asma segue as diretrizes do Pediatric Advanced Life Support (PALS) e, também, toma por base as classificações que vimos anteriormente. Então, vamos utilizar uma figura para ajudar a visualização do fluxo de atendimento, conforme segue abaixo: m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 38Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma A partir de agora, dividiremos o tratamento hospitalar do paciente asmático com base na faixa etária em tópicos separados, para facilitar seu estudo. Com sinais de gravidade: confusão, sonolência ou tórax silencioso? � Monitorização � Oxigenioterapia para manter saturação 94 - 98% � Classificar o paciente � Monitorização � Oxigenioterapia para manter saturação 94 - 98% � Considerar VNI � Iniciar medidas com SABA e corticoide IV AVALIAÇÃO INICIAL DO PACIENTE SEGUNDO PALS: A - B - C SALA DE EMERGÊNCIA TRANSFERÊNCIA PARA UTI 6.4.1 TRATAMENTO HOSPITALAR EM MENORES DE 6 ANOS Para o tratamento dos menores de seis anos, temos as seguintes recomendações, conforme a gravidade da crise de asma: m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 39Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma � b2-agonistas de curta ação (SABA) a cada 20 minutos durante 1 hora. � Brometo de ipratrópio pode ser considerado. � Não é preconizado corticoide na primeira hora. � Oxigenioterapia para manter saturação 94-98%. � b2-agonistas de curta ação (SABA) a cada 20 minutos durante 1 hora. � Considerar brometo de ipratrópio na primeira hora. � Considerar corticoide sistêmico. � Oxigenioterapia para manter saturação 94-98%. CRISE GRAVE CRISE LEVE A MODERADA O manejo na emergência, em menores de seis anos, apresenta algumas diferenças em relação ao que veremos para crianças maiores. Preste a atenção a estas particularidades: • Não é preconizado o uso de sulfato de magnésio para essa população. • Vamos utilizar corticoide apenas para as crises graves. Nas crises leves a moderadas, a única medicação de que lançamos mão é o SABA (salbutamol). PRESTE MAIS ATENÇÃO! Agora, vamos focar no manejo da crise para as crianças mais velhas. 6.4.2 TRATAMENTO HOSPITALAR A PARTIR DOS 6 ANOS Para os escolares, a estratégia terapêutica, querido(a) aluno(a), vai também se basear na classificação da gravidade da crise. Então, vamos lá: m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 40Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma CRISE LEVE A MODERADA CRISE GRAVE LIFE THREATENING � b2-agonistas de curta ação (SABA) a cada 20 minutos durante 1 hora. � Corticoide VO (prednisolona 1 mg/kg). � Considerar brometode ipratrópio. � Oxigenioterapia para manter saturação 94-98%. � Além das medidas citadas para o paciente grave: � Transferência para a UTI. � Considerar suporte ventilatório. � b2-agonistas de curta ação (SABA) a cada 20 minutos + brometo de ipratrópio durante 1 hora. � Corticoide IV (metilpredinosolona 1-2 mg/kg). � Oxigenioterapia para manter saturação 94-98%. � Considerar sulfato de magnésio. iEstá tudo bem até aqui, Estrategista? Repare que a medicação de resgate, ou seja, o SABA (salbutamol) estará presente em todas as categorias de crise. A maior diferença é o brometo de ipratrópio, que se torna obrigatório na primeira hora em crises graves. Essa medicação reduz as taxas de hospitalização por asma. TOME NOTA! Com relação ao corticoide, temos outro ponto importante, a saber: na crise, utilizamos corticoide em sua forma sistêmica. Sobre a forma sistêmica, não existe diferença de eficácia entre as formas oral ou endovenosa, mas damos preferência ao endovenoso em crises graves devido à magnitude do desconforto respiratório e à dificuldade de ingestão via oral. "E quanto ao sulfato de magnésio, professora Mariana, quando utilizamos?" O sulfato de magnésio também é uma medicação broncodilatadora que pode ser utilizada em casos refratários à terapêutica inicial com SABA e corticoide sistêmico. O cuidado que devemos ter em sua administração é a infusão lenta com o paciente monitorizado. A dose preconizada é de 50 mg/kg ao longo de 30 minutos. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 41Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Na abordagem da crise asmática, exames laboratoriais não são preconizados. Os principais recursos necessários são a oximetria de pulso (que substitui a gasometria arterial) e o PFE para maiores de 6 anos. A radiografia de tórax tem espaço na busca de complicações mecânicas (atelectasias) em crises graves. Agora é aquele momento de você checar comigo como esse conteúdo é cobrado nas provas! É mandatória a monitorização cardíaca e de pressão arterial durante a infusão do sulfato de magnésio. Um dos efeitos adversos é hipotensão com colapso circulatório. Os efeitos adversos estão associados a infusões inadvertidamente rápidas da medicação. “E se o paciente não melhorar após todas essas medidas, professora Mariana?” Ainda existem outras possibilidades terapêuticas, Estrategista, como a utilização do B2 endovenoso contínuo (terbutalina ou salbutamol IV). Entretanto o paciente que foi refratário ao sulfato de magnésio já merece indicação de UTI. INDO MAIS FUNDO! TOME NOTA! FIQUE ATENTO! isso, intubação orotraqueal será sempre nossa última alternativa. Podemos investir em VNI (ventilação não invasiva) ouaté CNAF (cateter nasal de alto fluxo) para atenuar o desconforto respiratório. As situações em que a intubação orotraqueal se torna necessária são: • Presença de rebaixamento de nível de consciência. • Fadiga ou respiração agônica. • Apneia. • Parada cardiorrespiratória. CAI NA PROVA (UFMT - REVALIDA 2016 (ADAPTADA)) A asma é uma doença inflamatória das vias respiratórias, que se caracteriza por obstrução reversível dessas vias. É uma doença crônica muito comum na infância e motivo frequente de atendimento em unidades de Pronto Atendimento. A partir das informações dadas, esquematize a sequência de tratamento da asma aguda grave na unidade de atendimento para crianças maiores de 6 anos. No caso de medicações, cite a via de administração. Fique atento a uma pegadinha: a aminofilina não faz parte do arsenal terapêutico devido a sua baixa eficácia e ao perfil de segurança. O paciente asmático é extremamente difícil de ventilar, justamente por sua fisiopatologia obstrutiva e risco de lesões associadas à ventilação mecânica. Por m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 42Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma COMENTÁRIOS: O tratamento da crise grave de asma engloba a adequada monitorização do paciente, estabelecimento de acesso venoso e oxigenioterapia visando à saturação entre 94-98%, conforme as diretrizes do PALS. O salbutamol deve ser administrado por via inalatória, a cada 20 minutos, dentro de uma hora. Da mesma forma, por tratar-se de crise grave, o brometo de ipratrópio, em sua forma inalatória, deve ser realizado também na primeira hora. O corticoide sistêmico pode ser feito em sua forma endovenosa. Para crianças acima de 6 anos, conforme a resposta a essas medidas, o sulfato de magnésio endovenoso pode ser considerado. (INEP - REVALIDA 2011 (ADAPTADA)) Um estudante, com 11 anos de idade, chega à Emergência informando ser portador de asma desde a infância. Relata que manteve controle da asma nos últimos meses e que apresenta piora há dois dias, quando passou a apresentar dispneia associada à tosse, expectoração mucosa e chiado no peito. Ao exame físico, observa-se tórax tipo pectus carinatum, com discreta tiragem intercostal; frequência respiratória = 32 irpm; frequência cardíaca = 100 bpm; ausculta pulmonar com sibilos difusos. Na sala de Emergência, diante do paciente com crise asmática, além do quadro clínico, consideram-se como procedimentos objetivos importantes para avaliação da gravidade, a realização, quando possível, de: A) radiografia de tórax e medida do pico de fluxo expiratório (PFE). B) radiografia de tórax e saturação de oxigênio no sangue arterial por gasometria ou oximetria de pulso (SatO2). C) hemograma e saturação de oxigênio no sangue arterial por gasometria ou oximetria de pulso (SatO2). D) medida do pico de fluxo expiratório (PFE) e saturação de oxigênio no sangue arterial por gasometria ou oximetria de pulso (SatO2). E) eletrocardiograma e medida do pico de fluxo expiratório (PFE). COMENTÁRIOS: Vamos a nossa última questão do dia de hoje, Estrategista! Como comentamos há pouco, na crise de asma não é necessário exames complementares de rotina. Os dois parâmetros que nos ajudarão a classificar a gravidade da crise são: • oximetria de pulso • PFE (em maiores de 6 anos) Vamos percorrer cada alternativa: Incorreta a alternativa A. A radiografia de tórax não tem função ao predizer a gravidade da crise. Ela pode ser útil na avaliação de complicações mecânicas, como atelectasias. Essa alternativa não menciona a oximetria. Incorreta a alternativa B. A radiografia de tórax não tem função ao predizer a gravidade da crise. Ela pode ser útil na avaliação de complicações mecânicas, como atelectasias. Incorreta a alternativa C. O hemograma não faz parte da avaliação do paciente asmático de rotina. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 43Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Correta a alternativa D. O PFE em maiores de 6 anos e a oximetria são parâmetros que nos permitem avaliar a gravidade do paciente. Incorreta a alternativa E. O ECG não faz parte da avaliação do paciente asmático de rotina. Essa alternativa não menciona a oximetria. GABARITO: ALTERNATIVA D. Muito bem, Estrategista! Você chegou ao final do livro de asma. Como você pôde observar, após esta nossa jornada juntos, trata-se de um assunto que cai com frequência nas provas do Revalida, portanto ele merece um estudo com muito carinho. Quando possível, reveja com calma as questões e faça revisões para fixação dos temas. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 44Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma Baixe na Google Play Baixe na App Store Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ou busque na sua loja de apps. Baixe o app Estratégia MED Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula! Acesse nosso bancode questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação. Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser. Resolva questões pelo computador Copie o link abaixo e cole no seu navegador para acessar o site Resolva questões pelo app Aponte a câmera do seu celular para o QR Code abaixo e acesse o app https://estr.at/xqrV m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ https://estr.at/xqrV m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 45Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma 8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPÍTULO 1. Global Strategy for Asthma Management and Prevention (2021 update). 2. Global Strategy for Asthma Management and Prevention (2020 update). 3. Guia prático da atualização do Departamento Científico de Pneumologia da Sociedade Brasileira de Pediatria. Sibilância Recorrente do Lactente e do Pré-escolar, abril 2017. 4. Pizzichini, M.M., et al. Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J Bras Pneumol, 2020;46(1):e20190307. 5. American Heart Association. Manual do Profissional do Suporte Avançado de Vida em Pediatria, 2017. 6. Sant'anna, C.C., et al. Terapia Inalatória: vantagens sobre o tratamento oral. Suplemento de asma pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria. 7. Guyton e Hall. Tratado de Fisiologia Médica. Elsevier, 13a edição traduzida. 8. Yang, C.L.; Gaffin, J.M.; Radhakrishnan, D. Question 3: Can we diagnose asthma in children under the age of 5 years? Paediatric Respiratory Reviews, 2018. 9. Regina Maria de Carvalho-Pinto et al. Recomendações para o manejo da asma grave da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J Bras Pneumol, 2021. 10. Chong Neto et al. Diretrizes da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia e Sociedade Brasileira de Pediatria para sibilância e asma no pré-escolar. Arq de asma, alergia e imunologia, 2018. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 46Prof. Mariana Pegoraro | Pediatria | Abril 2022 Asma CAPÍTULO 9.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Querido(a) Estrategista, Chegamos juntos ao final de um capítulo muito importante para sua preparação para a prova de Revalidação. Questões abrangendo este tema totalizam cerca de 5% de tudo o que foi cobrado em Pediatria no INEP e UFMT nos últimos 10 anos. Existe grande chance de ao menos uma questão de sua prova cobrar algum dos conceitos que estudamos hoje. • Minha sugestão agora é que você revise e faça questões envolvendo principalmente estes 5 tópicos: • Quadro clínico. • Diagnóstico. • Classificação de controle da asma. • Tratamento de manutenção. • Classificação da crise de asma e sua abordagem. Deixei uma lista de questões sobre estes tópicos para você exercitar. Ressalto que você encontrará nesta lista questões mais atuais, pois, como comentamos, este tema sofre atualizações frequentes, o que pode alterar a compreensão de questões mais antigas. Estou aqui para ajudar e tirar suas dúvidas sobre este e os demais temas dentro da Pediatria. Um abraço, Professora Mariana Pegoraro. m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ m e d v i d e o s . c o m Có pi a nã o é ro ub o ♥ 1.0 INTRODUÇÃO AO TEMA 1.1 DEFININDO A DOENÇA 1.2 A ASMA E O GINA 1.3 EPIDEMIOLOGIA NA ASMA 1.4 SIMPLIFICANDO A FISIOPATOLOGIA DA ASMA 2.0 QUADRO CLÍNICO 3.0 DIAGNÓSTICO DA ASMA 3.1 DIAGNÓSTICO CLÍNICO 3.2 DIAGNÓSTICO FUNCIONAL 3.3 CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS 3.4 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: NEM TUDO QUE SIBILA É ASMA 4.0 CLASSIFICAÇÃO DA ASMA 5.0 TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO OU DE CONTROLE 5.1 ARSENAL TERAPÊUTICO PARA TRATAMENTO DE MANUTENÇÃO 5.2 ESTRATÉGIA DE CONTROLE PARA MENORES DE 6 ANOS 5.3 ESTRATÉGIA DE CONTROLE A PARTIR DOS 6 ANOS 6.0 CRISE DE ASMA 6.1 CONCEITO DE EXACERBAÇÕES, GATILHOS E FATORES DE RISCO 6.2 CLASSIFICAÇÃO DA CRISE DE ASMA 6.3 MEDIDAS GERAIS DE TRATAMENTO 6.4 TRATAMENTO HOSPITALAR DA CRISE DE ASMA 6.4.1 TRATAMENTO HOSPITALAR EM MENORES DE 6 ANOS 6.4.2 TRATAMENTO HOSPITALAR A PARTIR DOS 6 ANOS 7.0 Lista de questões 8.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS