Buscar

Renascimento e reforma

Prévia do material em texto

HISTÓRIA
3ª. série
DE OLHO NO CONTEÚDO 
RENASCIMENTO E REFORMA
Renascimento 
Na Europa, durante a Baixa Idade Média, ocorreu uma série de transformações relacionadas ao Renascimento Comer-
cial e Urbano. Naquele contexto, houve um terceiro “renascimento”, o chamado Renascimento Cultural, um dos marcos da 
transição entre a Idade Média e a Idade Moderna, cujo berço é a Itália do século XIV. É possível defini-lo como uma retomada 
de valores culturais greco-romanos, ocasionada em razão de fatores:
• políticos – reforço do poder da Igreja Católica e dos novos príncipes italianos que dominavam, com uso da força, as 
cidades-Estados da região;
• econômicos – Renascimento Comercial, que estimulou os burgueses enriquecidos a praticarem o mecenato, algo que 
já era feito por papas e reis; 
• sociais – ascensão da burguesia graças ao Renascimento Urbano;
• culturais – fuga dos sábios bizantinos após a tomada 
de Constantinopla (1453); surgimento das universida-
des e contribuição árabe. 
O Renascimento Cultural implicou uma verdadeira 
revolução de valores em relação à Idade Média, listados 
seguir.
MEDIEVAIS RENASCENTISTAS
Teocentrismo Antropocentrismo
Fé Razão
Coletivismo Individualismo
Ascetismo Hedonismo
Teologia Naturalismo
Religião Universalismo
MONTEFELTRO, Federico da. Um astrolábio, uma 
esfera armilar e livros, símbolos do conhecimento e 
da ciência. Entre 1473 e 1476. Galeria Nacional das 
Marcas, Palácio Ducal de Urbino, Urbino.
©Wikimedia Commons/Leolalli
226226 3ª. série
Tradicionalmente, divide-se o Renascimento em três fases:
Trecento (século XIV) – Humanismo ou Proto-Renascimento. Exemplos de artistas: Giotto e Dante.
Quattrocento (século XV) – Renascimento. Exemplos de artistas: Leonardo da Vinci, Donatello e Botticelli.
Cinquecento (século XVI) – Alta Renascença. Exemplos de artistas: Michelangelo e Rafael. 
As transformações ocorreram no campo das artes, pintura e escultura; nas ciências, principalmente quanto às teorias 
cosmológicas; e na literatura, com grandes escritores e filósofos teorizando questões que até então eram dogmas religio-
sos. No decorrer do século XVI, os princípios renascentistas se espalharam pela Europa por diversas causas. Entre elas, 
podemos elencar: 
• a invenção da imprensa, que ampliou a difusão de ideias renascentistas; 
• o enfraquecimento da Igreja Católica em decorrência da Reforma Protestante; 
• o empobrecimento da burguesia italiana, ocasionado pelas grandes navegações ibéricas;
• conflitos entre as cidades-Estados italianas. 
A expansão do Renascimento pela Europa estava relacionada a esses fatores, e alguns deles também conduziram o Re-
nascimento à decadência na Itália. Com o esmorecimento do mecenato italiano, os artistas renascentistas buscaram finan-
ciamento em outras regiões da Europa, espalhando, dessa forma, os valores culturais citados. Entre os principais expoentes 
do Renascimento fora da Itália, podemos citar os seguintes nomes conforme cada local de origem:
Países Baixos – Erasmo de Roterdã, Pieter Bruegel, Bosch, Van Eyck e Rembrandt.
Inglaterra – William Harvey, Thomas Morus e William Shakespeare.
Portugal – Luís Vaz de Camões e Gil Vicente.
Espanha – Miguel de Cervantes e El Greco.
França – François Rabelais e Michel de Montaigne. 
Reforma
A Reforma Protestante foi iniciada na Alemanha em 1517. Foi propagada pelo monge agostiniano Martinho Lutero e, 
por isso, a primeira fase da Reforma é denominada Reforma Luterana. Trata-se de um conjunto de contestações feitas à 
autoridade e à doutrina da Igreja Católica, até então única no Ocidente. Vários fatores implicaram essas contestações: o 
comportamento desregrado do clero; a riqueza e opulência da instituição; intromissões políticas e empecilhos para o desen-
volvimento capitalista, como a condenação da usura; e a venda de indulgências, que foi o estopim da Reforma. Com base 
em tudo isso, Lutero, renomado teólogo, concluiu que a Igreja Católica não era divina e rompeu com a instituição.
Luteranismo: no dia 31 de outubro de 1517, Lutero afixou suas 95 teses à porta da Catedral de Wittenberg, condenando 
diversos pontos do catolicismo e negando a autoridade do papa. Nelas, Lutero defendeu que apenas a fé salva, independen-
temente das obras; que só a Bíblia é regra de fé, e que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os humanos, negando 
também a intercessão dos santos. Também defendeu a livre interpretação da Bíblia, a qual traduziu para o alemão; afirmou 
que existiam apenas dois sacramentos, em vez de sete; e sustentou a tese do sacerdócio universal, inutilizando o clero. 
Os efeitos da difusão das ideias de Lutero foram extremos. Suas ideias foram violentamente condenadas pela Igreja, 
que o excomungou. No entanto, muitos príncipes alemães, desobedecendo o Imperador Carlos V, aderiram ao luteranismo 
e passaram a proteger o teólogo, “protestando” pelo direito de exercer a sua consciência religiosa. Esses protestantes, ou 
cristãos reformados, acabaram empreendendo uma guerra no interior do Sacro Império Romano-Germânico. Ao fim desta, 
ficou acordado o princípio de cuius regio, eius religio, ou seja, a religião do príncipe deve ser a religião dos seus súditos.
Entretanto, a teoria de que cada fiel poderia interpretar livremente a Bíblia fez com que a Reforma saísse do controle de 
Lutero. Surgiram outros reformadores, e alguns movimentos violentos inspirados pela Reforma. Um desses movimentos, 
liderado por Thomas Müntzer, foi o anabatismo: um agrupamento de camponeses alemães que negavam o batismo e se 
revoltaram contra a nobreza. Foram duramente condenados por Lutero e massacrados em 1525. Porém, outros movimentos 
dissidentes do luteranismo prosperaram e se espalharam por vários países.
Calvinismo: inspirado pelas ideias de Lutero, o teólogo francês João Calvino desenvolveu a própria doutrina religiosa, 
transformando Genebra, na Suíça, em uma nova “Roma” do Protestantismo. Calvino defendia a Teoria da Predestinação, 
segundo a qual cada ser humano já nasce predestinado à salvação ou à perdição, independentemente da fé ou de suas 
ações. Apesar da incerteza sobre a própria salvação, era possível reconhecer “sinais de salvação” colocados por Deus, sen-
do que o principal sinal era a riqueza. Sua doutrina agradou muito a burguesia e estimulou, nos países de religião reformada, 
o acúmulo de capitais e a usura. 
227227
História
Livro de atividades
Em 1415, o Reino de Portugal lançou seus primeiros navios no Atlântico. Desde então, os portugueses navegaram pela 
costa da África tentando contorná-la, até que alcançaram as Índias e tiveram acesso ao comércio de suas especiarias. A in-
tensificação desse comércio estabeleceu as bases do mercantilismo, sistema econômico cujos princípios eram o acúmulo 
de metais preciosos, a balança comercial favorável e o protecionismo.
O domínio português sobre o atual território do Brasil foi estabelecido antes da chegada de Pedro Álvares Cabral. Desde 
1494, com a assinatura do Tratado de Tordesilhas, foi firmado um meridiano a 370 léguas a oeste das Ilhas de Cabo Verde, 
o qual dividia o mundo entre Portugal e Espanha. Parte do território brasileiro estava inserido nessa divisão, e a oficialização 
do domínio português sobre a região aconteceu em 1500 com a expedição de Cabral. 
O Brasil entrou no circuito do contato entre a Europa e o Oriente, como ponto de parada secundário, no decorrer de 30 
anos, até finalmente se tornar a colônia mais importante de Portugal. Nesse sentido, faz-se a seguinte divisão do período 
colonial brasileiro:
Período Pré-Colonial (1500-1532) 
Durante os 30 primeiros anos de contato entre os portugueses e os indígenas brasileiros, Portugal operou a chamada 
exploração assistemática do território, em outras palavras, não desenvolveu atividades produtivas, limitando-se à extração 
de pau-brasil. O produto se tornou um monopólio real (estanco). A madeira era extraída por indígenas e depositada nas 
feitorias, grandes fortalezas construídas em diversos pontos do litoral.Em troca, os portugueses forneciam as chamadas 
“quinquilharias”, produtos de baixo valor na Europa, mas muito valorizados pelos indígenas, como anzóis, machados e es-
pelhos – logo, o comércio ocorria por meio do escambo.
Naquele período, o litoral brasileiro ficou vulnerável a ataques de outras nações e, por essa razão, Portugal tentou asse-
gurar o domínio sobre a região enviando as chamadas “expedições guarda-costas”, além de financiar algumas de caráter 
exploratório. 
Período Colonial (1532-1815) 
A colonização do Brasil foi iniciada com a fundação da Vila de São Vicente no litoral do estado de São Paulo em 1532. O 
comércio com as Índias entrou em declínio por causa da concorrência com outros países. Tal cenário, somado ao assédio 
estrangeiro no litoral, motivou os portugueses a iniciarem a colonização para garantir a posse da região. 
A fim de viabilizar a colonização, a Coroa Portuguesa planejou a exploração sistemática do território por meio da produ-
ção de cana-de-açúcar, cultivo já conhecido pelos portugueses desde o século XV. Os engenhos se tornaram os maiores 
centros produtivos da Colônia, com alto grau de autonomia econômica e política. Na América Latina, a produção de gêneros 
tropicais era feita na forma de plantation. Esse modelo produtivo implicava quatro características: latifúndio, monocultura, 
mão de obra escrava e mercado externo. No Brasil, a produção açucareira também seguiu esse modelo e possibilitou a 
ocupação do território. 
COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NA AMÉRICA
Anglicanismo: na Inglaterra, para assinar o próprio divórcio e obter o direito de se casar novamente, o Rei Henrique VIII, 
da Dinastia Tudor, criou a Igreja Inglesa (anglicana), tornando-se o chefe da Igreja na Inglaterra por meio do Ato de Suprema-
cia (1534). Inicialmente, o anglicanismo não tinha diferença alguma em relação ao catolicismo, salvo a chefia da instituição, 
mas, com o tempo, a nova religião se aproximou do calvinismo, sendo uma mescla entre este último e o catolicismo. Essa 
medida consolidou o absolutismo inglês. 
Contrarreforma: a Igreja Católica tentou impedir o avanço do protestantismo adotando uma série de medidas que cha-
mamos de “Contrarreforma”, a saber:
• criação da Companhia de Jesus – ordem religiosa de caráter militar que combateu o protestantismo por meio da ca-
tequese e da educação religiosa;
• Concílio de Trento – reunião do papa com seus bispos e teólogos para discutir sobre o problema da Reforma; tal reunião 
reafirmou a autoridade do papa e os dogmas católicos;
• criação do Index Librorum Prohibitorum (Índice de Livros Proibidos) – lista de obras que os católicos não podiam ler;
• reativação do Tribunal do Santo Ofício: responsável por investigar, julgar e punir casos de desvios de fé.
228228 3ª. série
Capitanias Hereditárias
A Coroa também se preocupou em criar um sistema administrativo no Brasil. Nesse sentido, a primeira experiência foi 
o estabelecimento das Capitanias Hereditárias: 15 lotes de terra divididos entre 12 donatários, os quais se comprometiam 
a produzir cana-de-açúcar e a colonizar e defender a respectiva capitania, com o direito de administrar, explorar e também 
manter a propriedade na família. No entanto, esse modelo fracassou. Das 15 capitanias, apenas 2 prosperaram: Pernam-
buco e São Vicente, graças à alta produtividade da primeira e ao apoio da Coroa no caso da segunda. As demais tiveram 
problemas como falta de capital, ataques indígenas, distância da Metrópole e grande extensão do território.
Sociedade colonial 
Uma nova sociedade se estruturou naquele contexto. As relações entre portugueses e indígenas no Período Pré-Colonial 
eram pacíficas, mas se deterioraram quando Portugal iniciou a ocupação do território. Algumas tribos se aliaram a Portugal, 
como os Tupiniquim e Temiminó, mas outras não aceitaram o domínio português, como os Tupinambá, e sofreram com a 
violência colonizadora. Inicialmente, a mão de obra escrava utilizada nos canaviais era indígena, mas logo o tráfico de es-
cravizados africanos alcançou o Brasil e foi predominantemente usado para atender ao trabalho na agricultura. A sociedade 
colonial era formada por fazendeiros e senhores de engenho, por trabalhadores livres que se dedicavam ao setor de serviços 
e por uma massa de escravizados.
Governo-Geral (1548-1763) 
A falência das capitanias obrigou a Coroa Portuguesa a interferir. Em 1548, foi criado o Governo-Geral, uma instituição 
política que visava auxiliar as Capitanias Hereditárias, com capital em Salvador. Na prática, o Governo-Geral diminuiu a au-
tonomia das capitanias e centralizou a administração do território. Suas funções consistiam em fundar cidades, defender 
o território, arrecadar impostos, impor a justiça e auxiliar na catequização dos indígenas. Com o Governo-Geral, vieram 
os primeiros padres jesuítas, o primeiro bispo e um fluxo contínuo de escravizados africanos. A pecuária também foi esti-
mulada, a fim de garantir o sustento dos colonos, mas os criadores de gado tiveram que adentrar o território, pois não era 
possível manter essa atividade perto de canaviais. A pecuária ajudou na interiorização da colonização, até aquele momento 
concentrada exclusivamente no litoral. 
O governo era composto de três auxiliares: ouvidor-mor (responsável pela justiça), capitão-mor (defesa) e provedor-mor 
(economia). Esse sistema durou até a elevação do Brasil à categoria de Vice-Reino em 1763. 
Câmaras municipais 
Nas vilas, o poder político era exercido pelas câmaras municipais, compostas de três vereadores e presididas por um juiz 
ordinário. Eram dominadas pelos chamados “homens bons”, proprietários de terra com “sangue puro”, ou seja, sem sangue 
judeu. Apenas quem atendesse a esses critérios poderia participar das eleições – tanto para eleger quanto para ser eleito. 
Os cristãos-novos (judeus convertidos), mulheres, jovens e escravizados estavam excluídos do poder. 
Mineração 
Por mais de cem anos, o açúcar garantiu a prosperidade econômica da Colônia. Entretanto, a partir da segunda metade 
do século XVII, a concorrência com as Antilhas Holandesas diminuiu significativamente o lucro dos engenhos. Por essa ra-
zão, era necessário encontrar uma nova fonte de riquezas para explorar – o que aconteceu no fim do século XVII, na atual 
região de Minas Gerais, com a descoberta de ouro e diamantes.
Essa nova atividade econômica deslocou o eixo econômico brasileiro da atual Região Nordeste para a Sudeste, conso-
lidou a interiorização da Colônia, originou cidades em um território até então essencialmente rural e motivou a transferência 
da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, para facilitar a fiscalização do escoamento de ouro. A Coroa Portuguesa se 
esforçou ao máximo para evitar o contrabando de metais preciosos, frequentemente com pouco sucesso, por meio das 
casas de fundição, onde eram recolhidos os impostos devidos: o quinto, 20% do ouro minerado, e a capitação, um imposto 
cobrado por escravizado, fato que estimulou o uso de mão de obra livre nas minas. Toda essa riqueza levada para Portugal 
não permanecia muito tempo entre os portugueses. Boa parte do ouro era direcionada para adquirir produtos manufatura-
dos da Inglaterra, portanto, o ouro brasileiro está na origem da Revolução Industrial.
Na segunda metade do século XVIII, as minas começaram a dar sinais de esgotamento, mas o Estado português acredi-
tava que, na realidade, os mineradores estavam desviando o ouro para não pagar impostos. No Período Pombalino (1750- 
-1777), o fisco se tornou cada vez mais rígido e estabeleceu cotas anuais de arrecadação que não podiam ser alcançadas, 
dada a situação das minas. Como forma de pressionar a região, a Coroa estabeleceu a derrama, cobrança forçada dos 
impostos atrasados mediante o confisco de bens. A ameaça da derrama gerou o primeiro movimento emancipacionista 
brasileiro, a Inconfidência Mineira (1789), sem resultados palpáveis. A decadência da mineração gerou o último ciclo da 
economia colonial brasileira, o chamado RenascimentoAgrícola, uma tentativa de diversificar a produção rural para manter 
o afluxo de riquezas para a Metrópole.
229229
História
Livro de atividades
ILUMINISMO 
O Iluminismo é uma filosofia racionalista de caráter burguês e revolucionário. Nesse caso, a luz simboliza a razão, por 
isso o uso do termo. A “descoberta do Novo Mundo”, a valorização do humanismo, o Renascimento Cultural e a Reforma 
Protestante contribuíram para o crescimento do ideal de liberdade e racionalismo, rompendo com a severidade da igreja 
católica. Originou-se na Inglaterra do século XVII, com o filósofo John Locke, e se expandiu no contexto das revoluções 
Industrial e Francesa. Os iluministas se colocavam contra o absolutismo, o clericalismo, a sociedade estamental e o mercan-
tilismo, ou seja, contra o Antigo Regime. Podemos dividir os iluministas em pensadores políticos e pensadores econômicos. 
A seguir, veremos os expoentes de ambos.
Pensadores políticos 
John Locke (1632-1704): autor de Dois tratados sobre o governo. Defendeu que os “direitos naturais” do homem são a 
vida, a liberdade e a propriedade; caso o Estado os violassem, os cidadãos tinham o “direito de rebelião”.
Montesquieu (1689-1755): autor de Espírito das leis. Defendeu a tripartição dos poderes em Executivo, Legislativo e 
Judiciário, autônomos e harmônicos.
Voltaire (1694-1778): autor de Cândido, ou o otimismo. Crítico sarcástico da Igreja, do absolutismo e da intolerância.
Diderot (1713-1784): organizador da Enciclopédia, rompeu com a teologia e a filosofia tradicional e se declarava ateu e 
materialista. Almejava catalogar todo o conhecimento humano (enciclopedismo). 
Rousseau (1712-1778): autor de O contrato social. Difere-se dos demais porque defendia a “vontade popular”. Colo-
cou-se contra a propriedade privada e considerava que o homem era bom (teoria do bom selvagem), mas a sociedade o 
corrompia. 
Pensadores econômicos 
Fisiocracia: escola de economia francesa cujo princípio era de que a riqueza de um Estado dependia de seu tamanho e 
recursos naturais. Exemplos: François Quesnay e Vincent de Gournay. 
Liberalismo clássico: escola de economia inglesa cujo princípio era de que “capital e trabalho geravam riqueza”. Seus 
seguidores formularam as leis de mercado (oferta e procura) e defendiam a ideia que a economia funcionava naturalmente 
(“mão invisível do mercado”). Exemplos: Adam Smith, David Ricardo e Stuart Mill.
Muitos desses pensadores foram convidados por Cortes europeias para aconselhar os reis. Os soberanos absolutos que 
valorizavam, em termos, as ideias desses filósofos ficaram conhecidos como “déspotas esclarecidos”. Mesmo inseridos no 
governo absolutista, esses monarcas usaram de muitos preceitos iluministas em vários campos da administração, visando 
ao fortalecimento do Estado e à manutenção da monarquia.
REMPS, Domenico. Gabinete de curio-
sidades. 1690. 1 óleo sobre tela, color., 
99 cm × 137 cm. Opificio delle Pietre 
Dure, Florença.
©
W
ik
im
ed
ia
 C
om
m
on
s/
W
eb
 G
al
le
ry
 o
f A
rt
230230 3ª. série
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial é fruto de um conjunto de inovações tecnológicas relativas à produção e que transformaram profun-
damente os sistemas econômico, político, social e cultural. Por essas razões, podemos chamar esse fenômeno de “revolução”. 
Iniciou-se na Inglaterra em meados do século XVIII, mas, no século XIX, começou a se propagar pelo mundo, o que ocasionou 
uma divisão entre países industrializados e não industrializados – a chamada Divisão Internacional do Trabalho (DIT).
O pioneirismo inglês pode ser explicado pelos seguintes fatores: acúmulo de capitais; mão de obra farta e barata (re-
sultado dos cercamentos); matérias-primas abundantes; mercado consumidor; rede de transportes; e estabilidade política. 
Tais condições vão se estabelecer mais lentamente em outros países. Esse novo estilo de produção consolidou o sistema 
capitalista e trouxe uma série de outras consequências, como a formação das classes sociais e a exploração do trabalho. 
Esses efeitos deram origem aos movimentos operários (ludismo, cartismo, etc.), às ideologias de esquerda e à sinalização 
da crise do sistema colonial tradicional. 
Tendo em vista que a Revolução Industrial é contínua, costuma-se dividi-la em fases: a primeira, entre o século XVIII e 
XIX; a segunda, entre o XIX e o XX; e a terceira, a partir da Segunda Guerra Mundial, sendo que alguns estudiosos conside-
ram que estaríamos, atualmente, na quarta fase. Entre a primeira e a segunda, podemos elencar as seguintes diferenças:
1ª. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL 2ª. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
PERÍODO ±1750-1850 ±1850-1950
LOCAIS Inglaterra Vários países
PRINCIPAL MATÉRIA-PRIMA Ferro Aço
ENERGIA Vapor (carvão mineral) e hidráulica Combustão (petróleo) e eletricidade
SISTEMA ECONÔMICO Capitalismo liberal Capitalismo monopolista
Da Segunda Revolução Industrial também 
participaram os Estados Unidos, o Japão, a 
França e a Bélgica e, após unificações, a Itália 
e a Alemanha. A partir desse momento, ope-
rou-se a unificação do mercado mundial e uma 
nova corrida colonialista visando à obtenção de 
matérias-primas e mercado consumidor, o cha-
mado Imperialismo. Podemos ainda observar 
as primeiras crises mundiais do capitalismo, o 
Pânico de 1873 e a Crise de 1929. A disputa por 
colônias e as crises econômicas estão na ori-
gem das duas guerras mundiais.
©Shutterstock/Thomas Marchhart
231231
História
Livro de atividades
IMPERIALISMO 
No século XIX, conforme exposto anteriormente, as potências industrializadas iniciaram uma nova corrida colonialista 
em direção à África e à Ásia para obter matérias-primas e novos mercados consumidores para a sua produção industrial. 
Também foram motivadas pela necessidade de obter novas terras para deslocar o excedente populacional, aplicar capitais 
e controlar áreas estratégicas para o comércio e/ou para fins militares. Para compreender melhor o novo colonialismo, é 
interessante compará-lo ao antigo:
COLONIALISMO IMPERIALISMO
PERÍODO Séculos XVI-XVIII Século XIX
SISTEMA ECONÔMICO Mercantilismo Capitalismo monopolista
PRINCIPAIS OBJETIVOS
Produtos tropicais
Metais preciosos
Matérias-primas
Mercados consumidores
FOCO América África e Ásia
PRINCIPAIS AGENTES Espanha e Portugal Inglaterra e França
Os europeus se valeram de justificativas teóricas para dominar esses continentes:
• teorias teológicas – expansão do cristianismo;
• darwinismo social – evolução para a civilização; “fardo do homem branco”.
A partilha da África foi oficializada na Conferência de Berlim (1884-1885), mas em todo continente africano ocorreram 
vários conflitos entre as potências na disputa pelo território. A Guerra dos Bôeres, travada entre colonizadores holandeses 
(bôeres) e ingleses, foi um conflito violento que estabeleceu o domínio da Inglaterra sobre o território sul do continente, es-
pecialmente as regiões de minério de diamantes. 
O Congo foi símbolo do imperialismo na África. A Con-
ferência de Berlim consolidou o domínio de Leopoldo II, rei 
da Bélgica, sobre o Congo. A dominação do Congo Belga 
tem como marcas um violento processo de escravização e 
um dos maiores genocídios da história. 
Na Ásia, os maiores focos de colonização foram a Índia 
e a China, regiões onde os europeus enfrentaram forte re-
sistência. Na Índia, o principal conflito foi origem religiosa, 
quando soldados indianos que trabalhavam para os ingle-
ses descobriram que gordura de vaca (animal sagrado para 
os hindus) era usada na lubrificação das armas. Esse con-
flito ficou conhecido como Guerra dos Cipaios. Na China, 
destacou-se a Guerra do Ópio, em que chineses e ingleses 
disputavam a liberação do comércio e do consumo de ópio, 
produto com grande valor de exportação naquele período. 
 � Sátira referente à Conferência de Berlim 
MARÉCHAL, François. Soberanos europeus tendo 
um banquete com o Congo como prato principal. 
1884. 1 cartum, p&b. 
©Wikimedia Commons/François Maréchal
232232 3ª. série
O Segundo Reinado (1840-1889)foi iniciado no Brasil por meio de um golpe parlamentar: a antecipação da maioridade 
de D. Pedro II, realizada em decorrência da instabilidade política que marcou o Período Regencial (1831-1840). 
Política 
O Segundo Reinado, em sua maior parte, foi marcado pela estabilidade política e pelo aumento da centralização adminis-
trativa. As revoltas regenciais, como a Balaiada e a Revolução Farroupilha, foram “pacificadas” nos primeiros cinco anos 
de governo. No plano interno, dois partidos se revezaram no poder: o Partido Liberal (luzias), de tendência descentralizadora 
e representante das elites urbanas; e o Partido Conservador (saquaremas), mais centralizador e representante da elite rural. 
De qualquer forma, ambos representavam a elite e, quando assumiam o poder, era difícil notar a diferença prática entre os 
dois. No plano externo, o Império procurou praticar a chamada “política de prestígio”. As relações internacionais foram mar-
cadas por conflitos com os vizinhos, como as campanhas contra Oribe, Rosas e Aguirre e a Guerra do Paraguai (1864-1870).
A Constituição de 1824 dividia o poder em quatro: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador. Este último era exclusi-
vo do Imperador. Por meio dele, o monarca poderia dissolver a Câmara dos Deputados e convocar novas eleições, logo, era 
um dispositivo que lhe dava amplos poderes. Embora o Brasil fosse uma monarquia parlamentarista, o cargo de presidente 
do Conselho de Ministros (equivalente ao de primeiro-ministro) era indicado pelo imperador de acordo com as eleições para 
a Câmara. O partido que conseguisse a maioria das cadeiras poderia compor um gabinete. Esse sistema acabava concen-
trando mais poderes no Executivo, ao contrário do modelo inglês, por isso essa forma de governo ficou conhecida como 
“parlamentarismo às avessas”. 
Economia 
Durante o Segundo Reinado, as finanças se mantiveram dependentes do café, com a participação secundária de outros 
cultivos, como de açúcar, algodão, tabaco, cacau e borracha, além de um breve surto industrial, entre 1850 e 1880, protago-
nizado pelo Barão de Mauá. O café se espalhou, sobretudo a partir da década de 1830, pelas províncias do Rio de Janeiro, 
de São Paulo, de Minas Gerais e do Paraná, e sua produção se manteve dependente da mão de obra escrava até a década 
de 1880. O produto ajudou no desenvolvimento do país: estradas de ferro foram construídas e portos, modernizados; além 
disso, os lucros, investidos nas cidades, estimularam a urbanização.
Em decorrência da crise do escravismo – com a assinatura da Lei Eusébio de Queirós (1850), que proibia o tráfico atlân-
tico de escravizados – iniciou-se um processo de imigração europeia, a fim de substituir a mão de obra escrava. O dinheiro, 
antes investido no tráfico, foi direcionado à infraestrutura, o que explica o surto industrial na década de 1850, estimulado 
também pela aprovação das Tarifas Alves Branco (1844). No princípio, os imigrantes trabalhavam em lavouras segundo o 
sistema de parcerias, mas, por causa de endividamentos e dos maus-tratos aos quais eram submetidos, foi adotado, pos-
teriormente, o sistema de colonato, com trabalhadores assalariados. 
O acesso à terra foi dificultado com a aprovação da Lei de Terras (1850), segundo a qual as terras só poderiam ser ad-
quiridas por meio de compra, o que aumentou a concentração fundiária.
Abolicionismo
A questão da escravidão atravessou todo o Segundo Reinado até a abolição definitiva. Devido à pressão inglesa pelo 
fim do tráfico de escravizados – e, em longo prazo, da escravidão –, o Brasil se viu obrigado a proibir, de forma eficiente, o 
tráfico atlântico em 1850, cinco anos após a assinatura da Bill Aberdeen (1845). 
Anos depois, após a participação maciça de negros escravizados e alforriados na Guerra do Paraguai, a discussão sobre 
a situação dos cativos se reacendeu, graças ao apoio de militares de alta patente. Crescia assim o movimento abolicionista 
no início de 1870. Em 1871, foi assinada a Lei do Ventre Livre; em 1885, a Lei dos Sexagenários; por fim, em 1888, a Lei 
Áurea, que abolia a escravidão. Paralelamente à luta jurídica, a resistência negra e os movimentos abolicionistas faziam 
proliferar as fugas e a criação de quilombos, mas, por fim, a situação social dos negros se estagnou, causando uma margi-
nalização racial no país.
O abolicionismo, junto a questões religiosas e militares, compôs o quadro de crise do Império, o que resultaria na pro-
clamação da república.
BRASIL IMPÉRIO: SEGUNDO REINADO 
233233
História
Livro de atividades
BRASIL: PRIMEIRA REPÚBLICA 
A chamada Primeira República (1889-1930) pode ser dividida em dois períodos: República dos Marechais (1889-1894) e 
República do Café com Leite (1894-1930). Na primeira, dois militares governaram o país, o marechal Deodoro da Fonseca, 
líder do golpe que instaurou a República, e o marechal Floriano Peixoto. Na segunda, as elites de São Paulo e de Minas 
Gerais se revezaram no poder até serem derrubadas na Revolução de 1930.
Política 
A Primeira República foi marcada pela chamada política dos governadores, idealizada por Campos Sales. Esta implicava 
a colaboração entre o governo federal e os governos estaduais e municipais, de forma que, em troca de autonomia e recur-
sos, os estados apoiariam a eleição de deputados e senadores, em seus estados, que apoiassem o presidente da república 
no Congresso. Outra característica do período foi a política do café com leite, na qual paulistas e mineiros se revezavam 
no poder. Para manter o esquema funcionando, os governadores contavam com a ajuda dos coronéis, proprietários de terra 
que obrigavam as pessoas que viviam na sua propriedade a votar em determinado candidato, o chamado “voto de cabres-
to”, aproveitando-se do fato de o voto ser aberto. O coronelismo, portanto, estava na base dessa política. O sistema eleitoral 
excluía os analfabetos, mulheres e indivíduos menores de 21 anos. 
Economia 
Naquele período, o Brasil viveu décadas de caos econômico, sobretudo em decorrência dos efeitos da crise do enci-
lhamento. O Ministro da Fazenda, Rui Barbosa, durante o governo de Deodoro da Fonseca, buscando estimular a indus-
trialização, concedeu créditos de forma desregulada a supostos investidores e, para isso, emitiu moeda sem lastro e sem 
planejamento. Essa política econômica gerou inflação e obrigou o país a pedir novos empréstimos, além de moratórias da 
dívida externa, causando grandes prejuízos ao Estado e uma série de falências. Entretanto, ocorreu um sensível crescimento 
industrial, concentrado no Sudeste, principalmente durante a Primeira Guerra Mundial, por intermédio do sistema de subs-
tituição de importações. 
Movimentos sociais rurais e urbanos
A situação social no Brasil, tendo em vista a crise econômica, a marginalização dos ex-escravizados, a urbanização 
desordenada, a concentração fundiária e a opressão representada pelo coronelismo, era um caso difícil de lidar. Por essa 
razão, foram numerosos os movimentos sociais no campo e na cidade.
Guerra de Canudos – BA (1896) e do Contestado – PR (1912): movimentos rurais de caráter messiânico e inspiração 
sebastianista que se opuseram ao governo republicano e à expropriação de terras, respectivamente, devido às condições 
de miséria e à opressão dos coronéis. 
Revolta da Vacina – RJ (1904): revolta popular contra a obrigatoriedade da vacina; esse movimento foi agravado pela 
reforma urbana que removeu os cortiços do Centro da cidade do Rio de Janeiro.
Revolta da Chibata – RJ (1910): revolta de marinheiros, liderados por João Cândido, contra os castigos corporais (chi-
batadas), maus-tratos e baixos soldos na Marinha.
Greve geral de 1917 – SP, RJ e RS: paralisação de milhares de operários ligados ao anarcossindicalismo que exigiam 
melhorias nos salários e nas condições de trabalho.
Tenentismo 
O Tenentismo foi um movimento político ligado à baixa oficialidade do Exército, composto de jovens militares que, em 
geral, tinham a patente de tenente. Tratou-se de um movimentoelitista de reação à cultura política da Primeira República, 
ao domínio das oligarquias e às fraudes eleitorais. Embora houvesse um nacionalismo vago, seus integrantes cultivavam um 
ideal de salvação nacional e ansiavam pela moralização política do Brasil. Por isso, propunham a criação da Justiça Eleitoral 
e do voto secreto. Os principais movimentos tenentistas que abalaram a Primeira República foram:
• Revolta dos 18 do Forte – RJ (1922)
• Revolução de 1923 – RS
• Revolução de 1924 – SP
• Coluna Prestes (1924-1927)
234234 3ª. série
O MUNDO ENTREGUERRAS 
O Período Entreguerras (1918-1939) foi um espaço de 20 anos que separou a Primeira Guerra Mundial da Segunda. Esse 
intervalo foi marcado pela intensa polarização ideológica entre a esquerda – que, por meio do comunismo bolchevique, 
avançava no Ocidente desde a Revolução Russa (1917) – e a direita –, cuja base de pensamento estava no nazifascismo. 
Uma marca importante do fim da Primeira Guerra Mundial foi o crescimento econômico dos Estados Unidos diante dos 
territórios destruídos de Inglaterra, Alemanha e França. Os anos de 1920 consolidaram grandes fortunas nas indústria esta-
dunidenses de alimentos, de transportes e máquinas. 
Nazifascismo 
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) colocou em crise os valores liberais estabelecidos desde o século XIX, asso-
ciando-os aos motivos que culminaram em conflito (competição capitalista, falências, inflação, fome e desemprego. Essa 
situação fez crescer o comunismo no país, o que assustou a burguesia, os latifundiários e a Igreja Católica. Portanto, era 
necessário desenvolver uma força capaz de barrar essa ideologia. Nesse contexto, podemos compreender o surgimento do 
fascismo. 
A ideologia fascista tem origem na Itália e foi criada por Benito Mussolini após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). 
A Itália mergulhou em uma profunda crise econômica após a guerra e, apesar de estar ao lado dos vencedores, não viu 
todas as suas demandas atendidas pelos ex-aliados. Trata-se de uma ideologia totalitária, ultranacionalista, unipartidária, 
anticomunista e militarista, que estabeleceu na Itália um regime de caráter corporativo. 
Inspirado no fascismo italiano, Adolf Hitler criou o nazismo na Alemanha, nos mesmos moldes, mas adicionando o racis-
mo como política de Estado. Tal política afirmava que o progresso alemão estava vinculado ao domínio ariano no território, 
sendo necessário exterminar povos não arianos. Em 1933, Adolf Hitler assumiu o posto de chanceler alemão. 
Crise de 1929 
A Crise de 1929 foi um colapso global do sistema capitalista, sendo desencadeada pela quebra da Bolsa de Valores de 
Nova Iorque. Basicamente, foi uma crise de superprodução versus subconsumo, resultado dos efeitos da Primeira Guerra. 
Após o conflito, os Estados Unidos se tornaram a maior potência mundial, com forte desenvolvimento industrial, em substi-
tuição às nações europeias destruídas na guerra. 
Os estadunidenses viveram um período de intenso consumismo e sensação de bem-estar, estilo de vida conhecido 
como American Way of Life. Porém, em meados da década de 1920, a Europa começou a se recuperar dos efeitos da guerra, 
e deixou de adquirir produtos dos Estados Unidos, retomando também seus antigos clientes. A despeito disso, a indústria 
e o campo continuaram produzindo, o que causou a quebra da economia do país. A crise atingiu o mundo todo, incluindo o 
Brasil, que tinha como base econômica a exportação de produtos primários para os Estados Unidos. A crise internacional 
acelerou a queda do valor das ações e a falência de muitas indústrias, o que provocou desemprego em massa. 
A recuperação, contudo, não demorou a chegar. O presidente Franklin D. Roosevelt, apoiado nas ideias de John M. 
Keynes, lançou o New Deal (Novo Acordo), um plano de intervenção do Estado para conter a crise na economia. As medidas 
incluíam promoção de obras públicas para gerar empregos, rígido controle fiscal, regulamentação das relações de trabalho 
e controle da produção para evitar uma nova superprodução. O plano gerou bons resultados, e a economia do país voltou 
a crescer em pouco tempo.
Guerra Civil Espanhola (1936-1939)
No início dos anos 1930, a monarquia espanhola sofreu uma grande pressão, por parte dos republicanos, para que ocor-
resse uma mudança do sistema político. Tal contexto levou o rei Afonso III a renunciar em 1931. 
A implantação do novo regime político foi marcada pela polarização entre a Frente Popular, com base de esquerda, e a 
Falange espanhola, formada por partidos de direita e extrema direita. O resultado das eleições de 1936 colocou o país em 
estado de guerra civil. 
A Guerra Civil Espanhola é vista por muitos historiadores como um ensaio para a Segunda Guerra Mundial. A violência do 
conflito foi imortalizada na obra Guernica, do pintor Pablo Picasso. Apesar de ser um conflito local, a polarização ideológica 
entre a Falange, movimento nacionalista de orientação fascista, e os republicanos, socialistas e anarquistas tornou a guerra 
um evento de interesse internacional. Os fascistas, liderados pelo general Francisco Franco, foram apoiados pela Alemanha 
235235
História
Livro de atividades
A Era Vargas (1930-1945) surgiu com a Revolução de 1930, um golpe de estado dado pelas elites do Rio Grande do Sul, Mi-
nas Gerais e Paraíba. Esses grupos foram apoiados pelo movimento tenentista e por diversos setores da sociedade brasileira, 
pondo um fim ao governo dos cafeicultores – enfraquecidos, nesse momento, pelos efeitos da Crise de 1929. O golpe derrubou 
o presidente Washington Luís, último da Primeira República, e impediu a posse de Júlio Prestes, eleito em março de 1930. 
Governo Provisório (1930-1934) 
Ao assumir o Governo Provisório, Getúlio Vargas suspendeu a Constituição de 1891, fechou o Congresso Nacional e 
nomeou interventores para governar os estados. Durante quatro anos, governou de forma ditatorial, tendo como base o 
apoio popular, obtido graças à adoção de uma série de medidas populistas, entre elas: criação dos ministérios do Trabalho, 
Educação e Saúde e a aprovação de várias leis trabalhistas, inspiradas na Carta del Lavoro, de vertente fascista. Vargas 
assumiu tendo por obrigação contornar os efeitos no Brasil da Crise de 1929, promovendo a dinamização da economia. A 
exportação do café foi a economia mais prejudicada, e, para solucionar tal crise, Vargas determinou a criação do Conselho 
Nacional do Café, que autorizava a queima de milhares de sacas de café para alavancar o preço do produto. A partir daí o 
governo passou a incentivar a policultura (produção agrícola de vários produtos para exportação) e a industrialização. 
Em 1932, Vargas fez uma reforma do Código Eleitoral, instaurando o voto secreto e feminino e reduzindo a idade eleitoral 
para 18 anos. Apesar de Getúlio ter socorrido os cafeicultores paulistas, arruinados pela crise, São Paulo tentou tirá-lo do po-
der, dando início à Revolução Constitucionalista de 1932. Tal empreitada exigia do presidente a convocação de eleições para 
a Assembleia Constituinte, conforme havia prometido, acabando assim com o caráter provisório do governo após o golpe. 
O movimento foi militarmente derrotado, mas Vargas convocou uma Assembleia Constituinte em 1933 e promulgou uma 
nova Constituição, de caráter democrático, em 1934, o que lhe possibilitou permanecer no poder.
Principais características da Constituição de 1934:
• leis trabalhistas (jornada de oito horas, descanso remunerado e salário mínimo);
• criação da Justiça do Trabalho;
• pluralismo sindical;
• nacionalização de reservas minerais, quedas-d’água, empresas de seguro e bancos de depósito. 
Governo Constitucional (1934-1937) 
O governo constitucional de Vargas foi marcado pela polarização ideológica entre os integralistas – Ação Integralista 
Brasileira (AIB), movimento de inspiração fascista – e os aliancistas – Aliança Nacional Libertadora (ANL), movimento de 
inspiração bolchevique. 
A ANL foi fundada em 1935, liderada por Luís Carlos Prestes.Com o lema “pão, terra e liberdade”, propunha a estatização de 
empresas, a reforma agrária e a suspensão do pagamento da 
dívida externa. A aliança atraiu muitos participantes em poucos 
meses. Em 1935, com base na Lei de Segurança Nacional, Var-
gas fechou a ANL, liderada por Luís Carlos Prestes, dando início 
à Intentona Comunista (1935), tentativa frustrada de golpe de es-
tado. Inspirado por esse evento, dois anos depois – próximo às 
eleições de 1938, que obrigariam Vargas a deixar o poder –, na 
imprensa,foi divulgado o Plano Cohen, suposto plano comunista 
que derrubaria o governo por meio de uma revolução. Usando 
esse plano falso como argumento, Vargas cancelou as eleições, 
deu um autogolpe de estado e permaneceu no poder mais uma 
vez, instaurando um regime ditatorial. 
BRASIL: ERA VARGAS 
nazista e pela Itália fascista, enquanto os republicanos receberam suporte da União Soviética e das brigadas internacionais, 
com voluntários do mundo inteiro, inclusive do Brasil. Ao fim do conflito os nacionalistas venceram, e o general Franco to-
mou o poder.
 � Notícia publicada no Diário de Notícias a respeito da posse de 
Getúlio, que se deu por meio da Junta Provisória
©Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro 
236236 3ª. série
Estado Novo (1937-1945) 
O Estado Novo foi um regime ditatorial de inspiração fascista. O novo governo foi oficializado com a outorga da Cons-
tituição de 1937 (conhecida como “Polaca”), de caráter autoritário, centralista e corporativista. As principais características 
da Constituição de 1937 foram os seguintes:
• fim do federalismo (destituía a autonomia dos estados);
• fim do direito de greve e instituição do corporativismo;
• autorização para demissão de funcionários públicos em desacordo com o governo;
• instituição da pena de morte;
• mandato presidencial de 6 anos e eleições indiretas para presidente.
Esse período foi marcado pela ampliação das leis trabalhistas, com a Consolidação das Leis do Trabalho, ou CLT (1943), 
pela entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos aliados e pelo nacionalismo econômico, que atraiu capital 
estrangeiro e consolidou uma pesada industrialização no país. A participação dos brasileiros na Segunda Guerra, lutando 
contra regimes fascistas ao lado de países democráticos, gerou uma situação contraditória no Brasil. A imprensa, vários 
setores da sociedade e os militares que lutaram na Europa passaram a pressionar Vargas para se afastar, o que ocorreu 
forçosamente em outubro de 1945. Vargas se retirou para São Borja, sua cidade natal, mas não perdeu totalmente o controle 
do país.
O populismo predominou no Brasil entre os anos de 1946 e 1964, em um período entre a Era Vargas e a Ditadura Militar. 
Na época, governaram políticos populistas – como o próprio Vargas, que retornou em 1951; Juscelino Kubitschek, Jânio 
Quadros e João Goulart. Trata-se de um intervalo democrático na história do país, marcado pela hostilidade entre conserva-
dores e progressistas e pelo contexto da Guerra Fria. Podemos destacar alguns acontecimentos envolvendo os seguintes 
governantes:
Getúlio Vargas (1951-1954) – Vargas retornou democraticamente ao poder, anunciando o aprimoramento da legislação 
trabalhista e o desenvolvimento industrial, mas sofreu com a oposição acirrada do Congresso. Em 1953, criou a Petrobras, 
nacionalizando o petróleo, evento que radicalizou as ações dos conservadores. Após a nomeação de João Goulart (Jango) 
para o Ministério do Trabalho, a relação de Vargas com as elites do congresso piorou, pois estas consideravam Jango como 
comunista, por eles se aproximar de mobilizações sindicais. Em 1954, Vargas foi acusado de mandante do atentado contra 
Carlos Lacerda (jornalista da oposição), o que teria ocorrido na Rua Tonelero. Com um golpe de estado à espreita, Vargas 
cometeu suicídio, causando uma profunda instabilidade política no país. 
Juscelino Kubitschek (1956-1960) – com a promessa de “50 anos de progresso em 5 anos de governo”, JK foi eleito em 
meio a um caos institucional. Seu governo foi marcado pelo Programa de Metas (alimentação, transporte, energia, educação 
e indústria), o qual consolidou uma pesada industrialização no Brasil, atraiu multinacionais, sobretudo montadoras de auto-
móveis, e, como meta símbolo, construiu a nova capital do país, Brasília. Apesar das melhorias, a crise estava a caminho: 
altos gastos do governo com políticas de industrialização e a construção da capital, baixo valor pago nas exportações e uma 
inflação que chegou aos 40%. A crise econômica gerou um problema social, mobilizando sindicatos e militantes contra as 
iniciativas de empréstimo, vinculadas ao Fundo Monetário Internacional (FMI).
O Brasil se modernizou, mas os escândalos de corrupção e a inflação no fim do mandato de JK deram vitória política à 
oposição conservadora.
João Goulart (1961-1964) – após a saída de JK, Jânio Quadros venceu as eleições de 1960, assumindo uma postura 
autoritária com medidas impopulares nas tentativas de contornar a situação econômica que o país enfrentava após a crise, 
tais características implicaram uma curta gestão. Após a renúncia repentina de Jânio Quadros, o vice-presidente, João 
Goulart, após muita resistência dos setores conservadores, assumiu o cargo com poderes reduzidos. Naquele período, no 
Brasil vivenciou-se uma experiência parlamentarista até 1963, quando, por meio de um plebiscito, Jango restaurou o presi-
dencialismo. Seu governo teve como característica o lançamento das Reformas de Base, uma série de medidas que incluíam 
reformas agrária, educacional, fiscal, urbana e eleitoral. O anúncio da reforma agrária em 1964 gerou alvoroço: o clima inter-
nacional era tenso em decorrência da Guerra Fria e tal medida foi vista como “avanço comunista”. Depois da realização da 
“Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, em São Paulo, os militares deram um golpe de estado no dia 31 de março 
de 1964, pondo fim à fase democrática.
POPULISMO NO BRASIL 
237237
História
Livro de atividades
BRASIL: DÉCADAS DE 1960, 1970 E 1980
Os militares tomaram o poder em 1964 após um golpe de estado que derrubou o presidente João Goulart. O golpe de 
estado foi apoiado pelos Estados Unidos como estratégia anticomunista, uma vez que Jango era considerado agente da 
esquerda no Brasil. Ao longo dos mais de 20 anos de regime militar, cinco presidentes-generais se sucederam no cargo: 
Castelo Branco, Costa e Silva, Ernesto Geisel, Emílio de Médici e João Figueiredo. 
Governo Castelo Branco (1964-1967): integrante da linha moderada dos militares, consolidou o golpe emitindo os qua-
tro primeiros atos institucionais, normas de caráter constitucional que garantiram amplos poderes aos presidentes-generais. 
• AI-1: institucionalizou o golpe, determinou cassações e suspendeu imunidades.
• AI-2: instituiu o bipartidarismo (Arena × MDB) e as eleições indiretas para presidente.
• AI-3: determinou as eleições indiretas para governador.
• AI-4: determinou a elaboração da Constituição de 1967.
No plano econômico a principal estratégia contou com o apoio dos Estados Unidos e recebimento de empréstimos. 
Para diminuir a inflação, os salários foram congelados, o crédito reduzido, os orçamentos do governo sofreram cortes e os 
impostos elevados. 
O governo que deveria durar um ano sob promessa de eleições livres se estendeu até 1967 com o apoio de ações do 
Exército. As greves foram proibidas, as Ligas Camponesas dissolvidas e toda e qualquer oposição foi perseguida (intelec-
tuais, políticos, artistas, movimento estudantil e operário). 
Governo Costa e Silva (1967-1969): integrante da linha dura, sofreu oposição da Frente Ampla (Lacerda, Jango e JK) e 
dos protestos estudantis de maio de 1968, que marcaram o mundo. Emitiu o mais rígido dos 17 atos institucionais e endu-
receu o regime, fato que intensificou a luta armada. 
• AI-5: o Senado e as Assembleias poderiam ser fechados; políticos cassados com direito político suspenso por dez anos; 
demissão de funcionários públicos consideradossubversivos; suspensão dos direitos dos cidadãos. 
Foram criados o Fundo de Assistência e Previdência do Trabalhador Rural (Funrural), a Fundação Nacional do Índio (Funai) 
e o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). 
Governo Emílio de Médici (1969-1974): período dos chamados “anos de chumbo”, ou seja, o auge da repressão, quan-
do houve o maior número de prisões, torturas, desaparecimentos e assassinatos. Foi criado o Destacamento de Operações 
de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) para reação aos movimentos de oposição. Estas 
estratégias eram desconhecidas pelo restante da população pois o governo controlava os meios de comunicação. Contradi-
toriamente, a popularidade do governo era alta, devido à propaganda positiva, às vitórias no esporte e ao chamado “milagre 
econômico”. Grandes obras públicas como a Transamazônica e a ponte Rio-Niterói marcaram o período, e apesar do clima 
de euforia, a desigualdade social se agravou em decorrência do arrocho salarial. 
Governo Ernesto Geisel (1974-1979): início da abertura política (“lenta, gradual e segura”), sobretudo em razão da crise 
do petróleo que acabou com a fase do “milagre” brasileiro. O processo de abertura foi chamado de “pendular”, pois o go-
verno ora sinalizava a abertura, ora retrocedia e criava mais dispositivos autoritários.
• Sinais de abertura: fim da censura prévia à imprensa e anulação dos AIs. 
• Sinais de retrocesso: Lei Falcão e Pacote de Abril.
No plano econômico, o governo tentou resolver a questão energética gerada pela crise do petróleo. Nesse período foi 
lançado o Proálcool, deu-se início à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu e o governo fechou o acordo nuclear Brasil-
-Alemanha, que deu origem às usinas de Angra dos Reis. 
Governo João Figueiredo (1979-1985): o governo Figueiredo deu continuidade ao processo de abertura e realizou a 
transição para o regime democrático. No primeiro ano de governo assinou a Lei de Anistia (1979), permitindo que os exilados 
políticos retornassem, mas beneficiando, sobretudo, os torturadores. O pluripartidarismo e as eleições diretas para gover-
nador retornaram, mas a campanha das “Diretas Já!” para a eleição presidencial falhou. O mineiro Tancredo Neves, político 
ligado a Vargas, foi eleito presidente da República pela via direta, mas não tomou posse por questões de saúde, assumindo 
em seu lugar José Sarney, primeiro presidente civil em 21 anos. 
238238 3ª. série
PÓS-SEGUNDA GUERRA MUNDIAL 
ONU 
Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a fim de evitar outros conflitos, foi criada a Organização das Nações 
Unidas (ONU), tendo como base a antiga Liga das Nações. Apesar dos problemas, a instituição tem mediado de forma efi-
ciente uma série de conflitos em potencial, entre eles, um provável confronto direto entre os EUA e a URSS. 
Uma das primeiras ações da instituição foi se responsabilizar por uma reparação à comunidade judaica após o holocaus-
to. Com o fim da guerra, os judeus iniciaram uma migração em massa para a “terra prometida”, região onde, historicamente, 
a comunidade se construiu milênios atrás. A chegada desses grupos causou uma grande instabilidade política, e a Assem-
bleia Geral da ONU determinou, em 1948, a divisão da região entre um Estado Judeu (Israel) e o Estado Palestino. Essa ação 
repercute em conflitos por território na região até oa atualidade.
Guerra Fria 
A Guerra Fria foi um conflito ideológico-militar indireto entre EUA (capitalista) e URSS (socialista). Embora nunca tenham 
se enfrentado diretamente, essa tensão militar gerou guerras locais, como no Vietnã, Camboja, Coreia, Angola, etc., além de 
intervenções de ambos na política interna de diversos países. No caso da América Latina, a CIA, serviço secreto norte-ame-
ricano, ajudou a instaurar ditaduras militares em várias regiões, inclusive no Brasil. 
O conflito se originou ainda na Segunda Guerra. As bombas atômicas lançadas no Japão também serviram como sinal 
de ameaça aos soviéticos. Em 1947, o presidente dos EUA, Harry Truman, discursou afirmando ser dever do país “defender 
os povos livres” do comunismo. Essa empreitada anticomunista nos Estados Unidos foi denominada como Doutrina Truman, 
e uma de suas principais estratégias foi a implantação do Plano Marshall. Este consistia na concessão de empréstimos a 
países prejudicados pela guerra ou enfrentando crises econômicas diversas. O objetivo era evitar que a instabilidade política 
e econômica permitisse o avanço do ideal comunista nesses países. 
A bipolarização teve como marco inicial as determinações pós-guerra referentes à divisão do território da Alemanha, que 
fora derrotada. A principal decisão foi a divisão em quatro zonas da capital, Berlim, entre os quatro países aliados, ficando 
a parte soviética isolada por meio de um muro da parte capitalista. No decorrer do período, ambos os países iniciaram pro-
jetos armamentistas e desenvolveram a corrida espacial. O auge da Guerra Fria ocorreu com a Crise dos Mísseis de Cuba, 
momento em que a humanidade chegou mais perto de uma potencial destruição nuclear.
Em vários países, foram criadas políticas sociais para formação de mão de obra especializada, adequada e inserida 
ideologicamente na proposta capitalista. O crescimento econômico e a reconstrução da Europa, acompanhados pela ex-
pansão da estadunidense, desenvolveram setores intermediários da economia, repercutindo na melhoria do padrão de vida 
de camadas médias da população. No fim da década de 1980, a URSS entrou em colapso; sua crise foi marcada pela queda 
do Muro de Berlim. Em 1991, a União Soviética se diluiu em 15 países independentes. 
Movimentos sociais e direitos civis 
Na segunda metade do século XX, diante da derrota do nazifascismo, proliferaram movimentos libertários de várias na-
turezas no mundo, sobretudo entre os jovens. No geral, esses movimentos lutaram pelos direitos das minorias, liberdade de 
expressão e por uma sociedade alternativa, a chamada contracultura. 
Feminismo: o movimento feminista tem origem na Revolução Francesa. Naquele contexto, muitas mulheres esperaram 
que a Revolução trouxesse alguns benefícios, mas suas esperanças foram frustradas. A luta feminista se materializou, qua-
se um século depois, com os movimentos sufragistas na Nova Zelândia, na Inglaterra e nos Estados Unidos. Aos poucos, 
as mulheres alcançaram direitos de cidadania na primeira metade do século XX. A partir da década de 1950, a luta esteve 
vinculada à liberdade sexual, à igualdade profissional e a elementos de segregação, que ainda perduram na sociedade atual.
1968: em maio de 1968, um protesto estudantil em Paris tomou grandes proporções e se alastrou por instituições de 
ensino de toda a França, resultando em conflitos violentos com a polícia. A desordem social causada pelos estudantes cul-
minou em greves trabalhistas, forçando o governo a negociar. Esses levantes duraram apenas um mês, mas a partir do “maio 
de 68” francês, movimentos estudantis, trabalhistas e libertários se espalharam pelo mundo:
• Primavera de Praga – tentativa de abertura política reprimida por tropas soviéticas.
• Olimpíadas no México – protestos contra os gastos direcionados às olimpíadas, ocasionando o Massacre de Tlatelolco.
• Brasil – protestos contra a Ditadura Militar, resultando no endurecimento do regime com a emissão do AI-5.
239239
História
Livro de atividades
Questão racial: o racismo, que já era uma realidade global, tornou-se uma questão social extremamente grave. Desde o 
fim da Guerra de Secessão, quando a escravidão foi abolida nos EUA, os negros eram considerados cidadãos de segunda 
classe, sem direitos civis e segregados. Após as duas Guerras Mundiais, essa situação desencadeou vários movimentos 
sociais:
• muçulmanos negros – seu líder, Malcolm X, defendia a criação de uma sociedade afro-americana e islâmica paralela ao 
restante da sociedade branca do país.
• Panteras Negras – movimento radical de orientação marxista criado para combater a violênciapolicial contra os negros. 
Adquiriu uma tendência violenta e durou pouco tempo.
• Movimento pelos Direitos Civis – organizado por Martin Luther King Jr. após o incidente com Rosa Parks, a luta pelos 
direitos civis empreendeu estratégias pacíficas de protesto e propunha a integração entre negros e brancos. Apesar de 
conseguir a aprovação da Lei dos Direitos Civis, a questão racial ainda é problemática nos Estados Unidos. 
DESCOLONIZAÇÃO NA ÁFRICA E NA ÁSIA 
O processo de descolonização na África e na Ásia foi iniciado após a Segunda Guerra Mundial e está diretamente ligado 
ao conflito. Após a guerra, as potências colonizadoras se encontravam enfraquecidas, e nas colônias crescia o sentimento 
nacionalista. O contexto da Guerra Fria também foi favorável, pois muitas colônias viram na alternativa socialista um cami-
nho para obter liberdade com apoio da URSS. Por fim, o princípio de autodeterminação dos povos, defendido pela ONU, 
estimulou a luta por autonomia e garantiu reconhecimento às novas nações. 
Na Indonésia, em 1955, reuniram-se 29 países afro-asiáticos na chamada Conferência de Bandung. Essa reunião visava 
posicionar esses países frente à Guerra Fria, e foi decidido que os países participantes seriam neutros – portanto, não alinha-
dos aos EUA ou à URSS. Esses países passaram a ser chamados de Terceiro Mundo, pois não se encaixavam no capitalismo 
estadunidense (Primeiro Mundo), tampouco no comunismo soviético (Segundo Mundo).
Cada país teve um processo próprio de descolonização, mas, no geral, foram divididos em dois tipos:
• descolonização pacífica – concedida pelas metrópoles para manter laços econômicos; o maior símbolo desse modelo 
foi a Índia, cujo processo de descolonização foi liderado por Mahatma Gandhi recorrendo à desobediência civil e a ma-
nifestações sem violência;
• descolonização violenta: liberdade obtida por meio da guerra; esse foi o modelo predominante e atingiu países como 
Argélia, Congo, Vietnã, Coreia e Angola. Leia sobre estes casos: 
Argélia 
Colônia francesa; lutas entre 1954 e 1962 conduzidas pela Frente de Libertação 
Nacional (FLN). 
Serra Leoa
Colônia inglesa, rica em jazidas de diamante; lutas entre 1961 e 1971. Indepen-
dência proclamada em 1971 por Siaka Stevens, membro do All People’s Congress 
(APC). 
República Sul-Africana
Colônia inglesa se tornou independente em 1961, mas o regime do apartheid per-
sistiu como divisor da sociedade até 1994. 
Angola
Colônia portuguesa; cujos movimentos emancipacionistas se iniciaram em 1945. A 
independência foi marcada por conflitos entre o Movimento Popular para Liberta-
ção de Angola (MPLA), a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União 
Nacional para a Independência Total de Angola (Unita). Em 1975, Portugal anunciou 
a independência do país. 
Moçambique
Colônia portuguesa. Conquistou a independência em 1974, após dez anos de guer-
ra civil. 
A liberdade foi conquistada, mas a maioria desses países enfrentou problemas como a miséria e guerras civis extrema-
mente violentas, implicando uma situação de subdesenvolvimento. 
240
ATIVIDADES
3ª. série
RENASCIMENTO E REFORMA 
1. (UFJF – MG) O período entre os séculos XV e XVIII no 
mundo ocidental, também conhecido como a épo-
ca de transição do feudalismo para o capitalismo, 
comportou um grande conjunto de transformações 
nos mais diversos campos. Sobre estas transfor-
mações assinale a alternativa INCORRETA:
a) o fortalecimento da centralização política contra 
o particularismo feudal vigente até então con-
duziu à formação dos chamados Estados Ab-
solutistas e da sociedade de corte.
b) as navegações dos séculos XV e XVI revelaram 
ao Velho Mundo a existência de outros conti-
nentes e povos, produzindo também uma ver-
dadeira “Revolução Comercial” na economia do 
continente europeu.
c) o desenvolvimento do mundo urbano sofreu um 
profundo abalo e um processo de ruralização 
e de dispersão da população pelos campos se 
fez acompanhar por uma queda no desenvolvi-
mento da indústria têxtil.
d) o Renascimento foi um movimento de ordem 
artística, cultural e filosófico baseado numa cul-
tura humanista, que resgatava princípios da an-
tiguidade clássica greco-romana, centrada nos 
valores antropocêntricos e terrenos.
e) no campo religioso, a Reforma Protestante 
propôs uma série de críticas às antigas práticas 
da Igreja Católica, dentre as quais a venda de 
indulgências e o monopólio interpretativo da Bí-
blia pelos clérigos.
2. (MACKENZIE – SP) 
Os humanistas, num gesto ousado, tendiam a con-
siderar como mais perfeita e mais expressiva a cultura 
que havia surgido e se desenvolvido no seio do paganis-
mo, antes do advento de Cristo. A Igreja, portanto, para 
quem a história humana só atingira a culminância na Era 
Cristã, não poderia ver com bons olhos essa atitude. 
SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Unicamp, 1988. p.14
Quanto aos humanistas, podemos dizer que
a) eram em sua maioria cristãos e desejavam rein-
terpretar o Evangelho à luz da experiência e dos 
valores da Antiguidade. Exaltavam o indivíduo, 
a vontade e a capacidade de ação dos homens.
b) valorizavam os antigos gregos e romanos em 
detrimento da cultura medieval. Assim, os hu-
manistas retornam ao paganismo e fazem des-
sa religião sua crença principal provocando a ira 
da Igreja Católica.
c) acreditavam que somente Deus é a fonte de 
energias criativas ilimitadas, detentor único de 
virtude e glória. Porém, seu teocentrismo não 
os impediu de produzir obras que valorizassem 
a ação humana.
d) acreditavam, inspirados nos valores clássicos, 
na capacidade transformadora dos homens in-
duzidos por força criadora de Deus. Diante dis-
so, a Igreja Católica adotou uma política de total 
apoio ao movimento.
e) eram orientados pela ideia de submissão total 
do homem a Deus e à Igreja. Obedeciam à or-
dem social imposta pelo clero e justificam esse 
posicionamento a partir dos textos da Antigui-
dade Clássica.
3. (FUVEST – SP) Em uma significativa passagem da 
tragédia Macbeth, de Shakespeare, seu persona-
gem principal declara: “Ouso tudo o que é próprio 
de um homem; quem ousa fazer mais do que isso 
não o é”. De acordo com muitos intérpretes, essa 
postura revela, com extraordinária clareza, toda a 
audácia da experiência renascentista.
Com relação à cultura humanista, é correto afirmar 
que
a) o mecenato de príncipes, de instituições e de 
famílias ricas e poderosas evitou os constrangi-
mentos, prisão e tortura de artistas e de cientistas.
b) a presença majoritária de temáticas religiosas 
nas artes plásticas demonstrava as dificuldades 
de assimilar as conquistas científicas produzi-
das naquele momento.
c) a observação da natureza, os experimentos e a 
pesquisa empírica contribuíram para o rompi-
mento de alguns dos dogmas fundamentais da 
Igreja.
d) a reflexão dedutiva e o cálculo matemático limi-
taram-se à pesquisa teórica e somente seriam 
aplicados na chamada revolução científica do 
século XVII.
241
História
Livro de atividades
e) a avidez de conhecimento e de poder favoreceu 
a renovação das universidades e a valorização 
dos saberes transmitidos pela cultura letrada.
4. (UFMG) Para os membros da igreja medieval, o tem-
po não possuía importância em si mesmo, mas so-
mente quando encarado como veículo da irrupção 
do sagrado no curso da história, como porta-voz 
dos desígnios da divina Providência. O “tempo da 
Igreja” era sinônimo de um tempo histórico orien-
tado por e para Deus. Nos séculos XV e XVI, no 
período do renascimento, os relógios mecânicos 
começaram a espalhar-se pela Europa populari-
zando-se a divisão do dia em 24 horas. O tempo 
agora era mensurável, controlável, mecanizável.
Disponível em: http://www.revistafenix.pro.br. Acesso em: jun. 2013.
A afirmação de um tempo leigo perante um tem- 
po religioso representou uma
a) mudança no ritmo de vida, associada ao res- 
surgimento da vida urbana e ao incremento das 
trocas comerciais.
b) supressão do poder exercido pela Igreja Cató-
lica, tanto no mundoterreno como no mundo 
espiritual.
c) transformação cultural que se fundamentava 
nas novidades trazidas pelo intercâmbio gera- 
do pela descoberta do Novo Mundo.
d) vitória dos reis sobre os clérigos, uma vez que 
vinham lutando para controlar de forma absolu-
ta a vida de seus súditos.
5. (IFNMG) Acerca das Reformas Protestante e Católi-
ca observadas no século XVI, são feitas as seguin-
tes afirmações:
 I. Calvino foi o reformador protestante que atendeu 
aos anseios burgueses, dentre outras coisas, em 
função de sua teoria da predestinação admitir a 
prosperidade material a partir do trabalho vocacio-
nal como um sinal da eleição divina à salvação.
 II. Lutero defendia a lógica tomista de salvação a 
partir da fé, contrariando o agostiniano dogma ca-
tólico de salvação pelas boas obras ditadas pela 
própria Igreja.
 III. Para além do confisco dos bens da Igreja Católica na 
Inglaterra, o pretexto utilizado pelo rei Henrique VIII 
para a implementação do anglicanismo foi a negati-
va papal à dissolução do seu matrimônio com Cata-
rina de Aragão, filha dos reis católicos da Espanha.
 IV. Dentre os aspectos da Reforma Católica, é possí-
vel destacar a supressão das simonias e indulgên-
cias, criação dos seminários e do índex, ou seja, 
uma lista de livros sugeridos aos católicos.
 V. Dentre os fundamentos da doutrina luterana, é 
possível destacar a livre interpretação da Bíblia, o 
fim do celibato e das imagens, a supremacia da 
religião frente ao Estado, bem como a substituição 
da consubstanciação católica pela transubstancia-
ção protestante no que tange a eucaristia
Estão INCORRETAS
a) I, III e V.
b) II, IV e V.
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.
6. (UEMG) Em 31 de outubro de 1517, o então Padre 
Martinho Lutero publica as suas 95 teses, onde 
deixa clara sua contrariedade com a forma religio-
sa Católica e com seu representante máximo, o 
então Papa Leão X. Dois princípios incomodavam 
muito Lutero: o primeiro era a venda das indulgên-
cias e o segundo a Infalibilidade Papal.
Sobre a indulgência, Lutero disse:
27ª Tese “Pregam futilidades humanas quantos ale-
gam que, no momento em que a moeda soa ao cair 
na caixa, a alma se vai do purgatório.”
28ª Tese “Certo é que, no momento em que a moeda 
soa na caixa, vem o lucro, e o amor ao dinheiro cresce 
e aumenta; a ajuda, porém, ou a intercessão da Igreja 
tão só corresponde à vontade e ao agrado de Deus.”
http://www.monergismo.com/textos/credos/lutero_teses.htm. 
Acesso em 10/8/2014
A reforma luterana, de questionamento ao Papa e 
à sua autoridade, produziu profundas mudanças 
religiosas, políticas e sociais. Sendo a indulgência 
um erro, então, o povo não deveria obediência ir-
restrita, estava se estimulando o livre pensar, o li-
vre agir, o poder gradativamente voltar-se da igreja 
para o homem. O alinhamento com qualquer ensi-
no religioso deveria ser movido pela consciência, e 
não mais pela imposição papal.
Estava, portanto, em curso uma nova sociedade, 
reformada, que iria produzir
a) uma polarização entre protestantes e católicos, 
com consequências somente na Alemanha.
b) a livre interpretação da Bíblia pelos fiéis, a sal-
vação pela Fé e o Estado livre das indulgências.
c) a corrupção do homem enquanto cidadão, mo-
tivando a preocupação excessiva com a espiri-
tualidade.
d) um fenômeno religioso com aceitação universal, 
que passa a ser dominante em toda a Europa.
242242 3ª. série
7. (MACKENZIE – SP) O século XVI foi palco de uma 
profunda crise religiosa, responsável pela ruptura 
da unidade mantida pela Igreja Católica, no seio da 
cristandade ocidental – A Reforma Protestante. Em 
suas origens, essa Reforma esteve associada à
a) insatisfação reinante entre o clero europeu, mais 
preocupado com as questões ligadas à salva-
ção e à liturgia em vigor do que com os acordos 
políticos realizados entre os nobres e monarcas 
absolutistas.
b) rivalidade entre os Países Baixos contra a ten-
tativa de dominação da coroa espanhola e a 
supressão dos direitos comerciais e marítimos 
flamengos, a fim de favorecer os interesses 
mercantis espanhóis.
c) necessidade, sobretudo por parte da burguesia, 
de uma nova ética econômica, mais adequada 
às novas práticas mercantis e financeiras, fruto 
das mudanças nas relações de produção capi-
talista, verificadas na época.
d) crítica dos textos bíblicos, realizada por Calvino, 
o que aumentou ainda mais os conflitos entre os 
novos Estados europeus e a disputa realizada 
por eles, a fim de se opor à autoridade do impe-
rador Carlos V.
e) formação de Estados nacionais, monárquicos e 
absolutistas que defendiam, essencialmente, os 
interesses da nobreza feudal europeia, em de-
trimento aos direitos conquistados pela classe 
burguesa durante o fim do século XV.
8. (FUVEST – SP) Observe a gravura.
A gravura ilustra o interior de uma catedral católica 
na Antuérpia e representa um importante desdo-
bramento sociocultural da Reforma Protestante. 
A partir da imagem e de seus conhecimentos,
Beeldenstorm (1566). Jan Luyken, 1677-1679, Rijksmuseum, Amsterdã 
(271 × 349 mm).
a) identifique o tema da imagem.
 
b) aponte a abrangência social da Reforma.
c) cite dois princípios da Reforma que permitem 
compreender os fatos representados na imagem.
9. (UNICAMP – SP) 
“Na formação das monarquias confessionais da Épo-
ca Moderna houve reforço das identidades territoriais, 
em função de critérios de caráter religioso ou confessio-
nal. Simultaneamente, houve uma progressiva incorpora-
ção da Igreja ao corpo do Estado, através de medidas de 
caráter patrimonial e jurisdicional que procuravam uma 
maior sujeição das estruturas e agentes eclesiásticos ao 
poder do príncipe. Na busca pela homogeneização da fé 
dentro de um território político, a Igreja cumpria também 
papel fundamental na formação do Estado moderno por 
meio de seus mecanismos de disciplinamento social dos 
comportamentos.” 
Adaptado de Frederico Palomo, A Contra-Reforma em Portugal, 1540-1700. 
Lisboa: Livros Horizonte, 2006, p. 52.
Considerando o texto acima e seus conhecimen-
tos sobre a Europa Moderna, assinale a alternativa 
correta.
243243
História
Livro de atividades
COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NA AMÉRICA
10. (ESPM – SP) 
Quem vir na escuridade da noite aquelas fornalhas 
tremendas perpetuamente ardentes, o ruído das rodas, 
das cadeias, da gente toda da cor da mesma noite, tra-
balhando vivamente, e gemendo tudo ao mesmo tempo 
sem momento de tréguas, nem de descanso; quem vir 
enfim toda a máquina e aparato confuso e estrondoso 
daquela Babilônia, não poderá duvidar, ainda que tenha 
visto Etnas e Vesúvios, que é uma semelhança de inferno.
Padre Antonio Vieira. Citado por Lilia Schwarcz e Heloisa Starling in 
Brasil uma Biografia.
A leitura do trecho deve ser relacionada com:
a) o trabalho indígena na extração do pau-brasil.
b) o trabalho indígena na lavoura da cana-de-açúcar.
c) o trabalho de escravos negros africanos no en-
genho de cana-de-açúcar.
d) o trabalho de escravos negros africanos no ga-
rimpo, na mineração.
e) o trabalho de imigrantes italianos na lavoura ca-
feeira.
11. (UNICAMP – SP) 
Na América Portuguesa do século XVI, a política euro-
peia para os indígenas pressupunha também a existência 
de uma política indígena frente aos europeus, já que os 
Tamoios e os Tupiniquins tinham seus próprios motivos 
para se aliarem aos franceses ou aos portugueses.
Adaptado de Manuela Carneiro da Cunha, Introdução a uma história 
indígena. São Paulo: Companhia das Letras/Fapesp, 1992, p. 18.
Com base no excerto e nos seus conhecimentos 
sobre os primeiros contatos entre europeus e indí-
genas no Brasil, assinale a alternativa correta.
a) A população ameríndia era heterogênea e os 
conflitos entre diferentes grupos étnicos ajuda-
ram a definir, de acordo com suas próprias lógi-
cas e interesses, a dinâmica dos seus contatos 
com os europeus.
b) O fato de Tamoios e Tupiniquins serem grupos 
aliados contribuiu para neutralizar as disputas 
entre franceses e portugueses pelo controle doBrasil, pelo papel mediador que os nativos exer-
ciam.
c) Os indígenas, agentes de sua história, desde 
cedo souberam explorar as rivalidades entre os 
europeus e mantê-los afastados dos seus con-
flitos interétnicos, anulando o impacto da pre-
sença portuguesa.
d) As etnias indígenas viviam em harmonia umas 
com as outras e em equilíbrio com a natureza. 
Esse quadro foi alterado com a chegada dos eu-
ropeus, que passaram a incentivar os conflitos 
interétnicos para estabelecer o domínio colonial.
12. (MACKENZIE – SP) 
O resto empório das douradas Minas
Por mim o falará: quando mais finas
Se derramam as lágrimas no imposto
Clama o desgosto de um país decadente.
Cláudio Manoel da Costa.
O intelectual e advogado, autor da poesia acima, foi 
um dos integrantes da mais importante revolta co-
lonial brasileira, conhecida como Inconfidência Mi-
neira. Sobre esse movimento podemos afirmar que:
a) era de natureza nativista e influenciado pelos 
discursos iluministas. Buscava a proclamação 
da república, que teria Ouro Preto como capital, 
também o perdão de todas as dívidas para com 
a Fazenda Real.
b) manifestava-se contra os rigores da política fis-
cal metropolitana sobre a Capitania das Minas, 
exercida através da Casa de Contratação, e ins-
pirava-se nos ideais revolucionários franceses.
c) visava à independência econômica e à política 
da Colônia. O levante foi deflagrado quando se 
exigiu o pagamento dos impostos atrasados 
pelas Casas de Fundição em todo o país.
a) Cada monarquia confessional adotou uma 
identidade religiosa e medidas repressivas em 
relação às dissidências religiosas que poderiam 
ameaçar tal unidade.
b) Monarquias confessionais são aquelas uni-
dades políticas nas quais havia a convivência 
pacífica de duas ou mais confissões religiosas, 
num mesmo território.
c) São consideradas monarquias confessionais os 
territórios protestantes que se mostravam mais 
propícios ao desenvolvimento do capitalismo co-
mercial, tornando-se, assim, nações enriquecidas.
d) Em seus territórios, as monarquias confessio-
nais contavam com a instituição do Tribunal do 
Santo Ofício da Inquisição, uma forma de con-
trolar culturalmente as religiões politeístas.
244244 3ª. série
d) era de caráter nacionalista, visando à indepen-
dência da Colônia e ao rompimento dos laços 
com a metrópole, com o livre direito de implan-
tação de manufaturas nas capitanias e ao co-
mércio exterior.
e) foi ideologicamente influenciado pelos princí-
pios iluministas, divulgados em Minas por uma 
elite intelectual e acolhidos pela população lo-
cal, devido à crise econômica.
13. (PUC-SP) 
A presença africana está de tal maneira mesclada a 
formas de ser, fazer e viver europeias e ameríndias, que 
é difícil distinguir o que é puramente africano. O que é 
certo é que os nossos antepassados africanos trouxe-
ram para o Brasil os conhecimentos e as técnicas que 
desenvolveram ao longo dos séculos.
Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos. 
Rio de Janeiro: Agir, 2008, p. 154-155.
Entre os conhecimentos citados no texto, é correto 
citar:
a) técnicas de navegação, como o barco a vela, e 
o desenvolvimento do sistema de irrigação por 
canaletas.
b) técnicas de preparação do solo, como as chi-
nampas, e o domínio da escrita pictográfica.
c) técnicas de cultivo, como a coivara, e a edifica-
ção de grandes obras, como as pirâmides.
d) técnicas de extração de metais nobres, como o 
ouro, e o cultivo do quiabo e do dendê.
14. (UFJF – MG) Com as grandes navegações, portu-
gueses e espanhóis cruzaram o oceano Atlântico 
chegando ao continente americano, a que denomi-
naram Novo Mundo. Nessas terras, estabeleceram 
colônias que ficaram conhecidas como América 
portuguesa e América espanhola. Acerca da colo-
nização nesses dois territórios, assinale a alternati-
va CORRETA:
a) Na América portuguesa as riquezas encontra-
das no início da colonização foram ouro, prata 
e pedras preciosas, o que levou a coroa a se 
posicionar favoravelmente à exploração do ter-
ritório encontrado.
b) Na América espanhola o início da colonização 
foi marcado pelo estabelecimento de feitorias 
– entrepostos comerciais que armazenavam 
mercadorias, alimentos, armas – que se espa-
lhavam pela costa.
c) Sob ameaça de invasão estrangeira, foi estabe-
lecido na América espanhola um sistema admi-
nistrativo centralizado e uma política de povoa-
mento pautada na plantation açucareira.
d) Para a administração da América portuguesa, 
inicialmente foram estabelecidas as capitanias 
hereditárias, que fracassaram, sendo criadas, 
posteriormente, o governo-geral e as câmaras 
municipais.
e) Tanto na América portuguesa quanto na Améri-
ca espanhola, durante todo o processo de colo-
nização, o contato com as populações nativas 
foi pacífico, baseado exclusivamente em diplo-
macia e negociações.
15. (UNIMONTES – MG) Considerando seus conhecimen-
tos acerca dos processos de miscigenação na 
América Portuguesa de modo geral, analise as afir-
mativas a seguir e marque C para as corretas e I, 
para as incorretas:
( ) Os grupamentos de povos autóctones foram in-
tegrados à cultura branca e cristã dos coloniza-
dores, provocando o desaparecimento de seus 
traços étnicos na população brasileira atual.
( ) A proteção oferecida em aldeamentos e mis-
sões religiosas contribuiu para a preservação 
da cultura indígena nas capitanias da Bahia, do 
Rio de Janeiro, de São Vicente e de Minas.
( ) O reconhecimento da existência de comuni-
dades quilombolas e a sua integração com as 
comunidades circunvizinhas não impediram as 
ações estatais de seu combate e tentativa de 
extermínio.
( ) As relações étnicas no Brasil foram construídas 
harmonicamente, especialmente no tocante 
aos negros e indígenas, o que inviabiliza a tese 
de uma dívida histórica com esses povos.
Assinale a alternativa que contém a sequência 
CORRETA, de cima para baixo:
a) C, I, C, I.
b) I, C, I, C.
c) I, I, C, I.
d) C, C, I, C.
16. (IFMG) 
Usando a tradição de ocupação da faixa litorânea, os 
portugueses fixaram alguns núcleos de ocupação e conhe-
cimento em toda área litorânea, criando as capitanias he-
reditárias. As capitanias hereditárias eram enormes faixas 
de terras que iam do litoral ao meridiano de Tordesilhas, 
entregues em forma de mercês aos capitães donatários, 
que não podiam vendê-las ou desmembrá-las, cabendo 
apenas ao Rei o poder de modificá-las ou excluí-las. 
STRAFORINI, 2008, p. 70
245245
História
Livro de atividades
O trecho do enunciado em destaque, faz uma rá-
pida narrativa do processo de formação territorial 
do Brasil. A partir do exposto pode-se inferir que:
a) o parágrafo apresenta as deliberações instituí-
das pela coroa portuguesa para a posse e efeti-
va ocupação do novo território.
b) ao analisarmos o fragmento acima, compreen-
de-se o caráter fortuito da ocupação portugue-
sa, visando minimizar possíveis conflitos com 
nativos.
c) a distribuição de terras pela coroa portuguesa, 
neste instante histórico, já apresentava as ba-
ses para o desenvolvimento econômico apoia-
do na produção da borracha.
d) durante o processo de formação do território 
brasileiro, houve por parte dos portugueses o 
fatiamento do território já dando-lhe os aspec-
tos de proporção e tamanho aproximados ao 
que se apresenta, nos dias atuais, como refor-
çado pelo fragmento de texto em destaque.
17. (ESPM – SP) 
Três monarcas governaram Portugal durante o século 
XVIII. O longo reinado de Dom João V cobriu a primeira 
metade do século, durante a qual fluíram grandes 
riquezas para Lisboa, vindas dos territórios brasileiros, 
a ‘vaca leiteira’ de Portugal, como tão pitorescamente 
descreveu o professor Charles Boxer o papel da 
América Portuguesa nesse período. Em 1750 Dom João 
V foi sucedido por seu filho Dom José I, cujo reinado 
se assinalou pela longa predominância do Marquês 
de Pombal nos assuntos de Estado e pelo reinado da 
devota, e mais tarde louca, Dona Maria I, que sucedeu 
ao seu pai em 1777. 
Kenneth Maxwell. Marquês de

Mais conteúdos dessa disciplina