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D o u t o r a G a b r i e l a d e C a s t r o P r a d o B i o m é d i c a – Tu t o r a e x t e r n a 4 º P E R Í O D O UNIDADE 1 DISCIPLINA DE HEMATOLOGIA E IMUNOLOGIA BÁSICA » UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA » TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS » TÓPICO 2 – SÉRIE ERITROCITÁRIA » TÓPICO 3 – SÉRIE LEUCOCITÁRIA » TÓPICO 4 – HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO » UNIDADE 2 – CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMUNOLOGIA BÁSICA » TÓPICO 1 – CONHECENDO O SISTEMA IMUNE: PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS IMUNES » TÓPICO 2 – APROFUNDANDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO » TÓPICO 3 – PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS ADAPTATIVAS » UNIDADE 3 – IMUNOLOGIA APLICADA » TÓPICO 1 – RESPOSTAS IMUNOLÓGICA AOS MICRORGANISMOS » TÓPICO 2 – HIPERSENSIBILIDADE E DOENÇAS AUTOIMUNES » TÓPICO 3 – IMUNOLOGIA E TRANSPLANTES »UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À HEMATOLOGIA BÁSICA »TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS »TÓPICO 2 – SÉRIE ERITROCITÁRIA »TÓPICO 3 – SÉRIE LEUCOCITÁRIA »TÓPICO 4 – HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS HEMATOLOGIA TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS FISIOLOGIA DO SISTEMA CIRCULATÓRIO TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS HEMATOPOESE ❖ A hematopoese é responsável pela produção de todas as células do sangue. ❖ Esse processo ocorre, inicialmente, durante o desenvolvimento fetal nas ilhotas sanguíneas do saco vitelino e no mesênquima para-aórtico; depois, durante o desenvolvimento fetal se deslocam para o fígado entre o terceiro e quarto mês de gestação e, finalmente, se localizam na medula óssea. ❖ A medula óssea é o sítio mais importante a partir do 6º e 7º mês de vida fetal. ❖ Após o nascimento, a hematopoese ocorre principalmente na medula dos ossos chatos, e na puberdade, no esterno, nas vértebras dos ossos chatos, no osso ilíaco e nas costelas. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS A hematopoese é um processo de produção, diferenciação e maturação das células sanguíneas, separados em: eritropoese, leucopoese e trombocitopoese. A hematopoese inicia-se com uma célula tronco pluripotente, do inglês, stem cell, também conhecida como célula tronco hematopoiética TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS As células-tronco podem ser classificadas, em função de sua origem, em embrionárias ou não embrionárias (células-tronco adultas e células-tronco de cordão umbilical) ou potencialidade, isto é, capacidade de diferenciação em totipotentes, pluripotentes e multipotentes. (NELSON et al., 2009) Totipotentes Pluripotente TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS Multipotente (NELSON et al., 2009) Pluripotente/ Multipotente TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS As células-tronco hematopoiéticas têm a capacidade de autorrenovação, ou seja, também podem se diferenciar em diversas populações de células progenitoras que darão origem às principais linhagens celulares. A diferenciação das células- tronco hematopoiéticas é estimulada por substâncias chamadas citocinas, também conhecidas como Fatores de Crescimento ou Fatores Estimuladores de Colônias (CSF), produzidos por células do estroma medular e extramedular. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS ÓRGÃOS HEMATOPOÉTICOS Os órgãos hematopoiéticos são órgãos responsáveis pela produção, diferenciação e maturação das células sanguíneas. Também são conhecidos como órgãos linfoides ou tecidos linfoides. Órgãos geradores ou órgãos linfoides primários Órgãos periféricos ou órgãos linfoides secundários Os órgãos linfoides primários são responsáveis pela produção das células, onde ocorre a diferenciação e maturação celular, e compreendem a medula óssea (responsável pela produção de todas as células sanguíneas) e o timo (responsável pela maturação dos linfócitos T). Os órgãos periféricos ou órgãos linfoides secundários são órgãos de defesa, onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são iniciadas, e incluem o baço, os linfonodos, o sistema imunológico cutâneo e o sistema imunológico das mucosas TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS MEDULA ÓSSEA Esse órgão é responsável pela produção de quase todas as células sanguíneas maduras circulantes, também é responsável pela maturação do linfócito B. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS TIMO Outro órgão linfoide primário é o timo, esse órgão é responsável pela maturação dos linfócitos T. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS BAÇO O baço tem um importante papel hematológico e imunológico, é o principal órgão onde iniciam as respostas imunológicas a antígenos provenientes do sangue. É dividido em dois tipos de tecidos esplênicos: a polpa branca, a qual tem uma função imunológica e contém células que medeiam as respostas imunológicas (linfócitos T e B); e a polpa vermelha, que tem função hematológica por destruir os eritrócitos velhos e danificados. Na polpa vermelha encontram-se muitas células como: eritrócitos, macrófagos, células dendríticas e plasmócitos TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS LINFONODOS Os órgãos linfoides secundários são os linfonodos. A pele, os epitélios e os órgãos contêm numerosos vasos linfáticos que absorvem e drenam o líquido (linfa) dos espaços entre as células dos tecidos e drenam para os linfonodos. Os linfonodos são órgãos encapsulados, vascularizados e estão conectados em série ao longo dos vasos linfáticos. A função de coletar os antígenos e entregar para os linfonodos é efetuada pelos vasos linfáticos TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS CÉLULAS SANGUÍNEAS MADURAS O sangue é composto por elementos celulares (também chamados de elementos figurados) e pelo plasma. Os elementos celulares, são divididos em três diferentes grupos: a série eritrocitária, a série leucocitária e a série plaquetária. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS A série eritrocitária ou vermelha é constituída pelos eritrócitos, que também são chamados de hemácias ou glóbulos vermelhos. São células anucleadas, de formato bicôncavo, constituídas por membrana plasmática e citoplasma. São as células em maior número no sangue e são responsáveis pelo transporte de gases como oxigênio e gás carbônico. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS A série leucocitária ou branca é constituída por diferentes células que são genericamente chamadas de leucócitos ou glóbulos brancos. Os leucócitos formam o grupo mais distinto de células sanguíneas, pois cada subtipo possui funções especificas e, em conjunto com outras células, desempenham o papel de defesa imunológica do organismo. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS A série plaquetária, por sua vez, é constituída pelas plaquetas ou trombócitos e desempenham um papel fundamental na coagulação sanguínea. As plaquetas são pequenos fragmentos citoplasmáticos anucleados, derivados de células grandes chamado de megacariócitos presentes na medula óssea. Sua principal função é fazer parte da hemostasia (equilíbrio sanguíneo), trombose e coagulação sanguínea TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS Você sabe como podemos observar essas células? Existe um exame bem simples, mas de extrema importância, que se chama esfregaço sanguíneo. A avaliação do esfregaço sanguíneo, do sangue periférico, permite análises qualitativas e quantitativas das três diferentes linhagens celulares: glóbulos vermelhos, eritrócitos ou hemácias; glóbulos brancos ou leucócitos; e plaquetas ou trombócitos. É uma técnica que permite a separação de células em meio líquido. Essa técnica faz parte do hemograma, e, se bem executada, torna o hemograma confiável. TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS https://youtu.be/fPlGzgka_So https://youtu.be/fPlGzgka_So TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS TÓPICO 1 – INTRODUÇÃO ÀS CÉLULAS SANGUÍNEAS https://youtu.be/BFY82pX85VU https://youtu.be/BFY82pX85VU TÓPICO2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA A série vermelha é composta pelas células anucleadas, denominadas de hemácias, eritrócitos ou glóbulos vermelhos. São as células mais numerosas do sangue e sua quantidade pode variar de acordo com a idade e o sexo, localizam-se, em condições fisiológicas, no interior dos vasos sanguíneos e são ricas em hemoglobina. TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA ERITROPOESE A produção desses glóbulos vermelhos, pelo organismo é denominado eritropoese. As hemácias são as células mais numerosas no sangue, a medula óssea normal produz em média, de 400 a 500 mL de hemácias a cada 30 dias. TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIAOs reticulócitos são células maiores que as hemácias, retendo no citoplasma traços de basofilia, dando uma coloração de policromatofilia. A eritropoese é regulada por um hormônio chamado de eritropoetina (EPO), produzido em 90% por células renais e 10% por células do fígado, sendo esse o principal fator de crescimento que regula a eritropoese. A produção deficiente da EPO pode estar relacionada com algumas doenças, por exemplo, as anemias, as quais iremos apresentar no decorrer deste tópico. Além da estimulação da EPO, outros fatores também são necessários para a eritropoese, como: ferro, ácido fólico, vitamina B12 e hemoglobina TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA CARACTERÍSTICAS E FUNÇÃO DAS HEMÁCIAS As hemácias são células anucleadas, com formato de disco bicôncavo, que medem cerca de 7,5 a 8,0 µm de diâmetro A membrana do eritrócito em excesso permite que a célula altere sua forma na passagem pelos capilares, sem sofrer distensão ou rotura, e lhe confere o formato bicôncavo Os eritrócitos têm vida média de 120 dias na circulação, ao final desse processo suas membranas se tornam frágeis e as hemácias velhas são removidas da circulação. A contagem dos eritrócitos e a observação da sua morfologia são realizados através de técnicas laboratoriais TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA A principal função dos eritrócitos é o transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos, mantendo a perfusão tissular adequada, e de transportar o gás carbônico dos tecidos aos pulmões. A hemoglobina, principal proteína das hemácias (cerca de 95%), é responsável por essas funções. TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA HEMOGLOBINAS HUMANAS A hemoglobina é uma metaloproteína, formada por globina e grupamento heme. O heme é o resultado da combinação de um átomo de ferro com uma molécula de porfirina. A hemoglobina é o principal componente das hemácias cada hemácia contém cerca de 640 milhões de moléculas de hemoglobina. A hemoglobina é constituída por um arranjo de quatro cadeias: alfa (metade das cadeias) e a outra metade (beta, delta ou gama) TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIAA principal função da hemoglobina é o transporte de oxigênio (artérias) e gás carbônico (veias), permitindo as trocas gasosas necessárias ao metabolismo orgânico. Cada molécula de hemoglobina fixa 4 moléculas de oxigênio ao ferro e constitui a oxihemoglobina. No transporte de gás carbônico, a hemoglobina fixa o gás carbônico sobre ligamentos aminados laterais da globina, constituindo a carbaminohemoglobina. A concentração normal de hemoglobina em um indivíduo adulto é de 14 a 18 g/dL para homens; 11 a 16 g/dL para mulheres; crianças de 6 a 12 anos 11,5 a 15,5 g/dL TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA➢ O ferro é um dos elementos mais comuns que podemos encontrar na superfície da Terra, mesmo assim, sua deficiência é a causa mais comum de anemia. ➢ O ferro é obtido através da alimentação, um adulto saudável e bem nutrido contém de 3 a 4 gramas de ferro no organismo, distribuído sob a forma de hemoglobina (65%), como ferritina (proteína de reserva de ferro localizada no fígado) e hemossiderina (forma pigmentada de armazenamento de ferro) (29%), como mioglobina (4%), em diversas enzimas celulares ou livre no plasma sanguíneo (0,3%). ➢ O ferro é absorvido na mucosa do jejuno, após é liberado para a circulação onde se liga à transferrina (proteína que carreia o ferro). Quando há sobrecarga de ferro no organismo ocorre a diminuição de sua absorção, bem como armazenamento de ferro (ferritina ou de hemossiderina) nas células do sistema mononuclear fagocitário (da medula óssea, do baço e do fígado), no parênquima hepático e no músculo esquelético TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA ANEMIAS A anemia é definida como a diminuição da concentração de hemoglobina no sangue, de acordo com a idade e o sexo. A anemia é caracterizada por diminuição do hematócrito, da concentração da hemoglobina, ou da quantidade de hemácias por unidade de volume. O hematócrito é o percentual ocupado por eritrócitos no sangue, os valores variam de 40 a 50% para homens e 35 a 45% para as mulheres, sendo um dos principais indicadores na avaliação clínica dos indivíduos. Podemos diferenciar as anemias em: anemias verdadeiras e anemias relativas. TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA ALTERAÇÕES ERITROCITÁRIAS Diversas alterações nos eritrócitos podem ser encontradas em um exame hematológico e elas podem estar relacionadas a diversas doenças. ❖ ANISOCITOSE – alterações no tamanho; ❖ POUQUILOCITOSE – alterações na forma; ❖ ANISOCROMIA – alterações na coloração; Denomina-se anisocitose alterações no tamanho dos eritrócitos, e ocorre quando há presença de micrócitos (eritrócitos pequenos) e macrócitos (eritrócitos grandes). A anisocitose é uma característica da maioria das anemias, as quais podem ser classificadas em normocítica (presença de eritrócitos em tamanho normal), microcítica (presença de eritrócitos pequenos) e macrocítica (presença de eritrócitos grandes), a qual é determinado pelo valor do VCM (volume corpuscular médio), este parâmetro avalia o tamanho das hemácias (medido por unidade de fentolitro – fL) TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA A anisocromia (coloração ou grau de hemoglobinização diferentes nas hemácias) é outro parâmetro importante relacionado às anemias, que podem variar entre hipocromia, normocromia, hipercromia e policromasia. O termo normocromia refere-se à coloração normal das hemácias, róseo com uma zona central clara, observando a concavidade da célula, significando que essas hemácias possuem a quantidade normal de hemoglobina. TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA HIPERCROMIA HIPOCROMIA TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA Outro parâmetro importante observado na classificação morfológica das anemias é a presença de poiquilócitos no sangue (hemácias de formas anormais), caracterizando a poiquilocitose. Podemos identificar a pouquilocitose em um exame laboratorial, quando há presença dessas células em 25% ou mais da contagem total de hemácias. TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA Esferócitos Eliptócitos/ ovalócitos TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA Condrócitos Dacriócitos TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA Os eritrócitos podem, ainda, apresentar inclusões devido à presença de remanescentes do material nuclear ou de mitocôndrias, ou à presença de microrganismos no seu interior. a) Corpúsculos de Howell-Jolly: são remanescentes de material nuclear presentes no interior dos eritrócitos, apresentam-se como pequenos, basofílicos e geralmente únicos. Normalmente aparecem em doenças falciformes. b) Pontilhado basófilo: são pequenas e numerosas inclusões contendo RNA dispersas no citoplasma dos eritrócitos, podem aparecer em anemias hemolíticas e megaloblásticas. c) Corpúsculos de Pappenheimer: refere-se a inclusões basofílicas, pequenas, compostas de hemossiderina. Estão presentes em casos de sobrecarga de ferro. d) Anéis de Cabot: referem-se a restos nucleares semelhantes a anéis azulados que podem ser observados nas anemias megaloblásticas, nas anemias hemolíticas e após esplenectomia. TÓPICO 2 - SÉRIE ERITROCITÁRIA TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA A série leucocitária é o grupo mais heterogêneo de células sanguínease diferem tanto do ponto de vista morfológico quanto fisiológico. Os leucócitos ou glóbulos brancos são células de defesa do nosso organismo, combatendo micro- organismos invasores (bactérias, vírus, fungos, parasitas), pois são células capazes de migrar para os locais onde a sua ação seja necessária. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Os leucócitos são divididos em dois grupos: granulócitos (neutrófilos, eosinófilos e basófilos) e agranulócitos (monócitos e linfócitos). O granulócitos apresentam granulações no citoplasma, com núcleo multiforme e segmentado; já os agranulocitos possuem o citoplasma mais homogêneo, núcleo único e uniforme. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA LEUCOPOESE A leucopoese divide-se em granulopoese: onde ocorre a formação dos neutrófilos, eosinófilos e basófilos; monocitopoese: onde ocorre a formação dos monócitos e; linfopoese: onde ocorre a formação dos linfócitos e as células NK – Natural killer. A síntese dessas células depende de citocinas e fatores estimuladores de crescimento de colônias. GRANULÓCITOS Granulócitos é o nome genérico dado às células sanguíneas que contêm grânulos no seu citoplasma, ou seja, os neutrófilos, eosinófilos e basófilos. GRANULOPOESE TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Os neutrófilos possuem grande importância para a defesa do organismo, sendo as células mais numerosas do sangue periférico. O neutrófilo maduro possui de 3 a 4 lóbulos, cromatina densa, citoplasma abundante com grânulos finos que ajudam na degradação do patógeno. Possui a característica de ser uma célula fagocitária, sendo importante na eliminação de bactérias e fungos. - A sobrevida dos neutrófilos no sangue é de 6 a 10 horas, quando recrutados para locais de inflamações essas células aumentam sua concentração plasmática em 4 a 5 vezes, o que chamamos de neutrofilia. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Os eosinófilos são células semelhantes aos neutrófilos, exceto pelos grânulos citoplasmáticos maiores e de cor avermelhada-alaranjada, quando corados. São na maioria das vezes bilobulados, com cromatina densa e constituem de 1-6% dos leucócitos do sangue. - Atuam no sistema imunológico na defesa contra parasitas helmínticos e nos mecanismos de alergia, como asma, nesses casos essas células encontram-se em concentrações aumentadas, caracterizando uma eosinofilia. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Os basófilos são os leucócitos menos numerosos na corrente sanguínea, correspondendo a 1% do total dos leucócitos. Possuem núcleo arredondado obscurecido por grânulos de coloração azul escuro ou roxo. Participam de processos alérgicos com a função de liberação de histamina e heparina. A liberação de heparina no local da invasão de patógenos evita a formação de coágulos, permitindo a fácil penetração dos neutrófilos nessa área. Já a liberação de histamina no local da inflamação produz vasodilatação, aumentando o diâmetro dos vasos capilares, facilitando a migração dos neutrófilos. Quando essas células chegam aos tecidos elas transformam-se em mastócitos. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA MONÓCITOS A monocitopoese é a síntese dos monócitos, a qual começa por uma célula precursora chamada de monoblasto. Essa célula se diferencia em pró-monócito e posteriormente se divide em dois monócitos que passam a circular no sangue. Os monócitos são os maiores leucócitos, e possuem um núcleo grande, central e endentado; citoplasma abundante de coloração acinzentado ou azul claro. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Quando migram para os tecidos são chamados de macrófagos (células fagocitárias) e desempenham um papel muito importante no sistema imunológico contra os micro- organismos invasores, a fagocitose. No sangue os monócitos são células imaturas, quando necessário elas migram dos vasos sanguíneos no local da inflamação, adentram os tecidos e terminam sua maturação se transformando em macrófagos teciduais. Embora os macrófagos se distribuam por todo o organismo, existe uma maior concentração dessas células no fígado (células de Kupffer); baço; pulmões (macrófagos alveolares); sistema nervoso central (micróglia); e ossos (osteoclastos). TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA LINFÓCITOS A linfopoese é a síntese de linfócitos, os quais são produzidos nos tecidos linfoides e estão em menor quantidade nos tecidos hematopoiéticos da medula óssea. A célula precursora da síntese dos linfócitos é o linfoblasto, que se diferencia em pró-linfócito, para então se diferenciar em linfócito, com citoplasma escasso e basofílico (roxo), núcleo com cromatina condensada. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Os linfócitos B maturam na medula óssea e circulam na corrente sanguínea até adquirirem reconhecimento de antígenos, quando ativados se diferenciam em plasmócitos, que são células produtoras de anticorpos e terão grande importância na resposta imunológica humoral. Já os linfócitos T, maturam no órgão linfoide timo, nesse órgão o linfócito T vai adquirir a sua competência funcional, que é capacidade de reconhecer os diferentes antígenos e controlar a produção de anticorpos pelo sistema de defesa. Os linfócitos B tem um importante papel na imunidade humoral, já os linfócitos T são as principais células efetoras da imunidade celular, tem uma importante função no sistema imune, que é o reconhecimento de antígenos por células apresentadoras de antígenos, há dois tipos de célula T; a célula T CD4+ (Auxiliar ou Helper) e a célula T CD8+ (Citotóxico), ambas com papéis importantes na resposta imunológica, que serão aprofundados mais adiante. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA PRINCIPAIS ALTERAÇÕES LEUCOCITÁRIAS Os leucócitos podem apresentar alterações leucocitárias reacionais (devido a processos de infecções virais, infecções bacterianas, uso de alguns medicamentos), ou alterações hereditárias. a) Anomalia de Pelger-Huët: trata-se de uma alteração hereditária, uma anomalia incomum, sem significado clínico, leucócitos com dois lobos. b) Anomalia de May-Hegglin: trata-se de uma alteração hereditária, os neutrófilos contem inclusões basófilas de RNA. c) Granulações tóxicas: pequenas formações em grânulos que aparecem no citoplasma dos neutrófilos, normalmente aparecem em casos de infecções bacterianas. d) Vacuolização citoplasmática: ocorrência em processos bacterianos, trata-se de pequenos espaços circulares brancos, no citoplasma. e) Corpúsculo de Dohle: são pequenas áreas de citoplasma, redondas ou ovais, que se coram em azul suave, ocorrem em processos bacterianos. f) Linfócitos atípicos: ocorrência em infecções virais, são linfócitos ativados ou reativos que participam ativamente da resposta imune. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Ocorrência em infecções virais, são linfócitos ativados ou reativos que participam ativamente da resposta imune. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIALEUCEMIAS As leucemias são um tipo de câncer que afeta o sistema hematopoiético. Seu início acontece por uma mutação em uma única célula precursora na medula óssea, a qual pode ocorrer por diferentes agentes causadores, como substâncias químicas, radiação, tabagismo etc. As leucemias são divididas de duas formas. A primeira é de acordo com a linhagem afetada, podendo ser mieloide (quando afeta eritrócitos, granulócitos e plaquetas) ou linfoide (quando envolve linfócitos). A segunda divisão é de acordo com a maturação da célula afetada, podendo ser agudas ou crônicas. Leucemia Mieloide Aguda (LMA) Leucemia Mieloide Crônica (LMC) Leucemia Linfoide Aguda (LLA) Leucemia Linfoide Crônica (LLC) TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Nas leucemias agudas, a célula precursora mutada (chamada blasto leucêmico) adquire duas características importantes: a capacidade de se dividir de forma descontrolada, dando origem a novas células alteradas, e a incapacidade de se diferenciar em células sanguíneas maduras normais. Como resultado, essas células alteradas se acumulam em grande quantidadena medula óssea e chegam a atingir o sangue periférico. Uma vez na corrente sanguínea, as células leucêmicas podem invadir outros tecidos, como o fígado e o baço, e causar metástase (surgimento de um câncer em um tecido que não deu origem ao tumor) TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA As leucemias crônicas afetam células precursoras que mantêm a capacidade de maturação, ou seja, essas células afetadas conseguem se diferenciar em células maduras. Porém, apesar de as células leucêmicas terem um aspecto maduro, elas perdem a sua funcionalidade e não conseguem desempenhar sua função no organismo. TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIALINFOMAS O linfoma acontece quando os linfócitos e seus precursores que moram no sistema linfático, e que deveriam nos proteger contra as bactérias, vírus, dentre outros perigos, se transformam em malignos, crescendo de forma descontrolada e “contaminando” o sistema linfático. Eles são divididos em 2 tipos: linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma não-Hodgkin (LNH), Qual a diferença entre linfoma de hodgkin e não Hodgkin? Ambos os linfomas apresentam comportamentos, sinais e graus de agressividade diferentes. A principal diferença está nas células doentes: o LH é caracterizado pela presença de células grandes e facilmente identificáveis no linfonodo acometido, conhecidas como células de Reed-Sternberg. Já o LNH não tem um tipo celular característico. FONTE: ABRALE TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA O linfoma de Hodgkin (LH) surge quando os linfócitos ou os seus precursores que moram no sistema linfático, e que deveriam nos proteger contra as bactérias, vírus, dentre outros perigos, se transformam então em uma célula maligna, chamada de célula de Reed-Sternberg. A presença da célula de Reed-Sternberg é que desencadeia uma reação inflamatória. E então ela passa a ser rodeada de diferentes tipos de células normais de defesa. Esse aglomerado, com essa mistura de células malignas e normais, é que forma a massa tumoral. Como o tecido linfoide está presente em muitas partes do corpo, o linfoma de Hodgkin pode começar em qualquer local. Porém, o mais frequente é aparecerem gânglios linfáticos presentes no tórax, pescoço e axilas. Normalmente acomete mais jovens adultos entre 25 e 30 anos. FONTE: ABRALE TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA Os linfomas não-Hodgkin (LNH) são, de fato, um grupo complexo de mais de 80 tipos distintos da doença. Após o diagnóstico, a doença é classificada de acordo com o tipo de linfoma e o estágio em que se encontra (extensão). Eles são agrupados de acordo com o tipo de célula linfoide afetada, se linfócitos B ou T. E para sua classificação, também são considerados o tamanho, a forma e o padrão de apresentação ao microscópio. Essas informações são importantes para selecionar adequadamente a forma de tratamento. Podem surgir em diferentes partes do corpo e representam 80% dos casos de linfoma. FONTE: ABRALE TÓPICO 3 - SÉRIE LEUCOCITÁRIA TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO Denominamos hemostasia o equilíbrio entre mecanismos pró-coagulantes e anticoagulantes, associados a fibrinólise. O bloqueio de uma hemorragia, envolve diversos fatores vasculares, plaquetas e plasma. As células responsáveis pela hemostasia, trombose e coagulação sanguínea, conhecidas como plaquetas ou trombócitos. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO PLAQUETAS E TROMBOCITOPOESE As plaquetas ou trombócitos são fragmentos citoplasmáticos formadas a partir de uma célula gigante medular chamada de megacariócito e não possuem núcleo. Seu tamanho pode variar de um indivíduo para outro, sendo de aproximadamente 2,9 a 4,3 µm, e espessura entre 0,6 e 1,2 µm. No esfregaço sanguíneo apresenta-se como uma célula arredondada ou ovoide, citoplasma azul-claro com grânulos vermelho-purpúreos homogeneamente distribuídos. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO Os valores de referência é 250.000 plaquetas a cada µL sangue (limites de 150.000/µL a 400.000/µL); em média as plaquetas sobrevivem de 7 a 10 dias. A função das plaquetas está relacionada com a manutenção e integridade vascular, na formação do tampão plaquetário e na estabilização da hemostasia. As plaquetas são fundamentais aos processos de interrupção da perda sanguínea (hemorragia), da formação e da retração do coágulo. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO A trombocitopoese é a síntese das plaquetas, sendo estimulada pela trombopoetina. As plaquetas são fragmentos dos megacariócitos, cada um pode formar de 2 a 3 mil plaquetas. A célula precursora da síntese da trombocitopoese é o megacarioblasto, após a célula se diferencia em pró-megacariócito, e por fim se diferencia em megacariócito; que possui citoplasma granuloso e acidófilo, núcleo polilobulado (4 a 8 lobos), ocorre demarcação do citoplasma para produção das plaquetas e presença de plaquetas agrupadas na zona marginal. HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO Hemostasia é o equilíbrio entre mecanismos pró- coagulantes e anticoagulantes, ou seja, a resposta hemostática normal ao dano vascular depende da interação entre a parede do vaso, as plaquetas circulantes e os fatores de coagulação sanguínea. A Figura 26 exemplifica todos os eventos envolvidos, desde o dano vascular até o tampão hemostático estável, neste tópico iremos estudar esses importantes eventos, que fazem parte da hemostasia e coagulação. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO A hemostasia é realizada através da combinação de três processos: - Hemostasia primária (onde ocorre a contração dos vasos e a adesão e coagulação plaquetária); - Hemostasia secundária (onde ocorrem as vias de cascata de coagulação); - Fibrinólise (onde ocorre a hemostasia definitiva). - Os componentes do sistema hemostático são: os vasos sanguíneos (endotélio), as plaquetas, as proteínas da coagulação (fatores), os anticoagulantes naturais (TFPI, Proteína C, Proteína S, Antitrombina) e as proteínas do Sistema Fibrinolítico. O processo inicial da coagulação é desencadeado pela lesão vascular, chama-se de hemostasia primária. Imediatamente inicia-se a vasoconstrição, que é a formação da rolha/tampão hemostática primária, onde ocorrerá a ação de mediadores endoteliais pró-coagulantes, como: Fator Tecidual, Fator de von Willebrand (VWF) e inibidor do ativador do plasminogênio (PAI-1). Na hemostasia primária tem a participação das plaquetas, dos vasos sanguíneos e das células endoteliais TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO A formação da rolha/tampão hemostático primário, vai depender de alguns fatores: 1º Adesão plaquetária: fixação de plaquetas a superfícies não plaquetárias; 2º Atividade secretora: liberação de substâncias contidas nos grânulos densos e alfa. 3º Agregação plaquetária: fixação de plaquetas ativadas a uma outra plaqueta. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO A hemostasia secundária é caracterizada pela coagulação, irá ocorrer a ativação dos fatores de coagulação através da conversão da pró-trombina em trombina; a trombina converte fibrinogênio (solúvel) em fibrina (insolúvel). Os fatores de coagulação são identificados por número romanos, incluindo 10 fatores. A via da coagulação do sangue iniciada pelo fator tecidual (TF) na superfície da célula. - Quando o plasma entra em contato com o TF, o fator VII liga-se ao TF. - O complexo TF e VII ativado (VIIa) ativa X e IX. - O inibidor da via TF (TFPI) é um inibidor importante de TF/VIIa. O complexo VIIIa e IX a amplia muito a produção de Xa a partir de X. - A geração de trombina a partir de protrombina pela ação do complexo Xa-Va conduz a formação de fibrina. - A trombina também ativa XI (linha pontilhada), V e XIII. - A trombina separa VIII do seu carreador fator von Willebrand (VWF), aumentando muito a formação de VIIIaIXa e, assim, de Xa-Va TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO Na Figura 28 podemos observar como ocorre a cascata da coagulação, onde em verde-claro representa as serino- proteases; e em amarelo, os cofatores. TÓPICO 4 - HEMOSTASIAE COAGULAÇÃO FIBRINÓLISE - Em condições normais, os vasos sanguíneos devem constituir um sistema não trombogênico capaz de desencadear os processos que iniciem a coagulação e que, após a recuperação da lesão anatômica, possam remover o coágulo (fibrina estável) e restabelecer a circulação local (fibrinólise). TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO https://youtu.be/e4cQw70owYA https://youtu.be/e4cQw70owYA TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA Os distúrbios da hemostasia abrangem diversas condições clínicas, podendo ser de gravidade variável em diversos locais do corpo. Podem ser classificadas em congênitas e adquiridas, dividindo-se em distúrbios vasculares e plaquetários (hemostasia primária); e distúrbios da coagulação (hemostasia secundária). TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO Alterações na hemostasia primária caracterizam por doenças hemorrágicas chamadas de púrpuras; já as alterações na hemostasia secundária caracterizamse pelas doenças hemorrágicas denominadas de coagulopatias TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO DISTÚRBIOS NA HEMOSTASIA PRIMÁRIA Os distúrbios vasculares ocorrem quando há um extravasamento espontâneo de sangue, por defeitos nos vasos ou no tecido conectivo, geralmente não é grave, e nos exames de triagem aparecem normais. As manifestações clínicas são: petéquias (pequenos pontos vermelhos no corpo, causado por uma pequena hemorragia de vasos), equimoses (hematomas subcutâneos), sangramento nas mucosas. Podemos dividir os distúrbios vasculares em: distúrbios vasculares hereditários: teleangiecstasia (vasos capilares finos) hemorrágica hereditária, doenças do tecido conectivo, hemangioma cavernoso gigante; e distúrbios vasculares adquiridos: equimose na mulher em idade fértil, púrpura da senilidade, púrpura associada a infecções, escorbuto, púrpura do uso de esteroides. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO DISTÚRBIOS NA HEMOSTASIA PRIMÁRIA Já os distúrbios plaquetários, que podem ser caudadas por menor produção de plaquetas, aumento de produção das plaquetas e defeito na função das plaquetas, são manifestados em algumas doenças como: trombocitopenia e púrpura cutânea. A PTI (Púrpura Trombocitopênica Idiopática) age de forma autoimune, pode ocorrer de forma aguda ou crônica, é considerada idiopática, mas pode estar relacionada a outras doenças (Lúpus, AIDS, Helicobacter pylori). A PTI crônica tem um início insidioso e com manifestações discretas (petéquias, equimoses, menorragia), os sangramentos só ocorrem em casos mais severos e o diagnóstico é realizado através da contagem de plaquetas que fica entre 10.000 e 100.000/µL. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO DISTÚRBIOS DA HEMOSTASIA SECUNDÁRIA (COAGULOPATIAS) A hemofilia A está relacionada a deficiência do fator VIII; enquanto que a hemofilia B está relacionada à deficiência do fator IX ou Christmas; e a doença de Von Willebrand (VWD) está relacionada à deficiência do fator VWD, essas são os distúrbios secundários mais frequentes, as outras doenças relacionadas a fatores de coagulação são mais raras. A hemofilia A, que é a mais comum das deficiências hereditárias e tem herança ligada ao sexo (cromossomo X). As manifestações clínicas incluem: hemorragias, hematomas musculares e hemartroses que podem levar a deformidades articulares, neuropatia, necrose isquêmica, e raramente, hemorragia intracerebral. O diagnóstico é realizado através de exames para diagnóstico dos distúrbios da coagulação, também são realizados testes genéticos para detecção de portadores de alterações gênicas e diagnóstico pré-natal em gestantes. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO A hemofilia B, ou Doença de Christmas, ocorre por deficiência do fato IX. As manifestações clínicas são idênticas à hemofilia A, diferencia-se na dosagem de fator IX. O tratamento ocorre de forma semelhante, porém o fator IX purificado tem maior sobrevida (dura mais tempo no organismo do paciente), levando o paciente a fazer menos infusões. TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO A Doença de Von Willebrand, por sua vez, atinge mais as mulheres e ocorre a diminuição do nível plasmático ou função anormal do fator vWF devido a uma mutação gênica. O fator vWF é sintetizado por células endoteliais e megacariócitos e tem duas funções principais: mediar a adesão das plaquetas ao subendotélio lesionado; e manter os níveis plasmáticos do fator VIII ao ligar-se a ele, retardando a sua degradação. As manifestações clínicas apresentadas são: sangramentos leves a moderados que variam com a intensidade da doença; hematomas; sangramentos menstruais prolongados; sangramentos nasais; sangramentos excessivos após pequenos cortes; gengivorragia; e equimoses. O diagnóstico da Doença de Von Willebrand é realizado através de exames laboratoriais, onde serão apresentados: teste de sangramento anormal; níveis de vWF e fator VIII baixos; TTPa prolongado; e agregação plaquetária defeituosa TÓPICO 4 - HEMOSTASIA E COAGULAÇÃO Canais de contato: 0800 642 5000 Ambiente Virtual de Aprendizagem Tutor Online