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CURSO DE VACINA 2018

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Curso de 
Atualização 
para o 
Trabalhador 
em Sala de 
Vacina 
 
MENSAGEM 
 
 
A Pessoa inteira é aquela que estabelece um contato significativo e profundo 
com o mundo em sua volta. 
Ela não só escuta a si mesma, como também de vozes de seu mundo. A extensão 
de sua própria experiência é infinitamente multiplicada pela empatia que sente 
em relação aos outros. Ela sofre com os infelizes e se alegra com os bem-
aventurados. Ela nasce a cada primavera e sente o impacto dos mistérios da 
vida: o nascimento, o crescimento, o amor, o sofrimento, a morte. Seu coração 
bate com os enamorados, a ela conhece a alegria que está com eles. Ela conhece 
também o desespero, a solidão dos que sofrem sem alívio; e os sinos, quando 
tocam, ressoam de maneira singular para ela. 
 
“Mesmo caminhando entre espinhos 
e com muitas pedras nos caminhos 
continue caminhando com coragem 
e confie no poder Daquele que é maior.” 
 
(Autor Desconhecido) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.frasescurtas.net/frases-de-bom-dia.html
LISTA DE SIGLAS 
AB Atenção Básica 
ACS Agente comunitário de Saúde 
Aids Síndrome da imunodeficiência adquirida 
Anvisa Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
BCG Bacillus Calmette-Guérin 
CADRHU Capacitação em desenvolvimento de Recursos Humanos de Saúde 
Cenepi Centro Nacional de Epidemiologia 
CES Conselho Estadual de Saúde 
CGPNI Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações 
CIB Comissão Intergestores Bipartite 
CIT Comissão Intergestores Tripartite 
Civip Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia 
CME Centro de material esterilizado 
CMS Conselho Municipal de Saúde 
Crie Centro de referência para imunobiológicos especiais 
CVE Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” 
DATASUS Departamento de Informática do SUS 
DIVEP Diretoria de Vigilância Epidemiológica 
DNA Ácido desoxirribonucleico 
DNES Divisão Nacional de Educação em Saúde 
DSEI Distrito de Saúde Indígena 
DST Doenças sexualmente transmissíveis 
DTP Vacina difteria, tétano e pertussis (tríplice bacteriana) 
EAPV Eventos adversos pós-vacinação 
EDUFBA Editora da Universidade Federal da Bahia 
EJA Educação de jovens e adultos 
EV Endovenosa 
EPI Equipamento de proteção individual 
ESF Equipe de Saúde da Família 
ESPJV Escola Politécnica Joaquim Venâncio 
FA Febre amarela 
Fiocruz Fundação Osvaldo Cruz 
FSP/USP Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo 
Funasa Fundação Nacional de Saúde 
GM Gabinete do Ministro 
Hib Haemophilus influenzae tipo B 
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
ID Intradérmica 
IDS Instituto para o Desenvolvimento da Saúde 
IM Intramuscular 
INCQS Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde 
ISC Instituto de Saúde Coletiva 
Mopece Módulos de princípios de epidemiologia para o controle de enfermidades 
MP Medida Provisória 
MS Ministério da Saúde 
OMS Organização Mundial da Saúde 
ONG Organização Não Governamental 
PAB Piso da Atenção Básica 
PACS Programa de agentes comunitários de Saúde 
PIB Produto Interno Bruto 
PNI Programa Nacional de Imunizações 
Proformar Programa de Formação de Agentes Locais de Vigilância em Saúde 
PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
Ripsa Rede interagencial de informações para a Saúde 
RSI Regulamento Sanitário Internacional 
SC Subcutânea 
SCR Vacina sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) 
SI-PNI/API Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações/Avaliação do 
Programa de Imunizações 
Sinasc Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos 
SNABS Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde 
SRC Síndrome da rubéola congênita 
SUS Sistema Único de Saúde 
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde 
UBS/SF Unidade Básica de Saúde/Saúde da Família 
UFBA Universidade Federal da Bahia 
Unicef Fundo das Nações Unidas para a Infância 
USP Universidade de São Paulo 
USF Unidade de Saúde da Família 
VEAPV Sistema Nacional de Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação 
°C Graus centígrados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Prefácio 07 
 
Apresentação 08 
 
Unidade 1. Um primeiro momento 09 
Texto nº 1 – O difícil facilitário do verbo ouvir 11 
 
Unidade 2. Condições de vida, condições de saúde 13 
Texto nº 2 – Entendendo o SUS 14 
Texto nº 3 – Saúde da Família e Vigilância em Saúde 19 
 
Unidade 3. Conhecendo mais sobre os 
Fatores que produzem “saúde” ou “não saúde” 21 
Texto nº 4 – Doenças transmissíveis e agentes causadores 22 
Texto nº 5 – Relações entre os seres vivos 26 
Texto nº 6 – Os defensores do corpo humano 31 
 
Unidade 4. Promovendo a saúde, prevenindo e 
Controlando doenças, agravos e situações de risco 33 
Texto nº 7 – Vacinação: responsabilidade, acolhimento e cuidado 35 
Texto nº 8 – Informações básicas para a prática em vacinação 38 
 
Unidade 5. Vacinação segura: qualidade das vacinas e da vacinação 43 
Texto nº 9 – Lavar as mãos 44 
Texto nº 10 – A conservação de vacinas na sala de vacinação 45 
Texto nº 11 – O lixo da sala de vacinação 50 
 
Unidade 6. Vacinação segura: preparando e administrando vacinas 52 
Texto nº 12 – Preparo e administração de vacinas e soros 53 
Texto nº 13 – Eventos adversos à vacinação 59 
 
Unidade 7. Planejando e avaliando a vacinação 61 
Texto nº 14 – Planejamento e vacinação 63 
Texto nº 15 – Estratégias de vacinação 67 
Texto nº 16 – Registro e arquivamento de informações na sala de vacinação 74 
Texto nº 17 – Oportunidades perdidas de vacinação 77 
Texto nº 18 – Avaliação da atividade de vacinação 79 
 
Unidade 8. Avaliando o curso 86 
 
Referências 86 
 
Equipe técnica 88 
 
11 
 
 
 
 
 
7 
PREFÁCIO 
 
Gostaria de parabenizar os Profissionais da Sala de Vacinação pela sua atuação e 
desenvolvimento do Serviço em Imunização do nosso Brasil e comprometimento com o seu 
profissionalismo. 
Esse curso é muito importante porque ele vai possibilitar que mantenhamos 
atualizados tecnicamente todos os Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem que 
trabalham em salas de vacinação. Essas pessoas diariamente lidam com várias vacinas. 
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) complexou-se introduzindo novas 
vacinas. Hoje em dia, vacinamos não apenas crianças, mas adolescentes, mulheres grávidas, 
idosos, portadores de doenças crônicas, ou seja, é necessária sempre uma atualização técnica 
muito grande para que cada profissional de cada sala de vacinação, de cada Unidade de Saúde 
tenha conhecimento técnico sobre a guarda, o manuseio, a aplicação, tire as dúvidas, acolha 
de maneira adequada as pessoas que procuram a vacina no Sistema Único de Saúde. 
As vacinas são, sem dúvida nenhuma, uma das intervenções em saúde pública de 
maior efetividade que demonstram um maior impacto na redução das mortes, das doenças e 
de tantas causas no Brasil e no mundo inteiro. As vacinas com a Vigilância foram 
responsáveis pela eliminação de doenças como a varíola, pela interrupção da transmissão da 
poliomielite, do sarampo autóctone, ou seja, as vacinas são uma das intervenções mais 
efetivas de saúde pública, sem nenhuma dúvida. E isso é reconhecido pela população 
brasileira. 
A população brasileira em várias pesquisas de opinião reconhece na ação de vacinação 
a ação mais importante realizada pelo Ministério da Saúde. Eu creio que a maneira da gente 
manter essa confiança da população é valorizando os profissionais de Saúde que trabalham 
nas salas de vacina, treinando e qualificando para que eles possam prestar, cada vez mais, um 
serviço melhor a nossa população. 
Eu espero que cada instrutor/multiplicador formado neste curso, ao chegar na sua 
USF, receba todo apoio da Secretaria Estadual de Saúde e das Secretarias Municipais de 
Saúde, para que o curso realmente se multiplique e a gente consiga chegar até aquela pessoa 
que lá na ponta, na sala de vacina, estáem contato diariamente com a nossa população, 
levando essa intervenção tão eficaz para garantir a saúde dos brasileiros. 
Parabéns a todos que participam do curso. Muito obrigado aos nossos parceiros do 
Instituto de Saúde Coletiva, da Universidade Federal da Bahia, e que esse curso possa se 
reproduzir em todo País e melhorar a qualidade do nosso PNI. 
 
Muito obrigado! 
Jarbas Barbosa da Silva Júnior 
 
 
 
 
1 Saudação aos formandos do 1º Curso de Aperfeiçoamento de Instrutores/Multiplicadores do Treinamento de Pessoal da 
Sala de Vacinação (Sessão de encerramento). Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (12/12/2012). 
 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
APRESENTAÇÃO 
 
É com satisfação que apresentamos esta nova edição, revista e atualizada, do 
MANUAL DO ALUNO, do Curso de Atualização para o Trabalhador da Sala de Vacinação, 
denominado anteriormente como Treinamento de Pessoal da Sala de Vacinação. 
O CURSO, portanto, é dirigido a VOCÊ, trabalhador da sala de vacinação. VOCÊ que 
é um dos grandes responsáveis pelo sucesso do Programa Nacional de Imunizações (PNI). 
Com o trabalho que VOCÊ realiza na sua unidade de Saúde, todos os dias, e também 
com a sua atuação nas atividades extramuros, especialmente em campanhas de vacinação, o 
Brasil já conseguiu várias vitórias, a exemplo: 
 
a) da certificação internacional da erradicação da varíola no Brasil, em 1973; 
b) da erradicação da transmissão do poliovírus selvagem, em 1989; e 
c) da certificação da eliminação da transmissão dos vírus endêmicos do sarampo e da 
rubéola e da síndrome da rubéola congênita (SRC) no País, em 2010. 
 
Além desses importantes resultados, o PNI mantém na rede de serviços do Sistema 
Único de Saúde (SUS) as vacinas indicadas nos três calendários de vacinação – da criança, do 
adolescente e do adulto/idoso – e também no calendário para a população indígena. O PNI 
tem crescido muito e vem incorporando novas vacinas e ampliando os grupos de população a 
vacinar. 
Daí a importância e a necessidade de criar oportunidades permanentes de capacitação 
para atualização e aperfeiçoamento do trabalhador da sala de vacinação. 
É assim que atualizar e aperfeiçoar são objetivos deste Curso, com a duração de uma 
semana (40 horas). Uma semana de troca de saberes e experiências sobre a saúde da 
população, com ênfase na proteção dada pelas vacinas. No decorrer desses cinco dias, a 
vacinação será focalizada quanto ao preparo, à conservação e à administração dos 
imunobiológicos, conforme calendários oficiais, além do planejamento, monitoramento e 
avaliação dessa atividade. 
Durante todo Curso VOCÊ contará com a ajuda do MONITOR que é o facilitador do 
desenvolvimento das atividades. Ao MONITOR cabe estimular o grupo de alunos para que 
tragam a sua vivência. 
Ele também ajuda a criar um ambiente de troca e intercâmbio, ao mesmo tempo em 
que reforça, modifica ou atualiza o conhecimento sobre vacinação. O MONITOR estimula o 
compartilhamento do saber e da experiência com o objetivo de promover o crescimento 
individual e do grupo para, assim, melhorar a qualidade da atividade de vacinação e, em 
consequência, a qualidade da atenção nas unidades básicas de Saúde. 
VOCÊ foi escolhido para integrar este grupo, aproveite então o privilégio. Participe! 
Dê a sua contribuição! Traga a sua experiência e o seu saber! 
Faça perguntas, questione. Siga as orientações do MONITOR. Realize as tarefas 
solicitadas. Leia os textos. Faça anotações. Peça ajuda, mas também colabore com os colegas 
e com o MONITOR. Lembre-se, também, que algumas informações aqui deste MANUAL 
podem ter mudado por ocasião do seu CURSO, por isso, pergunte, pergunte muito. Não 
guarde nenhuma dúvida! Tenha sempre em mente a unidade de Saúde e a sala de vacinação 
onde VOCÊ trabalha, a equipe da qual VOCÊ é parte e a população que precisa ser vacinada. 
E não esqueça, o que queremos, todos, é fazer a vacina chegar aos grupos que dela 
precisam, na idade correta e nas doses indicadas. 
Queremos, finalmente, que a vacina que VOCÊ aplica com qualidade e segurança 
contribua efetivamente para o controle, a eliminação ou a erradicação das doenças 
imunopreveníveis que estão sob vigilância. 
Bom CURSO! 
Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações 
 
9 
UNIDADE 1 
UM PRIMEIRO MOMENTO 
 
[...] Ouvir é um grande desafio. Desafio de abertura interior; de impulso na 
direção do próximo, de comunhão com ele, de aceitação dele como é e como 
pensa. Ouvir é proeza, ouvir é raridade. Ouvir é ato de sabedoria. [...] 
Arthur da Távola, 1991 
 
Objetivos 
 
1. Acolher os alunos. 
2. Promover a integração do grupo. 
3. Informar sobre o CURSO, seus objetivos, dinâmica de funcionamento e o método 
de trabalho. 
16 
Atividades 
 
1. Vamos nos apresentar? 
a) Quem somos? 
b) Como somos? 
 
2. Voltando às primeiras páginas deste Manual, vamos fazer a leitura da 
APRESENTAÇÃO. 
Após a leitura vamos estabelecer nossas regras de convivência aqui no CURSO, 
analisando as sugestões contidas na proposta do CONTRATO DE CONVIVÊNCIA 
apresentada a seguir. 
 
3. Depois, para ajudar a nossa participação no CURSO, vamos fazer a leitura do texto, 
conforme orientação do MONITOR: 
O difícil facilitário do verbo ouvir (Texto nº 1, p. 11). 
 
Contrato de convivência 
Hoje, estamos iniciando o CURSO DE ATUALIZAÇÃO PARA O TRABALHADOR 
DA SALA DE VACINAÇÃO. 
Um CURSO de 40 horas, com conteúdo complexo, denso e extenso, distribuído em 
oito unidades de estudos que se desdobram em várias atividades. 
Será uma semana de muito trabalho e de muito esforço para todos nós – ALUNOS e 
MONITOR. Para que alcancemos os resultados esperados, para que possamos usufruir ao 
máximo da convivência, do saber e da troca de experiências é importante que estejamos de 
acordo com relação a algumas regras de convivência. Direitos e deveres que devem ser 
conhecidos e respeitados por todos. 
Vamos, então, firmar um CONTRATO de acordo com os seguintes pontos: 
 
DIREITOS 
1. Receber o material instrucional MANUAL DO ALUNO e outros materiais 
utilizados durante o CURSO. 
2. Ter voz e participar ativamente das discussões no grupo, compartilhando saberes e 
experiências. 
3. Ser respeitado pelos colegas e pelo MONITOR. 
4. Ter atendida, por parte do MONITOR e dos colegas, solicitação de esclarecimento 
de dúvidas e de respostas a questionamentos. 
5. Fazer anotações e consultas a materiais de referência durante as atividades. 
 
10 
6. Ausentar-se do CURSO quando devidamente justificado, desde que não 
comprometa o cumprimento da carga horária mínima. 
7. Receber o certificado de participação, desde que tenha cumprido 90% da carga 
horária total do CURSO. 
 
DEVERES 
1. Manter-se ativo e participante nas atividades previstas, evitando a dispersão, 
conversas paralelas e tumultuar o processo do grupo. 
2. Seguir as orientações do MONITOR quanto ao desenvolvimento das atividades 
previstas. 
3. Respeitar os colegas e o MONITOR, contribuindo para o diálogo, a alegria e a 
harmonia, colocando-se no lugar do outro, sendo comedido na crítica e generoso no 
elogio. 
4. Apresentar-se de forma adequada ao contexto, em termos de vestuário, 
comportamentos, hábitos e posturas. 
5. Frequentar o CURSO conforme programação, cumprindo a carga horária mínima 
estabelecida (90%). 
6. Respeitar os horários preconizados, comunicando e justificando a ausência, com a 
antecedência mínima de 24 horas, quando da necessidade de ausentar-se ou de não 
comparecer ao CURSO. 
7. Garantir a manutenção da limpeza e a organização do espaço físico da sala de aula, 
participando da arrumação de materiais e equipamentos, organizando a fixação dos 
painéis com produtos do grupo nas paredes da sala etc. 
8. Colocar o celular no modo “silencioso” ou desligar, não atendendo ligações durante 
o período de atividades do CURSO.11 
TEXTO Nº 1 – O DIFÍCIL FACILITÁRIO DO VERBO OUVIR 
 
Arthur da Távola 
 
Um dos maiores problemas de comunicação, tanto a de massa como a interpessoal, é 
como o receptor – o outro – ouve o que o emissor – a pessoa – falou. 
Em uma mesma cena de telenovela, notícia de telejornal ou em um simples papo ou 
discussão, observo que a mesma frase permite diferentes níveis de entendimento. 
Na conversação dá-se o mesmo. Raras, raríssimas, são as pessoas que procuram ouvir 
exatamente o que a outra está dizendo. 
Diante desse quadro venho desenvolvendo uma série de observações e como ando 
bastante entusiasmado com a formulação delas, divido-as com o competente leitorado que, 
por certo, me ajudará me passando as pesquisas que tenha a respeito. 
 
Observe que: 
1. Em geral o receptor não ouve o que o outro fala: ele ouve o que o outro não está 
dizendo. 
2. O receptor não ouve o que o outro fala: ele ouve o que quer ouvir. 
3. O receptor não ouve o que o outro fala. Ele ouve o que já escutara antes e coloca o 
que o outro está falando naquilo que se acostumou a ouvir. 
4. O receptor não ouve o que o outro fala. Ele ouve o que imagina que o outro ia falar. 
5. Em uma discussão, em geral, os discutidores não ouvem o que o outro está falando. 
Eles ouvem quase que só o que estão pensando para dizer em seguida. 
6. O receptor não ouve o que o outro fala. Ele ouve o que gostaria ou de ouvir ou que o 
outro dissesse. 
7. A pessoa não ouve o que a outra fala. Ela ouve o que está sentindo. 
8. A pessoa não ouve o que a outra fala. Ela ouve o que já pensava a respeito daquilo 
que a outra está falando. 
9. A pessoa não ouve o que a outra está falando. Ela retira da fala da outra apenas as 
partes que tenham a ver com ela e a emocionem, agradem ou molestem. 
10. A pessoa não ouve o que a outra está falando. Ouve o que confirma ou rejeita o seu 
pensamento. Vale dizer, ela transforma o que a outra está falando em objeto de 
concordância ou discordância. 
11. A pessoa não ouve o que a outra está falando: ouve o que possa se adaptar ao 
impulso de amor, raiva ou ódio que já sentia pela outra. 
12. A pessoa não ouve o que a outra fala. Ouve da fala dela apenas aqueles pontos que 
possam fazer sentido para as ideias e pontos de vista que no momento a estejam 
influenciando ou tocando mais diretamente. 
 
Esses 12 pontos mostram como é raro e difícil conversar. Como é raro e difícil se 
comunicar! O que há, em geral, são monólogos simultâneos trocados à guisa de conversa, ou 
são monólogos paralelos, à guisa de diálogo. O próprio diálogo pode haver sem que, 
necessariamente, haja comunicação. Pode haver até um conhecimento a dois sem que 
necessariamente haja comunicação. Esta só se dá quando ambos os polos se ouvem, não, é 
claro, no sentido material de “escutar”, mas no sentido de procurar compreender em sua 
extensão e profundidade o que o outro está dizendo. 
Ouvir, portanto, é muito raro. É necessário limpar a mente de todos os ruídos e 
interferências do próprio pensamento durante a fala alheia. 
Ouvir implica uma entrega ao outro, uma diluição nele. Daí a dificuldade de as 
pessoas inteligentes efetivamente ouvirem. A sua inteligência em funcionamento permanente, 
o seu hábito de pensar, avaliar, julgar e analisar tudo interfere como um ruído na plena 
recepção daquilo que o outro está falando. 
 
12 
Não é só a inteligência que atrapalha a plena audiência. Outros elementos perturbam o 
ato de ouvir. Um deles é o mecanismo de defesa. Há pessoas que se defendem de ouvir o que 
as outras estão dizendo, por verdadeiro pavor inconsciente de se perderem. Elas precisam 
“não ouvir” porque “não ouvindo” livram-se da retificação dos próprios pontos de vista, da 
aceitação de realidades diferentes das próprias, de verdades idem, e assim por diante. Livram-
se do novo, que é saúde, mas as apavora. Não é, pois, um sólido mecanismo de defesa. 
Ouvir é um grande desafio. Desafio de abertura interior; de impulso na direção do 
próximo, de comunhão com ele, de aceitação dele como é e como pensa. Ouvir é proeza, 
ouvir é raridade. Ouvir é ato de sabedoria. 
Depois que a pessoa aprende a ouvir, ela passa a fazer descobertas incríveis 
escondidas ou patentes em tudo aquilo que os outros estão dizendo a propósito de falar. 
19 
PARA AJUDAR NA REFLEXÃO 
Qual a relação entre as ideias do texto e a sua realidade? 
O que fazer para evitar que certas atitudes, como as referidas no texto, possam 
atrapalhar o nosso relacionamento interpessoal? 
Como vencer o desafio de ouvir? 
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
UNIDADE 2 
CONDIÇÕES DE VIDA, CONDIÇÕES DE SAÚDE 
 
[...] A análise da situação de saúde das áreas de abrangência das equipes 
permite a identificação de problemas de saúde, seus possíveis determinantes e condicionantes [...] 
Ana Luiza Queiroz Vilasbôas e Carmen Fontes Teixeira, 2007 
 
Objetivos 
 
1. Fazer relação entre modo de vida e “ter saúde”. 
2. Identificar, considerando um território selecionado, os principais fatores que 
influenciam o “ter” e o “não ter” saúde. 
3. Listar medidas para melhorar as condições de vida e saúde. 
22 
Atividades 
 
1. Para iniciar esta Unidade vamos refletir sobre as seguintes questões: 
a) Como está a minha saúde? E a saúde das pessoas da minha área de trabalho 
(bairro, distrito, município etc.)? 
b) Como nascem essas pessoas? 
c) Como vivem essas pessoas? 
d) De que adoecem essas pessoas? De que morrem? 
e) Quais os problemas que afetam a saúde dessas pessoas? 
 
2. Feita a identificação: 
a) Vamos listar os problemas que estão afetando a saúde das pessoas ou causando 
mortes. 
b) Vamos listar as causas (fatores condicionantes/determinantes). 
c) Vamos listar as medidas que vão ajudar na solução dos problemas. 
 
Para sistematizar os resultados da sua atividade utilize o Quadro 1 a seguir. 
 
MODOS DE VIDA (Morar, 
Trabalhar, Estudar, 
Locomover-se, Divertir-se, 
Comer, Amar, etc) 
PROBLEMA DE SAÚDE OU 
QUE PODE AFETAR A 
SAÚDE RELACIONADA AO 
MODO DE VIDA 
MEDIDA PARA SUPERAR OU 
ANULAR O FATOR QUE 
CONDICIONA A RELAÇÃO 
 
 
 
 
 
3. Identificadas as medidas, vamos, agora, verificar o que está sendo feito para ajudar 
na solução dos problemas. 
a) O que cada pessoa da minha área de trabalho (bairro, distrito, município etc.) está 
fazendo? 
b) O que cada um de nós está fazendo para manter a saúde? 
c) O que o governo está fazendo? 
d) O que o setor Saúde está fazendo? 
 
4. Para compreender melhor, vamos fazer a leitura de textos, conforme orientação do 
MONITOR. 
Entendendo o SUS (Texto nº 2, p.14); e 
Saúde da família e Vigilância em Saúde (Texto nº 3, p. 19). 
 
14 
TEXTO Nº 2 – ENTENDENDO O SUS 
 
INFORMAÇÕES BÁSICAS 
1. Todos os estados e municípios devem ter conselhos de Saúde compostos por 
representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços, dos gestores e dos 
profissionais de Saúde. Os conselhos são fiscais da aplicação dos recursos públicos em 
Saúde. 
2. A União é o principal financiador da saúde pública no País. Historicamente, metade 
dos gastos é feita pelo governo federal, a outra metade fica por conta dos estados e 
municípios. A União formula políticas nacionais, mas a implementação é feita por 
seus parceiros (estados, municípios, ONGs e iniciativa privada). 
3. O município é o principal responsável pela saúde pública de sua população. A partir 
do Pacto pela Saúde, assinado em 2006, o gestor municipal passa a assumir imediata 
ou paulatinamente a plenitude da gestão das ações e serviços de Saúde oferecidos em 
seu território. 
4. Quando o município não possui todos os serviços de Saúde, ele pactua (negocia e 
acerta) com as demais cidades de sua região a forma de atendimento integral à saúde 
de sua população. Esse pacto também deve passar pela negociação com o gestor 
estadual. 
5. O governo estadual implementa políticas nacionais e estaduais, além de organizar o 
atendimento à saúdeem seu território. 
6. A porta de entrada do sistema de Saúde deve ser preferencialmente a Atenção 
Básica (postos de Saúde, centros de Saúde, unidades de Saúde da Família etc.). A 
partir desse primeiro atendimento, o cidadão será encaminhado para os outros serviços 
de maior complexidade da saúde pública (hospitais e clínicas especializadas). 
7. O sistema público de Saúde funciona de forma referenciada. Isso ocorre quando o 
gestor local do SUS, não dispondo do serviço de que o usuário necessita, o encaminha 
para outra localidade que oferece o serviço. Esse encaminhamento e a referência de 
atenção à saúde são pactuados entre os municípios. 
8. Não há hierarquia entre União, estados e municípios, mas há competências para 
cada um desses três gestores do SUS. No âmbito municipal, as políticas são aprovadas 
pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS); no âmbito estadual, são negociadas e 
pactuadas pela Comissão Intergestores Bipartite (CIB) – composta por representantes 
das secretarias municipais de Saúde e da secretaria estadual de Saúde – e deliberadas 
pelo Conselho Estadual de Saúde (CES) – composto por vários segmentos da 
sociedade: gestores, usuários, profissionais, entidades de classe etc. – e, por fim, no 
âmbito federal, as políticas do SUS são negociadas e pactuadas na Comissão 
Intergestores Tripartite (CIT) – composta por representantes do Ministério da Saúde, 
das secretarias municipais de Saúde e das secretarias estaduais de Saúde. 
9. Os medicamentos básicos são adquiridos pelas secretarias estaduais e municipais de 
Saúde, dependendo do pacto feito na região. A insulina humana e os chamados 
medicamentos estratégicos – incluídos em programas específicos, como Saúde da 
Mulher, Tabagismo e Alimentação e Nutrição – são obtidos pelo Ministério da Saúde. 
Já os medicamentos excepcionais (aqueles considerados de alto custo ou para 
tratamento continuado, como para pós-transplantados, síndromes – como doença de 
Gaucher – e insuficiência renal crônica) são comprados pelas secretarias de Saúde e o 
ressarcimento a elas é feito mediante comprovação de entrega ao paciente. 
Em média, o governo federal repassa 80% do valor dos medicamentos excepcionais, 
dependendo dos preços conseguidos pelas secretarias de Saúde nos processos 
licitatórios. Os medicamentos para DST/aids são comprados pelo Ministério e 
distribuídos para as secretarias de Saúde. 
 
15 
10. Com o Pacto pela Saúde (2006), os estados e municípios poderão receber os 
recursos federais por meio de cinco blocos de financiamento: (1) Atenção Básica; (2) 
Atenção de Média e Alta Complexidade; (3) Vigilância em Saúde; (4) Assistência 
Farmacêutica; e (5) Gestão do SUS. Antes do pacto, havia mais de cem formas de 
repasses de recursos financeiros, o que trazia algumas dificuldades para sua aplicação. 
 
1 Brasil, 2007. 
2 As orientações e as recomendações contidas neste texto são as preconizadas por ocasião da edição deste MANUAL. 
Importante verificar mudanças recentes. Pergunte ao seu MONITOR. 
 
PERGUNTAS E RESPOSTAS 
 
Há hierarquia no Sistema Único de Saúde entre as unidades da Federação? 
A relação entre a União, estados e municípios não possui uma hierarquização. Os 
entes federados negociam e entram em acordo sobre ações, serviços, organização do 
atendimento e outras relações dentro do sistema público de Saúde. É o que se chama de 
pactuação intergestores. Ela pode ocorrer na Comissão Intergestora Bipartite (estados e 
municípios) ou na Comissão Intergestora Tripartite (os três entes federados). 
 
Qual a responsabilidade financeira do governo federal na área de Saúde? 
A gestão federal da Saúde é realizada por meio do Ministério da Saúde. 
O governo federal é o principal financiador da rede pública de Saúde. Historicamente, o 
Ministério da Saúde aplica metade de todos os recursos gastos no País em saúde pública em 
todo o Brasil. Estados e municípios, em geral, contribuem com a outra metade dos recursos. 
O Ministério da Saúde formula políticas nacionais de Saúde, mas não realiza as ações. 
Para a realização dos projetos, depende de seus parceiros (estados, municípios, ONGs, 
fundações, empresas etc.). 
Também tem a função de planejar, criar normas, avaliar e utilizar instrumentos para o 
controle do SUS. 
 
Qual a responsabilidade do governo estadual na área de Saúde? 
Os estados possuem secretarias específicas para a gestão de Saúde. O gestor estadual 
deve aplicar recursos próprios, inclusive nos municípios, e os repassados pela União. 
Além de ser um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais de Saúde, o 
estado formula suas próprias políticas de Saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível 
estadual, respeitando a normatização federal. 
Os gestores estaduais são responsáveis pela organização do atendimento na área da 
Saúde em seu território. 
 
Qual a responsabilidade do governo municipal na área de Saúde? 
A estratégia adotada no País reconhece o município como o principal responsável pela 
saúde de sua população. 
A partir do Pacto pela Saúde, de 2006, o gestor municipal assina um termo de 
compromisso para assumir integralmente as ações e serviços de seu território. 
Os municípios possuem secretarias específicas para a gestão da Saúde. O gestor 
municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela União e pelo estado. O 
município formula suas próprias políticas de Saúde e também é um dos parceiros para a 
aplicação de políticas nacionais e estaduais de Saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível 
municipal, respeitando a normatização federal e o planejamento estadual. 
Pode estabelecer parcerias com outros municípios para garantir o atendimento pleno 
de sua população, para procedimentos de complexidade que estejam acima daqueles que pode 
oferecer. 
 
 
16 
 
 
Existe lei que define os recursos para a Saúde? 
Em setembro de 2000, foi editada a Emenda Constitucional nº 29. O texto assegura a 
coparticipação da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios no financiamento 
das ações e serviços de saúde pública. 
A nova legislação estabeleceu limites mínimos de aplicação em saúde para cada 
unidade federativa. Mas ela precisa ser regulamentada por projeto de lei complementar que já 
está em debate no Congresso Nacional. O novo texto definirá quais tipos de gastos são da área 
de Saúde e quais não podem ser considerados gastos em saúde. 
 
Quanto a União, os estados e os municípios devem investir? 
A Emenda Constitucional nº 29 estabelece que “os gastos da União devem ser iguais 
ao do ano anterior, corrigidos pela variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB). Os 
estados devem garantir 12% de suas receitas para o financiamento da Saúde. Já os municípios 
precisam aplicar pelo menos 15% de suas receitas [...]”. 
 
Para aonde vão e como são fiscalizados esses recursos? 
A Emenda Constitucional nº 29 estabeleceu que deveriam ser criados pelos estados, 
Distrito Federal e municípios os fundos de Saúde e os conselhos de Saúde. Os primeiros 
recebem os recursos locais e os transferidos pela União. Os segundos devem acompanhar os 
gastos e fiscalizar as aplicações. 
 
O que quer dizer transferências “fundo a fundo”? 
Com a edição da Emenda Constitucional nº 29, fica clara a exigência de que a 
utilização dos recursos para a Saúde somente será feita por um fundo de Saúde. 
Transferências fundo a fundo, portanto, são aquelas realizadas entre fundos de Saúde (ex.: 
transferência repassada do Fundo Nacional de Saúde para os fundos estaduais e municipais). 
 
Quem faz parte dos conselhos de Saúde? 
Os conselhos são instâncias colegiadas (membros têm poderes iguais) e têm uma 
função deliberativa. Eles são fóruns que garantem a participação da população na fiscalização 
e na formulação de estratégias da aplicação pública dos recursos de Saúde. Os conselhos são 
formados por representantes dos usuários do SUS, dos prestadores de serviços, dos gestores e 
dos profissionaisde Saúde. 
 
Como funciona o atendimento no SUS? 
O sistema de atendimento funciona de modo descentralizado e hierarquizado. 
 
O que quer dizer descentralização? 
Significa que a gestão do sistema de Saúde passa para os municípios, com a 
consequente transferência de recursos financeiros pela União, além da cooperação técnica. 
 
Os municípios, então, devem ter todos os serviços de Saúde? 
Não. A maior parte deles não tem condições de ofertar na integralidade os serviços de 
Saúde. Para que o sistema funcione, é necessário que haja uma estratégia regional de 
atendimento (parceria entre estado e municípios) para corrigir essas distorções de acesso. 
 
Como é feita essa estratégia de atendimento? 
No Sistema Único de Saúde, há o que se chama de referencialização. Na estratégia de 
atendimento, para cada tipo de enfermidade há um local de referência para o serviço. A 
entrada ideal do cidadão na rede de Saúde é a Atenção Básica (postos de Saúde, equipes de 
 
17 
Saúde da Família etc.). Um segundo conceito básico do SUS é a hierarquização da rede. O 
sistema, portanto, entende que deve haver centros de referência para graus de complexidade 
diferentes de serviços. Quanto mais complexos os serviços, eles são organizados na seguinte 
sequência: unidades de Saúde, município, polo e região. 
 
Como se decide quem vai atender o quê? 
Os gestores municipais e estaduais verificam quais instrumentos de atendimento 
possuem (ambulâncias, postos de Saúde, hospitais etc.). Após a análise da potencialidade, 
traçam um plano regional de serviços. O acerto ou pactuação irá garantir que o cidadão tenha 
acesso a todos os tipos de procedimentos de saúde. Na prática, uma pessoa que precisa passar 
por uma cirurgia, mas o seu município não possui atendimento hospitalar, será encaminhada 
para um hospital de referência em uma cidade vizinha. 
 
Os municípios têm pleno poder sobre os recursos? 
Os municípios são incentivados a assumir integralmente as ações e serviços de Saúde 
em seu território. Esse princípio do SUS foi fortalecido pelo Pacto pela Saúde, acertado pelos 
três entes federados em 2006. A partir de então, o município pode assinar um Termo de 
Compromisso de Gestão. Se o termo for aprovado na Comissão Bipartite do estado, o gestor 
municipal passa a ter a gestão de todos os serviços em seu território. A condição permite que 
o município receba os recursos de forma regular e automática para todos os tipos de 
atendimento em saúde que ele se comprometeu a fazer. 
 
Há um piso para o recebimento de recursos da Atenção Básica? 
Trata-se do Piso da Atenção Básica (PAB), que é calculado com base no total da 
população da cidade. Além desse piso fixo, o repasse pode ser incrementado conforme a 
adesão do município aos programas do governo federal. São incentivos, por exemplo, dados 
ao programa Saúde da Família, no qual cada equipe implementada representa um acréscimo 
no repasse federal. As transferências são realizadas fundo a fundo. 
 
Como são feitos os repasses para os serviços hospitalares e ambulatoriais? 
A remuneração é feita por serviços produzidos pelas instituições credenciadas no SUS. 
Elas não precisam ser públicas, mas devem estar cadastradas e credenciadas para realizar os 
procedimentos pelo serviço público de Saúde. O pagamento é feito mediante a apresentação 
de fatura, que tem como base uma tabela do Ministério da Saúde que específica quanto vale 
cada tipo de procedimento. 
 
Pode-se, então, gastar o quanto quiser nesse tipo de procedimento? 
Não. Há um limite para o repasse, o chamado teto financeiro. O teto é calculado com 
base em dados como população, perfil epidemiológico e estrutura da rede na região. [...] 
 
GLOSSÁRIO 
 
Agente comunitário de Saúde – O ACS mora na comunidade em que atua e é um 
personagem-chave do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs), vinculado à 
Unidade de Saúde da Família (USF). Ele liga a equipe à comunidade, destacando-se pela 
comunicação com as pessoas e pela liderança natural. É um elo cultural do SUS com a 
população e seu contato permanente com as famílias facilita o trabalho de vigilância e 
promoção da saúde. [...] 
 
Atenção Básica à Saúde – Trata-se do primeiro nível de atenção à saúde, segundo o 
modelo adotado pelo SUS. É, preferencialmente, a “porta de entrada” do sistema de Saúde. A 
população tem acesso a especialidades básicas, que são: Clínica Médica (Clínica Geral), 
 
18 
Pediatria, Obstetrícia e Ginecologia. Estudos demonstram que a Atenção Básica é capaz de 
resolver cerca de 80% das necessidades e problemas de saúde. [...] 
Conselho Municipal de Saúde – Constituído por usuários, trabalhadores de Saúde e 
representantes do governo e prestadores de serviço, tem a função deliberativa, consultiva e 
fiscalizadora das ações e serviços de Saúde do município. [...] 
 
Conselhos Gestores de Unidades de Saúde – Podem ser criados por lei municipal. O 
conselho fica vinculado ao SUS e tem a finalidade de planejar, acompanhar, fiscalizar, avaliar 
a execução de políticas públicas, serviços e ações de Saúde em cada unidade de Saúde. [...] 
 
Descentralização – Processo de transferência de responsabilidades de gestão para o 
município, conforme determinações constitucionais e legais do SUS. [...] 
 
Municipalização – Estratégia adotada no Brasil que reconhece o município como 
principal responsável pela saúde de sua população. Permitiu transferir aos municípios a 
responsabilidade e os recursos necessários para exercerem a gestão sobre as ações e os 
serviços de Saúde prestados em seu território. 
 
Programa Saúde da Família – Estratégia prioritária adotada pelo Ministério da 
Saúde para a organização da Atenção Básica, no âmbito do SUS, dispondo de recursos 
específicos para seu custeio. É responsável pela Atenção Básica em Saúde de uma área 
determinada. Cada equipe (médico, enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem) deve 
atender, no mínimo, 2.400 e, no máximo, 4.500 pessoas, podendo solucionar 80% dos casos 
de saúde das pessoas sob sua responsabilidade. 
 
Redes de Atenção – As ações e serviços de Saúde estão organizados em redes de 
atenção regionalizadas e hierarquizadas, de forma a garantir o atendimento integral à 
população e a evitar a fragmentação das ações em Saúde. O acesso à população ocorre 
preferencialmente pela rede básica de Saúde (Atenção Básica) e os casos de maior 
complexidade são encaminhados aos serviços especializados, que podem ser organizados de 
forma municipal ou regional, dependendo do porte e da demanda do município. [...] Cabe à 
direção municipal do SUS a gestão da rede de serviços em seu território, estabelecendo 
parcerias com municípios vizinhos para garantir o atendimento necessário à sua população. 
 
Regionalização – É um dos princípios que orientam a organização do SUS. 
Representa a articulação entre os gestores estaduais e municipais na implementação de 
políticas, ações e serviços de Saúde qualificados e descentralizados, garantindo acesso, 
integralidade e resolutividade na atenção à saúde da população. Significa organizar os 
serviços de Saúde em cada região para que a população tenha acesso a todos os tipos de 
atendimento. Quando recebido pelo sistema de Saúde, o cidadão será encaminhado para um 
serviço de Saúde de referência daquela região. [...] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
TEXTO Nº 3 – SAÚDE DA FAMÍLIA E VIGILÂNCIA EM SAÚDE 
 
[...] Nos últimos anos, a expansão significativa da cobertura da estratégia Saúde da 
Família em todo o território nacional contribuiu para o aumento da oferta de procedimentos 
individuais e de ações educativas para determinados grupos populacionais, a exemplo de 
crianças, mulheres, adolescentes, idosos. Entretanto, as ações de Vigilância em Saúde 
realizadas pelas equipes de Saúde da Família (ESFs) parecem estar restritas à notificação de 
casos e à oferta das vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI). As ações de controleda tuberculose e de eliminação da hanseníase apresentam-se, em grande parte das equipes, 
como importantes desafios a serem incorporados, de fato, ao seu processo de trabalho. Ações 
de Vigilância Sanitária e de Vigilância Ambiental ainda estão bastante distantes do cotidiano 
das ESFs (TEIXEIRA; SOLLA, 2006). 
A Vigilância em Saúde, em uma concepção ampliada, é definida como um conjunto 
articulado de ações destinadas a controlar determinantes, riscos e danos à saúde de populações 
que vivem em determinados territórios, sob a ótica da integralidade do cuidado, o que inclui 
tanto a abordagem individual quanto a coletiva dos problemas de saúde. As ações específicas 
de Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária e Vigilância Ambiental fazem parte do 
que aqui se denomina de Vigilância em Saúde, ao lado das ações de caráter individual 
organizadas sob a forma de consultas e procedimentos (TEIXEIRA; PINTO; VILASBÔAS, 
2004). 
Segundo a concepção da Vigilância em Saúde, a articulação desse conjunto de ações é 
construída mediante processos de planejamento de caráter participativo, em que a equipe de 
Saúde e representantes da população, na condição de atores sociais, elegem problemas 
prioritários e respectivas propostas de enfrentamento como seus objetos de atuação 
(VILASBÔAS, 2004). O planejamento é entendido nessa proposta como uma ferramenta da 
gestão da Vigilância em Saúde e incorpora dois princípios fundamentais presentes na 
formulação da estratégia Saúde da Família: a corresponsabilidade sanitária e a participação 
social. 
Em produção anterior, Teixeira (2004) destacou que a integração entre a Saúde da 
Família e a Vigilância em Saúde seria possível, mediante mudanças no conteúdo e na 
organização das práticas das equipes locais. 
O importante é que se busquem formas de incluir, na concepção e na prática das 
equipes, a noção de risco, atual e potencial, de modo que os profissionais de Saúde possam 
trabalhar não apenas com a intervenção sobre agravos à saúde, senão que tomem como objeto 
de trabalho os riscos sanitários presentes nos modos de vida [...] dos diversos grupos 
populacionais, famílias e indivíduos [...] que incorporem em sua racionalidade técnica a 
perspectiva de atuar sobre determinantes das condições de saúde, o que implica envolver a 
população na identificação, explicação e compreensão de seus problemas e necessidades de 
saúde, de modo a subsidiar práticas políticas, sociais e culturais que tenham como objetivo a 
superação desses problemas e o atendimento dessas necessidades. 
A Saúde da Família, estratégia de reorganização da Atenção Básica do SUS, ao eleger 
o atendimento integral à saúde da população de territórios delimitados como objeto de 
atuação de equipes multiprofissionais, apresenta-se como espaço privilegiado para o exercício 
de práticas de Vigilância em Saúde. A análise da situação de saúde das áreas de abrangência 
das equipes permite a identificação de problemas de saúde, seus possíveis determinantes e 
condicionantes, conhecimento essencial para o planejamento e a execução de ações 
articuladas de proteção, promoção e recuperação da saúde, e de prevenção contra riscos e 
agravos. A identificação de fatores de risco e de proteção à saúde, existentes na estrutura e na 
dinâmica que compõem o território em que vive a população adscrita é uma das tarefas 
fundamentais do processo de trabalho das equipes de Saúde da Família. 
A estratégia Saúde da Família apresenta, portanto, grande identidade tecnológica com 
a proposta ampliada da Vigilância em Saúde, o que indica a possibilidade de incorporar, de 
 
20 
fato, ao cotidiano das equipes multiprofissionais, o exercício de práticas individuais e 
coletivas, de modo integrado, visando ao enfrentamento dos problemas definidos como 
prioritários, na relação com a população adscrita às unidades básicas de Saúde/Saúde da 
Família (UBS/SF). 
Entretanto, perceber as possibilidades de operacionalização da Vigilância em Saúde 
nos territórios de atuação das ESF é condição necessária e bastante insuficiente para a sua 
concreta efetivação em larga escala no SUS. Superar a lógica assistencial, de caráter 
individual e curativista, ainda hegemônica como racionalidade que dirige as práticas de 
grande parte das equipes implantadas em todo o País, implica identificar os obstáculos 
existentes na estrutura, nos processos político-institucionais e técnico-organizativos que 
restringem a execução das práticas de Vigilância em Saúde. A análise de tais problemas pode 
subsidiar a formulação de ações estratégicas a serem debatidas entre gestores, profissionais e 
população organizada, com vistas a promover as mudanças necessárias na organização da 
Atenção Básica (AB), contribuindo para a efetivação dos princípios assistenciais nesse nível 
do SUS. [...] 
 
4 Extraído do artigo: Saúde da Família e Vigilância em Saúde: Em Busca da Integração das Práticas, de Ana Luiza Queiroz 
Vilasbôas e Carmen Fontes Teixeira, 2007. 
5 As orientações e recomendações contidas neste texto são as preconizadas por ocasião da edição deste MANUAL 
 
Para ajudar na reflexão 
 
Qual a relação entre as ideias do texto e a discussão feita na Unidade 2? 
A articulação proposta no texto dentro do conceito de Vigilância em Saúde acontece 
na prática? 
Na minha realidade quais as possibilidades concretas de operacionalização da 
Vigilância em Saúde nos territórios de atuação da ESF? 
 
Referências 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM nº 648. In:______. Política Nacional de Atenção Básica. 
Brasília, 2006. 
 
TEIXEIRA, C. F. Saúde da família, promoção e vigilância: construindo a integralidade da atenção à saúde no 
SUS. Revista Brasileira de Saúde da Família, p.10-24, 2004. 
 
TEIXEIRA, C. F.; PINTO, L. L, VILASBÔAS, A. L. O processo de trabalho da vigilância em saúde. 
Rio de Janeiro: FIOCRUZ/EPSJV/PROFORMAR, 2004. p. (Série: Material didático do Programa de Formação 
de Agentes Locais de Vigilância em Saúde, v. 5). 
 
TEIXEIRA, C. F.; SOLLA, J. P. Modelo de atenção à saúde: promoção, vigilância e saúde da família. 
Salvador: EDUFBA, 2006. 
 
VILASBÔAS, A. L. Planejamento e programação das ações de vigilância em saúde no nível local do 
Sistema Único de Saúde. Rio de Janeiro: FIOCRUZ/EPSJV/PROFORMAR, 2004. (Série: Material didático do 
Programa de Formação de Agentes Locais de Vigilância em Saúde). 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
UNIDADE 3 
CONHECENDO MAIS SOBRE OS FATORES QUE PRODUZEM “SAÚDE” 
OU “NÃO SAÚDE” 
 
[...] saúde e doença não são estados estanques, isolados, de causação 
aleatória, não se está com saúde ou doença por acaso. Há uma determinação 
permanente, um processo causal, que se identifica com o modo de 
organização da sociedade. [...] 
Saúde e Cidadania, 1998 
 
Objetivos 
 
1. Ampliar o conhecimento sobre os fatores identificados como influenciadores do “ter” ou 
“não ter” saúde. 
2. Destacar os fatores que atuam sobre o organismo humano determinando o “não ter” saúde. 
3. Identificar os componentes da cadeia epidemiológica de doenças e agravos e como estes se 
relacionam de modo a determinar o “não ter” saúde. 
32 
Atividades 
 
1. Para iniciar esta Unidade vamos retomar a listagem feita na Unidade 2 e, observando 
as causas dos problemas (fatores determinantes e condicionantes), vamos discutir o 
seguinte: 
a) Quais dos fatores identificados atuam sobre o organismo humano? E sobre a 
comunidade? 
E sobre o meio ambiente? 
b) Quais dos fatores resultam em doença? 
c) Quais resultam em morte? 
 
2. Vamos fazer uma listagem das doenças e, em seguida, discutir as seguintes questões: 
a) Quais as doenças que “pegam”? 
b) Como isso acontece? 
c) Algumas doenças pegam mais que outras? 
d) A pessoa pode estar com alguma dessas doenças e não sentir nada? Por que isto 
acontece? 
e) Existe alguma doença mais grave que outra? Por quê? 
 
3. Para compreender melhor, vamos fazer a leitura de textos, conformeorientação do 
MONITOR: 
a) Doenças transmissíveis e seus agentes causadores (Texto nº 4, p. 22); e 
b) Relações entre os seres vivos (Texto nº 5, p. 26). 
 
4. Agora vamos desenhar um corpo humano e, em relação a uma determinada doença e 
seu agente causador, vamos indicar: 
a) Porta de entrada. 
b) Local onde se instala o agente causador. 
c) Sintomas observados. 
d) Caminho que o agente percorre no corpo, desde a entrada até por onde normalmente 
sai. 
 
5. Voltando a olhar o desenho e verificando as portas de entrada dos agentes causadores 
de doença, vamos discutir: 
a) Como o organismo se defende quando agredido por agentes causadores de doenças? 
 
22 
b) Quais as doenças que as pessoas só pegam uma vez? 
c) Quais as que podem acontecer mais de uma vez? 
d) Por que isso acontece? 
 
6. Para compreender melhor, vamos fazer a leitura do texto, conforme orientação do 
MONITOR. 
a) Os defensores do corpo humano (Texto nº 6, p. 31). 
 
7. Para concluir esta Unidade e com base nas discussões, vamos desenhar uma cadeia 
epidemiológica simples, conforme orientação do MONITOR. 
33 
 
TEXTO Nº 4 – DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E AGENTES CAUSADORES 
 
1) O enfoque epidemiológico 
 
Epidemiologia: é o estudo da frequência e distribuição dos eventos de saúde e dos 
seus determinantes nas populações humanas, e a aplicação deste estudo na prevenção e 
controle dos problemas de saúde. 
No passado, as doenças transmissíveis constituíam a principal causa de morte no 
mundo. Alguns efeitos da industrialização, tais como as melhorias da nutrição, moradia, 
saneamento, água potável e drenagem, bem como o desenvolvimento dos antibióticos, vacinas 
e o estabelecimento de sistemas de vigilância epidemiológica, permitiram o controle relativo 
dessas doenças. Isso, com a menor mortalidade infantil e a promoção da saúde, nos levou a 
um aumento da esperança de vida. 
[...] Atualmente, as causas mais importantes de morte são as doenças cardiovasculares 
e as neoplasias malignas, enquanto que as doenças transmissíveis, como a pneumonia ou 
influenza, são responsáveis por uma reduzida proporção de óbitos. [...] 
Essas mudanças de perfil tiveram efeitos sobre a forma de resposta dos serviços de Saúde. O 
termo “epidemia” aplica-se agora a uma frequência pouco comum de qualquer dano à saúde 
ou doença, transmissível ou não. [...] 
A caracterização epidemiológica das doenças permite conhecer sua natureza e 
comportamento e decidir o tipo de resposta necessária para o seu controle. [...] as doenças 
transmissíveis costumam ser agudas e as não transmissíveis costumam ser crônicas. 
[...] Na perspectiva ampla do modelo de determinantes da saúde, reconhece-se a 
natureza multicausal das doenças. Ao fazer referência ao nível individual, fica claro que as 
doenças transmissíveis têm um agente etiológico infeccioso ou biológico e as não 
transmissíveis um agente não biológico. No entanto, longe de constituir uma fronteira 
definida, diversos estudos epidemiológicos e laboratoriais apresentam sugestiva evidência 
sobre o possível papel causal de agentes infecciosos na patogênese de certas doenças 
“crônicas” [...] (como exemplificado a seguir) 
 
Quadro 1 – Exemplos selecionados de “doenças crônicas” nas quais se demonstrou o 
papel suspeito de um ou mais agentes infecciosos 
 
DOENÇA CRÔNICA AGENTE INFECCIOSO SUSPEITO 
Câncer Cervical Vírus do Papiloma Humano 
Carcinoma Hepatocelular Vírus da Hepatite B; Vírus da Hepatite C 
Úlcera Péptica Helicobacter Pylori 
Carcinoma Gástrico Helicobacter Pylori 
Fonte: Parte do Quadro 1 (p. 12) da publicação Módulo Princípios de Epidemiologia para o Controle de Enfermidades. 
1 Texto extraído da publicação Módulos de Princípios de Epidemiologia para o Controle de Enfermidades (Mopece). 
Módulo 2: Saúde e doença na população. 2010. 
 
23 
Observou-se, ainda, que naquelas doenças “crônicas”, onde o papel de um agente 
infeccioso está mais claramente definido, como no câncer de colo uterino e no de fígado, a 
infecção não leva invariavelmente à doença. Nessas doenças, assim como nas clássicas 
doenças agudas infecciosas, as características do hospedeiro humano e de seu entorno social e 
ambiental são determinantes da produção ou não de dano à saúde. [...] 
Os avanços do conhecimento e do controle das doenças transmissíveis tiveram como 
resultado uma redução notória de sua morbidade e mortalidade em todo o mundo, 
especialmente nos países desenvolvidos e principalmente nos grupos de população em risco, 
beneficiados com os programas de saúde pública. 
No entanto, o espectro das doenças transmissíveis também está evoluindo rapidamente 
em relação ao conjunto de fortes mudanças sociais e ambientais contemporâneas. O 
crescimento populacional com expansão da pobreza e migração urbana, a globalização da 
tecnologia, são, entre outras, mudanças que afetam a suscetibilidade ao risco de exposição a 
agentes infecciosos. 
 
Doença transmissível: é qualquer doença causada por um agente infeccioso 
específico ou seus produtos tóxicos, que se manifesta pela transmissão deste agente ou de 
seus produtos, de um reservatório a um hospedeiro suscetível, seja diretamente de uma pessoa 
ou animal infectado, ou indiretamente por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza 
vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado. 
 
Um fato relevante em tempos recentes é o aparecimento de doenças transmissíveis 
novas e desconhecidas e o ressurgimento de outras que já estavam ou que se acreditava que 
estavam controladas. Essas doenças transmissíveis são chamadas emergentes e reemergentes 
Muitos fatores ou interações de fatores podem contribuir para a emergência de uma 
doença transmissível. As novas doenças transmissíveis emergentes podem ocorrer por 
mudanças ou evolução dos organismos existentes; as doenças conhecidas podem propagar-se 
a novas áreas que estão experimentando mudanças ecológicas (por exemplo, desmatamento 
ou reflorestamento) que aumentam a exposição humana a insetos, animais ou fontes 
ambientais que albergam agentes infecciosos novos ou não usuais. 
 
Doença emergente: é uma doença transmissível cuja incidência em humanos vem 
aumentando nos últimos 25 anos do século XX ou que ameaça aumentar em um futuro 
próximo. 
 
É importante diferençar as doenças emergentes aparentes, cuja incidência aumenta 
como consequência de nossa habilidade para detectar o agente que a causa, das doenças 
emergentes reais, cuja incidência aumenta pela mudança na interação entre as populações e o 
ambiente. [...] 
As doenças transmissíveis podem reemergir devido ao desenvolvimento da resistência 
dos agentes infecciosos existentes aos antibióticos convencionais e aos de nova geração, 
como no caso da gonorreia, da malária e do pneumococo. Também podem reemergir por 
aumento da suscetibilidade do hospedeiro imunodeprimido e por fatores tais como a 
desnutrição ou a presença de outras doenças, como o câncer e a aids, que reduzem sua 
resistência a agentes infecciosos, como ao bacilo tuberculoso e à leishmania. Outra causa 
pode ser a debilidade das medidas de saúde pública adotadas para infecções previamente 
controladas, como a malária, a coqueluche e a tuberculose. [...] 
35 
Doença reemergente: é uma doença transmissível previamente conhecida que 
reaparece como problema de saúde pública após uma etapa de significativo declínio de sua 
incidência e aparente controle. 
 
 
24 
2) DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS E SEUS AGENTES CAUSADORES [...] 
 
2.1) Os agentes causadores de doenças transmissíveis 
Para ocorrer uma doença transmissível é necessário que um agente infeccioso penetre 
no corpo de um indivíduo e se desenvolva nos seus tecidos. Esses agentes são seres vivos e 
muitos deles são tão pequenos que não podem ser vistos sem a ajuda de um microscópio. 
Popularmente, são chamados de micróbios ou germes. Mas existem também os vermes, que 
são seres maiores e facilmente reconhecíveis.Vejamos os principais tipos de agentes infecciosos e algumas das doenças que provocam: 
 
• Bactérias: (micróbios pertencentes ao Reino Monera) causam a tuberculose, a 
difteria, o tétano, a coqueluche, certas diarreias, a sífilis, a hanseníase, meningite etc. 
• Protozoários: (micróbios pertencentes ao Reino Protista) causam a malária, a 
doença de Chagas, a amebíase, o calazar, a giardíase. 
• Metazoários: (micróbios pertencentes ao Reino Animal) causam a esquistossomose 
(barriga-d’água), ascaridíase etc. 
• Fungos: causam a impingem, o pano-branco, as micoses, o sapinho, as “frieiras”, 
pneumonias, diarreias etc. 
• Vírus: (micróbios menores que as bactérias e que não são vistos pelos microscópios 
comuns) causam o sarampo, a catapora, a gripe, a rubéola, a poliomielite, a hepatite, a 
herpes, a raiva, a meningite, a febre amarela etc. 
 
O homem no qual penetrou um desses agentes de doença é chamado hospedeiro. 
Quando o agente chega ao hospedeiro se desenvolve e se multiplica em seus tecidos, 
ocorrendo uma infecção. Por isso, essas doenças são também denominadas de infecciosas. 
Grande parte dessas doenças infecciosas são transmissíveis e chamadas doenças contagiosas. 
Podemos deduzir que todas as doenças contagiosas são infecciosas, porém nem todas as 
doenças infecciosas são contagiosas, como, por exemplo, o tétano. 
Assim, o hospedeiro é uma pessoa ou animal, inclusive aves e insetos, em que se aloja 
e subsiste um agente infeccioso. Quando este agente sai do hospedeiro e infecta outra pessoa 
ou animal, este hospedeiro passa a ser uma fonte de infecção. 
 
2.2) Porta de entrada, localização do agente no organismo e porta de saída 
Os agentes infecciosos penetram no corpo humano por meio de uma porta de entrada 
e localizam-se em determinados órgãos até serem eliminados por meio uma porta de saída. 
As principais portas de entrada dos agentes infecciosos são as seguintes: 
 
• Via digestiva: (os agentes penetram através da boca, com os alimentos e a água) 
vírus da poliomielite, ovos de lombrigas; ovos de tênia (solitária); bactérias da diarreia 
infecciosa; vírus da hepatite A; poliomielite; cistos de amebas e outros. 
• Via respiratória: (os agentes infecciosos são inalados pelo nariz, penetrando no 
corpo, portanto, por meio do processo de respiração) bactéria da tuberculose 
pulmonar; vírus da gripe, do sarampo, da catapora e da poliomielite; bactéria da 
coqueluche e da difteria (crupe) e outros. 
• Pele: (os agentes infecciosos penetram também devido ao contato da pele com o solo 
ou água que os contenham; pela picada de insetos; de injeções e transfusão de sangue 
ou do contato direto com a pele de outra pessoa doente) larvas de ancilóstomos e de 
esquistossomose; o carrapato da escabiose (sarna); os protozoários da malária e da 
doença de Chagas; os vírus da hepatite B; da aids; da febre amarela; da dengue; da 
raiva e outros. 
 
25 
• Vias genital e urinária: (os agentes infecciosos penetram pelo órgãos sexuais) 
bactérias da sífilis e da gonorreia, vírus da hepatite B e aids e de outras infecções 
urinárias. 
 
Em geral, os agentes infecciosos que penetram pela boca acabam por se localizar na 
faringe e nos diversos órgãos do aparelho digestivo, especialmente nos intestinos, e os que 
penetram pela respiração, vão se localizar na laringe, brônquios e pulmões. 
Os agentes que infectam os pulmões e a parte superior das vias respiratórias são 
expelidos pelas pequenas gotas produzidas pelos mecanismos de tosse e espirros, como 
também são expulsos na expectoração. A porta de saída é, portanto, a própria via 
respiratória. 
Os que se alojam no tubo digestivo saem, em geral, nas fezes. Os que circulam pelo 
sangue saem quando se realiza uma punção (por uma agulha de injeção ou picada de inseto). 
Os que se localizam na pele são expelidos devido a lesões (feridas abertas) ou contato 
direto com objetos e a pele de outra pessoa. Finalmente, os que se encontram nas vias genitais 
e urinárias são eliminados mediante o contato sexual ou pela urina. 
 
2 Texto extraído do Manual do Treinando, do Treinamento de Pessoal da Sala de Vacinação (BRASIL, 2001). 
 
Figura 1 – CADEIA EPIDEMIOLÓGICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado do Manual do Treinando – Capacitação de Pessoal em Sala de Vacinação. 
Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. 2ª Ed. Brasília. 2001. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
Agente Causal 
Específico 
2 
Reservatório 
3 
Porta de Saída 
5 
Porta de Entrada 
no Novo 
Hospedeiro 
6 
Susceptibilidade 
4 
Modo de 
Transmissão do 
Agente 
 
26 
TEXTO Nº 5 – RELAÇÕES ENTRE OS SERES VIVOS 
 
Os seres vivos dividem-se em plantas e animais. As plantas (vegetais) diferem dos 
animais, porque são capazes de viver usando material do solo e a energia do sol para 
produzirem todas as substâncias de que necessitam, ou seja, não precisam se alimentar de 
outros seres vivos e, por isto, são chamados de produtores e constituem a base de cadeias 
alimentares. 
A reprodução e a dispersão das espécies dependem igualmente de relações mútuas e 
com o ambiente. Plantas precisam de insetos para a sua fecundação; pássaros, que se 
alimentam de frutas, espalham suas sementes; as fezes de herbívoros (animais que comem 
capim) servem de adubo ao pasto. Nenhum ser vivo é capaz de sobreviver e se reproduzir 
independentemente dos outros ou ignorando as condições do ambiente. 
Nesse coexistir, os seres estabelecem vários tipos de relação. O tipo de relação que nos 
interessa sobremaneira é o parasitismo. A relação entre hospedeiro e parasita é o resultado de 
uma longa adaptação. O parasita, ao extrair o seu sustento do hospedeiro, não pode se 
esquecer das consequências desta exploração. Pelo menos o hospedeiro deve viver um tempo 
suficiente para que o parasita complete o seu ciclo reprodutivo. Um parasita que mata 
rapidamente seu hospedeiro corre o risco de morrer antes de se reproduzir. 
Causar doenças graves também cria alguns problemas ao parasita (agente infeccioso), 
porque as lesões graves, em geral, provocam uma forte reação de defesa do hospedeiro, que 
pode levar à eliminação do organismo infectante. O parasita melhor sucedido é, então, aquele 
que consegue tudo o que necessita para sobreviver, causando um mínimo de injúria ao 
hospedeiro. 
Outras formas de relacionamento entre seres vivos são o comensalismo, a simbiose e 
a predação. Na simbiose, o benefício é mútuo e há vantagens para os dois seres que se 
relacionam. As bactérias do tubo digestivo do homem são um exemplo deste tipo de 
associação, pois alimentam-se de substâncias ingeridas pelo homem, facilitando o processo de 
digestão. O comensalismo é uma relação em que as vantagens são para um dos seres sem que 
o outro seja prejudicado. A predação caracteriza-se quando um animal de maior porte se 
alimenta de outro. Exemplo: gatos e ratos, ou onças e pacas. 
Como as doenças transmissíveis são causadas por seres vivos, elas são exemplos de 
relação entre estes seres. Assim como os homens se relacionam entre si de diversas maneiras, 
pacificamente ou não, harmonicamente ou não (em uma relação de cooperação ou de 
exploração), os animais também se adaptam ao meio ambiente e convivem com outras 
espécies, para atender às suas necessidades básicas de alimentação e de reprodução. 
 
1) Os agentes de doenças infecciosas como parasitas 
 
Doença transmissível ou infecciosa é aquela que pode ser transmitida, levada de uma 
pessoa ou de um animal a outra pessoa ou animal. Todas as doenças infecciosas são causadas, 
obrigatoriamente, por seres vivos, denominados agentes infecciosos. Estes organismos vivos 
pertencem a diversos grupos: bactérias, vírus, fungos, vermes etc. 
As bactérias, os vírus, os fungos e outros microrganismos estão em todas as partes: 
sobre a roupa, sobre a pele humana, no intestino, nas plantas, na água, no solo; não há um só 
lugar onde elesnão estejam presentes. Felizmente a grande maioria desses microrganismos é 
inofensiva e, às vezes, útil. O homem faz uso dessas espécies não só para se manter vivo 
como para se proteger. São exemplos: (i) a produção de cerveja, de coalhada, de pão, de 
sabão, que utiliza a capacidade de fermentação de alguns microrganismos; (ii) alguns 
antibióticos, que combatem as bactérias de algumas doenças infecciosas, são produzidos a 
partir de substâncias extraídas de fungos. 
 
27 
Somente algumas, entre as milhares de espécies de bactérias, fungos e protozoários, 
são patogênicas, ou seja, provocam infecções sérias. Somente algumas, portanto, são parasitas 
e podem prejudicar o ser humano por meio de diferentes mecanismos de ação, por exemplo: 
• Ação tóxica: quando a espécie produz substâncias que prejudicam os tecidos do 
hospedeiro (bactérias do tétano e da difteria). 
• Ação espoliativa: quando a espécie absorve elementos nutritivos e mesmo o sangue 
do hospedeiro (o ancilóstomo, p. ex., que produz anemia ao sugar o sangue da parede 
do intestino). 
• Ação inflamatória local: quando a espécie produz irritação no local parasitado ou 
lesiona, diretamente, tecidos em que se alojam (amebas e lombrigas no intestino). 
 
Não há uma separação total entre os microrganismos maléficos ao homem e os que lhe 
são inofensivos. Muitas das bactérias que vivem normalmente no intestino humano, em uma 
situação de comensalismo, podem provocar uma infecção bastante prejudicial se chegarem a 
atingir as vias urinárias. Em outras circunstâncias, as amebas tipo coli, que são geralmente 
inofensivas vivendo no intestino, podem causar doença em pessoas debilitadas e sem 
resistência. 
Existem inúmeros microrganismos patogênicos que habitam normalmente a boca, a 
faringe e o tubo digestivo, que não chegam a prejudicar o organismo humano porque seu 
número é pequeno e também porque existem formas de defesa e de barreiras que protegem o 
corpo contra uma possível agressão. 
 
3 Texto do Manual do Treinando, do Treinamento de Pessoal da Sala de Vacinação (BRASIL, 1991; 2001), extraído 
originalmente de publicação da Organização Pan-Americana da Saúde/ Ministério da Saúde – Projeto Larga Escala – Área I, 
Texto 3. 
4 Cadeias alimentares são sequências formadas por diferentes espécies que se alimentam umas das outras. Por exemplo: o 
gafanhoto come plantas, é comido por rato, que será comido por um gato. 
5 Parasita é um ser que vive de outro ser, causando-lhe prejuízo, desde efeitos dificilmente notados até a morte do 
hospedeiro, que é o ser vivo que sustenta o parasita. 
 
2) Os agentes infecciosos no meio ambiente 
 
As doenças transmitem-se pela passagem dos agentes infecciosos do corpo de uma 
pessoa para o de outra ou de um animal para pessoas ou para outro animal. Estes são os 
elementos básicos da cadeia de transmissão das doenças infecciosas: (i) indivíduo doente; (ii) 
indivíduo são; (iii) agente infeccioso; e (iv) ambiente. São eles determinados, influenciados e 
ativados por fatores geográficos, ecológicos e sociais. 
 
VIAS DE ELIMINAÇÃO 
 
Os agentes infecciosos, após penetrarem no hospedeiro, instalam-se nos tecidos, 
cavidades ou órgãos que mais os beneficiam, multiplicam-se e, depois, saem ou eliminam 
formas infectantes (larvas, ovos, cistos). Para tal, utilizam-se das seguintes portas de saída ou 
vias de eliminação: 
 
Ânus e boca – via digestiva: os agentes infecciosos saem com as fezes, pela via 
digestiva, através do ânus. Estes são normalmente aqueles agentes que penetram por via oral 
(boca), localizando-se, geralmente, na faringe e órgãos do aparelho digestivo (principalmente 
nos intestinos). Como exemplos: o vírus da hepatite A e as bactérias causadoras de diarreias 
(Entamoeba coli, Salmonella, Shigella), febre amarela, febre tifoide, cólera, toxoplasmose, 
cistecerco de Taenia sp., ovos de S. mansoni, A. lumbricoides, Enterobius (oxíuros) e 
Trichuris, cistos de amebas e giárdias e larvas de Strongyloides. São eliminados pela saliva, 
entre outros, os vírus (herpes, raiva, poliomielite) e bactérias (difteria). 
 
 
28 
Nariz e boca – via respiratória: os agentes infecciosos são expelidos por intermédio 
de gotículas produzidas pelo mecanismo da tosse, do espirro, de escarros, secreções nasais e 
expectoração. Geralmente os agentes infectam os pulmões e a parte superior das vias 
respiratórias. Temos como exemplos as seguintes doenças transmissíveis: sarampo, caxumba, 
rubéola, catapora, meningite, pneumonia e tuberculose. Muitas vezes, os agentes que se 
utilizam das vias respiratórias vão para outros locais, causando diferentes manifestações 
clínicas. É o caso do Streptococos pneumoniae, causador da pneumonia, que também pode 
provocar sinusite e otite. 
 
Pele e mucosa – via transcutânea: normalmente, a pele descama-se como resultado 
da ação do meio ambiente, em função de atividades físicas – como exercícios – e no ato de 
vestir-se e despir-se. Os agentes infecciosos eliminados pela pele são os que se encontravam 
alojados nela e que geralmente são transmitidos por contato direto, e não pela liberação no 
meio ambiente. Através da pele ocorre a saída de vírus (herpes, varicela, verrugas) e bactérias, 
como as que causam furúnculos, carbúnculos, sífilis e impetigo. Leishmanias responsáveis 
por úlceras cutâneas e o Sarcoptes scabiei, pela sarna, também utilizam a pele como porta de 
saída. 
 
Vagina e uretra – via urogenital: os agentes infecciosos são geralmente eliminados 
por via vaginal e uretral – durante a relação sexual ou contato com líquidos corpóreos 
contaminados – pelo sêmen (HIV, herpes, sífilis, gonorreia e Trichomonas vaginalis), pelas 
mucosas (fungos) ou urina (febre tifoide e febres hemorrágicas; a leptospirose, transmitida 
pela urina de ratos e cães infectados). 
 
Eliminação pelo leite: Como o leite é produzido por uma glândula da pele, podemos 
aqui considerar os microrganismos eliminados por meio dele. 
O leite humano raramente elimina agentes infecciosos, mas isto pode vir a acontecer com os 
seguintes (entre outros): vírus da caxumba, da hepatite B, HIV e o HTLV-1. Com o leite de 
cabra e de vaca a eliminação é mais frequente, principalmente nos casos de brucelose, 
tuberculose, mononucleose, Staphylococcus sp., e outros agentes capazes de causar diarreia 
no homem. 
 
Eliminação pelo sangue: Existem muitos agentes infecciosos que têm preferência por 
viver no sangue e, assim, acabam saindo por seu intermédio quando de um sangramento 
(acidentes, ferimentos), ou realização de punção com agulhas de injeção, transfusões, ou 
ainda, picadas de vetores (insetos). 
Ressalte-se que ao picarem o homem para se alimentar, os mosquitos adquirem 
adicionalmente muitos agentes infecciosos que serão posteriormente levados para outros 
indivíduos quando voltarem a se nutrir. 
 
VIAS DE PENETRAÇÃO 
 
As portas de entrada de um hospedeiro são os locais de seu corpo por onde os agentes 
infecciosos penetram. As principais vias são: 
 
Boca – via digestiva: os agentes infecciosos penetram pela boca com os alimentos, a 
água, ou pelo contato das mãos e objetos contaminados levados diretamente à boca. Isso 
acontece com os ovos de alguns vermes (lombriga), cistos de protozoários (amebas, giárdias), 
bactérias (cólera), vírus (hepatite A, poliomielite) e fungos. 
 
Nariz e boca – via respiratória: os agentes são inalados com o ar, penetrando no 
corpo através do nariz e/ou boca, pelo processo respiratório. Como exemplos, temos: vírus da 
 
29 
gripe, do sarampo e da catapora; bactérias responsáveis pela meningite, tuberculose e difteria 
(crupe). 
Pele e mucosa – via transcutânea: geralmente, os agentes infecciosos penetram na 
pele ou na mucosa dos hospedeiros por meio de feridas, picadas de insetos, arranhões e 
queimaduras, raramente em pele íntegra. Como exemplos, temos: dengue, doença de Chagas e 
malária. 
 
Vagina e uretra – via urogenital: os agentes infecciosospenetram nos hospedeiros 
pelos órgãos genitais, por meio de secreções e do sêmen, nos contatos e relações sexuais. 
Assim ocorre a: 
 
TRANSMISSÃO 
 
Os elementos básicos da cadeia de transmissão das infecções parasitárias são o 
hospedeiro, o agente infeccioso e o meio ambiente. No entanto, em muitos casos, temos a 
presença de vetores, isto é, insetos que transportam os agentes infecciosos de um hospedeiro 
parasitado a outro, até então sadio (não infectado). É o caso da febre amarela, da leishmaniose 
e outras doenças. 
Para cada infecção parasitária existe uma cadeia de transmissão própria. Por exemplo, 
o Ascaris lumbricoides tem como hospedeiro somente o homem, mas precisa passar pelo 
meio ambiente, em condições ideais de temperatura, umidade e oxigênio, para evoluir até 
encontrar um novo hospedeiro. 
 
Transmissão direta de pessoa a pessoa: é a transmissão causada por agentes 
infecciosos que saem do corpo de um hospedeiro parasitado (homem ou animal) e passam 
rapidamente para outro hospedeiro são ou para si mesmo – caso em que recebe o nome de 
autoinfecção. 
Nesse modo de transmissão, os agentes infecciosos são eliminados dos seus 
hospedeiros já prontos, desenvolvidos ou com capacidade de infectar outros hospedeiros. As 
vias de transmissão direta de pessoa podem ser, entre outras, fecal-oral, gotículas, respiratória 
e sexual. Na transmissão fecal-oral, o agente infeccioso é transmitido por meio da ingestão de 
alimento ou água contaminados com fezes de uma pessoa doente. 
 
Transmissão indireta com presença de hospedeiros intermediários ou vetores: 
ocorre quando o agente infeccioso passa por outro hospedeiro (intermediário) antes de 
alcançar o novo hospedeiro (definitivo) – caso da esquistossomose e da teníase (solitária). A 
ingestão de carne bovina ou suína, crua ou mal cozida, contendo as larvas da tênia, faz com 
que o indivíduo venha a ter solitária – a qual, ressalte-se, não é passada diretamente de pessoa 
a pessoa. 
A forma indireta também ocorre quando o agente infeccioso é transportado por meio 
da picada de um vetor (inseto) e levado até o novo hospedeiro – caso da malária, filariose 
(elefantíase) e leishmaniose. 
 
Transmissão indireta com presença do meio ambiente: nesse tipo de transmissão, 
ao sair do hospedeiro o agente infeccioso já tem uma forma resistente que o habilita a manter-
se vivo por algum tempo no ambiente, contaminando o ar, a água, o solo, alimentos e objetos, 
à espera de novo hospedeiro. 
Os cistos são formas resistentes não visíveis a olho nu. Como não percebemos, podem 
estar em qualquer lugar – daí a importância de sempre mantermos a correta higiene das mãos 
e de realizarmos a adequada limpeza de nossas casas. Os vetores mecânicos como as moscas, 
baratas e outros insetos, podem transportar os agentes (cistos, ovos, bactérias) de um lugar 
para o outro, contaminando os alimentos e o ambiente. Por isso devemos proteger os 
 
30 
alimentos, mantendo-os sempre cobertos e bem embalados, e lavar muito bem as frutas e 
alimentos ingeridos crus, antes de consumi-los. 
 
Transmissão vertical: Também conhecida como materno-infantil, é a transmissão de 
uma geração para seus descendentes, podendo ser passadas quando ainda no período de 
gestação, no nascimento e/ou mesmo nos primeiros anos de vida por intermédio do leite 
materno. Doenças como a rubéola, a hepatite B e C, a sífilis congênita, a aids e a 
toxoplasmose possuem esse tipo de transmissão. 
Por exemplo, a transmissão vertical é a principal forma de infecção em crianças pelo 
HIV, sendo responsável, no Brasil, por mais de 80% do total de casos em menores de 13 anos 
(1983 – 1999); e por mais de 90%, se considerarmos apenas o período de 1998 a agosto de 
1999. Os casos de transmissão vertical correspondem a 2,7% do total geral de casos 
notificados até agosto de 1999. 
 
CONTAMINAÇÃO 
 
Fala-se que um meio (água, ar, solo) está contaminado ou poluído quando suas 
características estão alteradas e os fatores que podem ser mensurados apresentam valores 
superiores ou inferiores aos habituais. Por esta razão, considera-se que um lago está 
contaminado quando nele tenha sido derramado um tóxico, mas também se o oxigênio 
escassear em suas águas, ou se a sua temperatura estiver anormalmente alta, por causas não 
naturais. 
São considerados contaminadores todos os fatores do meio que representem algum 
perigo para os seres vivos. Os contaminadores podem ser de origem natural (gases expelidos 
por um vulcão), mas a maioria deles é produzida pela atividade humana, motivo pelo qual são 
chamados antropogênicos. 
Podem-se distinguir vários tipos de contaminadores: 
• físicos, como o calor, o ruído ou as radiações; 
• químicos, como os pesticidas, o petróleo e os metais pesados; e 
• biológicos, como os micróbios causadores de doenças (patogênicos). 
 
Alguns produtos da atividade humana podem ser decompostos por serem 
biodegradáveis, como restos de alimentos ou papel. Mas se a quantidade de matéria despejada 
ou abandonada for superior à que os decompositores podem transformar, ela irá acumular-se e 
produzirá contaminação. A matéria nos ecossistemas passa dos organismos produtores 
(plantas verdes) para os consumidores (animais e fungos). Os restos de todos eles são 
transformados pelos organismos decompositores em moléculas simples, que são novamente 
utilizadas pelas plantas, na fotossíntese, para elaborar a matéria orgânica. 
Determinados materiais fabricados pelo homem não podem ser alterados pela ação dos 
organismos decompositores, razão pela qual se diz que eles não são biodegradáveis. Esses 
materiais se acumulam no meio ambiente e oferecem um grave perigo para a sobrevivência 
dos seres vivos. 
 
7 Texto em itálico acrescentado ao texto original do Manual do Treinando, transcrito de Klick Educação. 
42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
TEXTO Nº 6 – OS DEFENSORES DO CORPO HUMANO 
 
Milhões de células vivem para matar qualquer invasor que ameace a saúde do ser humano. 
Em caso de perigo iminente, esse exército se lança a uma guerra sem quartel, em que ninguém faz prisioneiros. 
 O nome dessa tropa de elite é SISTEMA IMUNOLÓGICO. 
 
Um leve corte no dedo, tão superficial que mal assustaria uma criança. Indigno de 
merecer mais do que “ai” ou quem sabe um palavrão. Afinal, ninguém morre por causa de um 
corte no dedo – pelo menos em 99,9 por cento dos casos. Não que um corte não possa matar; 
mas se não mata é graças a uma tropa de elite, em permanente prontidão para ir à luta pela 
vida. É uma guerra secreta; enquanto uma dorzinha no lugar é praticamente tudo o que a 
pessoa retém do acidente, dentro do organismo reina grande agitação e todas as atenções 
voltam-se para a vizinhança do pequeno corte; ali a batalha poderá começar a qualquer 
momento. A tropa de elite – o sistema imunológico – está preparada para o que der e vier. 
A mesma dor que avisa à pessoa que ela se machucou fez soar um alarme, destinado 
às células de defesa. Daí começou o corre-corre. A circulação sanguínea transporta 
rapidamente batalhões inteiros dessas células ao local atingido, onde passam a ocupar 
posições estratégicas, entrincheiradas entre os tecidos. Toda a movimentação é apenas uma 
medida de segurança. Pode ser que o pequeno corte seja apenas um machucado sem 
consequência e que as células de defesa logo possam se dispersar sem ter disparado um tiro. 
Aliás, essa tropa é tão precavida que pega em armas diante de qualquer ameaça: por menor 
que seja uma lesão física, desencadeia o alerta. Até mesmo quando se leva um tapa, o sistema 
imunológico fica a postos. 
As células de defesa já estão se dispersando quando soa de novo o alarme – na 
verdade, trata-se da liberação das substâncias químicas pela pele ferida e também pelos 
invasores. Isso porque até um pequeno arranhão abre uma grande brecha para a ação de 
micróbios sagazes, toxinas perversas, partículas exóticas. Ao segundo alarme, os soldadosde 
infantaria – que os cientistas chamam de granulócitos lançam-se à batalha sem perda de 
tempo, valendo-se do alto grau de preparo que os tornam ágeis e dinâmicos. Muitos deles vão 
tombar em combate, e com os restos mortais do inimigo derrotado, formarão o pus que 
aparece nas feridas. 
Então se aproxima a artilharia dos macrófagos, células mais fortes, cujos canhonaços 
pulverizam não só os invasores – vivos ou mortos – com os próprios granulócitos eliminados 
no começo da batalha. Tamanha é a quantidade de macrófagos, comprimidos nos espaços 
entre as células, que são uma das causas do inchaço no local machucado. Granulócitos e 
macrófagos usam armas fabricadas há muito tempo – tanto que foram encontradas nos 
arsenais de espécies primitivas, como as esponjas. Graças a esse material bélico de 
comprovada eficiência – as enzimas existentes em seu interior –, eles engolem, trituram e 
digerem os inimigos. Outras enzimas, produzidas por diversos órgãos, como o estômago, 
podem ajudar, perfurando a membrana de micróbios e parasitas, feito balas de canhão. 
Chamadas de fagocitárias, essas células reconhecem os invasores (conhecidos como 
antígenos) por meio das substâncias químicas que lhes são comuns. Não é difícil a 
identificação – tais substâncias inexistem no organismo. Ou seja, o uniforme do inimigo é 
inconfundível. Certas bactérias, como o pneumococcus da pneumonia, ao longo da evolução 
aprenderam, porém, a camuflarem-se e a passarem despercebidas. Contra isso os vertebrados 
inventaram, há 400 milhões de anos, uma resposta formidável – as células linfócitos B. Assim 
que uma bactéria da pneumonia tenta invadir o corpo pelo pequeno corte, os linfócitos B 
disparam seus mísseis teleguiados que se encaixam na molécula da bactéria, ou de qualquer 
outro invasor infeccioso, bloqueando-a para que não contamine outras células do organismo. 
Essas proteínas são os tão falados anticorpos. Sua função principal, porém, é típica dos 
serviços de contraespionagem: desmascarar os inimigos camuflados. A técnica funciona às 
mil maravilhas. Ao combinar-se com o odiado antígeno, o anticorpo chama a atenção do 
macrófago para a presença do estranho. O inimigo, então, fica encurralado. “Além de tornar o 
 
32 
antígeno reconhecível, os anticorpos ajudam os macrófagos a ingeri-los”, explica o professor 
de Imunologia Momtchillo Russo, da Universidade de São Paulo (USP). 
Os linfócitos B, em geral, são os soldados mais especializados do exército de defesa. 
Nas aves, são treinados para o ataque na Bursa de Fabricius (daí a letra B) que fica na cloaca, 
a ponta do canal intestinal. Já no homem, que não tem bursa, essas células nascidas na medula 
óssea são treinadas em tecidos como os do baço, intestino, amígdalas, fígado. Dali vão 
navegar na corrente sanguínea, prontas para a luta, onde quer que se localize o teatro de 
operações. Se todas as células da pele humana são idênticas, o mesmo não acontece com os 
linfócitos B. Faz sentido: afinal, precisam especializar-se na produção de anticorpos de 
tamanhos e formatos diversos, para se encaixar como peças de quebra-cabeça em uma 
infinidade de inimigos. Calcula-se que, entre o trilhão de linfócitos B do organismo, haja 
cerca de 1 milhão de tipos diferentes. 
No curso de uma infecção, algumas células B adquirem o que os cientistas chamam 
memória: a propriedade que lhes permite estudar detalhadamente as táticas do invasor, de 
maneira que, se ele infectar o corpo uma segunda vez, haverá células B especializadas no seu 
combate e capazes de agir mais rapidamente do que no ataque anterior. Quando um linfócito 
B se encontra, porém, face a face com seu antígeno, não se põe a disparar anticorpos 
imediatamente como um amador. Espera a ordem de atacar dada por uma substância, a 
interleucina, enviada pela célula T auxiliar. 
A T auxiliar é um dos três tipos de células que rumam da medula óssea para o timo 
(daí a letra T), uma glândula atrás das costelas, na altura do coração. Sua função é controlar 
todo o sistema imunológico. 
Como não produz anticorpos, embora seja especializada em um único invasor, não se 
sabe até hoje quais são os seus receptores, isto é, como ela se encaixa e percebe o inimigo, 
ativando, a partir daí, tanto as células B como os macrófagos. Além das interleucinas, a T 
auxiliar tem uma segunda arma: o interferon, que funciona como um gás paralisante nas 
células infectadas e dificulta a propagação do antígeno. 
Quem nasce sem timo não sobrevive, por falta das células T para organizar suas 
defesas. Quando tais células são destruídas pelo vírus da aids, por exemplo, o mesmo 
acontece. Um segundo tipo de célula T, a supressora envia uma substância que inibe a ação da 
célula T auxiliar e, por tabela, de todas as outras células controlando o processo imunológico 
em níveis ideais. O terceiro e último tipo de célula T, ao contrário de suas irmãs, não dá 
ordens – nem por isso é menos importante. Trata-se da célula citotóxica, uma espécie de 
assassino profissional. Daí a sua alcunha em inglês killer, assassina. 
Enquanto as demais células do sistema reconhecem apenas os antígenos (substâncias 
estranhas), a killer perscruta os tecidos do próprio organismo, os quais vivem espionando: se 
estiver faltando algo, como nas células cancerosas que degeneram, ou se houver algo a mais, 
como nas células infectadas que retiverem em suas membranas partículas de um vírus invasor, 
ela se ativará. Então, aproxima-se da célula doente, e, como se lhe desse o beijo da morte, 
transmite-lhe uma substância tóxica destruidora. 
44 
8 Texto do Manual do Treinando, do Treinamento de Pessoal da Sala de Vacinação (BRASIL, 1991; 2001), extraído 
originalmente da Revista Superinteressante, 
ano 2, n.º 7, p. 38, 70-71, jul. 1988. 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
UNIDADE 4 
PROMOVENDO A SAÚDE, PREVENINDO E CONTROLANDO DOENÇAS, 
AGRAVOS E SITUAÇÕES DE RISCO 
 
[...] O importante é que se busquem formas de incluir, na concepção e na prática 
das equipes, a noção de risco, atual e potencial, de modo que os profissionais de 
saúde possam trabalhar não apenas com a intervenção sobre agravos à saúde, 
 senão que tomem como objeto de trabalho os riscos sanitários presentes nos modos de vida [...] 
Ana Luiza Queiroz Vilasbôas e Carmen Fontes Teixeira, 2007 
 
Objetivos 
 
1. Identificar mecanismos de interrupção da cadeia epidemiológica. 
2. Analisar a prática da vigilância epidemiológica nos serviços de Saúde. 
3. Discutir sobre calendários de vacinação, indicação e contraindicação à vacinação. 
46 
Atividades 
 
1. Para iniciar esta Unidade vamos ler com atenção o caso a seguir: 
Cecília, auxiliar de Enfermagem da unidade de Saúde do bairro de Crisópolis, atende, 
no começo da tarde do dia 20 de setembro, um jovem que informa ter 30 anos de idade. 
Crisópolis é um bairro situado na periferia de um município litorâneo de grande porte, 
e a unidade de Saúde é a única alternativa de atendimento para grande parte da população que 
vive no bairro. A unidade é um serviço convencional, pois nesta parte do município não está 
implantada a estratégia Saúde da Família. 
O município litorâneo, embora seja rico – produtor de petróleo e com um turismo 
ativo –, tem em Crisópolis um bairro que sofre das mazelas comuns da periferia da maioria 
das cidades (esgoto a céu aberto, intermitência no abastecimento de água, inexistência de 
coleta de lixo, ruas sem pavimentação, moradia de baixa qualidade, barracos, superlotação 
domiciliar, famílias numerosas; gravidez na adolescência, desemprego, drogas, violência etc.). 
O jovem informa que vem tendo febre há mais ou menos cinco dias, tem tosse com 
catarro, coriza e apresenta manchas avermelhadas no corpo. Faltou ao trabalho (é garçom em 
uma lanchonete na praia mais famosa do município) e também às aulas noturnas (é estudante 
do projeto de educação de jovens e adultos – EJA, em uma escolado bairro). 
O médico, que já estava de saída, pois tinha sido chamado para uma reunião de 
emergência no hospital de referência, mesmo assim ainda atende o paciente e prescreve 
antitérmico, hidratação oral e repouso no domicílio. Informa ao rapaz que se trata de uma 
virose e o manda de volta para casa. O jovem está febril e ainda com mal-estar. 
No dia seguinte o rapaz retorna à unidade com piora do quadro, continuava com febre 
elevada, prostração acentuada, falta de apetite e o exantema tinha se espalhado desde a face, 
tórax e membros, em adicional, apresentava conjuntivite. Informou, ainda, que um colega da 
lanchonete que também é seu vizinho, apresentava um quadro semelhante. 
Como, neste momento, o médico e a enfermeira não se encontravam na unidade de 
Saúde, Cecília, a auxiliar de Enfermagem, resolveu encaminhar o jovem para a unidade de 
emergência do município, situada em outro bairro. 
Na semana seguinte, a equipe da unidade de Saúde foi procurada pela reportagem do 
maior jornal do município para saber por que estavam acontecendo tantos casos de virose no 
bairro de Crisópolis. 
 
 
 
 
 
 
34 
Após a leitura vamos discutir o caso a partir das seguintes questões: 
 
a) O que você acha da recepção e o primeiro atendimento dado ao jovem na unidade 
de Saúde? 
b) Qual (is) doença(s) poderia(m) estar relacionada(s) a este caso? Por quê? 
c) Considerando as possibilidades (suspeitas) qual (ou quais) conduta (s) deveria(m) 
ter sido adotada(s) pelos profissionais da unidade de Saúde de Crisópolis: 
 
Com relação ao paciente? Sua família? E comunidade onde vive? 
Com relação ao local de trabalho? E de estudo? 
Com relação à situação de doenças que estão em situação de erradicação/eliminação 
cuja sintomatologia assemelha-se ao quadro descrito? 
47 
2. Considerando que a vacinação é um dos meios de interrupção da cadeia 
epidemiológica de doenças imunopreveníveis, vamos discutir: 
a) O que é uma vacina? 
b) O que é um soro? 
c) O que significa “poder imunizante”? E “dose imunizante”? 
d) Podemos fazer alguma relação entre “poder imunizante”/“dose imunizante” e o 
caso estudado na atividade anterior? 
 
3. Agora, pensando no trabalho de vacinação na nossa unidade de Saúde, vamos: 
a) Indicar as vacinas disponíveis. 
b) Apontar idade e dose, descrevendo os calendários de vacinação atualmente em 
vigência. 
c) Relatar as contraindicações às vacinas. 
d) Indicar as situações em que é necessário o uso de soros. 
e) Descrever a triagem e a orientação à pessoa vacinada ou ao responsável. 
 
4. Ainda sobre a vacinação na nossa unidade de Saúde, vamos discutir um pouco sobre o 
processo de trabalho: 
a) Quantos e quais profissionais fazem vacinação? 
b) Quem supervisiona o trabalho da sala de vacinação? 
c) Como os demais integrantes da equipe da unidade de Saúde participam do trabalho 
de vacinação? 
 
5. Para ampliar a nossa compreensão sobre vacinação e o trabalho na unidade de Saúde, 
vamos fazer a leitura de textos, conforme orientação do MONITOR. 
a) Vacinação: responsabilidade, acolhimento e cuidado (Texto nº 7, p. 47). 
b) Informações básicas para a prática em imunizações (Texto nº 8, p. 51) . 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
TEXTO Nº 7 – VACINAÇÃO: RESPONSABILIDADE, ACOLHIMENTO E 
CUIDADO 
 
Para refletir sobre a vacinação como uma responsabilidade que não é exclusiva do 
vacinador ou da equipe de vacinação, mas compartilhada por toda equipe de Saúde, trazemos 
um texto de Paranaguá (SANTANA, 1992) na sua discussão sobre a gestão do trabalho em 
saúde. 
 
O conceito de responsabilização no trabalho implica a assunção, pelo trabalhador, no cotidiano 
de sua prática, de atitudes e compromissos efetivos com os objetivos ou com a missão institucional, o 
que significa dizer, no caso dos estabelecimentos assistenciais, com as necessidades dos pacientes (ou, 
como seria mais adequado denominar, dos usuários). A responsabilização depende do desenvolvimento 
de relações de trabalho onde o referencial principal seja a satisfação do usuário. 
Para que se estabeleça esse pacto é indispensável uma série de posturas inovadoras no campo das 
práticas gerenciais dos serviços de saúde, buscando substituir o autoritarismo pela autoridade da 
coordenação democrática e superar a alienação pela participação consciente no processo de trabalho, em 
toda sua extensão e significado. 
O alcance de tais resultados passa, necessariamente, pela revisão do conceito e das práticas 
educativas nos serviços de saúde, já que os requerimentos fundamentais para essa abordagem são 
exatamente a formação e a educação continuada dos profissionais num processo que assegure a 
implantação e a manutenção de uma nova cultura institucional voltada para os compromissos sociais da 
organização, isto é, para o atendimento do interesse público. 
 
As atividades da sala de vacinação são desenvolvidas por equipe de Enfermagem, 
treinada e capacitada para o manuseio, conservação, administração, registro e descarte dos 
imunobiológicos. 
A equipe de Enfermagem é formada pelo enfermeiro e por técnico ou auxiliar de 
Enfermagem, sendo ideal contar com, dois técnicos ou auxiliares para cada turno de trabalho. 
O tamanho da equipe depende do porte do serviço, bem como do tamanho da população do 
território sob sua responsabilidade. 
O enfermeiro é responsável pela coordenação e supervisão ao trabalho desenvolvido 
na sala de vacinação e pelo processo de educação continuada da equipe. Essa 
responsabilidade técnica (RT) do enfermeiro está estabelecida em resolução do Conselho 
Federal de Enfermagem (nº 302/2005). 
A importância desse papel é reforçada por esse texto da Organização Pan-Americana 
da Saúde, transcrita em artigo de Nunes (1986): 
 
A supervisão é algo inerente a qualquer processo de trabalho que se realize em bases coletivas, 
através da divisão e integração de tarefas, entre diversos trabalhadores. Onde as funções de 
mando (ou gerência) estejam separadas das funções de execução e atribuídas a distintos 
indivíduos, ela se constitui, inevitavelmente, numa tarefa adicional assumida por quem detém 
o poder de mando, visando, segundo objetivos mais ou menos explícitos, a imprimir uma 
dada orientação ao próprio processo de trabalho. 
 
Na coordenação e na supervisão desse trabalho, o enfermeiro lidera vários processos, a 
exemplo do planejamento da vacinação, mediante definição de metas de população a vacinar 
no seu território, de forma integrada ao conjunto das demais ações do serviço. Lidera, do 
mesmo modo, os processos de monitoramento e avaliação, dando especial atenção ao 
acompanhamento do alcance das metas de vacinação, identificando estratégias de busca de 
faltosos e/ou de não vacinados. 
A provisão periódica de insumos e imunobiológicos é responsabilidade precípua do 
enfermeiro, atentando para que não haja falta e também desperdício ou perda. 
A equipe de vacinação deve sempre estar completa e presente. O enfermeiro 
coordenador deve prever um substituto na necessidade da ausência de algum dos integrantes. 
 
36 
No caso da troca de todos os profissionais da equipe, a população deve ser informada, 
garantindo-se a apresentação dos novos integrantes aos usuários. 
De modo mais específico, são funções da equipe responsável pelo trabalho na sala de 
vacinação: 
 
• Manter as condições de conservação dos imunobiológicos na temperatura 
preconizada, efetivando o registro das temperaturas verificadas. 
• Manter os equipamentos em boas condições de funcionamento. 
• Orientar e atender aos usuários com segurança, responsabilidade e respeito. 
• Registrar as doses administradas nos impressos adequados. 
• Manter o arquivo da sala de vacinação em ordem e atualizado. 
• Manter a organização e a limpeza da sala de vacinação. 
• Encaminhar e dar destino adequado aos imunobiológicos inutilizados. 
• Encaminhar e dar destino adequado ao lixo da sala de vacinação. 
 
Acolhimento e triagemO acolhimento e a triagem são atividades que acontecem ou devem acontecer em todo 
serviço de Saúde, em qualquer nível de complexidade da rede. São procedimentos que tomam 
como base critérios de prioridade no atendimento. Essas prioridades são discutidas e definidas 
com a participação de toda equipe e devem ser informadas com clareza à população. 
A informação à população fortalece o relacionamento entre a equipe e os usuários, 
estabelecendo solidariedade e confiança, e por isso deve ser uma postura adotada pelos 
profissionais desde a portaria do prédio, na recepção, até a entrada em qualquer um dos 
setores do serviço, como a sala de vacinação. 
A triagem, quando adequadamente realizada, permite a redução de filas, a ampliação 
do acesso e reforça o vínculo entre a população e o serviço de Saúde. O critério básico tem 
por fundamento a avaliação e a classificação do risco do usuário que chega à unidade em 
busca do atendimento, considerando o grau de sofrimento do paciente e do agravo que se 
manifesta. 
A recepção é estratégica para o acolhimento, pois é quando se dá, muitas vezes, o 
primeiro contato com o Sistema Único de Saúde (SUS). É a partir daí que se estabelece uma 
relação de confiança, quando se define o encaminhamento e a possível solução das 
necessidades e demandas do usuário. Momento, também, em que este é informado sobre os 
limites e possibilidades daquele serviço específico e do Sistema. 
É importante que a equipe efetive uma permanente articulação com outras equipes ou 
serviços tendo em vista maior resolutividade e a continuidade no atendimento e, quando for o 
caso, encaminhar o usuário para outra unidade. Em vacinação, por exemplo, para receber soro 
ou vacina contra a raiva (inativada) ou vacinas especiais disponíveis no Centro de Referência 
para Imunobiológicos Especiais (Crie). 
Na recepção também se pode ampliar as oportunidades de orientação para vacinação, 
encaminhando para a sala de vacinação pessoas não vacinadas ou com esquemas incompletos, 
mesmo que estas tenham vindo ao serviço para outra finalidade (consultas, curativos, exames, 
farmácia etc.). Isto só poderá acontecer se toda equipe da unidade estiver envolvida com a 
atividade de vacinação. 
A verificação do comprovante e o encaminhamento para a vacinação por outros 
setores ou outros integrantes da equipe, contribuirão também para fortalecer uma cultura da 
valorização do comprovante de vacinação (cartão ou caderneta) como documento pessoal. 
Recomendar ao usuário que sempre esteja de posse do cartão de vacinação, seja criança, 
adolescente, adulto ou idoso, inclusive como exigência para o atendimento na unidade (em 
qualquer circunstância), também reforça essa valorização. 
 
37 
As atitudes de gentileza, solidariedade, dedicação e receptividade devem ser 
dispensadas a todo e qualquer usuário, objetivando o seu bem-estar e a efetividade do cuidado 
prestado. Na sala de vacinação que, de modo geral, é demandada por um usuário sadio, o 
critério a ser adotado é, de modo geral, a ordem de chegada, mas é importante dar uma 
atenção especial a pessoas que merecem atendimento diferenciado, como a gestante, pessoas 
com necessidades especiais, criança agitada e o idoso. 
As condições do ambiente e os processos de trabalho são importantes na preservação 
do bem-estar do usuário. São exemplos: 
• Os bebedouros e os banheiros, devidamente higienizados, devem estar acessíveis ao 
usuário. 
• As barreiras físicas, como vidros e grades em guichês devem ser eliminadas. 
• As condições de acesso ao deficiente físico devem ser garantidas (a exemplo das 
rampas). 
• A demora no atendimento e as filas devem ser evitadas, com prévio agendamento. 
• A espera deve ser instalada em local adequado, providenciando-se cadeiras ou 
bancos, podendo-se, ainda, instalar equipamentos para exibição de vídeos e dispor de 
materiais impressos 
• A sinalização de orientação dos setores deve ser clara, objetiva e estar visível, 
complementada com orientação ao usuário sobre a direção a tomar para chegar ao 
setor desejado. 
 
De modo específico, no acolhimento, na sala de vacinação, a equipe deve proceder da 
seguinte forma: 
• Conversar com a pessoa a ser vacinada e/ou responsável sobre os benefícios da 
vacina. 
• Informar sobre a existência de eventuais contraindicações para a vacinação, de 
acordo com a avaliação da situação de saúde da pessoa a ser vacinada. 
• Informar sobre eventuais eventos adversos relacionados à(s) vacina(s) a ser (em) 
administrada(s), orientando sobre o retorno à unidade de Saúde, caso alguma alteração 
seja observada. 
• Informar à pessoa a ser vacinada e/ou responsável sobre o procedimento: mostrar o 
frasco da vacina, informar o nome da mesma; mostrar a seringa descartável a ser 
utilizada; informar sobre a via de administração etc. 
• Garantir a privacidade e estabelecer uma relação de confiança com a pessoa a ser 
vacinada. 
• Orientar sobre a melhor posição para administração da vacina, evitando desconforto 
e acidentes. 
• Garantir um ambiente tranquilo e confortável. 
 
Podemos concluir esta reflexão com uma fala de Merhy (2004) que nos leva a outras 
reflexões “[...] no campo da saúde, o objeto (do serviço, da equipe de saúde) não é a cura, ou 
a promoção e proteção da saúde, mas a produção do cuidado, através do qual poderão ser 
atingidas a cura e a saúde, que são, de fato, os objetivos que se quer atingir”. 
51 
Referências 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Capacitação de Pessoal em Sala de 
Vacinação: Manual do Treinando. 2. ed. Brasília, 2001. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/ 
bvs/publicações/funasa/salavac_treinando_completo.pdf>. Acesso em: 15 jan. 2013. 
 
MERHY, Emerson Elias. O Ato de Cuidar: a Alma dos Serviços de Saúde. In: Brasil. Ministério 
da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da 
Educação na Saúde. Ver – SUS Brasil: cadernos de textos. Brasília, 2004. 
 
 
38 
NUNES, T. C. M. A Supervisão: Uma Proposta Pedagógica para o Setor Saúde. Cadernos de Saúde Pública, Rio de 
Janeiro, v. 2, n. 4, p. 466-476, out./dez. 1986. 
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE. Ministério da Saúde. Módulos de Princípios 
de Epidemiologia para o Controle de Enfermidades: Módulo 2: Saúde e doença na população. 
Brasília, 2010. 48 p. 7 v. Disponível em: <http://www.paho.org/bra/index.php?option=com_ 
docman&task=doc_download&gid=950&Itemid=423>. Acesso em: 15 jan. 2013. 
 
SANTANA, J. P. A gestão do trabalho nos estabelecimentos de saúde: elementos para uma 
proposta. Texto de apoio – Unidade 3. Projeto CADRHU II – Capacitação em Desenvolvimento de 
Recursos Humanos de Saúde, 1992. 
 
 
TEXTO Nº 8 – INFORMAÇÕES BÁSICAS PARA A PRÁTICA EM VACINAÇÃO 
 
A prática de vacinação envolve diversos aspectos científicos e técnico-operacionais 
que dizem respeito aos agentes imunizantes e à pessoa a ser imunizada. 
 
Agentes imunizantes 
 
Natureza – A vacina é produto farmacêutico que contém um ou mais agentes 
imunizantes (vacina monovalente ou combinada) em diversas formas biológicas, quais sejam: 
bactérias ou vírus vivos atenuados; vírus inativados e bactérias mortas; componentes 
purificados e/ou modificados dos agentes causadores das doenças contra as quais a vacina é 
dirigida. 
 
Composição – O produto final elaborado pode conter, além do agente imunizante, 
proteínas ou outros componentes originados dos meios de cultura ou da cultura de células 
utilizados no processo de produção da vacina, bem como outros componentes, como líquido 
de suspensão, conservantes, antibióticos e outras substâncias especificadas a seguir. 
52 
Líquido de suspensão – É constituído geralmente por água destilada ou solução salina 
fisiológica. 
 
Conservantes e antibióticos – Representados por pequenas quantidades de 
substâncias necessárias para evitar o crescimento de contaminantes (bactérias, fungos), como 
mercuriais (timerosal)e antibióticos (neomicina). São mais utilizados em frascos de 
multidoses. 
 
Estabilizantes – São substâncias que auxiliam a proteger as vacinas de condições 
adversas, como congelamento, calor, alterações do pH (tampões) e para obtenção de 
isotonicidade (NaCl). Também são utilizados para formar volume, quando a vacina contém 
quantidades mínimas de imunógenos como, por exemplo, a vacina contra o Haemophilus 
influenzae tipo B, que contém apenas 10 mcg do antígeno PRP. 
Os estabilizantes mais utilizados são açúcares (sacarose e lactose), proteínas derivadas 
de animais(gelatina porcina ou bovina) ou de humanos (soroalbumina humana), tampões 
(fosfato) e sais (NaCl). As proteínas de alto peso molecular, como gelatina parcialmente 
hidrolisada, apresentam maior risco de desencadear reações de hipersensibilidade. 
 
Adjuvantes – São substâncias que aumentam a resposta imune de vacinas que contêm 
microrganismos inativados ou seus componentes (como, por exemplo, os toxoides tetânico e 
diftérico). Não são utilizados em vacinas que contêm microrganismos vivos. Os sais de 
alumínio são os adjuvantes mais utilizados para vacinas destinadas a uso humano e podem ser 
utilizados de forma isolada (hidróxido de alumínio, fosfato de alumínio, sulfato potássico de 
alumínio) ou mista. Os adjuvantes podem causar eventos adversos locais, como formação de 
granuloma. 
 
39 
Manifestações alérgicas podem ocorrer se a pessoa vacinada for sensível a um ou mais 
dos componentes das vacinas. 
 
Origem dos produtos – Laboratórios nacionais e internacionais fornecem as vacinas 
para o País. Embora a maioria dos produtos seja obtida a partir de cepas iniciais padronizadas 
provenientes de instituições de referência da Organização Mundial da Saúde (OMS), e os 
meios ou células de cultura também estejam padronizados, existem particularidades no 
processo de produção de cada laboratório, ou mesmo substâncias químicas acessórias 
(adjuvantes; conservantes; estabilizantes ou outras), que podem ser diferentes. Estes fatores 
eventualmente contribuem para que as vacinas variem discretamente no seu aspecto (presença 
de floculação) ou coloração (exemplo: vacina tríplice viral – contra o sarampo, a caxumba e a 
rubéola – que, após reconstituição, por vezes, se apresenta com tonalidades que vão do róseo 
ao amarelo). 
 
Controle de qualidade – Realizado pelo laboratório produtor, deve obedecer a 
critérios padronizados estabelecidos pela OMS. Os lotes vacinais, após aprovação nos testes 
de controle do laboratório produtor, são submetidos à análise pelo Instituto Nacional de 
Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), do Ministério da Saúde. Depois, a vacina é 
liberada para uso, garantindo a segurança, a potência adequada e a estabilidade do produto 
final. 
 
Conservação – Todos os agentes imunizantes devem ser mantidos em temperatura 
adequada [...]. 
53 
3 Adaptado da publicação: Norma técnica do programa de imunização de São Paulo (2008). 
4 As orientações e recomendações contidas neste texto são as preconizadas por ocasião da edição deste MANUAL. 
Importante verificar mudanças recentes. Pergunte ao seu MONITOR. 
 
Situações em que se recomenda o adiamento da vacinação da PESSOA 
A SER IMUNIZADA 
O programa de imunização visa, em primeira instância, a ampla extensão da cobertura 
vacinal, para alcançar adequado grau de proteção imunitária da população contra as doenças 
transmissíveis por ele abrangidas. Entretanto, observa-se, com frequência, a ocorrência de 
contraindicações desnecessárias, baseadas em conjecturas teóricas ou em conceitos 
desatualizados, com perda da oportunidade do encontro do indivíduo com o serviço de Saúde 
e consequente comprometimento da cobertura vacinal. 
 
Contraindicações gerais 
As vacinas de bactérias atenuadas ou vírus vivos atenuados, em princípio, não devem 
ser administradas a pessoas que: 
1. Apresentaram reações de caráter anafilático à dose prévia da vacina ou de seus 
componentes. 
2. Grávidas (salvo situações de alto risco de exposição a algumas doenças virais 
imunopreveníveis como, por exemplo, febre amarela). Ressalte-se que, mesmo em países 
onde o abortamento por possível infecção do feto conta com respaldo legal, a vacinação 
inadvertida durante a gravidez com vacinas atenuadas não constitui indicação para a sua 
interrupção. 
3. Apresentam imunodeficiência congênita ou adquirida; como portadores de 
neoplasias malignas, submetidos a transplantes de medula ou outros órgãos, infectados pelo 
HIV ou que estão em tratamento com corticosteroides em dose alta (equivalente a prednisona 
na dose de 2 mg/kg/dia ou mais, para crianças, ou de 20 mg/dia ou mais, para adultos, por 
mais de duas semanas) ou são submetidas a outras terapêuticas imunodepressoras 
(quimioterapia antineoplásica, radioterapia etc.). Como existem diversos tipos e graus de 
 
40 
comprometimento da resposta imunológica há recomendações específicas para cada uma 
dessas condições. Recomendamos consultar o Manual dos Centros de Referência para 
Imunobiológicos Especiais, Guia de Tratamento Clínico da Infecção pelo HIV em Pediatria e 
Recomendações para terapia anti-retroviral em adultos e adolescentes infectados pelo HIV, 
disponível em <www.saude.gov.br/svs> (Anexo II). 
 
Situações em que se recomenda o adiamento da vacinação 
 
• Até três meses após o tratamento com imunodepressores ou com corticosteroides em 
dose alta. Essa recomendação é válida inclusive para vacinas de componentes e de 
organismos mortos ou inativados, pela possível inadequação da resposta. 
• Administração de imunoglobulina ou de sangue e derivados, devido à possibilidade 
de que os anticorpos presentes nesses produtos neutralizem o vírus vacinal. Essa 
recomendação é válida para as vacinas contra o sarampo, a caxumba, a rubéola e a 
varicela. As vacinas contra a caxumba, a rubéola e a varicela não devem ser 
administradas nas duas semanas que antecedem ou até três meses após o uso de 
imunoglobulina ou de sangue e derivados. Quanto à vacina contra o sarampo, a 
interferência com a resposta sorológica pode ser mais prolongada (ver Anexo I) 
• Durante a evolução de doenças agudas febris graves, sobretudo para que seus sinais e 
sintomas não sejam atribuídos ou confundidos com possíveis efeitos adversos das 
vacinas. 
 
Na ocorrência de púrpura trombocitopênica associada temporalmente à administração 
de vacinas, o caso será analisado individualmente quanto à indicação de eventuais doses 
subsequentes. 
5 As contraindicações específicas constam das orientações para o uso de cada vacina. 
54 
Falsas contraindicações à vacinação 
• Afecções comuns, como doenças infecciosas ou alérgicas do trato respiratório 
superior com tosse e/ou coriza; diarreia leve ou moderada; doenças da pele (lesões 
impetiginosas esparsas; escabiose). 
• História e/ou diagnóstico clínico pregresso da doença no que diz respeito à aplicação 
da respectiva vacina. 
• Desnutrição. 
• Uso de qualquer tipo de antimicrobiano. 
• Vacinação contra a raiva. 
• Doença neurológica estável (exemplo: convulsão controlada) ou pregressa com 
sequela presente. 
• Antecedente familiar de convulsão. 
• Tratamento sistêmico com corticosteroides nas seguintes situações: curta duração 
(inferior a duas semanas), independentemente da dose; doses baixas ou moderadas, 
independentemente do tempo; tratamento prolongado, em dias alternados, com 
corticosteroides de ação curta; doses de manutenção fisiológica. 
• Alergias (exceto as de caráter anafilático) relacionadas com os componentes das 
vacinas. 
• Reação cutânea ao timerosal. 
• Prematuridade ou baixo peso ao nascimento. Nestes casos não se deve adiar o início 
da vacinação (exceção: vacinas BCG e hepatite B – ver capítulos correspondentes). 
• Internação hospitalar. Esta é uma ótima oportunidade para atualizar o esquema de 
vacinações, desde que não haja contraindicação formal. Indicação da vacina oral 
contra poliomielite,doses de rotina ou campanhas devem ser avaliadas 
cuidadosamente. 
 
41 
Associação de vacinas 
 
A administração de vários agentes imunizantes em um mesmo atendimento é conduta 
indicada e econômica que, além de facilitar a operacionalização do esquema, permite, em um 
reduzido número de contatos da pessoa com o serviço de Saúde, imunizar contra um maior 
número de doenças. No caso das vacinas utilizadas no Programa, as associações possíveis não 
aumentam a ocorrência de evento adverso, não comprometem o poder imunogênico que cada 
agente possui quando administrado individualmente e nem sobrecarrega o sistema 
imunológico. A associação de vacinas pode ser: 
 
• Vacinação combinada: quando dois ou mais agentes imunizantes são administrados 
em uma mesma preparação. Exemplos: vacina tríplice bacteriana (DTP, contra 
difteria, tétano e pertussis); tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). 
• Vacinação simultânea: quando várias vacinas são administradas em diferentes 
locais ou por diferentes vias. Assim, em um mesmo atendimento podem ser aplicadas 
simultaneamente as vacinas: 
 
DPT-Hib e hepatite B ou a pentavalente pela via intramuscular. 
Poliomielite pela via oral. 
BCG (intradérmica). 
 
• Quando não for possível a administração simultânea de vacinas em um mesmo 
atendimento pode ser necessário respeitar intervalos mínimos entre as aplicações. 
55 
Quadro 1 – Intervalos recomendados entre as doses de vacinas que contêm 
vírus vivo atenuado e vacinas que não contêm vírus vivo atenuado 
Tipo de antígeno Intervalo 
 Vírus inativado, DNA e produtos de vírus e bactérias (Vírus inativado, DNA e 
produtos) Nenhum intervalo e podem ser administradas simultaneamente ou com 
qualquer intervalo entre as doses. 
 Vírus vivo atenuado (Inativado, DNA e produtos de vírus ou bactérias) Nenhum 
intervalo e podem ser administradas simultaneamente ou com qualquer intervalo entre 
as doses. 
 Vírus vivo atenuado (Vírus vivo atenuado) Depende dos antígenos (VOP e VRH) + 
(SCR e Varicela) + (FA e Varicela), recomenda-se vacinação simultânea, caso não 
seja possível adotar intervalo de 30 dias entre as doses. 
 VOP e demais vacinas atenuadas e VRH durante Campanhas, nenhum intervalo. 
 Exceções: Não podem ser administradas no mesmo dia, deve ser dado um intervalo de 
30 dias entre as vacinas: SCR + Febre Amarela* e Pneumocócica 10V +Febre 
Amarela**. 
 
Fonte: Quadro elaborado a partir de informações contidas no Manual de Vigilância dos Eventos Adversos à Vacinação do 
Ministério da Saúde. 
(*) Atualmente não se recomenda mais administrar SCR e FA, pelo prejuízo na resposta imunológica referente ao 
componente rubéola da SCR e, também, para FA. Fato que pode causar a formação de bolsões de susceptíveis para rubéola e 
febre amarela. 
(**) Com relação à pneumo 10V e FA o prejuízo na resposta refere-se à FA. 
 
 
 
 
 
 
 
42 
SITUAÇÕES ESPECIAIS 
 
Surtos ou epidemias 
 
Na vigência de surto ou epidemia de doenças abrangidas pelo Programa podem ser 
desencadeadas medidas de controle, tais como vacinação em massa da população-alvo 
(exemplos: estado, município, creches) e que não precisam estar implícitas na Norma de 
Vacinação (exemplos: extensão da faixa etária, doses de reforço e outras). 
 
Campanha e/ou intensificação de vacinação 
 
São estratégias que visam ao controle de doenças de maneira intensiva ou à extensão 
da cobertura vacinal para complementação do serviço de rotina. Na campanha e na 
intensificação, as orientações para execução de vacinação são adequadas à estratégia em 
questão e também não necessitam estar prescritas na Norma de Vacinação. 
 
Vacinação do escolar/estudante 
 
A frequência à escola permite a atualização do esquema vacinal de crianças, 
adolescentes e adultos. Nesse sentido, o momento do ingresso representa uma oportunidade 
estratégica para essa atualização. 
 
Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e síndrome da 
imunodeficiência adquirida (aids) 
Atenção especial deve ser dada às vacinas com microrganismos vivos. Crianças 
infectadas, reconhecidas por meio de provas sorológicas positivas, ou doentes com aids têm 
contraindicação para a vacina BCG. A vacina oral rotavírus pode ser administrada em 
crianças expostas à transmissão vertical do HIV e às infectadas assintomáticas, respeitando-se 
a faixa etária recomendada para a primeira e segunda doses. A vacina SCR não deve ser 
administrada em crianças com sintomatologia grave (categoria C) ou imunodepressão grave 
(categoria imunológica 3); caso já tenham recebido duas doses, não há necessidade de dose 
adicional. A vacina febre amarela pode ser indicada levando-se em conta a avaliação clínico-
imunológica do paciente e a situação epidemiológica local. Recomenda-se preferencialmente 
a utilização da vacina injetável contra a poliomielite. 
57 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
UNIDADE 5 
VACINAÇÃO SEGURA: QUALIDADE DAS VACINAS E DA VACINAÇÃO 
 
[...] vacinação segura (é) garantir a utilização de vacinas de qualidade; aplicar, 
rigorosamente, as boas práticas de imunização; monitorar os eventos adversos 
pós-vacinação que, por ventura, possam ocorrer; [...] 
Portal Saúde 
 
Objetivos 
 
1. Identificar condições necessárias à garantia da qualidade das vacinas e à segurança da 
vacinação, envolvendo: 
a) Cuidados individuais do próprio vacinador. 
b) A disponibilidade de equipamentos e sua disposição na sala de vacinação. 
c) A manutenção, a organização e a limpeza da geladeira de vacinas. 
d) O uso e a leitura do termômetro. 
e) A manutenção e a limpeza da sala de vacinação. 
f) Os cuidados com o lixo da sala de vacinação. 
58 
Atividades 
 
1. Para discutir sobre vacinação segura vamos começar por uma coisa que parece bem 
simples: LAVAR AS MÃOS! 
a) Que problemas podem acontecer quando a higienização das mãos não é feita ou é 
feita de forma inadequada? 
b) Sabemos lavar as mãos? 
c) Após a lavagem das mãos como secamos? 
 
2. Para ampliar e consolidar a discussão, vamos ler o texto indicado a seguir, conforme 
orientação do MONITOR. 
Lavar as mãos (Texto nº 9, p. 44). 
 
3. Dando sequência à discussão sobre vacinação segura vamos analisar a norma que diz: 
 
Na unidade de Saúde e na vacinação extramuros toda vacina deve ser conservada entre +2°C 
e +8°C (ideal +5°C) e aplicada dentro do prazo de validade registrado na embalagem. 
a) O que significa esta norma? 
b) Por que ela existe? 
c) É uma norma possível de ser cumprida? 
d) Esta temperatura é a indicada para todas as vacinas em todos os níveis da Rede de 
Frio? 
 
4. Entendendo melhor o cumprimento desta norma vamos falar de termômetros: 
a) Por que é importante que no refrigerador de vacinas tenha um termômetro? 
b) Qual o tipo de termômetro usado no refrigerador da sala de vacinação? E na caixa 
térmica da sala de vacinação? 
c) Como fazemos a leitura do termômetro? Quando fazemos? 
d) Após a leitura da temperatura, o que fazemos? Por quê? 
 
 
 
 
 
 
44 
5. Agora, vamos descrever: 
a) Como é arrumado o refrigerador da sala de vacinação? Que produtos são 
armazenados em cada parte? Por quê? 
b) Quando fazemos a limpeza do refrigerador? Como fazemos essa limpeza? 
c) Quando o refrigerador apresenta algum problema, o que fazemos? 
d) Como é arrumada a caixa térmica para a vacinação no dia a dia da sala de 
vacinação? 
E para a vacinação extramuros? 
 
Para sistematizar a discussão sobre este assunto, vamos fazer a leitura do texto indicado 
a seguir, conforme orientação do MONITOR. 
O uso do refrigerador na conservação de vacinas (Texto nº 10, p. 45). 
59 
Continuando a olhar a sala de vacinação da nossa unidade de Saúde vamos descrever: 
a) Condições de acesso dos usuários: entrada, saída, fluxo. 
b) Condições de ventilação e iluminação. 
c) Localização de equipamentos e móveis. 
 
6. E sobre o lixo da sala de vacinação: 
a) O que fazemos com seringas e agulhasutilizadas? 
b) O que fazemos com frascos vazios e sobras de vacinas? 
c) Como é tratado o lixo da sala de vacinação? 
 
Para sistematizar as discussões sobre este assunto, vamos fazer a leitura do texto 
indicado a seguir, conforme orientação do MONITOR. 
O lixo da sala de vacinação (Texto nº 11, p. 50) 
 
TEXTO Nº 9 – LAVAR AS MÃOS 
 
O ato de lavar as mãos, quando praticado por todo pessoal de saúde, é fundamental 
para a prevenção e controle de infecções. Na sala de vacinação, quando rigorosamente 
obedecido, previne a contaminação no manuseio, no preparo e na administração dos 
imunobiológicos. 
Na sala de vacinação a higiene das mãos deve ser realizada antes e depois: (i) da 
administração de cada vacina, soro e imunoglobulina; (ii) do manuseio dos materiais, das 
vacinas, soros e imunoglobulinas; e (iii) de qualquer atividade executada na sala de vacinação. 
Antes da higienização, retirar joias (anéis, pulseiras e outros adornos) para evitar que 
se acumulem microrganismos e umidade sob tais objetos3. Em seguida, dar os seguintes 
passos: 
60 
Passo 1 – Abrir a torneira e molhar as mãos sem encostá-las na pia (evitar o uso de água 
muito quente ou muito fria para prevenir o ressecamento da pele). 
 
Passo 2 – Aplicar, na palma da mão, quantidade suficiente de sabão líquido para cobrir toda a 
superfície das mãos (quando só dispuser de sabão em barra, fracionar em pequenos pedaços, 
de modo a desprezar cada pedaço após o uso). 
61 
Passo 3 – Ensaboar as palmas das mãos, friccionando (esfregando) uma na outra. Friccionar a 
palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda, entrelaçando os dedos, repetindo o 
procedimento com a mão esquerda contra o dorso da mão direita. 
 
Passo 4 – Entrelaçar os dedos e friccionar os espaços interdigitais. 
 
45 
 
Passo 5 – Esfregar o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os 
dedos, fazendo movimento de vai e vem; repetir o procedimento com a outra mão. 
 
Passo 6 – Esfregar o polegar direito com o auxílio da palma da mão esquerda, fazendo 
movimento circular; repetir o procedimento com a outra mão. 
62 
Passo 7 – Friccionar as polpas digitais e unhas da mão esquerda, fazendo movimento circular; 
repetir procedimento com a outra mão. 
 
Passo 8 – Enxaguar as mãos, retirando os resíduos de sabão, evitando o contato direto das 
mãos enxaguadas com a torneira (No caso de a torneira exigir contato manual para 
fechamento utilizar sempre o papel-toalha). 
63 
Passo 9 – Secar as mãos com papel toalha (descartável), iniciando pelas mãos e seguindo para 
os punhos. Desprezar o papel-toalha no cesto de lixo comum. 
 
O uso coletivo de toalhas de tecido não é indicado, pois a umidade favorece a 
proliferação bacteriana. Na falta do papel toalha, utilizar a toalha de tecido limpa e seca, 
trocada a cada turno ou quando necessário. 
 
1 Texto e ilustrações constantes do Manual de Procedimentos de Vacinação, editado pelo governo da Bahia, Secretaria da 
Saúde, outubro de 2011. 
Disponível em: <http://www.suvisa.ba.gov.br/sites/default/files/galeria/texto/2012/03/07/Manual%20de...pdf>. 
2 As orientações e recomendações contidas neste texto são as preconizadas por ocasião da edição deste MANUAL. 
Importante verificar mudanças recentes. Pergunte ao seu MONITOR. 
3 É importante manter as unhas curtas e com os cantos aparados para evitar acidentes e acúmulo de sujidades. 
 
TEXTO Nº 10 – A CONSERVAÇÃO DE VACINAS NA SALA DE VACINAÇÃO 
 
Introdução 
 
Os imunobiológicos são sensíveis a agentes físicos, como a luz e o calor, 
especialmente por ter em sua formulação antígenos e adjuvantes. O calor acelera a inativação 
das substâncias que entram na composição dos produtos, daí a necessidade de mantê-los sob 
refrigeração. 
O manuseio inadequado, algum equipamento com defeito ou a falta de energia elétrica 
interrompem o processo de refrigeração, comprometendo a potência dos imunobiológicos, ou 
seja, a sua capacidade de desenvolver a proteção específica (formação de anticorpos). 
A Cadeia de Frio é o processo logístico da Rede de Frio para conservação dos 
imunobiológicos, desde o laboratório produtor até o usuário, incluindo as etapas de 
recebimento, de armazenamento, de distribuição e de transporte, de forma oportuna e 
eficiente, assegurando a preservação de suas características originais. Envolve a aplicação de 
equipamentos, de procedimentos padronizados e de equipe técnica qualificada. 
Na Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Insumos (Cenadi) e na 
Central Estadual, Instâncias Nacional e Estadual, respectivamente, são instaladas câmaras 
frigoríficas com compartimentos separados para conservar os imunobiológicos a -20ºC e entre 
+2ºC e +8ºC. Nas câmaras frigoríficas de -20ºC ficam as vacinas que podem ser congeladas. 
Nas de temperatura entre +2ºC e +8ºC ficam os imunobiológicos que não podem ser 
congelados. 
Na Central Estadual, Instância Estadual, além das câmaras frigoríficas, usam-se, 
também, freezers para as vacinas que podem ser congeladas (-20ºC) e câmaras refrigeradas 
específicas para os imunobiológicos que são conservados entre +2ºC e +8 ºC. 
 
46 
Nas instâncias regional e municipal, os imunobiológicos são conservados em câmaras 
frigoríficas ou em freezers (-20ºC) e em câmaras refrigeradas (+2ºC e +8ºC), conforme a 
temperatura indicada para cada produto. Nessas instâncias, a instalação da câmara fria e a 
quantidade dos outros equipamentos dependem do volume a ser estocado e do tempo de 
armazenamento. 
Na instância local (nos centros e unidades básicas de Saúde, nos hospitais e nos 
ambulatórios) todos os produtos são conservados entre +2ºC e +8ºC em câmaras 
refrigeradas.25 
 
4 Texto e ilustrações constantes do Manual de Procedimentos de Vacinação, editados pelo Governo da Bahia, Secretaria da 
Saúde, outubro de 2011. 
Disponível em: <http://www.suvisa.ba.gov.br/sites/default/files/galeria/texto/2012/03/07/Manual%20de...pdf>. 
5 As orientações e recomendações contidas neste texto são as preconizadas por ocasião da edição deste MANUAL. 
Importante verificar mudanças recentes. Pergunte ao seu MONITOR. 
6 O PNI, a partir da próxima edição do Manual de Frio, faz uma diferença conceitual entre REDE DE FRIO e CADEIA DE 
FRIO. Assim a Rede de Frio é considerada como um sistema amplo, que inclui uma estrutura técnico-administrativa 
orientada pelo PNI, por meio de normatização, planejamento, avaliação e financiamento que visa à manutenção adequada da 
Cadeia de Frio. 
 
O uso de câmaras refrigeradas para conservar vacinas 
 
A câmara refrigerada é o equipamento indicado para a conservação dos 
imunobiológicos na sala de vacinação (em unidades de Saúde e nos hospitais e ambulatórios). 
Ela deve ter compartimento único e capacidade mínima compatível com volume e tempo que 
serão armazenados os produtos. 
Dependendo do tamanho da unidade de Saúde e da demanda da população a vacinar, 
podem ser necessárias duas câmaras refrigeradas: uma de estoque e outra para as vacinas do 
uso diário. Na falta da segunda câmara refrigerada, utilizar a caixa térmica para conservar as 
vacinas do dia de trabalho. Com isso, evita-se a abertura contínua da câmara toda vez que for 
administrar uma vacina. 
A câmara refrigerada deve ser de uso exclusivo para conservar as vacinas. Não se deve 
guardar medicamentos ou outros produtos (como material para o teste do pezinho, de 
laboratório ou odontológico, alimentos e bebidas). É recomendável colocar adesivo na porta: 
“Atenção! Aqui há vacinas” ou “Atenção! Câmara refrigerada exclusiva para conservação de 
vacinas”. 
A guarda de outros produtos aumenta a possibilidade de contaminação, em razão do 
maior número de vezes em que a porta será aberta, podendo causar a perda de potência dos 
imunobiológicos. 
São cuidados que devem ser adotados com a câmara refrigerada na sala de vacinação: 
• Deve ser instalada distante de fontes de calor (estufa e autoclave) e fora do alcancedos raios solares. 
• Deve ficar nivelada, se possível, sobre um suporte com rodas e afastada da parede, 
pelo menos 15 cm, para a livre circulação do ar no condensador (motor), ou conforme 
orientações disponíveis no Manual do Usuário do equipamento. 
• A tomada ou conexão com a fonte de energia deve ser exclusiva para a câmara 
refrigerada (não usar T ou benjamim). 
• Proceder ao ajuste da temperatura de set point +5ºC da câmara refrigerada sem carga, 
até a estabilização dela. 
• Ajustar o alarme visual e sonoro da câmara refrigerada para imunobiológico, mínimo 
+3ºC e máximo +7ºC para possibilitar a adoção de condutas apropriadas. 
• A leitura da temperatura é feita diariamente, por duas vezes: no início da jornada de 
trabalho e no final do dia. A temperatura lida é registrada em formulário, fixado na 
porta ou na face lateral. 
 
47 
• Identificar e colocar na parte da frente das bandejas/compartimentos as vacinas com 
data de validade mais próxima do vencimento, utilizando-as antes das demais. 
• O estoque de diluentes deve ficar fora da câmara refrigerada, em temperatura 
ambiente, com exceção da vacina tetravalente, pois o diluente é a própria vacina DTP 
e o liófilo a vacina Hib, que devem permanecer refrigerados. 
• O diluente de outras vacinas deve estar entre +2ºC e +8ºC (ideal: set point +5ºC) no 
momento da administração, para isto colocá-lo na câmara refrigerada, no dia anterior ou, pelo 
menos, seis horas antes do uso. 
 
No caso do refrigerador de uso doméstico ou comercial 
 
• O termostato deve ser ajustado até encontrar o ponto ideal que permita a manutenção 
da temperatura do refrigerador entre +2ºC e +8ºC, sendo o ideal +5ºC. Se possível, 
manter o sistema de alarme e o gerador de emergência. 
• Para verificar a adequada vedação da porta, fazer o teste da tira de papel. 
• Usar bobinas reutilizáveis organizadas no congelador e garrafas de água com corante 
no compartimento inferior para formar massa térmica para promover a recuperação 
mais rápida da temperatura. 
• Organizar os produtos em bandejas plásticas não perfuradas e não guardá-los em 
caixas térmicas. 
• Adotar como capacidade máxima a utilização de 50% da capacidade total de 
armazenamento. 
• Não colocar os frascos de imunobiológicos próximos ao evaporador ou à entrada de 
ar de refrigerados, pois essas regiões sofrem variações de temperatura e, 
eventualmente, podem submeter os produtos à temperatura negativa, comprometendo 
as características certificadas pelo laboratório produtor. 
• NÃO ARMAZENAR imunobiológicos no compartimento inferior (local da gaveta) 
desses equipamentos domésticos. 
 
7 O PNI está indicando a utilização de CÂMARAS REFRIGERADAS para substituir o REFRIGERADOR DE USO 
DOMÉSTICO que não é mais recomendado por não atender aos critérios de segurança e qualidade dos imunobiológicos. No 
menor prazo possível, os refrigeradores domésticos deverão ser substituídos por CÂMARAS REFRIGERADAS, que são 
apropriadas e específicas para essa finalidade, conforme registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
 
Limpeza do equipamento para conservação de vacinas na sala de vacinação 
 
Limpar o equipamento a cada 15 dias ou conforme orientações disponíveis no Manual 
do equipamento e/ou rotina de utilização. Não fazer a limpeza no início ou no final da tarde, 
às sextas-feiras ou antes de feriados prolongados, pois após religá-lo é preciso monitorar a 
temperatura até que esta chegue na indicada. 
Para fazer a limpeza, transferir os produtos para caixas térmicas, com bobinas 
reutilizáveis e o termômetro de cabo extensor. Antes esperar o tempo necessário (mais ou 
menos 30 minutos) até que o ambiente interno da caixa esteja entre +2ºC e +8ºC (ideal: set 
point +5ºC). Após colocar os produtos, vedar a caixa com fita adesiva larga. 
Quando se dispõe de dois equipamentos (o de estoque e o de uso diário), em vez de 
usar a caixa térmica, transferir os produtos para um dos equipamentos, enquanto é feita a 
limpeza no outro. Alternar a limpeza dos dois equipamentos, dando prazo mínimo de 2 dias 
entre a limpeza de um e do outro. 
Antes de começar a limpeza, registrar no formulário de controle de temperatura o 
horário de desligamento. Desconectar a tomada e abrir as portas do equipamento. Não usar 
objeto pontiagudo, prevenindo danos aos tubos de refrigeração. 
 
48 
Limpar as áreas externa e interna do equipamento, conforme orientações previstas no 
Manual do Usuário. Não jogar água no interior do equipamento. Enxugar tudo com pano 
limpo e seco. 
Religar a câmara refrigerada e fazer os ajustes e organização apropriados. Manter as 
portas fechadas por, no mínimo, uma a duas horas, ou até que a temperatura interna se 
encontre entre +2°C e +8°C (ideal: set point +5°C), recolocar os produtos nos lugares 
indicados. 
 
8 O termostato é um dispositivo destinado a manter constante a temperatura de determinado sistema/equipamento (neste caso 
o refrigerador). Uma vez posicionado (e depois que o equipamento alcançou a temperatura indicada), o termostato não deve 
passar por ajustes frequentes para evitar oscilações da temperatura. Para proceder à limpeza, inclusive, o equipamento deve 
ser desligado da tomada, não havendo necessidade de novos ajustes no termostato. 
9 Teste: (i) colocar uma tira de papel (com mais ou menos 3 cm de largura) entre a borracha da porta e o corpo do 
refrigerador; (ii) fechar a porta; (iii) puxar o papel se este apresentar resistência à borracha que deve estar em perfeito estado; 
se o papel sair com facilidade, a borracha deverá ser trocada. Fazer o teste em vários pontos da porta, especialmente nos 
quatro ângulos. 
 
Uso da caixa térmica 
 
A caixa térmica é utilizada nas seguintes situações: 
 
• Na sala de vacina para conservar os imunobiológicos previstos para o dia de 
trabalho. 
• Nas atividades de vacinação extramuros em campanhas, intensificações e bloqueios. 
• Por ocasião da limpeza da câmara refrigerada quando não está disponível o segundo 
equipamento. 
• Nas situações de emergência, como por exemplo, em razão de corte de energia 
elétrica quando da alteração da faixa de temperatura ideal para armazenamento dos 
imunobiológicos. 
• No transporte de imunobiológicos de uma instância da rede de frio para outra, ou 
para remanejamento entre um serviço e outro. 
 
O tamanho da caixa térmica depende do uso que lhe será dado e do volume de 
imunobiológicos a serem armazenados. 
Na organização da caixa térmica, deve-se estabelecer uma proporção adequada entre a 
quantidade de imunobiológicos e a quantidade de bobinas reutilizáveis. 
Na sala de vacinação, as bobinas devem ficar nas laterais da caixa. O sensor ou bulbo 
do termômetro de cabo extensor deve ficar em recipiente no centro da caixa, os frascos ou 
ampolas também, separados por tipo, colocados no centro da caixa. Os recipientes ficam 
circundados (ilhados) pelas bobinas. 
Para garantir a refrigeração: (i) verificar a temperatura a cada duas horas; (ii) substituir 
as bobinas antes de a temperatura aproximar-se de +8°C; (iii) manter a caixa fora do alcance 
da luz solar direta e distante de fontes de calor; (iii) ao final do dia de trabalho lavar a caixa 
com água e sabão neutro, enxugá-la e guardar em local ventilado e protegido. 
Para os trabalhos extramuros, tomar os seguintes cuidados adicionais: (i) manter a 
caixa à sombra e distante do motor do veículo; (ii) verificar a temperatura a cada 30 minutos, 
substituindo as bobinas reutilizáveis antes de chegar a +8°C; (iii) levar a caixa extra com 
bobinas para reposição. 
 
10 A caixa térmica é feita de poliuretano ou poliestireno expandido (isopor), materiais que impedem a transferência do calor. 
67 
 
 
 
 
49 
Uso das bobinas reutilizáveis 
 
A bobina reutilizável é constituída de material plástico de polietileno, contendo gel à 
base de celulose (em concentração não tóxica) e água, ou apenas água. É encontrada em 
várias dimensões.As bobinas devem ser colocadas no freezer ou no congelador do refrigerador de modo 
a permanecer congeladas; quando não for possível, deixá-las no equipamento por, no mínimo, 
72 horas antes de colocá-las na caixa térmica. 
Antes de colocar a bobina na caixa térmica, fazer a ambientação para que a 
temperatura da bobina que está abaixo de zero não congele a vacina. Para ambientar, deixar a 
bobina de 15 a 30 minutos em temperatura ambiente, até o aparecimento de gotas de água na 
superfície (fazer a bobina suar). 
Após o uso, lavar a bobina, enxugar e recolocar no freezer ou congelador. Observar o 
prazo de validade dela e quando vencido, desprezar. Também descartar a bobina quando 
aparecer resíduos ou depósitos no seu interior ou estiver danificada (rasgada, furada). 
 
Uso de termômetros 
 
O controle da temperatura é feito mediante a verificação sistemática dos termômetros. 
Na sala de vacinação, nos postos de vacinação fixos e volantes, por ocasião das atividades 
extramuros em campanhas, intensificações e bloqueios, bem como no transporte, os 
imunobiológicos devem ficar entre +2°C e +8°C (ideal: set point + 5°C). Esta temperatura 
deve ser adotada em quaisquer situações, para conservação do imunobiológico. 
A verificação da temperatura ocorre, pelo menos, no início e no final do dia de 
trabalho. A cada leitura, a temperatura verificada no termômetro é registrada no formulário, 
afixado na porta do refrigerador. Na caixa térmica a temperatura deve ser verificada com mais 
frequência e as bobinas reutilizáveis substituídas antes de aproximar-se de +8°C. 
Os seguintes termômetros podem ser utilizados: (i) termômetro analógico de momento 
e de máxima e mínima (capela); (ii) termômetro digital de momento e de máxima e mínima, 
com cabo extensor; (iii) termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com cabo 
extensor e dois visores; (iv) termômetro analógico de cabo extensor e (v) termômetros a laser. 
O termômetro linear não é mais indicado. 
No termômetro analógico de momento e de máxima e mínima existem duas colunas 
verticais de mercúrio com escalas inversas, oferecendo três tipos de informação: (i) a 
temperatura mínima (mais fria); (ii) a temperatura máxima (mais quente) e (iii) a temperatura 
do momento. 
O termômetro digital de momento e de máxima e mínima, com cabo extensor, é um 
equipamento eletrônico com um visor de cristal líquido, que mensura temperaturas (do 
momento, a máxima e a mínima) a partir do bulbo do cabo que é instalado no interior do 
equipamento. O termômetro é fixado no lado externo do refrigerador ou colocado de pé sobre 
o equipamento. 
O termômetro analógico de cabo extensor é utilizado para verificar a temperatura do 
momento, sendo indicado para o trabalho diário da sala de vacina, no transporte da vacina ou 
nos trabalhos extramuros. 
O termômetro a laser – equipamento de alta tecnologia – é utilizado principalmente 
para a verificação da temperatura dos imunobiológicos nos volumes (caixas térmicas) 
recebidos ou expedidos em grandes quantidades, e independe de contato com o produto. 
68 
Situações de emergência 
 
Quando a câmara refrigerada deixa de funcionar em razão de corte de energia ou por 
defeito, em um período prolongado, em dia de calor, pode inutilizar totalmente os 
 
50 
imunobiológicos. Nessas situações, o equipamento deve ser mantido fechado e a temperatura 
interna rigorosamente monitorada, por meio do termômetro de cabo extensor. 
Caso a corrente elétrica não seja restabelecida ou a falha no equipamento não seja 
solucionada, no prazo máximo de duas horas, ou quando a temperatura estiver próxima de + 
7°C, transferir rapidamente os produtos para outro equipamento (refrigerador ou caixa 
térmica). 
 
Imunobiológico exposto às situações de risco 
 
Quando um imunobiológico é exposto às situações que promovam risco à manutenção 
da potência imunogênica do produto, sua utilização deve ser suspensa de imediato, mas o 
produto deve ser mantido sob refrigeração, em quarentena. A quarentena é a retenção 
temporária do produto, isolado fisicamente ou por outros meios eficazes, enquanto se aguarda 
decisão sobre liberação para uso ou rejeição. Para isolamento, colocar em área reservada, ou 
com acesso restrito, identificando com aviso (alerta) para evitar que seja utilizado, até a 
decisão quanto ao destino (uso ou descarte). 
As informações sobre os imunobiológicos submetidos a situações de risco são 
registradas e repassadas ao nível hierarquicamente superior (chefia da unidade ou 
coordenação do Programa), tais como: (i) número do lote, quantidade, data de validade do 
lote, apresentação, laboratório produtor, local e condições de armazenamento; (ii) temperatura 
do momento, máxima e mínima; (iii) descrição do problema identificado; (iv) alteração de 
temperatura verificada, ocorrência de alterações anteriores e outras informações sobre o 
momento da detecção do problema. 
O descarte de um imunobiológico exposto à situação de risco, ou mesmo a sua 
reutilização, são decisões que só podem ser adotadas a partir da articulação com a 
coordenação municipal ou estadual de imunizações ou com o PNI. Todos os dados sobre a 
ocorrência são registrados no formulário próprio. Quando a conduta indicada for o descarte, 
proceder conforme orientação específica. 
 
TEXTO Nº 11 – O LIXO DA SALA DE VACINAÇÃO 
 
A limpeza da sala de vacinação é uma tarefa diária feita no final do turno de trabalho, 
mas repetida sempre que necessário. São objetivos da limpeza: (i) prevenir infecções 
cruzadas; e (ii) proporcionar conforto e segurança ao usuário e à equipe. 
Uma vez por semana, o piso deve ser lavado com água e sabão, passando-se, depois, 
solução desinfetante. A limpeza mais pesada é quinzenal, incluindo teto, paredes, janelas, 
luminárias, lâmpadas e portas. O funcionário deve usar roupa apropriada, calçado fechado e 
equipamento de proteção individual (EPI), além de material e produtos apropriados. 
O lixo da sala de vacinação, bem como o de outras dependências do serviço de Saúde 
é de dois tipos: (i) lixo infectante; e (ii) lixo comum. 
É lixo infectante: (i) material biológico (exemplo, vacina que sobrou ou sofreu 
alteração de temperatura ou com prazo de validade vencido); (ii) resíduos perfurantes 
(agulhas, ampolas de vacinas ou vidros); e (iii) outros resíduos (seringas descartáveis usadas). 
Os demais resíduos da sala de vacinação são considerados lixo comum. O lixo do chão 
deve ser recolhido, com o esfregão ou rodo envolvido em pano úmido, e colocado no cesto 
com a pá. O piso não deve ser varrido para evitar a dispersão do pó e a contaminação do 
ambiente. Limpar do fundo da sala para a saída, tantas vezes quantas necessárias (três vezes 
no mínimo). 
O lixo comum deve ser colocado em saco descartável preto ou de outra cor. O lixo 
infectante é acondicionado em saco branco leitoso e, por conta de sua composição, deve 
receber cuidados especiais na separação, no acondicionamento, na coleta, no tratamento e no 
destino final. Esses cuidados são da responsabilidade do pessoal da limpeza, ou seja, daquele 
 
51 
que trabalha no serviço que produz o lixo, conforme Resolução do Conselho Nacional do 
Meio Ambiente (Conama). 
Essa Resolução também diz, no artigo 14, que é obrigatória a separação do lixo 
infectante do lixo comum no próprio local de produção, para permitir o tratamento específico 
e de acordo com as exigências para cada categoria de lixo, além de impedir a contaminação 
do lixo como um todo e permitir a adoção de medidas de segurança, bem como a ação em 
caso de acidente ou de emergência. 
Na caixa coletora de material perfuro cortante são acondicionados: (I) seringas e 
agulhas descartáveis usadas; (II) os frascos usados de vacinas bacterianas e virais e os de 
soros; (III) os frascos de produtos que sofreram alteração de temperatura e que tiveram 
autorização para o descarte; (IV) os frascos de produtos com prazo de validade vencido;e (V) 
as ampolas quebradas. 
A caixa deve ser usada até que o seu conteúdo corresponda a dois terços da 
capacidade, ou quando ficar a 5 cm de distância da boca do recipiente, independente do 
número de dias de trabalho. 
Devem passar por tratamento antes do descarte, os frascos que sofreram alteração de 
temperatura (com autorização para o descarte) e os frascos de produtos com prazo de validade 
vencido, das seguintes vacinas: BCG; poliomielite 1, 2, 3 (atenuada); rotavírus G1P1[8] 
(atenuada); febre amarela (atenuada); tríplice viral; e varicela (atenuada). O ideal é 
encaminhá-los a um centro de material esterilizado (CME) na própria unidade ou em outro 
serviço, para serem autoclavados e desprezados com o lixo hospitalar. Para proceder ao 
tratamento, colocar os frascos fechados na autoclave, durante 15 minutos, em uma 
temperatura entre 121°C e 127°C. Na falta da autoclave os frascos devem ser colocados em 
estufa, por duas horas, a 170°C. 
O tratamento não precisa ser feito para os produtos compostos por bactérias mortas ou 
por vírus inativados ou os produzidos por engenharia genética. 
O tratamento adequado do lixo do serviço de Saúde é qualquer processo capaz de 
modificar as características físicas, químicas e biológicas dos resíduos. Executado dentro de 
condições de segurança e com eficiência, esse processo deixa o lixo em conformidade com 
padrões indicados para a correta disposição final. 
Após o tratamento e o acondicionamento, o lixo é armazenado em área do serviço de 
Saúde, em local apropriado e exclusivo para essa finalidade. No dia e horário programados 
para a coleta, o lixo é transportado para ser armazenado externamente, na “casa do lixo”, por 
exemplo, ou em um contêiner. A partir do momento em que o resíduo é removido da casa do 
lixo ou do contêiner, a responsabilidade pelo destino do mesmo é exclusiva do órgão 
municipal de limpeza urbana. Como a coleta do lixo hospitalar especial não é uma atividade 
comum em nossos serviços é importante adotar esses procedimentos. 
A preferência em termos de disposição final é o aterro sanitário de compactação, não 
sendo recomendada a reciclagem para evitar a contaminação ambiental. Na falta do aterro 
sanitário, o produtor dos resíduos (o próprio serviço de Saúde) é responsável pelo destino 
final, bem como pelo eventual tratamento prévio, como no caso do lixo composto por 
resíduos infectantes e o lixo especial. 
 
Nota sobre a reutilização ou descarte de imunobiológico sob suspeita 
 
A reutilização ou o descarte de um imunobiológico sob suspeita (por ter sofrido 
alteração de temperatura ou por outro motivo) são decisões que não podem ser tomadas pela 
equipe de vacinação isoladamente, sendo necessário consultar a coordenação municipal ou 
estadual do PNI. De imediato deve-se suspender a utilização do produto, mantendo-o sob 
refrigeração, com um aviso visível para que não seja utilizado, até a chegada da orientação 
quanto ao seu destino. 
 
52 
Os dados sobre a ocorrência são registrados em formulário próprio, tendo em vista a 
avaliação da situação: (I) número do lote, quantidade, data de validade do lote, apresentação, 
laboratório produtor, local e condições de armazenamento; (II) temperatura do momento, 
máxima e mínima; (III) descrição do problema identificado; (IV) a alteração de temperatura 
verificada, a ocorrência de alterações anteriores e outras informações sobre o momento da 
detecção do problema. 
Quando a conduta indicada for o descarte proceder conforme orientação específica. 
11 Texto constante do Manual de Procedimentos de Vacinação, editado pelo governo da Bahia, Secretaria da Saúde, outubro 
de 2011. Disponível em: <http://www.suvisa.ba.gov.br/sites/default/files/galeria/texto/2012/03/07/Manual%20de...pdf>. 
12 As orientações e recomendações contidas neste texto são as preconizadas por ocasião da edição deste MANUAL. 
Importante verificar mudanças recentes. Pergunte ao seu MONITOR. 
 
UNIDADE 6 
VACINAÇÃO SEGURA: PREPARANDO E ADMINISTRANDO VACINAS 
 
[...] É imprescindível estar sempre bem informado, acompanhando não apenas 
as mudanças nos conhecimentos técnicos da sua área profissional, mas também 
nos aspectos legais e normativos. Vá e busque o conhecimento. [...] 
Rosana Soibelmann Glock e José Roberto Goldim, 2003 
Objetivos 
 
1. Ampliar o conhecimento sobre as vias de administração utilizadas na vacinação e 
sobre as técnicas de preparo e administração dos imunobiológicos. 
2. Relacionar os cuidados no preparo e administração dos imunobiológicos com a 
segurança e a qualidade da vacina e da vacinação. 
3. Aprofundar a percepção sobre a relação entre procedimentos e práticas de vacinação 
e a ocorrência de eventos adversos pós-vacinação (EAPV), reforçando a importância 
da prevenção dessas ocorrências, principalmente por meio de procedimentos e práticas 
de vacinação segura. 
 
Atividades 
1. Para iniciar esta Unidade e dando continuidade à discussão sobre vacinação 
segura, vamos tratar dos procedimentos para aplicação de vacinas, a partir 
do desenho de um corpo humano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
No desenho vamos: 
a) Identificar os locais mais indicados para cada tipo de injeção. 
b) Identificar os locais de injeção mais usados para administrar cada vacina. 
c) Relacionar cada vacina com as vias de administração e os locais identificados. 
 
2. Na sequência, para reforçar essa discussão, vamos conversar sobre como fazemos o 
preparo e a aplicação das vacinas, a partir das seguintes questões: 
a) Como faço para preparar a vacina antes de administrar? 
b) Qual o volume a ser aspirado para cada dose de vacina? 
c) Em que me baseio para decidir sobre esse volume a ser aspirado? 
d) Como faço para administrar? 
 
3. Para consolidar a discussão vamos fazer a leitura do texto indicado a seguir, conforme 
orientação do MONITOR: 
Preparo e administração de vacinas e soros (Texto nº 12, p. 53) 
 
4. Agora, para ampliar ainda mais a nossa visão sobre segurança da vacinação, vamos 
refletir sobre o nosso dia a dia e lembrar algum caso de evento adverso ocorrido após a 
aplicação de uma vacina. 
a) Como a unidade de Saúde ou a equipe ficou sabendo do caso? 
b) O que foi observado de anormal que levou a equipe a pensar em EAPV? 
c) O que foi feito pela equipe? 
d) Esse caso trouxe algum problema para o trabalho de vacinação da unidade de 
Saúde? Qual? 
 
5. Para concluir essa discussão, vamos fazer a leitura de texto, conforme orientação do 
MONITOR. 
Eventos adversos à vacinação (Texto nº 13, p. 76) 
74 
 
TEXTO Nº 12 – PREPARO E ADMINISTRAÇÃO DE VACINAS E SOROS 
 
Manuseio de seringas e agulhas 
 
As seringas e as agulhas descartáveis são guardadas na embalagem original, em local 
limpo e seco, de preferência em armário fechado. 
O manuseio do material deve ser feito sobre campo limpo. Antes de abrir, é preciso 
verificar se a embalagem está íntegra e dentro do prazo de validade. Para evitar desperdício, 
observar se a seringa e a agulha são apropriadas ao procedimento. Abrir a embalagem 
cuidadosamente, na direção do êmbolo para a ponta da agulha, evitando a contaminação. 
Para evitar acidente, as agulhas, após o uso, não devem ser retiradas manualmente da 
seringa, entortadas ou reinseridas nos protetores. O descarte é feito no recipiente apropriado: 
caixa resistente com paredes rígidas. Quando não disponível, adaptar latas vazias de 
mantimentos com tampas ou caixas de papelão duplamente reforçadas. 
 
Remoção e reconstituição de soluções 
 
Para remover ou reconstituir soluções, iniciar escolhendo a seringa e a agulha 
apropriadas. Em seguida montar a seringa, colocando o corpo na mão esquerda e encaixando 
(ou ajustando) o êmbolo. Adaptar a agulha, mantendo-a protegida. Quando usar seringa com a 
agulha acoplada a montagem é desnecessária, mas é importante fazer o ajuste do êmbolo no 
bico da seringa. 
 
54 
Para remover soluções acondicionadasem ampola de vidro, envolver a ampola com 
gaze ou algodão seco, serrar o gargalo (sem quebrar) e depois quebrar a ampola. Colocá-la 
entre o dedo indicador e o médio, introduzir a agulha no líquido e aspirar a dose 
correspondente. 
Para remover soluções acondicionadas em frasco-ampola com tampa de borracha 
remover a proteção metálica, utilizando a pinça dente de rato e limpar a tampa de borracha 
com algodão seco. Depois, introduzir a agulha (montada na seringa) na borracha do frasco-
ampola e aspirar o líquido correspondente à dose a ser administrada. Com a seringa ainda 
conectada ao frasco-ampola, colocá-la em posição vertical, ao nível dos olhos, e ajustar a 
dose, expulsando o ar. 
Para reconstituir soluções apresentadas sob a forma liofilizada retirar a tampa metálica 
do frasco ampola contendo o liófilo (pó), utilizando a pinça dente de rato e limpar a tampa de 
borracha com algodão seco. Envolver a ampola do diluente em gaze ou algodão seco, serrar 
(sem quebrar) e depois quebrar a ampola. Colocá-la entre o dedo indicador e o médio e aspirar 
o diluente. Em seguida, injetar o diluente no frasco-ampola contendo o liófilo (pó) e fazer um 
movimento rotativo com o frasco, sem produzir espuma, para tornar o conteúdo homogêneo. 
Depois da solução reconstituída, introduzir a seringa com agulha no frasco-ampola e 
aspirar o líquido correspondente à dose a ser administrada. Com a seringa ainda conectada ao 
frasco-ampola, colocá-la em posição vertical, ao nível dos olhos, e ajustar a dose, expulsando 
o ar. 
A solução deve ser administrada imediatamente após o preparo. 
 
1 Texto constante do Manual de Procedimentos de Vacinação, editado pelo governo da Bahia, Secretaria da Saúde, outubro 
de 2011. Disponível em: <http://www.suvisa.ba.gov.br/sites/default/files/galeria/texto/2012/03/07/Manual%20de...pdf>. 
 
75 
Vias de administração de vacinas e soros 
 
Via oral 
 
A via oral é utilizada para a administração de vacinas que são absorvidas no trato 
gastrintestinal com mais facilidade, apresentados, geralmente, em gotas, drágeas, cápsulas e 
comprimidos. O volume e a dose dessas substâncias são introduzidos pela boca. São 
administradas por via oral: a vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) e a rotavírus G1P1[8] 
(atenuada). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
55 
Via injetável 
 
A administração de soluções por via injetável pode ser feita por via intradérmica (ID), 
subcutânea (SC), intramuscular (IM) e endovenosa (EV). 
Ao escolher o local da injeção evitar áreas com cicatrizes, manchas, tatuagens e lesões. 
Quando necessário limpar o local da aplicação, usar água e sabão. Na falta de água e sabão 
(em vacinação na zona rural ou em ambiente hospitalar) utilizar o álcool a 70%. Neste caso, 
manter a fricção da pele por 30 segundos e, em seguida, esperar mais 30 segundos para a 
secagem e, só então, administrar a solução. 
O álcool comum não deve ser utilizado pela sua baixa volatilidade (demora a secar) e 
pelo baixo poder antisséptico. Na injeção intradérmica, especialmente, o uso do álcool não é 
indicado para evitar uma possível interação com o líquido injetável, pelo fato de este ser 
depositado muito próximo da epiderme. 
Colocar a pessoa em posição confortável e segura evitando acidentes durante o 
procedimento. Quando for criança pedir ajuda ao acompanhante para conter movimentos 
bruscos. 
 
 
 
 
 
Via intradérmica (ID) 
 
Na administração por via intradérmica a solução é introduzida na camada superficial 
da pele, chamada derme. É uma via para injeção de substâncias cuja absorção precisa ser 
muito lenta. A vacina BCG é administrada por essa via, bem como prova de 
hipersensibilidade, como o PPD. 
O local mais utilizado para injeções intradérmicas é a face anterior do antebraço. O 
volume máximo indicado a ser aplicado é de 0,5 ml. No caso da BCG o volume corresponde a 
0,1 ml. 
 
56 
A seringa mais apropriada é a de 1 ml, que possui escalas de frações em mililitros (0,1 
ml). A agulha deve ser pequena (entre 10 mm e 13 mm de comprimento), fina (3,8 dec/mm; 4 
dec/mm e 4,5 dec/mm de calibre) e com bisel curto. 
Para fazer a injeção intradérmica segurar firmemente o local e distender a pele, usando 
o polegar e o indicador. Segurar a seringa com o bisel da agulha para cima, coincidindo com o 
lado da graduação da seringa, e introduzir a agulha, paralelamente à pele, até que o bisel 
desapareça. 
Injetar a solução lentamente, pressionando a extremidade do êmbolo com o polegar, 
até introduzir toda a solução. Retirar o polegar da extremidade do êmbolo e a agulha da pele. 
Não fazer compressão no local da aplicação. 
 
2 As vacinas e os soros aqui apontados, bem como as respectivas vias de administração correspondem aos produtos incluídos 
no PNI e os procedimentos preconizados por ocasião da edição deste MANUAL. Verifique a disponibilidade de outras 
vacinas e soros, bem como outras recomendações quanto a procedimentos. Pergunte ao seu MONITOR. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
Via subcutânea (SC) 
 
Na utilização da via subcutânea a solução é introduzida na hipoderme, ou seja, na 
camada subcutânea da pele, sendo apropriada para administrar soluções não irritantes que 
necessitam ser absorvidas lentamente, assegurando uma ação contínua. O volume máximo é 
de 1,5 ml. 
As vacinas do calendário do PNI administradas por essa via são: a tríplice e a dupla 
viral; a febre amarela (atenuada) e a varicela (atenuada). 
São mais utilizados na vacinação por meio de injeções subcutâneas: (i) a região do 
deltoide no terço proximal; (ii) a face superior externa do braço; (iii) a face anterior e externa 
da coxa; e (iv) a face anterior do antebraço. Outros locais também são usados: (i) a parte 
superior e posterior do braço; (ii) o abdome, distando 3 cm do umbigo; (iii) a região 
escapular; e (iv) porções das nádegas. 
As seringas mais apropriadas para a injeção subcutânea são as de 1 ml; 2 ml; 2, 5 ml 
ou 3 ml. A agulha deve ser pequena (entre 13 mm e 20 mm de comprimento), fina (entre 4 
dec/mm e 6 dec/mm de calibre) e com bisel curto. Quando usar agulha mais longa introduzir 
fazendo ângulos entre 45⁰ ou 60⁰. 
Para fazer a injeção subcutânea, pinçar o tecido do local da administração, usando o 
dedo indicador e o polegar. Manter a região firme e introduzir a agulha com o bisel para cima, 
com rapidez e firmeza, formando um ângulo de 90⁰. Aspirar, observando se a agulha atingiu 
algum vaso sanguíneo. Quando atingir algum vaso, retirar a agulha, desprezar o material e 
reiniciar todo o procedimento com o preparo de nova solução. Injetar o líquido lentamente e 
 
57 
retirar a seringa com a agulha, em movimento único e firme. Fazer leve compressão no local 
com algodão seco. 
 
 
Via intramuscular (IM) 
 
Na utilização da via intramuscular a solução é introduzida dentro do tecido muscular, 
sendo uma via apropriada para a administração de soluções irritantes (aquosas ou oleosas), em 
volumes superiores a 1,5 ml (até 5 ml, no máximo). A escolha da injeção intramuscular 
também é feita quando o produto precisa ser absorvido rapidamente ou para obter efeitos mais 
imediatos. 
São vacinas administradas por via intramuscular: a pentavalente (DTP [difteria, tétano, 
pertussis], Haemophilus influenzae B e hepatite B (conjugada); tríplice bacteriana (DTP – 
difteria, tétano, pertussis); dupla bacteriana adulto (dT – difteria, tétano); dupla bacteriana 
infantil (DT – difteria, tétano); tríplice bacteriana acelular (DTPa – difteria, tétano, pertussis); 
hepatite B (recombinante); raiva (inativada); Haemophilus influenzae B (conjugada); 
pneumocócica 10 valente (conjugada); pneumocócica 23 valente (conjugada); hepatite A 
(inativada); poliomielite 1, 2 e 3 (inativada); HPV (papilomavírus humano). 
Os locais selecionados para a injeção intramuscular devem estar distantes dos grandes 
nervos e de vasos sanguíneos. São regiões mais utilizadas: (I) o músculo vastolateral da coxa, 
no terço médio da coxa, medido entre o joelho e o trocanter maior; (II) o músculo dorso 
glúteo ou o músculo grande glúteo, no quadrante superior externo; (III) o músculo deltoide; e 
(IV) o músculo ventroglúteo. 
O tamanho da seringa para a injeção intramuscular varia conforme o volume a ser 
injetado, podendo ser de 1 ml, 3 ml, 5 ml e 10 ml. O comprimento e o calibre da agulha 
também variam de acordo com a massa muscular e a solubilidade do líquido a ser injetado, 
podendo ser entre 20 mm e 40 mm de comprimento e entre 5,5 dec/mm e 9 dec/mm de 
calibre. O bisel da agulha deve ser longo para facilitar a introdução e alcançar o músculo. 
 
58 
Para fazer a injeção intramuscular, firmar o músculo, utilizando o dedo indicador e o 
polegar, e introduzir a agulha formando um ângulo reto (90⁰). Em crianças com pouca massa 
muscular utilizar angulação de 60⁰, em sentido podálico. 
7 Aspirar, observando se a agulha atingiu algum vaso sanguíneo. Quando atingir algum 
vaso, retirar a agulha, desprezar o material e reiniciar todo o procedimento com o preparo de 
nova solução. Injetar o líquido lentamente e retirar a seringa com a agulha, em movimento 
único e firme. Fazer leve compressão no local com algodão seco. 
Quando for utilizar o músculo vasto lateral da coxa, colocar a pessoa em decúbito 
dorsal ou decúbito lateral ou sentada. No caso de criança, colocá-la no colo da mãe ou 
responsável com a perna fletida (dobrada). Se a criança estiver amamentando orientar a mãe 
para dar-lhe o bico do seio durante a vacinação, para maior relaxamento da criança e redução 
da agitação. Localizar o terço médio da face externa da coxa e introduzir a agulha formando 
um ângulo reto (90⁰). 
Quando for utilizar o músculo deltoide colocar a pessoa na posição sentada ou em 
decúbito lateral, localizar o músculo deltoide e traçar um triângulo imaginário com a base 
voltada para cima. Introduzir a agulha no centro do triângulo imaginário, formando um 
ângulo reto (90⁰). 
Quando for utilizar o dorso glúteo ou músculo grande glúteo colocar a pessoa em 
decúbito ventral ou em decúbito lateral, com os pés voltados para dentro, para um bom 
relaxamento. Localizar o músculo e traçar uma cruz imaginária. Administrar a injeção 
intramuscular no quadrante superior externo da cruz imaginária, formando um ângulo reto 
(90⁰). 
 
Via endovenosa (EV) 
 
Na utilização da via endovenosa a solução é introduzida diretamente na corrente 
sanguínea, sendo apropriada para a administração de soluções que necessitam ser absorvidas 
mais rapidamente, assegurando uma ação imediata. É uma via que permite a administração de 
grandes volumes de líquidos e, também, de soluções que, por serem irritantes ou por sofrerem 
a ação dos sucos digestivos, são contraindicadas pelas demais vias (parenterais e oral). 
Os locais mais utilizados para a administração de injeções endovenosas são as veias 
das extremidades ou periféricas. A escolha é feita observando: (i) acessibilidade; (ii) 
mobilidade reduzida; (iii) localização sobre base mais ou menos dura; e (iv) ausência de 
nervos importantes. Algumas veias prestam-se mais a esse tipo de injeção, sendo 
selecionadas, em geral, as veias superficiais, na dobra interna do braço (fossa antecubital), as 
do dorso da mão e do antebraço, e eventualmente, as da perna e do pé. 
As seringas mais apropriadas para a injeção endovenosa são as de 5 ml, 10 ml e 20 ml. 
As agulhas devem ser longas (entre 25 mm a 30 mm de comprimento), finas (entre 7 dec/mm 
e 8 dec/mm) e com bisel longo. 
A pessoa deve estar sempre deitada ou sentada e jamais de pé. Quando a 
administração for no membro superior ou inferior estendê-lo. Passar a tira elástica (garrote) 
acima do local escolhido, a fim de produzir uma estase venosa. Quando for o caso, orientar a 
pessoa a abrir e a fechar a mão várias vezes, mantendo-a fechada até que seja indicada a 
abertura da mesma. 
Palpar a veia onde será administrada a solução, utilizando o dedo indicador e o dedo 
médio. Manter a agulha com o bisel para cima, aproximadamente 1 cm abaixo do local onde a 
veia será alcançada, segurando a seringa paralela à veia. Introduzir a agulha na veia de forma 
delicada e firme. Aspirar e verificar o fluxo venoso, retirar o garrote e injetar o líquido 
lentamente. Retirar a seringa com a agulha, com movimento único e firme. Fazer leve 
compressão com algodão seco. 
 
 
59 
783 Estas são as vacinas incluídas no PNI que, por ocasião da edição deste MANUAL, são administradas por via 
intramuscular. Verifique a disponibilidade de outras vacinas administradas por essa via. Pergunte ao seu MONITOR. 
 
TEXTO Nº 13 – EVENTOS ADVERSOS À VACINAÇÃO 
 
Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é qualquer ocorrência clínica indesejável, em 
indivíduo que tenha recebido um imunobiológico. 
Os eventos podem ser classificados quanto à intensidade em: grave, moderado e leve. 
São eventos graves as ocorrências que envolvem (i) hospitalização por, pelo menos, 24 
horas; (ii) disfunção ou incapacidade significativa e/ou persistente (sequela); (iii) ou resultem 
em anomalia congênita; (iv) risco de morte (necessidade de intervenção imediata para evitar o 
óbito); e (v) óbito. 
O evento é moderado quando há necessidade de avaliação médica e exames 
complementares e/ ou tratamento médico, não se incluindo na categoria grave. O evento é 
leve quando não necessita de exames complementares e tratamento médico. 
Como o PNI vem, a cada ano, vacinando mais pessoas, tem-se observado o aumento 
da ocorrência de eventos indesejáveis, sejam reações menores, sejam eventos adversos graves 
e raros. Isso se explica pelo fato de que as vacinas, assim como não são 100% eficazes, 
também não são 100% seguras e, portanto, podem ocorrer eventos após sua aplicação. 
Sabe-se que o desenvolvimento de uma vacina é extremamente laborioso e cercado de 
cuidados, com o desenvolvimento de longos estudos e pesquisas, objetivando o maior grau 
possível de proteção (eficácia) com o menor número possível de eventos adversos 
(inocuidade). 
Enquanto havia grande incidência de doenças imunopreveníveis não havia grande 
discussão sobre segurança das vacinas e sobre eventos adversos decorrentes da vacinação. 
Atualmente, esses eventos, mesmo raros, vêm crescendo em importância em razão do 
controle das doenças. 
Nesse sentido, é preciso olhar os eventos adversos pós-vacinais como instrumentos de 
busca da qualidade do PNI, considerando que a maioria se constitui em associações temporais 
e, muitas vezes, a causa não é a vacina. As associações são inevitáveis quando se considera a 
grande frequência na população de quadros infecciosos e de natureza alérgica, bem como os 
quadros neurológicos que surgem com ou sem vacinação. Daí o uso da expressão “evento 
 
60 
adverso” em vez de “reação adversa”, pois a palavra “reação” implica uma relação de causa 
com a vacina. 
O importante é que, na prática, seja realizada a avaliação criteriosa (clínica e 
laboratorial) de cada caso, na busca rigorosa do diagnóstico, apontando-se o diagnóstico 
diferencial e encaminhando o tratamento. Com isso, o evento adverso, a sequela ou mesmo o 
óbito não serão atribuídos à vacina, sem a devida fundamentação científica. Muitos eventos 
são doenças intercorrentes que aparecem em associação temporal com a vacinação. 
Como já referido, nenhuma vacina está livre totalmente de provocar evento adverso, 
mas temos de pensar que o risco de complicação grave causada por vacina é muito menor do 
que o risco de contrair a doença (ou doenças) contra a qual aquela vacina protege. Mesmo 
com vacinas mais reatogênicas, como é o caso da tríplice bacteriana (DTP), a análise dos 
riscos comparativos (vacina e doenças correspondentes) mostra claramente os benefícios da 
vacinação. 
Assim, é preciso ter grande cuidado ao contraindicar uma vacinação por conta da 
ocorrência de evento adverso. A pessoa não imunizada, além de correr risco deadoecer, 
representa risco para a comunidade. Quando houver uma ocorrência a população deve ser 
informada corretamente sobre o fato, evitando-se noticiários sensacionalistas e precipitados, 
que podem abalar a confiança no PNI e reduzir as coberturas vacinais e a proteção dos 
diferentes públicos. 
Algumas reações são esperadas e têm relação com a natureza e as características do 
produto imunobiológico. Entre estas se têm eventos relativamente triviais, como febre, dor e 
edema local ou eventos mais graves, como convulsões febris, episódio hipotônico-
hiporresponsivo, choque anafilático etc. O aumento da frequência ou da intensidade habitual 
dos eventos adversos (“surtos”) deve servir de alerta à equipe de Saúde, levando a uma 
investigação das ocorrências. 
Eventos inesperados são aqueles não identificados anteriormente, às vezes 
relacionados com vacinas de uso recente. São também inesperados os eventos decorrentes de 
problemas ligados à qualidade do produto como, por exemplo, contaminação de lotes 
provocando abscessos locais ou teor indevido de endotoxina em certas vacinas, levando a 
reações febris e sintomatologia semelhante à sépsis. 
A distinção entre vacinas vivas e não vivas também é importante. As vacinas virais 
vivas apresentam imunogenicidade ótima, pois, em geral, provocam imunidade duradoura, 
talvez por toda a vida, com uma única dose; têm, no entanto, o potencial de causar eventos 
adversos graves quando são dadas a pessoas com deficiência imunológica grave. Já as vacinas 
não vivas, como a vacina contra o tétano, podem ser imunógenos potentes, mas a repetição 
exagerada de doses pode provocar eventos adversos ligados à hiperimunidade. 
Quando da ocorrência de um evento associado à vacinação, alguns fatores devem ser 
caracterizados como pontos básicos para a investigação: 
 
1. Fatores relacionados à vacina: inclui informações sobre o tipo de vacina (viva ou 
não viva), a cepa, o meio de cultura dos microrganismos, o processo de inativação ou 
atenuação, adjuvantes, estabilizadores ou substâncias conservadoras, o lote da vacina. 
2. Fatores relacionados ao vacinado: idade, sexo, número de doses e datas das doses 
anteriores da vacina, ocorrência de evento adverso às doses prévias, doenças 
concomitantes, doenças alérgicas, autoimunidade, deficiência imunológica. 
3. Fatores relacionados à administração da vacina: agulha e seringa utilizadas, local e 
via de administração. 
 
4 Texto adaptado a partir do Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação (BRASIL, 2008). 
 
 
 
 
61 
Vigilância epidemiológica dos eventos adversos pós-vacinação 
 
A vigilância epidemiológica dos eventos adversos pós-vacinação permite o 
monitoramento das ocorrências, de forma que os benefícios da vacinação sejam sempre 
superiores aos possíveis riscos. Em 1992, o PNI começou a estruturar o Sistema Nacional de 
Vigilância dos Eventos Adversos Pós-Vacinação (VEAPV), implantando o sistema de 
informações (SI-EAPV) a partir do ano 2000. 
Atualmente, os eventos adversos pós-vacinação são considerados agravos de 
notificação compulsória (Portaria nº 33, de 15 de julho de 2005, da Secretaria de Vigilância 
em Saúde). 
Como a grande maioria dos eventos é local e sistêmica leve, a vigilância é voltada para 
os eventos moderados e graves. Raramente o óbito pode ser decorrente da vacinação, por isso, 
o objetivo da Vigilância Epidemiológica de óbitos é, primordialmente, afastar causas 
coincidentes indevidamente atribuídas às vacinas. A síndrome da morte súbita infantil, por 
exemplo, que não tem qualquer relação com a vacinação, podendo ocorrer no mesmo período 
de aplicação de vários imunobiológicos do calendário básico de vacinação da criança. Vários 
estudos mostram que as imunizações não aumentam o risco de morte súbita. 
80 
81UNIDADE 7 - PLANEJANDO E AVALIANDO A VACINAÇÃO 
 
[...] Não vacinar ou deixar de considerar a indicação e o aconselhamento de 
vacinação oportuna, constitui grave falha ética daqueles que estão profissionalmente 
envolvidos com cuidados de saúde [...] 
Newton Bellesi, 2007 
Objetivos 
 
1. Discutir o planejamento da vacinação na unidade de Saúde. 
2. Ampliar o conhecimento sobre planejamento, focalizando meta, indicadores de 
vacinação, bem como estratégias para alcançar os grupos-alvo. 
3. Discutir sobre monitoramento e avaliação do trabalho de vacinação na unidade de 
Saúde. 
82 
 
 
 
 
62 
Atividades 
 
1. Para iniciar esta Unidade vamos destacar alguns pontos do texto a seguir, conforme 
orientação do MONITOR. 
Planejamento e vacinação (Texto nº 14, p. 63) 
2. Continuando nossa conversa sobre planejamento e avaliação vamos discutir as 
seguintes questões: 
a) Quem é o público-alvo da vacinação? Quais os segmentos da população trabalhados 
pelo PNI? 
b) Sabemos quantas pessoas temos de vacinar na nossa unidade de Saúde? Qual a 
nossa meta? 
 
3. Agora, para discutir o planejamento da atividade de vacinação vamos ler com atenção 
o caso a seguir: 
Lembra-se do caso acontecido na unidade de Saúde do bairro de Crisópolis que 
trabalhamos na Unidade 2? 
Pois bem, vamos voltar a Crisópolis. 
Vamos lembrar as características de Crisópolis: é um bairro situado na periferia de 
município litorâneo de grande porte, e a unidade de Saúde é a única alternativa de 
atendimento para grande parte da população que vive no bairro. A unidade é um serviço 
convencional, pois nesta parte do município não está implantada a estratégia Saúde da 
Família. 
O município litorâneo, embora seja rico – produtor de petróleo e com um turismo 
ativo –, tem em Crisópolis um bairro que sofre das mazelas comuns da periferia da maioria 
das cidades (esgoto a céu aberto, intermitência no abastecimento de água, inexistência de 
coleta de lixo, ruas sem pavimentação, moradia de baixa qualidade, barracos, superlotação 
domiciliar, famílias numerosas; gravidez na adolescência, desemprego, drogas, violência etc.). 
Luísa, colega de Cecília (lembram-se da Cecília?), também é auxiliar de Enfermagem 
da unidade de Saúde que atende ao bairro Crisópolis e é responsável pela sala de vacinação da 
unidade de Saúde, que tem como supervisor o Durval, enfermeiro da unidade. 
Luísa e Durval precisam fazer o planejamento da vacinação para o próximo ano 
(vamos chamar esse ano de “ano X”). 
Lembremos, ainda, que a população total do bairro de Crisópolis, segundo dados do 
IBGE, é de 15 mil habitantes e que a unidade de Saúde oferece todas as vacinas previstas nos 
calendários do PNI (para criança, adolescente, adulto e idoso). 
Vamos ajudar Luísa e Durval a planejar a vacinação. 
83 
Quais os passos iniciais de Luísa e de Durval para fazerem o planejamento? 
 
Vamos lembrar que na atividade anterior já discutimos sobre metas, assim, para 
exercitar o cálculo de meta, vamos trabalhar com Luísa e com Durval dois grupos de idade 
(menor de 1 ano e 1 ano de vida) e três vacinas indicadas para esses dois grupos: hepatite B, 
pentavalente e tríplice viral. 
 
Quais as metas para as vacinas pentavalente, hepatite B e tríplice viral? 
 
Vacina contra a hepatite B 
População a vacinar (100%): 
Meta (%): 
Vacina pentavalente 
População a vacinar (100%): 
Meta (%): 
 
63 
 
Vacina tríplice viral 
População a vacinar (100%): 
Meta (%): 
 
Qual o quantitativo das duas vacinas para atender a população a vacinar? 
Vacina Grupo da população Nº de doses Quantitativo 
Pentavalente Menor de 1 ano de idade 
Hepatite B Menor de 1 ano de idade 
Tríplice viral 1 ano de idade 
 
Quais os outros insumos e materiais que Luísa e Durval precisam programar para 
fazerem a vacinação? 
 
4. Para complementar a discussão sobre planejamento, vamos ler o texto a seguir, 
conforme orientação do MONITOR: 
Estratégias de Vacinação (Texto nº 15, p. 87) 
 
5. Agora, vamos focalizar os resultados do trabalho de vacinação. 
a) O que é cobertura de vacinação? 
b) O que sabemos sobre coberturas de vacinação?c) Como estão as coberturas de vacinação na unidade de Saúde? E no distrito? 
E no município? 
d) Essas coberturas são satisfatórias? 
 
Para compreender melhor a importância dos resultados da vacinação leia o texto 
indicado a seguir, conforme orientação do MONITOR: 
Registro e arquivamento de informações na sala de vacinação (Texto nº 16, p. 94) 
 
6. Em seguida, para ampliar nossa visão sobre o alcance do público-alvo da vacinação, 
vamos ler o texto indicado a seguir, conforme orientação do MONITOR: 
Oportunidades perdidas de vacinação (Texto nº 17, p. 97) 
85 
TEXTO Nº 14 – PLANEJAMENTO E VACINAÇÃO 
 
Planejar é, fundamentalmente, avaliar o passado, sondar o futuro, tomar decisões e 
prometer fazer. 
O diálogo entre Alice e o Gato, no livro Alice no País das Maravilhas, transcrito na 
publicação Saúde & Cidadania2, expressa de forma bem simples a importância do planejar: 
 
Alice – Poderia me dizer, por favor, qual é o caminho para sair daqui? 
Gato – Isso depende muito do lugar para onde você quer ir. 
Alice – Não me importa muito onde. 
Gato – Nesse caso, não importa por qual caminho você vá. 
 
Olhando de forma particular a atividade de vacinação, pode-se dizer, por exemplo, que 
nós queremos proteger a população-alvo das doenças imunopreveníveis e alcançar o controle, 
a eliminação ou erradicação daquela doença. Para isso, precisamos definir o grupo-alvo (ou 
grupos-alvo) que deve ser protegido por vacinas em determinado território. E precisamos 
definir o melhor caminho, ou seja, a melhor estratégia (ou estratégias) para alcançar esse 
grupo (ou grupos). 
 
64 
O processo de planejamento busca, assim, desenhar as condições necessárias ao 
alcance do objetivo, antecipando possíveis resultados ou efeitos sobre uma realidade, situação 
ou problema. 
O planejar contempla uma série de etapas ordenadas e desenvolvidas mediante 
processos específicos, a saber: (i) o planejamento (propriamente dito); (ii) a execução; (iii) o 
acompanhamento ou monitoramento e a avaliação, com consequente replanejamento ou 
revisão de metas, estratégias, atividades etc. 
Planejar a vacinação é pensá-la como uma ação incluída no conjunto da Atenção 
Básica e, como tal, deve ser planejada, executada, monitorada e avaliada de forma articulada 
com as demais ações, sendo responsabilidade da equipe local de Saúde, com o objetivo de 
atender de forma prioritária a população do território de referência dessa equipe. 
O planejar formal começa com uma análise da situação objeto do trabalho a ser 
desenvolvido. Momento em que se identificam os principais problemas ou dificuldades a 
serem superadas com a ação planejada. São exemplos de problemas relacionados à vacinação: 
 
• Baixa cobertura de vacinação, com as vacinas do primeiro ano de vida, nos menores 
de 1 ano, na unidade de Saúde no ano X. 
• Três casos de eventos adversos pós-vacinação (EAPV) em adolescentes vacinados na 
unidade de Saúde, no primeiro semestre do ano X. 
• Perda de 500 doses de várias vacinas, armazenadas na geladeira da unidade de 
Saúde, no mês de setembro do ano X. 
• Dificuldade para vacinar os alunos do ensino fundamental da Escola São José, com a 
vacina hepatite B, cuja cobertura nos adolescentes é baixa no ano X. 
 
Após a identificação, passa-se à explicação dos problemas (por que eles estão 
acontecendo?). Com base na explicação é que são definidos os objetivos. Objetivo é “o que 
fazer”. É uma maneira de explicitar o resultado que eu quero alcançar, é uma maneira de 
dizer o que deve ser feito para solucionar aquele determinado problema. 
O objetivo responde à pergunta “o quê” e sua formulação deve ser feita com verbos 
no infinitivo (vacinar, capacitar, supervisionar etc.). O objetivo deve ser claro, expressando 
com precisão o que se deseja alcançar. Deve ser simples e direto para facilitar a sua tradução 
em ações concretas. Deve ser operacionalizável, ou seja, deve ser possível de ser alcançado 
por meio de ações viáveis. Com isso, facilita-se a execução, o monitoramento e a avaliação. 
A meta é a quantificação do objetivo. Uma meta precisamente definida concretiza as 
intenções de quem planeja e facilita o processo de acompanhamento e avaliação. 
A meta básica é vacinar 100% do grupo-alvo da proteção. No caso das crianças a 
meta é vacinar o mais precocemente possível. 
Na prática, no entanto, são definidos percentuais de cobertura que tomam como base o 
grau de eficácia da vacina e as características epidemiológicas de cada doença. Esses 
percentuais, entre 90% e 95%, constituem um índice mínimo que vai permitir o controle, a 
erradicação ou a eliminação da doença imunoprevenível, sendo olhado mais apropriadamente 
como indicador. 
Esses indicadores precisam de monitoramento constante, no sentido de serem 
alcançados e mantidos de forma homogênea dentro de cada território: os bairros dentro do 
município, os municípios dentro do estado e os estados dentro do País. 
 
1 – Planejamento da vacinação: exemplos da formulação de metas para algumas das 
vacinas utilizadas no PNI 
Vacinas Metas Observações 
- Vacina BCG (Vacinação de 90% dos menores de 1 ano de idade.) 
- Vacina hepatite B (recombinante) ( Vacinação de 95% dos menores de 1 ano de idade.) 
 
65 
- Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis, Haemophilus influenzae B (conjugada) e 
hepatite B ( Vacinação de 95% dos menores de 1 ano de idade). 
- Vacina poliomielite 1, 2, 3 (inativada) (Vacinação de 95% dos menores de 1 ano de idade). 
OBS: Administrar essas vacinas nas crianças com menos de 5 anos de idade, que não foram 
vacinadas ou que não completaram o esquema básico no primeiro ano de vida. 
 
- Vacina poliomielite 1, 2, (atenuada) (Vacinação de 95% dos menores de 5 anos de idade nos 
dois dias nacionais). 
OBS: Vacinar a partir de 1 ano de idade. Vacinar independente da situação vacinal da criança. 
 
- Vacina sarampo, caxumba, rubéola. (Vacinação de 95% das crianças de 1 ano de idade). 
(Vacinar as crianças até 11 anos de idade, não vacinadas anteriormente). 
 
- Vacina adsorvida difteria e tétano adulto. (Vacinação de 100% das mulheres em idade fértil 
(Objetivando o controle do tétano neonatal). (Vacinar mulheres grávidas, principalmente 
aquelas que residem nos municípios considerados de risco e alto risco para o tétano neonatal). 
Vacinas Metas Observações 
- Vacina influenza (fragmentada) (Vacinação de 90% da população com 60 anos e mais) 
(Objetivando especialmente prevenir as complicações das doenças, principalmente as 
pneumonias bacterianas secundárias). 
 
- Vacina febre amarela (atenuada). (Vacinação de 100% dos menores de 1 ano) (Em áreas em 
que há indicação). Vacinação de 100% dos suscetíveis. (Para pessoas que se dirigem a áreas 
consideradas de risco). 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
Outras metas, relacionadas ao trabalho de vacinação específico da unidade, podem ser 
estabelecidas, como por exemplo: (I) capacitar 100% da equipe da unidade de Saúde em 
imunizações; (II) reduzir em 100% a ocorrência de EAPV; (III) desenvolver trabalho com 
100% dos meios de comunicação acessíveis à população da unidade de Saúde. 
 
2 – Planejamento da vacinação: exemplos da formulação de objetivos relacionados à 
explicação de problema e a metas 
Explicação do problema Objetivos Metas 
- Não há controle de faltosos e nem foi feita busca ativa. 
- Não houve intensificação da vacinação nem oferta de outras vacinas no dia de vacinação 
com a vacina poliomielite. 
- Pais e responsáveis não foram orientados convenientemente. 
- A ocorrência de EAPV contribuiu para o não retorno. 
 
• Alcançar 95% ou mais de cobertura para cada vacina do primeiro ano de vida. 
• Vacinar os não vacinados ou incompletamente vacinados. 
• Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a vacinação. 
• Vacinar 100% das crianças que nascem. 
• Vacinar 100% dos menores de 5 anos que não completaram esquemas no primeiro 
anode vida. 
• Envolver 100% dos meios de comunicação acessíveis à população da unidade de 
Saúde. 
• Capacitar 100% da equipe em vacinação. 
• Realizar palestras em 100% das salas de aula. 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
 
66 
As ações representam o que é necessário fazer para cumprir os objetivos. Para cada 
ação deve estar identificado o responsável dentro da equipe de Saúde. Essa responsabilidade 
não significa que a pessoa vá trabalhar de forma isolada, significa que ela responderá pela 
execução, informando sobre o seu andamento e resultado. Deve ser definido, também, um 
período para a realização de cada ação, para conclusão e apresentação do resultado 
pretendido, alcançando o objetivo e, em consequência, solucionando o problema. 
O monitoramento e a avaliação, também etapas do planejar, permitem observar em 
que medida o caminho (ou caminhos) escolhido precisa ser repensado, modificado ou 
fortalecido. 
88 
Planejando a necessidade de imunobiológicos 
 
A disponibilidade do imunobiológico é fundamental para o alcance do objetivo da 
vacinação. O quantitativo da vacina a administrar é calculado multiplicando o número de 
pessoas a vacinar pelo número de doses relativo ao esquema de cada vacina (dose única ou 
três doses). 
Para isso, são informações básicas: (i) o quantitativo da população-alvo; (ii) as metas 
de cobertura; (iii) as estratégias (rotina e/ou campanha); (iv) os estoques existentes; (v) a 
análise da série histórica das doses distribuídas e administradas; (vi) a necessidade de estoque 
estratégico. 
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) sugere a adoção de percentuais como 
parâmetros para calcular o quantitativo da população em alguns segmentos: 
 
3 – Planejamento da vacinação: exemplos de percentuais da população total utilizados 
como parâmetros para estimar o quantitativo da população a vacinar em determinados 
segmentos 
Segmento da população % da população total 
- Menores de 1 ano 3% 
- 1 ano de idade (12 meses) 3% 
- 1 a 4 anos 11% 
- Gestantes 4% 
- Mulheres em idade fértil (12 a 49 anos) 25% 
- Menor de 15 anos 40% 
- 0 anos e mais Entre 8% e 9% 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
Ao estimar a necessidade de imunobiológicos é importante considerar um percentual 
de perdas técnicas e perdas físicas. A perda técnica é decorrente da abertura de um frasco 
multidoses quando o número de pessoas a vacinar é menor e vence o prazo de uso da vacina 
depois do frasco aberto. A perda física decorre de quebras, problemas na Rede de Frio e 
vencimento do prazo de validade. Lembrar que na vacinação extramuros há maior 
probabilidade de perdas. 
O estoque de imunobiológicos na unidade de Saúde não deve ser maior do que a 
quantidade prevista para o consumo de dois meses de atividades. Com isso reduz-se os riscos 
de exposição dos produtos a situações que possam comprometer a sua qualidade, a exemplo 
da contínua oscilação da corrente elétrica ou da sua falta por períodos prolongados. 
89 
4 – Planejamento da vacinação: exemplos de percentuais utilizados como parâmetros 
para estimar um quantitativo de reserva para cobrir eventuais perdas para algumas 
vacinas do PNI 
- 
Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) 20% (rotina) 40% (campanha) 
 
67 
 
Vacina BCG Frasco de 10 e de 20 doses 40% Frasco de 50 doses 60% 
 
Vacina sarampo, caxumba, rubéola e Vacina sarampo e rubéola: 
Frasco de 1 dose Nenhuma reserva 
Frasco de 5 doses 10% 
Frasco de 10 ou de 20 doses 20% 
Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis; Vacina adsorvida difteria e tétano adulto; 
Vacina hepatite B (recombinante); Vacina Haemophilus influenzae B (conjugada) 
Frasco de 1 dose Nenhuma reserva 
Frasco multidoses 10% 
 
Vacina febre amarela 
Frasco de 5 doses 20% 
Frasco de 10 doses 40% 
Frasco de 50 doses 60% 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
Exemplo do cálculo do quantitativo de vacinas: Tomando como exemplo uma população 
menor de um ano de 2.500 crianças, o quantitativo de vacinas para um ano de trabalho, 
considerando o número de doses e o percentual de reserva para cada tipo de enfrascagem: 
 
5 – Planejamento da vacinação: exemplos do cálculo do quantitativo para um ano de 
trabalho para algumas vacinas do PNI 
 Fórmula de cálculo 
Vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis; Vacina adsorvida difteria e tétano adulto; 
Vacina hepatite B (recombinante); Vacina Haemophilus influenzae B (conjugada) 
(8.250) 2.500 x 3 doses + 10% 
 
Vacina poliomielite 1, 2, 3 (atenuada) (9.000) 2.500 x 3 doses + 20% 
 
Vacina BCG (Frascos de 10 e de 20 doses) (3.500) 2.500 x 1 dose + 40% 
(Frascos de 50 doses) (4.000) 2.500 x 1 dose + 60% 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
90 
TEXTO Nº 15 – ESTRATÉGIAS DE VACINAÇÃO 
 
O objetivo define “o que fazer”. A estratégia o “como fazer”, ou seja, o caminho 
escolhido para atingir determinada meta, determinado objetivo. No caso da vacinação, a 
estratégia é o caminho escolhido para conseguir vacinar o público-alvo de cada vacina, 
alcançando a proteção e, em consequência, o controle, a eliminação ou a erradicação da 
doença. 
Como caminho para atingir os resultados tem-se, basicamente, a vacinação realizada 
na rotina do serviço de Saúde e as atividades extramuros (campanhas, bloqueios). 
 
Vacinação na rotina do serviço de Saúde 
 
A vacinação de rotina consiste no atendimento da população no dia a dia do serviço de 
Saúde. Essa estratégia proporciona o acompanhamento continuado e programado das metas 
previstas, facilitando o monitoramento sistemático (mensal ou trimestral), de forma a 
identificarem em tempo oportuno, por exemplo, as áreas que merecem intervenção, ou grupos 
a serem mais bem trabalhados. 
 
68 
Na rotina é fundamental o aproveitamento de todas as oportunidades para vacinar 
pessoas pertencentes aos grupos-alvo, em qualquer situação de contato da equipe com o 
usuário do serviço. Muitas vezes uma criança ou um adolescente, uma grávida ou um adulto, 
vão ao serviço por qualquer motivo e não são encaminhados para a vacinação, porque não há 
uma conscientização para a verificação da situação vacinal e para a necessidade de iniciar ou 
completar esquemas. 
A articulação e a mobilização das instituições e organizações da comunidade podem, 
também, favorecer o trabalho da equipe Saúde no sentido de alcançar o público-alvo. 
Uma medida importante é oferecer a vacinação após o horário comercial ou durante o 
fim de semana, por exemplo, dando oportunidades para os que trabalham ou estudam. 
 
Vantagens e desvantagens da vacinação de rotina 
 
Quadro 1 – Estratégias de vacinação: exemplos de vantagens e desvantagens da 
vacinação na rotina do serviço de Saúde 
Vantagens Desvantagens 
VANTAGENS: 
1) Menor custo da atividade, vez que não há necessidade de transporte e pessoal adicional. 
2) Contribui para a atenção integral por disponibilizar outros serviços no mesmo espaço. 
3) Profissionais (principalmente médico e enfermeiro), insumos e materiais estão disponíveis. 
4) Possibilita o trabalho em ambiente mais adequado. 
5) Facilita a supervisão e o acompanhamento do trabalho. 
6) Garante a conservação da vacina. 
7) Reduz a possibilidade de perdas de vacina. 
 
DESVANTAGENS: 
1) Os resultados dependem da capacidade de cobertura da população existente no território 
de abrangência da unidade de Saúde. 
2) Para ser eficiente é preciso que a equipe conheça com precisão os grupos-alvo. 
3) Depende da capacidade da equipe em captar os grupos-alvo. 
4) Quase sempre depende da demanda espontânea da população. 
 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
3 Texto constante do Manual de Procedimentos de Vacinação, editado pelo governo da Bahia, Secretaria da Saúde, outubro 
de 2011. Disponível em: <http://www.suvisa.ba.gov.br/sites/default/files/galeria/texto/2012/03/07/Manual%20de...pdf>. 
91 
Atividadesextramuros (fora da unidade de Saúde) 
 
As atividades extramuros são adotadas em função de uma necessidade operacional ou 
epidemiológica que exige colocar a vacinação mais acessível e mais próxima da população. 
Baseiam-se, geralmente, na organização de equipes que vão trabalhar fixadas em local 
específico, ou seguindo determinado itinerário (equipes móveis), cobrindo, por exemplo, 
núcleos de populações remotas (aldeias, assentamentos etc.), instituições ou mesmo visitando 
domicílios. 
Pode ser usada para a vacinação indiscriminada ou de grupos específicos, para a busca 
de faltosos ou não vacinados (a referência é o cartão controle ou o cartão espelho arquivado 
na sala de vacinação) ou para vacinar populações que provavelmente não procurarão a 
unidade de Saúde, como a população de rua e a população acampada em periferias das 
cidades, boias frias etc. 
Na organização das atividades extramuros, a quantidade do material (vacinas, 
insumos, formulários, como o destinado ao registro), deve ser suficiente para atender a 
população estimada a vacinar. Considerar os modos de vida, hábitos e costumes da população 
 
69 
ao decidir o período mais adequado para a vacinação (épocas do ano, datas, dias da semana e 
horários, os hábitos e os costumes da população). A vacinação na estação mais seca, por 
exemplo, evita dificuldades na locomoção. 
O cronograma de deslocamento deve incluir o retorno à área para completar esquemas 
(no caso das vacinas multidoses), considerando o intervalo entre as doses. Deve ser previsto o 
equipamento de refrigeração (refrigerador e/ou caixa térmica, bobinas de gelo reutilizável e 
termômetro). 
As equipes de vacinação devem estar preparadas para administrar todas as vacinas dos 
calendários, conforme procedimentos preconizados, e devem dispor de indicativos da 
localização precisa da população a vacinar, mediante mapas, roteiros, croquis. 
O registro nos formulários apropriados deve estar garantido, segundo tipo de vacina, 
dose e idade, bem como o preenchimento do comprovante de vacinação para todas as pessoas 
vacinadas. A sistematização e consolidação dos dados deve alimentar o sistema nacional de 
informações. 
 
Montagem de postos fixos temporários 
 
Os postos fixos que funcionam por tempo limitado, devem ser instalados em locais de 
referência para a população, como shoppings, estações de metrô, rodoviárias, estações 
ferroviárias, escolas, clubes, creches e outros. 
Um parâmetro adotado tradicionalmente em campanhas de vacinação é considerar que 
uma equipe básica, formada por um vacinador e um registrador, tem condições de vacinar 
cerca de 400 pessoas ao longo de um dia de oito horas de trabalho. Entende-se que esta é 
apenas uma base para estimar necessidades de recursos. A realidade é que vai determinar a 
necessidade de mais vacinadores e registradores ou de montar mais de um posto fixo com 
grande proximidade. 
92 
São vantagens e desvantagens da instalação de postos fixos em caráter temporário. 
 
2 – Estratégias de vacinação: exemplos de vantagens e desvantagens da instalação de 
postos fixos de vacinação para funcionamento temporário 
Vantagens Desvantagens 
VANTAGENS: 
1) Aproxima a vacinação da população. 
2) Pode ser uma oportunidade para administrar várias vacinas. 
3) Pode ser uma oportunidade para desenvolver outras ações de Saúde. 
4) Demonstra para a comunidade a ação desenvolvida pela unidade de Saúde. 
 
DESVANTAGENS: 
1) Exige um trabalho prévio de mobilização da comunidade, com o uso de veículos de 
comunicação. 
2) Não garante a cobertura de toda população-alvo do território. 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
Equipes móveis 
A atuação de equipes móveis tem como base um roteiro previamente estabelecido, 
sendo uma alternativa para vacinar pequenas comunidades e para áreas remotas de população 
dispersa ou de difícil acesso. 
Exige gastos extras com alimentação, com diárias e com pessoal adicional, mas 
possibilita alcançar populações que, de outra maneira, nunca seriam vacinadas. Cada local, 
em dia ou horário determinado, recebe a equipe de vacinação. A população, a partir de intensa 
divulgação, fica reunida em locais determinados para ser vacinada. Finalizado o trabalho, a 
 
70 
equipe desloca-se para outra área ou retorna para seu ponto de apoio, seguindo o roteiro 
preestabelecido. 
São algumas vantagens e desvantagens do trabalho com equipes móveis. 
 
3 – Estratégias de vacinação: exemplos de vantagens e desvantagens da utilização de 
equipes móveis de vacinação.antagens Desvantagens 
 
VANTAGENS: 
Leva a vacinação a comunidades de difícil acesso ou àquelas que não acessam os serviços. 
A visita pode ser utilizada para o desenvolvimento de outras ações da atenção primária. 
Permite a vacinação de vários grupos-alvo para iniciar ou complementar esquemas. 
Demonstra para a comunidade a ação desenvolvida pela unidade de Saúde. 
 
DESVANTAGENS: 
O custo é alto, do transporte, por exemplo. 
A supervisão é dificultada. 
Exige um planejamento mais apurado em termos do melhor período e necessidades de equipe, 
insumos, transporte etc. 
Exige maior atenção na conservação dos produtos (rede de frio). 
Acarreta uma maior perda de vacinas. 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
93 
Vacinação casa a casa 
A vacinação casa a casa é uma ação desenvolvida por equipes móveis, sendo adotada 
especialmente em surtos localizados, por exemplo. O alcance de toda a população-alvo é 
garantido, com a obtenção de altas coberturas, mas necessita de mais recursos humanos e 
materiais. 
A equipe vai à casa das pessoas. Visita todos os domicílios de uma rua, quarteirão ou 
bairro. A avaliação é diária a partir do registro de intercorrências, como: casas fechadas, 
pessoas doentes, ausência de adultos (crianças sozinhas), ausência da pessoa a vacinar na 
passagem da equipe etc. 
A equipe tem um ponto de apoio ou referência para suprimento, guarda de vacinas e 
outros insumos, e para a consolidação e sistematização diária dos dados relativos ao trabalho 
realizado. 
São algumas vantagens e desvantagens da vacinação casa a casa. 
 
4 – Estratégias de vacinação: exemplos de vantagens e desvantagens da vacinação casa a 
casa 
 
VANTAGENS: 
1) Permite alcançar grupos de maior risco. 
2) Possibilita maior aproximação entre profissionais e população a vacinar. . 
3) Possibilita a cobertura de 100% do grupo-alvo. 
4) Possibilita a realização de censo da população com vistas à correção de denominadores no 
nível local. 
5) Possibilita a captação de uma população que, de outro modo, não seria vacinada. 
6) É oportunidade para iniciar ou complementar esquemas. 
7) É oportunidade para o desenvolvimento de outras ações de saúde. 
 
DESVANTAGENS: 
1) É necessário um maior espaço de tempo para concluir o trabalho de vacinação. 
2) Exige mais recursos humanos e financeiros 
 
71 
3) Dificulta a supervisão. 
4) Acarreta maior perda de vacinas. 
5) Estimula a passividade da população. 
6) Para o desenvolvimento de outras ações de Saúde exige maior aporte de pessoal. 
7) Dificulta a identificação e o acompanhamento de possíveis eventos adversos relacionados 
temporalmente à vacinação. 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
Campanha de vacinação 
 
A campanha de vacinação é uma ação pontual com fim determinado e específico. De 
forma geral, tem abrangência limitada no tempo e visa, sobretudo, à vacinação em massa de 
uma população, com uma ou mais vacinas. 
A intensa mobilização da comunidade, principalmente por meio dos veículos de 
comunicação, e, também, com o aumento do número de postos, a população fica mais 
próxima da vacina, e são alcançados maiores contingentes, com obtenção de altos índices de 
cobertura. 
Considerando o alto custo financeiro e a grande mobilização de recursos (humanos, 
institucionais) e da comunidade, a oportunidade da campanha deveser aproveitada para 
administrar o máximo possível de vacinas, iniciando ou completando esquemas de vacinação. 
São algumas vantagens e desvantagens da estratégia de campanha. 
 
5 – Estratégias de vacinação: exemplos de vantagens e desvantagens da campanha de 
vacinação. 
Vantagens Desvantagens 
VANTAGENS: 
1) Possibilita o alcance de objetivos de erradicação e de eliminação de doenças 
imunopreveníveis. 
2) Permite intensa mobilização da população. 
3) Fortalece a consciência sobre a necessidade e a importância da prevenção e da promoção 
da saúde. . 
4) Pode ser uma oportunidade para administrar vários produtos, contribuindo para o aumento 
de coberturas. 
5) É uma estratégia que apresenta alto custo/benefício. 
 
DESVANTAGENS: 
1) Quando de longa duração ou quando repetida dificulta a manutenção do interesse da 
população e dos profissionais, acarretando baixas coberturas. 
2) Pode provocar a descontinuidade de outras atividades, pelo redirecionamento de recursos e 
de pessoal. 
3) Pode acomodar a população 
4) É de difícil sustentabilidade, ou seja há dificuldade de sua manutenção ao longo do 
tempo. 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
Vacinação de bloqueio 
 
A vacinação de bloqueio é prevista pelo sistema de vigilância epidemiológica, sendo 
executada quando da ocorrência de um ou mais casos de doença prevenível pela vacinação, 
quando este fato provoca uma alteração não esperada no comportamento epidemiológico da 
doença. Tem por finalidade, portanto, interromper a transmissão da doença no menor espaço 
de tempo possível, pela eliminação dos suscetíveis. 
 
72 
Os critérios para a definição da área de cobertura do bloqueio constam no Guia de 
Vigilância Epidemiológica, publicado pela SVS ou são divulgados mediante notas e informes 
técnicos. 
São algumas vantagens e desvantagens do bloqueio. 
 
6 – Estratégias de vacinação: exemplos de vantagens e desvantagens da vacinação de 
bloqueio 
Vantagens Desvantagens 
VANTAGENS: 
1) Permite a cobertura total da população-alvo em uma área geográfica específica (rua, bairro, 
distrito, município). 
2) Permite rápida redução dos suscetíveis, dificultando a transmissão da doença. 
3) Permite a busca ativa de casos. 
4) Permite o incremento de coberturas. 
 
DESVANTAGENS: 
1) Exige significativos recursos humanos, logísticos e financeiros. 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
95 
Vacinação de grupos específicos 
 
População indígena 
 
Para a população indígena tem-se um calendário específico, estabelecido pelo 
Ministério da Saúde (Portaria nº 1.946, de 19 de julho de 2010), que inclui as vacinas do 
calendário básico e os produtos que são ofertados para situações e grupos específicos. 
Quando na área da unidade de Saúde existir população indígena, a equipe deve se 
articular com o Distrito de Saúde Indígena (Dsei), responsável pela saúde indígena, de modo a 
acompanhar e, se for o caso, participar do trabalho desenvolvido com esses grupos, em um 
trabalho conjunto que articule a Coordenação-Geral do PNI, da Secretaria de Vigilância em 
Saúde, com a Secretaria Especial de Atenção à Saúde Indígena, cuja criação foi autorizada 
pela Medida Provisória (MP) nº 483, de 24 de março de 2010. 
 
Vacinação de viajantes 
 
Os viajantes constituem um grupo com riscos específicos com relação às doenças 
infecciosas. As indicações de vacinação podem variar com a idade (crianças, adultos e 
idosos), o local para onde se dirige, o tempo de permanência, a época do ano, o meio de 
transporte, os hábitos locais, o tipo de atividade a ser desenvolvida (negócios, estudo, turismo, 
exploração etc.). 
A necessidade de proteção contra as doenças imunopreveníveis, em fase de eliminação 
e/ou erradicadas, mas que ainda persistem em determinados países é um indicativo da 
vacinação. Na administração da vacina deve-se levar em conta uma antecedência mínima para 
que a proteção se efetive antes da exposição ao risco. O ideal é um intervalo, mínimo, de um 
mês. Além disso, a antecipação permite o acompanhamento do vacinado na eventual 
ocorrência de eventos adversos. Há de considerar também as recomendações em caso de 
gravidez ou imunossupressão adquirida ou induzida. 
De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional vigente (RSI/2005), as vacinas 
necessárias ao viajante são registradas no Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia 
(CIVP). A lista com os países e as vacinas exigidas está disponível no site da Organização 
Mundial da Saúde (OMS) no endereço <http://www.who.int/es>. Apenas a vacina contra a 
 
73 
febre amarela (atenuada) é obrigatória para todas as regiões do mundo, recebida dez dias antes 
da data da viagem, no mínimo. 
As vacinas administradas na rotina das unidades do SUS são válidas para a emissão do 
CIVP. A equipe deve estar informada sobre os locais onde o viajante pode obter o CIVP, ou 
mesmo, sobre a localização de unidades de orientação de viajantes. Vacinas administradas na 
rede privada são válidas quando o serviço for credenciado pela Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária (Anvisa). 
 
Áreas de fronteira 
 
Com exceção do Chile e do Equador, todos os países da América do Sul fazem 
fronteira com o Brasil. São 11 unidades federadas que fazem fronteira com dez países, 
abrangendo 15,7 km de extensão terrestre e cerca de 184 milhões de habitantes. Na área de 
fronteira há uma intensa movimentação de pessoas com diversos objetivos, inclusive em 
busca de melhor oferta de ações e serviços de Saúde. 
O serviço de Saúde cujo território de abrangência envolve área de fronteira deve 
incluir a vacinação das pessoas dessa área ao planejar suas atividades, articulando com a 
Secretaria Municipal de Saúde para um trabalho com o município do outro lado da fronteira e 
com a respectiva Secretaria Estadual de Saúde. Para uma programação integrada interfronteira 
estimar a população flutuante ou em trânsito, com base, inclusive, em demandas de anos 
anteriores. 
 
Atendimento no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais 
(CRIE) 
 
O Crie oferece imunobiológicos produzidos a partir de moderna tecnologia que, de 
modo geral, são de alto custo. Esses produtos destinam-se ao atendimento de indivíduos 
portadores de quadros clínicos especiais (indicação específica), a exemplo dos que: 
 
• Apresentam suscetibilidade aumentada a determinadas doenças ou risco de 
complicações para si ou para outros, decorrente de motivos biológicos como 
imunodepressão, asplenia, transplante, aids. 
• Convivem com pessoas imunodeprimidas, como profissionais de Saúde e parentes de 
imunodeprimidos. 
• Apresentam intolerância a imunobiológicos oferecidos na rotina, devida à alergia ou 
em razão da ocorrência de evento adverso grave depois de recebê-los. 
• Foram, inadvertidamente, expostos a agentes infecciosos por motivos profissionais 
ou em decorrência de agressão ou violência. 
 
É importante que a equipe da unidade de Saúde saiba qual o Crie de referência, quais 
os produtos disponíveis e para quais grupos de população, bem como saber quais os requisitos 
e procedimentos necessários ao encaminhamento e ao atendimento, a exemplo de relatório do 
médico e de resultados de exames. 
 
Mobilização da comunidade para a vacinação 
 
A vacinação é uma ação preventiva e sua utilização pela população depende, 
necessariamente, de decisão pessoal em ir se vacinar, ou da decisão dos pais ou responsáveis 
em levar suas crianças. A equipe da unidade de Saúde, sozinha, não pode pretender interferir 
ou influenciar no poder de decisão, que é pessoal e intransferível. Assim, o apoio e a 
participação da comunidade são imprescindíveis para o êxito da vacinação, mas é preciso 
 
74 
contribuir para que a população esteja consciente de que saúde é um direito; um direito que 
inclui a vacinação. 
Motivar para a vacinação, no entanto, exige dos profissionais de Saúde uma 
articulação efetivacom a comunidade. Para isso, é necessário criar oportunidades de 
participação, desde o planejamento, na análise da situação de saúde, na identificação e 
priorização dos problemas, na execução, no monitoramento e na avaliação. 
A divulgação de informações sobre conteúdos de saúde e sobre as atividades do 
serviço, incluindo a vacinação tem como objetivo: 
 
• Contribuir para que a população conheça os serviços oferecidos pela unidade de 
Saúde do seu território, incluindo aí as atividades de vacinação, vendo-o como um direito de 
cidadania. 
• Despertar o interesse da população para o esforço da equipe de Saúde no sentido de 
atendê-la em suas necessidades de saúde, e no tocante à vacinação na perspectiva de alcançar 
e manter as coberturas de vacinação preconizadas. 
• Incentivar a procura dos serviços oferecidos na unidade de Saúde, incluindo aí o de 
vacinação e, neste caso, o cumprimento do esquema básico. 
97 • Ampliar e/ou aprofundar o conhecimento da população sobre: (i) saúde como direito 
de cidadania; (ii) a situação de saúde da comunidade: doenças, agravos e riscos; (iii) a 
situação das doenças evitáveis por vacinas na localidade, no município, no estado e no País; 
(iv) as ações oferecidas pela unidade de Saúde relativas à promoção, proteção e recuperação 
da saúde; (v) as formas de apoio, colaboração e participação da comunidade no 
desenvolvimento das ações e serviços de Saúde; e (vi) o andamento das atividades, resultados 
alcançados, falhas e dificuldades. 
 
A divulgação de informações acontece por intermédio dos meios de comunicação de 
massa, tendo como instrumentos os materiais educativos e instrucionais, e, no contato 
interpessoal, em todas as oportunidades de encontro entre o profissional de Saúde e a 
população, dentro e fora do serviço de Saúde. 
 
TEXTO Nº 16 – REGISTRO E ARQUIVAMENTO DE INFORMAÇÕES NA SALA 
DE VACINAÇÃO 
 
A vacinação e o conjunto de ações que envolve essa atividade são controlados e 
avaliados nas diversas instâncias: na própria unidade de Saúde, na coordenação municipal do 
Programa de Imunizações, bem como nas esferas municipal, estadual e nacional. O principal 
objetivo desse registro é acompanhar e analisar o trabalho desenvolvido, verificando 
resultados e impactos do PNI. 
O registro das atividades, a consolidação dos dados coletados e o encaminhamento 
para outras esferas de gestão, são feitos mediante alimentação dos sistemas de informação do 
PNI e utilizando impressos específicos, padronizados nacionalmente ou não: 
 
• Impresso individual para registro da vacina administrada: cartão ou caderneta da 
criança, do adolescente, do adulto, da gestante, da pessoa idosa etc. 
• O cartão controle ou cartão espelho ou ficha de registro, para uso interno da equipe 
da unidade de Saúde, para o registro de todos os dados anotados no registro individual. 
• Boletins, mapas, formulários e fichas diversas para: 
 
»» registro diário da vacina administrada; 
»» consolidação mensal dos dados; 
»» controle de estoque (imunobiológicos recebidos, utilizados, remanejados ou 
devolvidos); 
 
75 
»» registro da temperatura do refrigerador; 
»» notificação e investigação dos eventos adversos relacionados à vacinação. 
 
• Outros como: modelo de aerograma para convocação de faltosos; gráfico para 
acompanhamento da cobertura vacinal; quadro com o esquema básico de vacinação (criança, 
adolescente, adulto/idoso) etc. 
Caso não existam impressos padronizados nacionalmente, a coordenação de 
imunizações do estado ou do município deve providenciar seus próprios formulários. Em 
campanhas, a vacina aplicada também deve ser registrada na caderneta ou cartão, em algumas 
situações é providenciado impresso específico.98 
O registro de informações sobre vacinação deve ser monitorado sistematicamente pelo 
enfermeiro da equipe de Saúde, com o objetivo de garantir a correção do dado e do próprio 
registro. Periodicamente é feita a crítica do dado para corrigir eventuais erros. 
 
4 Texto constante do Manual de Procedimentos de Vacinação, editado pelo governo da Bahia, Secretaria da Saúde, outubro 
de 2011. Disponível em: <http://www.suvisa.ba.gov.br/sites/default/files/galeria/texto/2012/03/07/Manual%20de...pdf>. 
 
Registro individual da vacina administrada 
 
Para alguns segmentos, o Ministério da Saúde disponibiliza impressos, a exemplo do 
Cartão da Criança (menino e menina), do Cartão do Adolescente e da Caderneta de Saúde do 
Idoso, nos quais há espaço para registro individual da vacina recebida. O importante é não 
deixar de registrar no documento pessoal. 
São informações importantes para o registro: 
 
• Os dados da pessoa vacinada, obtidos a partir da Certidão de Nascimento ou de outro 
documento de identidade (registrados com caneta; na ausência de documento anotar a 
lápis e solicitar que seja trazido na próxima oportunidade). 
• Os dados residenciais: rua, número, bairro, cidade e código de endereçamento postal 
(anotar com lápis para permitir mudanças posteriores; incluir ponto de referência para 
facilitar a localização do domicílio no caso da busca de faltosos, principalmente em 
áreas não urbanizadas como favelas, invasões, periferias e na área rural). 
• O número do lote da vacina administrada (verificar no rótulo do frasco da vacina). 
• A data (dia, mês e ano) da administração da vacina (anotar com caneta, no espaço 
reservado do documento de registro individual: caderneta ou cartão). 
• A data (dia, mês e ano) do aprazamento, ou seja, do retorno para receber a dose 
subsequente ou a dose de outra vacina prevista no esquema de vacinação (anotar com 
lápis). 
 
Após registrar a data no local indicado da caderneta ou do cartão, o vacinador deve 
assinar e carimbar. A assinatura deve ser legível para permitir a identificação do vacinador 
(não rubricar). Todas as informações pessoais e da vacina administrada, bem como a 
assinatura do vacinador e o carimbo, devem também constar do cartão controle ou espelho, 
formando o arquivo permanente de vacinação. 
 
Registro no boletim diário 
 
Além do registro individual, a vacina administrada é registrada no boletim diário. O 
boletim, além de ter espaço para o registro da vacina, contém espaços para anotações de 
outras informações, a exemplo do quantitativo de doses desprezadas. 
O Ministério da Saúde está definindo um sistema que vai permitir o registro nominal 
da vacina administrada, incluindo os dados pessoais do vacinado (nome, nome dos pais, data 
do nascimento, endereço, entre outros). Quando o sistema estiver funcionando não será mais 
 
76 
necessário o uso do cartão controle ou cartão aprazamento, vez que os dados estarão 
disponíveis no sistema, online. 
 
99Consolidação mensal 
 
Ao final de cada mês é feito o consolidado da produção diária, em termos de doses de 
vacina administrada e da população vacinada, bem como das outras informações registradas. 
O consolidado mensal mostra à equipe de vacinação e da unidade de Saúde como está a 
cobertura da população-alvo. 
Essa avaliação vai permitir a definição/redefinição de estratégias para busca da 
população não vacinada ou incompletamente vacinada. 
 
Organização dos arquivos da sala de vacinação 
Os arquivos da vacinação permitem a guarda organizada das informações contidas nos 
impressos utilizados para o registro das atividades. São objetivos dos arquivos: 
 
• Centralizar todos os dados registrados. 
• Proporcionar o registro dos esquemas de vacinação completados. 
• Possibilitar a expedição de uma segunda via do comprovante de vacinação (caderneta 
ou cartão de vacinação). 
• Fornecer informações sobre a situação vacinal de pessoas que perderam ou 
extraviaram o comprovante de vacinação. 
• Possibilitar o registro de pessoas que iniciaram o esquema e não o completaram por 
motivo de mudança para outra localidade, por óbito ou por ter recebido as demais 
doses em outro serviço. 
• Proporcionar o monitoramento do comparecimentoda população a vacinar no 
território de referência da unidade. 
• Proporcionar o monitoramento do comparecimento de usuários de outros territórios. 
• Possibilitar a identificação e a convocação dos faltosos à vacinação. 
• Oferecer informações para o monitoramento e avaliação das atividades. 
• Oferecer informações para a realização de estudos e de pesquisas sobre a atividade 
de vacinação. 
 
A guarda organizada das informações pode ser feita mediante utilização de recursos da 
informática, com a criação de arquivos em pastas específicas, alimentadas sistematicamente. 
Quando os recursos da informática não estiverem disponíveis, o arquivamento pode ser feito 
em pastas, guardadas em local apropriado e de fácil acesso à equipe de Saúde. 
 
Organização do arquivo e uso dos cartões controle 
 
Os cartões controle são organizados separadamente (com agendamento e sem 
agendamento) em fichário específico, em ordem alfabética. Na falta do fichário, improvisar 
com caixas de madeira, de papelão ou em gavetas. 
Os cartões com agendamento também podem ser organizados por segmentos da 
população ou por faixa de idade. No arquivamento por grupos de idade, os cartões são 
colocados no espaço correspondente ao grupo etário que a pessoa terá na data agendada, 
segundo o mês do retorno, respeitando-se, dentro do mês, a data do agendamento, o que 
permite a identificação dos faltosos em cada dia. No fundo do arquivo, após o último mês, 
deve haver um espaço destinado aos cartões dos faltosos convocados. Esses cartões são 
organizados por ordem alfabética. 
Diariamente, os cartões com agendamento são retirados do arquivo e encaminhados 
para a sala de vacinação. No final do dia de trabalho, o responsável pela vacinação verifica os 
 
77 
faltosos, deixando seus cartões de reserva. Esses cartões ficam aguardando uma semana à 
espera dessas pessoas. Caso não apareçam, os cartões são entregues ao responsável pela busca 
de faltosos. A busca deve ser feita semanalmente, ou quinzenalmente, de acordo com as 
possibilidades da equipe. A busca ao faltoso do tratamento profilático da raiva é diária. 
 
Para captar o faltante à vacinação pode-se adotar como estratégia: 
 
• Ir à casa do faltoso (visita domiciliar). 
• Enviar carta ou aerograma. 
• Fazer chamamentos por meio de alto-falantes volantes ou fixos (em feiras, por 
exemplo), em programas de rádio, nas igrejas, escolas ou por meio dos grupos e 
organizações da comunidade. 
• Colocar listagens de faltosos na porta do serviço de Saúde ou em locais de 
movimento na comunidade. 
 
TEXTO Nº 17 – OPORTUNIDADES PERDIDAS DE VACINAÇÃO 
Newton Bellesi 
 
A vida, considerada por si só, qualquer vida, é indescritivelmente fantástica, um 
“milagre”. Para o homem significa ainda mais, pois inclui a possibilidade de participação 
consciente e até intervenção nos processos naturais desse infinito Universo. Vida plena, com 
todos os segmentos de nosso corpo e de nossa mente funcionando harmonicamente, 
representa um grande e único presente que não pode e não deve ser olvidado. Desfrutar dessa 
regalia é direito da vida por si mesma. Usufruí-la, degustá-la, senti-la, e gozá-la em sua 
integridade é tanto mais possível quanto maior o nível de saúde disponível. Saúde plena é a 
meta. 
[...] Promover a saúde e evitar doenças deve ser objetivo máximo de nossas vidas 
como profissionais. Ainda estamos longe do domínio de todos os males, mas já dispomos de 
ferramentas para o controle de muitos deles. Torna-se, pois, injustificável permitir que 
algumas pessoas, mas geralmente muitas, iguais a nós, deixem de desfrutar desse atributo 
divino que é a vida que nos tem sido facultada. 
Entre os recursos amplamente disponíveis para garantir a vida plena, conta-se a 
vacinação, de indiscutível mérito para prevenir doenças infecciosas e até degenerativas. 
Lamentavelmente ainda sofrem e morrem em todo esse mundo afora, incluindo nosso País e 
nossa cidade, milhões e milhões de pessoas a cada ano, simplesmente porque não tiveram 
acesso a uma simples vacinação. Note-se que esse descuido tem feito muito mais vítimas, 
mais, muito mais mesmo, que todas as guerras têm sido capazes de fazer em igual período. 
Cerca de cinco milhões de seres humanos vão a óbito anualmente em todo mundo em 
consequência de doenças que são preveníveis com apenas cinco das mais comuns vacinas 
existentes – o BCG, a tríplice, a pólio, o sarampo e o toxoide tetânico. E não é só: número 
igual dos que morrem, durante toda a vida, passarão a ter algum déficit de saúde relacionado a 
essas mesmas doenças preveníveis. Existem muitas outras vacinas como essas cinco, para 
prevenir doenças, dor e mortes, que estão apenas “aguardando” para serem utilizadas. 
E quantas vezes são desperdiçadas oportunidades de vacinar ou de indicar vacinações? 
Algumas daqui, outras dali, que irão se somando e que ao final representarão milhões e 
milhões de criancinhas, adolescentes, gestantes, adultos e idosos que terão suas vidas 
interrompidas precocemente. Não vacinar1 ou deixar de considerar a indicação e o 
aconselhamento de vacinação oportuna, constitui grave falha ética daqueles que estão 
profissionalmente envolvidos com cuidados de saúde. 
A Organização Mundial da Saúde tem dedicado parte do esforço do Programa 
Ampliado de Imunizações a analisar e a estudar o problema das oportunidades perdidas de 
vacinação que têm sido definidas como a circunstância na qual uma pessoa, ao visitar um 
 
78 
serviço de Saúde, deixa de ter sua situação vacinal considerada, seja para efeito de 
atualização, encaminhamento, esclarecimento, indicação ou aplicação em ocasião oportuna. 
Para o Programa Nacional de Imunização, são consideradas oportunidades perdidas de 
vacinação, as seguintes situações: 
 
1. Quando a vacinação não é realizada em qualquer contato que ocorra entre mulheres 
e crianças, e o serviço de Saúde. 
2. Quando a vacinação é negada por falsas contraindicações de profissionais 
desatualizados quanto às normas do Programa Nacional de Imunizações. 
3. Quando apenas uma vacina é aplicada e a indicação seria de duas ou mais, 
conforme estado vacinal e idade da criança. 
4. Quando as mães, irmãs maiores ou outras responsáveis não são vacinadas com 
toxoide tetânico, se indicado, na ocasião em que levam uma criança ao serviço de 
Saúde, por qualquer motivo. 
 
Considerando-se que também os indivíduos do sexo masculino beneficiam-se com a 
administração de vacinas, é válido acrescentá-los às oportunidades acima relacionadas; e 
também que outras vacinas, além das do Programa Nacional de Imunizações, como as de 
rubéola, caxumba, varicela, hepatites A e B, influenza AB, pneumocócicas, coqueluche, 
hemófilos B, meningocócicas etc., devem, sempre que possível, ser indicadas e administradas, 
conforme indicam os calendários da Associação Brasileira de Pediatria e da Associação 
Brasileira de Imunizações. 
Existem poucas contraindicações para a aplicação de vacinas. As que devem sempre 
ser consideradas são as seguintes: 
 
1. Imunodeficiências (congênita, adquirida, por doenças malignas e por drogas e 
outras terapias imunossupressoras) contraindicam aplicação de vacinas vivas, mas as 
vacinas inativadas devem ser usadas como indicadas nessas situações. 
2. Gravidez contraindica vacinação com antígenos vivos (exceto em situações 
especiais). Não se constitui contraindicação para vacinas inativadas como TRÍPLICE 
acelular ou DUPLA adulto (difteria, tétano e coqueluche acelular), hepatites A e B e 
meningocócica conjugada C. 
3. Alergia a quaisquer dos componentes vacinais. 
 
A Comissão Permanente de Assessoramento em Imunizações [...] do Estado de São 
Paulo relaciona algumas das mais comuns situações em que as vacinações não estão 
contraindicadas: 
 
1. Doenças comuns, como afecções recorrentes infecciosas ou alérgicas do trato 
respiratório superior com tosse e/ou coriza; diarreia leve ou moderada; doenças da pele 
(lesõesimpetiginizadas esparsas; escabiose). 
2. História pregressa e/ou diagnóstico clínico de sarampo, coqueluche, difteria, tétano, 
poliomielite e tuberculose não constituem contraindicações à aplicação da respectiva 
vacina. 
3. Desnutrição. 
4. Uso de qualquer tipo de antimicrobiano. 
5. Vacinação contra a raiva. 
6. Doença neurológica estável (exemplo: convulsão controlada) ou pregressa, com 
sequela presente. 
7. Antecedente familiar de convulsão. 
 
79 
8. Tratamento sistêmico com corticosteroides em doses não elevadas, por curto 
período (inferior a duas semanas) ou tratamento prolongado com doses baixas ou 
moderadas em dias alternados. 
9. Alergias (exceto as relacionadas com os componentes das vacinas). 
10. Prematuridade ou baixo peso ao nascimento. Nesse caso não adiar o início da 
vacinação. 
11. Internação hospitalar. Crianças hospitalizadas podem receber as vacinações antes 
da alta e, em alguns casos, imediatamente após a admissão, particularmente para 
prevenção do risco de infecção hospitalar. 
 
Indicar, aconselhar, estimular, promover as vacinações e quaisquer medidas 
preventivas são procedimentos éticos de elevado padrão médico-social e devem ser instituídos 
como rotina de todo profissional de Saúde, especialmente os médicos. Reduzir as 
oportunidades perdidas de evitar doenças e mortes por meio de vacinação é meta universal, 
nacional e quiçá de cada um de nós. 
 
TEXTO Nº 18 – AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE DE VACINAÇÃO 
 
Avaliar é julgar, é emitir um julgamento de valor. É fazer uma comparação entre algo 
que se apresenta (uma ação, um serviço, uma intervenção, um procedimento, um registro etc.) 
é um referencial, considerado, de modo geral, como ideal. 
A avaliação das atividades de vacinação deve ser feita no conjunto das ações da 
Atenção Básica ou da Atenção Primária. Deve ser contínua e sistemática e ocorrer em todas 
as instâncias, onde a vacina é administrada e também onde são feitas as análises dos 
resultados alcançados (no município, no estado e no nível nacional). 
Importante salientar que o objetivo final da vacinação não é somente a obtenção de 
altas coberturas, mas provocar impacto na situação da doença objeto de controle, eliminação 
ou erradicação. A redução da morbidade e da mortalidade por doenças imunopreveníveis, no 
entanto, só será possível se os índices de cobertura forem mantidos altos e homogêneos. 
 
Monitoramento da atividade de vacinação 
 
O monitoramento é o trabalho sistemático voltado à análise da cobertura e do 
desenvolvimento das atividades, verificando até que ponto a população-alvo está sendo 
atendida. Na prática, o monitoramento da atividade de vacinação pode responder a quatro 
questões básicas: (I) até que ponto o trabalho está alcançando a população-alvo que precisa 
ser vacinada? (II) a vacinação está de acordo com o que foi preconizado no planejamento? 
(III) a vacinação está de acordo com normas e procedimentos preconizados? (IV) a equipe 
está usando todos os recursos disponíveis para superar as dificuldades. 03 
Para monitorar e avaliar, é fundamental dispor de indicadores e instrumentos. 
Indicador é uma medida resumo associada a uma atividade ou processo que, quando 
comparado a um padrão, permite analisar a programação, os resultados e os impactos. 
As coberturas de vacinação são indicadores consagrados de avaliação dos resultados 
da vacinação. Outros indicadores, como os relacionados à gestão, podem ser utilizados para 
monitorar e avaliar processos, a exemplo do número de atividades executadas em relação às 
programadas; recursos obtidos e executados em relação aos recursos programados etc. Os 
índices de morbidade e de mortalidade são indicadores de impacto. 
 
5 Texto e ilustrações constantes do Manual de Procedimentos de Vacinação, editado pelo governo da Bahia, 
Secretaria da Saúde, outubro de 2011. Disponível em: 
<http://www.suvisa.ba.gov.br/sites/default/files/galeria/texto/2012/03/07/Manual%20de...pdf>. 
 
 
 
80 
Cobertura de vacinação 
 
Cobertura de vacinação é um indicador representado pelo percentual de pessoas 
vacinadas (com uma vacina específica), em determinado espaço geográfico, em um período 
considerado. 
Por meio da cobertura vacinal estima-se o nível de proteção da população contra 
doenças evitáveis pela imunização, mediante o cumprimento de esquemas de vacinação.40 
 
Cobertura de vacinação para vacina (específica) = Número de doses de vacina (específica) 
administrada na população-alvo, em determinado período e lugar X 100: Total da 
população-alvo em determinado período ou lugar 
 
A cobertura vacinal, portanto, expressa-se por meio de um percentual que corresponde 
a uma relação entre vacinados em um determinado grupo (numerador) e o total da população 
desse grupo (denominador). Essas duas informações devem se referir, sempre, a um mesmo 
local e a um mesmo período (tempo). 
Para o cálculo da cobertura no grupo da população menor de 1 ano, usa-se como 
denominador os dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do último 
ano disponível. O denominador para os demais grupos de idade são as estimativas do Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 
 
Cobertura para vacinas com esquema multidoses 
 
Para as vacinas com esquema multidoses, ou seja, vacinas que requerem mais de uma 
dose para induzir a imunidade necessária, o cálculo da cobertura considera o quantitativo de 
vacinados com a última dose preconizada no esquema, a exemplo das vacinas cujo esquema 
completo corresponde à aplicação de três doses (poliomielite 1, 2, 3 [atenuada], pentavalente 
e hepatite B [recombinante]. 
A idade correta (adequação epidemiológica) e o intervalo indicado (adequação 
imunológica) são condições essenciais para que o esquema de uma vacina multidoses esteja 
completo. Quando o esquema de vacinação é unidose, a dose única é suficiente para induzir a 
imunidade necessária. 
6 Conceito preconizado pela Rede Interagencial de Informações para a Saúde (Ripsa). 
104 
Homogeneidade das coberturas 
 
Ao lado da cobertura, outro importante indicador é a homogeneidade, representada 
pela proporção de unidades territoriais que atingiram a cobertura preconizada. A 
homogeneidade pode ser avaliada comparando unidades federadas ou municípios ou distritos 
ou subdistritos ou bairros ou outra unidade territorial. 
O desejável é que todas as áreas alcancem a cobertura preconizada, mas foi 
considerado oportuno definir um indicador baseado na identificação de áreas de risco. Assim, 
convencionou-se que haveria homogeneidade quando, pelo menos, 70% das unidades 
territoriais avaliadas tivessem alcançado a cobertura estabelecida. Outro percentual de 
homogeneidade pode ser adotado, especialmente nas campanhas de vacinação. 
Ao avaliar a homogeneidade da área de abrangência de uma unidade de Saúde a 
equipe identifica, com maior precisão e oportunidade, bolsões de não vacinados (suscetíveis) 
considerados como grupos ou áreas sob risco. Devem merecer atenção especial áreas de 
grande densidade demográfica, de pobreza, de migração, de exclusão, com concentração de 
populações que têm mais dificuldade de chegar até à vacinação (população de rua, de 
acampamentos, assentamentos, populações isoladas). 
 
81 
Ao encontrar uma baixa homogeneidade entre os territórios da área de abrangência é 
importante identificar as causas e as intervenções (ações) que vão contribuir para a eliminação 
do problema identificado, a exemplo da busca de faltosos e do monitoramento domiciliar. 
 
Avaliação da cobertura de vacinação pelo método administrativo 
 
A avaliação da cobertura pelo método administrativo é feita mediante análise das 
informações obtidas no sistema de informação. Embora seja o método mais utilizado, pois, de 
maneira geral, a maioria dos dados está disponível, apresenta vantagens e fragilidades na sua 
aplicação. 
105 
Avaliação da vacinação: exemplos de vantagens e desvantagens dométodo 
administrativo 
 
VANTAGENS: 
1) Permite a observação das tendências de melhoria do desempenho ou de 
insuficiência operacional, pois o cumprimento das metas pode ser avaliado 
continuamente (mensalmente, por exemplo) o que é importante para o monitoramento, 
avaliação e replanejamento. 
2) Permite reorientar as estratégias de vacinação a qualquer momento a partir da 
observação das tendências. 
3) O sistema de informação utilizado inclui dados sobre o consumo e as perdas de 
vacinas, o que é de grande importância para a avaliação e para o planejamento. 
4) O registro das atividades é feito por pessoal treinado que conhece as características 
da atividade de vacinação, diminuindo as causas de erro. 
5) É de baixíssimo custo operacional. 
 
DESVANTAGENS: 
1) O sistema não fornece informação sobre procedência do vacinado. 
2) A não informação sobre procedência não permite avaliações de outras variáveis, 
como condições socioeconômicas e determinantes e condicionantes de baixas 
coberturas. 
3) A variedade e a multiplicidade de instrumentos de registro e coleta do dado de 
vacinação (formulários), potencialmente, aumentam a chance de falhas no registro 
4) O envio dos dados, seguindo um fluxo desde a sala de vacinação até o Ministério da 
Saúde, nem sempre é oportuno. 
 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
Os relatórios criados pelo sistema de informações (SI-API) permitem o 
acompanhamento mensal dos resultados do trabalho sob vários aspectos: (I) vacinas aplicadas 
(por tipo, por dose e por grupo de idade); (II) metas alcançadas; (III) esquemas completados; 
e (IV) taxa de abandono. 
Para facilitar o monitoramento da cobertura pode ser adotado o seguinte 
procedimento: 
 
• O número de pessoas previsto para ser vacinado no período de um ano (a meta anual) 
é desdobrado em metas mensais. 
• Ao final de cada mês, a equipe da unidade de Saúde compara a estimativa mensal 
com as doses completadas em cada grupo. 
• Para visualizar essa comparação pode-se utilizar o gráfico de acompanhamento da 
cobertura vacinal. 
 
82 
 
O gráfico pode ser adaptado e utilizado para qualquer grupo etário e para qualquer tipo 
de vacina, e, também, para qualquer período e não apenas para um ano-calendário, deixando 
mais evidenciada a tendência das coberturas vacinais. O gráfico deve ficar em local visível da 
unidade de Saúde. 
A seguir, exemplo fictício do desdobramento da meta anual para o monitoramento da 
atividade de vacinação. 
106 
Avaliação da vacinação: exemplo didático da utilização do gráfico de monitoramento da 
meta mensal estimada, incluindo análise de possíveis causas da situação mostrada no 
gráfico a ser construído pela equipe da sala de vacinação. 
 
Como desdobrar a meta de vacinação para ajudar no monitoramento: 
 
• A estimativa de população menor de 1 ano da área de abrangência de uma unidade de 
Saúde é de 900 crianças. 
• Dividindo essa população a vacinar pelos 12 meses do ano, tem-se uma meta mensal 
de 75 crianças. 
• Em janeiro foram vacinadas 10 crianças, em fevereiro 67 e em março 60. 
• Com isso, teoricamente, ficou um resíduo de 65 crianças não vacinadas no 1º mês, 8 
no 2º mês, 15 no 3º mês; 120 no 4º e 2 crianças no 5º mês. 
• A meta acumulada seria de 375 crianças e o número de vacinados foi de 210. 
• Com isso há um resíduo total de não vacinados de 165 crianças. 
 
Número de crianças vacinadas nos 4 primeiros meses do ano em relação ao número 
mensal estimado. 
 
A análise da situação mostra que há um resíduo grande de crianças não vacinadas. É 
importante avaliar qual a razão do grande número de vacinados em abril (Foi feita uma 
intensificação? Busca ativa? Invasão de crianças de outra área?). 
Importante buscar as causas da persistência de baixo número de crianças vacinadas em 
fevereiro, março e maio. 
Importante, também, olhar a cobertura do ano anterior e número de vacinados mês a 
mês, para verificar como se comportou. 
 
Nessa situação algumas medidas podem ser adotadas: 
1. Identificar áreas que podem estar acumulando suscetíveis. 
2. Avaliar a situação dos faltosos à vacinação e organizar busca ativa. 
3. Definir estratégias ou alternativas para recuperar as crianças não vacinadas. 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
107 
Acompanhamento da taxa de abandono 
 
A taxa de abandono é monitorada no caso de vacinas cujo esquema corresponde a 
mais de uma dose (vacina poliomielite 1, 2, 3 [atenuada], vacina adsorvida difteria, tétano, 
pertussis e Haemophilus influenzae B [conjugada] e vacina hepatite B [recombinante]). Para 
essas vacinas, como se sabe, a criança só é considerada completamente vacinada quando o 
esquema for completado com a administração da terceira dose. 
A taxa de abandono expressa o percentual de pessoas que não chegou a completar o 
número mínimo de doses do esquema de vacinação para determinada vacina. O cálculo 
automático da taxa de abandono pode ser feito diretamente a partir do SI-API, mas também se 
pode utilizar a fórmula a seguir. 
 
83 
Taxa de abandono = Número de primeiras doses - Número de terceiras doses X 100 
Número de primeiras doses 
 
São parâmetros para análise do percentual de abandono: 
Avaliação da vacinação: exemplos de parâmetros para análise da taxa de abandono 
Taxa de abandono Parâmetro 
Percentual de abandono maior que 10% Taxa alta 
Percentual de abandono entre 5% e 10% Taxa média 
Percentual de abandono menor que 5% Aceitável 
 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
É importante investigar as razões do abandono da vacinação, para adotar medidas que 
evitem o acúmulo de suscetíveis e a formação de grandes bolsões que podem comprometer o 
controle epidemiológico. 
Vários fatores causaram o abandono fazendo com que a pessoa receba apenas a 
primeira dose, ou somente as duas primeiras. São exemplos: 
• A falta de esclarecimento quanto ao tipo de vacina administrada e ao número de 
doses necessárias. 
• Desinformação quanto a poder tomar a dose da vacina, mesmo que tenha expirado o 
prazo estabelecido (intervalo máximo entre uma dose e outra). 
• A ocorrência de reações à vacina maiores que as esperadas. 
• A dificuldade de retornar para completar o esquema por questão de acesso (distância, 
preço da passagem etc.). 
• O mau atendimento nos serviços de Saúde. 
108 
Avaliação da utilização das vacinas 
 
Aproveitar 100% das vacinas recebidas, ou seja, transformar em doses administradas 
todas as doses disponíveis é uma meta difícil de alcançar, muito embora deva ser preocupação 
constante da equipe de Saúde. Quase todas as causas de perda podem ser diminuídas ou 
eliminadas, observando-se as normas e recomendações técnicas. 
São fatores que influenciam a perda de vacinas: (I) a apresentação, considerando a 
enfrascagem e o número de doses por frascos; (II) o vencimento do prazo de validade; (III) a 
quebra de frascos; e (IV) a ocorrência de falhas na Rede de Frio. 
Os produtos apresentados em frascos multidoses, depois de abertos têm um prazo de 
uso que pode ser diferente dependendo do laboratório produtor, daí a necessidade de verificar 
essa informação para cada produto recebido. 
O prazo de uso do frasco após abertura é definido pelo laboratório produtor e consta 
da bula do produto, daí a importância de se fornecer essa informação às unidades de Saúde 
que fazem a vacinação, na ocasião da remessa dos imunobiológicos. 
Nesses casos, para evitar mais perdas, anotar a data e o horário da abertura do frasco 
no próprio frasco, principalmente quando o prazo é mais longo. Ao final do prazo as doses 
não administradas são descartadas (inutilizadas), o que acarreta a chamada perda técnica. O 
número de doses desprezadas deve ser anotado no impresso utilizado para registro das 
atividades diárias, com o objetivo de subsidiar a avaliação da utilização de vacinas pela 
unidade de Saúde. 
Outra causa da perda de vacinasé o vencimento do prazo de validade. Quando esse 
prazo expira, o imunobiológico deve ser desprezado, daí a necessidade de fazer uma previsão 
mais precisa possível do quantitativo de produtos a utilizar, além de usar primeiro aquele com 
prazo de validade mais próximo. 
 
84 
A ocorrência de falhas na Rede de Frio também pode acarretar perda de vacinas. Para 
calcular a taxa de aproveitamento utilizar a seguinte fórmula: 
 
Taxa de aproveitamento = Número de doses administradas X 100 
 Número de doses distribuídas 
 
Por ocasião do planejamento, quando da definição do quantitativo de vacinas, é 
previsto um percentual de reserva para atender eventuais perdas (ver percentual de perdas no 
Texto nº 14). 
 
Outras avaliações 
 
Os inquéritos ou levantamentos de campo permitem a obtenção de dados mais reais 
sobre a cobertura de vacinação, sendo importante, especialmente, para áreas em que o registro 
é deficiente e nas quais é difícil caracterizar a população-alvo, como, por exemplo, em áreas 
urbanas onde estão ocorrendo grandes movimentos de população. 
Esse tipo de avaliação é muito importante para um conhecimento mais real da 
cobertura de vacinação e deve ser realizado sob a orientação técnica de especialistas no 
assunto. 
 
São vantagens e desvantagens da realização de inquéritos de cobertura: 
109 
Avaliação da vacinação: exemplos de vantagens e desvantagens da realização do 
inquérito de cobertura de vacinação 
Vantagens Desvantagens 
VANTAGENS: 
1) O resultado não é influenciado, em termos das coberturas encontradas, pela invasão ou 
evasão de população, já que os dados do numerador estarão sempre contidos no denominador. 
2) A partir de uma amostra da população, bem desenhada e executada, podem-se estudar 
variáveis socioeconômicas, como o grau de instrução e a classe de renda. 
3) Não há sub-registro e a duplicidade de dados, problemas quase sempre presentes no 
método administrativo. 
 
DESVANTAGENS: 
1) Apresenta elevado custo operacional. 
2) Necessita de pessoal especializado para formular o inquérito, para coordenar a execução 
e analisar os dados coletados. 
3) Os resultados representam um recorte da situação, tendo utilidade por um tempo 
relativamente curto. 
Fonte: Manual de procedimentos para vacinação. Bahia, 2011. 
 
Também para avaliar a cobertura de vacinação podem-se realizar estudos 
complementares para uma análise mais precisa da situação, a exemplo titulagem de anticorpos 
(situação imunológica) e levantamento do registro individual a partir do arquivo permanente 
do serviço. 
 
Avaliação da eficiência e eficácia 
 
Eficiência é a relação entre os recursos destinados à atividade e o efeito ou resultado 
produzido, ou seja, é a relação entre custo e resultado, ou entre resultado e insumos. Diz-se 
que eficiência é o máximo resultado efetivo obtido ao menor custo. Ao medir a eficiência 
fica-se sabendo quanto custa realizar um projeto, uma atividade. 
 
85 
Eficácia é o grau em que uma ação alcança o resultado final que havia sido proposto. 
Resultados/efeitos que se expressam em termos de benefícios para a população. Eficácia 
também se traduz em efeito potencial obtido em determinadas condições experimentais 
(eficácia da vacina). Ao medir a eficácia verifica-se a qualidade dos resultados, o grau em que 
a atividade atingiu os resultados desejados. Ao medir a efetividade fica-se sabendo se o 
investimento valeu à pena. 
Na avaliação da vacinação, quando possível, é importante incluir análise dos custos, 
considerando, por exemplo, o custo das estratégias em relação ao impacto alcançado, o custo 
da implantação de novas salas em relação ao custo da montagem de equipes móveis. Quando 
se analisa custo o objetivo maior é a redução do gasto sem perder a eficácia. 
 
Resolutividade, acessibilidade e satisfação do usuário 
 
A resolutividade (capacidade de resolver) leva em conta, primeiro, a capacidade 
resolutiva quantitativa, ou seja, a capacidade de absorver o número e a quantidade de 
serviços/ações solicitados por uma população. A outra dimensão está relacionada à 
capacidade de solucionar o problema o mais próximo possível de onde ele acontece. A 
capacidade de resolver tem a ver com a autonomia da equipe local, com o avanço da 
descentralização (responsabilidade do gestor; rede regionalizada e hierarquizada; organização 
da referência e da contra referência). 
110 
A acessibilidade é um importante indicador da qualidade dos serviços de Saúde e a 
sua análise deve ser feita considerando a utilização dos serviços e sua relação com as 
necessidades da população. Levar em conta, também, a presença ou a quantidade de serviços 
disponíveis, as dificuldades financeiras da população, a desinformação, questões estruturais, 
sociais e organizacionais e, também, barreiras físicas e geográficas. 
 
A satisfação do usuário é outro ponto importante na avaliação da vacinação. A 
percepção da população (que utiliza ou é beneficiada com um serviço ou ação) está muito 
ligada à relação entre profissional e paciente, à infraestrutura (equipamentos, medicamentos 
etc.) e até amenidades como ventilação, conforto, privacidade etc. Também pode ser 
influenciada pelos valores e significados que o usuário atribui à saúde e à doença. A decisão 
de vacinar ou não vacinar, por exemplo, uma ação preventiva, adotada quando os indivíduos 
estão sadios, tem a ver com essa percepção. A avaliação da satisfação da população poderá 
mostrar em que medida a percepção da população de uma determinada área influencia os 
resultados diretos da vacinação. 
111 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
86 
UNIDADE 8 - AVALIANDO O CURSO 
 
[...] Daí que seja tão fundamental conhecer o conhecimento existente quanto 
saber que estamos abertos e aptos à produção do conhecimento ainda não existente. [...] 1 
Paulo Freire 
 
Objetivos 
 
Avaliar o curso, incluindo: o processo, os envolvidos e os resultados. 
 
Atividades 
 
1. Vamos iniciar fazendo uma avaliação global do CURSO: 
a) Como avaliamos o CURSO? 
b) Quais os pontos fortes? E os pontos frágeis? O que mudar? 
c) Como nós avaliamos (Nós – ALUNOS e MONITOR)? 
 
2. Vamos concluir fazendo uma reflexão mais pessoal e individual: 
a) Estamos satisfeitos com o resultado? Avançamos? Crescemos? Em quê? 
b) O que aprendemos? Como aprendemos? Em que precisamos melhorar? 
c) Como implementar mudanças na nossa prática a partir do CURSO? 
113 
Referências 
 
BAHIA. Secretaria da Saúde. Superintendência de Vigilância e Proteção da Saúde. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. 
Coordenação do Programa Estadual de Imunizações. Manual de procedimento para vacinação. Salvador: DIVEP, 2011. 
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27 nov. 2012. 
 
BARRETO, M. L.; CARMO, E. H. Padrões de adoecimento e de morte da população brasileira: os renovados desafios para o 
Sistema Único de Saúde. Revista de Ciência e saúde coletiva., v. 12, suppl., p. 1179-1790. 2007. Disponível em: 
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BRASIL. Ministério da Saúde. Entendendo o SUS. Brasília, 2007. Disponível em: <http://portal. 
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______. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Capacitação de Pessoal em Sala de Vacinação: Manual do 
Treinando. 2. ed. Brasília, 2001. 
 
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Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/Gestor/area.cfm?id_area=981>. Acesso em: 27 nov. 2012. 
 
______. Ministério da Saúde. RIPSA. Cobertura vacinal – F.13, 2011. Disponível em: 
<http://www.ripsa.org.br/fichasIDB/record.php?node=F.13&lang=pt>. Acessoem: 27 nov. 2012. 
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Brasília, 2008. Disponível 
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______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria MS nº 3.318, de 
28/10/2010. Institui em todo o território nacional o calendário básico de vacinação da criança, 
o calendário do adolescente e o calendário do adulto e do idoso. 2010. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, p. 105-
107, 29 out. 2010. 
 
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria MS nº 1.946, de 19/07/2010. Institui em todo o 
território nacional o calendário de vacinação dos povos indígenas. Diário Oficial da União, Brasília, Seção 1, 20 jul. 2010. 
 
______. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância 
Epidemiológica. Manual de Rede de Frio. Brasília, 2013. 144 p. Disponível em: <http://bvsms.saude. 
gov.br/bvs/publicações/manual_rede_frio4ed.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2014. 
114 
______. Ministério da Saúde. SI-PNI – Sistema de Informação do Programa Nacional de 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pos-vacinacao
 
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BUSS, P. M; PELLEGRINI FILHO, A. A saúde e seus determinantes sociais. PHYSIS: Revista de Saúde Coletiva, Rio de 
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CASTELLANOS, B. P. Injeções: modos e métodos. São Paulo: Ática, 1987. (Série Princípios). 
 
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Paulo Freire. São Paulo: Paz e Terra, 1996 
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116 
 
 
 
 
http://iah.iec.pa.gov.br/iah/fulltext/pc/portal/ess/v12n3/pdf/
ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/imuni/imuni08_
 
88 
Equipe Técnica 
 
Este material foi reestruturado a partir do documento: 
Capacitação de Pessoal em Vacinação – Uma proposta de treinamento em serviço: Programa 
Nacional de Imunizações, Divisão Nacional de Epidemiologia, Secretaria Nacional de Ações 
Básicas de Saúde, Ministério da Saúde (PNI/DNE/SNABS/MS), Brasília/DF, 1989. 
 
Créditos do documento de 1989 
Coordenador do PNI: Ivanildo Tajra Franzosi 
Grupo Técnico de Elaboração: 
Benedita Rodrigues Soares – Secretaria de Estado da Saúde do Ceará 
Cristina Maria Vieira da Rocha – Divisão Nacional de Educação em Saúde 
(DNES/SNABS/MS) 
Inês Vian – Secretaria de Estado da Saúde do Paraná 
Isabel Cristina Aparecida Stefano – Programa Nacional de Imunizações (PNI/SNABS/MS) 
Ivone Perez de Castro – Secretaria de Saúde do Distrito Federal 
Jocileide Sales Campos – Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza/Ceará 
Maria Filomena Gouveia Vilela – Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo 
Maria Regina Capitani Ojeda – Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo 
Roseana Josué Raposo – Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas 
Yone Francis Chehuan Melo – Secretaria de Estado da Saúde do Amazonas 
 
1ª Edição: 1991 
Coordenadora do PNI: Isabel Cristina Aparecida Stefano 
Responsáveis pela reestruturação a partir do documento de 1989: 
Cristina Maria Vieira da Rocha – Pedagoga/sanitarista 
Jocileide Sales Campos – Médica/pediatra 
Apoio: Roger Shirimpton – Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) 
 
2ª Edição: 2001 
Coordenadora do PNI: 
Maria de Lourdes de Souza Maia 
Grupo Técnico de Revisão: 
Ângela Aparecida Costa – Serviço Especial de Saúde de Araraquara (FSP/USP/SP) 
Ernesto Isaac Montenegro Renoiner – Programa Nacional de Imunizações (PNI/Funasa/MS) 
Ivone Perez de Castro – Secretaria de Saúde do Distrito Federal 
Jocileide Sales Campos – Secretaria de Estado da Saúde do Ceará 
Maria Helena Carneiro de Carvalho – Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro 
Moema Elizabeth Wotzasek Costa – Coordenação de Pneumologia Sanitária 
(Cenepi/Funasa/MS) 
Regina Helena Peixoto Rodrigues – Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza7 
 
3ª Edição: 2014 
Coordenadora do PNI: Carla Magda Allan Santos Domingues 
 
Revisão e atualização: 
Cristina Maria Vieira da Rocha –Pedagoga/Sanitarista – SES/AL 
Doiane Lemos Souza – Enfermeira – SES/BA 
Márcia Cristina Rangel Chaves Danieluck – Enfermeira – Funasa/BA 
Marlene Tavares Barros de Carvalho – Enfermeira/Mestre em Saúde Coletiva – SES/BA 
Tânia Leão – Enfermeira – SMS/Salvador/BA 
 
 
89 
Colaboradores (profissionais que, em diferentes momentos, colaboraram no processo de 
revisão e atualização): 
Jocileide Sales Campos (SES/CE) 
Rose Deitos (SES/SC) 
Marileide do Nascimento Silva (EPSJV/Fiocruz/RJ) 
Clélia Maria Sarmento de Souza Aranda (SES/SP) 
Isabel Cristina Aparecida Stefano (SES/SP) 
Marília Mattos Bulhões (Médica/Funasa/RJ, ex-coordenadora do PNI) 
Alcina Marta de Souza Andrade (SES/BA) 
Eleuzina Falcão da Silva Santos (SES/BA) 
Maria de Fátima Sá Guirra (SES/BA) 
Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde 
www.saude.gov.br/bvs 
9 78 85 3 3 4 2 1 9 5 0 
ISBN 978-85-334-2195-0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
90 
Um Primeiro Momento... 
 
1. Vamos cantar (ou ler) esta música do Gonzaguinha? 
É A GENTE QUER VALER O NOSSO AMOR 
A GENTE QUER VALER O NOSSO SUOR 
A GENTE QUER VALER O NOSSO HUMOR 
A GENTE QUER DO BOM E DO MELHOR 
A GENTE QUER CARINHO E ATENÇÃO 
A GENTE QUER CALOR NO CORAÇÃO 
A GENTE QUER SUAR, MAS DE PRAZER 
A GENTE QUER É TER MUITA SAÚDE 
A GENTE QUER VIVER A LIBERDADE 
A GENTE QUER VIVER FELICIDADE 
É A GENTE NÃO TEM CARA DE PANACA 
A GENTE NÃO TEM JEITO DE BABACA 
A GENTE NÃO ESTÁ COM A BUNDA EXPOSTA 
NA JANELA PARA PASSAR A MÃO NELA 
É A GENTE QUER VIVER PLENO DIREITO 
A GENTE QUER VIVER TODO RESPEITO 
A GENTE QUER VIVER UMA NAÇÃO 
A GENTE QUER É SER UM CIDADÃO 
 
2. Agora, individualmente, vamos escolher uma frase da letra da música 
(sublinhe a frase ou assinale com um x). 
 
3. Agora vamos ler as frases escolhidas e, em seguida, dizer: “por que 
escolhi essa frase? 
Qual o seu significado para mim?” 
 
Alguém falou: 
“Caminhante, não há caminho, faz-se o caminho ao 
caminhar”. 
 
 
 
91 
ASPECTOS OPERACIONAIS NA SALA DE VACINAS 
 
1-Introdução: 
Os aspectos operacionais em sala de vacinas merecem uma atenção especial, pois 
tratam de medidas essenciais para a aplicação de um imunobiológico dentro de todos os 
padrões corretos de conservação, armazenagem e indicações clínicas. 
 
A enfermagem exerce um importante papel no tocante às imunizações por monitorar 
todos os aspectos técnicos e operacionais na sala de vacinas. 
 
É a equipe de enfermagem que: 
-pede a quantidade necessária para suprir seu posto de vacinação levando em consideração o 
número de clientes cadastrados; 
-recebe e distribui entre geladeira de estoque e de uso diário; 
-controla a temperatura destas geladeiras ou câmaras de conservação; 
-aplica e avalia os efeitos adversos; 
-reconvoca clientes faltosos. 
 
Além disso, é a equipe de enfermagem que se depara com alguns problemas de 
aspectos operacionais tanto no âmbito de indicação clínica quanto no de efeitos colaterais. 
Sendo assim, há a necessidade de um treinamento contínuo de toda a equipe para que se possa 
garantir um serviço de qualidade à população. 
 
Em resumo os aspectos operacionais da sala de vacina são: 
-manter a qualidade do serviço; 
-pedir as vacinas em quantidade necessária; 
-receber e distribuir vacinas na geladeira de estoque; 
-controlar a temperatura da geladeira; 
-aplicar os imunobiológicos corretamente; 
-avaliar os efeitos adversos; 
-recomendar clientes faltosos e verificar esquemas incompletos de vacinas; 
-verificar possíveis faltas de energia elétrica; 
-manter treinamento contínuo da equipe de enfermagem. 
 
2-Aspectos técnicos: 
2.1-Planta física: 
A sala de imunobiológicos deverá ser utilizada somente para conservação e aplicação 
dos mesmos. Não é permitido que nesta mesma sala se realizem outros procedimentos como 
curativos, inalações, etc. 
 
O tamanho da sala varia de acordo com o número da clientela atendida, ou seja, a área 
de abrangência varia de acordo com a localização desta unidade tanto em nível hospitalar 
quanto nas Unidades Básicas de Saúde. 
 
Essa unidade deverá conter: 
-uma pia preferencialmente em aço inox , em mármore ou granito para facilitar a 
limpeza; 
-um balcão para preparo dos imunobiológicos; 
-piso lavável, preferencialmente granilite por ser um piso de fácil limpeza. 
 
 
92 
Não se deve utilizar pisos de madeira, carpetes, cortinas, etc., pois, nestes tipos de 
pisos e acessórios é grande a formação de fungos e outros microorganismos. A sala deverá ter 
preferencialmente paredes azulejadas na cor branca o que facilita a desinfecção das mesmas. 
O uso de tinta acrílica lavável também é aceitável. 
 
2.2-Procedimentos básicos na utilização dos refrigeradores: 
As vacinas, por sua própria composição, são produtos susceptíveis aos agentes físicos 
tais como a luz e o calor. O calor é bastante prejudicial por acelerar a inativação dos 
componentes das mesmas. É necessário, portanto, mantê-las constantemente refrigeradas e, 
por isso, há a necessidade de uma supervisão constante e eficiente dos equipamentos usados 
na refrigeração assim como na rede elétrica. 
 
A conservação das vacinas é feita por meio do sistema denominado REDE OU 
CADEIA DE FRIO. Este sistema inclui o armazenamento, o transporte e a manipulação de 
vacinas em condições adequadas de refrigeração desde o laboratório produtor até o momento 
em que a vacina é aplicada. 
 
Esse sistema REDE OU CADEIA DE FRIO é respeitado em quatro níveis a saber: 1-
nível nacional, 2-central estadual, 3-regional e 4-local. 
 
As câmaras de conservação ou geladeiras deverão ser usadas única e exclusivamente 
para os imunobiológicos, não se devendo permitir que sejam guardados alimentos, sangue 
e/ou derivados, bebidas, etc. 
 
Deverá ficar longe de fonte de calor como estufa, autoclave, raios solares, etc. A fonte 
de energia elétrica deverá ser unicamente destinada ao refrigerador. Nunca ligá-lo em T ou 
com benjamin. 
 
O refrigerador do tipo doméstico com capacidade mínima para 280 litros deverá ficar 
perfeitamente nivelado e afastado da parede pelo menos uns 30 cm para permitir a livre 
circulação de ar no condensador. Não são recomendadas geladeiras do tipo duplex por serem 
mais instáveis em sua rede de frio. 
 
A limpeza do refrigerador deverá ser feita, de preferência, quinzenalmente ou quando 
houver excesso de gelo no congelador, mas, para isso são necessários cuidados especiais para 
não deixar os imunobiológicos sofrerem alterações de temperatura. 
 
2.2.1-Os seguintes cuidados se fazem necessários: 
-providenciar um outro refrigerador em bom funcionamento e regular esse refrigerador entre 
+2 e +8°C por um período de três horas antes de transferir os imunobiológicos. Esse controle 
é feito através do termômetro de máxima e de mínima. Caso não se tenha disponível outra 
geladeira deverá ser providenciada uma caixa térmica (isopor) mas é indispensável o 
termômetro de máxima e de mínima além de bolsas de gelo; 
 
-desligar a tomada da geladeira e abrir a porta até que todo gelo aderido se desprenda por si 
só. Não usar faca ou outro objeto pontiagudo para a remoção mais rápida do gelo, pois tal 
método pode danificar os tubos de refrigeração; 
 
-limpar o refrigerador com um pano umedecido em solução de água com sabão neutro e 
enxugar com pano limpo e seco. Não jogar água no refrigerador; 
 
 
93 
-após a limpeza, ligar o refrigerador e manter a porta fechada por mais ou menos 3 horas 
verificando a temperatura neste período. Quando essa estiver entre +2 e +8°C devem-se 
recolocar as vacinas, os diluentes, as garrafas e os recipientes para gelo. 
 
2.2.2-Situações de emergência: 
Quando os equipamentos deixam de funcionar por motivo de corte de energia elétrica 
ou por outro defeito, as portas das geladeiras deverão permanecer fechadas até que a situação 
se normalize ou até que se verifique o tipo de problema. Quando o problema perdurar por umperíodo maior que 8 horas ou quando não for possível prever sua duração devem-se tomar 
algumas providências, pois um corte de energia por mais de 8 horas pode inutilizar os 
produtos imunobiológicos. 
 
Esse prazo de oito horas só deve ser tolerado quando o equipamento estiver 
funcionando em perfeitas condições, isto é, seja de uso exclusivo de vacinas e tenha controle 
diário de temperatura através do mapa de controle da temperatura. Caso o defeito não seja 
identificado ou não solucionado, esses imunobiológicos deverão ser transferidos para outro 
refrigerador com controle adequado de temperatura. 
 
2.2.3-Arrumação das vacinas no refrigerador: 
1. - As prateleiras deverão estar limpas e organizadas devendo ser retirados os vidros e 
caixas vazias; 
2. - Arrumar as vacinas nas prateleiras centrais em bandejas perfuradas tipo porta talher 
de plástico e nunca em caixas térmicas ou sacos plásticos; 
3. - Não guardar vacinas na porta e na parte baixa da geladeira; 
4. - Retirar as gavetas plásticas caso existam e, em seu lugar, colocar garrafas com água 
que contribuem para estabilizar a temperatura. A água colocada nas garrafas deverá 
ser colorida. Recomenda-se o uso de um corante (azul de metileno, anil, violeta de 
genciana) para evitar que seja ingerida; 
5. - O congelador deve conter gelo reciclável ou recipiente de plástico. Esse gelo pode 
ser usado na caixa térmica da sala de vacinação ou no transporte das vacinas; 
6. - Colocar o termômetro de máxima e de mínima na prateleira central, em pé, e 
verificar a temperatura duas vezes ao dia, em período diferente, registrando no mapa 
de controle diário de temperatura; 
7. - As vacinas, na embalagem original, devem ser arrumadas de forma a manter uma 
distância entre si de aproximadamente 3 centímetros e também das paredes do 
refrigerador visando a livre circulação do ar frio; 
8. - As vacinas com prazo de validade mais próximo devem ser colocadas na frente para 
que sejam utilizadas primeiro. 
 
2.2.4-A ordem de colocação das vacinas é a seguinte: 
Na segunda prateleira devem ser colocadas as vacinas contra vírus, na terceira vacinas 
contra bactérias e toxinas e os soros. 
 
3-Congelamento das vacinas e sua viabilidade 
 
3.1-Vacinas que podem congelar e que não se deterioram 
Contra poliomielite do tipo Sabin, sarampo, caxumba, rubéola, vacina tríplice e dupla 
viral, varicela e febre amarela; 
 
 
 
94 
3.2-Vacinas que não podem congelar pois se deterioram 
Hepatites A e B, vacina tríplice bacteriana (DTP), dupla adulto (dT) e infantil (DT), 
gripe, vacina contra raiva, tétano (TT), febre tifóide, vacina contra poliomielite do tipo Salk, 
BCG, vacina contra Haemophilus influenzae, meningococos e pneumococos. 
 
(*)Nota: Os diluentes devem estar na mesma temperatura das vacinas no momento da 
aplicação e para isso, devem também ser conservados no refrigerador. 
 
4-Controle da temperatura – termômetro de máxima e de mínima 
O termômetro de máxima e de mínima é um instrumento importante para verificar as 
variações de temperatura ocorridas em determinado ambiente em um período pré-
estabelecido. Ele nos fornece três tipos de informações a saber: 
-temperatura mínima atingida (mais frio); 
-temperatura máxima atingida (mais quente); 
-temperatura no momento de observação. 
A maneira correta de usar este termômetro é mantendo-o sempre em pé, quer seja 
dentro do refrigerador, de preferência pendurado em uma prateleira central, pois se estiver 
deitado a coluna de mercúrio poderá se partir facilmente. 
 
 
 
MOTIVAÇÃO 
 De onde vem à motivação no trabalho? 
 De quem é a responsabilidade pela falta de motivação dos empregados? 
 O que origina – e mantém – a queda de desempenho ou a baixa produtividade? 
 Como resolver essas questões? 
 
ACOLHIMENTO 
Eu seria usuário do meu trabalho? 
Como gostaria de ser atendido em um estabelecimento de saúde? 
 
 
95 
VACINAS 
 
Ninguém duvida que a criação da vacina seja um dos grandes avanços da ciência. A 
despeito do debate que existe sobre quem a criou primeiro, o consenso é que as vacinas 
previnem diversas doenças como: a hepatite, gripe, tuberculose e rubéola. Para dar um 
exemplo, se não fosse a campanha contra a poliomielite, a paralisia infantil não estaria 
erradicada no Brasil desde 1989. No entanto, existe ainda o desafio de criar vacinas contra 
vírus de alta mutação como o HIV, causador da AIDS. 
Apesar dos conhecidos benefícios das vacinas, existem alguns incômodos para a 
população, principalmente para as crianças devido ao medo das injeções e dos efeitos 
colaterais. Entretanto, esses efeitos nem se comparam aos benefícios que as vacinas trazem 
porque o risco de se desenvolver uma complicação séria por causa da vacina é muito menor 
do que o de contrair a doença. 
Por isso, para reduzir a quantidade de injeções a serem tomadas e diminuir a 
quantidade de desconforto, as vacinas combinadas foram introduzidas no calendário vacinal. 
São vacinas que protegem contra diferentes doenças com apenas uma aplicação, pois contêm 
moléculas presentes em diferentes vírus e bactérias, os antígenos, que provocam a formação 
de anticorpos contra os agentes infecciosos da vacina. 
Algumas vacinas combinadas conhecidas são: a DTP (Difteria, Tétano e Coqueluche) 
e a SCR (Sarampo, Caxumba e Rubéola). 
Um bom exemplo das suas vantagens é o uso da vacina combinada para imunizar 
contra o sarampo, caxumba e a rubéola que possibilita uma proteção mais rápida para as três 
doenças, sendo necessário menos injeções, além de diminuir a quantidade de pessoas 
suscetíveis a estas doenças em comparação com as vacinas isoladas. 
Portanto não se esqueça de que a vacina combinada também traz benefícios para o seu 
bem-estar e para saúde da sua família. 
 
A vacinação é um dos métodos preventivos mais 
eficazes para se evitar diversas doenças, mas é preciso 
seguir as recomendações corretamente para estar protegido. 
 
As vacinas são recursos indispensáveis para a saúde individual e pública. Através da 
imunização é possível prevenir infecções e impedir que várias doenças se espalhem por um 
território. 
Quando grande parte da população é vacinada, os agentes infecciosos encontram mais 
dificuldades para se propagar. O que indiretamente protege quem ainda não se vacinou ou 
aqueles para os quais a vacina não foi efetiva. Conforme a porcentagem de pessoas vacinadas 
aumenta, a tendência é que o registro da doença caia vertiginosamente ou que se chegue à 
erradicação. 
Quando um agente agressor penetra em nosso corpo, o sistema imunológico utiliza 
seus recursos de defesa para combatê-lo. 
A função das vacinas é exatamente ensinar o sistema imunológico a reconhecer tais 
agentes e, assim, estimular a produção de anticorpos específicos para combatê-los, sem 
permitir que a doença se desenvolva. 
Para isso as vacinas são preparadas a partir de componentes do próprio agente agressor 
ou de um agente que se assemelhe ao causador da doença. Porém, os microorganismos 
utilizados estão na forma atenuada (enfraquecida) ou inativada (morta). 
 
 
96 
VACINA ATENUADA: A vacina atenuada é feita com bactérias ou vírus vivos, porém 
cultivados em condições adversas, de forma que perderam a capacidade de provocar a doença. 
Esse enfraquecimento pode ser obtido, por exemplo, provocando mutações que interfiram em 
processos essenciais para o desenvolvimento do microrganismo. 
As vacinas contra sarampo, caxumba, rubéola, varicela, febre amarela, rotavírus e 
poliomielite (oral) são exemplos de atenuadas virais. Já as vacinas BCG (contra tuberculose) e 
contra a febre tifoide (oral) são atenuadas bacterianas. 
VACINA INATIVADA : A vacina inativada é composta por vírus ou bactérias que 
foram mortos por processos químicos ou físicos, como por radiação, calor ou tratamento com 
formaldeído. 
Alguns exemplos das inativadas virais são as vacinas da poliomielite (parenteral), 
hepatite A, hepatite B, raiva,influenza e HPV. Entre as inativadas bacterianas estão a DTP 
(contra difteria, tétano e coqueluche) e a vacina contra febre tifoide. 
 
VACINA CONJUGADA: Algumas vacinas são produzidas utilizando componentes 
específicos do agente patogênico, como uma proteína ou carboidrato, capazes de produzir 
uma resposta imunológica. 
Quando o componente utilizado é um carboidrato, para que este seja detectado pelo 
organismo precisa estar “acoplado” (conjugado) a uma proteína. Exemplos de vacinas 
resultantes deste processo são a Pneumocócica infantil e a Hemófilos Tipo B 
VACINA COMBINADA: É o nome que se dá à vacina que apresenta antígenos 
(moléculas presentes nos vírus e bactérias e que disparam a reação imunológica) de mais de 
um agente infeccioso, protegendo contra diferentes doenças com apenas uma aplicação. A 
SCR (contra sarampo, caxumba e rubéola) e a DTP (contra difteria, tétano e coqueluche) são 
vacinas combinadas tradicionais. Por vezes é possível combinar imunizações que 
normalmente são realizadas separadamente, como a DTP mais HB e Hib (Haemophilus 
influenzae tipo B), que formam a vacina Pentavalente. 
DIFERENÇAS ENTRE ELAS 
Uma das diferenças observadas entre as vacinas atenuadas e inativadas diz respeito à 
intensidade e velocidade da resposta imunológica que elas proporcionam. Geralmente as 
atenuadas oferecem proteção à longo prazo, e são efetivas com uma única dose. Podem ser 
produzidas tanto com vírus quanto bactérias, sendo mais comum a utilização de vírus. 
Já as inativadas são comuns tanto para vírus quanto para bactérias e provocam reações 
imunológicas de menor intensidade e duração, se comparadas às vacinas atenuadas, exigindo 
doses de reforço para garantir a cobertura vacinal. Em contrapartida, tendem a provocar 
menos efeitos adversos. 
As vacinas atenuadas são seguras para indivíduos saudáveis, mas são contraindicadas 
para imunodeprimidos e gestantes; sendo necessária a avaliação médica caso a caso da 
utilização destas vacinas para estes públicos. 
Além do cuidado na preparação da vacina em si, a aplicação também exige atenção 
para que a imunização seja feita da forma mais eficiente, segura e confortável possível. 
O profissional de saúde deve verificar o prazo de validade antes e após diluição (se for 
o caso), checar o aspecto e a cor do produto, instruir-se sobre qual via de administração é 
 
97 
recomendada, escolher o melhor local de aplicação e utilizar seringa ou agulha adequada a 
cada tipo de produto. 
Fique atento: vacinas injetáveis devem ser administradas distante de locais capazes 
de ocasionar lesões vasculares, teciduais e/ou nervosas. 
O desconforto com a vacinação, temido especialmente pelas crianças, pode ser 
amenizado dependendo da habilidade e conhecimento do profissional. A dor depende do 
ponto de aplicação, da composição da vacina e da velocidade com que a solução é injetada. 
Porém, nem tudo fica nas mãos do aplicador. Cada vacina tem sua forma de administração 
indicada e deve ser seguida rigorosamente. 
ORAL: Feita com vírus atenuados, é usada nas vacinas contra pólio, rotavírus e nas novas 
vacinas contra cólera e febre tifoide, por exemplo. 
INTRADÉRMICA: São aplicadas rente à pele, a agulha não chega a camadas profundas. 
Geralmente é aplicada no músculo deltoide do braço. Um exemplo clássico de vacina 
intradérmica é a BCG. 
SUBCUTÂNEA: São aplicadas na hipoderme, camada mais profunda da pele. As vacinas 
contra a Febre Amarela, Varicela, Tetraviral e a Tríplice Viral (SCR), de vírus atenuados, 
costumam ser administradas dessa forma. Por facilidade de aplicação e padronização, no 
Brasil costuma‐se aplicar na região posterior do braço. 
INTRAMUSCULAR: É a via mais apropriada quando se trata de vacinas com soluções 
mais irritantes, pois a região dentro dos músculos tem menos sensibilidade que as camadas da 
pele. Também é a via ideal quando há necessidade de rápida absorção, já que atinge camadas 
mais profundas. As DTPs (vacinas tríplice bacteriana) e a vacina contra a hepatite B são 
exemplos desse tipo de administração. 
O objetivo da imunização é proteger contra doenças, mas às vezes a própria vacina 
provoca alguns efeitos indesejáveis, chamados de eventos adversos. 
Estes eventos na pós-vacinação podem acontecer devido a aspectos relacionados aos 
vacinados ou às vacinas. Os aspectos relacionados aos vacinados são aqueles que envolvem 
respostas do organismo do usuário. Enquanto que os aspectos relacionados à vacinação são 
relacionados aos componentes da vacina, sua produção e a relação destes com a predisposição 
orgânica dos vacinados. A técnica de preparo e de aplicação das vacinas também podem 
ocasionar eventos adversos. 
Estas recomendações são de autoria de Andréa Gomes de Oliveira Néias Zamberlan, Enfermeira Chefe do Hospital das 
Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.fmb.unesp.br/
http://www.fmb.unesp.br/
http://www.unesp.br/
 
98 
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA CRIANÇA 
 
IDADE VACINAS DOSES DOSAGEM VIAS ADM 
RN BCG DU 0,1 ml ID 
HB (Hepatite B) D 0,5 ml IM 
2 
Meses 
VRH (Rotavírus) D1 1,5 ml ORAL 
VIP (Pólio Inativada) D1 0,5 ml IM (mid) 
Pentavalente D1 0,5 ml IM (mie) 
Pneumocócica 10V D1 0,5 ml IM (mid) 
3 Meses Meningocócica C D1 0,5 ml IM 
4 
Meses 
VRH (Rotavírus) D2 1,5 ml ORAL 
VIP (Pólio Inativada) D2 0,5 ml IM 
Pentavalente D2 0,5 ml IM 
Pneumocócica 10V D2 0,5 ml IM 
5 Meses Meningocócica C D2 0,5 ml IM 
6 
Meses 
VIP (Pólio Inativada) D3 0,5 ml IM 
Pentavalente D3 0,5 ml IM 
9 Meses Febre Amarela DU 0,5 ml SC 
12 
Meses 
SCR (Tríplice Viral) D1 0,5 ml SC 
Pneumocócica 10V REF1 0,5 ml IM 
Meningocócica C REF1 0,5 ml IM 
 
15 
 Meses 
DTP (Tríplice Bacteriana) REF1 0,5 ml IM 
VOP (Pólio Oral) REF1 2 Gotas ORAL 
Hepatite A DU 0,5 ml IM 
SCR (Tríplice Viral) D2 0,5 ml SC 
Varicela D1 0,5 ml SC 
*Tetraviral DU 0,5 ml SC 
4 
Anos 
DTP (Tríplice Bacteriana) REF2 0,5 ml IM 
VOP (Pólio Oral) REF2 02 Gotas ORAL 
*Em substituição a Tríplice Viral e Varicela na falta das mesmas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
99 
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DO ADOLESCENTE 
 
IDADE VACINAS DOSES DOSAGEM VIAS ADM 
11 a 19 
anos 
HB (Hepatite B) D1 0,5 ml IM 
dT (Dupla Adulto) D1 0,5 ml IM 
SCR (Tríplice Viral) D1 0,5 ml SC 
30 dias 
após a D1 
HB (Hepatite B) D2 0,5 ml IM 
FA (Febre Amarela) DU 0,5 ml SC 
60 dias 
após a D1 
dT (Dupla Adulto) D2 0,5 ml IM 
SCR (Tríplice Viral) D2 0,5 ml SC 
180 dias 
após a D2 
HB (Hepatite B) D3 0,5 ml IM 
dT (Dupla Adulto) D3 0,5 ml IM 
10 anos 
depois 
dT (Dupla Adulto) REF 0,5 ml IM 
 
 
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DO ADULTO 
 
IDADE VACINAS DOSES DOSAGEM VIAS ADM 
20 a 59 
anos 
HB (Hepatite B) D1 1,0 ml IM 
dT (Dupla Adulto) D1 0,5 ml IM 
SCR (Tríplice Viral) D1 0,5 ml SC 
30 dias 
após a D1 
HB (Hepatite B) D2 1,0 ml IM 
FA (Febre Amarela) DU 0,5 ml SC 
60 dias 
após a D1 
dT (Dupla Adulto) D2 0,5 ml IM 
180 dias 
após a D2 
HB (Hepatite B) D3 1,0 ml IM 
dT (Dupla Adulto) D3 0,5 ml IM 
10 anos 
depois 
dT (Dupla Adulto) REF 0,5 ml IM 
 
100 
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DO IDOSO 
 
IDADE VACINAS DOSES DOSAGEM VIAS ADM 
De 60 
anos + 
*HB (Hepatite B) D1 1,0 ml IM 
dT (Dupla Adulto) D1 0,5 ml IM 
SCR (Tríplice Viral) D1 0,5 ml SC 
30 dias 
após a D1 
*HB (Hepatite B) D2 1,0 ml IM 
Influenza Sazonal ANUAL 0,5 ml IM 
60 dias 
após a D1 
dT (Dupla Adulto) D2 0,5 ml IM 
Pneumocócica 23V DI 0,5 ml IM 
180 dias 
após a D2 
*HB (Hepatite B) D3 1,0 ml IM 
dT (Dupla Adulto) D3 0,5 ml IM 
10 anos 
depois 
dT (Dupla Adulto) REF 0,5 ml IM 
**Pneumocócica 23V DA 0,5 ml IM 
*Hepatite B para grupos vulneráveis; 
**Pneumocócica 23V para acamados e indicação médica e, pode fazer a DA aos 5 anos após 
a DI se houver disponível; 
 
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO DA GESTANTE 
 
IDADE VACINAS DOSES DOSAGEM VIAS ADM 
12 a 50 
anos 
HB(Hepatite B) D1 0,5/1,0 ml IM 
dT (Dupla Adulto) D1 0,5 ml IM 
30 dias 
após a D1 
HB (Hepatite B) D2 0,5/1,0 ml IM 
60 dias 
após a D1 
dT (Dupla Adulto) D2 0,5 ml IM 
180 dias 
após a D2 
HB (Hepatite B) D3 0,5/1,0 ml IM 
dTpa (Dupla Adulto Inativada) D3 0,5 ml IM 
Observação: A cada gestação toma-se uma dose REF da vacina dTpa a partir da 20ª Semana 
Gestacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
101 
TÉCNICA DE APLICAÇÃO DOS PRINCIPAIS IMUNOBIOLÓGICOS 
 
VACINA 
 
NOMEN 
CLATURA 
APRESENTAÇÃO 
PREVENÇÃO 
 
IDADE 
 
VIA 
 
DOSE 
LOCAL 
DE 
APLICAÇÃO 
 
AGULHA 
FRASCO DOSE 
 
BCG 
 
BCG 
Frasco 
Ampola 
 
10 doses 
 
Tuberculose 
 
Ao nascer 
 
ID 
 
O,1 ml 
Inserção inferior 
do deltoide 
direito 
13x3,8 
13x4,5 
Hepatite B HB Frasco 05 ml 
10 ml 
Hepatite B Ao nascer 
Adultos 
IM 0,5 ml 
1,0 ml 
< 2 anos: vasto 
> 2 anos: deltoide 
20x5,5 
25x7 
Rotavírus VRH Seringa Monodose Diarréia Grave 2 e 4 meses ORAL 1,5 ml Boca 
Pólio 
Inativada 
 
VIP 
 
Frasco 
 
10 doses 
Paralisia 
Infantil 
2, 4 e 6 
meses 
 
IM 
 
0,5 ml 
 
Vasto Lateral D 
25x6,0 
25x7,0 
Pneumocócica 
10 valente 
PNEUMO Frasco Monodose Pneumonia 2, 4, e 12 
meses 
IM 0,5 ml Vasto Lateral D 25x6,0 
25x7,0 
 
Pentavalente 
DTP+HIB+
HB 
 
Frasco 
 
Monodose 
Difteria, Tétano, 
Coqueluche, 
Hepatite B, 
Meningite 
 
2, 4 e 6 
meses 
IM 0,5 ml Vasto 
Lateral E 
25x7,0 
30x7,0 
Meningocócica 
Conjugada C 
MMC Frasco 
Ampola 
Monodose Meningite Tipo 
C 
3, 5 e 15 
meses 
IM 0,5 ml Vasto Lateral 25x5,5 
25x6,0 
Pólio Oral VOPb Bisnaga 25 doses Paralisia Infantil 15 meses e 
04 anos 
ORAL 2 gotas Boca 
 
 
 
102 
 
Febre 
Amarela 
FA Frasco 
Ampola 
05 doses 
10 doses 
Febre Amarela A partir dos 
9 meses 
SC 0,5 ml Região posterior 
do antebraço ou 
anterolateral da 
coxa 
 
13x4,5 
Tríplice 
Viral 
SCR/MMR 
TV 
Frasco 
Ampola 
05 doses 
10 doses 
Sarampo, 
Caxumba e 
Rubéola 
12 meses SC 0,5 ml Região posterior 
do antebraço ou 
anterolateral da 
coxa 
 
13x4,5 
Hepatite A HA Frasco Monodose Hepatite A 12 meses IM 0,5 ml Vasto Lateral 20x5,5 
25x6,0 
 
Tetraviral 
 
SCRV 
 
Seringa 
 
Monodose 
Sarampo+Caxu
mba+Rubéola+
Varicela 
 
15 meses 
 
SC 
 
0,5 ml 
Região posterior 
do antebraço ou 
anterolateral da 
coxa 
 
13x4,5 
Tríplice 
Bacteriana 
DTP Frasco 10 doses Difteria+Tétano
+Coqueluche 
15 meses e 
4 anos 
IM 0,5 ml Vasto Lateral 25x7,0 
30x7,0 
HPV 
Quadrivalente 
HPVQ Frasco Monodose Papilomavirus 
Humano 
9 a 14 anos IM 0,5 ml Deltoide 25x7,0 
30x7,0 
Dupla Adulto dT Frasco 10 doses Difteria e 
Tétano 
A partir dos 
11 anos 
IM 0,5 ml Deltoide e Vasto 
Lateral da Coxa 
25x7,0 
30x7,0 
dTpa dTpa Seringa Monodose Difteria+Tétano
+Coqueluche 
Gestantes 
20 a 36 sem 
IM 0,5 ml Deltoide e Vasto 
Lateral da Coxa 
25x7,0 
30x7,0 
Influenza INFLU Frasco 10 doses Influenza+H1N
1+H2N3 
Grupos 
Prioritários 
IM 0,5 ml < 2 anos: vasto 
> 2 anos: deltoide 
20x5,5 
25x7,0 
Antirrábica 
Humana 
ARH Frasco 
Ampola 
Monodose Raiva Humana Mordida de 
Animal 
IM 0,5 ml < 2 anos: vasto 
> 2 anos: deltoide 
20x5,5 
25x7,0 
Varicela V Frasco 
Ampola 
Monodose Varicela 15 meses SC 0.5 ml Região posterior 
do antebraço 
13x4,5 
 
103 
CONTROLE DOS IMUNOBIOLÓGICOS PÓS ABERTO 
 
VACINAS EMBALAGEM DURAÇÃO 
PÓS-ABERTO FRASCO DOSAGEM 
VRH (Rotavírus) Seringa Monodose Momento 
Pneumocócica 10V Frasco Monodose Momento 
Meningocócica C Frasco Monodose Momento 
Pentavalente Frasco Monodose Momento 
Varicela Frasco/Ampola Monodose Momento 
Tetraviral Frasco/Ampola Monodose Momento 
Hepatite A Frasco Monodose Momento 
HPV Quadrivalente Frasco Monodose Momento 
dTpa Seringa Monodose Momento 
FA (Febre Amarela) Frasco/Ampola 05 doses 06 horas 
FA (Febre Amarela) Frasco/Ampola 10 doses 06 horas 
SCR (Tríplice Viral) Frasco/Ampola 05 doses 08 horas 
SCR (Tríplice Viral) Frasco/Ampola 10 doses 08 horas 
BCG Frasco/Ampola 10 doses 06 horas 
VIP (Pólio Inativada) Frasco 10 doses 7/28 dias 
DTP (Tríplice Bacteriana) Frasco 10 doses 30 dias 
dT (Dupla Adulto) Frasco 10 doses 30 dias 
Influenza Sanzonal Frasco 10 doses 7/30 dias* 
HB (Hepatite B) Frasco 05 ml (10 d) 15/30 dias* 
HB (Hepatite B) Frasco 10 ml (20 d) 15/30 dias* 
VOPb (Pólio Oral) Bisnaga 25 doses 7 Dias 
 
*A depender do laboratório fabricante é variável o prazo de validade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104 
DESCARTÁVEL USADO NA APLICAÇÃO DE VACINAS 
 
SERINGA DE 1ml C/ AGULHA 13x4,5: 
 BCG 
 
SERINGA DE 3ml C/ AGULHA 20x5,5 ou 25x6: 
 Meningocócica Conjugada C 
 Pneumocócica 10V 
 Hepatite A 
 dTpa 
 Influenza 
 
SERINGA DE 3ml C/ AGULHA 13x4,5: 
 Tríplice Viral 
 Febre Amarela 
 Varicela 
 
SERINGA DE 3ml C/ AGULHA 25x7 ou 30x7: 
 Hepatite B 
 VIP (Pólio Inativada) 
 Pentavalente 
 DTP (Tríplice Bacteriana) 
 dT (Dupla Adulto) 
 Pneumocócica 23V 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
105 
OS 12 CERTOS DA VACINAÇÃO... 
 
 Data Certa 
 
 Paciente Certo 
 
 Vacina Certa 
 
 Validade Certa 
 
 Vacinador Certo 
 
 Orientação Certa 
 
 Via Certa 
 
 Dose Certa 
 
 Temperatura Certa 
 
 Armazenamento Certo 
 
 Registro Certo 
 
 Indicação Certa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
106 
RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES 
 Avaliar criteriosamente a caderneta de saúde da criança ou do adulto para 
verificar a possibilidade da administração concomitante de vacinas e 
agendamentos que se fizerem necessários; 
 O registrador deverá anotar a vacina, lote e data da administração da 
vacina na caderneta de saúde da criança e dos demais clientes registrando 
a dose no Boletim Diário de doses aplicadas, para posterior consolidação 
no Boletim Mensal de Doses Aplicadas. 
 O controle da temperatura das vacinas é fator fundamental, todas as 
vacinas disponibilizadas devem ser conservadas em temperaturas entre 
+2°C e +8°C, para tanto o planejamento dos processos de armazenamento 
e distribuição devem prever a quantidade necessária de vacinas que serão 
utilizadas para manter a temperatura adequada; 
 O uso de gelo em barra ou escama não é recomendado. Os serviços de 
saúde deverão conservar devidamente as bobinas reutilizáveis enviadas 
pela instância central, ou adquiridas com recursos próprios, a fim de que 
se torne desnecessária a utilização de gelo comum. 
 A utilização das vacinas, após abertura do frasco, deve ser dentro do 
prazo e temperatura estabelecidos pelo laboratório produtor, em condições 
assépticas. 
 Todos os profissionais da saúde que tiverem conhecimento da suspeita de 
EAPV (Evento Adverso Pós-vacinação), incluindo erros programáticos ou 
operacionais (problemas na cadeia de frio, erros de preparação da dose ou 
erros na via de administração), deverão notifica-los às autoridades de 
saúde; 
 Adotar procedimentos seguros no manuseio, preparo e administração da 
vacina. 
 Lavar as mãos é um procedimento de fundamental importância que 
necessita ser realizado antes de cada administração e deve ser repetido ao 
final de toda aplicação. 
 Durante o preparo ter atenção redobrada para que seringas e agulhas não 
entrem em contato com outras superfícies; 
 Após adicionar o diluente ao pó, a mistura deve ser homogeneizada em 
movimento rotatório, até que o pó esteja completamente dissolvido. 
 Não tire a agulha da seringa no momento do descarte; não reencape a 
agulha; Sempre descarte agulhas e materiais cortantes em coletores 
rígidos; Nunca encha o coletor acima do limite permitido de 2/3 do 
recipiente. 
 Para cada imunobiológicos há uma via de administração recomendada, 
que deve ser obedecida rigorosamente. 
 
 
107 
APLICAÇÃO DA VACINA BCG 
 
 
108 
 
 
109 
Estado da Bahia/ Secretaria de Estado da Saúde 
Sistema Único de Saúde/ Superintendênciade Vigilância em Saúde 
Diretoria de Vigilância Epidemiológica/Coordenação Estadual de Imunização 
 
NOTIFICAÇÃO DE ERRO PROGRAMÁTICO EM VACINAÇÃO 
D
A
D
O
S
 
G
E
R
A
IS
 1. Município de ocorrência 
 
 
2. Código (IBGE) 3. Data da notificação 
4. Unidade de Saúde de ocorrência 
 
 
 
5. Código (CNES) 
D
A
D
O
S
 P
E
S
S
O
A
IS
 
6. Nome do Paciente 
 
 
7. Número do Cartão do SUS 
 
8. Data de Nascimento 
 
 ____/____/___ 
 
 
9. Sexo 
 
1-Masc. 
2-Feminino 
9-Ignorado 
10. Raça/cor 
 
1-Branca 2-Preta 
3-Amarela 4-Parda 
5-Indígena 9-Ignorada 
11. Escolaridade (em anos de estudo) 
 
1- Nenhum 2- De 1 a 3 3- De 4 a 7 
4-De 8 a 11 5-De 12 e mais 6-Não se aplica 
9-Ignorado 
 
12. Nome da mãe 
D
A
D
O
S
 D
E
 
R
E
S
ID
Ê
N
C
IA
 
13. Logradouro (rua, avenida...) 
 
 
14. Nº 15. Complemento (apartamento, casa...) 
16. Bairro 17. Ponto de Referência 18. CEP 
 
19. Município de Residência 
 
20. Código (IBGE) 21. Código UF 
22. Telefone 
 
23. Zona 
 1-urbana 2-rural 3-urbana/rural 9- ignorada 
 
24. País (se reside fora do Brasil) 
D
A
D
O
S
 D
A
 O
C
O
R
R
Ê
N
C
IA
 
 
25.Imunobiológico Aplicado 
(ver lista de códigos no verso) 
 
 
26. Data da Aplicação 
 
____/____/____ 
 
 
27. Dose 
 1- 1ª dose 2- 2ªdose 3- 3ªdose 
 4- 4ªdose 5- reforço 6- Outra 
 
28. Via de administração 
 1-Intramuscular 2-Subcutânea 3-Intradérmica 4-Oral 5-Endovenosa 
 
 
29. Volume da dose aplicada _______ (ml) 
 
 _______gotas ________cápsula 
 
 
30. Situação que ocorreu 
 o procedimento 
1-Rotina 2-Bloqueio 
3-Campanha 4 -Outra 
 
31. Erro Programático relacionado à: 1- Imunobiológico incorreto 2- Diluição 3- Validade vencida 
4- Volume da dose 5- Conservação 6- Via de administração 
7- Fora da faixa etária 8- Tipo de agulha 9 - Intervalo mínimo entre doses 
10- outro (especifique):-------------------------------------------------------------- 
D
A
D
O
S
 D
O
 
V
A
C
IN
A
D
O
R
 
32. Formação profissional 
1- Técnico de enfermagem 2- Auxiliar de enfermagem 
3- Enfermeiro 4- outro (especificar) ______________ 
33. Tempo de Formação (em anos) 
1- < 1 ano 2- De 1 a 4 
3- De 5 a 10 4- 11 e mais 
34. Tempo de atuação em sala de vacina (em 
anos) 1- < 1 ano 2- De 1 a 4 
3- De 5 a 10 4- 11 e mais 
835. Fez curso de capacitação em sala de vacina? 
1- Sim 2- Não 
36. Se fez curso de capacitação, há quanto tempo fez o último curso? 
1- < 1 ano 2- De 1 a 4 anos 3- De 5 a 10 anos 4- 11 anos e mais 
D
A
D
O
S
 
C
L
ÍN
IC
O
S
 E
 
E
V
O
L
U
Ç
Ã
O
 
 
37.Apresentou sinais/sintomas decorrentes 
 do erro programático? 
 1-Sim (preencher e anexar ficha de EAPV) 
 2- Não 9- Ignorado 
 
38. Qual o tipo de atendimento médico 
prestado ao paciente? 
1-Não necessitou de atendimento 
2-Ambulatorial 
3-Internação/hospitalização 
4-Ambulatório/Internação/hospitalização 
9- Ignorado 
 
 
39. Se houve Internação/hospitalização 
 
Data da internação ___/___/___ 
Data da Alta ___/___/___ 
 
 
 
110 
40. Classificação do comprometimento 
1- Leve (sem conseqüências debilitantes ou incapacitantes) 
2- Moderado (reação ou conseqüência discreta ou temporária) 
3- Grave (reação sistêmica com internação, debilidade permanente de algum membro, sentido ou função...) 
4- Gravíssimo (incapacidade permanente, enfermidade incurável, perda ou inutilidade do membro, sentido ou função) 
5- Outro. Especificar ________________________________________________________________________ 
9- Ignorado 
 
41. Evolução final 
1- Cura sem seqüela 
2- Cura com seqüela 
3- Óbito 
4- Em investigação 
9- Ignorado 
 
Relato resumido do caso: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nome do Notificante 
 
Função Assinatura 
 
 
 Revisada em Maio/2017 
 
 
111 
NOTIFICAÇÃO DE PROCEDIMENTO INADEQUADO EM VACINAÇÃO 
INSTRUÇÕES PARA PREENCHIMENTO 
ERRO PROGRAMÁTIOCO – práticas em desacordo com os princípios científicos, 
técnicos e éticos que fundamentam as ações de imunização. 
1 - Preencher com o nome completo do município onde o imunobiológico foi administrado 
(ocorrência). 
2 - Preencher com o código correspondente do município segundo cadastro do IBGE. 
3 - Anotar a data da notificação: data de preenchimento da ficha de notificação. 
4 - Preencher com o nome completo da unidade de saúde onde o imunobiológico foi 
administrado (ocorrência). 
5 - Preencher com código correspondente ao Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de 
Saúde CNES da unidade de saúde 
6 - Preencher com o nome completo do paciente (sem abreviações). 
7 - Preencher com o número do CARTÃO ÚNICO do Sistema Único de Saúde SUS. 
8 - Preencher com a data de nascimento do paciente de forma completa. 
9 - Informar o sexo do paciente (M = masculino, F = feminino e I = ignorado). 
10 - Preencher com o código correspondente à cor ou raça declarada pela pessoa: 1) Branca; 
2) Preta; 3)Amarela (compreendo-se nesta categoria quem declarou-se de raça amarela); 4) 
Parda (incluindo-se nesta categoria quem se declarou mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou 
mestiça de preto quem de outra cor ou raça); 5) Indígena (considerando-se nesta categoria 
quem se declarou indígena ou índia). 
11 - Preencher com o código correspondente aos anos de estudo: 1) Nenhum; 2) De 1 a 3 
anos; 3) De 4 a 7 anos; 4) De 8 a 11 anos; 5) 12 anos e mais. 
12 - Preencher com o nome completo da mãe do paciente (sem abreviações). 
13 - Anotar o tipo e nome completo correspondente do logradouro (avenida, rua, travessa, 
etc.) da residência se for indígena o nome da aldeia. 
14 - Anotar o número do logradouro da residência do paciente. 
15 - Anotar o complemento do logradouro (ex. Bloco, apto, lote, casa, etc.). 
16 - Anotar o nome do bairro de residência do paciente. 
17 - Anotar o ponto de referência para localização da residência do paciente. 
18 - Anotar o código de endereçamento postal do logradouro (avenida, rua, travessa, etc.) da 
residência do paciente. 
19 - Anotar o nome do município da residência do paciente. 
20 - Anotar o código correspondente segundo cadastro do IBGE da residência do paciente. 
21 - Preencher com a sigla da Unidade Federada (UF) de residência do paciente. 
22 - Anotar DDD e telefone do paciente. 
 
112 
23 - Zona de residência do paciente, (1= área com características estritamente urbana; 2= área 
com características estritamente rural; 3= área rural com aglomeração populacional que se 
assemelha a uma área urbana). 
24- Anotar o nome do país de residência quando o paciente notificado residir em outro país. 
25- Anotar o código do Imunobiológicos aplicado. (Lista abaixo) 
26 - Anotar a data de aplicação do Imunobiológico. 
27 - Anotar o código da dose do Imunobiológico aplicado: 1) 1ª Dose; 2) 2ª Dose; 3) 3ª Dose; 
4) 4ª Dose; 5) Reforço; 6 Outra. 
28 - Anotar o código da via de administração do Imunobiológico aplicado: 1) Intramuscular; 
2) Subcutânea; 3) Intradérmica; 4) Oral; 5) Endovenosa. 
29 - Anotar o volume do Imunobiológico aplicado: em ml ou gotas ou cápsula. 
30 - Anotar o código da situação em que ocorreu o procedimento em vacinação: 1) Rotina; 2) 
Bloqueio; 3) Campanha; 4) Outra. 
31 - Anotar o código do tipo de procedimento inadequado em vacinação: 1) Imunobiológicoincorreto; 2) Diluição; 3) Validade vencida; 4) Volume da dose; 5) Conservação; 6) Via de 
administração; 7) Fora da faixa etária; 8) Tipo de agulha; 9) intervalo mínimo entre as doses; 
10) outro. 
32 - Informar a formação do profissional que realizou o procedimento: 1) Técnico de 
enfermagem; 2) Auxiliar de enfermagem; 3) Enfermeiro; 4) Outro. 
33 - Informar o tempo de formação em anos, do profissional que realizou o procedimento: 1) 
<1 ano; 2) De 1 a 4 anos; 3) De 5 a 10 anos; 4) 11 anos e mais. 
34 - Informar o tempo de atuação em sala de vacina do profissional que realizou o 
procedimento: 1) <1 ano; 2) De 1 a 4 anos; 3) De 5 a 10 anos; 4)11 anos e mais. 
35 - Informar o código referente ao curso de capacitação em sala de vacina: 1) Sim; 2) Não. 
36 - Se a resposta anterior for sim, informar a quanto tempo fez o último curso: 1) <1 ano; 2) 
De 1 a 4 anos; 3) De 5 a 10 anos; 4) 11anos e mais. 
37- Informar se o paciente apresentou sinais/sintomas decorrentes do procedimento incorreto: 
1) Sim; 2) Não; 9) Ignorado. 
38- Informar o tipo de atendimento prestado ao paciente: 1)Não necessitou de atendimento; 
2)Ambulatorial; 3)Internação/Hospitalização; 4)Ambulatorial/ Internação/Hospitalização; 9) 
Ignorado. 
39- Se houve Internação/Hospitalização informar datas referentes ao início da internação e da 
alta. 
40- No caso de ter apresentado sinais/sintomas informar o código da classificação do 
comprometimento: 1) Leve (sem conseqüências debilitantes ou incapacitantes; 2) Moderada 
(reações ou conseqüências discretas e temporárias); 3) (reação sistêmica com internação, 
debilidade permanente de algum membro, sentido, função...); 4) Gravíssima (incapacidade 
permanente, enfermidade progressiva ou incurável, perda ou inutilidade do membro, sentido ou 
função); 5) Outro Neste caso, especificar; 9- Ignorado. 
 
113 
41- No caso de ter apresentado sinais/sintomas informar o código da evolução final do caso: 
1) Cura sem seqüela; 2) Cura com seqüela; 3) Óbito; 9) Ignorado. 
 Outros campos: 
 - Relato resumido do caso: descrever de forma resumida a situação referente ao 
procedimento inadequado 
 - Informar os dados do notificante: nome completo, função e assinatura. 
 - 
LISTA DE CÓDIGOS DOS IMUNOBIOLÓGICOS: 
VACINAS 
1 - BCG 12- PNEUMOCOCO 10 v 
23-PENTAVALENTE 
(DTP+HB+Hib) 
2 - DUPLA ADULTO 13- PNEUMOCOCO 23 v 
3- DUPLA INFANTIL 
14- RAIVA-CULTIVO 
CELULASVERO 
IMUNOGLOBULINAS 
4- DUPLA VIRAL 15- TETRAVALENTE (DTP+Hib) 
24- IMUNOGLOB. ANTI-
HEPATITE B 
5 - FEBRE AMARELA 16- TRÍPLICE ACELULAR 25- IMUNOGLOB. ANTI-RÁBICA 
6 - FEBRE TIFÓIDE 17- TRÍPLICE BACTERIANA 
26- IMUNOGLOB. ANTI-
TETÂNICA 
7- HAEMOPHILUS B 18- TRÍPLICE VIRAL 
27- IMUNOGLOB. ANTI-
VARICELA ZOOSTER 
8- HEPATITE A 19- VARICELA 
9- HEPATITE B 
20- ORAL CONTRA 
POLIOMIELITE 
SOROS 
10- INFLUENZA 21- INATIVADA CONTRA POLI 28- SORO ANTI-RÁBICO 
11- MENINGOCÓCICA.CONJUGADA - 
C 
22 ORAL DE ROTAVIRUS 
HUMANO 
29- SORO ANTI-TETÂNICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
114 
EVENTOS ADVERSOS PÓS-VACINAÇÃO 
Vacinação segura significa toda a política, ações e procedimentos em saúde pública 
relacionados à administração de vacinas, com a finalidade de minimizar os riscos de 
transmissão de doenças e de maximizar a efetividade das vacinas. Engloba todo o espectro de 
eventos desde a produção até a correta administração. 
Certamente que as vacinas pertencem a um dos grupos de produtos biológicos com 
excelente perfil de segurança e a ocorrência de eventos adversos relacionados à vacinação 
deve ser imediatamente notificada, investigada e esclarecida para que não ponha em risco não 
apenas todo o programa de imunizações, mas também a segurança epidemiológica de toda a 
população. Por esta razão, os sistemas de vigilância de eventos pós-vacinação realizam a 
busca e a investigação de todas as possíveis reações notificadas à autoridade sanitária local. 
Esta atuação é de fundamental importância para a manutenção da confiança nos programas de 
imunizações. Confiança esta que se pauta no cumprimento de seus objetivos e que também 
orienta a tomada de medidas que asseguram a melhor relação de risco/ benefício para a 
população vacinada. 
NÍVEL LOCAL 
• A Unidade de Saúde deverá identificar investigar e notificar à Coordenação de Imunizações 
e/ou ao Serviço de Vigilância de referência do município. 
• Orientar os vacinados, familiares e/ou responsáveis. 
• Adotar as condutas clínicas pertinentes. 
• Consolidar e analisar os casos notificados. 
 
NÍVEL MUNICIPAL 
• Receber e analisar os casos notificados das Unidades de Saúde. 
• Identificar os eventos graves e/ou inusitados: 
 
Notificar de imediato à regional de saúde ou ao nível estadual. 
Promover a investigação do caso, analisando e estabelecendo a conduta adequada, no âmbito 
de sua competência. 
Repassar cópias do formulário de notificação/investigação corretamente preenchidos, bem 
como todo o material pertinente ao caso (prontuários médicos, laudos de exames laboratoriais, 
entre outros) ao nível hierárquico superior. 
Detectar, notificar e definir conduta diante de eventual ocorrência de surtos de eventos 
adversos. 
• Consolidar e avaliar os dados municipais. 
• Supervisionar as atividades da vigilância dos EAPV em nível local. 
• Promover a capacitação e atualização de recursos humanos. 
• Retroalimentar o nível local com informações atualizadas sobre o(s) EAPV notificado(s). 
Para a OMS, “Sistema de Informação em Saúde é um mecanismo de coleta, 
processamento, análise e transmissão da informação necessária para se organizar e operar 
os serviços de saúde e, também, para a investigação e o planejamento com vistas ao controle 
de doenças” (CASTRO, 2003). 
 
115 
 “Imunização” significa o emprego de vacinas para a imunização de uma pessoa, 
incluindo todo o processo, desde a produção, o transporte, o manuseio, a prescrição e a 
administração do imunobiológico. 
“Vacinação” é o procedimento de administração de uma vacina, isto é, introdução 
no organismo de antígenos ou de microrganismos vivos atenuados, indutores de imunização, 
podendo ser bem-sucedida ou não. 
Portanto, “imunização” é um termo mais abrangente que “vacinação”, pois inclui 
imunização passiva e ativa e, quando utilizado estritamente, implica no desenvolvimento de 
resposta imunológica. 
Entretanto, em publicações e linguagem corrente, os termos “imunização” e 
“vacinação” são usados como sinônimos, porém, quando o significado é considerado 
implícito e de uso comum, ficam mantidos, tais como: “programas de imunização”, 
“campanhas de vacinação de massa”. 
Evento adverso pós-vacinação (EAPV) é qualquer ocorrência médica indesejada após 
a vacinação e que, não necessariamente, possui uma relação causal com o uso de uma vacina 
ou outro imunobiológico (imunoglobulinas e soros heterólogos). Um EAPV pode ser qualquer 
evento indesejável ou não intencional, isto é, sintoma, doença ou um achado laboratorial 
anormal (CIOMS; WHO, 2012). 
Os eventos adversos que podem ser imputados às vacinações são apenas uma fração 
dos que ocorrem após as vacinações. Os eventos adversos podem ser inesperados ou 
esperados, tendo em vista a natureza e características do imunobiológico, bem como o 
conhecimento já disponível pela experiência acumulada. 
Entre os eventos esperados, podemos ter eventos relativamente triviais, como febre, 
dor e edema local, ou eventos mais graves, como convulsões febris, episódio hipotônico-
hiporresponsivo, anafilaxia etc. 
Eventos inesperados são aqueles não identificados anteriormente, às vezes com 
vacinas de uso recente, como ocorreu com a vacina rotavírus rhesus/humana (invaginação 
intestinal), ou mesmo com vacinas de uso mais antigo, como por exemplo, visceralização e 
falência múltipla de órgãos, observada muito raramente após a vacina febre amarela. 
São ainda eventos inesperados aqueles decorrentes de problemas ligados à qualidade 
do produto, comopor exemplo, contaminação de lotes provocando abscessos locais, ou teor 
indevido de endotoxina em certas vacinas, levando a reações febris e sintomatologia 
semelhante à sépsis. 
Uma distinção também importante é entre vacinas vivas e não vivas. As vacinas virais 
vivas apresentam imunidade duradoura, por vezes com uma única dose. Entretanto, têm o 
potencial de causar eventos adversos graves quando são administradas em pessoas com 
deficiência imunológica ou com fatores individuais de predisposição ainda desconhecidos 
(“idiossincrásicos”). 
As vacinas não vivas geralmente são imunógenos potentes. Porém, a repetição 
exagerada do número de doses de algumas vacinas, como tétano e difteria, pode provocar 
eventos adversos relacionados à deposição de imunocomplexos. 
 
116 
A grande maioria deles é local e/ou sistêmica e de baixa gravidade. Por essa razão as 
ações de vigilância são voltadas para os eventos moderados e graves. Apenas em situações 
raras e particulares, o óbito pode ser decorrente da vacinação. O objetivo da vigilância 
epidemiológica de óbitos é primordialmente afastar as causas coincidentes e indevidamente 
atribuídas às vacinas. Por exemplo: a síndrome da morte súbita infantil, que não tem qualquer 
relação com vacinação, pode ocorrer no mesmo período de aplicação de vários 
imunobiológicos do calendário básico de vacinação da criança. Porém, vários estudos 
mostraram que as imunizações não aumentam o risco de morte súbita. 
Muitos dos eventos adversos são meramente associações temporais, não se devendo à 
aplicação das vacinas. Assim, quando eles ocorrem, há necessidade de cuidadosa 
investigação, visando ao diagnóstico diferencial e ao possível tratamento. Se eles forem 
realmente causados pela vacina, são três os pontos básicos para a investigação: 
1. Fatores relacionados à vacina: inclui o tipo (viva ou não viva), a cepa, o meio de cultura 
dos microrganismos, o processo de inativação ou atenuação, adjuvantes, estabilizadores ou 
substâncias conservadoras, o lote da vacina; 
2. Fatores relacionados aos vacinados: idade, sexo, número de doses e datas das doses 
anteriores da vacina, eventos adversos às doses prévias, doenças concomitantes, doenças 
alérgicas, autoimunidade, deficiência imunológica; e 
3. Fatores relacionados à administração: agulha e seringa, local de inoculação, via de 
inoculação (vacinação intradérmica, subcutânea ou intramuscular). 
Um dos maiores desafios dos serviços de saúde que atuam em vacinação é assegurar 
as boas práticas de vacinação segura. As práticas adequadas, desde o produtor até a 
administração de vacinas, soros e imunoglobulinas, garantem o sucesso e a credibilidade dos 
programas de imunização. 
Erro de medicação é qualquer evento evitável que pode causar ou levar a um uso 
inapropriado de medicamentos, entre estes todos os imunobiológicos, ou causar dano a um 
paciente, enquanto o medicamento está sob o controle de profissionais de saúde, pacientes ou 
consumidores. Podem estar relacionados à prática profissional, os produtos para a saúde, 
procedimentos e sistemas, incluindo prescrição, orientação verbal, rotulagem, embalagem e 
nomenclatura de produtos industrializados e manipulados, dispensação, distribuição, 
administração, educação, monitorização e uso. 
É essencial que as vacinas sejam utilizadas de acordo com suas indicações, 
contraindicações, dosagens, condições de armazenamento, procedimentos de reconstituição 
descritas em bula, entre outros. Os erros de imunização, consequentes de atitudes ou 
procedimentos não cumpridos conforme estabelecidos nas normas, por si só ou em conjunto, 
podem causar redução ou falta do efeito esperado e eventos adversos graves e até fatais. 
REDE DE FRIO – CADEIA DE FRIO 
Compreende o transporte, armazenamento, acondicionamento, distribuição, controle 
de temperatura, alterações de coloração, turvação. É necessária a verificação e certificação de 
determinadas condições ideais de conservação: temperatura, prazo de validade, umidade, luz e 
outras. Alterações da temperatura (excesso de frio ou calor) podem comprometer a potência 
imunogênica da vacina, desencadeando reações locais ou sistêmicas decorrentes de alterações 
das condições físicas como aglutinação de excipientes à base de alumínio. 
 
117 
MANUSEIO E ADMINISTRAÇÃO 
1.Reconstituição: existem poucos dados sobre o efeito que uma diluição incorreta pode ter 
sobre a estabilidade das vacinas. É possível que os componentes (antígenos, conservantes ou 
adjuvantes), contidos em uma vacina possam ter um efeito prejudicial sobre a outra vacina, 
quer reduzindo sua potência, o que resulta em uma resposta imune reduzida, ou tornando-a 
totalmente ineficaz. 
2. Diluentes: os diluentes são fornecidos pelos produtores para as vacinas que requerem 
reconstituição. Existem poucos dados sobre o efeito de diferentes diluentes sobre vacinas, mas 
é pouco provável que os pacientes que receberam a vacina reconstituída com o diluente errado 
(trocado) apresentem algum evento adverso. No entanto, ocasionalmente, os diluentes contêm 
agentes estabilizantes específicos para aquela determinada vacina e, como resultado, pode 
haver alteração na potência até mesmo sua ineficácia. Avaliar a necessidade de revacinação 
seguindo as recomendações contidas no cronograma de revacinação 
3. Dosagens incorretas: a administração de doses superiores às recomendadas não afetam 
a resposta de produção de anticorpos, sendo somente aconselhável informar aos pacientes 
sobre a possibilidade de risco aumentado de reações locais. Quando administrada em doses 
inferiores à recomendada, a vacinação deverá ser repetida, a fim de desenvolver uma resposta 
imunológica completa. Idealmente, deve ser repetida no mesmo dia, caso não seja possível, as 
vacinas vivas devem ser repetidas após um intervalo mínimo de quatro semanas e as vacinas 
inativadas devem ser repetidas o mais rapidamente possível. 
4. Preenchimento de seringas: aumento ou diminuição de dosagens. 
5. Tamanho de agulhas: formação de abscessos frios (estéreis) subcutâneos em vez de 
intramusculares, por injeção de vacinas com adjuvantes com alumínio e utilização de agulhas 
muito curtas. 
6. Troca de vacinas: erros podem acontecer por falhas no acondicionamento e troca de 
produtos. 
7. Via e sítio de administração: vacinas de uso oral administradas por via parenteral ou 
vice-versa, lesões musculares, vasculares, neurológicas por erros ou má técnica de 
administração. 
8. Idades fora das recomendações: as vacinas administradas anteriores à idade 
recomendada geralmente não são prejudiciais, porém fatores como anticorpos maternos 
passivamente transferidos aos recém-nascidos podem interferir em uma boa resposta imune. 
Por esta razão, deve-se repetir a dose quando a pessoa atingir a idade recomendada e, pelo 
menos, com intervalo de um mês a partir da primeira dose administrada. 
9. Intervalos entre vacinações: 
a. Intervalos maiores que o recomendado: uma vacina administrada com intervalo maior que 
o recomendado não causa qualquer prejuízo, e não há necessidade para reinício do esquema 
de vacinação, podendo, entretanto, haver interferência na proteção desejada. 
 
118 
b. Intervalos menores que o recomendado: As vacinas administradas com intervalo menor 
que o recomendado pode levar a uma resposta imunológica reduzida e a revacinação deve ser 
programada, exceto para a vacina cólera, como recomendado abaixo: 
• Vacinas inativadas do mesmo tipo, geralmente devem ser administradas após um intervalo 
de quatro semanas. Sempre que estas vacinas forem administradas em intervalo menor que 21 
dias, uma dose deve ser repetida quatro semanas após a última dose administrada e os 
pacientes devem ser advertidos de que isso pode levar a um aumento do risco de reação local. 
• Vacinas vivas devem ser administradas ao mesmo tempo ou com intervalo mínimo de quatro 
semanas. Vacinas vivas de uso parenteral quando administradascom intervalo menor que 28 
dias, a segunda dose administrada deve ser considerada inválida e recomenda-se a repetição 
de uma dose, pelo menos, quatro semanas após a dose inválida. 
Vacinas vivas de uso oral podem ser administradas ao mesmo tempo em que vacinas 
parenterais ou em qualquer intervalo antes ou após o outro. 
10. Vacinas fora do prazo de validade: todas as vacinas têm um prazo determinado 
pelo fabricante. É improvável que a vacina deixe de vigorar no dia do vencimento. No 
entanto, existe a possibilidade de degradação da vacina ao longo do tempo e a consequente 
diminuição de sua potência. Por este motivo, quando uma vacina é administrada fora de seu 
prazo de validade, a revacinação deve ser considerada seguindo as recomendações contidas no 
cronograma de revacinação 
Concluindo: As práticas inadequadas de imunização podem resultar em danos para o 
produtor do imunobiológico, para a instituição que os adquire e distribui, para o profissional 
que manipula e administra, bem como para as pessoas que a recebe. 
ATENÇÃO: 
OS ERROS DE IMUNIZAÇÃO SÃO PREVENÍVEIS POR MEIO DE TREINAMENTO 
DE PESSOAL, DE SUPRIMENTO ADEQUADO DE EQUIPAMENTOS E DE 
INSUMOS PARA A VACINAÇÃO E DE SUPERVISÃO DOS SERVIÇOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
119 
NORMAS TÉCNICAS DE PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA 
A raiva e uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus 
presente na saliva e secreções do animal infectado, principalmente pela mordedura. 
Apresenta letalidade de aproximadamente 100% e alto custo na assistência preventiva 
às pessoas expostas ao risco de adoecer e morrer. Apesar de ser conhecida desde a 
antiguidade, continua sendo um problema de saúde pública. 
O vírus da raiva e neurotropico e sua ação no sistema nervoso central – SNC causa 
quadro clinico característico de encefalomielite aguda, decorrente da sua replicação viral nos 
neurônios. Pertence ao gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, possui a forma de 
projetil e seu genoma e constituído por acido ribonucleico – RNA envolvido por duas capas 
de natureza lipídica. Apresenta dois antígenos principais, um de superfície, composto por uma 
glicoproteína responsável pela formação de anticorpos neutralizantes, e outro interno, que é 
formado por uma nucleoproteína. 
Apenas os mamíferos transmitem e adoecem pelo vírus da raiva. No Brasil, o morcego 
e o principal responsável pela manutenção da cadeia silvestre, enquanto o cão, em alguns 
municípios, continua sendo fonte de infecção importante. 
Outros reservatórios silvestres são: macaco, cachorro-do-mato, raposa, gato-do-mato, 
mão-pelada, guaxinim, entre outros. 
CICLOS: 
 Aéreo (Morcego) 
 Silvestre (Raposa, Macacos, Saguis...) 
 Rural (Bois, Cavalos, Porcos...) 
 Urbano (Cães, Gatos...) 
A transmissão ocorre quando o vírus contido na saliva e secreções do animal infectado 
penetra no tecido, principalmente através de mordedura e, mais raramente, pela arranhadura e 
lambedura de mucosas e/ou pele lesionada. Em seguida, multiplica-se no ponto de inoculação, 
atinge o sistema nervoso periférico e migra para o SNC protegido pela camada de mielina. 
Não há viremia. A partir do SNC, dissemina-se para vários órgãos e glândulas salivares, onde 
também se replica e eliminado na saliva das pessoas ou animais infectados. 
Quanto à suscetibilidade, a infecção e geral para todos os mamíferos. Não se tem 
relatos de caso de imunidade natural nos seres humanos. A imunidade é adquirida pelo uso da 
vacina e a imunidade passiva, pelo uso do soro. 
Outras vias de transmissão (respiratória, sexual, vertical) também são relatadas, mas 
tem probabilidades muito remotas de ocorrência em seres humanos. Existe relato de 
transmissão por via digestiva somente em animais. 
 Não há tratamento comprovadamente eficaz para a raiva. Poucos pacientes sobrevivem a 
doença, a maioria com sequelas graves. 
PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO 
A profilaxia pre-exposicao deve ser indicada para pessoas com risco de exposição 
permanente ao vírus da raiva, durante atividades ocupacionais exercidas por profissionais 
como: 
• médicos veterinários; 
• biólogos; 
• auxiliares e demais funcionários de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva; 
• estudantes de Veterinária, Biologia e Agrotecnica; 
 
120 
• pessoas que atuam no campo na captura, vacinação, identificação e classificação de 
mamíferos passiveis de portarem o vírus, bem como funcionários de zoológicos; 
• pessoas que desenvolvem trabalho de campo (pesquisas, investigações 
eco epidemiológicas) com animais silvestres; e 
• espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em áreas 
de risco. 
 Pessoas com risco de exposição ocasional ao vírus, como turistas que viajam para áreas 
de raiva não controlada, devem ser avaliados individualmente, podendo receber a profilaxia 
pre-exposicao dependendo do risco a que estarão expostos durante a viagem. 
 
A profilaxia pré-exposição apresenta as seguintes vantagens: 
• protege contra a exposição inaparente; 
• simplifica a terapia pos-exposicao, eliminando a necessidade de imunização passiva, e 
diminui o número de doses da vacina; 
 
ESQUEMA PRÉ-EXPOSIÇÃO 
1. Esquema: 3 (três) doses. 
2. Dias de aplicação: 0, 7, 28. 
3. Via de administração, dose e local de aplicação: 
a) intramuscular profunda, utilizando dose completa, no musculo deltoide ou 
vasto lateral da coxa. Não aplicar no glúteo; e 
b) intradérmica, 0,1ml na inserção do musculo deltoide, utilizando-se seringas 
de 1ml e agulhas hipodérmicas curtas. 
 
CONDUTA NA EXPOSIÇÃO 
Em caso de possível exposição ao vírus da raiva, e imprescindível a limpeza do 
ferimento com agua corrente abundante e sabão ou outro detergente, pois essa conduta 
diminui, comprovadamente, o risco de infecção. E preciso que seja realizada o mais rápido 
possível após a agressão e repetida na unidade de saúde, independentemente do tempo 
transcorrido. 
A limpeza deve ser cuidadosa, visando eliminar as sujidades sem agravar o ferimento, 
e, em seguida, devem ser utilizados antissépticos que inativem o vírus da raiva, como o 
polivinilpirrolidona-iodo, povidine e digluconato de clorexidina ou álcool-iodado. Essas 
substancias deverão ser utilizadas somente na primeira consulta. Nas seguintes, devem-se 
realizar cuidados gerais orientados pelo profissional de saúde, de acordo com a avaliação da 
lesão. 
Deve-se fazer anamnese completa, utilizando-se a Ficha de Atendimento Antirrábico 
Humano visando à indicação correta da profilaxia da raiva humana. 
As exposições (mordeduras, arranhaduras, lambeduras e contatos indiretos) devem ser 
avaliadas de acordo com as características do ferimento e do animal envolvido para fins de 
conduta de esquema profilático. 
 
CARACTERÍSTICAS DO FERIMENTO 
Em relação à transmissão do vírus da raiva, os ferimentos causados por animais devem ser 
avaliados quanto ao: 
1. Local: ferimentos que ocorrem em regiões próximas ao sistema nervoso central (cabeça, 
face ou pescoço) ou em locais muito inervados (mãos, polpas digitais e planta dos pês) são 
 
121 
graves, porque facilitam a exposição do sistema nervoso ao vírus. A lambedura de mucosas é 
considerada grave, porque as mucosas são permeáveis ao vírus, mesmo quando intactas, e as 
lambeduras geralmente abrangem áreas mais extensas. A lambedura da pele integra não 
oferece risco. 
2. Profundidade: os ferimentos devem ser classificados como superficiais (sem presença 
de sangramento) ou profundos (apresentam sangramento, ou seja, ultrapassam a derme). Os 
ferimentos profundos, além de aumentar o risco de exposição do sistema nervoso, oferecem 
dificuldades a assepsia, contudo, vale ressaltar que os ferimentos puntiformes são 
considerados como profundos, ainda que algumas vezes não apresentem sangramento. 
3. Extensão e número de lesões: deve-se observar a extensão da lesão e se ocorreu 
apenas uma única lesão oumúltiplas, ou seja, uma porta de entrada ou varias. 
Por exemplo, uma mordedura pode ter várias portas de entrada. Considerar cada perfuração 
como uma porta de entrada. 
De acordo com os critérios acima estabelecidos, as exposições podem ser assim classificadas: 
 
ACIDENTES LEVES 
1. Ferimentos superficiais, pouco extensos, geralmente únicos, em tronco e membros (exceto 
mãos, polpas digitais e planta dos pês); podem acontecer em decorrência de mordeduras ou 
arranhaduras causadas por unha ou dente. 
2. Lambedura de pele com lesões superficiais. 
 
ACIDENTES GRAVES 
1. Ferimentos na cabeça, face, pescoço, mão, polpa digital e/ou planta do pé. 
2. Ferimentos profundos, múltiplos ou extensos, em qualquer região do corpo. 
3. Lambedura de mucosas. 
4. Lambedura de pele onde já existe lesão grave. 
5. Ferimento profundo causado por unha de animais. 
6. Qualquer ferimento por morcego. 
 
ATENÇÃO: o contato indireto, como a manipulação de utensílios potencialmente 
contaminados, a lambedura da pele íntegra e acidentes com agulhas durante aplicação de 
vacina animal não são considerados acidentes de risco e não exigem esquema profilático. 
 
CARACTERÍSTICAS DO ANIMAL... 
1. Cão e gato 
As características da doença em cães e gatos, como período de incubação, transmissão e 
quadro clinico, são bem conhecidas e semelhantes. Por isso, esses animais são analisados em 
conjunto. 
Em caso de acidente com estes animais e necessário avaliar: 
a) O estado de saúde do animal no momento da agressão: avaliar se o animal 
estava sadio ou se apresentava sinais sugestivos de raiva. A maneira como ocorreu o acidente 
pode fornecer informações sobre seu estado de saúde. 
O acidente provocado (por exemplo, o animal que reage em defesa própria, a estímulos 
dolorosos ou outras provocações) geralmente indica reação normal do animal, enquanto que a 
agressão espontânea (sem causa aparente) pode indicar alteração do comportamento e sugere 
que o animal pode estar acometido de raiva. Lembrar que o animal também pode agredir 
devido a sua índole ou adestramento. 
 
122 
b) A possibilidade de observação do animal por 10 dias: se o animal estiver sadio 
no momento do acidente, e importante que ele seja mantido em observação por 10 dias. Nos 
cães e gatos, o período de incubação da doença pode variar de alguns dias a anos, mas, em 
geral, e de cerca de 60 dias. No entanto, a excreção de vírus pela saliva, ou seja, o período em 
que o animal pode transmitir a doença, só ocorre a partir do final do período de incubação, 
variando entre dois e cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos, persistindo até sua 
morte, que ocorre em até cinco dias após o início sintomas. Por isso, o animal deve ser 
observado por 10 dias. Portanto, se em todo esse período (dez dias) permanecer vivo e 
saudável, não há riscos de transmissão do vírus. 
c) A procedência do animal: e necessário saber se a região de procedência do animal e 
área de raiva controlada ou não controlada. 
d) Os hábitos de vida do animal: o animal deve ser classificado como domiciliado ou 
não domiciliado. Animal domiciliado e o que vive exclusivamente dentro do domicilio, não 
tem contato com outros animais desconhecidos e só sai à rua acompanhado do seu dono. 
Desse modo, esses animais podem ser classificados como de baixo risco em relação a 
transmissão da raiva. Ao contrário, aqueles animais que passam longos períodos fora do 
domicilio, sem controle, devem ser considerados como animais de risco, mesmo que tenham 
proprietário e tenham recebido vacinas, o que geralmente só ocorre nas campanhas de 
vacinação. 
 
2. Animais silvestres 
Animais silvestres como morcego de qualquer espécie, micos (sagui ou soim, como e 
mais conhecido em algumas regiões), macaco, raposa, guaxinim, quati, gamba, roedores 
silvestres etc. devem ser classificados como animais de risco, mesmo que domiciliados e/ou 
domesticados, haja vista que, nesses animais, a raiva não e bem conhecida. 
 Muitos relatos na literatura médica mostram que o risco de transmissão 
do vírus pelo morcego é sempre elevado, independentemente da espécie e da gravidade do 
ferimento. Por isso, todo acidente com morcego deve ser classificado como grave. 
 
3. Animais domésticos de interesse econômico ou de produção 
 Animais domésticos de produção ou de interesse econômico (bovinos, bubalinos, 
equídeos, caprinos, ovinos, suínos e outros) também são animais de risco. E importante 
conhecer o tipo, a frequência e o grau do contato ou que os tratadores e outros profissionais 
tem com esses animais e a incidência de raiva na região para avaliar também a indicação de 
esquema de pre-exposicao ou de pos-exposicao. 
4. Animais de baixo risco 
 Os seguintes roedores e lagomorfos (urbanos ou de criação) são considerados como de 
baixo risco para a transmissão da raiva e, por isso, não é necessário indicar esquema 
profilático da raiva em caso de acidentes causados por esses animais: 
a) ratazana de esgoto (Rattus norvegicus); 
b) rato de telhado (Rattus rattus); 
c) camundongo (Mus musculus); 
d) cobaia ou porquinho-da-índia (Cavea porcellus); 
e) hamster (Mesocricetus auratus); 
f) coelho (Oryetolagus cuniculus). 
 
 
123 
1. E necessário orientar o paciente para que ele notifique imediatamente a unidade de saúdes e 
o animal morrer, desaparecer ou se tornar raivoso, uma vez que podem ser necessárias novas 
intervenções de forma rápida, como a aplicação do soro ou o prosseguimento do esquema de 
vacinação. 
2. E preciso avaliar, sempre, os hábitos do cão e do gato e os cuidados recebidos. Podem ser 
dispensadas do esquema profilático as pessoas agredidas pelo cão, ou gato, que, com certeza, 
não tem risco de contrair a infecção rábica. Por exemplo, animais que vivem dentro do 
domicilio (exclusivamente); não tenham contato com outros animais desconhecidos; que 
somente saem a rua acompanhados dos seus donos e que não circulem em área com a 
presença de morcegos. Em caso de dúvida, iniciar o esquema de profilaxia indicado. Se o 
animal for procedente de área de raiva controlada, não e necessário iniciar o esquema. 
Manter o animal sob observação e só iniciar o esquema indicado (soro + vacina) se o animal 
morrer, desaparecer ou se tornar raivoso. 
3. O soro deve ser infiltrado na(s) porta(s) de entrada. Quando não for possível infiltrar toda a 
dose, aplicar o máximo possível e a quantidade restante, a menor possível, aplicar pela via 
intramuscular, podendo ser utilizada a região glútea. Sempre aplicar em local anatômico 
diferente do que foi aplicada a vacina. Quando as lesões forem muito extensas ou múltiplas, a 
dose pode ser diluída, o menos possível, em soro fisiológico, para que todas as lesões sejam 
infiltradas. 
4. Nos casos em que só se conhece tardiamente a necessidade do uso do soro antirrábico, ou 
quando não há soro disponível no momento, aplicar a dose recomendada antes da aplicação 
da 3a dose da vacina de cultivo celular. Após esse prazo, o soro não é mais necessário. 
5. Nas agressões por morcegos, deve-se indicar a soro vacinação independentemente da 
gravidade da lesão, ou indicar conduta de reexposição. 
VACINA HUMANA 
Vacina de cultivo celular 
São vacinas potentes e seguras, produzidas em cultura de células (diploides humanas, 
células vero, células de embrião de galinha etc.) e apresentadas sob a forma liofilizada, 
acompanhadas de diluente. Devem ser conservadas em geladeira, fora do congelador, na 
temperatura entre + 2oC e + 8oC, ate o momento de sua aplicação, observando-se o prazo de 
validade do fabricante. 
 Quando utilizada pela via intradérmica, a vacina, depois de reconstituída, tem que ser 
mantida na temperatura entre + 2oC e + 8oC e desprezada em, no máximo, 8 horas após sua 
reconstituição. 
A potência mínima das vacinas e 2,5 UI/dose. 
 
1. Dose e via de aplicação 
a) Via intramuscular: são apresentadas na dose 0,5 ml e 1 ml, dependendo dofabricante 
(verificar embalagem e/ou lote). A dose indicada pelo fabricante não depende da idade ou do 
peso do paciente. A aplicação intramuscular deve ser profunda, na região do deltoide ou vasto 
lateral da coxa. Em crianças até 2 anos de idade está indicado o vasto lateral da coxa. 
b) Via intradérmica: a dose da via intradérmica e de 0,1 ml. Deve ser aplicada em locais de 
drenagem linfática, geralmente nos braços, na inserção do musculo deltoide. 
A vacina não deve ser aplicada na região glútea. 
 
124 
2. Contraindicação 
A vacina não tem contraindicação (gravidez, em lactação, doença intercorrente ou 
outros tratamentos), devido a gravidade da doença, que apresenta letalidade de 
aproximadamente 100%. Sempre que possível, recomenda-se a interrupção do tratamento 
com corticoides e/ou imunossupressores ao ser iniciado o esquema de vacinação. Não sendo 
possível, tratar a pessoa como imunodeprimida. 
 
3. Precauções 
Em situação de eventos adversos neurológicos ou de hipersensibilidade grave, após 
reavaliação da necessidade da manutenção do esquema profilático, a vacina deve ser 
substituída por outra que não contenha albumina humana (disponível nos centros de 
referência de imunobiológicos). Na impossibilidade de troca da vacina, administra-la sob 
tratamento especifico prévio. Diferenciar os eventos neurológicos dos de hipersensibilidade. 
 
4. Eventos adversos 
As vacinas contra a raiva produzidas em meios de cultura são seguras. De acordo com 
os trabalhos publicados na literatura, causam poucos eventos adversos, os quais, na quase 
totalidade dos casos, são de pouca gravidade. No entanto, como qualquer imunobiológico, 
deve-se ficar atento a possíveis reações de maior gravidade, principalmente neurológicas ou 
de hipersensibilidade. 
a) Manifestações locais: caracterizadas por dor, prurido, edema, enduração e pápulas 
urticariformes. A incidência relatada na literatura varia entre 3% e 25% dos vacinados. Outras 
manifestações locais relatadas são: abscesso no local da injeção e linfadenopatia regional. 
Essas reações são consequência da introdução da agulha e do conteúdo vacinal no tecido 
muscular. A hiperestesia se produz pela irritação dos terminais nervosos locais. O eritema se 
deve a vasodilatação reativa, que favorece a absorção. 
A liberação de histamina, serotoninas e de outras substancias vasoativas provoca o 
prurido e as pápulas urticariformes. 
30O enfartamento ganglionar revela a atividade das células reticuloendoteliais e dos 
macrófagos para eliminar os restos da vacina. 
Os abscessos ocorrem quando há a contaminação no local de inoculação e estão 
normalmente relacionados a erro de técnica. 
Esses eventos não devem ser notificados. Investigar somente os casos graves de 
manifestações locais e os surtos, mantendo um sistema local de registros para sua verificação. 
Conduta clínica: 
• avaliação clínica; 
• tratamento com analgésico, se necessário; 
• compressas frias, se necessário (vide anexo); e 
• não há contraindicação para doses subsequentes. 
 
b) Manifestações gerais: febre, mal-estar, cefaleia, náuseas, dor abdominal, dores 
musculares e tonturas são manifestações referidas na literatura com incidência, variando entre 
10% e 30% das pessoas vacinadas, e podem ocorrer durante ou após a administração do 
esquema vacinal. 
Esses eventos não devem ser notificados. E necessário investigar somente os casos graves de 
manifestações locais e os surtos, mantendo um sistema local de registros para sua verificação. 
Conduta clínica: 
• tratamento sintomático; 
• não há contraindicação para doses subsequentes; e 
• afastar outros diagnósticos diferenciais. 
 
125 
SOROS PARA USO HUMANO 
 
Soro heterólogos 
O soro heterólogos e uma solução concentrada e purificada de anticorpos, preparada 
em equídeos imunizados contra o vírus da raiva. O soro deve ser conservado em geladeira, 
entre +2oC e +8oC, observando-se o prazo de validade do fabricante. 
 A dose indicada e de 40 UI/kg de peso do paciente. Deve-se infiltrar na(s) lesão(ões) a 
maior quantidade possível da dose do soro. Quando as lesões forem muito extensas ou 
múltiplas, a dose pode ser diluída, o menos possível, em soro fisiológico, para que todas as 
lesões sejam infiltradas. Caso a região anatômica não permita a infiltração de toda a dose, a 
quantidade restante, a menor possível, deve ser aplicada por via intramuscular, na região 
glútea. 
 Quando não se dispuser do soro ou de sua dose total, aplicar a parte disponível. 
 Iniciar imediatamente a vacinação e administrar o restante do soro recomendado antes 
da aplicação da 3a dose da vacina de cultivo celular. Após esse prazo, o soro não é mais 
necessário. 
O uso do soro não é necessário quando o paciente recebeu esquema profilático 
completo. No entanto, em situações especiais, como no caso de pacientes imunodeprimidos 
ou de dúvidas com relação ao esquema profilático anterior, se houver indicação, o soro deve 
ser recomendado. 
 
1. EVENTOS ADVERSOS 
 Os soros produzidos atualmente são seguros, mas podem causar eventos adversos, como 
ocorre com qualquer imunobiológico. As reações mais comuns são benignas, fáceis de tratar e 
apresentam boa evolução. A possibilidade de ocorrência dessas reações nunca contraindica a 
prescrição do soro. 
Os eventos adversos que podem ocorrer após administração do soro heterólogos são os 
seguintes: 
a) Manifestações locais: dor, edema, hiperemia e, mais raramente, abscesso. São as 
manifestações mais comuns, normalmente de caráter benigno. 
b) Manifestações gerais: urticaria, tremores, tosse, náuseas, dor abdominal, 
prurido e rubor facial. 
c) Manifestações imediatas: choque anafilático. E uma manifestação rara que pode 
ocorrer nas primeiras 2 horas após a aplicação. Os sintomas mais comuns são formigamento 
nos lábios, palidez, dispneia, edemas, exantemas, hipotensão e perda de consciência. 
d) Manifestações tardias: ocorrem com mais frequência até a segunda semana após a 
aplicação do soro. Doença do Soro – caracterizada por edema e eritema no local de aplicação 
do soro, febre, mioartralgia (poliartrite serosa), astenia, cefaleia, sudorese, desidratação, 
exantema com maculas e pápulas pruriginosas, infartamento e inflamações ganglionares e, 
raramente, vasculite e nefrite. Reação de Arthus – caracterizada por vasculite local 
acompanhada de necrose, dor, tumefação, rubor, necrose e ulceras profunda. Também é um 
quadro muito raro. 
 
CONDUTA EM CASO DE ABANDONO DO TRATAMENTO PROFILÁTICO 
O esquema profilático da raiva humana deve ser garantido todos os dias, inclusive nos 
finais de semana e nos feriados. 
 
126 
 E de responsabilidade do serviço que atende o paciente realizar busca ativa imediata 
daqueles que não comparecerem nas datas agendadas, para a aplicação de cada dose da 
vacina. 
 A interrupção de esquema, quando indicada pela unidade de saúde, não e caracterizada 
como abandono de profilaxia da raiva humana. 
 No esquema recomendado (dias 0, 3, 7, 14 ), as quatro doses devem ser administradas 
no período de 14 dias a partir do início do esquema profilático. 
 As condutas indicadas para pacientes que não comparecerem na data agendada são as 
seguintes: 
1. Quando o paciente faltar a segunda dose: aplica-la no dia em que ele comparecer e agendar 
a terceira dose com intervalo mínimo de 2 dias. 
2. Quando o paciente faltar a terceira dose: aplica-la no dia em que ele comparecer e agendar 
a quarta dose com intervalo mínimo de 4 dias. 
3. Quando o paciente faltar a quarta dose: aplica-la no dia em que ele comparecer e agendar a 
quinta dose para 14 dias após. 
4. Quando o paciente faltar a quinta dose: aplicar no dia em que ele comparecer. 
 
BASES GERAIS DA PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA 
 
1. A profilaxia contra a raiva deve ser iniciada o mais precocemente possível. 
2. Sempre que houver indicação, tratar o paciente em qualquermomento, independentemente 
do tempo transcorrido entre a exposição e o acesso a unidade de saúde. 
3. A história vacinal do animal agressor não constitui elemento suficiente para a dispensa da 
indicação do esquema profilático da raiva humana. 
4. Havendo abandono do esquema profilático, completar as doses da vacina prescritas 
anteriormente e não iniciar nova série. 
5. Recomenda-se que o paciente evite esforços físicos excessivos e bebidas alcoólicas durante 
e logo após a profilaxia da raiva humana. 
6. Embora não se tenha, no Brasil, vacina antirrábica de vírus vivo, em caso de acidente por 
esse tipo de vacina, o paciente deve receber esquema profilático completo (soro + vacina). 
7. Em caso de acidente por vacina antirrábica animal de vírus inativado, não há recomendação 
de esquema profilático da raiva humana. 
8. Não se indica o uso de soro antirrábico para os pacientes considerados imunizados por 
esquema profilático anterior, exceto nos casos de pacientes imunodeprimidos ou em caso de 
dúvidas sobre o tratamento anterior. 
9. Nos casos de pacientes imunodeprimidos, usar, obrigatoriamente, o esquema de soro 
vacinação, independentemente do tipo de acidente e mesmo se o paciente tiver histórico de 
esquema profilático anterior. Checar se existe indicação na literatura. 
10. Nos casos em que se conhece só tardiamente a necessidade do uso do soro antirrábico, ou 
quando não há soro disponível no momento, aplicar a dose de soro recomendada antes da 
aplicação da 3a dose da vacina de cultivo celular. 
Após esse prazo, o soro não e mais necessário. 
11. Não se deve consumir produtos de origem animal (carne, leite) suspeitos de raiva. Se 
ocorrer, não há indicação de esquema profilático para raiva humana. 
Não há relatos de caso de raiva humana transmitida por essa via. 
 
 
SOBRE O FERIMENTO 
1. Lavar imediatamente o ferimento com agua corrente, sabão ou outro detergente. 
A seguir, devem ser utilizados antissépticos que inativem o vírus da raiva 
(polivinilpirrolidona-iodo, por exemplo, povidine ou digluconato de clorexidina ou álcool-
 
127 
iodado). Essas substancias deverão ser utilizadas uma única vez, na primeira consulta. 
Posteriormente, lavar a região com solução fisiológica. 
2. Havendo contaminação da mucosa com saliva, outras secreções ou tecidos internos de 
animal suspeito de ter raiva, seguir o esquema profilático indicado para lambedura da mucosa. 
A mucosa ocular deve ser lavada com solução fisiológica ou agua corrente. 
3. O contato indireto e aquele que ocorre por meio de objetos ou utensílios contaminados com 
secreções de animais suspeitos. Nesses casos, indica-se apenas lavar bem o local com agua 
corrente e sabão. 
4. Em casos de lambedura da pele integra por animal suspeito, recomenda-se lavar o local 
com agua e sabão. 
5. Não se recomenda a sutura do(s) ferimento(s). Quando for absolutamente necessário, 
aproximar as bordas com pontos isolados. Havendo necessidade de aproximar as bordas, o 
soro antirrábico, se indicado, deverá ser infiltrado 1 hora antes da sutura. 
6. Proceder a profilaxia do tétano segundo o esquema preconizado (caso o paciente não seja 
vacinado ou esteja com o esquema vacinal incompleto) e usar antibióticos nos casos 
indicados, após avaliação medica. 
 
SOBRE O ANIMAL 
1. O período de observação de 10 (dez) dias é restrito aos cães, gatos e ferret (furão). 
2. Considera-se suspeito todo cão, gato e ferret (furão) que apresentar mudança brusca de 
comportamento e/ou sinais e sintomas compatíveis com a raiva, tais como salivação 
abundante, dificuldade para engolir, mudança nos hábitos alimentares e paralisia. 
3. Sempre que possível, o animal agressor – cão, gato e ferret (furão) – deverá ser observado. 
Se durante o período de observação o animal morrer ou desenvolver sintomatologia 
compatível com a raiva, amostras do seu sistema nervoso central deverão ser enviadas para o 
laboratório de diagnostico. 
4. A agressão por outros animais domésticos (bovinos, ovinos, caprinos, equídeos e suínos) 
deverá ser avaliada e, se necessário, e recomendado o esquema profilático, lembrando que não 
se indica a observação desses animais com o objetivo de definir a conduta a ser tomada 
quanto ao ser humano. Se o animal morrer, sempre que possível, deve-se coletar amostra de 
tecido do sistema nervoso central e enviar ao laboratório de diagnostico. 
5. Cuidados deverão ser observados no manuseio e coleta de material biológico de animais, 
para evitar acidentes. Utilizar equipamentos de proteção individual, tais como mascara, 
óculos, luva e macacão. 
6. Está indicada a profilaxia da raiva humana, sistematicamente, para todos os casos de 
agressão por animais silvestres, mesmo quando domiciliados e domesticados. 
7. Não e indicada a profilaxia da raiva humana nas agressões causadas pelos seguintes 
roedores e lagomorfos (urbanos ou de criação): 
a) ratazana de esgoto (Rattus norvegicus); 
b) rato de telhado (Rattus rattus); 
c) camundongo (Mus musculus); 
d) cobaia ou porquinho-da-índia (Cavea porcellus); 
e) hamster (Mesocricetus auratus); e 
f) coelho (Oryetolagus cuniculus). 
8. Nas agressões por morcegos, deve-se proceder a soro vacinação, independentemente do 
tipo de morcego agressor, do tempo decorrido e da gravidade da lesão. Em caso de 
reexposição, seguir as orientações especificas, conforme cada caso. 
 
Importante: a imunofluorescencia para raiva e um exame importante, de alta sensibilidade 
e especificidade. Em caso de agressão em que o cão ou gato tenha evoluído para morte por 
causa natural e o diagnostico laboratorial do animal agressor for negativo pela técnica de 
 
128 
imunofluorescencia, o esquema profilático da raiva humana do paciente, a critério medico, 
pode ser suspenso, aguardando-se o resultado da prova biológica. Essa regra não se aplica a 
agressões por outras espécies animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
129 
CONSOLIDADO MENSAL DO PROGRAMA DA RAIVA 
 
MÊS:_______________ ANO: ___________________ 
UNIDADE:____________________________MUNICIPIO: ___________________ 
 
PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA 
ATIVIDADES 
ZONA 
URBANA 
ZONA 
RURAL 
 
TOTAL 
1. Nº de pessoas atendidas 
2. Nº de pessoas tratadas (Total) 
2.1 Somente com Vacina 
2.2 Somente com Vacina +Soro 
1. Nº de Abandonos de tratamento 
2. Nº de Doses de Vacina Aplicada 
3. Nº de Reações Adversas 
4. Nº de Animais Agressores por Espécie 
6.1 Canina 
6.2 Felina 
6.3 Asininas (Burro, Jegue...) 
6.4 Bovina 
6.5 Caprina 
6.6 Equina 
6.7 Ovina 
6.8 Suina 
6.9 Quirópteras (morcego) 
6.10 Raposa 
6.11 Primata 
6.12 Outros... Rato, Coelho, etc 
5. Nº de Cães e Gatos Observados 
 
 
 
Assinatura e Carimbo do Responsável pelas informações e preenchimento. 
 
DATA: _______/________________/_____________. 
 
 
 
 
 
 
 
130 
CONSOLIDADO MENSAL DO PROGRAMA DA RAIVA 
 
MÊS: _____________ ANO: _________________ 
UNIDADE:___________________________MUNICIPIO: ___________________ 
 
PROFILAXIA DA RAIVA ANIMAL 
ATIVIDADES ZONA 
URBANA 
ZONA 
RURAL 
 
TOTAL 
1. Nº de Cães Vacinados (Total) 
1.1 Rotina 
1.2 Áreas Focais 
1.3 Campanha 
2. Nº de Gatos Vacinados (Total) 
2.1 Rotina 
2.2 Áreas Focais 
2.3 Campanha 
3. Nº de Cães Capturados (Total) 
3.1 Rotina 
3.2 Áreas Focais 
4. Nº de Cães Eliminados (Total) 
4.1 Rotina 
4.2 Áreas Focais 
5. Nº de Áreas Focais Registradas 
6. Nº de Áreas Focais Trabalhadas 
7. Nº de Áreas Focais Reincidentes 
8. Nº de Á. Focais de Morcegos Trabalhadas 
9. Nº de Amostras Enviadas ao Lacen 
9.1 Nº de Amostras Positivas 
9.2 Nº de Amostras Negativas 
 
 
Assinatura e Carimbo do Responsável pelas informações e preenchimento 
 
DATA: ______/__________________/____________. 
 
 
 
 
131 
É IMPORTANTE SABER... 
DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS: Controlar 
 Eliminar 
 Erradicar 
CASA > RUA > BAIRRO > CIDADE > ESTADO > NAÇÃO > PLANETA 
 
Magnitude – Potencial de Disseminação – Transcendência – Vulnerabilidade – 
Compromissos Internacionais. 
 
MICOROORGANISMOS: 
 
 Bactérias 
 Vírus 
 Fungos 
 
VACINAÇÃO: 
 
IMUNIZAÇÃO: O Brasil é o primeiro país a ter um percentual de cobertura vacinal e 
esquema de vacinação completo do mundo. Um país que tem erradicado algumas doenças e 
controle nas que estão surgindo, bem como um controle rigoroso no tratamento da AIDS e 
DSTs. 
 
CAMPANHAS: Uso de boas estratégias, apesar de baixa cobertura vacinal em alguns 
municípios baianos. Compromisso de toda equipe de saúde com cumprimento de carga 
horária, independente de sua função na unidade. 
 
VACINAÇÃO MASCULINA: Buscar e ampliar para evitar as doenças, em especial 
dT, hepatite, tríplice viral e febre amarela, ficando atendo as faixas etárias e ao 
comparecimento nas Unidades de Saúde. 
 
CARTÃO DE VACINA: Comprovante e Registro das Informações (útil e eficaz), 
manter 1 cartão espelho na unidade ou livro de registro para evitar overdose podendo alterar 
os EAPV locais e orgânicos – consequência muitas vezes irreversível. 
 
VACINAS: Devem ser aplicadas com o bisel da agulha virada para baixo (pé), quando 
utilizado a coxa e, bem como o deltóide... 
 
VACINA: (antígeno) SORO: (anticorpo) Quando uma vacina aplicada não produzir 
anticorpos, é porque a vacina não teve resposta imunológica causada pelo organismo, fazer 
sorologia e se negativo, não reaplicar, a depender da vacina. 
Transmitir 
Infectar 
Contaminar 
 
132 
Existe VACINAS: COMBINADA (tríplice viral, dupla viral) e CONJUGADA 
(tetravalente, hexavalente e pentavalente). TETRAVIRAL (Sarampo, caxumba, rubéola e 
varicela). PENTAVALENTE (tétano, difteria, coqueluche, hemófilos, pólio Salk e hepatite). 
HEXAVALENTE (tétano, difteria, coqueluche, hemófilos e hepatite). 
 
APLICAÇÃO DE VACINA: fazer lentamente a introdução da agulha e injetar o 
liquido vagarosamente observando o músculo (se apresentar nódulos, manchas, tatuagens ou 
alterações – não aplicar nestes locais). 
NÃO APLICAR: duas vacinas no mesmo músculo devido à reação vacinal e problemas no 
músculo (atrofia, inflamação, infecção...) e desencadeamento de seqüelas no futuro. 
 
IMUNOS: O MS trabalha com (26) tipos de vacinas, (16) Soros Heterólogos e (4) Soros 
Homólogos em prol da Saúde Humana. 
 
IDENTIFICAÇÃO DA VACINA: ao abrir colocar data e horário evitando aplicação 
pós vencida. 
 
CARTÃO DA CRIANÇA: ao vacinar o indivíduo anotar a data/lote/nome (e não 
apelido) do profissional e laboratório para melhor identificação em casos de eventos EAPV 
ou outros cuidados futuros (cirurgia, tratamento, etc.). 
 
DESCARTE DE VACINAS E DESCARTÁVEIS: o descarte de imunos e insumos 
devem ser submetidos a tratamento antes do destino final passando por um processo de 
acabamento e jogado num aterro próprio para estes fins. 
 
VACINADO (tomou a vacina mas não completou o esquema) e IMUNIZADO 
(completado o esquema vacinal). 
 
SORO: antitetânico e antirrábico só devem ser feitos após uma avaliação de histórico 
anterior evitando assim desencadeamento da doença do soro. Ficar atentos quando atender um 
cliente avaliando seu histórico, buscando informações precisas e segurança no atendimento: 
CONVERSAR, OUVIR E FALAR em todo e qualquer atendimento feito ao cliente, seja na 
sala de vacina ou outro atendimento qualquer. 
 
BCG: quando o indivíduo vacinado não houve “pega”, aplica-se uma outra dose e, caso não 
venha apresentar cicatriz, descarta-se, porque o corpo não respondeu a produção do antígeno. 
 
CASOS ANTIRRÁBICOS: ouvir a história do paciente, verificar histórico vacinal, 
preencher ficha de atendimento, notificar e investigar (se necessário). 
 
BUSTER: alerta, antecipação para ativar a memória vacinal. 
 
BUSCA ATIVA: fazer sempre, buscar os faltosos em todos os serviços de saúde, na rotina 
e campanha para segurança da saúde da população atingindo o percentual de cada imuno. 
Verificar os cartões de crianças, adolescentes, adultos e idosos quando comparecerem à 
 
133 
Unidade de Saúde e encaminharem ao setor de imunização para completar o esquema vacinal. 
Ficar atento a vacinação de Tríplice Viral em homens até 39 anos e mulheres até 49 anos, bem 
como a 2ª dose das crianças entre 15 meses e 6 anos de idade. 
 
QUEBRA DE FRASCOS: ter o máximo de cuidado evitando-o para não acarretar 
prejuízo ao município e responsabilidade da SMS que poderá responder por esta negligência 
acidental, inclusive aos imunos especiais. 
 
INSUMOS: responsabilidade do município de providenciar e abastecer a rede de frio e as 
Unidades de Saúde, não deixando faltar. Inclusive, CAIXAS TÉRMICAS e 
TERMÔMETROS fica a cargo do município, sendo responsabilidade do MS somente os 
IMUNOS. Utilizar somente o termômetro digital e trocar a cada 6 meses as pilhas e baterias. 
 
MAPAS E RELATÓRIOS: responsabilidade de toda equipe de enfermagem que atua 
na sala de vacina (auxiliar, técnico, enfermeiro) sendo assinado por quem fez o preenchimento 
e por quem o corrigiu. Haver interação entre si. 
 
MAPAS E DADOS: enviar com precisão (MUNICIPIO – todo dia 18, DIRES – todo dia 
23 e ESTADO – todo dia 30 de cada mês) sem atraso. 
 
GELADEIRA: fazer a limpeza geral periodicamente, inclusive na parte traseira com pano 
úmido e escova, retirando toda sujeira contida. 
 
SALA DE VACINA: deve ser refrigerada, composta de profissionais treinados e 
capacitados. Em sala de grande demanda deve a equipe ser composta de 2 profissionais 
atuantes (auxiliar, técnico e enfermeiro). 
 
GELOX: lavado e trocado periodicamente ficando atento ao desgaste e validade. 
 
HIGIENIZAÇÃO: de todo ambiente e material que envolve a sala de vacina (gelox, 
caixa térmica, freezer, geladeira, etc.) 
 
VENTILADOR: uso incorreto, não pode ser usado em sala de vacina, nem mesmo para 
fazer o degelo por acarretar resíduos e poeiras, contaminando o ambiente. 
 
VESTUÁRIO: quem atua em sala de vacina deve usar calçados fechados e jaleco 
constantemente (diário), podendo sofrer punições se for pego pela auditoria/fiscalização. 
 
NEGLIGÊNCIA/IRRESPONSABILIDADE/DANOS/VACINAÇÃO 
INADVERTIDAMENTE: servidor irá responder pelo ministério se estiver com o 
COREN em dias e atualizado; ao contrário, irá responder na justiça comum. (Ex: vacinas 
aplicadas erradas, maus tratos ao cliente, má técnica e outros mais. 
 
 
134 
VACINAÇÃO INADVERTIDAMENTE: deve ser comunicada e notificada com 
brevidade para providências cabíveis. Realizar visita constante e acompanhar o caso até o 
final (conclusão), não se pode omitir, evitando assim complicações maiores e futuras tanto 
para o cliente como para o profissional. Fazer um relatório com assinatura do responsável 
pelo caso e ter acompanhamento médico, enfermeiro e coordenação de imunização e 
vigilância epidemiológica até conclusão do caso. 
OBS: em muitos casos será necessário exame laboratorial, e, as complicações poderão vir no 
futuro com muitas sequelas. 
 
FICHAS DE EAPV: preencher todos os campos corretamente e assinatura do 
responsável pela notificação e acompanhamento do caso até a conclusão. 
 
ATENDIMENTO AO CLIENTE: qualquer unidade de saúde, é um DIREITO do 
cidadão e deve ser respeitado (qualquer recusa pode denunciar a OUVIDORIA local ou 
estadual). 
 
REDE DE FRIO ou CADEIA DE FRIO: fazer distribuição dos imunos e insumos 
mensalmente supervisionando o consumo, manuseio e organização dos mesmos, usando o 
termômetro de cabo extensor para monitoração constante. 
 
TEMPERATURA: em falta de energia a estabilidade pode durar até 12 horas, ficar 
atento a qualquer falha de energia especialmente nos fins de semana que deverão ser 
monitorados em todas as Salas de Vacina e Rede de Frio. 
 
GERADOR: torna-se necessário na rede de frio para eventuais falta de energia no 
município evitando grandesperdas de vacinas e prejuízos ao município e estado. 
 
INCQS (Instituto Nacional de Controle e Qualidade de Saúde) CENAD (Centro Nacional 
de Abastecimento e Distribuição de Imunobiológicos). 
 
TESTE DO PEZINHO: Não pode ser feito na sala de vacina e nem guardado na 
geladeira de imunos. 
 
PPD/INSULINA: guardados em geladeira diferentes, não pode ser juntos com os imunos. 
 
135 
VOCÊ JÁ ESTÁ SEGURO SOBRE VACINAS?! 
 
 Nome da Vacina: 
 
 Sigla: 
 
 Doença que previne: 
 
 Embalagem: 
 
 Dose da Embalagem: 
 
 Via de Aplicação: 
 
 Dose de Aplicação: 
 
 Descartável que usa: 
 
 Duração pós-aberta: 
 
 Reação Adversa: 
 
 Orientações: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
136 
 VAMOS TESTAR NOSSOS CONHECIMENTOS?! 
 
A vacina estimula o corpo a se defender contra os organismos (vírus e bactérias) que 
provocam doenças. Acerca do calendário de vacinação para adultos entre 20 e 59 anos, é 
INCORRETO afirma que a 
 a) vacina contra a febre amarela é tomada a cada 10 anos. 
 b) vacina contra a febre amarela é constituída de vírus vivos atenuados. 
 c) vacina para sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) é de dose única. 
 d) vacina dupla viral contra sarampo e rubéola não pode ser administrada em mulheres 
grávidas. 
 e) segunda dose da vacina dT é aplicada um mês após primeira e a terceira dose, seis 
meses após a primeira. 
 
A vacina HPV (vírus do papiloma humano) ou vacina quadrivalente (6, 11, 16, 18) está 
indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos, em duas doses. “A segunda dose deve ser 
feita ______ meses após a primeira. 
 
As vacinas requerem cuidados especiais: temperatura adequada para sua conservação, 
precauções para não ocorrer contaminação e conhecimentos para sua administração. A 
temperatura para sua conservação é, em média, +2° a +8°C. Diante dessas informações qual a 
conduta correta sobre o acondicionamento de vacinas.? 
 
Em se tratando de vacinas, sabemos que um frasco de vacina apos aberto possui um prazo de 
validade, de acordo com o Ministério da Saúde, a vacina SCR, após sua abertura pode 
ser utilizada até quanto tempo? 
 
A vacina Pentavalente imuniza o paciente contra? 
 
De acordo com o Ministério da Saúde a vacina BCG não provoca reações gerais, como febre 
ou mal estar, sua reação é no local da aplicação e é de evolução lenta e benigna (variando 
de indivíduo para indivíduo), se a técnica de administração da vacina ocorre de forma correta. 
Qual a evolução da BCG.? 
 
O termômetro analógico de cabo extensor é utilizado para verificar a temperatura do momento 
principalmente nas caixas térmicas. Como deve ser utilizado? 
 
As vacinas são produtos biológicos que protegem os indivíduos contra certas doenças. As 
doenças que são prevenidas por meio de vacinas, quais são? 
 
As atividades de manuseio, conservação e administração de imunobiológicos da sala de 
vacinação são desenvolvidas pela equipe de enfermagem. São funções da equipe de 
enfermagem preconizadas pelo Ministério da Saúde em seu Manual de Procedimentos para 
Vacinação todas abaixo, EXCETO. 
 a) Orientar e prestar assistência ao usuário. 
 b) Encaminhar e dar destino adequado aos imunobiológicos inutilizados. 
 c) Manter as condições ideais de conservação dos imunobiológicos. 
 d) Comprar imunobiológicos e testar a sua validade. 
 
Uma criança com 9 meses de idade compareceu a UBS para completar o cartão vacinal, 
consta no cartão o registro das vacinas (BCG, Hepatite B, 1ª, 2ª e 3ª dose da vacina 
Pentavalente, 1ª e 2ª dose da vacina Rotavírus, 1ª e 2ª dose da vacina da 
 
137 
poliomielite inativada, 1ª, 2ª e 3ª dose da vacina pneumocócica 10, 1ª dose da vacina 
poliomielite oral, 1ª dose da meningocócica C, quais as vacinas que devem ser administradas? 
 
As vacinas, como todo produto farmacêutico, não são isentas de efeitos colaterais ou eventos 
adversos. Nos casos de reações pós-vacinais a enfermeira da Unidade de Saúde da Família 
deverá: 
 
Menor chega a USF com hiperemia, edema acentuado em perna esquerda. Genitora refere uso 
do 1º reforço da vacina DTP há 3 dias. QUAL O SEU PROCEDIMENTO? 
 
Pais trazem criança de 4 meses a USF, com lesão grande profunda que surgiu no local após 3 
meses da aplicação da vacina BCG e não evoluiu para cicatrização. O QUE SE DEVE 
FAZER NESTE CASO? 
 
Criança de 6 meses chega a USF com presença de gânglios firmes na região axilar e supra 
clavicular, com cerca de 0,5 cm, sem supuração, indolor e sem relato de febre. Fez uso da 
vacina BCG ao nascer. QUAL A SUA ATITUDE? 
 
Lactente de 5 meses, atendido na UBS, chega com evento descrito com abscesso na região 
axilar com drenagem espontânea. Conversando com a mãe, a enfermeira identifica que houve 
anteriormente um “carocinho” na axila e que a criança foi vacinada com BCG ao nascer. 
QUAL O PAPEL DA ENFERMAGEM NESTE CASO? 
 
Genitora relata que seu filho apresentou febre alta (maior que 39,5ºC), e choro persistente, 
após 6 horas da 1ª dose da vacina Pentavalente com duração de dois dias. Levou à criança em 
médico particular, que indicou troca de esquema (uso da DTP acelular). QUAL ATITUDE 
DA EQUIPE DE ENFERMAGEM? 
 
Menor apresentou choro persistente, febre de 39,5ºC seguida de tremores após aplicação da 2ª 
dose das vacinas VOP, VORH e Pentavalente. Encaminhado ao PA, medicado, ficando em 
observação por 4 horas. O QUE SE DEVE FAZER? 
 
Criança de 1 ano de idade, fez uso da tríplice viral e pneumo 10 valente. Após 7 dias da 
aplicação das vacinas , apresentou exantema em face e tronco, discreta elevação da 
temperatura e manifestações catarrais. QUAL O PROCEDIMENTO? 
 
Paciente apresentou urticária, edema de lábios e hipotensão, após 1 hora da administração da 
3ª dose da vacina Pentavalente. Encaminhada ao Pronto Atendimento, sendo medicada, 
permanecendo em observação por 24 horas. 
 
Lactente de 9 meses chega para realizar vacina de febre amarela. Genitora informa que a 
criança apresentou pontos vermelhos no corpo e coceira após uso de ovo. 
A vacina deve ser administrada? O QUE FAZER? 
 
Paciente de 40 anos de idade fez uso da vacina Influenza e após 6 dias da aplicação do 
imunobiológico apresentou febre, parestesia e paresia dos membros inferiores. Encaminhada 
ao Hospital para avaliação médica e realização de exames. 
QUAL ATITUDE A TOMAR DIANTE DO OCORRIDO? 
 
 
138 
Cliente com 48 anos de idade compareceu na unidade básica de saúde, relatando uso das 
vacinas: dT (dupla adulto) e febre amarela. Aproximadamente 12 horas após a vacinação 
observou hiperemia, edema e dor no local da aplicação. Após 24 horas, a hiperemia e o edema 
se estendiam por toda face póstero-lateral do braço. Ocorreu melhora após 5 dias. QUAL O 
PROCEDIMENTO DA ENFERMAGEM? 
 
Criança de 2 meses trazida pela mãe desesperada meia hora após administração das vacinas 
Pentavalente, VOP e VORH, com hipotonia, cianose ou palidez, diminuição de resposta aos 
estímulos. QUAL A SUA ATITUDE DIANTE DO OCORRIDO? 
 
Paciente atendida em Pronto Atendimento 10 dias após 2ª dose de hepatite B com história de 
sangramento nas fezes e manchas roxas no corpo. Sem relato de febre ou uso de 
medicamentos. No exame físico: palidez, lesões puntiformes que não desapareciam com a 
pressão, em tronco e MMSS e equimoses em coxas. O QUE SE DEVE FAZER? 
 
Criança chegou à UBS apresentando febre de 39ºC, vômito, distensão abdominal e dejeções 
sanguinolentas. Identificado que fez uso da vacina rotavírus há 28 dias. QUAL O ESTUDO 
DA CAUSA? 
 
Sala de vacinação em Maternidade, auxiliar de enfermagem recebe recém nascido, prematuro, 
com peso de 1750 grs. QUE VACINAS DEVEM SER ADMINISTRADAS E QUAIS 
DEVEM SER AGENDADAS? 
 
Lactente de 2 meses chega para vacinação. Registradas no cartão BCG e 1ª dose de hep B. No 
momento não há vacina de rotavírus na unidade. QUE VACINAS DEVEM SER 
ADMINISTRADAS E AGENDADAS? 
 
Uma criançade 2 meses de idade, recebeu vacinas BCG e Hep B na maternidade e quando 
tinha 15 dias de nascido, uma vacina de VOP na campanha de vacinação. Agora, procurou o 
PSF para dar continuidade à vacinação. QUAIS AS VACINAS QUE VOCÊ DARIA E 
COMO FAZER O APRAZAMENTO? 
 
Criança de 9 meses foi encaminhada à sala de vacina, onde se observou esquema vacinal 
atualizado. A mãe relata que o menor tomou a vacina BCG ao nascer conforme registrada na 
caderneta, porém não apresenta cicatriz vacinal. QUAL SUA CONDUTA REFERENTE A 
ESTE CASO? 
 
Menor de 1 ano foi levado pela mãe à sala de vacina para completar seu esquema vacinal. 
Observou-se que todas as vacinas estavam completas para a idade, faltando apenas a Tríplice 
Viral. O cartão tinha uma observação que aos 9 meses a criança tomou uma vacina de Tríplice 
Viral em um bloqueio vacinal. QUAL CONDUTA CORRETA? 
 
Menor ACF, 11 meses foi encaminhado à sala de vacinação do PSF. Ao avaliar o cartão da 
criança, observou-se que tinha registrado BCG e a 1ª doses de Hepatite B, VOP, VORH e 
Pentavalente, todas aplicadas no mesmo dia, aos 2 meses. QUAIS AS VACINAS 
NECESSÁRIAS PARA ATUALIZAR A IMUNIZAÇÃO, E QUAIS DEVEM SER 
APRAZADAS? 
 
Uma gestante procurou serviço de pré-natal com 1mês de gestação. Informa que na última 
gravidez, há 8 anos, tomou duas doses de dT. COM QUANTOS MESES DE GESTAÇÃO 
VOCÊ AGENDARIA PARA COMPLETAR A VACINAÇÃO DA GESTANTE E 
 
139 
QUANTAS DOSES SERIAM NECESSÁRIAS PARA NÃO TER RISCO DE TÉTANO A 
MÃE E A CRIANÇA? 
 
TFC, 16 anos, primeira gravidez, procurou o Centro de Saúde para realizar vacinação com dT. 
Quando foi avaliado o cartão de vacina, observou-se que a mesma recebeu 4 doses de DTP 
quando criança, sendo última dose quando a mesma tinha com 5 anos e 7 meses de idade. 
QUE CONDUTA VOCÊ DARIA PARA ESSE CASO? 
 
Mulher de 20 anos, segunda gravidez, 7º mês de gestação, procurou o Centro de Saúde para 
tomar a vacina contra o Tétano. Avaliando o cartão, observou-se que a mesma tinha recebido 
3 doses na gravidez anterior, há 4 anos e 6 meses. QUAL A INDICAÇÃO NESSE CASO? 
 
Jovem de 19 anos arrumou o primeiro emprego e solicitaram atualização das vacinas. 
Observando o cartão identifica que usou 4 doses de DTP na infância, uma dose de Hep B aos 
10 anos. QUE VACINAS ADMINISTRAR NO MOMENTO E QUAIS AGENDAR? 
 
Profissional de saúde após a realização de esquema com três doses de hepatite B realizou teste 
sorológico que indicou não ter havido soro-conversão. COMO PROCEDER? 
 
A.K.M., filha de M.K.M., médica pediatra homeopata, foi à consulta de puericultura dos 2 
meses de idade. O pediatra que a atendeu, ao verificar que não havia recebido a vacina BCG 
intradérmica, recomendou à mãe que a levasse para aplicação da BCG, da DPT (vacina 
tríplice contra difteria, coqueluche e tétano) e da SABIN (vacina de vírus vivos atenuados 
contra a paralisia infantil). A mãe respondeu que não desejava aplicar as vacinas na sua 
filha, por não se sentir segura em relação aos benefícios/riscos das mesmas. O pediatra, 
tendo usado todos os argumentos de que dispunha, não conseguiu convencer a mãe e referiu-
se, então, ao contido no parágrafo único do artigo 14 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente _ Lei n.º 8.069/90: "É obrigatória à vacinação das crianças nos casos 
recomendados pelas autoridades sanitárias", e ao seu artigo 13: "Os casos de suspeita ou 
confirmação de maus-tratos contra a criança ou adolescente serão obrigatoriamente 
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras 
providências legais", sugerindo que a não vacinação poderia ser considerada um mau-trato 
por negligência. A mãe, refletindo um pouco, questionou o pediatra com a seguinte: 
 
Questão: "Se as autoridades podem me obrigar a fazer as vacinas e sendo a saúde um direito 
de todos e um dever do Estado, pela Constituição, como não oferecem as vacinas contra a 
hepatite B e contra o Haemophilus influenza e tipo B, que colocam em risco a vida da minha 
filha?". O pediatra, não tendo conseguido convencer a mãe com os conhecimentos científicos 
de que dispunha e não se sentindo confortável em denunciá-la ao Conselho Tutelar, concluiu 
que não poderia estabelecer uma boa relação médico-paciente-família e recomendou que 
procurassem outro profissional. 
 
 
 Comentários 
 A história da vacinação está pontilhada de incidentes que expressam, alternadamente, 
grande entusiasmo pelo procedimento, ou, ao contrário, furiosa rejeição. Pasteur e Sabin 
foram saudados como heróis, ao passo que: 
 Oswaldo Cruz foi execrado por boa parte da opinião pública por ter introduzido a 
vacina obrigatória contra a varíola. 
 
140 
 Hoje, porém, é suficiente constatar o êxito dos Dias Nacionais de Vacinação para 
comprovar que, no tocante aos imunizantes empregados na rotina de saúde pública, a adesão 
da população beira os 100%. 
 Há exceções, ilustradas pelo caso em tela. Por respeitáveis que sejam as convicções de 
cada pessoa, algumas considerações devem ser feitas: 
 
 1) A imunização é, ao mesmo tempo, uma prática de saúde individual e de saúde 
coletiva. Para romper a cadeia epidemiológica de certas doenças é necessário imunizar um 
certo percentual da população. Esta é uma obrigação que cada cidadão deve a si mesmo, ou _ 
caso ele não reconheça tal obrigação como indivíduo _ à comunidade. Tuberculose, tétano, 
coqueluche, poliomielite e sarampo são doenças transmissíveis, em que um caso pode gerar 
outros, às vezes em caráter epidêmico. 
 Recentemente, a queda da cobertura vacinal antipólio na Holanda (gerada pela ilusão 
de que a doença não mais representava risco) seguiu-se de um surto, cujo vírus foi introduzido 
por um viajante enfermo. 
 De outra parte, o ônus da doença (em termos de assistência médica e hospitalar), na 
imensa maioria das vezes, recai sobre a comunidade como um todo. 
 2) Evidentemente, nesta situação, os pais não têm o direito de privar os filhos da 
vacina. Não se trata apenas de uma questão científica. Por menores que sejam as crianças, elas 
são seres humanos independentes, com direitos inatos, ainda que não passíveis de expressão. 
Podem os pais garantir que os filhos não terão a doença? Podem eles adotar medidas com 
grau de proteção comprovado e equivalente ao da vacina? Podem eles assumir a 
responsabilidade pela dor, pelo sofrimento, pela invalidez, no caso de eclosão da 
enfermidade? Podem eles assumir a responsabilidade pelo óbito? 
 
 3) Como consta na Constituição de 1988, a saúde é direito de todos e dever do Estado, 
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e 
de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, 
proteção e recuperação. 
 Política significa estabelecer prioridades, e no caso da saúde existem critérios para tais 
prioridades, que levam em conta, entre outros fatores, a magnitude, a transcendência, a 
vulnerabilidade do dano, além da relação custo-benefício das ações desenvolvidas para 
reduzir este dano. Na atual conjuntura de saúde do país não é possível, ao setor público, 
oferecer todas as vacinas disponíveis. Algumas delas não estão ainda suficientemente 
testadas, outras são contraindicadas (é o caso da vacina contra varíola, cujos riscos excedem 
em muito a possibilidade, praticamente nula, de contrair a doença) e outras, enfim, 
representam um custo muito alto. A este respeito, deve-se dizer que não há regras fixas para a 
alocação de recursos em saúde, nem há paralelismo entre a quantidade de recursos alocados e 
os níveis de saúde. Além disso, é preciso considerar que o poder público tem outras 
obrigações para com a comunidade, que vão repercutir, direta ou indiretamente, na saúde. 
 Construir uma estrada que unirá uma determinada localidade a outra, que dispõe de 
hospital, pode ser mais racional e barato do que construir mais um hospital. A obrigação do 
poder público é,sim, utilizar eficazmente todos os recursos de que dispõe, por mais modestos 
que sejam. Recusar a vacina baseado num insólito raciocínio de "ou tudo ou nada" é 
irracional, sobretudo em nossa realidade. 
 
 4) Ao oferecer serviços de imunização à comunidade, o poder público deve deixar 
claro os benefícios, e também os riscos da medida. Há uma natural relutância, por parte de 
técnicos, administradores e políticos, em mencionar efeitos desagradáveis ou perigosos; mas 
não há dúvidas de que as pessoas têm esta informação. No caso das vacinas mencionadas, 
numerosos trabalhos comprovam que os benefícios são muito maiores do que os riscos. 
 
 
141 
 5) Diante do exposto, conclui-se que os pais que privam seus filhos de vacinas estão 
não apenas colocando em risco a comunidade como também cometendo uma violência contra 
seres indefesos. Violência não se traduz apenas em maus-tratos físicos ou mentais; submeter 
uma criança ao perigo da doença é evidentemente uma violência. Os pais precisam ser 
informados, aconselhados, motivados; mas se os limites do razoável forem ultrapassados, 
medidas legais se fazem necessárias. 
 
 Regulamento sobre a Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde Pública (Código 
Sanitário), instituído pela Lei n.º 6.503, de 22 de dezembro de 1972, regulamentada pelo 
Decreto n.º 23.430, de 24 de outubro de 1974, diz, em seu artigo 11: "As vacinações e 
revacinações contra (...) doenças para as quais existem vacinas de eficácia comprovada 
poderão ser exigidas e realizadas em caráter obrigatório, sistemático e gratuito" (grifo nosso). 
E o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990) afirma, no 
parágrafo único do artigo 14: "É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados 
pelas autoridades sanitárias". 
 É sempre melhor fazer saúde pública sem recorrer à força da lei, e no caso da 
vacinação esta providência raramente se faz necessária (em minha experiência de quase trinta 
anos nesta área, não lembro uma única ocasião em que tal tenha acontecido). Mas as pessoas 
precisam saber que a lei existe, e que deve ser cumprida. Se alguns (felizmente) raros 
indivíduos não vêem na vacina um ato de amor e de dedicação às crianças, então que vejam 
nela a força do dispositivo legal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
142 
CURSO BÁSICO DE VACINAÇÃO 
 
ÍNDICE: 
 Um Primeiro Momento 90 
 Aspectos Operacionais na Sala de Vacina 91 
 Vacinas 95 
 Calendário Básico de Vacinação da Criança 98 
 Calendário Básico de Vacinação do Adolescente 99 
 Calendário Básico de Vacinação do Adulto 99 
 Calendário Básico de Vacinação do Idoso 100 
 Calendário Básico de Vacinação da Gestante 100 
 Técnica de Aplicação dos Principais Imunobiológicos 101 
 Controle dos Imunobiológicos Pós-Aberto 103 
 Descartável usado na aplicação de vacinas 104 
 Os 12 CERTOS da Vacinação 105 
 Recomendações Importantes 106 
 Aplicação da Vacina BCG 107 
 Treinamento Básico da Vacina BCG e Hepatite B (slides) 
 Notificação de Erro Programático em vacinação 109 
 Eventos Adversos Pós-Vacinação 114 
 Rede de Frio 116 
 Manuseio e Administração 117 
 Normas Técnicas de Profilaxia da Raiva Humana com a vacina Cultivo 
Celular 119 
 Consolidado Mensal do Programa da Raiva (Profilaxia da Raiva Humana 
– Profilaxia da Raiva Animal) 129 
 É Importante Saber... 131 
 Você já está seguro sobre vacinas?! 135 
 Vamos Testar os Nossos Conhecimentos?! 136 
 Ficha Cadastral 141 
 Curso Básico em Sala de Vacina (Folha de Frequência) 142 
 Registro do Estado Vacinal dos Profissionais de Saúde (analisar os 
cartões de vacina dos profissionais) 
 Vacina Especial – CRIE (slide) 
 Rotina da Sala de Vacina (slide) 
 
 
Livramento de Nossa Senhora – Bahia 2017 
 
 
 
 
 
143 
FLUXOGRAMA DE ROTINA DO SERVIÇO DE IMUNIZAÇÃO 
 
SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE GERÊNCIA DE 
IMUNIZAÇÕES E REDE DE FRIO PROTOCOLO DE ROTINAS EM SALA 
DE VACINAÇÃO - LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA - BAHIA 
 
ROTINAS EM SALA DE VACINAÇÃO 
 
RESPONSABILIDADE DO ENFERMEIRO DA SALA DE VACINA 
 Capacitar e supervisionar a equipe do setor; 
 Conhecer, controlar e garantir a reposição semanal do estoque de vacinas do setor; 
 Fazer o gerenciamento (estoque e requisições) da Rede de Frio; 
 Realizar notificação de casos de Eventos Adversos possivelmente relacionados à vacinação; 
 Verificar semanalmente as validades dos imunobiológicos; 
 Solicitar mudanças e adaptações para que o ambiente da sala de vacinas tenha adequadas 
condições de trabalho; 
 Conhecer, avaliar e acompanhar as coberturas vacinais de sua área de atuação; 
 Estar apto (a) a tomar decisões no âmbito local, na liderança da equipe de enfermagem; 
 Fazer a revisão no arquivo de cartões de controle (cartões espelho) para convocação e busca 
de faltosos; 
 Digitar os Registros de Vacinados e Fazer o Movimento Mensal de Doses Aplicadas de 
Vacinas no Sistema do SIPNI, bem como incluir os lotes novos e fazer a exclusão dos que 
acabaram. 
 
FUNÇÕES DA EQUIPE QUE TRABALHA NA SALA DE VACINAÇÃO 
 Manter a ordem e a limpeza da sala; 
 Prover e prever insumos, materiais e impressos necessários ao trabalho diário; 
 Manter as condições ideais de conservação dos imunobiológicos; 
 Verificar e manter os equipamentos em boas condições de funcionamento; 
 Encaminhar e dar destino adequado aos imunobiológicos inutilizados e ao lixo da sala de 
vacinação; 
 Orientar e prestar assistência à clientela, com segurança, responsabilidade e respeito; 
 Registrar a assistência prestada nos impressos e sistemas de informações padronizados; 
 Manter o arquivo em ordem; 
 Avaliar, sistematicamente, as atividades desenvolvidas. 
 
ATRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM ANTES DA ABERTURA DA SALA 
PARA ATENDIMENTO 
 Verificar se a sala está limpa e em ordem; 
 Verificar e ligar o sistema de ar-condicionado; 
 Verificar a temperatura da geladeira (+2ºC a +8ºC); verificando primeiro a temperatura do 
momento, em seguida a temperatura máxima e depois a temperatura mínima; 
 Registrar as três medidas em impresso próprio (mapa diário de controle de temperatura), 
que deve estar fixado na parte externa da geladeira, em altura de fácil visualização para todos 
da equipe, lembrando-se de registrar a data, hora da aferição e nome legível do responsável; 
 Comunicar qualquer alteração de temperatura ao Enfermeiro responsável; 
 Higienizar as mãos; 
 Separar a caixa térmica de uso diário; 
 
144 
 Retirar as bobinas de gelo do congelador ou do freezer e deixá-las sobre a bancada 
(ambientação das bobinas), para que possam atingir a temperatura positiva (+1ºC); 
 Organizar as bobinas de gelo ao redor das paredes da caixa térmica e colocar o termômetro 
de cabo extensor; 
 Verificar o prazo de validade dos imunobiológicos, usando com prioridade aqueles que 
estiverem com prazo mais próximo do vencimento; 
 Retirar do equipamento de refrigeração as vacinas e separar os diluentes correspondentes na 
quantidade necessária ao consumo na jornada de trabalho, considerando os agendamentos 
previstos para o dia e a demanda espontânea; 
 Quando a temperatura estiver estabilizada (entre +2ºC e +8ºC), colocar na caixa térmica os 
frascos de vacinas em um recipiente para que os mesmos não entrem em contato direto com a 
bobina de gelo; 
 Suprir a sala com os materiais necessários ao atendimento (seringas, agulhas, algodão, 
impressos); 
 Conferir a quantidade, validade e condições de materiais a serem utilizados no dia; 
 Separar por graduações as seringas e agulhas a serem utilizadas; 
 Providenciar recipientes para o descarte dos resíduos em serviço de saúde, adequado para 
cada tipo de material a ser descartado: lixo infectante (saco plástico branco), lixo perfuro 
cortante (recipiente de parede rígida) e lixo comum (saco pretoou transparente). 
 
ATRIBUIÇÕES DE ENFERMAGEM DURANTE O ATENDIMENTO 
 
FLUXO DE ATENDIMENTO AO CLIENTE QUE CHEGA A SALA DE VACINAS: 
 
ACOLHIMENTO E TRIAGEM: 
Na sala de vacina de modo geral, é demandada por um usuário sadio, o critério a ser 
adotado é a ordem de chegada, mas é importante dar atenção especial às pessoas que 
demandam atendimento diferenciado, como gestantes, recém-nascidos, idosos e indivíduos 
com necessidades especiais. 
1. Receber o cliente verificando sua condição de saúde e situação vacinal ou ocorrência de 
eventos adversos em doses anteriores. Se estado clínico que contra indiquem ou adiem a 
vacinação, encaminhar para enfermeiro responsável conforme o caso para avaliação e 
conduta; 
 Se o usuário está comparecendo á sala de vacinação pela primeira vez, abra os 
documentos padronizados do registro pessoal de vacinação (cartão ou caderneta de 
vacinação ou mesmo cartão espelho) ou cadastre o usuário no SI-PNI. 
2. Confirmar nome, data de nascimento e no caso de criança o nome da mãe; 
3. Avaliar a caderneta e orientar quanto as vacinas que serão aplicadas; 
4. Fazer registros do procedimento no cartão de vacinação e sistema de informação (SIPNI); 
 A comprovação da vacinação será feita por meio do cartão ou caderneta de vacinação, 
emitido pelas unidades de saúde públicas e privadas, devidamente credenciadas no âmbito do 
SUS, contendo as seguintes informações: 
a) Dados pessoais: nome completo, data de nascimento e endereço; 
b) Nome da vacina; 
c) Data; 
d) Número do lote; 
e) Laboratório produtor; 
f) Unidade vacinadora; 
g) Nome do vacinador 
5. Fazer o aprazamento para as próximas vacinas no cartão de vacinação e cartão espelho; 
6. Encaminhar a sala de aplicação. 
 
 
145 
ADMINISTRAÇÃO DOS IMUNOBIOLÓGICOS 
1. Verificar qual imunobiológico deve ser administrado, conforme indicado no documento 
pessoal de registro da vacinação (cartão ou caderneta); 
2. Higienizar as mãos antes e após o procedimento; 
3. Conferir a vacina a ser administrada, quanto a validade do produto, via e local de 
administração; 
4. Preparar e posicionar o cliente, com o objetivo de garantir segurança na realização do 
procedimento; 
 5. Realizar a administração de vacinas segundo as normas técnicas preconizadas pelo 
Ministério da Saúde. Podem ser administradas por via oral, intramuscular, subcutânea e 
intradérmica; 
O esquema vacinal atual é composto de várias vacinas, resultando no mínimo em 20 
aplicações de injeções até dois anos de vida, gerando ansiedade e desconforto em crianças e 
seus pais, adolescentes e adultos. 
6. Descartar o material utilizado na caixa coletora de material perfuro cortante; 
7. Assinar o cartão de vacinação; 
8. Solicitar que aguarde alguns minutos para avaliar possíveis eventos adversos imediatos; 
9. Orientar o vacinado quanto aos eventos locais esperados, ressaltando o retorno à unidade 
em caso de qualquer intercorrência e informar sobre utilização de compressas frias nas 
primeiras 24 horas pós-vacinação, a fim de prevenir eventos locais importantes; 
10. Devolver cartão /caderneta orientando quanto à data de retorno. 
 
ATRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM NO ENCERRAMENTO DAS 
ATIVIDADES DA SALA DE VACINA 
 Verificar e registrar as temperaturas da geladeira; 
 Desmontar as caixas térmicas e recolocar na geladeira os frascos que poderão ser utilizados 
ou descartados conforme a validade de cada produto após a abertura; 
 Lavar e secar a caixa térmica e as bobinas de gelo reutilizáveis; 
 Guardar as bobinas de gelo no freezer; 
 Consolidar as doses de vacinas aplicadas; 
 Registrar o número de doses desprezadas no formulário padronizado de registro (físico ou 
informatizado) para subsidiar a avaliação do movimento e das perdas de imunobiológicos; 
 Arquivar cartões espelhos de acordo com a data do retorno; 
 Repor material de uso diário para garantir o início dos trabalhos na manhã seguinte; 
 Guardar todo o material que possa ser utilizado no dia seguinte em armário próprio; 
 Verificar se a tomada do equipamento está conectada e se a porta da geladeira fechada, 
antes de se retirar da sala; 
 Desligar o sistema de ar-condicionado; 
 Deixar a sala limpa e em ordem. 
 
ATIVIDADES QUINZENAIS E/OU MENSAIS 
 Solicitar ao funcionário de serviços gerais que realize a limpeza quinzenalmente e a limpeza 
terminal (sempre sob supervisão do responsável da sala); 
 Prover a limpeza de geladeira quinzenalmente antes do recebimento dos imunobiológicos ou 
quando a espessura de gelo no congelador estiver maior que 0,5 cm; 
 Fazer a revisão do arquivo de cartões de controle (cartões espelhos) para possível 
convocação e busca de faltosos; 
 Verificar no Sistema de Informação (SIPNI) se as doses aplicadas e o movimento de 
imunobiológicos foram registrados; 
 Avaliar e calcular o percentual de utilização e perda dos imunobiológicos, avaliar as 
coberturas vacinais da área de abrangência do serviço de saúde. 
 
146 
ATENÇÃO: 
1. Lembrar que a geladeira que compõe a rede de frio deve ter uma tomada de uso 
EXCLUSIVO. 
2. Idealmente as salas de vacina devem ter um aparelho de ar condicionado compatível com 
seu tamanho, que deve permanecer ligado durante toda jornada de trabalho. 
3. A limpeza da sala de vacinas deve ser sempre na jornada de trabalho e sob supervisão de 
algum componente da equipe e não nos finais de semana. 
 
CUIDADOS COM O RESÍDUO DA SALA DE VACINAÇÃO: 
O resíduo da sala de vacinação é caracterizado como infectante e comum. 
São considerados resíduos infectantes: 
1. Material biológico; 
2. Sobras diárias de imunobiológicos ou produtos que sofreram alteração de temperatura ou 
com prazo de validade vencido; 
3. Resíduos perfurantes, agulhas, ampolas de vacinas e seringas descartáveis; 
4. Os demais resíduos da sala de vacinação são considerados comuns. 
 
Observação: 
1. O resíduo infectante, pela sua composição, recebe cuidados especiais na separação, no 
acondicionamento, na coleta, no tratamento e no destino final. 
2. O gerador do resíduo, sala de vacinação/unidade faz também, a identificação e a separação 
dos resíduos, bem como o tratamento das sobras diárias de imunobiológicos ou daqueles que 
sofreram alteração de temperatura, ou que estão com prazo de validade vencido, além do 
tratamento dos outros resíduos perfurantes e infectantes. 
 
LIMPEZA DA SALA DE VACINAÇÃO 
Os processos de limpeza de superfícies em serviços de saúde envolvem a limpeza 
concorrente e a limpeza terminal. 
- Concorrente: deve ser realizada pelo menos duas vezes ao dia em horários preestabelecidos 
ou sempre que for necessária. 
- Terminal: deve ser realizada a cada 15 dias, contemplando a limpeza de pisos, teto, paredes, 
portas e janela, mobiliário, luminárias, lâmpadas e filtros de condicionadores de ar. 
 
CONSERVAÇÃO DOS IMUNOBIOLÓGICOS 
A Rede de Frio é o sistema utilizado pelo PNI, que tem o objetivo de assegurar que os 
imunobiológicos disponibilizados no serviço de vacinação sejam mantidos em condições 
adequadas de transporte, armazenamento e distribuição, permitindo que eles permaneçam 
com suas características iniciais até o momento da sua administração. 
 
REDE DE FRIO 
São recursos utilizados para o monitoramento e o controle da temperatura dos 
equipamentos de refrigeração e das caixas térmicas que armazenarão e acondicionarão os 
imunobiológicos. 
 Termômetro de momento, com máxima e mínima, digital com cabo extensor: utilizado em 
refrigeradores domésticos e caixas térmicas de uso diário. 
 Termômetro analógico de momento, máxima e mínima: utilizado também em refrigeradores 
domésticos e caixas térmicas de uso diário. 
 
INSTRUMENTOS PARA MONITORAMENTO E CONTROLE DA TEMPERATURA 
São recursos utilizados para o monitoramento e o controle da temperatura dos 
equipamentos de refrigeração e das caixas térmicas que irão armazenar/acondicionaros 
 
147 
imunobiológicos. Na sala de vacinação, tal como descrito no Manual de Rede de Frio (2017), 
o PNI recomenda a utilização de instrumentos que realizam o registro contínuo das 
temperaturas máxima e mínima registradas nos equipamentos durante determinado período de 
tempo. 
TIPOS: 
• Termômetro de momento, com máxima e mínima, digital com cabo extensor: utilizado em 
refrigeradores domésticos e caixas térmicas de uso diário. Os procedimentos de instalação 
constam nos itens referentes aos equipamentos onde e utilizado. 
• Termômetro analógico de momento, máxima e mínima: utilizado também em refrigeradores 
domésticos e caixas térmicas de uso diário. 
• Termômetro de registro gráfico: disponível nas câmaras refrigeradas. 
• Termômetro de infravermelho com mira a laser: também chamado de pirômetro, este 
instrumento mede a temperatura por meio de raio laser e independe de contato físico. E um 
sistema móvel que não requer intervalo de tempo mínimo para o equilíbrio térmico entre o 
termômetro e o objeto a ser mensurado. 
 
CÂMARAS REFRIGERADAS 
Atualmente, são os equipamentos recomendados para o 
armazenamento/acondicionamento de imunobiológicos constantes nos calendários de 
vacinação, por permitirem maior precisão no ajuste da temperatura, garantindo, assim, a 
manutenção dos produtos em condições adequadas de conservação. 
A instalação da câmara refrigerada na sala de vacinação requer cuidados como a 
disposição do equipamento longe de fontes de calor, evitando-se a incidência de luz solar 
direta. 
Também é importante a utilização de tomada exclusiva para cada equipamento. Deve-
se identificar o equipamento com o aviso: “uso exclusivo de vacinas”. 
Após a sua instalação, procede-se a limpeza interna da câmara e ao ajuste da 
temperatura em +5ºC com o equipamento sem carga até a sua estabilização. Verifique e 
registre a temperatura em intervalos de 2 horas por 7 dias, no caso de equipamentos novos ou 
submetidos a manutenção. Neste intervalo, não acondicione imunobiológicos no 
equipamento. Somente após comprovação da estabilidade da temperatura em +5ºC, eles 
devem ser armazenados. 
É importante, ainda, ajustar o alarme visual e sonoro da câmara refrigerada (com 
mínimo de +3ºC e máximo de +7ºC), para possibilitar a adoção de condutas apropriadas. 
 
NOTA: 
• As câmaras refrigeradas são dotadas de instrumentos de medição da temperatura e 
dispositivos de alarme, não havendo a necessidade de instalar nenhum deles. 
 
ORGANIZAÇÃO DOS IMUNOBIOLÓGICOS NA CÂMARA 
REFRIGERADA 
O estoque de imunobiológicos no serviço de saúde não deve ser maior do que a 
quantidade prevista para o consumo de um mês, a fim de reduzir os riscos de exposição dos 
produtos a situações que possam comprometer sua qualidade. 
Os imunobiológicos devem ser organizados em bandejas sem que haja a necessidade 
de diferenciá-los por tipo ou compartimento, uma vez que a temperatura se distribui 
uniformemente no interior do equipamento. 
Os produtos com prazo de validade mais curto devem ser dispostos na frente dos 
demais frascos, facilitando o acesso e a otimização da sua utilização. 
Orientações complementares sobre a organização dos imunobiológicos na câmara 
refrigerada constam no Manual de Rede de Frio (2017). 
 
148 
Abra o equipamento de refrigeração com a menor frequência possível. 
 
NOTA: 
• Não realize limpeza do equipamento na véspera de feriado prolongado ou ao final da 
jornada de trabalho. 
 
LIMPEZA DA CÂMARA REFRIGERADA 
As superfícies internas da câmara refrigerada devem ser limpas mensalmente ou 
conforme o uso, segundo orientação do fabricante. Antes da realização deste procedimento, 
remaneje os imunobiológicos e os acondicione em caixas térmicas. 
 
REFRIGERADOR DE USO DOMÉSTICO E USO COMERCIAL 
Por não atender aos critérios de segurança e qualidade, o refrigerador de uso 
doméstico não é mais recomendado para o armazenamento de imunobiológicos. As instâncias 
que ainda utilizam tais equipamentos devem proceder, no menor prazo possível, a substituição 
gradativa por câmaras refrigeradas cadastradas pela ANVISA. Enquanto se utilizar os 
refrigeradores domésticos, MEDIDAS DE SEGURANÇA devem ser adotadas: 
• UTILIZAÇÃO EXCLUSIVA PARA IMUNOBIOLÓGICOS. 
• Utilizar capacidade máxima de 50% da capacidade total de armazenamento (confirmar a 
indicação no manual anterior). 
• Identificar a localização do evaporador ou da entrada de ar refrigerado no interior da câmara 
(e variável de acordo com marca/modelo), NÃO POSICIONAR os frascos de 
imunobiológicos nas proximidades deste(s) ponto(s). Essas regiões sofrem variações de 
temperatura e, eventualmente, podem submeter os insumos a temperatura negativa, 
comprometendo as características certificadas pelo laboratório produtor. 
• NÃO ARMAZENAR imunobiológicos no compartimento inferior (local da gaveta) desses 
equipamentos domésticos. 
• Estabelecer rotina de manuseio das vacinas armazenadas, evitando abertura frequente das 
portas, no máximo duas vezes ao dia. 
• Utilizar termômetro de momento, máxima e mínima ou data loggers para monitoramento e 
controle da temperatura dos equipamentos, CALIBRADOS PERIODICAMENTE. 
No caso de utilização do termômetro digital, posicionar o sensor OUT do cabo extensor no 
ponto mais central da câmara interna (altura x profundidade) sem contato com os produtos ou 
partes do equipamento. NÃO COLOCAR O SENSOR DENTRO DE FRASCOS, COM OU 
SEM LIQUIDO. 
• Realizar leitura diária da temperatura e registrar, ao iniciar a rotina (antes da primeira 
abertura da porta do refrigerador) e ao final do expediente (após o último fechamento da 
porta). 
• Organizar bobinas reutilizáveis no congelador e garrafas de água com corante no 
compartimento inferior para formar massa térmica, para promover a recuperação mais rápida 
da temperatura. 
• Estabelecer procedimento da qualidade para análise diária e semanal das temperaturas 
registradas no mapa de controle de temperatura para acompanhamento e constatação de 
flutuações que possam submeter o imunobiológico a situações críticas. 
• Implantar rotina para verificação do fechamento das portas dos equipamentos de 
refrigeração ao final do expediente. 
• Realizar procedimentos de manutenção periódica preditiva, preventiva e corretiva. 
 
NÃO É PERMITIDO O USO DE REFRIGERADOR TIPO FRIGOBAR para o 
armazenamento de imunobiológicos, pois não tem efetividade do rendimento e a espessura do 
isolamento das paredes facilita a troca de calor com o meio externo. 
 
 
149 
AMBIENTAÇÃO DAS BOBINAS REUTILIZÁVEIS 
São insumos importantes para a conservação dos imunobiológicos nas caixas térmicas. 
Para a utilização deste insumo, o vacinador deve certificar-se da temperatura antes de 
proceder a organização da caixa térmica. Para tanto, e necessária a ambientação das bobinas 
reutilizáveis conforme descrito a seguir: 
• Retire as bobinas reutilizáveis do freezer e coloque-as sobre a pia ou a bancada ate que 
desapareça a “nevoa” que normalmente cobre a superfície externa da bobina congelada. 
• Simultaneamente, coloque sob uma das bobinas o sensor de um termômetro de cabo 
extensor, para indicação de quando elas terão alcançado a temperatura mínima de 0 ºC. 
• Após o desaparecimento da “névoa” e a confirmação da temperatura aproximadamente 
+1ºC), coloque-as nas caixas térmicas. 
• Mensure a temperatura interna da caixa por meio do termômetro de cabo extensor (entre 
+2ºC e +8ºC, sendo ideal +5ºC) antes de colocar as vacinas em seu interior. 
 
CAIXAS TÉRMICAS 
Utilizadas para o acondicionamento de imunobiológicos de uso diário na sala de 
vacinação, para vacinação extramuros ou quando se realiza a limpeza do equipamento de 
refrigeração, as caixas térmicas de poliuretano ou poliestireno expandido devem atender as 
características mínimas de fabricação para o isolamento e a manutenção da temperatura 
adequada para o armazenamentodos imunobiológicos. 
A capacidade da caixa térmica em litros (de qualquer modelo) precisa ser adequada a 
quantidade de imunobiológicos que devem ser acondicionados, assim como a quantidade de 
bobinas utilizadas para a conservação. 
O PNI recomenda a substituição das caixas térmicas de poliestireno expandido, utilizadas nas 
atividades da sala de vacinação e extramuros, por caixas de poliuretano, devido a sua 
durabilidade e a facilidade de higienização. 
Outras orientações técnicas relativas as caixas térmicas poderão ser obtidas no Manual de 
Rede de Frio (2017). 
 
NOTA: 
• Sob nenhuma hipótese utilize caixas danificadas ou com paredes de espessura fina, já que 
elas não terão a resistência suficiente às atividades e não manterão a temperatura adequada. 
 
MANEJO DAS CAIXAS TÉRMICAS DE USO DIÁRIO 
Na sala de vacinação, recomenda-se o uso de caixa térmica de poliuretano com 
capacidade mínima de 12 litros. Para a sua organização, proceda conforme o descrito a seguir: 
• Coloque as bobinas reutilizáveis ambientadas (0ºC) nas laterais internas da caixa. 
• Posicione o sensor do termômetro no centro da caixa, monitorando a temperatura ate atingir 
o mínimo de +1ºC. 
• Acomode os imunobiológicos no centro da caixa em recipientes plásticos, para melhor 
organização e identificação. 
• Monitore continuamente a temperatura. 
• Troque as bobinas reutilizáveis sempre que isso for necessário. 
• Mantenha a caixa térmica fora do alcance da luz solar direta e distante de fontes de calor. 
• Retorne as bobinas para congelamento após o uso. 
• Lave com sabão neutro ou sabão de coco, e seque cuidadosamente as caixas, mantendo-as 
abertas até que estejam completamente secas. 
• Guarde-as abertas e em local ventilado. 
 
 
 
 
150 
MANEJO DAS CAIXAS TÉRMICAS PARA ATIVIDADES EXTRAMUROS 
É indispensável caracterizar a população para definir a quantidade de vacinas que 
devem ser transportadas e o número de caixas térmicas e de bobinas reutilizáveis. 
Recomenda-se que sejam utilizadas no mínimo três caixas, uma para o estoque de vacinas, 
outra para bobinas e outra para as vacinas em uso. 
Para a organização dessas caixas, siga estas orientações: 
• Ambiente as bobinas reutilizáveis em quantidade suficiente. 
• Disponha as bobinas no fundo e nas laterais internas da caixa. 
• Posicione o sensor do termômetro no centro da caixa térmica, monitorando a temperatura ate 
atingir o mínimo de +1ºC. 
• Organize os imunobiológicos em recipientes plásticos e acomode-os no interior da caixa de 
maneira segura para que não fiquem soltos nem sofram impactos mecânicos durante o 
deslocamento. 
• Posicione o sensor do termômetro no centro da carga organizada, garantindo a medição de 
temperatura precisa dos imunobiológicos, para monitoramento da temperatura ao longo do 
deslocamento. 
• Disponha as bobinas reutilizáveis cobrindo os imunobiológicos. 
• Lacre as caixas com fita adesiva e identifique-as externamente. 
• Monitore a temperatura durante o deslocamento. 
 
Nota: • O uso de gelo em barra ou escama não é recomendado. 
 
LIMPEZA DO REFRIGERADOR DOMÉSTICO 
A limpeza do refrigerador deve ser feita a cada 15 dias ou quando a camada de gelo do 
congelador atingir 0,5 cm. Antes de proceder a limpeza propriamente dita, adote as seguintes 
providências: 
• Prepare as caixas térmicas para acondicionar os imunobiológicos que estão no refrigerador. 
• Espere o tempo necessário (mais ou menos 30 minutos) ate que o ambiente interno da caixa 
térmica esteja na temperatura recomendada, ou seja, entre +2ºC a +8ºC (o ideal e +5ºC). 
• Transfira os imunobiológicos para a caixa térmica apos a ambientação, vedando-a com fita 
adesiva larga. 
Depois de remanejar os imunobiológicos para a caixa térmica, proceda a limpeza do 
refrigerador, adotando os seguintes procedimentos: 
• Registre no formulário de controle de temperatura o horário de desligamento do 
refrigerador. 
• Desligue a tomada e abra as portas do refrigerador e do congelador. 
• Espere ate que todo o gelo aderido se desprenda das paredes do congelador sem utilizar faca 
ou outro objeto pontiagudo para a remoção do gelo. 
• Não mexa no termostato para não alterar o padrão de temperatura. 
• Limpe as áreas externa e interna do refrigerador usando um pano umedecido em solução de 
água com sabão neutro ou sabão de coco. 
 
NOTAS: 
• Não jogue água no interior do refrigerador. 
• Limpe a parte posterior do refrigerador (grade e motor) com pano umedecido e enxugue a 
com pano seco. 
• Enxugue as áreas externa e interna com um pano limpo e seco. 
Depois de limpar o refrigerador, arrume o equipamento procedendo da seguinte forma: 
• Ligue o refrigerador. 
• Recoloque o termômetro, as garrafas com água e corante e as bobinas reutilizáveis. 
• Mantenha as portas fechadas por um período de uma a duas horas. 
 
151 
• Verifique, apos esse período, se a temperatura interna está entre +2ºC e +8ºC (o ideal é 
+5ºC). 
 
CUIDADOS COM IMUNOBIOLÓGICOS QUE APRESENTAM DESVIO DE 
QUALIDADE 
Quando houver suspeita ou constatação de que um determinado imunobiológico foi 
submetido a condições que provoquem desvio na sua qualidade (por exemplo: acondicionado 
ou mantido fora dos padrões de temperatura preconizados), o trabalhador deve: 
1. Comunicar a ocorrência ao responsável técnico pelo serviço de vacinação; 
2. Identificar, separar e armazenar o produto em condições adequadas da cadeia de 
frio; 
3. Preencher formulário de alterações diversas (desvio de qualidade); 
4. Encaminhá-lo a coordenação Municipal de imunizações. 
 
IMPORTANTE: Os estabelecimentos de saúde estão sujeitos a fiscalização da 
Vigilância Sanitária segundo ritos normativos constantes da Lei Estadual nº 16.140/2007 e 
Lei Federal nº 6.437/1977. 
 
PROCEDIMENTOS PARA ADMINISTRAÇÃO DE VACINAS, SOROS E 
IMUNOGLOBULINAS 
Ao utilizar vacinas, soros e imunoglobulinas, o vacinador deve levar em conta 
aspectos específicos relacionados: à composição, apresentação, via de administração e 
regiões anatômicas para a sua administração, ao número de doses, ao intervalo entre as doses, 
à idade recomendada, à conservação e à validade. 
1. Higiene das mãos A higiene das mão é realizada antes e depois de: 
 Manusear os materiais, as vacinas, os soros e as imunoglobulinas; 
 Administrar cada vacina, soro e imunoglobulina; 
 Executar qualquer atividade na sala de vacinação. 
2. Procedimentos na utilização de seringas e agulhas. 
 Guarde as seringas e agulhas descartáveis na embalagem original e em local limpo e 
seco, de preferência em armário fechado; 
 Após o uso, as agulhas não devem ser recapadas ou entortadas nem retiradas 
manualmente; 
 As seringas e agulhas devem ser descartadas em caixas coletoras de materiais 
perfuro cortantes; 
 Quando a caixa coletora de material perfuro cortante atingir a capacidade máxima de 
armazenamento, ela deve ser fechada e enviada para a coleta de lixo hospitalar; 
 Seringas e agulhas com dispositivo de segurança também devem ser descartadas na 
caixa coletora de material perfuro cortante. 
 
PROCEDIMENTO PARA RECONSTITUIÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICOS 
 Após a abertura, a solução deve ser mantida no frasco da vacina. A dose deve ser aspirada 
somente no momento da administração; 
 Nunca deixe seringas preenchidas (previamente preparadas) armazenadas na caixa térmica 
de uso diário da sala de vacinação. 
 É necessário homogeneizar o conteúdo realizando um movimento rotativo do frasco em 
sentido único, sem produzir espuma. 
 Proibido deixar agulha no frasco após aspirar a dose. 
 Após aspirar a dose do frasco, não há necessidade de trocar agulha para administrar a 
vacina. Exceto para a vacina tetra viral que vem com duas agulhas específicas uma para 
aspirar e outra para administrar a vacina. 
 
 
152 
VIAS DE ADMINISTRAÇÃO 
Os imunobiológicos são produtos seguros, eficazes e bastante

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