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5ºAula
Variação linguística
Caro(a) aluno(a), 
Estamos iniciando a nossa quinta aula, em que, como 
tema central, temos a variação da linguagem enquanto 
instrumento de interação social.
Assim, nos acompanhem nesse contexto linguístico 
presente neste conteúdo que contempla as variações da 
linguagem em uso.
Que tal!? Disposto a começar?
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando 
as seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho! 
Boa aula!
objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de: 
 
• compreender a amplitude do processo de comunicação;
• entender e reconhecer que na língua há várias formas de se comunicar.
34Português Instrumental
1 - A linguagem e suas particularidades sociais e regionais. 
2 - As variedades linguísticas. 
Seções de estudo
1 - a linguagem e suas particularidades 
sociais e regionais
Para potencializar sua aprendizagem sobre os 
conteúdos que estudaremos nesta aula, sugerimos que:
a) leia despreocupadamente o conteúdo a ser estudado;
b) releia o conteúdo sublinhando, ou seja, aquele que 
você considerar mais relevante no texto;
c) faça um questionário sobre o que foi lido;
d) sempre que possível, elabore gráficos, esquemas ou 
mapas mentais sobre o material estudado.
Boa aula!
Saussure, que consagrou a sua vida a estudar a língua, partiu 
precisamente do princípio de que a língua não era o único sistema 
de signos que exprima ideias do qual nos servimos para comunicar. 
imaginou, por isso, a semiologia como uma ciência geral dos signos 
(12), inventar, e no seio da qual a linguística, o estudo sistemático da 
língua, teria a primazia e exerceria o seu domínio. Saussure dedicou-
se, portanto, a isolar as unidades constitutivas da língua: primeiro os 
sons ou fonemas, desprovidos de sentido, depois as unidades mínimas 
de significação: os monemas (muito grosseiramente, o equivalente da 
palavra) ou signos linguísticos. Ao estudar em seguida a natureza do 
signo linguístico, Saussure descreveu-a como uma entidade psíquica 
com duas faces indissociáveis, ligando um significante (os sons) a um 
significado (o conceito): o conjunto de sons árvore está ligado não à 
arvore real que pode estar diante de mim, mas sim ao conceito de 
árvore, utensílio intelectual que construí graças à minha experiência.
Entidade que Saussure representou sob a forma do bem conhecido 
diagrama:
Sd
St
A especificidade da relação, na língua, entre os sons e o sentido, ou 
entre o significante e o significado foi de seguida declarada arbitrária 
(ou seja, convencional) por oposição a uma relação dita motivada por 
possuir justificações naturais, como a analogia ou a contiguidade: 
explica Saussure: a ideia de irmã não está ligada por qualquer 
relação interior com a sequência de sons irmã, ao passo que um 
retrato desenhado ou pintado, este sim, será um signo motivado pela 
semelhança – uma pegada ou uma mão –, pela contiguidade física que 
constitui a sua casualidade. Saussure dedicou-se também a descrever 
a forma dos signos linguísticos (a sua morfologia) e as grandes regras de 
funcionamento da linguagem. Estabeleceu princípios metodológicos 
tais como os de oposição, de comutação ou de permutação; em 
suma, inaugurou uma abordagem de tal maneira nova e forte que ele 
próprio anunciou: a língua, o mais complexo e mais vasto dos sistemas 
de expressão, é também o mais característico de todos; neste sentido, 
a linguística pode tornar-se modelo geral de toda a semiologia, se bem 
que a língua seja apenas um sistema particular (apud JOLY, 1994, 32).
Vamos iniciar nossos estudos com uma reflexão!
A Carta de Pero Vaz de Caminha possui um trecho em 
que ele se refere ao seu primeiro encontro com os índios: 
O capitão, quando eles vieram, estava assentado 
em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por 
estrado, e bem vestido, com um colar d’ouro 
mui grande ao pescoço. [...] Um deles pôs olho 
no colar do capitão e começou d’acenar com a 
mão para a terra e depois para o colar, como 
que nos dizia que havia em terra ouro [...]. 
Curiosidade
A carta de Caminha é o primeiro texto sobre o Brasil. Não apresenta 
intenções artísticas, mas é muito significativa por registrar as condições 
de vida dos primeiros colonizadores e habitantes da terra descoberta. 
Ela não só informa as características dessa terra, como mostra a visão 
de mundo dos portugueses, apresentando a cultura dos índios por 
oposição à dos europeus (ACD-UFRJ, 2014).
Se tomarmos como referência a história de nosso país, 
certamente concluiremos que o Brasil é, sem dúvida, o país mais 
pluralizado do mundo. Além do grande número de culturas 
estrangeiras que já fazem parte do cotidiano do brasileiro, 
temos ainda peculiaridades do próprio país que incrivelmente 
variam de acordo com a região.
Para entender melhor sobre o que estamos falando, vamos 
ver se você consegue decifrar o ‘causo’ do ‘mineirim’ que segue. 
Figura 5.1 A linguagem e suas variações – o causo mineiro.
FOnTE: guiBLOgaDO. Causo mineiro. Disponível em: http://guiblogado.
blogspot.com.br/2009/11/dicionario-mineiro.html. acesso em: 15 jul. 2012.
Veja como a linguagem é interessante, pois ela é o que nos 
diferencia dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade 
de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa 
opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, 
e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
E, dentre os fatores que a ela se relacionam, destacam-se 
os níveis da fala, que são basicamente o nível de formalidade e 
o de informalidade: 
35
2 - As variedades linguísticas
O padrão formal está diretamente ligado à 
linguagem escrita, restringindo-se às normas 
gramaticais de um modo geral. Razão pela 
qual nunca escrevemos da mesma maneira que 
falamos. Este fator foi determinante para a que 
a mesma pudesse exercer total soberania sobre 
as demais. 
Quanto ao nível informal, este por sua vez 
representa o estilo considerado “de menor 
prestígio”, e isto tem gerado controvérsias 
entre os estudos da língua, uma vez que para 
a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve 
de maneira errônea é considerada “inculta”, 
tornando-se desta forma um estigma (BRASIL 
ESCOLA, 2014). 
É válido ressaltar que, compondo o quadro do padrão 
informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, 
as quais representam as variações de acordo com as condições 
sociais, culturais, regionais e históricas em que são utilizadas. 
É muito importante que se dedique em continuar aprendendo, por 
meio de pesquisas, todos os conteúdos estudados nesta seção, uma vez 
que eles serão fundamentais para sua formação acadêmica e atuação 
profissional, além de serem objetos de referência para a realização de 
atividades e avaliações. 
Agora, vamos continuar nossa caminhada rumo ao saber, estudando as 
variações linguísticas. 
Vejamos agora algumas das variações linguísticas 
recorrentes no dia a dia. Dentre elas destacam-se as tratadas 
nos subtópicos a seguir!
2.1 Variações Históricas
Para entender as variações linguísticas históricas, vamos 
ler a citação a seguir: 
Dado o dinamismo que a língua apresenta, 
a mesma sofre transformações ao longo do 
tempo. Um exemplo bastante representativo 
é a questão da ortografia, se levarmos em 
consideração a palavra farmácia, uma vez que a 
mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à 
linguagem dos internautas, a qual fundamenta-
se pela supressão do vocábulos. (BRSIL 
ESCOLA, 2012). 
Analisemos, pois, o fragmento exposto:
Antigamente 
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas 
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, 
em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-
alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio 
(Carlos Drummond de Andrade apud BRASIL ESCOLA, 2012). 
Note que, se compararmos com a modernidade, o vocabulário 
utilizado neste excerto pode parecer antiquado. Outro exemplo 
significativo está em pensarmos nas variaçõeslinguísticas em três 
tipos de textos: jornalístico, empresarial e literário. 
Segue:
Texto jornalístico Texto literário Texto empresarial
Informação Emoção ação
A conferência das 
Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, ou ECO-
92, que teve lugar no Brasil, 
em junho de 1992, deu 
novo impulso às questões 
relacionadas com a 
Amazônia.
Noite de São João
Noite de São João para além do 
muro do meu quintal.
Do lado de cá, eu sem noite de 
S. João.
Porque há S. João onde o 
festejam. 
Para mim há uma sombra de luz 
de fogueiras na noite, um ruído 
de gargalhadas, os baques dos 
saltos.
E um grito casual de quem não 
sabe que eu existo.
Pessoal,
Solicito estarem com o 
relatório das atividades 
trimestrais prontos até 
o dia 3 de abril.
nesta data, enviem 
ao gerente de Ti para 
que ele os consolide e 
providencie as ações 
necessárias.
atenciosamente,
Carina Ert.
Fonte: (gold, 2010, p.6). 
2.2 Variações Regionais
Segundo pressupostos descritos no site Brasil Escola 
(2012), as variações regionais são os chamados dialetos, que 
são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. 
Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em 
certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: 
macaxeira e aipim. Integrando também esta modalidade 
estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem 
(BRASIL ESCOLA, 2012). 
2.3 Variações sociais ou culturais
As variações sociais ou culturais estão diretamente ligadas 
aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau 
de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, 
citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. 
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos 
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre 
outros.
Já os jargões estão relacionados ao profissionalismo, 
caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, 
podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área 
de informática, dentre outros (BRASIL ESCOLA, 2012). 
Os jargões técnicos são maneiras características e específicas 
de um determinado grupo se comunicar. Observa-se:
Exemplo:
Visando ajudar os órgãos no entendimento da circular 4.522/95, 
esclarecemos que, no âmbito interno, há uma delegação subentendida 
da direção da Companhia aos superintendentes de órgãos e chefes 
de serviço, pela tabela de limite de competência, para definirem que 
contratos devem ter prosseguimento nas bases pactuadas e quais 
deverão ser objeto de reavaliação.
Resposta mais adequada:
Visando ajudar os órgãos no entendimento da circular 4.522/95, 
informamos que a Tabela de Limite de Competência em vigor na 
Companhia é válida para estabelecer quais contratos devem prosseguir 
nas bases pactuadas e quais deverão ser objeto de reavaliação.
Fonte: gold, 2010, p.28.
Agora que conhecemos sucintamente as variações da 
linguagem, vamos retomar o causo do mineirinho, citado 
como exemplo na seção anterior:
36Português Instrumental
retomando a aula
Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar 
a nossa quinta aula, vamos recordar os temas que 
foram abordados:
Causo de mineirinho
Sapassado, era sessetembro, taveu na cozinha 
tomano uma picumel e cuzinhano um kidicarne 
cumastumate pra fazer uma macarronada cum 
galinhassada. Quascaí desusto quanduvi um 
barui vindedenduforno, parecenum tidiguerra. 
A receita mandopô midipipocadenda galinha 
prassá. O forno isquentô, o mistorô e o 
fiofó da galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei 
branco quineim um lidileite. Foi um trem 
doidimais! Quascaí dendapia! Fiquei sem sabê 
dondecovim, proncovô, oncontô. Oiprocevê 
quelocura! Grazadeus ninguém semaxucô! 
(CIDADE INTERNET, 2014).
Considerando os conteúdos que estudamos até o 
momento, sugerimos que procure responder mentalmente às 
seguintes indagações (BLOGSPOT, 2012):
a) Os textos apresentam aspectos interessantes de 
variação linguística. Que dialeto é utilizado para construir o 
texto?
b) Observando a escrita de certas palavras do texto, 
deduza: O que caracteriza esse dialeto?
c) Também é possível observar no texto variações de 
registro, especialmente quanto ao modo de expressão. O texto 
apresenta marcas da linguagem escrita ou da linguagem oral? Dê 
exemplos que justifiquem sua resposta.
Saber Mais
Para rever e acessar a outros exercícios como o disponibilizado 
nesta aula, é importante que acesse o site: BLOGSPOT. Aulas 
de língua portuguesa e literatura. Disponível em: http://
aulasdelinguaportuguesaeliteratura.blogspot.com.br/2011/03/
atividade-1-variacoes-linguisticas.html. Acesso em 24 jul. 2012.
1 - A linguagem e suas particularidades sociais e 
regionais. 
O Brasil é, sem dúvida, o país mais pluralizado do 
mundo. Além do grande número de culturas estrangeiras 
que já fazem parte do cotidiano do brasileiro, temos ainda 
peculiaridades de regiões do próprio país que incrivelmente 
variam de acordo com a região, denominadas de variações 
linguísticas.
2 - As variedades linguísticas.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, 
estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam 
as variações de acordo com as condições sociais, culturais, 
regionais e históricas em que são utilizadas. 
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutor). A 
busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos 
(Colaborador). A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001.
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
ACD-UFRJ. Tema 1 – propostas. Disponível em: http://
acd.ufrj.br/~pead/tema01/propostas.html. Acesso em: 3 
maio 2014. 
BLOGSPOT. Aulas de língua portuguesa e literatura. 
Disponível em: http://aulasdelinguaportuguesaeliteratura.
blogspot.com.br/2011/03/atividade-1-variacoes-
linguisticas.html. Acesso em 24 jul. 2012.
BRASIL ESCOLA. Variações linguísticas. Disponível 
em: http://www.brasilescola.com/gramatica/variacoes-
linguisticas.htm. Acesso em: 15 jul. 2014.de julho, às 20 horas
CIDADE INTERNET. Mensagens engraçadas. Disponível 
em: http//bacaninha.cidadeinternet.com.br/home/
mensagens/engraçadas. Acesso em: 3 maio 2014.
GUIBLOGADO. Causo mineiro. Disponível em: http://
guiblogado.blogspot.com.br/2009/11/dicionario-mineiro.
html. Acesso em: 15 jul. 2012.
PARTES. Teorias, signos e reflexão. Disponível em: http://
www.partes.com.br/ed39/teoriasignosreflexaoed39.htm. 
Acesso em: 3 maio 2014.
SEMIÓTICA BLOGSPOT. Como se definem os 
signos. Disponível em: http://semioticacom102.blogspot.
com/2008/10/como-se-definem-os-signos-2-signo.html. 
Acesso em: 3 maio 2014. Acesso em: 3 maio 2014.
UNISUL. Linguagem. Disponível em: http://www3.
unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/0102/05.htm. 
Acesso em: 3 maio 2014.
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