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D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 1 www.pontodosconcursos.com.br AULA 1 Finanças Públicas para AFRF Futuros (as) Auditores (as), Damos início hoje a nossa primeira aula de Finanças Públicas direcionada para a prova de AFRFB. O tema que trataremos hoje se refere às noções iniciais que norteiam a imposição do ônus da tributação. Voltaremos aos conceitos básicos dispostos na aula demonstrativa e continuaremos a nossa análise por meio do estudo detalhado dos princípios teóricos da tributação. Se pudéssemos, desde já, a darmos “chutes” quanto aos assuntos presentes nas questões da prova, diria que é perto de 90% a probabilidade de que caia um questão que aborde os princípios teóricos. Sendo assim peço a todos vocês que tenham bastante atenção ao desenvolvimento da matéria, de forma a já garantirmos nesta primeira aula o acerto de uma questão de Finanças Públicas. Vamos em frente então. Um abraço a todos e uma ótima aula. Francisco D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 2 www.pontodosconcursos.com.br Definição das Finanças Públicas, seus objetivos, metas e abrangências Podemos nos valer das palavras de um dos mais importantes estudiosos das finanças públicas para assim defini-la: De acordo com Musgrave1, “Finanças Públicas é a terminologia que tem sido tradicionalmente aplicada ao conjunto de problemas da política econômica que envolvem o uso de medidas de tributação e de dispêndios públicos”. Esta definição baseia-se no fato de que a necessidade da atuação econômica do poder público prende-se na constatação de que a simples existência do sistema de mercado (consumidores versus produtores) não consegue cumprir adequadamente algumas tarefas e funções que visam o bem-estar da população. A maneira pela qual o Estado intervém no processo econômico é dependente da série de instrumentos pela qual este dispõe, inclusive em termos do financiamento de suas atividades. Sendo assim, podemos dizer que o estudo das Finanças Públicas abrange a emissão de moeda e títulos públicos, a captação de recursos pelo Estado, sua gestão e seu gasto, para atender às necessidades da coletividade e do próprio Estado. Na captação dos recursos são estudadas as diversas formas de receitas, obtidas em decorrência do patrimônio do Estado, do seu endividamento ou por força do seu poder tributário. Uma vez captados os recursos impõe-se a sua administração até o efetivo dispêndio. As fontes geradoras de receitas são a tributação, classificada como receita derivada do poder coercitivo do Estado e o endividamento público, representado pela emissão e resgate de títulos da dívida pública. A capacidade do Estado de tomar empréstimos está substancialmente determinada pelo potencial de recursos compulsórios que, ano a ano, ele tem 1 MUSGRAVE, R. A. Teoria das Finanças Públicas. São Paulo. Atlas, 1974. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 3 www.pontodosconcursos.com.br condições de mobilizar da sociedade. Deste ponto ressalta-se o porque da tributação constituir um dos principais condicionantes do endividamento público. Veremos no decorrer das aulas que as receitas utilizadas para aplicação nas chamadas despesas públicas não são somente as tributárias, assim também chamada de receitas derivadas, mas também as chamadas receitas originárias, aquelas associadas à exploração do patrimônio do Estado, como o próprio endividamento público. Funções do Governo Conforme verificamos anteriormente, o Estado necessita financiar sua atividade intervencionista na sociedade. Essa atuação é devida à existência do que agora denominamos de “Falhas de Mercado”, situação na qual a simples interação entre consumidores e produtores não leva a melhor alocação possível dos recursos econômicos. Trata-se pois de mais um dos fundamentos no qual o próprio Estado se utiliza para arrecadar recursos visando direcionar a sua ação as funções básicas por ele exercidas, assim denominadas como funções alocativa, distributiva e função estabilizadora. Função Alocativa A função alocativa é aquela que atribui ao Estado a responsabilidade pela alocação dos recursos existentes na economia quando, pela livre iniciativa de mercado, isto não ocorrer. Um bom exemplo da função alocativa é representado pela iniciativa do Estado em realizar obras que trarão grandes benefícios à população. Um caso polêmico, mas revestido da função básica de alocação dos recursos pelo Estado é a transposição do Rio São Francisco, que mesmo podendo trazer custos ambientais e sociais negativos para parte da população do Sertão Nordestino, resultará em um significativo aumento do bem-estar da própria população, levando água, saúde e riqueza a uma região bastante castigada pela seca. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 4 www.pontodosconcursos.com.br Função Distributiva A função distributiva é representada de fato pela melhoria na chamada distribuição da renda gerada na economia. Políticas de tributação progressiva da renda com a conseqüente adoção por parte do governo de políticas como o programa Bolsa Família, representam claramente uma política distributiva do governo, retirando, a princípio, daqueles que ganham mais e repassando-os àqueles que ganham menos. Função Estabilizadora A função estabilizadora visa manter constante o nível de preços e estimular a geração de renda e emprego. A função é exercida através do controle da demanda agregada (quantidade de bens e serviços consumidos na economia), seja por meio de estímulos ao crescimento da renda, seja pelo adequado controle dos níveis de déficit e dívida pública do país. Realiza ainda o controle da oferta de moeda na economia, uma vez que este é o principal instrumento de estímulo da demanda agregada via disseminação do crédito. Adendo: A função reguladora Com a o processo de desestatização implementado pelo Estado brasileiro no fim dos anos 70 e intensificado a parti dos anos 90, surgiu a necessidade a que este mesmo Estado passasse a controlar as atividades em que antes este atuava diretamente, constituindo para isso uma série de Agências Reguladoras que passaram a ter como missão a regulação dos serviços públicos concedidos à iniciativa privada, nos moldes dos regimes de concessão de rodovias, portos, distribuição de energia elétrica e telefonia. Vejamos agora a resolução de algumas questões cobradas nos últimos certames em que este matéria foi cobrada de forma explícita, inclusive pela ESAF. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 5 www.pontodosconcursos.com.br (AFC/STN – ESAF/2008) A aplicação das diversas políticas econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos, compreende aseguinte função do Governo: a) Função Estabilizadora. b) Função Distributiva. c) Função Monetária. d) Função Desenvolvimentista. e) Função Alocativa. Resposta: O conceito de políticas econômicas está estritamente associado ao uso das políticas fiscal ou monetária. No caso da política fiscal, esta visa estimular o crescimento da renda e do emprego por meio de estímulos à demanda agregada, especialmente por meio ou do aumento dos gastos governamentais ou pela redução da tributação, nos moldes do atualmente realizado pelo governo com a redução do IPI sobre diversos bens industrializados. No caso da política monetária o estímulo se dá pelo aumento da quantidade de moeda (crédito) em circulação, permitindo a população o uso destes recursos para realizar a compra de bens e serviços. A partir destes conceitos podemos concluir que a função destacada a partir do enunciado da questão refere-se à função estabilizadora. Gabarito: letra “a”. (APO/Séc. Plan./Econ./SP – ESAF/2009) A atuação do governo na economia tem como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação pode se dar das seguintes formas, exceto: D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 6 www.pontodosconcursos.com.br a) complemento da iniciativa privada. b) compra de bens e serviços do setor público. c) atuação sobre a formação de preços. d) fornecimento de bens e de serviços públicos. e) compra de bens e serviços do setor privado. Resposta: Essa questão a princípio para ser pouco objetiva em termos das respostas disponíveis, uma vez que algumas assertivas visam mais confundir o candidato do que ajudá-lo a resolver a questão proposta. Vejamos a análise de cada uma das assertivas: a) O complemento da iniciativa privada pode estar ligado, por exemplo, à participação do governo no processo de melhoria no processo produtivo implementado por determinada empresa. Ex: A implantação de um pólo produtivo, em região pouco explorada economicamente, imputa ao Estado a necessidade de complementar, em termos de infra-estrutura, a atividade privada. A construção de uma rodovia/ferrovia para escoamento da produção pode ser considerada como um atendimento por parte do governo dentro da sua função alocativa. Opção correta b) A compra de bens e serviços do setor público não gera resultados em termos de estímulo à atividade econômica uma vez que a própria ação do gasto fica restrita à atividade estatal. Uma segunda questão é o fato de que a participação do Estado no processo econômico visa estimular a maior interação entre consumidores e produtores, o que, a princípio, não ocorreria na situação em análise. Opção Incorreta – gabarito c) O processo de atuação sobre a formação de preços está diretamente ligado a mais nova função governamental, qual seja a função reguladora. Nesta assertiva o termo “formação de preços” parece não estar associado à subida ou queda de D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 7 www.pontodosconcursos.com.br preços devido ao problema inflacionário mas sim a formação de preços a partir das chamadas estruturas de mercado, tais como o monopólio, o oligopólio e outras. Adicionalmente, esta intervenção pode ainda estar relacionada a participação das chamadas agências reguladoras na formação dos preços que remunerarão a atividade exploratória concedida a iniciativa privada. Opção correta d) O fornecimento de bens e serviços públicos pode ser entendido como o oferecimento pelo Estado daquelas atividades associadas a própria existência de uma sociedade organizada, tais como justiça, educação, serviço policial e forças armadas. Opção correta e) A compra de bens e serviços do setor privado é a própria caracterização de uma política fiscal expansionista, na qual o Estado se utiliza dos recursos captados da sociedade por meio de tributos para realizar o aumento de gastos públicos, o que tende a estimular a demanda agregada, gerando impactos positivos sobre a renda e o emprego. Opção correta A série de funções imputadas ao Estado justificam a existência do que definimos como Falhas de Mercado, situação na qual existe a ineficiente alocação dos recursos econômicos. Falhas de Mercado Podemos interpretar como “falha” tudo aquilo que acontece de modo ineficiente. No mesmo sentido, podemos interpretar “mercado” como o sendo o local onde indivíduos e empresas transacionam bens e serviços com o objetivo de atingir, respectivamente, o maior bem-estar possível, derivado da sua renda de trabalhador, e a maximização do lucro, obtido pela produção e venda dos mesmos bens e serviços. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 8 www.pontodosconcursos.com.br Temos a seguinte definição dada pela Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE) para as Falhas de Mercado: "Pode ser definida como a incapacidade de o mercado levar o processo econômico a uma situação social ótima. Um aspecto importante disto é que se deixa de incluir, nos custos e nos preços, os efeitos externos (externalidades) ou a redução dos lucros de outros agentes que não aqueles diretamente envolvidos nas transações de mercado e atividades afins. Com relação aos bens e serviços ambientais, podem-se destacar as externalidades referentes à poluição, à exploração dos recursos e à degradação de ecossistemas. Assim, as falhas de mercado impedem o mercado de alocar os recursos no mais alto interesse da sociedade" (OECD, 1994). As Falhas de Mercado são representadas por toda alocação ineficiente de recursos econômicos, derivada das transações ocorridas entre todos os componentes da sociedade. Assim sendo, como este deveria intervir na economia de forma a evitar distorções prejudiciais a consumidores e produtores? A chamada teoria do bem- estar econômico, conhecida como welfare economics, afirma que os mercados perfeitamente competitivos, sem interferência governamental, promovem a alocação eficiente de recursos entre os agentes econômicos, de tal maneira que é impossível melhorar a situação de um indivíduo sem piorar a de outro. Trata-se do conceito chamado “Ótimo de Pareto”. A grande questão no entanto é que a definição da situação de “Ótimo de Pareto” é dificilmente alcançada, devida a própria existência das Falhas de Mercado. Estas são divididas em: a) Poder de Mercado; b) Bens Públicos; c) Externalidades; d) Assimetria de Informações; e) Monopólios Naturais; f) Mercados Incompletos; g) Desemprego e Inflação; D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 9 www.pontodosconcursos.com.br h) Riscos Pesados. Poder de Mercado O poder de mercado pode ser interpretado com a posição dominante exercida por uma empresa ou grupo destas em um determinado mercado, seja ele de bens ou de serviços. De forma a sermos mais claro em termos do significado de poder de mercado, podemos citar a posição exercida pela Microsoft no que se refere à produção e venda de softwares (sistema operacional, aplicativos) utilizados em computadores.A concentração nas mãos de uma única empresa tende a diminuir a capacidade de barganha dos consumidores, impactando diretamente no bem-estar da sociedade. O poder exercido por uma única empresa não é, por si só, a caracterização de poder de mercado em termos de prejuízos à sociedade. Torna-se necessário considerar o mercado em que determinada empresa ou grupo de empresas atua, e assim estabelecer a forma de atuação, em termos de regulação, a que as empresas estarão obrigadas a seguir. A definição do poder de mercado pode ser retirada a partir da definição dada pelo departamento de justiça americano, fazendo assim uma relação com o caso Microsoft: “Um mercado é definido como um produto ou um grupo de produtos e uma área geográfica na qual ele é produzido ou vendido tal que uma hipotética firma maximizadora de lucros, não sujeita a regulação de preços, que seja o único produtor ou vendedor, presente ou futuro, daqueles produtos naquela área, poderia provavelmente impor pelo menos um ‘pequeno mas significativo e não transitório’ aumento no preço, supondo que as condições de venda de todos os outros produtos se mantêm constantes. Um mercado relevante é um grupo de produtos e uma área geográfica que não excedem o necessário para satisfazer tal teste”. A definição acima envolve o possível efeito anticompetitivo, expresso em termos de poder de mercado sobre os preços, derivados de operações que D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 10 www.pontodosconcursos.com.br acarretem aumento de concentração econômica, ou de condutas praticadas por empresas presumidamente detentoras de tal poder, em mercados que são economicamente significativos. A intervenção governamental deve buscar inibir a formação de estruturas de mercado que eliminem o poder de barganha da população consumidora. Ressalta- se que na se trata de inibir a geração de lucros por estas atividades produtivas, até porque se assim fosse, não haveria estímulos por estas empresas em oferecer bens e serviços. A regulação interposta pelo governo, com vistas à correção desta falha de mercado, deve objetivar a geração de lucros considerada normal para a atividade produtiva, de forma que o Estado exerça o seu papel de gerador de bem-estar econômico a toda a sociedade, via o atendimento de suas funções alocativa, distributiva e estabilizadora. Bens Públicos Os bens públicos são aqueles normalmente oferecidos pelo governo, tendo a caracterização de que o seu consumo por um indivíduo ou por um grupo de indivíduos não prejudica o consumo pelos demais indivíduos. Destaca-se que mesmo que alguns se beneficiem mais do que outros, todos podem desfrutar do bem. De outra forma, pode-se afirmar que os bens públicos são aqueles em que o seu consumo é indivisível ou mesmo “não rival”, dado que não existe rivalidade quanto a quem consumirá mais de um ou outro bem. São exemplos de bens públicos tangíveis (que podem ser tocados), as praças, a iluminação pública, as ruas. De bens públicos intangíveis temos a segurança pública, a justiça e a defesa nacional. Uma questão importante sobre os bens públicos é que de o seu consumo não pode estar passivo de exclusão – princípio da não-exclusão -, de tal forma que, D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 11 www.pontodosconcursos.com.br quando colocado à disposição da população de um determinado bairro o policiamento extensivo, todos serão beneficiados pela decisão governamental. A existência do princípio da não-exclusão no consumo dos bens públicos é que leva a existência das Falhas de Mercado. Isto ocorre pelo fato de que como o governo não consegue mensurar o “quantum” do bem público está sendo consumindo por cada indivíduo, ele não conseguirá repartir o ônus imposto à sociedade na forma da tributação, que é justamente a fonte de recursos para o oferecimento de bens públicos. Devido ainda ao princípio da não-exclusão, passam a existir na economia os chamados “free riders” ou também chamados de caronas, que se beneficiam dos bens públicos sem pagar nada por isso, alegando que não precisam do bem oferecido ou simplesmente por não pagarem a tributação imposta a estes. Assim sendo, podemos afirmar que, para que o mercado possa funcionar adequadamente, um dos quesitos será a validade do princípio da exclusão, podendo o consumo ser mensurado para cada um dos consumidores. Adendo: O Bem Privado (Não caracterizado como uma Falha de Mercado) Considerando as informações descritas acima, podemos conceituar o chamado bem privado, que seria aquele cujo consumo não pode ser compartilhado simultaneamente por quaisquer dois ou mais usuários, em função dos direitos de propriedade bem demarcados. De outra forma, passa a ser válido o princípio da exclusão. Um bom exemplo de um bem privado seria a contratação de uma empresa de vigilância privada que atenderia a determinado condomínio de moradores. Considerando que a segurança deve atender somente um circulo restrito de moradores, caso ocorra assaltos na redondeza do condomínio, mas sem impactos para este, de nada se poderá cobrar da empresa de vigilância. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 12 www.pontodosconcursos.com.br É aquele velho ditado, só desfruta quem paga! Bens Semi Públicos ou Meritórios Os chamados bens semi-públicos são aqueles bens que possuem associados a si o princípio da exclusão. Nas palavras de Viceconti e Neves (2007, pág. 412) encontramos uma outra definição para os bens semi-públicos: “São os bens que, embora possam ser explorados economicamente pelo setor privado, devem ou podem ser produzidos pelo governo para evitar que a população de baixa renda seja excluída de seu consumo, por não poder pagar o preço correspondente: é o caso de educação e saúde”. Os bens semi-públicos são também chamados de meritórios pelo fato de ser disponibilizados (oferecido) as pessoas que adquirem mérito para tal. Um bom exemplo é a Universidade Pública. Somente aqueles que possuem o mérito de passar no vestibular é que terão a si concedidos o mérito de cursar gratuitamente o ensino superior. Importante considerar, conforme vemos no dia-a-dia que o ensino superior também é oferecido pela a iniciativa privada, sendo, no entanto, passível de cobrança, ficando assim garantido o princípio da exclusão. Outrossim, o objetivo lógico do governo é o garantir o direito ao ensino público gratuito à população, exigindo, em contrapartida, o mérito de passar no vestibular. Externalidades As externalidades representam a forma como as ações de determinado indivíduo ou empresa impactam os demais indivíduos. A existência de externalidades implica que os chamados custos e benefícios privados – ocorridos D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 13 www.pontodosconcursos.com.br em função da ação da iniciativa privada – sejam diferentes dos custos e benefícios sociais destas mesmas ações. O que estamos dizendo é que os preços negociados entre consumidores e produtores refletem apenas a negociaçãoprivada, sendo assim necessária a presença do Estado imputando, por exemplo, a tributação ou subsídios fiscais como forma de corrigir as externalidades ocorridas. As externalidades se subdividem em positivas e negativas. Um bom exemplo de externalidade positiva, e que nos dias de hoje é tão importante, seria o caso da realização de uma limpeza geral da casa por parte de um indivíduo que visasse à eliminação de possíveis focos de reprodução dos mosquitos transmissores da dengue. Nesta situação, o benefício privado será superior ao custo privado, da mesma forma que o conseqüente benefício social será muito maior do que o custo social de adoção da medida. De forma contrária, as externalidades negativas são representadas por determinadas ações que de forma direta ou indireta prejudicam os demais indivíduos participantes da sociedade. Um caso clássico de externalidade negativa é representado pelo despejo por parte de empresas, de produtos poluentes nos rios. Esta ação tende a tornar o custo social superior ao custo privado, especialmente pelo fato de que as comunidades ribeirinhas às margens do rio serão diretamente atingidas. A existência destas falhas justifica a atuação do governo que deve coibir a externalidade negativa através da aplicação de uma tributação desestimuladora da poluição, da mesma forma que deve oferecer subsídios às atividades geradoras de externalidades positivas. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 14 www.pontodosconcursos.com.br Assimetria de Informações As informações assimétricas representam um grande problema ao bom funcionamento do mercado. Exemplos claros de assimetria estão presentes em todos os ramos de negócios que envolvem consumidores e produtores. Um bom exemplo é aquele referente aos componentes de determinados alimentos industrializados. A omissão ou o excesso de informações que são na verdade inverídicas, tornam o consumidor passivo às manipulações das empresas. O resultado natural é a perda de bem-estar do consumidor. Outra atividade econômica onde a existência de informações assimétricas é perversa é o mercado financeiro. O mascaramento dos balanços de empresas que possuem ações negociadas em bolsas tende a provocar a incorreta precificação destas, lesando assim os investidores em valores mobiliários. A regulamentação – imposta por leis - e regulação governamental – tribunais, secretarias e conselhos - devem inibir esta pratica ilegal, procurando tornar o mercado o mais “perfeito” possível. Monopólios Naturais Partimos do princípio de que os mercados competitivos são os mercados que melhor representam as interrelações entre consumidores e produtores com o objetivo de atingir o maior nível de bem estar econômico e social. Estes mercados seriam aqueles menos propícios a existência de falhas de mercado, pela própria noção de atomização, ou seja, nem os consumidores nem tão quanto as empresas, possuem poder de barganha para impor custos adicionais aos demais participantes. Os mercados competitivos são caracterizados por apresentarem baixos custos à entrada de novas empresas, de tal maneira que nenhuma empresa tenha condições de manipular os preços dos bens e serviços oferecidos. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 15 www.pontodosconcursos.com.br De forma contrária, existe na economia os chamados monopólios naturais, que seria o mercado em que apenas uma única empresa produzindo geraria custos mais baixos para a formação dos preços de venda do que várias empresas produzindo. O que ocorre na verdade é que no caso dos monopólios naturais, os custos de entrada no mercado são altíssimos, de forma que o custo por unidade de produção, o chamado custo médio, diminui à medida que aumenta a escala de produção da empresa. Setores de produção de gás, energia e telefonia são bons exemplos desta estrutura de mercado. No que concerne às falhas de mercado, a existência de monopólios naturais leva o governo a adotar medidas no intuito de evitar abusos na formação dos preços de vendas. Segundo Giambiagi e Além (2000, pág. 26), o governo pode exercer apenas a regulação dos monopólios naturais, evitando assim uma perda ainda maior de bem-estar da sociedade. Ainda segundo os autores, o governo pode responsabilizar-se diretamente pela produção do bem ou serviço caracterizado com sendo monopólio natural. A responsabilidade pela produção deriva-se muitas vezes não só pela questão de evitar abusos na formação de preços de produtos, mas também por estas atividades produtivas serem estratégicas para o país. Destaca-se, conforme podemos ver nos dias de hoje, que o Estado tem adotado a linha do enxugamento das suas atividades atípicas, de tal maneira que os controles dos monopólios naturais têm sido repassados à iniciativa privada, passando o mesmo Estado a limitar a sua atuação através da regulação dos setores (Elétrico, Telecomunicações e etc). D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 16 www.pontodosconcursos.com.br Mercados Incompletos Um mercado completo é definido com sendo o mercado onde o custo de produção é inferior aos preços que consumidores estão dispostos a pagar. De outra forma, trata-se do mercado onde existe a possibilidade de ganhos por parte dos produtores. O mercado incompleto é caracterizado como sendo o mercado em que mesmo que os custos de produção estejam abaixo dos preços que consumidores estão dispostos a pagar, os bens ou serviços não são ofertados. A falha de mercado representada pelos mercados incompletos é existente principalmente em países em desenvolvimento, onde o sistema financeiro não é suficientemente desenvolvido, em termos de riscos, para financiar no longo prazo as atividades produtivas. Perceba que para todo investimento deve existir um prazo mínimo de carência para que o produtor possa gerar caixa e honrar seus compromissos. Caso o sistema financeiro não aceite a tomada de risco da carência dos investimentos, será inexistente o oferecimento de fundos para as empresas produzirem. No Brasil a intervenção governamental nos mercados incompletos é feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, que realiza a concessão de crédito de longo prazo objetivado no financiamento das atividades produtivas. Desemprego e Inflação O funcionamento dos mercados através das inter-relações entre consumidores e produtores é insuficiente para que sejam evitados os problemas de inflação, caracterizado pelo aumento geral é contínuo dos preços, e o desemprego, definido como a parte da população economicamente ativa que se encontra desempregada involuntariamente. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 17 www.pontodosconcursos.com.br As pressões de demanda realizada pelos consumidores tende a suplantar a oferta de bens e serviços, ocasionado assim elevação dos preços. Políticas de controle do crédito ou de aumento das taxas de juros são bons instrumentos de intervenção governamental para corrigir a falha de mercado chamadainflação. O desemprego é existente em toda a economia, ocorrendo pelo fato de que o mercado não é capaz de gerar vagas suficientes para todos aqueles que entram no mercado de trabalho a cada dia. No entanto, destaca-se que o governo pode minimizar tais problemas, realizando atividades interventivas que visem à colocação de novos trabalhadores no mercado de trabalho. Programas como o primeiro emprego do governo federal, que trazem em contra-partida benefícios às empresas, especialmente em termos de carga tributária, são ações voltadas à minimização dos problemas da falha de mercado chamado desemprego. Riscos Pesados Sabe-se que o setor privado tem como objetivo a geração de lucro. Não obstante, determinadas atividades, mesmo potencialmente geradoras de lucro futuro, não são efetivadas. O problema em si é muito parecido com o ocorrido nos mercados imperfeitos, mas com uma conotação diferenciada. As existências de riscos nos negócios são associadas ao grande custo envolvido no projeto, de tal maneira que mesmo podendo obter benefícios futuros, esta não se arriscará. A partir do exemplo de Viceconti e Neves (2007, pág. 413), podemos melhor ilustrar o problema. Segundo os autores, um bom exemplo seria o caso da produção de energia elétrica a partir da energia atômica. O custo total de pesquisa será enorme, vários anos serão necessários antes mesmo de o projeto ser oferecido em nível econômico e, mesmo que a empresa se dispusesse a correr o risco, teria dificuldade em colher os benefícios, por possivelmente não obter o monopólio de uma patente, e assim recuperar o investimento feito. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 18 www.pontodosconcursos.com.br Além do fato do risco econômico pesado com a realização do investimento, as empresas no país tem sempre a preocupação com a chamada insegurança jurídica dos contratos, especialmente no que se refere a quebra de patentes. A intervenção governamental no sentido de quebra de direitos só deverá existir caso os benefícios sociais gerados com a ação sejam superiores aos custos ocorridos com a medida. De forma complementar à análise, destacamos que as ações tomadas pelo governo de forma a contornar esta falha de mercado, seriam aquelas relacionadas aos programas de Parcerias Público Privadas – PPP’s e ao Programa de Aceleração do Crescimento – PAC, que representam as propostas de parceiras em investimentos feitos pelo governo federal, especialmente através de suas empresas estatais, de forma a mitigar os pesados riscos associados aos projetos de grande vulto financeiro. Pelo todo exposto, verifica-se que para que o Estado possa realizar a intervenção necessária à correção das falhas de mercado, deve criar mecanismos que possibilitem o financiamento de suas atividades, especialmente através da imposição do seu Poder de Império. Através da tributação incidente sobre a renda auferida pela sociedade, o Estado realiza a necessária intervenção no processo econômico. De forma a tornar esta intervenção a menos onerosa possível a própria sociedade, o Estado deve balizar o financiamento de suas atividades segundo os chamados Princípios Teóricos da Tributação. Destarte, com fins de adentramos ao estudo destes princípios, importa-nos destacar que o próprio processo de tributação deve adotar determinados pressupostos, em especial aquele que diz que a utilidade marginal da renda (Umg) é decrescente. O entendimento do conceito de Utilidade Marginal decrescente é o de que quanto maior a renda adicional recebida pelos componentes da sociedade, menor é a utilidade que essa mesma renda propicia ao seu recebedor. Como os indivíduos de classes de renda mais altas já possuem, em tese, melhores condições de vida, o ganho adicional de renda será utilizado na D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 19 www.pontodosconcursos.com.br compra de bens e serviços que são, não exaustivamente, supérfluos para uma qualidade de vida digna. Considerado assim os pontos abordados, caminhemos para o entendimento dos chamados Princípios Teóricos da Tributação. Princípios Teóricos da Tributação Princípio da Neutralidade O princípio da neutralidade impõe que os impactos gerados pelo ônus tributário não devem interferir na alocação de recursos na economia. Considerando que os preços são a melhor forma de se estabelecer uma relação de troca de recursos em uma economia, pode-se inferir que o impacto da tributação sobre os preços dos bens e serviços deve ser neutro, ou seja, a relação de preços existente entre os diversos bens deve-se manter igual (preço de um produto em relação aos outros). Vamos a um exemplo simples: Antes de incidência da tributação o bem X custava R$ 10 e dos demais bens chamados de Y, R$ 5. Com isso o preço relativo do bem X em relação ao bem Y era igual a 2. Preço X / Preço de Y = 10/5 = 2 Para que seja mantida a neutralidade tributária, a incidência da tributação sobre o bem X deve ser igual aos dos demais bens (Y). Imaginemos o caso de um aumento de cerca de 10% na tributação para todos os bens. O preço do bem X passa a custar R$ 11 e o bem Y R$ 5,50, mantendo-se a neutralidade sobre os preços mesmo com um nível maior de arrecadação. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 20 www.pontodosconcursos.com.br Preço de X / Preço de Y = 11/5,5 Este exemplo simples é a elucidação básica do que chamamos de princípio da neutralidade. Na verdade uma tributação neutra é aquela que procura minimizar os impactos nas decisões econômicas dos agentes atuantes no mercado (famílias, empresas). Quando nos referimos à imposição de impostos sobre consumidores de maneira neutra, estamos falando de impostos denominados “lump-sun tax”, ou seja, impostos que recaiam de forma igual entre os agentes. De forma diferente, a imposição pelo governo de imposto dito seletivo, ou seja, que recaia sobre o bem X e não sobre o bem Y, tende a impactar os preços relativos, deixando de ser neutro. Por tudo isso a alocação de bens deixa de ser eficiente, tornando possível a existência do que chamamos de peso morto dos impostos, assunto a ser tratado por nós oportunamente. O Sistema Tributário deve privilegiar a eficiência econômica, podendo ser utilizado inclusive para corrigir distorções existentes no mercado. O princípio da neutralidade está intimamente ligado ao conceito econômico chamado de Ótimo de Pareto2, que seria a aplicação da tributação pelo governo da forma mais eficiente possível. Princípio da Equidade O princípio da equidade afirma que os impactos gerados pela tributação devem ser equânimes, isto é, o ônus da tributação deve ser distribuído de maneira justa entre os componentes da sociedade. 2 Em sentido ao Ótimo de Pareto, a tributação incidente sobre os agentes econômicos não pode ser reorganizada para aumentar o bem-estar de alguns indivíduos sem prejudicar o bem-estar dos demais indivíduos. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 21 www.pontodosconcursos.com.br A equidadeé baseada em critérios estabelecidos entre os indivíduos. Para isso, temos que nos valer do chamado princípio da equidade horizontal, em que deve ser dispensando tratamento igual entre indivíduos considerados iguais. Adicionalmente a este temos o chamado princípio da equidade vertical, em que os indivíduos considerados desiguais devem ser tratados de forma desigual. Trata-se pois de garantir o tratamento justo aqueles que possuem as mesmas condições, realizando a devida diferenciação apenas quando estes de fato puderem ser diferenciáveis. Até devido a isto que o mesmo princípio da equidade ainda se divide em outros dois princípios, o chamado princípio do benefício e princípio da capacidade de pagamento. Princípio do Benefício O princípio do benefício afirma que o consumidor deve pagar ao governo na forma de tributos o equivalente ao total de benefícios que este recebe. Trata-se de um princípio de fácil entendimento mas de difícil aplicação. O problema encontrado para a correta sua correta aplicação é devido a dificuldade de se conseguir individualizar os serviços recebidos do governo, uma vez que estamos falando de bens e serviços chamados públicos3, em que o acesso da sociedade é amplo e irrestrito. Um bom exemplo da aplicação do princípio do benefício é o referente às contribuições previdenciárias feitas pelos indivíduos ao longo do seu período de trabalho. Quanto maiores forem as suas contribuições ao longo da vida profissional, maiores serão – limitados ao teto do regime geral de previdência – os benefícios percebidos após a sua aposentadoria. Em termos econômicos poderíamos ainda dizer que o princípio do benefício garante que o preço do tributo deve ser igual ao chamado benefício marginal 3 Os bens públicos são aqueles normalmente oferecidos pelo governo, tendo a caracterização de que o seu consumo por um individuo ou por um grupo de indivíduos não prejudica o consumo pelos demais indivíduos. Destaca-se que mesmo que alguns indivíduos beneficiam-se mais do que outros, todos podem desfrutar do bem D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 22 www.pontodosconcursos.com.br adquirido com a cobrança tributária. (O que eu tenho de benefício a mais por pagar um pouco mais). Princípio da capacidade de pagamento A capacidade de pagamento está diretamente relacionada à renda recebida pelos agentes. Quanto maior a renda maior é a capacidade de pagamento dos indivíduos. Um exemplo típico da aplicação do princípio da capacidade de pagamento é o imposto de renda. Quanto maior a faixa salarial maior a alíquota incidente sobre a renda. O princípio em questão é mais fácil de ser medido do que o princípio do benefício concedido pelo Estado, haja vista que a própria renda, o consumo e o patrimônio são os parâmetros utilizados pelo Estado para a imposição da sua atividade de tributação. Veremos adiante que o governo procura redistribuir a renda gerada na economia evitando a sua concentração nas mãos de poucos. A maneira pela qual ele executa essa atividade é, ao menos em teoria, através da imposição dos chamados impostos progressivos, de forma que, para níveis maiores de renda, consumo e patrimônio, maior é a carga fiscal4 incidente. O objetivo da tributação progressiva é que, com a maior arrecadação, o governo pode executar os chamados programas de transferência de renda para a população de menor poder aquisitivo. Pelo exposto e como forma de fixar os conceitos estudados até o momento, vamos a resolução de alguns exercícios: 4 Existem diferenças entre carga fiscal e carga tributária. No cálculo da carga tributária está computado apenas os valores decorrentes da imposição das chamadas receitas tributárias, tais como os receita de impostos, taxas e contribuições de melhoria. No caso da carga fiscal deve-se adicionar as demais receitas de caráter impositivo, tais como as receitas previdenciárias. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 23 www.pontodosconcursos.com.br (AFRF/SRF – ESAF/2000) A teoria econômica moderna estabelece critérios de imposição de tributos. O critério que postula que a tributação não introduza distorções nos mecanismos de funcionamento e alocação de recursos da economia de mercado é o da a) Universalidade b) eqüidade c) neutralidade d) justiça social e) adequação Resposta: A questão é direta ao afirmar que: O critério que postula que a tributação não introduza distorções nos mecanismos de funcionamento e alocação de recursos da economia de mercado. Conforme verificamos, para que não haja distorções nos mecanismos de mercado e na atual alocação de recursos é necessário que a tributação realizada pelo Estado não altere os preços relativos dos produtos, ou seja, que os preços de um produto em relação ao outro sejam mantidas constantes. Essa definição refere-se ao princípio que conceituamos por neutralidade da tributação. Essa mesma neutralidade está associada à idéia de eficiência do sistema tributário. (AFRF/SRF – ESAF/2002) Segundo o princípio da eqüidade, na teoria da tributação, dois critérios são propostos: a classificação dos indivíduos que são considerados iguais e o estabelecimento de normas adequadas de diferenciação. Indique quais são esses critérios: a) Neutralidade e eficiência b) Benefício e capacidade de pagamento c) Unidade e universalidade d) Eficiência e justiça e) Produtividade e eficiência. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 24 www.pontodosconcursos.com.br Resposta: Perceba que a questão já fala do princípio da equidade, solicitando ao concursando os critérios utilizados para a aplicação deste princípio. A única estranheza, na forma de pegadinha, refere-se à conceituação do primeiro critério utilizado: a classificação dos indivíduos que são considerados iguais. Esse conceito remete ao que definimos por equidade horizontal, em que é dispensa de tratamento igual aos iguais. O segundo critério vai direto ao ponto: estabelecimento de normas adequadas de diferenciação. O estabelecimento de diferenciação, no que se refere à equidade, está diretamente relacionado ao princípio da capacidade de pagamento. Bem, por eliminação já poderíamos marcar a letra “b” que é o gabarito, mas é importante considerarmos o seguinte: Conforme verificamos, de acordo com o princípio do benefício, o consumidor deve pagar ao governo, na forma de tributos, o equivalente ao total de benefícios que este recebe. Ou seja, todos aqueles que recebem benefício na forma de bens públicos, iguais, devem pagar a mesma tributação. Gabarito: letra b (AFRF/SRF – ESAF/2002) A principal fonte de receita do setor público é a arrecadação tributária. Com relação às características de um sistema tributário ideal, assinale a opção falsa: a) A distribuição do ônus tributário deve ser eqüitativa. b) A cobrança dos impostos deve ser conduzida no sentido de onerar mais aquelas pessoas com maior capacidade de pagamento. c) O sistema tributário deve ser estruturado de forma a interferir o minimamente possível na alocação de recursos da economia. d) O sistema tributário deve ser eficiente e maximizar os custos de fiscalização da arrecadação. e) O sistema tributário deveser de fácil compreensão para o contribuinte e de fácil arrecadação para o governo. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 25 www.pontodosconcursos.com.br Resposta: Essa questão é moleza. Entendo que mesmo não tendo estudado a matéria, e estando atento na interpretação das alternativas, marcaríamos a letra “d”. Não é razoável que os custos de fiscalização da arrecadação tributária seja maximizada. Quando o sistema tributário é eficiente - parte correta da questão – o custo para o controle da arrecadação já é minimizado. Não obstante, é importante que o trabalho de fiscalização da arrecadação seja feito de forma mais eficiente possível e menos custosa aos cofres públicos. As demais alternativas tendem a maximizar o chamado “sistema tributário ideal”. Findada a análise destas questões iniciais, deixo agora nas mãos de vocês a feitura de outras questões de concursos anteriores. Ao final da lista existe um gabarito comentado. Um abraço a todos vocês e um lembrete: Procurem manter sempre a calma. Não é por meio do nervosismo ou da ansiedade que vocês terão um melhor rendimento! Francisco D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 26 www.pontodosconcursos.com.br Questões de Provas Anteriores: 1 - (AFTN/STN – ESAF/1998) Do ponto de vista das finanças públicas, diz-se, em relação ao princípio do benefício, que a) cada um deve pagar proporcionalmente às suas condições. b) este princípio é o mais adotado, sendo as despesas de consumo a variável que melhor explica o benefício. c) a renda é uma medida para avaliar quantitativamente o benefício advindo dos gastos públicos. d) as pessoas devem ser tributadas de acordo com a vantagem que recebem das despesas governamentais. e) este princípio é de fácil aplicação, não envolvendo questões subjetivas como o conhecimento das curvas de preferência dos consumidores. 2 – (AFTN/STN – ESAF/1998) Afirma-se, na Teoria da Tributação, com relação ao princípio de neutralidade, que a) um tributo justo é aquele em que cada contribuinte paga ao Estado um montante diretamente relacionado com os benefícios que dele recebe. b) um imposto deve distribuir seu ônus de maneira justa entre os indivíduos. c) os agentes deveriam contribuir com impostos de acordo com sua capacidade de pagamento. d) este princípio é seguido quando os tributos não alteram os preços relativos, minimizando sua interferência nas decisões econômicas dos agentes de mercado. e) um indivíduo paga o tributo de maneira a igualar o preço do serviço recebido ao benefício marginal que ele aufere com sua utilização. 3 – (AFTN/STN – ESAF/1996) A teoria da tributação repousa em dois princípios fundamentais. Aponte a opção que caracteriza estes princípios: a) neutralidade e eficiência b) justiça e eficiência D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 27 www.pontodosconcursos.com.br c) eficiência e eqüidade d) eqüidade horizontal e eqüidade vertical e) neutralidade e eqüidade 4 – (APO/MPOG – ESAF/2001) As pessoas concordam que o sistema tributário deve ser justo. No entanto, não existe acordo definitivo de como estabelecer esta quota. Um dos enfoques adotados é o da capacidade de pagamento. Com relação a este princípio, tem-se que: a) cada contribuinte é tributado de acordo com sua demanda por serviços. b) o critério da capacidade de pagamento está relacionado à alocação dos benefícios dos serviços públicos. c) a aplicação de um tributo, de acordo com este princípio, é adotada em situações em que os serviços públicos são fornecidos aos indivíduos, através de taxas, contribuições de melhoria e pedágios. d) um perfil de tributos diferenciados entre pessoas com renda ou bem-estar desigual é referido como eqüidade horizontal. e) a renda, consumo ou patrimônio são medidas para avaliar a capacidade de pagamento. 5 – (AFC/STN – ESAF/2008) Sob determinadas condições, os mercados privados não asseguram uma alocação eficiente de recursos. Em particular, na presença de externalidades e de bens públicos, os preços de mercado não refletem, de forma adequada, o problema da escolha em condições de escassez que permeia a questão econômica, abrindo espaço para a intervenção do governo na economia, de forma a restaurar as condições de eficiência no sentido de Pareto. Nesse contexto, é incorreto afirmar: a) externalidades ocorrem quando o consumo e/ou a produção de um determinado bem afetam os consumidores e/ou produtores, em outros mercados, e esses impactos não são considerados no preço de mercado do bem em questão. b) consumidores podem causar externalidades sobre produtores e vice-versa. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 28 www.pontodosconcursos.com.br c) a correção de externalidades, pelo governo, pode ser feita mediante tributação corretiva, no caso de externalidades positivas, ou aplicação de subsídios, no caso de externalidades negativas. d) um exemplo de bem público puro é o sistema de defesa nacional, cujo consumo se caracteriza por ser não-excludente e não-rival. e) falhas de mercado são fenômenos que impedem que a economia alcance o estado de bem-estar social, por meio do livre mercado, sem interferência do governo. 6 – (APO/Séc. Fazenda de São Paulo – ESAF/2009) A atuação do governo na economia tem como objetivo eliminar as distorções alocativas e distributivas e de promover a melhoria do padrão de vida da coletividade. Tal atuação pode se dar das seguintes formas, exceto: a) complemento da iniciativa privada. b) compra de bens e serviços do setor público. c) atuação sobre a formação de preços. d) fornecimento de bens e de serviços públicos. e) compra de bens e serviços do setor privado. 7 - (APO/Séc. Fazenda de São Paulo – ESAF/2009) Assinale a opção falsa com relação aos Princípios Teóricos da Tributação. a) Do ponto de vista do princípio do benefício, os impostos são vistos como preços que os cidadãos pagam pelas mercadorias e serviços que adquirem por meio de seus governos, presumivelmente cobrados de acordo com os benefícios individuais direta ou indiretamente recebidos. b) A neutralidade, na ótica da alocação de recursos, deveria ser complementada pela equidade na repartição da carga tributária. c) O princípio da capacidade de pagamento sugere que os contribuintes devem arcar com cargas fiscais que representem igual sacrifício de bem-estar, interpretado pelas perdas de satisfação no setor privado. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 29 www.pontodosconcursos.com.br d) Não existem meios práticos que permitam operacionalizar o critério do benefício, por não ser a produção pública sujeita à lei do preço. e) A equidade horizontal requer que indivíduos com diferentes habilidades paguem tributos em montantes diferenciados. 8 – (AFTN/STN – ESAF/1998) A função alocativa do governo está associada a: a) controle dademanda agregada visando minimizar os efeitos sobre o bem-estar social das crises de inflação ou recessão. b) intervenção do Estado na economia, para alterar o comportamento dos níveis de preço e emprego. c) fornecimento de bens e serviços não oferecidos adequadamente pelo sistema de mercado. d) utilização de instrumentos de política fiscal, monetária, comercial e de rendas. e) implementação de uma estrutura tarifária progressiva. 9 – (AFTN/STN – ESAF/1996) Baseado no Princípio da Neutralidade Fiscal, assinale a resposta correta. a) A neutralidade pressupõe o critério do benefício, atribuindo a cada indivíduo um ônus equivalente aos benefícios que ele usufruir. b) A neutralidade do sistema tributário é obtida quando existe equidade vertical. c) A neutralidade do ponto de vista da alocação de recursos pressupõe que o ônus seja repartido entre os indivíduos. d) A neutralidade do sistema tributário é obtida quando a forma de captação de captação de recursos pelo governo não modifica os preços relativos dos bens e serviços. e) A neutralidade do sistema tributário é obtida quando existe equidade horizontal. 10 – (APO/MPOG – ESAF/2008) O financiamento para que o Estado cumpra suas funções com a sociedade é feito por meio de arrecadação tributária, ou receita fiscal. Identifique a única opção errada referente aos princípios de tributação. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 30 www.pontodosconcursos.com.br a) Pelo princípio da eqüidade, um imposto, além de ser neutro, deve ser equânime, no sentido de distribuir o seu ônus de maneira justa entre os indivíduos. b) De acordo com o princípio do benefício, um tributo justo é aquele em que cada contribuinte paga ao Estado um montante diretamente relacionado com os benefícios que recebe do governo. c) A neutralidade pode ser avaliada sob dois princípios: princípio do benefício e princípio da capacidade de pagamento. d) Os impostos podem ser utilizados na correção de ineficiências do setor privado. e) Os argumentos favoráveis à utilização da renda como capacidade de pagamento baseiam-se na abrangência desta medida, pois renda inclui consumo e poupança. 11 – (AFC/CGU – ESAF/2004) A necessidade de atuação econômica do setor público prende-se à constatação de que o sistema de preços não consegue cumprir adequadamente algumas tarefas ou funções. Assim, é correto afirmar que a) a função distributiva do governo está associada ao fornecimento de bens e serviços não oferecidos eficientemente pelo sistema de mercado. b) a função alocativa do governo está relacionada com a intervenção do Estado na economia para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego. c) o governo funciona como agente redistribuidor de renda através da tributação, retirando recursos dos segmentos mais ricos da sociedade e transferindo-os para os segmentos menos favorecidos. d) a função estabilizadora do governo está relacionada ao fato de que o sistema de preços não leva a uma justa distribuição de renda. e) a distribuição pessoal de renda pode ser implementada por meio de uma estrutura tarifária regressiva. 12 - (APO/MPOG – ESAF/2005) A tributação é um instrumento pelo qual as pessoas obtêm recursos, coletivamente, para satisfazer às necessidades da sociedade. Entre os pontos básicos que se espera de um sistema de tributação, assinale a única opção incorreta. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 31 www.pontodosconcursos.com.br a) Os tributos seriam escolhidos de forma a maximizar sua interferência no sistema de mercado, a fim de não torná-lo mais ineficiente. b) Os tributos devem ser universais, impostos sem distinção a indivíduos em situações similares. c) Cada indivíduo deveria ser taxado de acordo com a sua capacidade para pagar. d) O sistema de tributação deveria ser o mais justo possível. e) O sistema de tributação é o principal mecanismo de obtenção dos recursos públicos no sistema capitalista. 13 – (AFC/STN – ESAF/2008) A aplicação das diversas políticas econômicas a fim de promover o emprego, o desenvolvimento e a estabilidade, diante da incapacidade do mercado em assegurar o atingimento de tais objetivos, compreende a seguinte função do Governo: a) Função Estabilizadora. b) Função Distributiva. c) Função Monetária. d) Função Desenvolvimentista. e) Função Alocativa. 14 - (AFC/STN – ESAF/2005) Devido a falhas de mercado e tendo em vista a necessidade de aumentar o bem-estar da sociedade, o setor público intervém na economia. Identifique a opção correta inerente à função alocativa. a) O setor público oferece bens e serviços públicos, ou interfere na oferta do setor privado, por meio da política fiscal. b) O setor público age na redistribuição da renda e da riqueza entre as classes sociais. c) Adotando políticas monetárias e fiscais, o governo procura aumentar o nível de emprego e reduzir a taxa de inflação. d) Adotando políticas monetárias e fiscais, o governo procura manter a estabilidade da moeda. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 32 www.pontodosconcursos.com.br e) O governo estabelece impostos progressivos, com o fim de gastar mais em áreas mais pobres e investir em áreas que beneficiem as pessoas carentes, como a educação e saúde. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 33 www.pontodosconcursos.com.br Gabarito comentado: Questão 1: letra “d” a) Princípio do benefício. b) Trata-se novamente do Princípio da Capacidade de Pagamento, sendo o consumo um dos parâmetros para aferir a capacidade do contribuinte. c) A renda é uma medida para avaliar a capacidade de pagamento. d)Trata-se do próprio conceito do princípio do benefício, em que as pessoas recebem benefícios na forma de bens públicos. e) Conforme visto, trata-se de um princípio de difícil aplicação, uma vez que não pe possível dimensionar o “quantum” cada componente da sociedade se beneficia das despesas governamentais (bens públicos). Questão 2: letra “d” a) Trata-se do Princípio da Capacidade de Pagamento, derivado do Princípio da Equidade. b) É o próprio princípio da equidade. c) Princípio da Capacidade de Pagamento d) Refere-se ao conceito do Princípio da Neutralidade e) Trata-se da definição alternativa do princípio do benefício. Questão 3: letra “e” Sem comentários adicionais. Questão 4: letra “e” a) Trata-se de um conceito que não se aplica. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 34 www.pontodosconcursos.com.br b) Refere-se ao princípio do benefício. c) Idem d) é referido como Equidade Vertical e) Trata-se dos principais parâmetros que medem a capacidade de pagamento. Questão 5: letra “c” a) Assertiva correta b) idem c) A tributação corretiva se dá diante da existência de externalidades negativas e os subsídios diante das externalidadespositivas. d) Assertiva correta e) Assertiva correta. Questão 6: letra “b” Questão já resolvida no corpo da aula. Questão 7: letra “e” Explicação da questão falsa: e) a equidade horizontal determina que indivíduos com as mesmas habilidades paguem tributos em montantes iguais. Questão 8: letra “c” a) Função Estabilizadora b) idem D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 35 www.pontodosconcursos.com.br d) idem e) idem Questão 9: letra “d” a) Trata-se do princípio do benefício e não da neutralidade. b) A equidade vertical está associada ao conceito de que indivíduos considerados desiguais devem suportar de forma diferenciada a ônus tributário. c) Este conceito está associado à equidade e não à Neutralidade. e) Existe equidade horizontal quando indivíduos iguais são onerados na mesma proporção. Questão 10: letra “c” Explicação da questão falsa: c) A equidade pode ser avaliada sob dois princípios: princípio do benefício e princípio da capacidade de pagamento. Questão 11: letra “c” a) Função Alocativa b) Função Estabilizadora d) Função distributiva e) Estrutura Tarifária Progressiva D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 36 www.pontodosconcursos.com.br Questão 12: letra “a” Explicação da questão falsa: a) Os tributos seriam escolhidos de forma a minimizar sua interferência no sistema de mercado, a fim de torná-lo mais eficiente. Questão 13: letra “a” É a própria definição da função estabilizadora. Questão 14: letra “a” b) Função Distributiva c) Função Estabilizadora d) idem e) Função distributiva, retirando daqueles que ganham mais e repassando aos que ganham menos por meio do oferecimento de saúde e educação. D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 D a n i e l l e V O l i v e i r a , C P F : 7 7 8 6 5 7 5 8 3 9 1 CURSO ON-LINE – FINANÇAS PÚBLICAS P/ AFRFB - 2009 PROFESSOR: FRANCISCO MARIOTTI E SÉRGIO MENDES 37 www.pontodosconcursos.com.br