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Prévia do material em texto

Práticas do planejamento escolar
Prof.ª Graça Regina Franco da Silva Reis
Prof.ª Maria Helena Bimbatti Moreira
Descrição
O processo de planejamento e suas especificidades: a importância da
elaboração de planos, programas e projetos na organização do
processo de ensino e aprendizagem.
Propósito
Apresentar as formas de elaboração de planejamentos escolares e sua
importância no processo de ensino e aprendizagem em contextos
diversos.
Objetivos
Módulo 1
Planejamento no
cotidiano escolar
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Reconhecer a importância do planejamento para o cotidiano escolar.
Módulo 2
Planejamento de ensino,
aula e projetos
Definir planejamento de ensino, planejamento de aula e planejamento
por projetos.
Módulo 3
Planejamento e avaliação: os desa�os na
retomada
pós-pandemia
Exemplificar o papel do planejamento integrado a partir do contexto
pós-pandemia de covid-19.
Introdução
O cotidiano escolar precisa ser planejado. A escola é composta
por um grande grupo de pessoas de formações diversas e atende
a fins específicos. É falso que a escola é somente um ambiente
de transmissão de conteúdo, ou ainda que é um espaço para que
o aluno aprenda os conteúdos. A escola é uma instituição social,
envolve a comunidade, os pais, os alunos e os funcionários, e
essas convivências precisam ser organizadas, claras e com fins
que atendam a todos esses grupos.

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Neste material, trataremos sobre o cotidiano escolar e a
organização e execução de planejamentos para que a escola
possa cumprir seus muitos fins: um ambiente acolhedor para os
alunos, um espaço saudável para se trabalhar, fomentar o
aprendizado, medir o “êxito” e o “fracasso”, buscando ações
corretivas, dinâmicas e democráticas.
Seja bem-vindo à escola e entenda o compromisso com a
educação que move os objetivos.
1 - Planejamento no cotidiano escolar
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância do planejamento para o
cotidiano escolar.
Por que planejar é um ato
importante?
Vamos planejar?

27/05/2024, 13:26 Práticas do planejamento escolar
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Assista à entrevista concedida pela professora Nilda Alves sobre
planejamento e cotidiano escolar.
Planejar compreende o ato de organização do cotidiano. E o
planejamento escolar? Por que ele é tão importante? Será que as
perspectivas de planejamento sempre foram as mesmas? Os
planejamentos são estanques ou se modificam de acordo com o
desenvolvimento de cada turma?
O planejamento é um
processo ininterrupto,
processual, organizador da
conquista prazerosa dos
nossos desejos onde o
esforço, a perseverança, a
disciplina são armas de luta
cotidiana para a mudança
pedagógica.
(FREIRE et al., 1997, p. 54)
Sabemos que, por mais que planejemos uma aula, ela nunca ocorrerá
exatamente como o programado, já que é modificada pela interação dos
estudantes. Então, por que planejamos? O planejamento anual de uma
escola é marcado por constante demandas e reorientações, sendo
assim, por que planejar?
Essas reflexões não têm respostas prontas. Elas devem fazer parte do
seu cotidiano como docente. Nesse sentido, é fundamental que você,
como futuro docente, independentemente do segmento e da forma
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como vai atuar, compreenda as discussões que existem em relação ao
planejamento na escola.
Vejamos algumas palavras que devemos pensar quando falamos sobre
planejamento.
 Medir
 Executar
 Calcular
 Atingir
 Metri�car
 Organizar
 Avaliar
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Existem muitas variáveis. O que pensamos, normalmente, é por que e
para quem planejamos. Esses objetivos são fundamentais. Ao
planejarmos, devemos ter em mente a finalidade e os envolvidos.
Planejamento no cotidiano
 Estruturar
 Investir
 Resultado
 Aluno
 Professores
 Direção
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Planejar faz parte da história da humanidade. Sempre foi necessário
pensar sobre as nossas ações, mesmo que não tivéssemos clareza de
que isso seria um planejamento. Pensamos sobre nossas ações
cotidianamente: o que fizemos ou o que deixamos de fazer, o que
faremos no futuro (ou, pelo menos, o que desejamos fazer).
Ou seja, o planejamento está presente em nossa vida desde a hora em
que acordamos e tomamos nossas decisões: tomar café da manhã ou
não? Como chegar ao trabalho? Como organizar uma viagem, uma festa
ou um encontro com os amigos? Todas essas escolhas fazem parte do
nosso planejamento cotidiano, que nasce de um desejo, de uma
intenção, de uma possibilidade ou necessidade. Esperamos tomar as
decisões mais acertadas mesmo sabendo que há uma imprevisibilidade
no dia a dia que nem sempre nos permite realizar nossas tarefas da
forma como planejamos. Mas queremos alcançar nossos objetivos e,
mesmo sem termos consciência, isso faz parte do ato de planejar.
E você, o que planejou para o dia de hoje? Que
objetivos espera alcançar? Todas as ações que você
programou foram cumpridas da forma que imaginou?
Assim como acontece na nossa vida cotidiana, as ações pedagógicas
também surgem da necessidade de organizar a relação ensino-
aprendizagem. O planejamento de ensino constitui-se, então, da
necessidade de responder às questões sobre o que — que
conhecimentos vamos trabalhar —, como — os procedimentos e as
metodologias que vamos usar para trabalhar com esses conhecimentos
— e por que trabalhar com esses conhecimentos.
Assim, podemos prever, organizar e avaliar situações que propiciem
condições para que os estudantes construam, produzam, teçam
conhecimentos sobre determinados conteúdos e valores a serem
trabalhados.
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Diferentes concepções do processo
de planejamento
Fases do planejamento de forma prática
É importante a compreensão de que há diferentes concepções do
processo de planejamento ao longo da história da educação escolar.
Nesse sentido, reconhecemos três fases temporais em que a
concepção do que seria importante em um planejamento é diferente.
A primeira fase é a do princípio prático e que não apresenta uma
grande preocupação formal. Essa fase atenderia às atividades
de aula, exclusivamente.
Exemplo: Um professor que dará aula de matemática no primeiro
segmento do ensino fundamental sabe que os alunos precisam
contar e fazer as quatro operações. Ele aprendeu dessa maneira,
pensa que os alunos devem ser capazes de decorar e reproduzir,
afinal, sempre foi assim. Para ele, a apreensão do conhecimento
por essa via é natural e, por isso, ele não se empenha em
elaborar estratégias de aprendizado ou em adequar o conteúdo
às vivências dos alunos.
A segunda fase é a de caráter técnico-instrumental e que estava
relacionada a uma tendência tecnicista de educação, que não
considerava os fatores sociais, políticos e econômicos.
Exemplo: O professor organiza sua ação: os alunos precisam
aprender as quatro operações matemáticas básicas. Esse é o
conteúdo a ser passado. E passa a organizar como ele vai atingir
esse objetivo. Define a estratégia, a metodologia, explicita o
objetivo principal, os objetivos correlatos, a forma pela qual ele
pretende avaliar o aprendizado. De maneira conteudista, ele
formaliza, disponibiliza e executa. A dificuldade é atingir
Primeira fase 
Segunda fase 27/05/2024, 13:26 Práticas do planejamento escolar
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resultados semelhantes com alunos diversos utilizando o
mesmo planejamento, duro e linear.
A terceira fase é a do planejamento participativo, que “buscou na
resistência ao modelo de reprodução do sistema educacional
valorizar a construção coletiva, a participação e a formação da
consciência crítica a partir da reflexão sobre a prática
transformadora” (BOSSLE, 2002, p. 32).
Exemplo: Os alunos precisam aprender as quatro operações
matemáticas. É preciso planejar o que os alunos já sabem das
operações matemáticas, a importância do domínio desse
conteúdo, como e qual a relação dos grupos com a dinâmica
desse conhecimento, como esse conhecimento faz parte do seu
cotidiano, e estabelecer procedimentos reflexivos e adaptáveis.
Não imagine uma linha do tempo! Essas diferentes formas de planejar a
aula continuam presentes em nosso cotidiano.
De acordo com Veiga-Neto (1993), podemos identificar apenas duas
vertentes quando falamos em planejamento educacional — uma
tecnicista e outra participativa ou crítica.
Segundo o autor, pensar o planejamento a partir da primeira vertente
traz como problema a manutenção do status quo social porque, nesse
caso, a educação não é vista numa dimensão política mais ampla, mas
somente por meio de métodos e técnicas. No entanto, segundo a sua
análise, não devemos descartar métodos e técnicas, como se não
fossem necessários, pois criamos uma impressão de que o processo
educacional não precisa ter seus próprios métodos, sua própria técnica.
Ainda segundo o autor, a vertente crítica, que ele denomina de segunda
vertente, exige que os docentes busquem compreender o que é a escola
também de fora dela, isto é, considerá-la como uma instituição inserida
em um contexto social mais amplo.
Nesse paradigma, o professor
e a professora saem
Terceira fase 
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obrigatória e constantemente
da sala de aula para buscar
compreender o que é a
escola, quais as relações
entre essa instituição e o
mundo social, econômico,
político, cultural em que ela
se situa. O paradigma crítico
é o paradigma da
descon�ança, da suspeita
(FORQUIN, 1993). Seu
compromisso é com a
transformação das relações
econômicas e sociais. Assim
sendo, o paradigma crítico se
identi�ca com os
movimentos políticos
progressistas.
(VEIGA-NETO, 1996, p. 166)
Conceituando o ato de planejar
De acordo com Luckesi (1990), esse planejamento, que se localiza em
uma vertente crítica e que é também um ato político, no sentido amplo
da palavra crítica, terá que ser dinâmico, logo, está relacionado sempre à
tomada de decisões constantes.
Os planejamentos escolares acompanham as discussões educacionais
mais amplas e assumem, de acordo com determinada perspectiva
pedagógica, determinadas características. Isso acontece porque se
alinham às perspectivas existentes conforme cada contexto sócio-
histórico, ao longo da história da educação escolar. Fundamentados em
um formato prescritivo e instrumental, atualmente, precisam articular
dimensões técnicas, político-sociais, coletivas e críticas. No entanto, é
importante ressaltar que as discussões e pesquisas sobre planejamento
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não são, de forma alguma, hegemônicas, havendo retrocessos, avanços
de enfoques e preocupações.
Exemplo
Você, aluno estudioso, leu, preparou-se, passou em um concurso e,
pouco depois, foi indicado diretor de uma escola. A escola fica em um
bairro próximo ao seu. Você conhece as pessoas, a comunidade, tem
uma relação histórica com os professores. Conhece os fundamentos
pedagógicos do planejamento e o contexto social de sua aplicação.
Passados dez anos, você já se mudou do bairro há algum tempo, os
alunos são de uma geração bem diferente daqueles que você conhecia.
Novos debates pedagógicos foram levados por professoras que
entraram recentemente. Uma delas chega a sinalizar, com jeito, mas, de
forma clara, que suas ideias estão ultrapassadas. Sua primeira reação é
afirmar que você é diretor daquela escola há dez anos. Quem é ela para
contestá-lo?
Mas, para cumprir o devido e chegar a um planejamento móvel,
democrático e participativo, as novas ideias devem ser debatidas,
apropriadas, e a realidade deve ser percebida como algo que
definitivamente não é estático. As novas ideias, a recuperação de ideias
antigas e a necessidade de uma educação continuada com constantes
atualizações devem ser características de um bom profissional da
educação.
Vasconcellos (2000) nos ajuda a pensar nesse planejamento, que deve
ser compreendido como um instrumento capaz de intervir em uma
situação real para transformá-la. É uma mediação teórico-metodológica
para uma ação intencional, que tem como objetivo fazer algo acontecer.
Para isso, é importante e necessário estabelecer, além de condições
materiais, uma disposição interior, buscando prever o desenvolvimento
da ação desejada no tempo e no espaço. Caso o planejamento não seja
formulado, ocorrerá o trabalho a partir de improvisações e sob pressão.
O planejamento é um ato político-pedagógico que
revela intenções, pois, planejar é intervir na realidade
de forma intencional, um processo de reflexão e ação,
de tomada de decisão.
Vasconcellos dá ao planejamento significados de intervenção e reflexão
sobre a ação. Desse modo, segundo o autor, pode-se intervir na
realidade, permitindo que o planejamento assuma uma importância de
conscientização e transformação, sendo capaz de promover mudanças
nas relações de ensino-aprendizagem.
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Conhecendo as mudanças ocorridas no campo da didática — que é
responsável por estudar os processos de aprendizagem e ensino,
portanto, a ciência da educação que, a priori, pensa e pesquisa sobre os
planejamentos escolares —, podemos conhecer o contexto de
mudanças que modificou a forma de pensar também os planejamentos.
Re�etindo sobre a história do
planejamento
Manifestação popular em frente ao Congresso Nacional em 1985.
No início dos anos 1980, havia um cenário geral muito propício ao
movimento de crítica à didática e ao surgimento de propostas
alternativas para seu redimensionamento. Na ocasião, o país passava
por um movimento de luta pelo restabelecimento da democracia e os
educadores se sentiam altamente desafiados a colaborar com a
redemocratização da sociedade (CANDAU, 2000).
A década de 1980 teve como característica uma significativa ampliação
da produção acadêmica. Essa produção foi marcada por pedagogias
contra-hegemônicas, ou seja, voltadas para uma educação com
possibilidades emancipatórias e de transformação da sociedade.
Podemos dizer, então, que a produção da didática nos anos de 1980
viveu uma renovação que resultou de mudanças que atravessaram os
campos educacional e social nesse período. Uma série de encontros
decorrentes do movimento dos educadores propiciou sua
problematização, tecendo progressivamente mudanças paradigmáticas
na área (CRUZ; ANDRE, 2014).
Nos anos 1990, o processo de globalização trouxe a transformação do
mundo do trabalho e a afirmação da sociedade da informação. Nesse
sentido, desenvolveram-se também novas formas de exclusão e
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desigualdade que levaram a um estado de perplexidade e de falta de
clareza sobre os caminhos e as possibilidades de futuro. Na educação,
foi o momento das reformas educativas que, independentemente dos
países e até dos continentes, seguiram um esquema similar, apoiadasnas políticas neoliberais.
Congresso da ANDES-SN, Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior,
em 1995.
Desde então, as reformas educativas avançaram para uma
reorganização institucional e descentralização da gestão administrativa,
financeira e pedagógica, com um fortalecimento da autonomia das
escolas. A política de municipalização da educação levou à efetivação
de vários programas federais, como a merenda escolar e o Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE). A eleição de diretores e a criação de
conselhos escolares também constaram da pauta das reformas
educativas, como medidas plausíveis no que concerne à autonomia
administrativa dos sistemas públicos de ensino no país.
Como marco dessa fase, apontamos o desafio proposto por Vera
Candau: a superação de uma didática exclusivamente instrumental. A
autora apresentou a construção de uma didática fundamental, que
estaria articulada à problemática da educação na sociedade. Essa
proposta representou um amplo movimento de reação à didática
marcada pela ideia de neutralidade.
Para a didática fundamental, no centro do processo de aprender-ensinar
estão as dimensões técnica, política e humana, contextualizadas pelas
práticas pedagógicas, o que possibilita a reflexão didática a partir da
análise de experiências concretas, exercitando, assim, a relação teoria-
prática de forma horizontalizada. A didática fundamental está
preocupada com as interações internas do contexto escolar, de modo
que seus resultados sejam uma educação inclusiva e democrática.
Vera Candau
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A pedagoga Vera Candau atua na área de didática e nos ajuda a perceber
como a educação tem — ou deve ter — um movimento integrado para que
atinja novos objetivos.
A proposta dessa didática é a de superar a ideia de que
há somente uma cultura dominante e que os
conhecimentos herdados dessa cultura — europeia,
branca, patriarcal e cristã — são verdades
inquestionáveis.
Diante desse cenário, compreendemos ser necessário pensar as
concepções de planejamento, planos de curso e projetos políticos-
pedagógicos na mesma linha proposta por Candau, como agenda e
proposta de trabalho para o cotidiano que nos atravessa. Em outras
palavras, precisamos avançar, pensando em como será planejar os
movimentos e percursos da e na escola, incorporando novas questões,
como as relativas à subjetividade, à diferença, à construção de
identidades, à diversidade cultural, à relação saber-poder, às questões
étnicas, de gênero e sexualidade etc., “destacando visões mais ricas,
complexas e abrangentes das relações entre cultura, conhecimento e
poder.” (CANDAU, 2000, p.3)
Por que planejar é um ato importante
para a docência?
Teoria e prática devem se encontrar
O processo de planejamento do ensino tem sido objeto de constantes
indagações quanto à sua validade como efetivo instrumento de
melhoria qualitativa do trabalho do professor.
Ao falarmos em planejamento de ensino, pensamos logo em uma
perspectiva fragmentária e desarticulada do todo social, e isso tem
gerado a concepção de que o planejamento é incapaz de dinamizar e
facilitar o trabalho didático. No entanto, o planejamento não pode estar
distante da realidade social, constituindo-se meramente de uma ação
mecânica e burocrática, que pouco contribui para elevar a qualidade da
ação pedagógica desenvolvida no âmbito escolar.
Re�exão
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Pensando a partir dessa perspectiva, o planejamento passa a extrapolar
a simples tarefa de elaborar um documento contendo todos os
componentes tecnicamente recomendáveis, e passa a abranger todos
os conhecimentos que circulam na escola cotidianamente, percebendo-
os como conteúdos dinâmicos e, por isso, articulados com a realidade.
Nesse sentido, é necessário que os planejamentos sejam elaborados a
partir de conhecimentos já existentes e, ao mesmo tempo, contribuam
para a produção de novos conhecimentos. Isso significa trabalhar a
partir de um processo de escuta e de reflexão permanentes, buscando
conhecer outros pontos de vista (HOFFMANN, 1993). Significa, então,
desenvolver atividades que despertem a curiosidade e o processo de
investigação da realidade.
Nessa concepção, a
questão do
planejamento do ensino
não poderá ser
compreendida de
maneira mecânica,
separada das relações
entre a escola e o
cotidiano real.
A partir desse olhar,
notamos que os
conteúdos, a serem
trabalhados por meio
dos currículos,
precisarão estar
relacionados com a
experiência,
reconhecendo os
alunos como indivíduos.
Essa relação é uma condição necessária para que diferentes
conhecimentos e realidades de vida circulem no espaço da sala de aula.
O resultado dessa relação dialética será uma educação com vistas a
processos mais emancipatórios. Sob essa perspectiva, podemos
concluir que planejar tem uma ação pedagógica fundamental para que a
relação de ensino-aprendizagem possa ser estabelecida, superando sua
concepção mecânica e burocrática, que relaciona o trabalho do
professor a uma mera reprodução automática e cumpridora da sua
relação trabalhista.
É necessário, então, superar essa dimensão puramente técnica do
planejamento, organizando-o como um processo que integra os
conhecimentos e o contexto social, permitindo que este se efetive de
uma forma crítica e transformadora.
Conforme temos visto, o planejamento escolar é uma atividade que
ajuda o professor na tomada de decisões em relação às situações de

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ensino e aprendizagem, tendo em vista alcançar os melhores resultados
possíveis.
Re�exão
Mas, o que deve orientar a sua tomada de decisões? Que requisitos
devem ser considerados para que os planos de ensino e planos de aula
sejam, de fato, instrumentos de trabalho para a intervenção e
transformação da realidade?
Segundo Libâneo (1994), os principais requisitos para o planejamento
são: os objetivos e as tarefas da escola democrática; as exigências dos
planos e programas oficiais; as condições prévias dos alunos para a
aprendizagem; os princípios e as condições do processo de
transmissão e assimilação ativa dos conteúdos.
Objetivos e tarefas da escola democrática
A primeira condição para o planejamento é a convicção segura sobre a
direção que queremos dar ao processo educativo na nossa sociedade,
ou seja, que papel destacamos para a escola na formação dos nossos
alunos. As tarefas da escola democrática estão ligadas às
necessidades de desenvolvimento cultural do povo.
A escola democrática é aquela que possibilita a todas as crianças a
assimilação de conhecimentos científicos e o desenvolvimento de suas
capacidades intelectuais, de modo a estarem preparadas para participar
ativamente da vida social (na profissão, na política, na cultura etc.).
Resumindo
Historicamente, as escolas públicas são fruto da ideia iluminista de
preparar uma criança para sua incorporação no mundo social. A
diferença proposta por Libâneo ao apontar uma escola democrática é a
de fomentar escolhas, de possibilitar, com o processo de formação, uma
participação ativa, marcada pela consciência e pelas escolhas, em vez
de promover a reprodução de uma linha central, assimilada e repetida.
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Exigências dos planos e programas o�ciais
A educação escolar é direito de todos como condição de acesso ao
trabalho, à cidadania e à cultura. É dever dos governos garantir o ensino
básico a todos, traçando uma política educacional, provendo recursos
financeiros e materiais para o funcionamento do sistema escolar,de
modo a assegurar o direito de todos, crianças e jovens, receberem um
ensino de qualidade e socialmente referenciado.
Condições prévias para a aprendizagem
O planejamento escolar está condicionado pelo nível de preparo em que
os alunos se encontram em relação às tarefas da aprendizagem. Os
conteúdos de ensino precisam ser transformados em instrumentos
teóricos e práticos para a vida prática. Conhecer seus estudantes (suas
experiências, seus conhecimentos anteriores, suas habilidades e seus
hábitos de estudo, seu nível de desenvolvimento) é indispensável para a
introdução de novos conhecimentos e, portanto, para o êxito de ação
que se planeja.
Princípios e condições de transmissão/assimilação ativa
O planejamento deve estar de acordo com as formas de
desenvolvimento do trabalho em sala de aula. Uma parte importante de
qualquer plano é a indicação do que os alunos farão para se envolverem
na atividade docente e do que o professor fará para dirigir a atividade
em classe.
Após aprender sobre os requisitos desenvolvidos por Libâneo (1994)
para a elaboração de um planejamento, podemos ampliar nossa
concepção do que seria planejar numa visão alinhada aos contextos
socioculturais. Assim, esse planejamento poderá se transformar em um
potente aliado das lutas cotidianas contra a invisibilização de todas as
culturas não hegemônicas.
A pergunta que devemos nos fazer, então, é:
Como construir um planejamento que conjugue os
conhecimentos que circulam no mundo com os
interesses dos estudantes, as questões sociais,
culturais, econômicas e políticas?
Para isso, devemos trabalhar com a perspectiva de que o planejamento
não pode ser um mero instrumento burocrático ou uma camisa de força
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que aprisiona professores e estudantes, impossibilitando a escuta e a
construção de aprendizagens que fazem parte da vida cotidiana e da
cultura de todos os sujeitos envolvidos no processo de aprender e
ensinar.
No próximo módulo, veremos métodos e técnicas de planejamento de
ensino e de planejamento de aula, buscando pensá-los a partir de uma
perspectiva crítica, além de analisarmos a possibilidade de planejar o
ano letivo a partir de projetos de trabalho.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O planejamento educacional pode ser dividido em três fases.
Podemos afirmar que a segunda fase, de caráter técnico-
instrumental, é aquela que
Parabéns! A alternativa B está correta.
Existem três grandes movimentos ou fases que pensaram o
planejamento. A primeira é conteudista e reprodutivista, a segunda
é técnica e conteudística, já a terceira é reflexiva e adaptativa. Nesta
A
se identifica com os movimentos políticos
progressistas.
B
desconsidera os fatores sociais, políticos e
econômicos.
C
apresenta uma despreocupação com relação aos
métodos e às técnicas.
D
valoriza a formação da consciência crítica a partir
da reflexão sobre a prática transformadora.
E relaciona fatores sociais aos aspectos técnicos.
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questão, salientamos o modelo mais presente na segunda fase, que
avança no sentido de estruturar planejamentos e publicizá-los, mas
desconsidera contextos para se concentrar em conteúdos.
Questão 2
Para intervir e transformar a realidade segundo a perspectiva crítica
da educação, o planejamento passa a ser um instrumento de
Parabéns! A alternativa C está correta.
O planejamento deve ser compreendido como um instrumento
capaz de intervir em uma situação real para transformá-la. É uma
mediação teórico-metodológica para a ação consciente e
intencional, que tem por finalidade fazer algo vir à tona, fazer
acontecer. Para isso, é necessário estabelecer as condições
materiais, bem como a disposição interior, prevendo o
desenvolvimento da ação no tempo e no espaço. Caso contrário,
vai-se improvisando, agindo sob pressão, administrando por crise.
A
ação sob pressão, evidenciando o caos do cotidiano
escolar.
B
improvisação, dando um caráter espontâneo à
atividade educativa.
C
mediação teórico-metodológica, possibilitando a
ação consciente e intencional.
D
administração por crise, indicando a necessidade de
uma nova reforma educativa.
E
ação norteada por práticas específicas sem
flexibilidade
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2 - Planejamento de ensino, aula e projetos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de de�nir planejamento de ensino, planejamento de
aula e planejamento por projetos.
Vamos praticar: planos
No módulo anterior, vimos que a finalidade de um planejamento é
permitir que se pense previamente no que se quer e no que se pode
fazer, em função do estudante com que se trabalha e da sociedade em
que se vive e se quer viver. Segundo Zanon e Althaus (2010), planejar
exige o domínio de conhecimentos sobre os níveis que compõem o
processo de planejamento, o que significa conhecer os fundamentos
dos diferentes tipos de planejamentos.
Os planos
Libâneo (1994) aponta que há planos em, pelo menos, três níveis: o
plano da escola, o plano de ensino e o plano de aula.
Plano de escola
O plano da escola é um documento mais global que expressa
orientações gerais sobre o projeto político-pedagógico da escola
e com os planos de ensino.
Plano de ensino
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O plano de ensino ou plano de curso é organizado como uma
previsão dos objetivos e das tarefas do trabalho docente para um
semestre ou um ano.
Plano de aula
O plano de aula é a previsão do desenvolvimento do conteúdo
para uma aula ou um conjunto de aulas.
Neste módulo, vamos conhecer os planejamentos de ensino e os planos
de aula, buscando pensá-los a partir de uma perspectiva crítica, além de
analisar a possibilidade de planejar o ano letivo a partir de projetos de
trabalho. É importante iniciar explicitando que, como visto no módulo
anterior, a técnica não assegura, por si só, o bom andamento do
processo de ensino ou uma educação de qualidade.
É preciso que os planos sejam continuamente
reelaborados a partir da escuta que o professor tem de
seus alunos, assim como pela incorporação de novas
questões, como as relativas à subjetividade, à
diferença, à construção de identidades, à diversidade
cultural, à relação saber-poder, às questões étnicas, de
gênero e sexualidade, a fim de que seja assegurada
uma educação inclusiva e democrática.
Por isso, é importante termos em mente que um planejamento que fique
apenas no papel nada significa, ele precisa se concretizar por meio de
ações reais. Portanto, é fundamental conhecer a realidade social e
cultural dos estudantes, entendendo que o planejamento é uma história
que será construída conjuntamente. Para isso, é necessário buscar
relacionar os conhecimentos já adquiridos por esses estudantes.
Antes de entramos no próximo tópico, é importante ressaltar que
qualquer planejamento se constitui de três fases, que estão imbricadas.
No primeiro momento, vamos elaborar, ou seja, confeccionar o
planejamento. Depois, temos o momento de executar, colocando em
prática aquilo que foi proposto e, por último, vamos avaliar, revisando os
momentos e as ações.
A fim de elaborar o planejamento, precisamos considerar as seguintes
questões:
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 O quê?
Conteúdos de cada área do conhecimento.
 Como?
Metodologiasde ensino e práticas avaliativas.
 Por quê?
O direito à apropriação do conhecimento produzido
historicamente.
 Para quê?
A socialização e apropriação dos conteúdos
constituem um compromisso com a emancipação
das camadas populares.
 Para quem?
Sujeito histórico-social construído nas
determinações das relações de classe.

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Plano de ensino X Plano de aula
Neste vídeo, o professor Caio Carvalho mostra um plano de aula e
explica a importância de cada item do documento.
Planejamento de curso: a técnica
pode nos ajudar a construir um
planejamento crítico
Plano de curso
O plano de curso — ou plano de ensino, como nos apresenta Libâneo
(1994) — é um instrumento de trabalho que possui o objetivo de
referenciar os conteúdos, as metodologias, os procedimentos e as
técnicas a serem utilizadas no processo de ensino-aprendizagem
concernente às unidades escolares, sejam estas de ensino fundamental
e médio, instituições de ensino superior e cursos técnicos de qualquer
nível.
A elaboração do plano pode ocorrer de forma individual ou coletiva.
Pensar coletivamente é sempre mais enriquecedor, você não acha?
Caso o planejamento ocorra de forma coletiva, atenderemos a
características mais interdisciplinares e contextualizadas. A construção
coletiva de um planejamento pode potencializar debates voltados para a
melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
Atenção!
Uma vez elaborado, o plano de curso orienta a todo o corpo social da
escola em relação aos fazeres cotidianos, ao sequenciamento dos
conteúdos, à seleção e busca de materiais a serem utilizados, bem
como em relação aos procedimentos avaliativos.
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Segundo Libâneo (1994), o plano de curso precisa conter, no mínimo, as
seguintes orientações:

Justi�cativa em relação aos objetivos

Objetivos gerais

Objetivos especí�cos

Conteúdo

Tempo provável

Desenvolvimento metodológico
A seguir, discutiremos cada item do planejamento de ensino.
Itens essenciais em um plano de curso
Justi�cativa da disciplina em relação aos objetivos da escola
Esse tópico do plano de ensino deve responder a uma pergunta: “para
que serve este conteúdo?”.
Podemos iniciar com considerações sobre as funções sociais e
pedagógicas da e na escola, trazendo os conteúdos básicos da
disciplina sempre tendo em vista a sua relevância social, política,
profissional e cultural. Podemos resumir a justificativa de uma disciplina
a três questões básicas do processo pedagógico de ensinar e aprender:
por que, para que e como.
Objetivos
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Os objetivos são divididos em duas categorias: gerais e específicos. Os
objetivos gerais são as grandes metas a perseguir, que se concretizam
por meio de objetivos mais específicos.
Objetivos gerais
Para a definição de objetivos gerais, é recomendado o uso de verbos
com significado abrangente. Deve englobar a totalidade do problema,
definindo de forma clara o que se pretende no final do projeto.
Trazemos aqui alguns verbos usados como objetivos gerais:
Uma boa forma de pensar e abordar a construção de objetivos é refletir
sobre a Taxonomia de Bloom, que define os níveis de compreensão
propostos por um objetivo. No Explore + você poderá conferir a
indicação de um artigo sobre essa questão.
Objetivos especí�cos
Verbos usados para
conteúdo
Conhecer, compreender,
entender, identificar, reconhecer,
generalizar.
Verbos usados para
procedimentos
Desenvolver, estabelecer,
organizar, capacitar, demonstrar.
Verbos usados para
atitudes
Contribuir, colaborar, valorizar,
interiorizar, mostrar.
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Para a definição de objetivos específicos, é recomendado o uso de
verbos com significado mais restrito e direcionado. Os objetivos
específicos contribuem para a concretização do objetivo geral,
pormenorizando-o. Estão relacionados com as áreas específicas nas
quais se desenvolvem.
Trazemos aqui uma lista de verbos usados como objetivos específicos:
Verbos usados para indicar
análise
Analisar, investigar, comprovar,
classificar, comparar, contrastar,
diferenciar, distinguir.
Verbos usados para indicar
avaliação
Avaliar, pesquisar, selecionar,
precisar, decidir, estimar, medir,
validar.
Verbos usados para indicar
compreensão
Concluir, inferir, deduzir,
interpretar, determinar, descrever,
ilustrar.
Verbos usados para indicar
conhecimento
Registrar, definir, identificar,
nomear, especificar, exemplificar,
enumerar, citar.
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Conteúdos
Segundo Libâneo (1994), o programa ou a organização de conteúdos
para o ano pode ser dividido em unidades didáticas, que são temas
inter-relacionados que compõem o planejamento para um ano ou um
semestre de escolaridade. Cada unidade didática contém um tema
central do programa, detalhado em tópicos.
Você pode fazer uma primeira versão e modificar como se fosse montar
uma segunda versão. Isso é necessário porque, conforme as aulas
começam, você conhecerá, de fato, seus alunos e terá de adaptar o que
pensou à realidade do que sabem e desejam.
Tempo provável
Trata-se da estimativa do tempo utilizado em cada unidade didática.
Desenvolvimento metodológico
O desenvolvimento metodológico é o componente do plano de ensino, a
linha de trabalho que será desempenhada para que aconteça o
conhecimento. Indica o que o professor e os alunos farão no desenrolar
de uma aula ou de um conjunto de aulas. É a construção do
planejamento, de como e quais recursos serão utilizados para o alcance
dos objetivos propostos.
Verbos usados para indicar
síntese
Esquematizar, organizar,
constituir, estruturar, generalizar,
documentar, desenvolver.
Verbos usados para indicar
aplicação
Aplicar, praticar, empregar,
operar, usar.
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Para preencher esse item do plano de ensino, é importante
que o professor se pergunte que atividades os alunos
deverão desenvolver para que ocorra uma aprendizagem
signi�cativa.
Para isso, é necessário verificar os objetivos e os conteúdos, pois eles
determinarão os métodos e os procedimentos, bem como os recursos
de ensino.
Avaliação
De acordo com os estudos de Bloom (1993), a avaliação do processo
ensino-aprendizagem apresenta três tipos de funções: diagnóstica,
formativa e somativa.
Avaliação diagnóstica
A avaliação diagnóstica é adequada para o início do período letivo,
permitindo que o professor conheça a realidade em que o processo de
ensino-aprendizagem acontecerá. Nesse caso, o principal objetivo é
verificar o conhecimento prévio de cada estudante.
Para que a avaliação
diagnóstica seja possível, é
preciso compreendê-la e
realizá-la de forma
comprometida com uma
concepção pedagógica. No
caso, consideramos que ela
deva estar comprometida
com uma proposta
pedagógica histórico-crítica,
uma vez que essa concepção
está preocupada com a
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perspectiva de que o
educando deverá apropriar-
se criticamente de
conhecimentos e habilidades
necessárias à sua realização
como sujeito crítico dentro
da sociedade, que se
caracteriza pelo modo
capitalista de produção. A
avaliação diagnóstica não se
propõe e nem existe de uma
forma solta e isolada. É
condição de sua existência aarticulação com uma
concepção pedagógica
progressista.
(LUCKESI, 2003, p. 82)
Avaliação formativa
A avaliação formativa deve ser realizada durante todo o período letivo,
com o intuito de verificar se os estudantes estão alcançando os
objetivos propostos anteriormente.
É com a avaliação formativa que alunos e professores
tomam conhecimento sobre o que é necessário
reformular nos processos de ensino-aprendizagem.
Essa forma de avaliar fornece informações importantes que permitem
que o trabalho do professor seja mais individualizado e focado nas
questões específicas de cada estudante. Trata-se de uma avaliação
interativa, centrada nos processos de feedback, regulação,
autoavaliação e autorregulação das aprendizagens (FERNANDES, 2006).
Avaliação somativa
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A avaliação somativa tem como função básica a classificação dos
alunos: é realizada ao final de um curso ou de uma unidade de ensino e
classifica os estudantes de acordo com os níveis de aproveitamento
previamente estabelecidos. Essa avaliação pretende determinar níveis
de rendimentos “decidindo” se houve ou não êxito em relação ao
aprendizado ao final de uma etapa. Sua finalidade é a classificação e a
promoção ou retenção dos alunos.
Essas três funções da avaliação devem ser vinculadas ou conjugadas
para garantir a eficiência e a eficácia do sistema de avaliação, tendo
como resultado final a excelência do processo de ensino-aprendizagem.
É importante lembrar que o plano de curso é um instrumento flexível,
uma vez que, no decorrer do ano letivo ou do semestre planejado, de
acordo com o surgimento de novas situações, estas poderão ser
inseridas e registradas.
Vejamos, agora, o modelo de plano de curso montado a partir da
proposta de Libâneo (1994).
Planejamento de aula
Plano de aula
De acordo com Libâneo (1994, p. 225), “o planejamento escolar é uma
tarefa docente que inclui tanto a previsão das atividades didáticas em
termos de organização e coordenação em face dos objetivos propostos,
quanto a sua revisão e adequação no decorrer do processo de ensino”.
O plano de aula é um documento elaborado pelo professor que define o
tema da aula, seus objetivos, o que exatamente será trabalhado, a
metodologia a ser utilizada e como será feita a avaliação do processo.
Um plano de aula precisa ter:
Clareza e objetividade.
Conhecimento dos recursos disponíveis na escola.
Noção do conhecimento que os alunos já possuem sobre o
conteúdo abordado.
Articulação entre a teoria e a prática.
Utilização de metodologias diversificadas, inovadoras e que
auxiliem no processo de ensino-aprendizagem.
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Sistematização das atividades com o tempo.
Flexibilidade diante de situações imprevistas.
Realização de pesquisas buscando diferentes referências, como
revistas, jornais, filmes, entre outros.
Elaboração de aulas de acordo com a realidade sociocultural dos
estudantes.
Passos necessários para elaborar um plano de aula
 Antes de começar a redigir o plano de aula, o
professor deve consultar o seu plano de curso.
 Em seguida, deverá listar que conteúdos irá abordar
e para quem esses conteúdos estão direcionados,
porque o que funciona para determinada turma
pode não funcionar para outra.
 Durante essa reflexão, o professor deve considerar
as questões culturais, econômicas, físicas e sociais
da sua turma.
 Em seguida, haverá a escolha do tema da aula,
sempre com base no plano de ensino. O tema é a
definição da sua aula.
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Você terá acesso a um modelo de planejamento de aula utilizado pela
Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.
Planejamento por projetos
Pressupostos
É importante iniciar esta seção explicitando que aqueles que buscam
apenas conhecer os procedimentos, os métodos para desenvolver
projetos, acabam se frustrando, pois não existe um modelo ideal pronto
 Uma vez definido o tema, deve definir os objetivos a
serem alcançados e os conteúdos a serem
abordados.
 A seguir, decida a duração da aula, que não precisa
estar limitada a uma aula apenas. A maioria dos
temas necessita de mais de uma aula para serem
trabalhados.
 O próximo passo é a escolha ou seleção dos
recursos didáticos, que são os materiais de apoio
que irão auxiliar o professor, facilitando o
desenvolvimento da aula.
 Agora, chegou a hora da escolha da metodologia ou
das metodologias que serão utilizadas. Por fim, a
escolha dos processos avaliativos.
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e acabado que dê conta da complexidade que envolve a realidade de
sala de aula, do contexto escolar.
Paulo Freire.
No livro Pedagogia da autonomia, Paulo Freire (1996) enfatiza a
necessidade de se respeitar o conhecimento que o aluno traz para a
escola, visto ele ser um sujeito social e histórico, enfatizando a
compreensão de que "formar é muito mais do que puramente treinar o
educando no desempenho de destrezas." (FREIRE, 1996, p. 15).
Paulo Freire
Paulo Freire (1921-1997) é um dos maiores nomes da pedagogia brasileira,
tendo reconhecimento internacional. Suas principais contribuições estão no
campo prático — alfabetização de adultos — e na perspectiva teórico-
metodológica de pedagogia, como no livro citado.
Para isso, é necessário conhecer o modo de vida dos alunos,
reconhecendo que há diversos contextos culturais e conhecimentos que
circulam no mundo e que precisam ser visibilizados. Nesse sentido,
precisamos compreender que o planejamento pode ser concebido de
outra forma, construído mais coletivamente, junto com os estudantes.
O que é o trabalho com projetos?
Pedagogia por projetos não é algo efetivamente novo no campo da
educação. A crítica a uma escola baseada na transmissão de conteúdos
estava presente nas críticas elaboradas por John Dewey (1859-1952). A
ideia é a de que o homem é um sujeito complexo, que está sempre em
processo de relação e transformação da natureza.
Resumindo
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Sendo assim, retirar as dimensões de sua existência, sua capacidade
criativa, sua capacidade cognitiva, para focar somente a assimilação foi
apontado como um modelo frágil. Daí, a perspectiva de definição de
projetos educacionais, em que o aluno se insere, constrói, abandonando
o modelo dialógico baseado na relação professor-aluno, para uma
perspectiva multidirecional, uma vez que alunos e professores se
envolvem e constroem coletivamente.
No Brasil, o principal nome a introduzir esse debate é Anísio Teixeira.
Presente nos debates da Escola Nova, na década de 1930, criou
escolas-modelos, estruturou a pedagogia de forma que pudesse ser
implementada e medida.
Instituto de Educação Anísio Teixeira na cidade de Caetité, no Estado da Bahia
Anísio Teixeira
Anísio Teixeira (1900-1971) foi um dos grandes educadores brasileiros,
participou do Manifesto dos Pioneiros, criou o instututo de educação do Rio
de Janeiro, e uma escola modelo de novas abordagens pedagógicas na
Bahia. Foi atuante na LDB de 1961 e um dos grandes nomes de nossa
história da educação.
Para que seja claro, a ideia é de que o principal sujeito da aprendizagem
é o aluno, e é para ele que deve estar direcionada a relação entre ensino-
aprendizagem. Com isso, ele precisa conhecer os projetos, os
direcionamentos a serem estabelecidos,os fins a serem alcançados. A
ideia é que o aluno possa, ao ser reconhecido como ser criativo, estar
envolvido no projeto e efetivamente vivenciar a educação.
O desenvolvimento do trabalho pedagógico por projetos, também
chamado de projetos de trabalho ou pedagogia de projetos, é outra
forma de organizar os saberes escolares, em que o planejamento de
ensino se relaciona com o papel do estudante como responsável por
sua própria aprendizagem. Além disso, prende-se a uma concepção de
escolaridade que dá importância à aquisição de estratégias cognitivas
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de ordem superior (habilidades intelectuais) e ao papel do estudante
como responsável por sua própria aprendizagem.
Planejar o trabalho por meio de projetos leva necessariamente a uma
reorganização de todo o espaço e tempo escolares.
Atenção!
Os projetos de trabalho, por exigirem uma organização mais complexa,
estimulam a reflexão sobre a natureza da escola e do trabalho escolar.
Além disso, podem proporcionar outra relação docente com a
construção do conhecimento e, com isso, uma nova relação, não mais
de autoridade, mas, sim, de guia da aprendizagem.
O projeto, portanto, é uma forma de organizar a atividade de ensino e
aprendizagem ou os conhecimentos escolares, adotando como aspecto
essencial a aprendizagem significativa.
A função de um projeto seria a de possibilitar o favorecimento de
criação de estratégias para outra organização dos conhecimentos
escolares, em relação aos diferentes conteúdos em torno de problemas
ou hipóteses, facilitando para todos os envolvidos a transformação do
que seria informação em um conhecimento significativo. Um bom
caminho para complementarmos essa informação é dizer que o projeto
pode dar um sentido mais ampliado às práticas escolares, já que, dessa
forma, a relação com os conteúdos e com as disciplinas escolares pode
ficar bem mais coesa, evitando-se a fragmentação. Além disso, o projeto
torna os estudantes corresponsáveis pela própria aprendizagem. O
professor sai do lugar daquele que apenas transmite conteúdos e, junto
com os seus alunos, torna-se pesquisador.
O aluno passa de receptor passivo a sujeito do processo. É importante
entender que não há um método a seguir, mas uma série de condições a
respeitar. O primeiro passo é determinar um assunto — a escolha pode
ser feita partindo de uma sugestão do professor ou das crianças. Ainda,
é fundamental registrar que todo e qualquer conteúdo pode ser
trabalhado por meio de projetos, basta que tenhamos uma dúvida inicial
e comecemos a pesquisar e buscar evidências sobre o assunto.
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Ações importantes em um projeto didático
Todo projeto é definido pela escolha do tema que será trabalhado. Esse
tema pode ter origem nas experiências dos estudantes, em uma
informação recolhida em outro projeto, em uma experiência que se
originou em um fato da atualidade, ou ainda em um tema proposto pelo
professor.
Comentário
Podemos afirmar que todos os temas podem ser abordados por meio
de projetos. É comum que o estudante traga um assunto que conheceu
por intermédio dos meios de comunicação, ou uma curiosidade
qualquer, abrindo múltiplas possibilidades de aprendizagem, tanto para
os alunos como para os docentes. Isso serve para todos os envolvidos,
estudantes e professores. Todos devem propor temas.
Após a escolha do tema do projeto, serão levantadas hipóteses sobre o
objeto escolhido e sobre quais perguntas deverão ser respondidas para
que isso aconteça.
Enquanto isso, o professor deve enumerar os objetivos que espera
atingir com o tema proposto e listar os conteúdos que podem ser
trabalhados a partir do tema escolhido. Desse modo, é importante:
Saber o que as crianças conhecem e desconhecem sobre o tema e
o conteúdo que será trabalhado.
Construir um cronograma com o tempo de cada atividade, de
forma que você possa ter uma ideia do tempo estimado para o
desenvolvimento do projeto.
Selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados.
Organizar momentos para trabalhos individuais, em duplas, trios
ou mesmo em grupos maiores.
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Pensar antecipadamente no produto final do trabalho, de forma
que possa ser construído durante todas as etapas do trabalho.
Escolher um produto final forte para dar visibilidade aos processos
de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.
Prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada
um ao longo do trabalho.
Esse trabalho docente ocorre em paralelo à construção que os
estudantes farão de um índice, no qual especificam os aspectos que
serão trabalhados no projeto e realizam a tarefa de busca de
procedimentos que ajudem na recolha das informações. Várias são as
opções: visitas a museus, vídeos sobre o assunto, excursões, convite a
um palestrante, entre outras.
O próximo passo será o
tratamento das
informações, o que,
segundo Queiroz
(2009), é uma das
funções mais
importantes de um
projeto. Esse
tratamento das
informações pode ser
uma tarefa a ser
realizada tanto
individualmente como
de forma coletiva.
Para isso, deve-se levar
em conta que cada
informação oferece
somente uma ou
algumas visões sobre o
assunto. Nesse
momento, a diferença
de opiniões ou
conclusões precisa ser
levantada e posta em
discussão.
É importante também que os estudantes conheçam os diferentes
procedimentos de uma pesquisa, como a classificação, a representação,
a síntese, a visualização etc. Devemos também estabelecer relações de
causa e efeito e novas perguntas.
Aqui, é importante voltarmos a um dos pressupostos indicados acima
que nos diz que aqueles que buscam apenas conhecer os
procedimentos e os métodos para desenvolver projetos acabam se
frustrando, pois não existe um modelo ideal pronto e acabado que dê
conta da complexidade que envolve a realidade de sala de aula, do
contexto escolar. Então, precisamos considerar que há uma concepção
de educação que está em jogo, e não um modelo a seguir.

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É importante que, nesse processo, professores e estudantes entendam
que eles podem (re)planejar, (re)elaborar, (re)produzir, criar outras
hipóteses, mudar percursos, alterar rotas e processos, pois “um projeto
não está/é engessado” (NOGUEIRA, 2008, p. 86).
Papel do professor no processo de desenvolvimento do projeto
De acordo com Hernández e Ventura (1998), no processo de
desenvolvimento de um projeto, o professor deverá especificar o fio
condutor que permitirá que o projeto vá além dos aspectos informativos,
saindo do lugar do conhecimento que deve ser aplicado. Nesse sentido,
ele deve realizar uma primeira previsão dos conteúdos e das atividades,
bem como encontrar algumas fontes de informação para iniciar e
desenvolver o projeto.
Para realizar um trabalho com qualidade e dar o suporte necessário aos
alunos, o professor deve estudar e se atualizar em torno do tema do
projeto, contrastando as suas informações com outras fontes que os
estudantes apresentem. Nesse processo, também é papel do professor
criar um clima de envolvimento e de interesse, no grupo e em cada
pessoa, sobre o que se está trabalhando. Por fim, o professor deve fazer
uma previsão dos recursos necessários.
Podemos resumir o papel do professor nos seguintes itens:
Especificar o fio condutor do projeto.
Prever os conteúdos e as atividades iniciais do projeto.
Buscar fontes de informação para o início das pesquisas.
Estudar e se atualizar em torno do tema do projeto.
Contrastar as suas informações com as fontestrazidas pelos
estudantes.
Estimular o envolvimento dos estudantes com o tema trabalhado.
Prever os recursos necessários para a realização do projeto.
O que está posto no trabalho com projetos
É importante estarmos conscientes das possibilidades que o trabalho
com projetos oferece aos atores envolvidos. Desse modo, será possível
estimular os estudantes em cada uma delas ao longo do
desenvolvimento do projeto. Vejamos:
Desenvolvimento de autoria.
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Realização de descobertas.
Aprendizado na prática.
Possibilidade de contextualização dos conceitos.
Elaboração de questões para investigação.
Desenvolvimento de relações interpessoais e subjetivas dos
sujeitos.
Nesse processo, é necessário que o professor tenha abertura e
flexibilidade para relativizar a sua prática e as estratégias pedagógicas,
com vistas a propiciar ao aluno a reconstrução do conhecimento.
O compromisso educacional do professor é justamente saber o que,
como, quando e por que desenvolver determinadas ações pedagógicas.
Para isso, é fundamental conhecer o processo de aprendizagem do
aluno e ter clareza da sua intencionalidade pedagógica.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Segundo os estudos de Bloom (1993), a avaliação do processo de
ensino-aprendizagem apresenta três tipos de funções: diagnóstica,
formativa e somativa. Sobre a função formativa, podemos afirmar
que
A
tem como principal objetivo verificar o
conhecimento prévio de cada estudante.
B
tem como função básica a classificação dos alunos,
sendo realizada ao final de um curso ou de uma
unidade de ensino.
C
permite que o professor conheça a realidade em
que o processo de ensino-aprendizagem vai
acontecer.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
As formas de avaliação compõem a dinâmica do planejamento.
Nesse sentido, é necessário que ele possa prever claramente o que
deseja dos estudantes e o modo como isso será aplicado. A
avaliação formativa é aquela prevista de maneira efetiva durante
todo o período letivo. Desse modo, é possível observar como os
desenvolvimentos estão sendo alcançados, as principais
dificuldades, a correção de rumos e as proposições. É com a
avaliação formativa que alunos e professores tomam conhecimento
sobre o que é necessário reformular nos processos de ensino-
aprendizagem.
Questão 2
Sabemos que o plano de aula é um documento fundamental
elaborado pelo professor. Nesse contexto, o primeiro passo do
professor antes de começar a redigir o plano de aula deve ser
D deve ser realizada de forma contínua, possibilitando
uma medição e reflexão contínua sobre o
desenvolvimento da relação de ensino-
aprendizagem para professores e alunos.
E
deve ser realizada de maneira episódica, tendo
como objetivo especifico o desenvolvimento do
aluno para o mundo do trabalho.
A consultar o seu plano de curso.
B verificar o cronograma da escola.
C listar os conteúdos que pretende abordar.
D
verificar as informações sobre os aspectos culturais
e sociais da sua turma.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
O planejamento é uma cascata, a proposição da escola e seus
projetos devem dialogar com os planos de curso, que devem
dialogar com os planos de aula. Então, a ação que aqui estamos
fazendo referência é essencialmente perceber essa cascata e saber
que é mandatório consultar o plano de curso para a elaboração da
aula. Lembrando, em seguida, que deverá listar quais conteúdos irá
abordar e para quem esses conteúdos estão direcionados.
3 - Planejamento e avaliação: os desa�os na retomada pós-
pandemia
Ao �nal deste módulo, você será capaz de exempli�car o papel do planejamento integrado a
partir do contexto pós-pandemia de covid-19.
A educação em tempos de pandemia
Desde o início da pandemia em 2020, o processo educacional enfrenta
desafios. Com o ensino remoto, a falta de equipamentos, tais como
computador e impressora, e o escasso acesso à internet agravaram o
acesso à educação, ampliando a desigualdade cultural. Muitas famílias
se desestruturaram não somente por conta do declínio social e do
E consultar o conteúdo programático.
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padrão econômico, mas também emocionalmente, em razão da perda
de entes queridos.
Esses fatores agravaram a condição emocional das crianças que
perderam avós e/ou familiares com os quais tinham um convívio muito
próximo de uma forma repentina, gerando um afastamento muito bruto
e inesperado, em virtude do contexto pandêmico. Outro agravante a ser
considerado foi o afastamento do convívio social com amigos e
familiares. Ainda, a partir do processo de isolamento, parques e áreas
de lazer precisaram ser fechadas por conta da contaminação.
Segundo dados do Instituto Alicerce (2022), a pandemia da covid-19
trouxe reflexos negativos à educação:
Evasão escolar
De acordo com a pesquisa C6 Bank/DataFolha, 4 milhões de
estudantes brasileiros, com idades entre 6 e 34 anos,
abandonaram os estudos em 2020: no ensino superior, 16,3%; no
médio, 10,8%; no ensino fundamental, 4,6%. Entre as principais
causas para o abandono escolar, está a questão socioeconômica,
considerando que os estudantes das classes sociais mais baixas
lideraram os índices de evasão (classes A e B: 6,9%; classes D e
E: 10,6%).
Falta de acesso à internet
Em virtude da pandemia, quase todas as instituições
educacionais optaram por aulas on-line, o que contribuiu para que
muitas crianças e jovens ficassem sem aulas no último ano, já
que 47 milhões de pessoas não têm acesso à internet, segundo
estudo do Comitê Gestor da Internet no Brasil. De acordo com a
Unicef, entre os estados brasileiros que adotaram o ensino
remoto, apenas 15% distribuíram dispositivos aos alunos e
menos de 10% subsidiaram o acesso à internet. Como
consequência, 3,7 milhões de estudantes matriculados não
tiveram acesso a atividades escolares e não conseguiram estudar
em casa. Esses reflexos já podem ser vistos nas primeiras
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avaliações diagnósticas de desempenho dos estudantes. Os
números mostram que a pandemia provocou um grande estrago
na aprendizagem escolar.
Planejamento integrado para a ação
no pós-pandemia
Como reverter esse cenário? Essa é a grande pergunta realizada pelo
Instituto Alicerce (2022). Os dados apresentados comprovam que a
pandemia acelerou os problemas e acentuou as desigualdades sociais
existentes em nosso país. Diante disso, é essencial agir rápido, indo
atrás de cada criança e cada adolescente que teve seu direito à
educação negado.
Os movimentos pós-pandêmicos apontam para uma
escola em processo de reconstrução: crianças com
dificuldades acentuadas, com prejuízos acadêmicos
graves em processo de ajuste e, mais importante,
abaladas emocionalmente. O fator mais grave e que
mais preocupa é o emocional.
Confira o relato de Maria Helena Bimbatti Moreira: “Assisto meninos e
meninas com dificuldade de conviver, com dificuldade de interagir
educadamente, muitos com sintomas de ansiedade e com medo do
enfrentamento da escola presencial, já que muitos não conseguiram
executar suas atividades on-line e agora notam o seu grau de
dificuldade perante a turma. Essa conscientização ocorre
principalmente parameninos e meninas do ensino fundamental II, que
passaram do 4º ano para o 7º ano e enfrentaram um degrau já
dificultoso de transição entre os níveis, com a diferença de vários
professores e conteúdos, e agora precisam encarar a dura realidade da
retomada. Em Ribeirão Preto/SP, a prefeitura municipal ofereceu apoios
complementares como: segundo professor em sala de aula; projeto de
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recuperação continua; recuperação paralela no contraturno e aumento
da carga horária, inserindo uma aula a mais na grade todos os dias”.
As medidas apresentadas no relato apontam tentativas de repensar o
planejamento diante de uma situação inédita para essa geração. Os
resultados dessas medidas só poderão ser avaliados em longo prazo,
mas favorecem sem dúvida a grande demanda educacional. Contudo,
os aspectos emocionais ainda estão sendo trabalhados de forma
pontual, contactando serviços municipais e universitários para apoio
psicológico às famílias com dificuldades econômicas.
Comentário
Pensando em todo esse processo pandêmico, como ajudar esses
meninos e meninas a enfrentarem a endemia ou o pós-pandemia com
dignidade? Como aliviar esse fardo de educandos com níveis de
aprendizagem tão diferentes? Qual nosso papel como educadores
diante desse processo? Por onde começar? Essas são questões com as
quais precisamos conviver diariamente no processo de retomada das
atividades presenciais. Como ajudar turmas tão heterogêneas? Como
aliviar o peso de dois anos remotos? Como reajustar conteúdos,
métodos e abordagens educacionais que favoreçam essa nova escola,
com tantos desafios e meninos e meninas tão carentes de apoio? Esse
é o convite. Essa é a essência dessa discussão. Quem compreender as
entrelinhas desse processo em muito colaborará com o processo
educativo.
Vamos pensar juntos novas ações e propostas de enfrentamento?
Por exemplo, a construção de um planejamento estruturado de forma
integrada, em que a equipe pedagógica elabora reuniões prévias, busca
relatos e informações e realiza a montagem de estratégias que não
estão fechadas, mas que precisam ser reanalisadas.
Ainda, podemos mencionar a elaboração de práticas e avaliações
diagnósticas para perceber a situação de cada turma, a sinalização de
alunos que precisam de um maior suporte, as possibilidades de
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integração entre professores para até mesmo “adaptar” o conteúdo
previsto, visando dar suporte a cada situação.
Notem o ciclo:
Professor, estamos falando de uma empresa ou de uma escola? A
responsabilidade por ser escola é muito maior, o compromisso em ser
democrático é muito mais intenso. Então a resposta para esse desafio é:
mecanismos de gestão associados a processos pedagógicos, a
experiências entre as áreas e às demandas da comunidade.
O mundo mudou e isso é inegável. São tempos desafiadores, mas que
apontam para práticas com uso de recursos e de novos mecanismos.
 A equipe pedagógica reúne e entende a vivência
dos professores.
 A equipe pedagógica elabora um plano de ação
integrado com professores visando perceber e
investigar a situação dos alunos e das famílias.
 Diante de resultados e necessidades, são
separadas ações distintas para atuar em problemas
distintos: por exemplo, para alunos fragilizados
psicologicamente, práticas de ressocialização e
adaptação aos novos espaços, entre muitos outros
possíveis. Para cada fragilidade, um plano de ação
com responsáveis, envolvidos, coleta e
compartilhamento de resultados.
 Então, a equipe pedagógica deve analisar os
primeiros resultados e detectar novas medidas,
assim como proporcionar ações de clima.
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Planejamento: praticando
O professor Rodrigo Rainha fala sobre os desafios do planejamento em
tempos de pandemia.
Planejar e avaliar no mundo pós-
pandêmico
Vamos a outro relato:
“Talvez nunca antes na história deste país a escola tenha sido tão
impulsionada a repensar a forma como avalia os estudantes”, afirma
Adriana Tárcia de Souza Oliveira, que é professora de filosofia e de
projeto de vida da Escola Estadual Maria do Carmo Viana dos Anjos, em
Macapá (AP) (VICHESSI, 2021, n. p.).
Constata-se a necessidade de ressignificar como o planejamento leva à
avaliação, vencendo as já bastante criticadas práticas tradicionais que
podem ganhar ares de violência e dor. Qualificar, nesse momento, no
sentido de hierarquizar pode ter consequências muito duras. Segundo a
professora, essa questão tem feito os educadores repensarem a prática
avaliativa.
O que avaliar também foi posto em xeque e por que avaliar é outra
questão que desde o ano passado vem à tona cada vez mais. O
Conselho Nacional de Educação (CNE) recomendou a aprovação escolar
automática do ano letivo de 2020 para o de 2021 — mesmo para
aqueles que não aprenderam o esperado. Evidentemente, não existem
respostas simples para como, o que e por que avaliar na pandemia, tudo
depende do contexto. Contudo, o momento pós-pandemia é um indutor
excelente de reflexão: abre espaço para rever as práticas avaliativas e

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planejar as que serão usadas, assim como abre oportunidade para
repensar os objetivos a serem alcançados com elas.
A avaliação é a ferramenta que possibilita diagnósticos
para fazer as intervenções necessárias. Há que avaliar
para saber as atividades que geraram resultados,
conhecer os níveis de aprendizagem da turma,
identificar as defasagens e planejar os próximos
passos.
Diante desse processo, é importante considerar que a avaliação na
atualidade não está em busca da simples aquisição de conteúdos, mas,
sim, do desenvolvimento de habilidades e competências. Por isso, é
preciso investir em instrumentos que mobilizem as habilidades e em
processos que avaliem o dia a dia das aulas e permitam monitorar a
compreensão dos alunos. O ponto principal é não padronizar, lançando
mão da prova tradicional.
É preciso compreender que avaliar implica observar e buscar evidências
em relação à aprendizagem, além de ter tudo isso alicerçado em
critérios-chave do que se espera que os alunos entreguem e em boas
devolutivas para eles.
Dica
O processo contínuo de observação é mais importante que o produto
final, por isso o acompanhamento da aprendizagem é fundamental no
dia a dia. Ou seja, a riqueza avaliativa está no processo, sendo
fundamental diversificar as avaliações: a qualidade das interações
durante as aulas, a devolução das atividades, a participação e o
envolvimento nas propostas pedagógicas desenvolvidas em sala de
aula, o compromisso com a entrega das tarefas, dos trabalhos
individuais ou em grupo, o envolvimento em projetos, jogos, entre outras
formas de desenvolvimento de aprendizagem devem ser consideradas
no processo avaliativo.
O mais importante é engajar e motivar os alunos a participarem, só
assim o professor conseguirá elencar suas necessidades e mediar o
processo formativo.
A grande sacada do processo avaliativo na atualidade é a motivação do
aluno, compreender o que ele sabe para posteriormente lançar desafios
estimuladores que favoreçam novos conhecimentos e promovam novas
etapas de aprendizagem. Curiosamente, não falamos mais de avaliação
de forma isolada, composta por provas ao longo do bimestre, para fins
quantitativos; falamos de um processo avaliativo composto por várias
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atividades, no mínimo três instrumentos, que favoreçam a compreensãodo percurso de aprendizagem do aluno.
O primeiro passo do processo ensino-aprendizagem é descobrir
o nível de cada aluno, ou seja, compreender o que ele conhece e
o que ele não conhece, especialmente no momento pós-
pandemia, no qual o aluno precisa novamente se sentir seguro
dentro do desenvolvimento de qualquer componente curricular.
Esse alinhamento de conteúdos é extremamente necessário, por
isso é muito importante revisitar conteúdos anteriores antes de
apresentar algo novo. Isso pode ser organizado de forma espiral,
com habilidades e competências, de forma a promover a revisão
de anos anteriores e a retomada de conteúdos específicos do
ano atual simultaneamente, só assim o aluno se sentirá
confortável para demonstrar suas fragilidades acadêmicas.
É imprescindível diagnosticar a verdadeira situação educacional da sala
de aula e ter coragem pedagógica para assumir essa verdade. Isso
implica em compromisso com a qualidade do trabalho docente e,
consequentemente, da acolhida aos alunos, especialmente os mais
fragilizados, por meio do planejamento de ações de retomada do ensino
presencial.
A ideia central aqui é: tão importante quanto avaliar é
considerar o processo de aprendizagem. Considerar
esse processo é ter consciência de que o aluno está no
cento desse percurso formativo.
Fazer para acontecer
A atualidade escolar reflete especialmente o retorno de meninos e
meninas às atividades escolares, já que foram subtraídos de seu
principal espaço de fomento ao conhecimento: a escola. Nesse
movimento, e tão importante quanto, localiza-se o professor no
processo de mediação dentro do ambiente escolar, em um papel
totalmente diferente do que assumira no ensino remoto. Novamente, as
Primeiro passo do processo ensino-aprendizagem 
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interações acontecem em locus, o que é altamente significativo para o
universo estudantil.
E você, como pretende avaliar as habilidades e
competências de seus alunos? Como descobrir o que
eles já sabem? De que eles precisam se apropriar?
Como desenvolver atividades estimuladoras dentro de
seus níveis? O que fazer para que eles pensem de um
modo novo? Como despertar o entusiasmo?
Para dar luz a essa discussão, vamos recorrer ao olhar do psiquiatra
americano William Glasser (1925-2013), que desenvolveu a teoria da
escolha. Aplicada à educação, indica que o professor deve ser um guia
para o aluno, e não um chefe. Por isso, não indica o trabalho pedagógico
pautado em um processo de memorização, já que a maioria dos alunos
esquecem os conceitos após a aula; ao contrário, sugere que os alunos
aprendam fazendo, pois compreende que ensinar também é aprender.
Nesse sentido, pode-se dizer que a aprendizagem ativa reforça o
protagonismo do educando, uma vez que na base piramidal há a clara
indicação de diálogos, conversas, análises, debates, práticas e ensino
como pontos muito fortes no processo de aprendizagem.
Para que o aluno aprenda, é importante que ele queira, ou seja, que ele
esteja motivado. Isso pode ser feito por meio de atividades
desafiadoras, pois assim o aluno sentirá o desejo de aprender. Para isso,
o estudante deve ser respeitado como um sujeito ativo. Um bom
professor deve incentivar práticas educativas que ativem o potencial
dos alunos, visto que só assim o aluno deixará de ser passivo e se
tornará ativo em seu processo de aprendizagem.
Mediante os fatores expostos, compreende-se a relevância do uso das
metodologias ativas na relação ensino-aprendizagem, como forma de
promover a busca pelo conhecimento.
Confira o que afirma Santos sobre essas metodologias:
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metodologias ativas podem
ser percebidas como
estratégias que colocam o
estudante no centro do
processo de aprendizagem,
por isso é importante
explorar essas múltiplas
possibilidades no dia a dia
escolar: colocando o aluno
como um ser ativo no
contexto ensino-
aprendizagem e criando
espaços nos quais o aluno
possam explorar os
conteúdos de forma
diversi�cada.
(SANTOS, 2021, n. p.)
Perante o exposto, é altamente relevante pensarmos sobre novas
possibilidades de conduzir a prática pedagógica à luz das metodologias
ativas.
Nessa prática, o professor inicialmente propõe aos alunos
realizar uma tarefa específica ou pesquisar sobre determinado
conteúdo antes de uma aula. Assim, durante a aula, o docente
utiliza o que foi feito pelos alunos e, se necessário, complementa
com mais explicações, momentos de tirar dúvidas e com
Sala de aula invertida 
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atividades e debates sobre o tema. Essa estratégia é um dos
modelos de ensino híbrido.
Possui várias definições, sendo uma concepção bem ampla que
busca ensinar os conceitos curriculares aos alunos integrando
várias disciplinas. É ideal que os projetos se baseiem em
situações-problema reais do contexto escolar e dos alunos,
buscando uma solução em forma de produto, o que vai envolver
hipóteses, investigação, construção de um plano para a solução
e muito trabalho coletivo e colaborativo. Ao final, os estudantes
podem compartilhar as soluções construídas com a turma toda,
sendo mediados pelo professor.
Trata-se da aplicação das estratégias dos jogos nas atividades
do dia a dia, com o objetivo de aumentar o engajamento dos
participantes. Ela se baseia no game thinking, conceito que
abrange a integração da gamificação com outros saberes do
meio corporativo e do design.
Consiste em organizar a sala de aula em pequenos grupos, nas
chamadas estações, e realiza-se, em cada uma delas, uma tarefa
diferente, embora todas estejam conectadas a um mesmo tema.
A ideia é que os alunos façam um circuito por essas estações,
passando por todas as atividades. O uso de um recurso digital
em uma das estações pode ser útil para coletar dados sobre a
aprendizagem dos alunos. Essa estratégia é outro modelo de
ensino híbrido.
Segue dinâmica semelhante à da rotação, mas envolve outros
espaços da escola. Aqui são formados dois grupos, sendo que
Atividades baseadas em problemas ou projetos 
Gamificacao 
Rotação por estações 
Laboratório rotacional 
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um ficará no espaço com o professor (que não precisa ser a sala
de aula) e o outro utilizará um recurso digital em outro local,
como o laboratório de informática, a biblioteca ou outro espaço
que cumpra a função. Novamente, as ferramentas digitais
podem auxiliar a coleta de dados sobre a aprendizagem,
possibilitando a personalização do ensino. Assim como as
anteriores, trata-se de um modelo de ensino híbrido.
Importante destacar que essas práticas visam desenvolver a autonomia
dos educandos por meio de diferentes estratégias metodológicas.
Essas estratégias gerem práticas inovadoras mediante novas
modalidades de interação tanto entre alunos (individualmente ou em
grupos) quanto entre alunos e professores.
Com certeza, didáticas diferenciadas geram produções incríveis que
podem inclusive surpreender muito o professor e a turma, por serem
atividades que motivam os alunos e proporcionam maior interatividade,
deixando-os em uma condição mais ativa. Outro aspecto favorável é a
descentralização do professor, que atuará mais como mediador, já que
fará menos aulas expositivas.
Temos, portanto, mudanças de paradigmas de ambos os lados: à
medida que o aluno ganha autonomia, o professor deve propor
atividades desafiadoras e atuar como mediador, descentralizando
ações.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
O planejamento de tempos de crise deve envolver todo o coletivo,
mas é fundamental entender de forma clara que o docente acaba
sendo a ponta, pois ele que vivencia a realidade do aluno. O
professor, como adulto responsável pela organização da sala de
aula, deve
A
pautar a sua atividade pedagógica num espaço
envolvente, capaz de exercitar as relações humanas
de forma dialógica.
B
pautar a sua atividade em exercícios de
memorização.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
O professor é um condutor, faz parte da construção do cotidiano
escolar: ele medeia, compreende as demandas, reelabora. Sem ele
e seu efetivo envolvimento, qualquer processo de melhoria seria
absolutamente impossível, por isso seu foco em pautar seu olhar
no aluno é primordial.
Questão 2
Diante da realidade da pandemia, vivenciamos um grande tempo
distantes do ambiente escolar, de qualquer atividade de ensino
regular e, mais chocante, longe das relações protetivas da escola.
Um importante instrumento para o professor lidar com a realidade
pós-pandemia tem sido as avaliações diagnósticas, cujo papel é
C pautar a sua prática em longas listas de exercícios.
D
pautar a sua prática em avaliações surpresas para
surpreender a turma.
E
pautar a sua prática em aulas expositivas apenas,
pois somente assim o aluno aprende.
A apenas quantificar o aluno.
B somente qualificar o aluno
C
analisar o aluno, gerando norteadores para
planejamento de ações educativas.
D
classificar o aluno, pois contribuem ao processo de
planejamento educativo, por exemplo, nas divisões
de turmas.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
A avaliação diagnóstica tem sido um recurso para definição de
estratégias de aprendizagem e reestruturação de processos
educativos em turmas muito plurais e com problemas que foram
somados ao já cotidiano complexo cotidiano escolar.
Considerações �nais
Neste conteúdo, você deu seus primeiros passos para a elaboração de
um bom planejamento escolar. Para isso, foi necessário reconhecer a
importância do planejamento para o cotidiano escolar, bem como
entender a diferença entre o planejamento de curso, o planejamento de
aula e o planejamento por projeto, verificando a estrutura de cada um
deles. No caso do planejamento por projetos, identificamos as
possibilidades que estão relacionadas a esse tipo de experiência. Além
disso, foi possível conhecer os tipos de avaliação, suas especificidades
e potencialidades.
Neste percurso, foi fundamental entender que, para fazer um bom
planejamento, há uma concepção de educação que está em jogo, e não
um modelo a seguir.
Por fim, com foco nas práticas, tratamos dos desafios da sala de aula e
do cotidiano com o retorno às aulas pós-pandemia da covid-19.
Tentamos integrar os olhares entre as práticas docentes e caminhos
que se mostram profícuos.
A fim de seguir avançando e aperfeiçoando a sua prática, dê
continuidade a seus estudos explorando os materiais indicados nas
seções Referências e Explore +. Outra forma importante de aprender é
sempre dialogar com seus alunos e suas alunas, colegas professores e
E
proporcionar a participação dos pais na educação,
por meio do arquivamento dos resultados da
avaliação e da entrega destes aos pais ao final do
ano letivo.
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professoras, e com todos aqueles envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem. Pense nisso e bons estudos!
Podcast
No podcast a seguir veremos um breve resumo do tema.

Explore +
Confira as indicações que separamos especialmente para você!
Para saber mais sobre Pedagogia de Projetos, assista aos vídeos do
professor Nilbo Nogueira.
Procure saber mais sobre o livro Planejamento: projeto de ensino-
aprendizagem e projeto político-pedagógico, de Celso dos Santos
Vasconcellos. Existem até animações baseadas nele.
Leia o texto Planejamento: a importância do plano de trabalho docente
na prática pedagógica, de Ana Aparecida Tormena. Nele, você terá a
oportunidade de relacionar o planejamento e o cotidiano escolar.
Leia o texto Tecer conhecimentos em rede, de Nilda Alves, no livro O
sentido da escola, de Nilda Alves e Regina Leite Garcia. A professora
Nilda Alves faz uma provocação fundamental para pensar o planejar, re-
planejar e recriar os processos de planejamento: o cotidano escolar é
marcado pela relação entre a educação cotidiana, presente fora da
escola, e sua intermediação pelos conhecimentos e trocas formais,
produzidos pela escola, sem que nenhum desses se manifestem de
forma isolada.
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Para construção de objetivos, é interessante que você conheça um
pouco mais sobre a Taxonomia de Bloom, por isso, vale a pena ler os
textos:
Taxonomia de Bloom: revisão teórica e apresentação das
adequações do instrumento para definição de objetivos
instrucionais, de Ana Paula do Carmo Marcheti Ferraz e Renato
Vairo Belhot.
O uso a Taxonomia de Bloom no Contexto da Avaliação por
Competência, de Ana Paula Salgado Beleza de Oliveira, Jose
Nelcicleio de Aguiar Pontes e Marcos Aurelio Marques.
Referências
BALDISSERA, O. O que é gamificação e como ela aumenta o
engajamento. Pós PUC-PR Digital, 5 abr. 2021. Consultado na internet
em: 2 maio 2022.
BLOOM, B. S.; HASTINGS, T.; MADAUS, G. Manual de avaliação formativa
e somativa do aprendizado escolar. São Paulo: Pioneira, 1993.
BOSSLE, F. Planejamento de ensino na educação física: uma
contribuição ao coletivo docente. Movimento, v. 8, n. 1, p. 31-39, 2002.
CANDAU, V. M. Construir ecossistemas educativos: reinventar a escola.
In: CANDAU, V. M. Reinventar a escola. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.
CANDAU, V. M.; KOFF, A. M. N. S. Conversas com... sobre a didática e a
perspectiva multi/intercultural. Educação & Sociedade, v. 27, n. 95, p.
471-493, ago. 2006.
CENTRO SÍNDROME DE DOWN. CESD. A pirâmide de aprendizagem de
William Glasser. S. d. Consultado na internet em: 22 abr. 2022.
CRUZ, G. B.; ANDRÉ, M. E. D. A. Ensino de didática: um estudo sobre
concepções e práticas de professores formadores. Educação em
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FERRARI, M. Lev Vygotsky, o teórico do ensino como processo social.
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2022.
FERNANDES, D. Para uma teoria da avaliação formativa. Revista
Portuguesa de Educação, v. 19, n. 2, p. 21-50, 2006.
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FREIRE, M. et al. Avaliação e planejamento: a prática educativa em
questão: instrumentos metodológicos II. São Paulo: Espaço Pedagógico,
1997.
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