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1 Profª Natali Hoff Teorias Contemporâneas de Relações Internacionais Aula 3 Conversa Inicial Apresentar em que pontos a teoria crítica afasta-se das teorias tradicionais da área; quais seus principais autores e contribuições As bases da teoria crítica em relações internacionais Pressupostos fundamentais da teoria crítica Conversa inicial Robert Cox Andrew Linklater Principais contribuições da teoria crítica às RIs As bases da teoria crítica em relações internacionais Materialismo histórico: explicação da mudança histórica com base nos processos de produção da vida material (trabalho) Forças produtivas e relações sociais de produção (infraestrutura) Classe social e conflito de classe (“motor da história”) Estado, direito, política, cultura (superestrutura) As bases da teoria crítica em relações internacionais 2 Materialismo histórico SUPERESTRUTURA (Estado, política, direito e cultura) INFRAESTRUTURA (forças produtivas e relações sociais de produção) C L A S S E Antonio Gramsci: reformulação da metáfora base/superestrutura Maior atenção ao papel das ideias e da cultura na dominação de classe O conceito de “hegemonia”: aspecto consensual do poder O conceito de “bloco histórico”: a articulação Estado/sociedade civil Escola de Frankfurt Horkheimer e a distinção entre “teoria tradicional” e “teoria crítica” Positivismo científico como conservadorismo político Pressupostos fundamentais da teoria crítica Crítica às teorias tradicionais da área Teorias de tipo “problem-solving” (Cox) A-históricas Incapazes de explicar a mudança na realidade internacional Normativamente conservadoras Pressupostos fundamentais da teoria crítica Pressupostos da teoria crítica Análise da ordem mundial em uma perspectiva histórica, com ênfase nos processos de mudança A estrutura histórica da ordem mundial constitui-se a partir da interação entre condições materiais, padrões de pensamento e instituições criadas pelos atores 3 A explicação da mudança deve ser feita a partir das dinâmicas internas aos países As teorias são inescapavelmente normativas: a teoria crítica opta por uma finalidade emancipatória Robert Cox Utilização de conceitos gramscianos para a análise da realidade internacional (neogramscianismo) A ordem mundial é uma “estrutura histórica”: um conjunto de relações que se altera ao longo do tempo Robert Cox A estrutura histórica é composta de três aspectos em interação Capacidades materiais Ideias Instituições Instituições e ideias criam meios para que os Estados possam administrar conflitos com menor uso da força O conceito de “hegemonia” ou de “ordem hegemônica” designa a utilização das ideias e da institucionalidade internacional para a manutenção das hierarquias entre Estados Exemplo: ordem hegemônica estadunidense e o sistema Bretton Woods A dominância pela capacidade material é condição necessária, mas não suficiente para a hegemonia de um Estado sobre outros Transformação e crise da ordem hegemônica Transformação na natureza dos Estados a partir da dinâmica conflituosa interna aos “blocos históricos” (alterações na estrutura de classes e nos processos produtivos) A transformação na dinâmica interna aos Estados pode transbordar as fronteiras nacionais Internacionalização da produção capitalista Classe social transnacional 4 Andrew Linklater Dedica-se, como ponto de partida, a questões de caráter normativo Possibilidade de formação de uma comunidade global regida por uma ética cosmopolita Cosmopolitismo: defesa filosófica de uma cidadania ligada ao pertencimento à humanidade Cidadania pós-nacional Andrew Linklater A crescente interconexão política, econômica e ambiental entre os Estados produz efeitos que afetam potencialmente a toda a humanidade A criação de uma comunidade global de cidadãos justifica-se pela necessidade de responder a problemas que transbordam as fronteiras nacionais Estudar tentativas históricas de criação de “convenções cosmopolitas de dano”: proteções universalistas sem distinção de nacionalidade ou etnia Não causar “dano”: ponto de partida para uma ética cosmopolita Deveres negativos e positivos Avanços: leis internacionais sobre direitos humanos, tribunais criminais internacionais, redes transnacionais de ONGs Comunidade global versus diferenças morais e culturais entre as sociedades Procedimentos dialógicos para conciliação dessas diferenças: ética do diálogo (Habermas) Principais contribuições da teoria crítica às RIs 5 Recuperação da importância da história para as RIs Questionamento da normatividade implícita às teorias da área Principais contribuições da teoria crítica às RIs Andrew Linklater Expande a agenda de pesquisa sobre diferentes formas de exclusão ou dano no cenário internacional Possibilidade de pensar a democracia e o direito em uma perspectiva cosmopolita Robert Cox Estimula a agenda de pesquisa sobre as transformações do capitalismo global e o papel das ideias e das instituições nessas transformações Neogramscianismo Na Prática De acordo com Cox, a manutenção de uma ordem hegemônica mundial baseia-se, sobretudo, na produção de consensos, mais do que no recurso à força. Para isso, as organizações internacionais desempenham um papel fundamental, descrito pelo autor nos seguintes termos Na Prática “(i) as organizações internacionais incorporam as regras que facilitam a expansão da ordem hegemônica mundial; (ii) essas organizações são, elas próprias, o produto da ordem hegemônica mundial; (iii) elas legitimam ideologicamente as normas dessa ordem, além de (iv) cooptar as elites dos países periféricos e (v) absorver ideias contra-hegemônicas” (Cox, 2007) 6 Tendo isso em mente, selecione uma organização internacional e pesquise a respeito de sua gênese e trajetória, procurando aplicar a chave interpretativa proposta por Cox Finalizando A distinção entre teorias tradicionais e teorias críticas Robert Cox: as dinâmicas sociais e econômicas internas aos países e as transformações da ordem mundial Andrew Linklater: possibilidade de formação de uma comunidade global e de uma democracia e direito cosmopolitas ou pós-nacionais Finalizando